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RELATORIO ESTAGIO SUPERVISIONADO EJA 6

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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BATURITÉ– CE 
2020 
 
 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
Relatório de Estágio apresentado 
à disciplina Estágio 
Supervisionado Obrigatório da 
Faculdade do Maciço de Baturité, 
como requisito parcial obrigatório 
para a conclusão da disciplina de 
Estágio III - EJA do Curso de 
Pedagogia. 
 
Supervisor Acadêmico: 
 
 
 
 
BATURITÉ– CE 
2020 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 4 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................... 5 
2.1 O que é a EJA?................................................................................................................... 5 
2.2 A história da EJA no Brasil................................................................................................ 6 
2.3 A EJA depois da LDB (Lei 9394/96) ................................................................................ 12 
3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO................................................................. 14 
3.1 Aspectos materiais, físicos e socioeconômicos da escola....................................................... 14 
3.2 Corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem........................................... 15 
3.3 Corpo docente: formação, planejamento, avaliação e concepções........................................ 15 
3.4 Direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto político pedagógico......... 16 
4 EXPERIÊNCIAS DOCENTES....................................................................................... 17 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 18 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 19 
7 ANEXOS............................................................................................................................ 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este relatório refere-se às experiências vivenciadas no estágio de observação e 
regência, que tem como objetivo proporcionar ao acadêmico uma prévia experiência da 
prática com os princípios teóricos estudados. Nesse sentido, procura-se expressar reflexões 
sobre as aulas de língua portuguesa na turma de Jovens e Adultos, além de mostrar a 
importância desse período de acompanhamento das aulas remotas, compreendendo como o 
sistema educacional é desafiador, com a necessidade de conhecer a realidade escolar, e da 
elaboração de diagnóstico dessa nova realidade. 
A nossa visita, teve início com uma reunião com a Diretora e a Coordenadora escolar, 
onde foi nos passado a situação que estavam enfrentando nesse período de pandemia, e fomos 
adicionados ao grupo de WhatsApp da professora de língua portuguesa em cuja turma iriamos 
estagiar e ter nosso primeiro contato online, com a necessidade de atentar cada detalhe, 
metodologia, e cada ponto do conteúdo apresentado. 
Assim sendo, a EJA apresentada pela a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB N°9394/96) como uma modalidade de ensino, necessita cumprir suas funções: 
“reparadora, equalizadora e qualificadora”. Pois se entende o motivo pelo o qual as pessoas 
ingressam na EJA. Faz-se necessário uma educação conscientizada para que os alunos possam 
então ser capazes de sua leitura do mundo. 
Por isso a experiência do estágio é essencial para a formação integral do docente. O 
mesmo possibilita a relação teoria-prática, além de conhecimentos pedagógicos, de campo de 
trabalho e de organização do ambiente escolar, dentre outros fatores. O objetivo do estágio é a 
aproximação da realidade escolar para que o estagiário possa perceber os desafios que a 
carreira lhe oferecerá, refletindo sobre sua profissão e integrando-o ao saber fazer, obtendo 
informações e trocas de experiências. 
Concluímos que o profissional da Educação de Jovens e Adultos, apesar das difíceis 
condições de trabalho, precisa ser consciente quanto a sua responsabilidade de ensinar, 
oferecendo uma aprendizagem prazerosa através da afetividade e do respeito mútuo, com uma 
metodologia voltada para os interesses do aluno adulto, visando alcançar sucesso no processo 
de ensino e aprendizagem. 
 
 
 
 
5 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 O que é a EJA? 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino criado pelo o 
Governo federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos 
jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade 
apropriada. Permite que o aluno retorne aos estudos e conclua-os em menos tempos e, ao 
concluir essa etapa, o mesmo estará preparado para realizar provas do Enem e ingressar nas 
universidades. Hoje o programa é dividido em quatro etapas com a abrangência do ensino 
fundamental ao ensino médio. 
 
A função reparadora, que se refere ao ingresso no circuito dos direitos civis, pela 
restauração de um direito negado; a função equalizadora, que propõe garantir uma 
redistribuição a alocação em vista de mais igualdade de modo a proporcionar 
maiores oportunidades de acesso e permanência na escola, aos então foram 
desfavorecidos; por último a função por excelência da EJA, permanente, descrita no 
documento com Função qualificadora. É a função que corresponde ás necessidades 
de atualização e de aprendizagem contínuas, próprias da era em que nos 
encontramos. Diz respeito ao processo de “educação ao longo da vida”. (SOARES, 
2002, p.13). 
 
A EJA, nesse ponto de vista, é primordial na constituição cidadã da população 
brasileira. Para além do ato compensatório, mecânico e reprodutivo de ler e escrever, a 
modalidade representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso 
nem domínio da escrita e leitura como bens sociais. No Brasil como em outros países da 
América Latina, a EJA cumpre as funções de integrar migrantes rurais na sociedade urbana 
letrada e de elevar o nível educativo da população adulta ao patamar das novas gerações, mas 
serve também como canal de estudos para adolescentes que a reprovação colocou em 
defasagem e de reinserção de jovens alijados do sistema. Para Freire, alfabetizar-se é, antes de 
mais nada, aprender a ler o mundo e compreender o seu contexto, não uma manipulação 
mecânica de palavras, mas uma relação dinâmica que vincula a linguagem e realidade. 
(FREIRE, 2006, p. 8). 
Para o autor, a educação deveria corresponder à formação plena do ser humano, 
denominada por ele de preparação para a vida, com formação de valores atrelados a uma 
proposta política de uma pedagogia libertadora, fundamentada para a construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
A educação é essencial ao ser humano, principalmente nos dias de hoje, em que a 
6 
 
 
pessoa se depara com um ambiente de competitividade. Em diversos documentos, assim como 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, tal afirmação se confirma. No presente século, com 
todas as inovações tecnológicas e com a grande modernização econômica e cultural, ainda se 
enfrenta um grande problema, consequência da falta de investimento na educação, o que gera 
um ensino de má qualidade e, consequentemente, impede o desenvolvimento do país. Isso 
causa um certo desânimo em todos, tanto no docente quanto no próprio educando, refletido 
através da evasão, nos baixos salários e na má qualidade da educação. Onde se investe em 
educação são notórios o crescimento econômico e o desenvolvimento social e cultural, tanto 
da sociedade quanto do país. 
 
2.2 Ahistória da EJA no Brasil? 
 
A Educação de Jovens e Adultos – EJA se faz notável no Brasil desde a época de sua 
colonização com os Jesuítas que se dedicavam a alfabetizar (catequizar) tanto crianças 
indígenas como índios adultos em uma intensa ação cultural e educacional, a fim de propagar 
a fé católica juntamente com o trabalho educativo. Para Moura, (2004, p. 26) a “educação de 
adultos teve início com a chegada dos jesuítas em 1549”. Essa educação esteve, durante 
séculos, em poder dos jesuítas que fundaram colégios nos quais era desenvolvida uma 
educação cujo objetivo inicial era formar elite religiosa. 
Embora se fale na Educação de Jovens e Adultos no Brasil, o seu sistema hoje é muito 
grande e ele se mostra uma balança afinada, pois em diversos momentos da aplicação 
pedagógica, ele apresentou pontos que compensam o tamanho do sistema. Veremos que a EJA 
foi criada a partir de erros e da inadequação de currículos, métodos e materiais didáticos que, 
embora seja difícil admitir, ainda persistem em muitos locais de aprendizagem. Porém, a 
Educação de Jovens e Adultos em si, não veio no início da formação do Brasil, mas sim após 
a Educação Jesuítica, passando por vários momentos de grandes significados político-sociais 
para sua organização e se mostra, até hoje, um sistema resistente e forte. 
Mas foi realmente só a partir dos anos 40, que a Educação de Jovens e Adultos passou 
a se formar e ser tratada como um “sistema diferenciado e significativo” para a educação 
brasileira. E desde aquela época, vem se mostrando como sistema apto a melhorar dia-a-dia. 
Sua política educacional não nasceu apenas no gabinete, foi à defasagem educacional e a 
implantação das indústrias no Brasil, na política de Getúlio Vargas, junto com a própria 
população brasileira, que causou a implantação de políticas públicas para a Educação de 
Jovens e Adultos. 
7 
 
 
Em 1920, surgiram questionamentos como: o que fazer nas questões do Ensino para 
Adultos? E como o Estado deve agir, já que se trata de uma necessidade pública? Essa pressão 
iniciou então a criação do Fundo Nacional de Ensino Primário em 1942 e junto com ele 
programas para o ensino de adultos e ampliação da educação dessa modalidade, pois o país 
possuía uma taxa alarmante de analfabetos e esse fundo tentava dar uma resposta a isso, 
combatendo o analfabetismo adulto e infantil. 
Em 1947, houve um bom movimento, que nos auxiliou no desenvolvimento de um 
processo para o ensino de Jovens e Adultos no Brasil. Foi o Serviço de Educação de Adultos, 
o SEA, que por campo de atuação deveria se preocupar com a educação do adulto e com ele 
criar um Curso Primário para os mesmos, com profissionais capacitados. “(...) e lançamento 
fez que houvesse o desejo de atender apelos da UNESCO em favor da educação popular. (...)” 
(Paiva, 1987, p.178) 
Essa orientação da UNESCO gerou um momento de grande discussão sobre o 
analfabetismo no Brasil e cada um dos órgãos governamentais saíram à procura de entender o 
processo de Educação de Jovens e Adultos, pois ela estava diretamente ligada ao 
desenvolvimento do país, pois o profissional analfabeto não colaboraria na recuperação do 
atraso econômico e industrial brasileiro. 
Até aquela data não havia preocupação com o sujeito, e nem em entender o processo 
de inclusão na aprendizagem profissional do mesmo. O analfabeto era tido como um peso ao 
país, pois não podia contribuir para o desenvolvimento, mas o contínuo crescimento do 
contingente de analfabetos acabou por gerar interesse político, daí da Campanha da Educação 
de Adolescentes e Adultos ter uma proposta educacional voltada para a vida, trabalho e 
profissionalização. 
Como sabemos, o analfabeto era visto com preconceito até mesmo pelos organizadores 
da campanha. Paiva (2001): “(...)a ideia central (...) é a de o adulto analfabeto é um ser 
marginal que não pode estar à corrente da vida nacional” “E associam-se a crença de que o 
adulto analfabeto é incapaz ou menos capaz que o indivíduo Alfabetizado. (...)” (p.184). 
No decorrer da campanha percebeu-se uma mudança da visão, deixando de ser tão 
preconceituosa e passando a ser a representante da Educação para Jovens e Adultos, que só 
toma essa forma, como vimos, a partir da contribuição do Estado, mas foi o movimento 
popular que levou a essas mudanças. É certo que, de forma bem singela, houveram muitas 
lutas em favor da EJA, e que ela começou a ser reconhecidas devido a estas lutas. Mas ainda 
faltava a valorização, e foi a partir desses movimentos que a reação aconteceu, como uma 
resposta do Estado as críticas que se fazia aos governos. 
8 
 
 
(...) a agora a característica do desenvolvimento das potencialidades individuais, e, 
portanto, como ação de promoção individual, a Educação de Adultos, passa a ser 
uma condição necessária para que o Brasil se realizasse como nação desenvolvida 
(...) (HADDAD, 2000, P.111) 
 
Esse período, então, foi o que marcou profundamente a Educação de Jovens e Adultos 
pelo movimento popular, que foi fortificado por ações educativas e políticas com vários 
outros programas de interesse na EJA, tal como relata Ribeiro (2001) 
“(...) A criação do Fundo Nacional do Ensino primário em 1942 do Serviço de 
Educação de Adultos, da Campanha de Educação de Adultos, ambos de 1947, da 
Campanha de Educação Rural, iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de 
Erradicação do Analfabetismo, em 1958.” (RIBEIRO,2001, P.59) 
 
Tem-se que deixar registrado que os movimentos populares de grupos sociais como: 
sindicatos e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, foram os reais responsáveis por fazer 
surgir uma educação voltada para transformação, incluindo no processo educacional as 
pessoas que até então eram excluídas. A EJA levaria (e leva) aos poucos o sujeito a uma 
transformação social ou cultural, como nas ideais de Paulo Freire. 
A partir da década de 60, muitas outras campanhas começaram a surgir com visões 
diferentes daquelas anteriores. Agora a proposta era uma educação igualitária e para todos. 
Apresentam-se programas para erradicar o analfabetismo no país, e com essas melhorias 
conseguir a imagem ideal para o Brasil, como também em políticas para melhorar as 
condições de vida ao povo brasileiro. “(...) antes apontado como causa da pobreza e da 
marginalização, o analfabetismo passou a ser interpretado como efeito da pobreza gerada por 
uma estrutura social não igualitária (...)” (Cunha, 1999, p.12). 
Os esforços políticos deram passos em vários lugares do Brasil, surgindo campanhas 
de Educação de Jovens e Adultos e entre os mais conhecidos estão: o Movimento de 
Educação de Base; o Movimento de Cultura Popular de Recife; o “De pé no chão também se 
aprende a ler”, de Natal e o Plano Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e 
Cultura, dentre outros. 
Paulo Freire seria uma referência na Educação de Jovens e Adultos, pois ele apresenta 
essa educação pensada de forma diferente, onde o indivíduo no processo de aprendizagem tem 
uma educação e alfabetização de maneira crítica e dialogada. Suas ideais podem ser 
observadas no Plano Nacional de Alfabetização, que se destina a atender a maior parte da 
população analfabeta do país, mesmo que tenha surgido através de movimentos estudantis e 
também de entidade sindicais, que trabalharam para que o seu método fosse colocado na 
Educação de Jovens e Adultos, dentro do Ministério da Educação e aos poucos com seus 
9 
 
 
resultados o programa gerou benefícios políticos e passou a ter maior apoio do governo como 
método principal. 
(...) a luta entre os estudantes e intelectuais das diversas orientações político-
ideológicas dentro do movimento sindical, por isso foi a visada pelos acordos que 
resultaram da utilização do método Paulo Freire, entretanto também outros interesses 
eleitorais começaram a se manifestar e se a refletir no programa (...) (Paiva, 1987, p. 
258) 
 
Foi no período militar,em 1967 que nasceu o Mobral - Movimento Brasileiro de 
Alfabetização “(...) fruto do trabalho e realizado por grupo interministerial que buscou uma 
alternativa ao trabalho da cruzada ABC (...) “ (HADDAD 2000 p 114), porém muitas partes 
do projeto foram substituídas por interesses do governo militar. O que se buscava no regime 
militar era concentrar-se mais na mão de obra que no processo de aprendizagem em si. 
Deviam apenas buscar uma complementação pedagógica, uma prática de aprendizagem 
preparando o aluno para apenas ler e escrever. 
Em 1971, surge o Supletivo procurando complementar a escolarização e o 
analfabetismo, colocando em sala aqueles que ainda não tinham conseguido terminar seus 
estudos no tempo regular na idade certa. O Supletivo foi instituído pela Lei 5.692/ 7, onde 
pensava-se apenas em uma escolarização tardia e atividades educativas da maneira mais 
flexível para o indivíduo, suprindo suas deficiências. 
Outra afirmação importante sobre o Ensino Supletivo, é que foram feitas algumas 
mudanças na sua proposta procurando atender apenas interesse de governo, segundo Haddad 
(2000) 
“O ensino supletivo foi apresentado a sociedade como um projeto escola de futuro, 
elemento de um sistema educacional compatível com a modernização 
socioeconômica, observada pelo país nos anos 70. Não se tratava de uma escola 
voltada aos interesses de uma determinada classe popular, mas de uma escola e por 
sua clientela pois a todos deveriam atender uma dinâmica permanente de 
atualização” (p.117) 
 
Na verdade, o que ocorria era a pressão da Ditadura Militar, naquele momento da 
história brasileira, onde se vislumbrava apenas uma educação técnica para atender ao mercado 
de trabalho e a vida social, porém temos que aceitar que essa iniciativa do Supletivo formou a 
base dos parâmetros da Educação a Distância, com o início do uso de novas tecnologias, como 
no caso a educação com a TV e rádio, que já foram copiadas em outros momentos dos 
projetos educacionais no Brasil. 
Na década de 80, com o fim da ditadura militar e maior Liberdade da sociedade, houve 
então uma abertura para que pudessem surgir novas contribuições para as questões 
educacionais. Nesse período, a EJA passa por uma nova configuração e busca novas técnicas 
10 
 
 
e metodologias para trabalhar. Não podemos deixar de citar o Programa Mobral, que por 
tempos tentou à sua maneira formatar uma Educação a Distância, e que na década de 80 
acabou sendo substituído pela Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos, o 
Educar, que se considerava diferente, mas se baseava em muitos de seus trabalhos. 
Nesse período a educação popular volta a trilhar caminhos mais abertos, pois com 
abertura ela pode agora mostrar todo seu trabalho que vinha fazendo em oculto. ”(...) 
retomaram PIS e habilidade nos ambientes universitários e passaram a influenciar também 
programas públicos e comunitários, (...)” (HADDAD, 2000 p.120). 
Na estrutura da Constituição de 1988, chamada de cidadã, surgiu o tema educação com 
interesse social, e a partir daí se estabeleceu que a Educação Básica fosse oferecida também 
através da EJA. A Constituição Federal (RIBEIRO, 2001) estabeleceu que esta educação 
acontecesse também de forma presencial e não apenas a distância, mas sem muita 
preocupação com a qualidade de ensino, “(...) nenhum jeito institucional foi mais importante 
para a Educação de Jovens e Adultos, nesse período que a conquista do Direito Universal ao 
Ensino Fundamental Público e gratuito, independentemente da idade, consagrado no artigo 
208 da Constituição de 1988(...)” (HADDAD, 2000, p.120). 
A seguir, a mudança veio com a extinção da Fundação Educar em 1990, onde a 
Educação de Jovens e Adultos foi descentralizada, passando a ser responsabilidade dos 
municípios, mesmo que ainda continuasse havendo intervenção do estado. O governo, ainda 
nesse período, tentou criar o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) no 
governo Collor, mas com o impeachment ele foi deixado de lado por Itamar Franco, dando a 
perceber como estava sendo tratada neste período a Educação Jovem e Adulta e como havia 
ficado as políticas públicas no Brasil para educação. E mesmo em 1995, quando houve a 
Reforma da Educação e a descentralização dos sistemas educacionais, na EJA, não houve 
muitos esforços, pois, ela ainda ficou de lado. 
O principal instrumento da Reforma da Educação, foi aprovação da Emenda 
Constitucional 14/96, que suprimiu das disposições transitórias da Constituição 
Federal de 1988, o artigo que comprometia a sociedade e os governos, a erradicar o 
analfabetismo e universalizar o Ensino Fundamental até 1998, desobrigando o 
Governo Federal de aplicar nessa finalidade a metade dos recursos vinculados à 
educação (,,,) (HADDAD 2000 p. 123) 
 
Embora tenha sido criado o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
Valorização do Magistério FUNDEF, a Educação de Jovens e Adultos continuou de lado, pois 
os investimentos desse fundo não previam qualquer favorecimento à expansão do EJA 
(HADDAD, 2000). 
11 
 
 
Um problema que permaneceu, desde esse período, é que a EJA é vista ou associada a 
um Ensino Noturno de segunda linha, de caráter complementar e compensatório, onde 
absorve adultos que não conseguiram concluir seus ensinos na idade ideal ou foram 
reprovados, e alguns são tidos até como fracasso escolar. Com tudo isso e a falta de incentivo 
político, por muito tempo a educação viu a paralisação em suas modalidades 
tecnopedagógicas e baixos investimentos na EJA (Ribeiro, 2001). 
A luta para melhor manter a EJA então ficou por conta do profissional da educação. E 
através deles, nela foram realizados passos importantes na direção de um novo conceito da 
Educação de Jovens e Adultos, principalmente nas áreas sociais e de uma educação 
igualitária. 
Em 2008, a EJA, passou a fazer parte das Leis das Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB) e ficou reconhecida como de Direito Público. E o parecer CNE CEB 11/2000, 
inclusive trata de esclarecer que a Educação de Jovens e Adultos, não é uma forma de suprir a 
educação perdida e sim uma nova educação. Sobre a LDB, a Lei nº 9.394, Haddad afirma, que 
essa lei “dedica a essa educação de jovens e adultos uma seção curta e pouco inovadora”. 
Embora essas legislações tenham se mantido assistencialistas e bem populistas, com 
caráter compensatório, mas de uma forma ou de outra, essa nova configuração de educação 
passou a ser realizada de forma mais aceitável do que a posição marginal que ocupava 
anteriormente. 
Houve assim o surgimento de financiamento de vários programas para implementar 
projetos cujo objetivo maior era alfabetizar com ajuda principalmente de movimentos da 
sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa. O PAS - Programa de Alfabetização 
Solidária foi um desses programas, em 1990 ele deu uma grande contribuição à alfabetização, 
porém as gestões governamentais e organizações trabalharam focando no público jovem das 
periferias urbanas primeiro, para depois atingir outros públicos. 
Esse movimento de ensino passa a valorizar o aluno e seus conhecimentos prévios, 
assim ele consegue acesso a novos conhecimentos. Aparece aqui a conscientização dos 
indivíduos e, aos poucos, a valorização da sua autoestima. A EJA passa a ser valorizada, 
deixando de ser apenas assistencialista, para que os alunos entendessem que a escola é um 
lugar de preparo social. 
Os programas também passaram a se preocupar com as questões físicas dos 
indivíduos, como no caso dos alunos da EJA menos assistidos, os que exerciam normalmente 
trabalhos extenuantes e árduos que cansados, tinham muitas dificuldades na aprendizagem 
como também provocava a evasão escolar na EJA. 
12 
 
 
É daí que vem a proposta de atendimento diferenciado dos indivíduos, preocupando-se 
com cada um e com as mudanças sociais positivas que esses projetos oferecem. 
Ainda hoje as propostas de desenvolvimentoda EJA, dependem de ações 
governamentais mais contemporâneas, observamos o caso no governo Lula, onde foi criado o 
Programa Brasil Alfabetizado em que, através das ações de sua pasta, o Ministro da educação 
contribuiu muito para diminuir o analfabetismo no Brasil. 
O programa foi criado por um Decreto nº 6093 de 24 de abril de 2007, e seu objetivo 
era a universalização da alfabetização de Jovens e Adultos, a partir dos 15 anos ou mais e foi 
realmente uma conquista porque ele passou a financiar a EJA que a vinha sendo sempre 
precária e esquecida por parte do governo. 
Felizmente os Estados seguiram esse exemplo, como o Governo da Bahia que lançou o 
TOPA - Todos Pela Alfabetização, cujo objetivo era alfabetizar um milhão de baianos até o 
ano de 2010, que o próprio senso do Programa Brasil Alfabetizado percebeu um grande 
progresso na alfabetização no Estado e municípios. A formação continuada para educadores 
também é um dos focos destes programas voltados para a EJA. 
Esses programas levaram os educadores a estabelecer com a sociedade uma relação 
profissional e afetiva, e assim desenvolver um trabalho muito mais próximo da realidade de 
cada aluno. 
A Educação de Jovens e Adultos teve outra grande conquista quando, foi incluído no 
fundo do Desenvolvimento da Educação Básica o FUNDEB, que havia substituído o Fundo 
de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério o 
FUNDEF, pois ele ajudou muito nas questões básicas, como reservar recursos para EJA, 
mesmo que eles ainda sejam menores que as outras modalidades. 
Mas a Educação Popular não deixou de estar presente na Educação de Jovens e 
Adultos no Brasil, foi uma luta do povo, uma educação participativa através dos movimentos 
populares, isto é, foi muito importante para sociedade civil, e marcaram a história da educação 
brasileira. Foram nesses momentos, que se geraram novas concepções sócio pedagógicas para 
EJA. 
 
2.3 A EJA depois da LDB (Lei 9394/96) 
 
A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino, sendo ela 
ofertada tanto presencial, como a distância (EAD), com o objetivo principal de democratizar o 
ensino da rede pública no Brasil. É um ensino para aqueles que não frequentaram a escola 
13 
 
 
regular, no tempo adequado por algum motivo. Elas têm uma sabedoria adquirida na vida ou 
como diz Rubem Alves (2014, p 01) “[…] mais rico interiormente e, ficando mais rico 
interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão pela qual 
vivemos”. Eles têm cultura própria. Segundo Lopes e Sousa, (2011, p 02) os alunos olham o 
mundo com olhos de ver. 
É preciso que a sociedade compreenda que o professor da EJA deve ser especial, capaz 
de identificar o potencial de cada aluno, e é importante o seu bom perfil na realização do 
sucesso da aprendizagem do aluno adulto. Gomes, nesse sentido, lembra que, a Educação de 
Jovens e Adultos ainda hoje é confundida por muitos alunos e até mesmo professores com o 
antigo Ensino Supletivo, onde este significava aligeirar ou compensar os anos de estudo 
perdidos, e o termo educação é mais profundo, indicando um desenvolvimento completo do 
ser humano. (GOMES, 2011, p 08). 
Portanto, torna-se essencial que o professor compreenda o aluno e a realidade 
vivenciada por ele. Conhecer que esse aluno pode crescer pessoal e profissionalmente, assim, 
é papel do professor, especialmente do professor que atua na EJA, compreender melhor o 
aluno e sua realidade diária. Enfim, é acreditar nas possibilidades do ser humano, buscando 
seu crescimento pessoal e profissional para que de fato, exista a realização efetiva da inclusão. 
Em outras palavras, destacam Oliveira et al. (2012) “a educação de adultos possibilita 
uma aprendizagem significativa, para uma participação ativa no mundo letrado”. 
Compreende-se que a “aprendizagem significativa está intimamente ligada a qualidade do 
ensino-aprendizagem, que se mede, pela aquisição ou não, pelos discentes, das ferramentas 
que permitem interferir e transformar a realidade”. Uma educação multicultural, uma 
educação que desenvolve o conhecimento e a integração na diversidade cultural, onde os 
educadores precisam fazer o diagnóstico histórico-econômico do grupo ou comunidade onde 
irão trabalhar e estabelecer um canal de comunicação entre o saber técnico (erudito) e o saber 
popular. 
E para concluir segundo Paulo Freire (2014) enfatiza com critérios que são necessários 
ao seu entender “saberes que me parecem indispensáveis à prática docente de educadoras ou 
educadores críticos, progressistas, alguns deles são igualmente necessários a educadores 
conservadores” e ele continua „São saberes demandados pela prática educativa em si mesma, 
qualquer que seja a opção política do educador ou educadora”. (FREIRE, 2014, p.23) 
 
 
 
14 
 
 
3. CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO 
 
3.1. ASPECTOS MATERIAIS, FÍSICOS E SOCIOECONÔMICOS DA ESCOLA. 
 
A escola onde realizei o estágio supervisionado III é a Escola de Ensino Fundamental 
21 de Dezembro, situada na rua Francisco Ferraz, localizada no centro de Ararendá-CE. 
 A mesma contém uma estrutura física de: 
 10 salas de aula; 
 1 sala de diretoria; 
 1 sala de professores; 
 1 laboratório de informática; 
 1 sala de recursos multifuncionais; 
 1 quadra de esporte descoberta; 
 1 cozinha; 
 1biblioteca; 
 1 sala de secretaria; 
 1 dispensa; 
 1 almoxarifado; 
 1pátio descoberto 
A escola conta com um total de 46 funcionários divididos em funções específicas, cada 
um desempenha sua função de maneira responsável, visando um atendimento de qualidade 
para os discentes. 
Os equipamentos disponíveis para subsidiar as atividades pedagógicas são: 
 TV; 
 DVD; 
 Copiadora; 
 Impressora; 
 Aparelho de som; 
 Projetor multimídia (data show) 
A escola possui estrutura material e física de acordo com as normas do ministério da 
educação, assim atende de maneira satisfatória todos os indivíduos que ali frequentam. 
 
 
15 
 
 
3.2 CORPO DISCENTE: EXPECTATIVAS E POSSIBILIDADES DE 
APRENDIZAGEM. 
 
A sala de EJA estagiada é composta por 15 alunos, esses por serem adultos não 
alfabetizados, tem sede de adentrar nesse mundo do letramento, querendo conquistar espaços 
que muitas vezes lhes foram negados e precisam de estímulos para poder continuar. 
A aprendizagem muitas vezes é complexa, e requer muito mais do educador, 
compreender a realidade diária, acreditando em sua capacidade, respeitando o tempo do 
educando e motivando os mesmos, além de desenvolver na prática educacional uma 
Pedagogia que estimule e motive os alunos a aprender. 
Atualmente, vive-se um período de pandemia, motivo pelo qual as aulas presenciais 
foram suspensas dando lugar a um novo jeito de estudar, as aulas remotas. 
Esse novo modelo de ensino é um tanto desafiador para essa turma, pois lidar com a 
tecnologia ainda é um pouco difícil para alguns, no entanto o retorno da aprendizagem tem 
sido possível por meios de WhatsApp e pela plataforma de ensino da escola. 
Os alunos são acompanhados virtualmente, onde aprendem os conteúdos por meios de 
vídeos e são repassadas todas as orientações para a execução das atividades sugeridas. 
É um desafio sério lidar com esses alunos que tem experiências de vida, um vasto 
conhecimento do mundo, como dizia Freire, mas não encontra um trabalho na 
sociedade escolarizada. Alguns saíram da rua para as instituições assistenciais, ou 
destas para a rua; muito são jovens trabalhadores, alguns são donas de – casa e mães 
de família; outras empregadas domésticas ou desempregadas crônicas como 
desenvolver um trabalho educacional inteligente e capaz com um aluno alunado tão 
heterogêneo, sofrido, às vezes, desconfiado e desencantado? (CARVALHO, 2005, p. 
125) 
 
Com base nessa realidade podemos refletir sobre vários aspectos que envolvem a 
docência nessa modalidadede ensino permeada por desafios e perspectivas a educadores que 
assumem a responsabilidade de atuação na educação de jovens e adultos. 
 
3.3. CORPO DOCENTE: FORMAÇÃO, PLANEJAMENTO, AVALIAÇÃO E 
CONCEPÇÕES. 
 
A professora da sala estagiada chama-se Rayane, traz em sua formação Licenciatura 
em Matemática pelo IFCE- Campus Crateús, está fazendo graduação em libras pela FMB e 
Pós-graduação em Ensino de Ciências da Natureza e Matemática pelo IFCE- campus Crateús. 
Compreende-se que a área pedagógica da escola ressalta o alto grau de interesse dos 
profissionais da instituição, todos os professores são capacitados e participam ativamente de 
16 
 
 
formações continuadas, promovidas pela secretária de Educação Municipal. 
Vale ressaltar a pontualidade nos planejamentos, coletivos e reuniões, além disso, 
disso, também se destacam pela criatividade capacidade de desenvolver um excelente 
trabalho, até mesmo quando os recursos materiais oferecidos pela escola são insuficientes. 
Os efeitos do período de escolarização dependerão, portanto, entre outros fatores, da 
figura do professor, do tipo de prática pedagógica realizada por ele e das 
experiências proporcionadas pela Escola. Qualquer trabalho desenvolvido deixará 
marcas no indivíduo. Portanto, é preciso que nós professores, prestemos atenção à 
nossa postura e a qualidade da escolarização que oferecemos a nossos alunos. 
(REGO, 2004, p 17) 
 
O autor nos convida a refletir sobre o papel do professor e suas contribuições no 
processo de formação de seus alunos, entre vários fatores que influenciam essa formação, 
verifica-se tratar de uma influência marcante nesse processo, e por isso é preciso que este 
profissional esteja atento ás suas ações. 
É importante acrescentar que em virtude do atual momento de pandemia, os coletivos 
são feitos virtualmente, para o alinhamento dos conteúdos e atividades que serão 
desenvolvidas. 
Cabe considerar que, atuar na EJA exige do profissional uma atuação mediadora do 
saber, estimulando através do diálogo a construção do conhecimento e o enriquecimento das 
aulas. 
É necessária grande capacidade do educador para atuar com esse grupo, é preciso ir 
bem além da simples tarefa de ensinar a ler e escrever, é preciso capacitação aliar a teoria 
aprendida á pratica. 
Portanto, a sociedade hoje precisa de cidadãos com formação para exercer a plena 
cidadania. A escola é um dos principais locais para que a formação aconteça por isso à 
qualificação de todos que realizam esse processo é indispensável. 
 
3.4.DIREÇÃO E EQUIPE TÉCNICA: ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES E SEU 
PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO. 
 
A atuação da equipe administrativa não se limita apenas no âmbito admirativo, ela tem 
um papel fundamental e indispensável no aspecto pedagógico, isso é importante que tenha um 
grande alinhamento entre todos, para que assim possam ser traçados estratégias para o 
melhoramento e alcance de todos os objetivos da escola, e a equipe administrativa deve fazer 
parte de forma intensa dentro desse processo. 
A equipe pedagógica e o professor precisam estar bem articulados para alcançar os 
17 
 
 
objetivos de aprendizagem, para isso é preciso muita organização e orientação. 
Realizar uma boa formação pedagógica de acordo com as necessidades do grupo é 
muito importante. 
O projeto político pedagógico (PPP) trata-se de um documento que possui a 
contextualização da escola, conta a análise situacional, o papel da escola na formação do 
cidadão e os fundamentos éticos-políticos. 
O PPP apresenta boa consonância com a BNCC, pois podemos perceber que as 
competências estão bem definidas dentro das propostas apresentadas no PPP. Podemos ver 
que muitas competências como habilidades e desenvolvimento dos alunos nas dimensões 
social, intelectual, cultural e outras são bem inter-relacionadas entre o PPP e a BNCC. 
No projeto político pedagógico da escola campo, pude perceber que a instituição tem 
como missão melhorar qualitativamente o ensino para a formação de cidadãos críticos e 
atuantes na sociedade, assim como, assegurar aos alunos um aprendizado significativo, 
servindo de alicerce para uma sociedade mais imparcial, fraterna e igualitária. 
 
4. EXPERIÊNCIAS DOCENTES 
 
Este estágio me permitiu a oportunidade de observar a atuar na docência no processo 
de ensino da educação de jovens e adultos (EJA). Durante o mesmo, tive oportunidade de 
enriquecer meu aprendizado, pois vivenciei situações onde o professor precisa estar ativo, 
pois as aulas remotas oportunizaram essa experiência, que foi de total enriquecimento para 
nós, consegui ver na prática o que aprendi na teoria. Aprendi muito com a professora, onde 
ouvi conselhos, dicas e experiências. 
No decorrer do estágio pude perceber o carinho e afetividade que norteiam meu 
trabalho, onde constatei também a importância de se pôr em prática o que aprendemos na 
teoria. 
É importante a prática e observância do estágio supervisionado, pois é mediante ele 
que muitos conhecimentos foram analisados e reformulados a fim de elaborar novas 
experiências para enfrentar os desafios da realidade de um educador. 
O estágio observacional foi realizado no período de 24 a 28 de agosto, onde pude 
concluir que é uma experiência diferenciada, pois são alunos de EJA e de certa forma o 
professor precisa apresentar uma postura diferenciada. 
A regência ocorreu nos dias 14 a 18 de setembro. Segundo Freire (1996, p. 43) “ é 
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima 
18 
 
 
prática‟‟. Dessa forma esses momentos servem de reflexão para nosso futuro exercício da 
profissão 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conclui ao final deste relatório de estágio supervisionado de Educação de Jovens e 
Adultos que por meio da pesquisa percebemos os aspectos para a formação do futuro 
educador e o desenvolvimento de práticas nessa modalidade de ensino tão cheia de 
particularidades. 
O ensinar e aprender envolvem um processo coletivo de trocas de experiências, aí já 
demonstra não só na teoria, mas na prática que é possível mudar os números sociais do nosso 
país através da Educação, proporcionando a transformação do cidadão no seu exercício 
pessoal. 
O educador deve auxiliar na reinserção do educando no sistema formal de ensino e por 
isso deve conhecer as normas e leis que são elaboradas para essa modalidade, assim o 
professor necessita de uma visão ampla direcionada a desenvolver a integração e o 
conhecimento a partir da diversidade cultural e da heterogeneidade dos alunos com os quais 
atua. 
A EJA é um processo contínuo que tem início na transformação e que avança durante 
o desenvolvimento de suas atividades, tratando-se, portanto, de uma formação considerada 
permanente. 
A modalidade merece respeito, seus educandos devem ser honrados por ter 
principalmente em seu meio pessoas idosas, trabalhadores desfavorecidos por algum motivo 
social, familiar ou financeiro, que desestruturou o caminhar na escola desse cidadão, essa 
defasagem precisa ser corrigida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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XIX, n 169, p. 16 jan./fev.2004 
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6. ANEXOS

Outros materiais