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Universidade Paulista Jacqueline Silva RA: 1502822 Análise Crítica Supervisor(a) Acadêmico(a) Assinatura e carimbo Supervisor(a) de Campo Assinatura e carimbo ARAGUARI/MG 2022 Diante das demandas frente ao trabalho das Assistentes Sociais no “Plantão Social” no qual fui estagiária do Curso de Serviço Social, pude identificar várias expressões da questão social, porém a vulnerabilidade social ligada ao desemprego se faz como ponto de destaque nos atendimentos. Percebe-se, que a vulnerabilidade social está diretamente ligada a situação de fragilidade socioeconômica dos indivíduos que acessam de forma extremamente limitada ou vivenciam a ausência total de bens e serviços que deveriam a princípio, estar à disposição de todo cidadão por força da ação do Estado. O novo padrão de desenvolvimento, assim como abriu muitas oportunidades em vários setores da economia, também fechou muitos postos de trabalho deixando os grupos de baixa renda fragilizados. Porém, a partir do enfoque da vulnerabilidade estes grupos poderiam impulsionar a política pública e posicionar-se da melhor maneira frente a este padrão vigente. A vulnerabilidade social é o resultado dos impactos negativos (desemprego é o maior) provocados pela nova economia e expressa a incapacidade dos grupos mais fracos da sociedade para enfrentá-los, neutralizá-los e obter benefícios deles. Frequentemente identificamos a condição de pobreza (falta de dinheiro) com vulnerabilidade. Mas, isto não é bem assim. Um empregado urbano está numa situação mais vulnerável comparando-o com um campesino que vive da agricultura familiar, com uma renda semelhante. Se compararmos as condições de vida, vemos que os campesinos sofrem menos com programas de ajuste econômico e aos golpes de natureza macroeconômica. Portanto, as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza (recebem menos de um salário mínimo per capita), não estão qualificadas, necessariamente como vulneráveis, porém se enquadram como tais por sua localização geográfica. Pode-se afirmar então, que os trabalhadores urbanos, ao depender basicamente da renda proveniente do emprego e mais expostos às regras impostas pelo padrão vigente, se encontram mais vulneráveis socialmente. Dentro desse contexto podemos destacar a falta de mão de obra qualificada pois o emprego moderno nas grandes empresas se restringe a pessoas com formação altamente qualificada, as demais oportunidades se reduzem aos ramos de baixa produtividade nas pequenas e micro empresas, que normalmente oferecem salários baixos e se caracterizam pela precariedade, é possível constatar um estreito vínculo entre a vulnerabilidade social e o desemprego. http://www.ihu.unisinos.br/579927 http://www.ihu.unisinos.br/579927 http://www.ihu.unisinos.br/608904 http://www.ihu.unisinos.br/608904 Com a gênese do neoliberalismo e da reestruturação produtiva ocorreram diversas transformações no âmbito do trabalho, assim como novas formas de organização que foram responsáveis por inúmeras transformações para a sociedade. O desemprego e a precarização aumentaram demasiadamente, o que fez expandir ainda mais práticas totalmente precárias de trabalho. Além disso, a terceirização fez com que os salários se tornassem mais baixos, da mesma maneira que os direitos sociais se tornaram cada vez mais focalizados (ANTUNES, 2001) Com a desestruturação do mercado de trabalho atingindo também trabalhadores que anteriormente seriam considerados incluídos, surge a necessidade de superação das dicotomias: ricos e pobres, incluídos e excluídos. Nesse sentido, o termo vulnerabilidade social surge como uma análise inovadora na medida em que abarca situações intermediárias de riscos, frente ao desemprego, a precariedade do trabalho, à pobreza e à falta de proteção social. Acrescenta ainda caráter dinâmico aos estudos de desigualdade, ao propor zonas de vulnerabilidade, que vão desde os setores mais marginalizados e excluídos até setores médios que buscam manter seu padrão de inserção e bem-estar, como forma de proteção as ameaças de precarização do mercado de trabalho (Castel, 1998). Para tanto o desemprego para o Assistente Social é posto como demanda nos serviços e programas sociais, por meio dos quais o Estado busca minimizar os impactos na vida dos usuários. Nesse cenário além da busca pela efetivação dos direitos, é necessário que os profissionais usem os espaços de atuação para defesa dos direitos sociais e para a luta contra o desemprego e a exclusão social. Referências bibliográficas https://cee.fiocruz.br/?q=node/1366 CASTEL, R. In: As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. 19 Petrópolis/Rio de Janeiro: Vozes, 1998, 20 p. ANTUNES, Ricardo. Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In: GENTILI, Pablo e FRIGOTTO, Gaudêncio (orgs). A Cidadania Negada: Políticas de. Exclusão na Educação e no Trabalho. São Paulo: Cortez, 2001 http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_47_art_6.pdf https://cee.fiocruz.br/?q=node/1366
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