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579314109-Escatologia-4

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EA
D
4
Destinação Final
1. OBJETIVOS
•	 Compreender	os	termos	da	doutrina	sobre	a	Escatologia.
•	 Analisar	as	imagens	e	os	símbolos	usados	para	represen-
tar	o	inferno	e	o	purgatório.
•	 Interpretar	as	questões	abertas	e	as	questões	de	fronteira	
da	Escatologia.
2. CONTEÚDOS
•	 Céu.
•	 Inferno.
•	 Purgatório.
•	 Limbo.
© Escatologia94
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Sugerimos	que	você	leia	no	Compêndio	do	Catecismo	da	
Igreja	Católica,	São	Paulo:	Loyola,	2005,	os	números	rela-
cionados	aos	seguintes	temas:	Céu,	Inferno,	Purgatório.
2)	 Procure	 também	 ler	 também	 no	 Catecismo	 da	 Igreja	
Católica	 sobre	 cremação	 e	 suicídio,	 utilizando	o	 índice	
remissivo.
3)	 Nem	tudo	o	que	se	diz	sobre	as	realidades	escatológicas	
pertencem	ao	ensino	oficial	da	Igreja	católica.	Todavia,	
você	pode	fazer	uma	enquete	para	saber	que	conceitos	
as	pessoas	têm	sobre	esta	realidade.	
4)	 Leia,	na	Bíblia	Sagrada,	os	capítulos	5	a	7	de	São	Mateus	
e	 procure	 entender	 o	 significado	 dado	 por	 Jesus,	 aos	
seus	seguidores,	às	realidades	escatológicas.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na	unidade	anterior,	vimos	os	conteúdos	de	morte,	de	res-
surreição	e	de	vida	eterna.	Nesta	unidade,	estudaremos	as	desti-
nações	finais:	Céu,	Inferno	e	Purgatório.
As	dúvidas	e	as	especulações	sobre	a	destinação	final	eterna	
e	a	possibilidade	de	uma	destinação	provisória	ou	temporária	po-
voam	as	mentes,	e	a	maioria	das	pessoas	tem	uma	opinião	e	uma	
interpretação	a	dar	sobre	essa	temática.	A	doutrina	firma	suas	ba-
ses	na	Revelação	bíblica	e	na	interpretação	magisterial.	A	Teologia	
estimula	essa	reflexão	e	suscita	novas	linguagens	para	o	conteúdo,	
que	é	sempre	o	mesmo,	mas	que,	às	vezes,	é	edulcorado	com	cer-
to	teor	de	mitos	e	de	simbologias	que	carecem	de	atualizações.
O	Céu	e	o	Inferno,	bem	como	o	Purgatório	e	o	Limbo,	fazem	
parte	do	imaginário	religioso	dos	cristãos	que,	não	raro,	condicio-
nam	sua	prática	devocional	e	sua	inserção	comunitária	à	interpre-
95© Destinação Final
tação	feita	desses	conteúdos.	É	necessário	sobriedade	e	coragem	
para	ir	ao	encontro	desse	conteúdo	epistemológico,	que	é	o	redu-
to	último	da	liberdade	humana	que	será	decifrado	pelo	amor.
5. CÉU
A	vida	requer	plenitude.	A	opção	por	ela	não	pode	ser	frus-
trada	em	uma	condição	menor	que	a	de	perfeição.	Assim,	 inde-
pendentemente	das	elucubrações	e	dos	arrazoados	preferidos,	o	
alcance	vitorioso	do	Cristo	faz	que	a	noção	de	céu	seja	amplamen-
te	aceita	e,	no	cristianismo,	certa.
A	condição	de	Céu	não	significa	"alcançar	o	Céu".	Há	de	ser	
superada	essa	visão	candidamente	catequética,	mas	que	apresen-
ta	o	Além	em	configurações	semelhantes	ao	Aquém.	"O	Céu	é	a	
comunidade	bem-aventurada	de	todos	os	que	estão	incorporados	
a	Ele"	(CaIC	1026).
No Antigo Testamento
A	literatura	bíblica	é	pródiga	nas	narrativas	que	remetem	ao	
conceito	de	felicidade	eterna:	o	Céu.	Para	elucidar	temas	metafí-
sicos	e,	por	isso,	abstratos,	na	Sagrada	Escritura,	muitas	figuras	de	
linguagem	são	utilizadas.	O	leitor,	portanto,	deve	levar	em	consi-
deração	os	gêneros	literários	próprios	de	cada	tempo	e	hagiógrafo	
para,	 então,	 alcançar	a	 intenção	do	autor.	 É	 assim	que	ensina	o	
Magistério	da	Igreja:
Para	 descobrir	 a	 intenção	 dos	 hagiógrafos,	 devem	 ser	 tidos	 em	
conta,	 entre	outras	 coisas,	 os	 gêneros	 literários	 [...].	 Com	efeito,	
para	entender	retamente	o	que	o	autor	sagrado	quis	afirmar,	deve	
atender-se	convenientemente,	quer	aos	modos	nativos	de	sentir,	
dizer	ou	narrar	em	uso	nos	tempos	do	hagiógrafo,	quer	àqueles	que	
costumavam	empregar-se	nas	relações	entre	os	homens	de	então	
(Dei	Verbum	12).
Ora,	qual	o	sentido	 literal	de	um	escrito,	muitas	vezes	não	é	 tão	
claro	nas	palavras	dos	antigos	orientais	como	nos	escritores	do	nos-
so	 tempo.	O	que	eles	queriam	significar	 com	as	palavras	não	 se	
pode	determinar	só	pelas	regras	da	gramática	e	da	filologia,	nem	só	
© Escatologia96
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
pelo	contexto;	o	intérprete	deve	transportar-se	com	o	pensamen-
to	àqueles	antigos	tempos	do	Oriente,	e	com	o	auxílio	da	história,	
da	arqueologia;	etnologia	e	outras	ciências,	examinar	e	distinguir	
claramente	que	gêneros	literários	quiseram	empregar	e	emprega-
ram	de	fato	os	escritores	daquelas	épocas	remotas	(Divino	Afflante	
Spiritu	20).
O	Antigo	Testamento	apresenta	o	Céu	por	meio	de	várias	fi-
guras,	mas	a	ideia	é	impressa	na	palavra	"paraíso".	O	Paraíso,	no	
Antigo	Testamento,	é	descrito	por	imagens	de	bem-estar,	de	paz,	
de	felicidade	e	de	harmonia	entre	os	seres.	Entre	as	mais	claras	e	
recorrentes,	estão:
•	 Jardim:	Gn	2;	Is	11,1-9;	Ez	28,11-13;	47,1-12.
•	 Campo	fecundo:	Am	9,13-14.
•	 Colheita	abundante:	Os	2,23-24.
Dessas	imagens,	emerge	o	conceito	de	felicidade	eterna	na	
qual	 todas	as	 lutas	e	todos	os	desafios	enfrentados	na	vida,	por	
amor	a	Deus	e	por	testemunhar	fidelidade	a	Ele,	são	recompensa-
dos,	e	o	bem	feito	é	retribuído.
No	Antigo	Testamento,	essa	felicidade	era	exemplificada	por	
meio	de	situações	presentes	no	cotidiano,	situações	de	bem-estar	
e	de	ausência	de	necessidades.	Assim,	feliz	é	quem	tem	o	que	co-
mer	(cf.	Dt	8,10),	quem	tem	amigos	e	bons	relacionamentos	(cf.	Sl	
133	(132),1;	1Sm	19,4),	quem	tem	um	bom	cônjuge	(cf.	Pr	31,18;	
1Sm	1,8).	A	felicidade	também	pode	emergir	de	uma	boa	notícia	
ou	 de	 uma	 conversa	 agradável	 (cf.	 Pr	 15,30;	 1Rs	 12,7).	 Todavia,	
para	o	pensamento	veterotestamentário,	a	verdadeira	 felicidade	
é	estar	na	terra	prometida	por	Deus	e	habitar	na	casa	de	Deus	(cf.	
Sl	84(83).	Assim,	felicidade	está	associada	à	bênção.	É	um	dom	de	
Deus.
No Novo Testamento
No	Novo	Testamento,	a	palavra	"paraíso"	aparece	somente	
três	vezes,	mas	o	conceito	de	Céu	é	aprofundado:
97© Destinação Final
•	 Lc 23,43:	"Respondeu-lhe:	Eu	te	asseguro	que	hoje	esta-
rás	comigo	no	paraíso".
•	 2Cor 12,4:	 "Foi	 arrebatada	 ao	 paraíso	 e	 ouviu	 palavras	
inefáveis,	que	nenhum	homem	pode	pronunciar".
•	 Ap 2,7:	"[...]	Ao	vencedor	permitirei	comer	da	árvore	da	
vida	que	está	no	paraíso	de	Deus".
O	 pensamento	 sobre	 o	 Céu	 do	Novo	 Testamento,	 como	 a	
condição	de	eterna	felicidade,	aprofunda	e	amadurece	a	reflexão	
judaica,	mas	recebe,	agora,	novos	aportes.	Feliz	é	quem	contem-
pla	as	maravilhas	do	Senhor	e	é	objeto	de	seu	favor	(cf	Lc	1,48).	
Ter	fé	é	garantia	de	felicidade,	ainda	que	subjetiva	e,	por	vezes,	pa-
radoxal,	pois	a	fé	é	a	certeza	da	presença	de	Deus,	também,	e	es-
pecialmente,	em	momentos	de	contradição	(cf.	Lc	1,45;	Jo	20,29).
Jesus	revoluciona	o	conceito	de	felicidade	depondo	o	pen-
samento	tradicional	que	a	vinculava	à	satisfação	dos	desejos	hu-
manos.	Ele	 inverte	essa	perspectiva	tradicional	e	aponta	para	"a	
verdadeira	felicidade",	que	é	estar	em	comunhão	com	Deus,	va-
lorizando,	assim,	a	mansidão,	a	fortaleza,	a	pobreza	e	a	paz.	Essa	
felicidade	cristã	vem	do	convite	de	Cristo	para	a	participação	da	
"ceia	das	núpcias	do	Cordeiro"	(Ap	19,9)	–	o	encontro	final	e	deci-
sivo	com	Deus.
Na	apresentação	das	bem-aventuranças,	 Jesus	põe	em	 re-
levo	a	felicidade	de	se	fazer	o	bem	mesmo	que	essa	opção	traga	
sofrimentos	e	dificuldades,	porque	a	verdadeira	felicidade	começa	
aqui,	mas	plenifica-se	no	encontro	com	Deus,	na	eternidade.	Em	
Lc	7,20-26,	 Jesus	mostra	que	quem	é	solidário	 faz	a	experiência	
autêntica	de	 felicidade.	 Fazendo	eco	 às	 Suas	palavras:	 "Há	mais	
felicidade	em	dar	que	em	receber"	(At	21,36).
Foi	sobre	o	monte	que	Deus	falou	a	Moisés	e	que	apresen-
tou	as	balizas	que	assegurariam	o	reto	caminho	para	seu	povo	(cf.	
Ex	19,20).	 É	de	 cima	do	monte	que	 Jesus	 fala	 às	pessoas	que	o	
seguem	e	lhes	apresenta	o	modo	novo	de	viver	a	Lei	(cf.	Mt	5-7).
© Escatologia98
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Jesus	começa	listando	as	bem-aventuranças	e	demonstran-
do	o	porquê	de	cada	uma	delas.
Desse	modo,	 bem-aventurança	 é	 constatação.	 Jesus	 apre-
senta	 aos	 seus	 ouvintes	 a	 condição	 defelicidade	 que	muitos	 já	
vivenciavam.	 Se	 ser	 feliz	 é	 desejo,	 Jesus	mostra	 que	 também	 é	
empenho.	Felicidade	é	produto	de	escolhas	acertadas,	mas	nem	
sempre	fáceis.	O	estado	de	bem-aventurança	apresentado	por	Je-
sus	é	paradoxal,	pois	é	um	ganho	que	aparentemente	é	carência;	
os	felizes,	os	bem-aventurados	que	escutavam,	sabiam	muito	bem	
o	quanto	custava	 lutar	pelo	que	criam	e,	assim,	 conquistar	esse	
estado	de	vida.	Muitos	eram	os	que	imaginavam	que	felicidade	e	
bem-aventurança	fossem	ausências	de	desafios	e	de	sofrimentos.	
Jesus	deixa	claro	que	não.	A	verdadeira	felicidade	constatada	por	
Jesus	tem	aquele	que	não	vive	só	para	si	nem	só	para	o	hoje.	Daí	
que	bem-aventurança	é,	nesse	discurso,	 constatação	de	modelo	
de	vida,	mas	ainda	não	é	só	isto.
Bem-aventurança	 é,	 também,	 elogio.	 Publicamente,	 Jesus	
aponta	situações	do	cotidiano	vividas	por	alguns	de	seus	ouvintes,	
muitas	vezes,	anonimamente.	No	entanto,	Deus,	que	tudo	conhe-
ce,	elogia	a	vida	pautada	em	bons	valores.	Bem-aventurança,	por-
tanto,	é	elogio,	mas	não	é	o	aspecto	mais	importante	nem	a	maior	
motivação	do	discurso	de	Jesus.
Bem-aventurança	é	promessa	e	garantia.	Sem	impor	a	ideia	
de	 justiça	 retributiva,	 Jesus	declara	a	 importância	dos	atos	e	de	
suas	consequências	apresentando,	antecipadamente,	que	a	con-
dição	pessoal	futura	não	é	dada	nem	imposta,	mas	é	assegurada	
pelo	 bem	praticado	 no	 cotidiano.	 Jesus	 assegura	 essa	 realidade	
eterna	e,	assim,	de	forma	positiva,	elogia	os	que	 já	vivem	dessa	
forma	e	incentiva	os	hesitantes	a	tomar	a	direção	certa.
Mais	do	que	um	presente,	a	bem-aventurança	eterna	é	uma	
consequência	do	esforço	humano	e	da	graça	de	Deus.
Jesus,	em	seus	discursos,	com	frequência	utilizou	de	parábo-
las	a	fim	de	ilustrar	temas	complexos,	como	a	misericórdia	de	Deus	
99© Destinação Final
pela	parábola	do	filho	pródigo	(Lc	15,11)	ou	a	dos	vinhateiros	ho-
micidas	(Lc	20,9),	fazendo	alusão	ao	que	lhe	haveria	de	acontecer.	
Mesmo	no	Livro	dos	Salmos	já	se	falava	do	Messias,	dizendo	que	
abriria	seus	lábios	para	falar	em	parábolas.
Dentre	os	vários	grupos	de	parábolas,	um,	de	modo	especial,	
é	mais	recorrente:	é	o	grupo	que	aborda	o	tema	do	Reino	de	Deus.	
Fazer	uma	explicação	que	seja	capaz	de	tornar	compreensível	uma	
realidade	metafísica	 para	 interlocutores	 que	 formam	 um	 grupo	
heterogêneo	é	desafiador.	 Jesus	supera	a	dificuldade	falando	do	
mesmo	tema	em	sucessivos	discursos	e	por	parábolas.
Para	seus	ouvintes	mercadores,	 Jesus	propõe	as	parábolas	
da	pérola	e	do	tesouro	escondido;	aos	que	trabalhavam	no	campo,	
ele	apresenta	as	parábolas	do	 semeador	e	do	 joio;	para	os	mo-
radores	das	cidades,	ele	compara	o	Reino	de	Deus	à	semente	de	
mostarda	que	se	torna	a	árvore	utilizada	na	arborização	das	ruas;	
para	os	pescadores,	a	parábola	da	rede;	e	para	as	mulheres,	fala	
do	reino	comparando-o	ao	fermento	que	elas	viam	fazer	crescer	a	
massa	do	pão	cotidiano.
Todas	essas	parábolas	estão	em	Mt	13	e	abordam	o	mesmo	
tema,	mas	a	sabedoria	de	 Jesus	 faz	que	ele	não	se	repita	e	que	
se	ajuste	aos	seus	ouvintes,	fazendo	que	haja	uma	conexão	e	um	
nexo	íntimo	entre	as	parábolas	a	ponto	de	elas	se	complementa-
rem,	dando,	cada	uma	delas,	um	novo	jato	de	luz	sobre	essa	reali-
dade	tão	transcendente.
A	conclusão	é	sempre	a	mesma:	o	Reino	de	Deus	é	uma	reali-
dade	tão	superior	e	desejável	que	quem	souber	compreendê-la	há	
de	sacrificar	todas	as	outras	realidades,	mesmo	as	lícitas,	a	fim	de	
conquistar	a	possibilidade	de	ser	incluído	entre	os	que	farão	parte	
desse	Reino.
Para	compreender	a	abordagem	de	Jesus	sobre	o	Reino	de	
Deus,	 é	preciso	 ter	 clara	a	dialética	que	há	entre	as	 coisas	que,	
desde	agora,	apontam	para	a	presença	do	Reino	na	história	e	na	
© Escatologia100
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
tensão	com	as	realidades	que	ainda	não	se	manifestaram,	pois	não	
são	deste	mundo.	O	Reino	de	Deus	é	para	já,	mas	ainda	não.
No Magistério da Igreja
A	 Igreja	 ensina	 que	 Céu	 é	 estado	 de	 felicidade	 perfeita	 e	
eterna	reservada	àqueles	que	viveram	na	amizade	de	Deus,	que	
testemunharam	com	fidelidade	Seu	nome	e	que	morreram	em	es-
tado	de	graça.
No	entanto,	por	"Céu"	entende-se	o	estado	de	felicidade	su-
prema	e	definitiva.	Os	que	morrem	na	graça	de	Deus	e	que	não	
têm	necessidade	de	ulterior	purificação	são	reunidos	em	torno	de	
Jesus	e	de	Maria,	dos	anjos	e	dos	santos.	Formam,	assim,	a	Igreja	
do	Céu,	em	que	eles	veem	a	Deus	"face	a	face"	(1Cor	13,12),	vivem	
em	comunhão	de	amor	com	a	Santíssima	Trindade	e	intercedem	
por	nós	(CNBB,	2005,	p.	71).
No	Catecismo	da	Igreja	Católica,	o	Magistério	declara:
Com	nossa	autoridade	apostólica	definimos	que,	segundo	a	dispo-
sição	geral	de	Deus,	as	almas	de	todos	os	santos	mortos	antes	da	
Paixão	de	Cristo	 [...]	e	de	todos	os	outros	 fiéis	mortos	depois	de	
receberem	o	santo	Batismo	de	Cristo,	nos	quais	não	houve	nada	
a	purificar	quando	morreram,	[...]	ou	ainda,	se	houve	ou	há	algo	a	
purificar,	quando,	depois	da	sua	morte,	tiverem	acabado	de	fazê-lo,	
[...]	antes	mesmo	da	ressurreição	nos	seus	corpos	e	do	juízo	geral,	
e	isto	desde	a	ascensão	do	Senhor	e	Salvador	Jesus	Cristo	ao	céu,	
estiveram,	estão	e	estarão	no	Céu,	no	Reino	dos	Céus	e	no	paraí-
so	celeste	com	Cristo,	admitidos	na	sociedade	dos	santos	e	anjos.	
Desde	a	paixão	e	morte	do	Nosso	Senhor	Jesus	Cristo,	viram	e	veem	
a	essência	divina	com	uma	visão	intuitiva	e	até	face	a	face,	sem	a	
mediação	de	nenhuma	criatura	(CaIC	1023).
6. INFERNO
Na	vida,	pode	o	ser	humano	fazer	a	opção	contrária	a	Cristo,	
ele	pode	mesmo	se	esclerosar	nesse	"não"	a	ponto	de	negar	sua	
própria	vida.	Essa	postura	em	vida	acarreta,	consequentemente,	o	
afastamento	de	Deus	na	eternidade.	Não	que	essa	distância	resul-
101© Destinação Final
te	de	uma	justiça	vindicativa,	mas	é	a	condição	de	escolha	renova-
da	do	homem	ao	longo	da	existência.	Quem	fez	uma	opção	e	nela	
pontuou	sua	vida,	excluindo,	assim,	a	outra	alternativa	não	 terá	
condições	humanas	de	desfazer	esse	querer.	A	essa	escolha	abso-
luta	para	a	morte	negando	o	Cristo-vida,	Karl	Rahner	apud	Färber	
(2009,	p.	66)	chama	de	"suicídio	antropológico".
"O	ensinamento	da	Igreja	afirma	a	existência	e	a	eternidade	
do	inferno",	diz	o	Catecismo	da	Igreja	Católica	(CaIC	1035);	toda-
via,	não	é	Deus	quem	predestina	alguém	para	essa	condição,	mas	
as	opções	contrárias	a	Deus,	que	são	afirmadas	de	modo	absoluto	
na	morte.	Quem	teve,	nesta	vida,	aversão	por	Deus	não	viverá	com	
Ele	na	eternidade	(cf.	CaIC	1037).
Evolução do conceito de Inferno do AT para o NT
O	quinto	mandamento	é	 tácito	ao	afirmar:	 "Não	matarás"	
(cf.	Ex	20,13).	A	morte	não	foi	criada	por	Deus	nem	Ele	se	alegra	
com	ela.	Mesmo	assim,	muitas	vezes,	esse	tema	aparece	na	Sagra-
da	Escritura,	seja	por	leis	sociais	que	aceitam	a	prática	da	morte	
do	inimigo,	seja	em	sacrifícios	humanos	devotados	aos	deuses	pa-
gãos:	Melcom,	Baal,	Camos,	Moloc	etc.	Por	tais	episódios	serem	
apresentados	na	Bíblia,	não	representam	que	o	pensamento	bíbli-
co	e,	por	conseguinte,	o	próprio	Deus,	o	aceite.
A	 Lei	 é	 clara	e	 veemente	no	 tocante	aos	 sacrifícios	huma-
nos.	É	uma	abominação!	Assim,	em	Lv	18,21;	20,1-5,	é	afirmado	
que	nem	israelitas	nem	estrangeiros	em	solo	israelita	terão	a	apro-
vação	para	 sacrificar	 humanos	 aos	 deuses.	 Isto	 é	 execrado	pelo	
código	hebreu	(cf.	Dt	12,31;	18,10).	Apesar	da	Lei,	o	texto	bíblico	
notifica	a	prática	de	sacrifícios	de	crianças	(2Rs	16,3;	21,6;	23,10)	
em	"queimadores"	conhecidos	pelo	nome	de	tofet	(cf.	Is	30,33;	Jr	
7,31;	19,5s;	32,35;	Ez	16,26).
O	tofet	mais	conhecido	se	situava	em	Jerusalém,	no	"Vale	de	
Ennon",	em	grego	gue	(vale,	terra)	+	Ennon	(nome	do	proprietá-
rio)	que	originam	o	termo	geena.	Com	o	passar	dos	séculos,	esse	
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local	deixou	de	ser	o	palco	desses	horrendos	ritos	e	cedeu	lugar	
a	um	depósito	de	 lixo	a	 céu	aberto.	Não	apenas	os	detritos	e	o	
lixo	comuns	eram	depositados	ali,	mas	também	os	cadáveres	de	
criminosos	em	algumas	circunstâncias.	Dadas	às	condiçõesinsalu-
bres	decorrentes	dessa	realidade,	a	população	passou	a	atear	fogo	
nesse	monturo	e,	devido	ao	acúmulo	de	combustíveis,	o	fogo	ali	
era	incessante,	seja	em	forma	de	labaredas	ou	de	pequenos	focos	
fumegantes	só	percebidos	pela	fumaça.
O	horror	que	o	povo	hebreu	tinha	aos	sacrifícios	humanos,	
especialmente	aos	que	queimavam	crianças,	aliado	à	vala	que	ser-
via	de	depósito	de	lixo	e	de	cadáveres,	fez	que	se	desenvolvesse	a	
ideia	de	um	lugar	de	fogo,	um	local	tenebroso,	um	lugar	maldito	
reservado	para	o	castigo	dos	maus	e,	portanto,	um	lugar	longe	de	
Deus.
Essa	imagem	será	utilizada	por	Jesus	em	Mt	18,9b:	"Melhor	
é	que	entres	com	um	só	olho	para	a	vida	do	que,	tendo	os	dois,	
seres	atirado	na	Geena	do	fogo";	e	por	João	Batista	em	Mt	3,12:	"A	
pá	está	na	sua	mão,	vai	limpar	sua	eira	e	recolher	seu	trigo	no	ce-
leiro;	mas	quanto	à	palha,	vai	queimá-la	num	fogo	inextinguível".
Várias	citações	apresentam	a	situação	da	distância	de	Deus	
e	da	reprovação	vinculada	à	realidade	da	geena,	o	lugar	de	fogo	
inextinguível	e	de	vermes:
1)	 Is 66,24:	"Eles	sairão	para	ver	os	cadáveres	dos	homens	
que	se	rebelaram	contra	mim,	porque	o	seu	verme	não	
morrerá	e	o	seu	fogo	não	se	apagará".
2)	 Jt 16,17:	"Ai	das	nações	que	se	levantarem	contra	minha	
raça!	O	Senhor	Todo-poderoso	as	punirá	no	dia	do	juízo.	
Porá	fogo	e	vermes	em	suas	carnes,	e	chorarão	de	dor	
eternamente".
3)	 Eclo 7,17:	"Humilha-te	profundamente,	porque	a	puni-
ção	do	ímpio	é	o	fogo	e	o	verme".
4)	 Sl 21(20),10:	"Deles	fará	uma	fornalha	no	dia	da	tua	face;	
Iahweh	os	engolirá	em	sua	ira,	um	fogo	os	devorará".
103© Destinação Final
5)	 Sf 1,18b:	"No	dia	da	cólera	de	 Iahweh,	no	fogo	de	seu	
zele	toda	a	terra	será	devorada".
Uma	tradição	antiga	apresenta	que	Judas	Iscariotes,	tentan-
do	dissolver	o	pacto	feito	com	os	chefes	dos	sacerdotes,	devolveu	
as	moedas	pelas	quais	entregou	Jesus	(cf.	Mt	27,8).	Essas	moedas	
teriam	sido	utilizadas	para	adquirir	um	terreno	chamado	"campo	
de	sangue",	em	aramaico	Haqueldama	ou	hacéldama	(cf.	At	1,19)	
que,	por	sua	vez,	localiza-se	no	Vale	de	Ennon	–	segundo	notas	da	
Bíblia	de	Jerusalém.
Muitas	 são	as	 citações	 em	que	 são	apresentados	os	 sacri-
fícios	 humanos,	mas	 todos	 são	 reprovados.	 Assim	 foi	 com	o	 rei	
de	Moab,	que	 sacrificou	 seu	 filho	em	honra	ao	deus	Camos	 (cf.	
2Rs	3,27);	com	Hiel	de	Betel,	que	sacrificou	dois	filhos	em	honra	a	
Baal	(cf	1Rs	16,34;	Js	6,26);	e	a	reprovação	explícita	de	Iahweh	ao	
próprio	rei	Salomão,	que	permitiu	essas	práticas	em	Israel	(cf.	1	Rs	
11,7).
Dessa	maneira,	Iahweh	põe-se	contra	todo	tipo	de	violação	
à	vida,	mas	nem	sempre	o	povo	entendeu	que	esta	é	a	vontade	
de	Deus.	De	modo	especial,	parece	que,	no	início	da	formação	do	
povo	de	Israel,	a	população	era	proveniente	de	grupos	tribais	di-
versos	que,	apesar	de	ter	aderido	ao	Deus	único,	Iahweh,	traziam	
as	marcas	dos	ritos	e	da	cultura	pagã	que	outrora	professaram	(Jz	
11,29-40).	Entretanto,	a	denúncia	formal	e	a	reprovação	que	põem	
ponto	final	a	tais	deformações	religiosas	acontecem	em	Gn	22,	em	
que	o	ícone	da	obediência	da	fé,	Abraão,	é	impedido	por	Deus	de	
sacrificar	seu	filho.	Esse	evento	marcará	o	início	do	rito	expresso	
pelo	sacrifício	do	cordeiro	que,	por	sua	vez,	é	a	imagem	de	Jesus	
Cristo	que	se	entrega,	voluntariamente,	como	vítima	expiatória.
O	inferno,	ainda	que	seja	apresentado	por	meio	de	analogias	
e	de	símbolos,	demonstra	a	condição	radical	de	separação	entre	
Deus	e	o	homem.	Essa	separação	absoluta	é	de	um	horror	 inex-
primível	em	linguagem	humana	e,	por	isso,	intraduzível	de	outra	
forma	que	não	seja	a	simbólica.
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Vejamos	o	que	nos	diz	o	CaIC	1035:
O	 ensinamento	 da	 Igreja	 afirma	 a	 existência	 e	 a	 eternidade	 do	
inferno.	As	almas	que	morrem	em	estado	de	pecado	mortal	des-
cem	imediatamente	depois	da	morte	aos	infernos,	onde	sofrem	as	
penas	do	inferno,	"o	fogo	do	inferno".	A	pena	principal	do	inferno	
consiste	na	separação	eterna	de	Deus,	o	Único	em	que	o	homem	
pode	 ter	a	vida	e	a	 felicidade	para	as	quais	 foi	 criado	e	às	quais	
aspira.
7. PURGATÓRIO
Duas	são	as	possibilidades	de	vida	na	eternidade:	com	Deus	
ou	sem	ele,	ou	seja,	Céu	ou	 Inferno.	Apesar	disso,	a	Escatologia	
contempla	e	faz	o	diagnóstico	da	condição	de	Purgatório.
O	Magistério,	no	Catecismo	da	Igreja	Católica,	assim	se	pro-
nuncia	a	esse	respeito:
•	 Não	é	condição	definitiva	e	é	para	os	que	se	salvam:	"Os	
que	morrem	na	graça	e	na	amizade	com	Deus,	mas	não	es-
tão	completamente	purificados,	embora	tenham	garantida	
a	sua	salvação	eterna,	passam,	após	sua	morte,	por	uma	
purificação,	a	fim	de	obterem	a	santidade	necessária	para	
entrarem	na	alegria	do	Céu"	(CaIC	1030).
•	 Não	é	castigo.	"A	Igreja	denomina	Purgatório	esta	purifi-
cação	final	dos	eleitos,	que	é	completamente	distinta	do	
castigo	dos	condenados"	(CaIC	1031).
•	 Fundamenta-se	 na	 leitura	 bíblica.	 Esse	 ensinamento	 se	
apoia,	 também,	na	prática	de	oração	pelos	defuntos	da	
qual	a	Sagrada	Escritura	fala	(2Mc	1,46):	"Eis	porque	ele	
[Judas	Macabeu]	mandou	oferecer	esse	sacrifício	expia-
tório	pelos	que	haviam	morrido,	afim	de	que	fossem	ab-
solvidos	do	seu	pecado"	(cf.	CaIC	1032).
A	Teologia reflete	sobre	o	dado	epistemológico	do	Purgató-
rio	e	propõe	uma	nova	hermenêutica	e	uma	nova	linguagem	para	
os	dias	atuais:
105© Destinação Final
O	 juízo	 de	Deus	 é	 sempre	 purificador.	O	 purgatório	 é	 esse	 juízo	
encontrando-nos	ao	longo	da	vida	e	no	momento	da	morte.	Juízo	
que	nos	faz	transparente	a	nossa	história,	num	misto	de	dor	e	de	
alegria,	de	sofrimento	e	de	esperança	[...].	Do	juízo	de	Deus	e	do	
purgatório	vale	a	dialética	fundamental	da	realidade	escatológica:	
continuidade	e	ruptura,	já	e	ainda	não.	Assim	os	juízos	e	as	purifica-
ções	acontecidas	na	terra	já	são	o	juízo	de	Deus	e	o	purgatório.	Há	
uma	continuidade.	Mas	também	ainda	não	o	são	(LIBÂNIO,	1985,	
p.	244-245).
O	purgatório	não	é	um	lugar	para	o	qual	vamos.	A	eternidade	é	um	
outro	modo	de	ser,	onde	tempo	e	lugar	são	abolidos.	Purgatório	é	
uma	situação	humana.	Consideramos	já	a	morte	como	momento	de	
cisão	entre	o	tempo	e	a	eternidade	e	simultaneamente	o	lugar	privi-
legiado	da	decisão	derradeira	e	definitiva	da	vida		(BOFF,	1993,	p.	61).
8. LIMBO
No	século	11,	Santo	Anselmo	apresentou	uma	tese	sobre	a	
condição	eterna	das	crianças	que	morrem	sem	o	Batismo,	na	qual,	
segundo	ele:	"Acentuou	que	o	pecado	original	não	é	um	ato	explí-
cito	e	culposo	da	criança,	mas	consiste	na	privação	dos	dons	origi-
nais,	privação	que	torna	a	criança	destoante	do	ideal	que	Deus	lhe	
traçou"	(ANSELMO	apud BETTENCOURT,	[s/d],	p.	82).
O	Magistério	da	Igreja	jamais	definiu	essa	tese	como	artigo	
de	fé	e,	por	isso,	não	é	contemplada	no	Catecismo	da	Igreja	Cató-
lica;	apesar	disso,	foi	forjada	no	imaginário	religioso	popular	por	
meio	dos	sermões	e	das	pregações	à	existência	dessa	condição.
No	ano	2007,	mais	precisamente	em	21	de	abril,	a	Comis-
são	Teológica	Internacional	apresentou	um	documento	sobre	essa	
questão	aberta,	que	esclarece	e	dirime	as	dúvidas.	É	o	que	segue:
COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL DIVULGA 
DOCUMENTO SOBRE CRIANÇAS QUE MORREM SEM O 
BATISMO –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Cidade do Vaticano, 21 abr (RV) – As crianças que morrem sem ser batizadas, 
vão para o céu: essa é a conclusão da Comissão Teológica Internacional, em 
seu documento "A esperança da salvação para as crianças que morrem sem o 
Batismo".
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A Comissão publicou o texto no qual esclarece o conceito, até então em vigor, 
de que as crianças mortas não batizadas vão para o "limbo". "Uma visão exces-
sivamente restrita da salvação" – lê-se no documento, divulgado pela agência 
norte-americana, "Catholic News Service". 
O secretário-geral da Comissão Teológica Internacional, Pe. Luis Ladaria, expli-
cou, numa entrevista à Rádio Vaticano quais as razões para essa mudança de 
conceito.
Em primeiro lugar, vem a misericórdia infinita de Deus, que quer que todos oshomens sejam salvos; a mediação única e universal de Cristo, vindo ao mundo 
para salvar os homens. Depois, Jesus mostrou-se especialmente próximo às 
crianças, com uma particular predileção.
O sacerdote explicou que o conceito de "limbo" era usado popularmente e teolo-
gicamente, para não ter que dizer que uma criança morta sem ser batizada iria 
para o inferno. 
O conceito não é mencionado no Catecismo da Igreja Católica, e isso significa 
uma mudança de mentalidade teológica em relação aos séculos passados. O 
tema, em estudos desde 2004, foi indicado, segundo o secretário-geral da Co-
missão, pelo papa Bento XVI, quando ainda cardeal Joseph Ratzinger (disponí-
vel em: <www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=129612>. Acesso em: 27 jun 
2012).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	a	seguir,	as	questões	propostas	para	verificar	seu	de-
sempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Confronte	os	conceitos	de	Céu,	Inferno	e Purgatório	que	você	encontrou	no	
Catecismo da Igreja Católica	com	os	que	estudou	nesta	unidade.
2)	 O	conceito	de	"limbo"	não	faz	parte	nem	da	doutrina	da	Igreja	católica	nem	da	
teologia	atual.	De	acordo	com	o	que	você	estudou	nesta	unidade,	como	expli-
car	a	uma	mãe	a	destinação	eterna	de	um	filho	que	morreu	sem	o	batismo?	
3)	 Que	argumentos	você	usaria	com	uma	pessoa	que	afirma	serem	"lugares	da	
eternidade	o	Céu,	o	Inferno	e	o	Purgatório"?
4)	 Reflita	e	justifique	a	seguinte	afirmação:	"Céu	e	Inferno	são	situações	defini-
tivas,	enquanto	a	de	Purgatório	é	sempre	provisória".
10. CONSIDERAÇÕES 
No	início	desta	unidade,	você	foi	indagado	sobre	as	destina-
ções	finais:	Céu,	Inferno	e	Purgatório.
107© Destinação Final
Na	Unidade	5,	estudaremos	as	dimensões	coletivas	e	cósmi-
cas	da	questão	escatológica.
Esperamos	por	você!
11. E-REFERÊNCIA 
Site pesquisado
ACIDIGITAL.	Comissão Teológica Internacional: Destino das crianças que morrem sem 
batizar é o Céu. Disponível	 em:	 <http://www.acidigital.com/noticia.php?id=9767>.	
Acesso	em:	15	maio	2012.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTENCOURT,	E.	Curso de Escatologia.	Escola	Mater	Ecclesiae.	Rio	de	Janeiro:	Última	
Cor,	[s/d].
BLANK,	R.	Escatologia da pessoa.	São	Paulo:	Paulus,	2003.
______.	Escatologia do mundo:	o	projeto	cósmico	de	Deus.	São	Paulo:	Paulus,	2002.
______.	Nosso mundo tem futuro.	Paulinas:	São	Paulo,	1993.
______.	Nossa vida tem futuro.	São	Paulo:	Paulinas,	1991.
BOFF,	L.	Vida para além da morte.	Petrópolis:	Vozes,	1993.
CNBB.	Compêndio	do	Catecismo	da	Igreja	Católica	nº	209.	CNBB.	São	Paulo:	Loyola,	2005.
FÄRBER,	S.	S.	Morte na Teologia e na Literatura.	Porto	Alegre:	Pallotti,	2009.
LIBÂNIO,	J.	B.;	BINGEMER,	M.	C.	Escatologia cristã:	o	novo	Céu	e	a	nova	Terra.	Petrópolis,	
1985.
QUEIRUGA,	A.	T.	Repensar a ressurreição:	a	diferença	cristã	na	continuidade	das	religiões	
e	da	cultura.	São	Paulo:	Paulinas,	2004.
RAHNER,	K.	Curso fundamental da fé.	São	Paulo:	Paulinas,	1989.
SCHNEIDER,	T.	(Org.)	Manual de Dogmática.	Petrópolis:	Vozes,	2000.	v.	2.
SUSIN,	L.	C.	Assim na Terra como no Céu.	Petrópolis:	Vozes,	1995.
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