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Eclesiologia e Direito Canonico

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Prévia do material em texto

ECLESIOLOGIA 
E DIREITO 
CANÔNICO
Professor Dr. André Phillipe Pereira
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; PEREIRA, André Phillipe. 
 
 Eclesiologia e Direito Canônico. André Phillipe Pereira.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 168 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Teologia. 2. Catolicismo. 3. Eclesiologia. 4. Canônico. 5. EaD. 
I. Título.
ISBN 978-85-459-1247-7
CDD - 22 ed. 207
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Roney de Carvalho Luiz
Designer Educacional
Nayara Garcia Valenciano
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Victor Augusto Thomazini
Qualidade Textual
Érica Fernanda Ortega
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
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RR
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Professor Dr. André Phillipe Pereira
Doutor em Teologia pela PUCRIO. Mestre em Teologia pela PUCPR, conclusão 
em 2013. Especialista em Educação de História e Geografia pelo CEUCLAR, 
conclusão em 2014. Especialista em Espiritualidade pela FAVI, conclusão em 
2012. Graduação em Licenciatura em Filosofia pela Faculdade Padre João 
Bagozzi, conclusão em 2012. Graduação em Teologia pela PUCPR, conclusão 
em 2011.
Para mais detalhes e informações, acesse: http://buscatextual.cnpq.br/
buscatextual/visualizacv.do?id=K4495979T3 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), estamos iniciando nosso estudo sobre as disciplinas de eclesiologia, a 
ciência que estuda sobre a Igreja, e de direito canônico.
Este estudo vai iniciar apresentando a origem da Igreja, não pensando apenas na insti-
tuição física ou visível da Igreja, mas da Igreja que transcende nossa percepção, pois, as-
sim como o Verbo se fez Carne, mas não se reduziu à Carne, a Igreja que está no mundo 
é visível, porém não se reduz a essa visibilidade, mas a transcende. A Igreja é reflexo da 
trindade no mundo, ela se origina na Santíssima Trindade, a comunica plena de amor e 
está no mundo fisicamente, mas em rumo para o retorno a Trindade, do mesmo modo 
como o Verbo.
A Igreja estando no mundo é plenificada na Encarnação, vida e no Mistério Pascal de 
Cristo, ou seja, é o Próprio Salvador que plenifica sua Igreja e a sustenta. A Igreja está 
presente no mundo desde sua origem, mas é manifestada apenas no Pentecostes; as-
sim, não podemos afirmar que a Igreja inicia em Pentecostes, mas é manifestada pelo 
Espírito Santo, bem como sua missão no mundo.
A Igreja sendo originada no seio Trinitário ela só pode ser Una, Santa, Católica e Apostó-
lica, expressando assim que é una como Deus é Um, Santa à imagem de Deus, Católica, 
pois é para todas as pessoas assim como a Encarnação foi para todos e Apostólica, pois 
continua a obra de Cristo no mundo.
Ainda tendo sua origem na Trindade, a Igreja é também corpo de Cristo, ou seja, está 
plenamente unida a Cristo, e Ele é sua cabeça. Dessa maneira, assim como Cristo é a Luz 
que não tem ocaso, o Concílio Vaticano II definiu a Igreja como Luz dos povos, uma vez 
que ela está plenamente unida a Cristo.
Sabemos então a origem da Igreja e já podemos intuir sua missão no mundo: o anúncio 
do evangelho. Contudo, como nós, Filhos de Deus, estamos no mundo mas não somos 
do mundo, porém precisamos viver de acordo com as leis da sociedade na qual estamos 
inseridos, a Igreja da mesma maneira não é do mundo, mas sendo física e visível está 
inserida em um contexto social e, para realizar a missão que recebeu de Cristo, sua cabe-
ça, precisa de regras e normas que não discordem do Evangelho, mas que sirvam para 
colaborar em tão grande missão no mundo, assim nasce o Código do Direito Canônico.
O Códigodo Direito Canônico é um compêndio de regras que ajudam a regulamentar 
a ação da Igreja do mundo. A missão da Igreja é desenvolvida por nós seres humanos e 
faz parte de nossa vida o seguimento de regras para evitar abusos e confusão. Assim, a 
Igreja, Corpo de Cristo, tenta corajosamente ao longo de séculos anunciar o Evangelho 
da forma mais genuína possível, buscando não esquecer que toda sua Luz e vitalidade 
vem de Cristo. É certo que em momentos da história a Igreja viveu tempos obscuros, 
parecendo que força do ser humano prevaleceu, mas não podemos negar que a Igreja 
se fez presente em todos os momentos da história apresentando ao mundo a Cruz de 
Cristo e anunciando a Salvação que provém apenas dEle. Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
ECLESIOLOGIA E DIREITO CANÔNICO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ORIGEM DA IGREJA
15 Introdução
16 A Igreja no Antigo Testamento 
20 A Igreja no Novo Testamento 
24 Origem e Natureza da Igreja 
26 A Unidade e a Santidade da Igreja 
33 A Catolicidade e a Apostolicidade da Igreja 
38 Considerações Finais 
44 Referências 
45 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE II
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA ECLESIOLOGIA
49 Introdução
50 A Eclesiologia no Período Patrístico 
54 A Igreja no Período Escolástico 
57 A Eclesiologia do Concílio de Trento 
62 A Eclesiologia no Concílio Vaticano I 
65 A Eclesiologia no Concílio Vaticano II 
69 Considerações Finais 
77 Referências 
78 Gabarito 
UNIDADE III
A ECLESIOLOGIA DO SÉCULO XX
81 Introdução
82 A Definição de Igreja na Encíclica Mystici Corporis Christi de Pio XII 
87 Os Membros do Corpo Místico na Encíclica Mystici Corporis Christi de Pio XII 
92 As Três Principais Noções de Igreja na Lumen Gentium 
101 O Povo de Deus a Partir do Concílio Vaticano II 
107 Considerações Finais 
114 Referências 
116 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE IV
DIREITO CANÔNICO E A IGREJA
119 Introdução
120 Introdução ao Direito Canônico 
125 Os Fiéis e o Direito 
128 Obrigações e Direitos dos Fiéis 
131 Os Clérigos e o Direito 
134 Considerações Finais 
141 Referências 
142 Gabarito 
UNIDADE V
DIREITO CANÔNICO E A ESTRUTURAÇÃO HIERÁRQUICA DA IGREJA
145 Introdução
146 A Suprema Autoridade da Igreja na Eclesiologia Conciliar 
150 As Igrejas Particulares 
153 A Organização Interna das Igrejas Particulares 
156 Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica 
160 Considerações Finais 
166 Referências 
167 Gabarito 
168 CONCLUSÃO
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Professor Dr. André Phillipe Pereira
ORIGEM DA IGREJA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar a Igreja no Antigo Testamento.
 ■ Conceituar a Igreja no Novo Testamento.
 ■ Conhecer a origem e a natureza da Igreja.
 ■ Conceituar Igreja.
 ■ Analisar as notas da Igreja.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A Igreja no Antigo Testamento 
 ■ A Igreja no Novo Testamento
 ■ Origem e natureza da Igreja
 ■ A Unidade e a Santidade da Igreja
 ■ A Catolicidade e a Apostolicidade da Igreja
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade trataremos da origem da Igreja e suas notas 
constitutivas. Veremos, no entanto, que a Igreja é mais do que uma simples ins-
tituição, a Igreja é um reflexo da Trindade no mundo, vem da Trindade e ruma 
para a Trindade. Nessa perspectiva, temos a concepção de uma Igreja perfeita, 
em Deus, que é refletida no mundo para contribuir ou, ainda, ajudar no pro-
jeto de salvação.
Essa Igreja nasce no seio da Trindade, mas é dada ao mundo: em Abraão, 
Deus convoca a Igreja e esta é preparada na História do Povo de Israel. Sabemos 
que a grande Missão do povo de Israel é guardar e propagar a fé em um único 
Deus. Deus que será plenamente revelado no evento Cristo. Ele é quem revela 
O reino de Deus a todos os homens, por isso, nEle também temos a plenifica-
ção da Igreja. Portanto, a Igreja que começa em Israel é instituída em Cristo 
quando Ele reúne seus discípulos em uma comunidade, para continuar sua obra 
na terra. Essa reunião acontece com o chamado dos doze apóstolos tendo um 
como chefe visível: Pedro.
Ao mesmo tempo que a Igreja é plenificada em Cristo, é só na ação do Espírito 
de Deus em Pentecostes que ela é manifestada, ou seja, sua missão começa a ser 
desenvolvida no mundo, tornando-se participação histórica na unidade trinitá-
ria. Quando refletimos a Igreja como uma participação trinitária na história da 
humanidade, mencionamos as quatro notas constitutivas da Igreja: Uma, Santa, 
Católica e Apostólica. Vale a pena lembrar que o nome “Romana”, não seria uma 
nota que constitui a Igreja, apenas a Igreja é Romana, pois sua sede, o Vaticano, 
é construído sobre o túmulo do principal Apóstolo: Pedro.
As quatro notas apresentam a Igreja na sua totalidade enquanto desejo de Deus 
de uma unidade fruto de sua santidade. A missão da Igreja em sua catolicidade 
de apresentar ao mundo todo a Boa Nova sem esquecer de sua Apostolicidade 
expressando sua missão de continuar no mundo a Obra de Cristo.
Introdução
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ORIGEM DA IGREJA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A IGREJA NO ANTIGO TESTAMENTO
Caro(a) aluno(a), estamos começando nosso estudo sobre a Igreja. Para fazer-
mos uma boa caminhada em relação à compreensão dela, este item quer situar 
a Igreja no Antigo Testamento. É evidente para nós cristãos, sobretudo os cató-
licos, que a Igreja é um reflexo da Trindade no mundo, ou seja, a Igreja existe já 
no seio da Trindade que é comunhão. Assim, temos a concepção de uma Igreja 
perfeita, em Deus, que é refletida no mundo para contribuir ou, ainda, ajudar 
no projeto de salvação.
Caros(as) estudantes, neste primeiro ponto, veremos a fundamentação da 
Igreja no Antigo Testamento e esta é uma tarefa um tanto árdua, pois entende-
mos o Antigo Testamento como uma preparação para o Novo Testamento, ou 
podemos dizer como os padres da Igreja: no Antigo Testamento encontramos 
prefigurações do Novo testamento. Assim, a Igreja é preparada na História do 
Povo do Israel, plenificada no mundo em Cristo e manifestada pelo Espírito 
Santo em Pentecostes.
A IGREJA PREPARADA NO POVO DE ISRAEL
A Igreja vem da Trindade, a vontade de salvação de Deus Pai, a missão do Filho 
e a obra de santificação do Espírito Santo constroem a Igreja como um Mistério, 
uma verdadeira obra de Deus em nosso meio. Sendo um reflexo trinitário no 
mundo o Concílio Vaticano II afirma Eclesia ab Abel, ou seja, a Igreja preparada 
A Igreja no Antigo Testamento
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desde todos os tempos, reunida em Cristo, a Palavra encarnada e animada pelo 
Espírito Santo, sendo constituída como um verdadeiro ícone trinitário no mundo, 
em sua unicidade e em sua pluralidade, em reflexo trinitário no mundo.
Ao tentarmos fundamentar a Igreja no Antigo Testamento, começamos 
por compreender que a Igreja é prefigurada e preparada no povo de Israel. O 
Catecismo da Igreja Católica (1983) afirma no parágrafo 759:
O Pai eterno, por libérrimo e arcano desígnio de sua sabedoria e bon-
dade, criou todo o universo; decidiu elevar os homens à comunhão 
da vida divina, à qual chama todos os homens em seu Filho: Todos os 
que crêem em Cristo, o Pai quis chamá-los a formarem a santa Igreja. 
Esta família de Deus se constitui e se realiza gradualmente ao longo das 
etapas da história humana, segundo as disposições do Pai. Com efeito, 
desde a origem do mundo a Igreja foi prefigurada. Foi admiravelmente 
preparada na história do povo de Israel e na antiga aliança. Foi fundada 
nos últimos tempos. Foi manifestada pela efusão do Espírito. E no fim 
dos tempos será gloriosamente consumada.
E ainda afirma no parágrafo seguinte:
O mundo foicriado em vista da Igreja, diziam os cristãos dos primei-
ros tempos. Deus criou o mundo em vista da comunhão com sua vida 
divina, comunhão esta que se realiza pela convocação dos homens em 
Cristo, e esta convocação é a Igreja. A Igreja é a finalidade de todas as 
coisas, e as próprias vicissitudes dolorosas, como a queda dos anjos e o 
pecado do homem, só foram permitidas por Deus como ocasião e meio 
para desdobrar toda a força de seu braço, toda a medida de amor que 
Ele queria dar ao mundo: Assim como a vontade de Deus é um ato e se 
chama mundo, assim também sua intenção é a salvação dos homens e 
se chama Igreja (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 1983, Pará-
grafo 760).
Dessa maneira, percebemos que a reunião do povo de Deus inicia no exato 
momento em que o pecado acaba com a maravilhosa comunhão dos seres huma-
nos com Deus e, como consequência, destrói também a comunhão dos seres 
humanos entre si. 
A Consciência da própria pecaminosidade faz com que a reação instin-
tiva do homem, diante da presença de Deus, seja, não a de aproximação 
confiante, mas a de fuga. Tal reação se produz tanto em escala coletiva 
quando individual. O povo inteiro se recusa a continuar a voz de Javé, 
pois, “qual o mortal como nós que ouviu a voz do Deus vivo (...) e ficou 
com vida? (Dt 5,26)” (RUIZ de la PEÑA, 1997, 40).
ORIGEM DA IGREJA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Ao convocar a Igreja, Deus reage mediante à desordem provocada pelo pecado, 
e como Deus sempre age em nós, essa reunião se dá no seio de um povo, Israel. 
Gn 12,1-3: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e di-
rige-te à terra que te indicarei! 2Eis que farei de ti um grande povo: Eu 
te abençoarei, engrandecerei teu nome; serás tu uma bênção! 3Abenço-
arei os que te abençoarem, amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar. Por 
teu intermédio abençoarei todos os povos sobre a face da terra!”
É em Abraão que Deus inicia a preparação da plena reunião do Povo de Deus: 
“Eis que farei de ti um grande povo: Eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; 
serás tu uma bênção!” (Gn 12,2), em relação a isso, o Concílio Vaticano II afirma 
que a Igreja foi: “admiravelmente preparada na história do Povo de Israel e na 
Antiga Aliança” (LUMEN GENTIUM 2) 
A Igreja sabendo de seu início já no Povo de Israel, ela conserva par-
te integrante e insubstituível em sua liturgia, que é a expressão de sua 
doutrina, alguns elementos do culto da Antiga Aliança como: a Leitura 
do Antigo Testamento, a oração dos Salmos e sobretudo a memória dos 
eventos salvadores.
O povo nascido da descendência de Abraão é o depositário da promessa feita aos 
patriarcas, é o povo eleito chamado a preparar o congraçamento, um dia em que 
todos os filhos de Deus, crentes ou pagãos, serão reunidos na Igreja.
Assim, temos uma preparação imediata com a eleição de Israel como povo 
escolhido, devendo ser um sinal do congraçamento futuro de todas as nações, 
pois para Deus a aliança é para sempre, nunca deixando de amar. No entanto, 
Israel não cumpriu com sua missão sendo denunciada já pelos profetas, como 
notamos em Isaías “Como se transformou em prostituta a cidade infiel?” (1, 21) 
e ainda em Jeremias “Como a mulher que trai o seu companheiro, assim vós me 
traístes, casa de Israel” (3, 20)
Ao longo de sua história, apesar dos seus erros, Israel ajudado pelos profetas 
vai descobrindo que o amor de Deus por eles é a razão, a única, de sua escolha. E 
esse amor vai ser plenificado na encarnação do seu Filho, o Verbo eterno do Pai, 
que agiu na criação e agora agirá plenamente na salvação. Conforme observamos 
no evangelho segundo São João: “Deus amou tanto o mundo, que entregou seu 
Filho único” (3, 16), deixando a Igreja como continuadora de sua missão salvífica.
A Igreja no Antigo Testamento
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A encarnação do Filho de Deus à terra é um acontecimento grandioso, acon-
tecimento esse que Deus quis prepará-lo durante a história do Povo de Israel. 
Assim, os ritos, figuras e símbolos da Primeira Aliança, todos esses elementos 
convergem para Cristo.
Deus não quer salvar Israel apenas da condenação física como durante a escravi-
dão no Egito (cf. Dt 5, 6). Deus quer fazer a ação completa, salvando-os também 
dos seus pecados. Assim, ao longo de sua história Deus vai cultivando em seus 
corações que a salvação está na invocação do Nome do Salvador
Cristo vem da tradução grega do termo hebraico ‘Messias’, que quer dizer 
‘ungido’. Só se torna nome próprio de Jesus porque Ele cumpre perfeita-
mente a missão divina que tal nome significa. Era o caso dos reis, dos sa-
cerdotes e, em raros casos, dos profetas. Este devia ser, por excelência, o 
caso do Messias, que Deus enviaria para estabelecer definitivamente o seu 
Reino. O Messias devia ser ungido pelo Espírito do Senhor, ao mesmo tempo 
como rei e sacerdote mas também como profeta. Jesus realizou a expecta-
tiva messiânica de Israel na sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei.
O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como sendo o do Mes-
sias prometido a Israel cf. Lc 2, 11. José foi convidado por Deus a ‘levar para 
sua casa Maria, sua esposa’, grávida dAquele que nela ‘foi gerado pelo poder 
do Espírito Santo’ (Mt 1, 20), para que Jesus, ‘chamado Cristo’, nascesse da 
esposa de José, na descendência messiânica de Davi (Mt 1, 16)
Fonte: Catecismo da Igreja Católica (1983, par:436-437).
A Palavra Igreja significa convocação, designa a assembleia daqueles que a 
Palavra de Deus convoca para formarem o povo de Deus e que, alimentados 
pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo de Cristo. 
(Catecismo da Igreja Católica)
ORIGEM DA IGREJA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Por meio dos profetas, Deus forma seu povo na esperança da salva-
ção, na expectativa de uma Aliança nova e eterna destinada a todos 
os homens, e que será impressa nos corações. Os profetas anunciam 
uma redenção radical do Povo de Deus, a purificação de todas as suas 
infidelidades, uma salvação que incluirá todas as nações. Serão sobre-
tudo os pobres e os humildes do Senhor os portadores desta esperança. 
As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana, 
Judite e Ester mantiveram viva a esperança da salvação de Israel. Delas 
todas, a figura mais pura é a de Maria (CATECISMO DA IGREJA CA-
TÓLICA, 1983, parágrafo 64).
 A preparação longínqua da reunião do Povo de Deus começa então com Abraão, 
ao qual Deus prometeu a paternidade de um grande povo. Em Israel, eleito, é 
iniciada a grande preparação do futuro congraçamento de todas as nações. No 
entanto, ao ter Israel corrompido a aliança, denunciada pelos profetas, estes 
anunciam uma Nova e eterna Aliança, instituída por Cristo.
A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO
Caro(a) aluno(a), vimos no primeiro item desta unidade que a Igreja foi prepa-
rada na história do Povo de Israel, desde o chamado de Abraão, ao qual Deus 
promete ser pai de um grande povo, conforme lemos em Gn 12, 2. No entanto, 
é em Cristo que a Igreja será plenificada, pois cabe a Ele realizar o plano de sal-
vação de seu Pai. 
O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova, isto é, o ad-
vento do Reino de Deus prometido nas Escrituras havia séculos. para 
cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou o reino dos céus na terra. 
A igreja é o reino de Cristo já misteriosamente presente (CATECISMO 
DA IGREJA CATÓLICA, 1983, 763).
O reino de Deus manifesta-se por Cristo a todos os homens, por isso, Ele reuniu 
seus discípulos em uma comunidade, para continuar sua obra na Terra. Essa reu-
nião acontece com o chamado dos doze apóstolos. O número 12 é importante, 
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pois mostra a continuidade com o antigo Israel, com o povo das doze tribos, 
pois segundo os judeus, a vinda do Messias provocaria a reunião das tribos que 
outrora tinham sido dispersas pelo exílio.
No evangelho segundo Mateus (16, 13-19).
13Chegando Jesus ao território de Cesaréia de Filipe, perguntou aos 
discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Disse-
ram: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, 
que é Jeremias ou um dos profetas”. 15Então lhes perguntou: “E vós, 
quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro, respondendo, disse: “Tu és 
o Cristo, o filho do Deus vivo”. 17 Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventu-
rado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que 
te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. 18Também eu te 
digo que tu és Pedro, “e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as 
portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. 19Eu te darei as cha-
ves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o 
que desligares na terra será desligado? nos céus”. 20Em seguida, proibiu 
severamente aos discípulos de falarem a alguém que ele era o Cristo.
Cristo escolhe entre os doze Apóstolos um que seja o chefe visível da Igreja: é o 
Apóstolo Pedro, a quem o Senhor entrega as chaves do Reino dos céus.
No evangelho segundo Lucas, Cristo pede que Pedro confirme seus irmãos 
na fé: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar 
como trigo; eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, 
porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22,31s). 
E no evangelho segundo João, Cristo pede que Pedro apascente todo o rebanho. 
15Depois de comerem, Jesus disse a Simão Pedro: “Simão, filho de João, 
tu me amas mais do que estes”? Ele lhe respondeu: “Sim, Senhor, tu sa-
bes que te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16Uma 
segunda vez lhe disse: “Simão, filho de João, tu me amas?” — “Sim, 
Senhor”, disse ele, “tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as 
minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez disse-lhe: “Simão, filho de João, tu 
me amas?” Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe pergun-
tara “Tu me amas?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te 
amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas (João 21, 15-17). 
Em relação à Igreja no Novo Testamento, temos também o testemunho do 
Apóstolo Paulo. Ao lermos seus escritos, encontramos duas imagens importan-
tes para designar a Igreja: a imagem do Corpo e a imagem da Esposa.
ORIGEM DA IGREJA
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Em Cl 1,24, “agora regozijo-me nos meus sofrimentos por vós, e completo o 
que falta às tribulações de Cristo em minha carne pelo seu Corpo que é a Igreja”. 
O Apóstolo fala do Corpo de Cristo, que é a Igreja, querendo mostrar a ligação da 
Igreja com Cristo, pois a Igreja é o Corpo de Cristo. Essa expressão corpo já era uti-
lizada pelos filósofos estóicos para designar uma sociedade bem organizada como 
um Estado. Paulo utiliza desta imagem para apresentar a Igreja como uma organi-
zação que teria continuidade histórica, prolongando a história de Jesus pelo mundo.
Outra imagem encontrada em São Paulo é a imagem Esposa, ele usa essa ima-
gem para continuar apresentando a união de Cristo com a Igreja. Essa união é 
mais íntima do que a união entre esposos. Com efeito como o esposo se dá à 
sua esposa, de modo a serem os dois uma só carne, assim Ele se deu à sua Igreja 
mediante a sua morte, ressurreição e a vinda do Espírito Santo. Essa doação de 
Cristo para com a Igreja, não ocorreu somente no passado de forma singular, ao 
contrário essa doação é constante e continuará até o fim dos séculos.
1Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no 
mesmo lugar. 2De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de 
um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. 
3Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que 
pousaram sobre cada um deles. 4E todos ficaram repletos do Espírito 
Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes 
concedia se exprimissem. 5Achavam-se então em Jerusalém judeus pie-
dosos vindos de todas as nações que há debaixo do céu. 6Com o ruído 
que se produziu a multidão acorreu e ficou perplexa, pois cada qual os 
ouvia falar em seu próprio idioma. 7Estupefatos e surpresos diziam: “Não 
são, acaso, galileus todos esses que estão falando? 8Como é, pois, que os 
ouvimos falar, cada um de nós, no próprio idioma em que nascemos? 
A Igreja só na glória celeste alcançará a sua realização acabada, quando do 
regresso glorioso de Cristo. Até esse dia, a Igreja avança na sua peregrinação 
por entre as perseguições do mundo e das consolações de Deus.
(Catecismo da Igreja Católica)
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9Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da 
Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frigia e da Panfília, do Egito e das 
regiões da Líbia próximas de Cirene; romanos que aqui residem; 11tanto 
judeus como prosélitos, cretenses e árabes, nós os ouvimos apregoar em 
nossas próprias línguas as maravilhas de Deus!” 12Estavam todos estu-
pefatos. E, atônitos, perguntavam uns aos outros: “Que vem a ser isto?” 
13Outros, porém, zombavam: “Estão cheios de vinho doce!”
A Igreja é plenificada em Cristo, porém ela é manifestada no Espírito Santo, e 
nEle é vivificada. No Pentecostes, o Espírito Santo congregou em uma só família 
pessoas das mais diversas partes da Terra como podemos conferir em At 2, 1-13. 
É o Espírito Santo que, mediante os seus dons, faz na Igreja a unidade dentro da 
multiplicidade. Jesus está presente e atua na Igreja por seu Espírito. O livro dos 
Atos apresenta uma constante atividade do Espírito na Igreja1.
1 Atos dos Apóstolos 4,8.31.32-34; 6,3.5; 7,51.55; 8,29.39; 10,19.29; 15.28; 16.7.
A IGREJA – MANIFESTADA PELO ESPÍRITO SANTO
767. Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para cumprir na terra, no 
dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para que santificasse con-
tinuamente a Igreja. Foi então que a Igreja foi publicamente manifestada 
diante duma grande multidão e teve o seu início a difusão do Evangelho 
entre os gentios, por meio da pregação. Porque é convocação de todos os 
homens à salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária, enviada 
por Cristo a todas as nações, para de todas fazer discípulos.
768. Para que a Igreja possa realizar a sua missão, o Espírito Santo enriquece-
-a e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos. Pelo que a Igreja, 
enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus 
preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de 
anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos, e cons-
titui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. 
Fonte: Catecismo da Igreja Católica (1983, par. 767-768).
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ORIGEM E NATUREZA DA IGREJA
Quando falamos sobre Cristo, suas palavras, gestos e obras, é certo que Ele quis 
ser defensor de uma nova forma de viver a lei. Assim, fundou uma nova comu-
nidade religiosa, um novo povo, demonstrado como vimos no chamado dos 
doze e no fato de Jesus ter confiado a eles a difusão da Boa Nova que Ele mesmo 
começou a anunciar. Ao convocar os 12, seu objetivo era fundar a Igreja como 
afirma Ratzinger (1974, p. 77): 
o fato de Cristo procurar os doze, teve sempre em vista o objetivo de 
implantar a Igreja. Os doze, por sua vez, seriam os pais espirituais deste 
novo povo de Deus. Observou-se que o Título filho do Homem, que 
Jesus atribuiu a si mesmo, incluía também o momento da fundaçãoda 
Igreja, pois, encontrada em Dan 7, esta expressão era aplicada ao povo 
de Deus. Atribuindo-se a si mesmo, Jesus se apresenta implicitamente 
como criador e Senhor do novo povo e toda a sua vida se volta para a 
nova comunidade eclesial.
Caro(a) aluno(a), vimos que o evangelho apresenta Jesus em outros momen-
tos querendo fundar a Igreja, por exemplo, ao conferir a Pedro o poder de ligar 
e de desligar2. Outro momento é apresentado na última ceia, quando Ele insti-
tui a Igreja como um programa para sua vida futura em comunidade. A noite 
de Páscoa marca para o povo de Israel sua libertação, na mesma noite o Senhor 
na ceia com discípulos, pede que eles celebrem sempre em sua memória, mar-
cando também o seu desejo de criar um povo, o novo povo.
2 Conforme os evangelhos de Mt 16, 18 e Jo 21,15-17: “Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será 
ligado no céu e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.”
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Cristo se apresenta e se porta como o novo e o verdadeiro cordeiro pascal 
que se imola por todos os homens. A ceia, durante a qual seu Corpo e seu Sangue 
tornam-se alimentos, é a realização do verdadeiro e definitivo banquete pascal.
Cristo instituiu uma Igreja, isto é, uma nova e visível comunidade de sal-
vação, ele a quer como um novo Israel e como um novo povo de Deus, 
que considera a celebração da ceia como o seu ponto mais alto, em outras 
palavras: o novo povo de Deus é efetivamente um povo, em virtude do 
corpo de Cristo (RATZINGER, 1974, p. 79).
Caro(a) aluno(a), aqui apresentamos a origem da instituição Igreja, mas ao falarmos 
de uma Igreja maior que a instituição, lembramos que a origem da Igreja é trini-
tária. Essa ideia apresentamos dentro da economia da salvação conforme a Lumen 
Gentium 2, “O Pai eterno, por libérrimo e arcano desígnio de sua sabedoria e bon-
dade, criou todo o universo. Decretou elevar os homens à participação da vida divina”.
Assim, mesmo todos sendo pecadores, não por essência, mas por liberdade, 
o Pai realiza esse desígnio salvador por Cristo que é o centro de toda a criação e 
redenção uma vez que tudo foi feito por Ele, com Ele e nEle (Cl 1, 15; Rm 8, 29).
Assim estabeleceu congregar na santa Igreja os que crêem em Cristo. Desde 
a origem do mundo, a Igreja foi prefigurada. Foi admiravelmente prepara-
da na história do povo de Israel e na antiga aliança. Foi fundada nos últimos 
tempos. Foi manifestada pela efusão do Espírito. E no fim dos tempos será 
gloriosamente consumada, quando, segundo se lê nos santos Padres, todos 
os justos desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão congregados 
junto ao Pai na Igreja Universal (LUMEN GENTIUM, 1964, par. 2). 
A Igreja é sinal de fé e também mistério de fé. Ambas as partes tem seu 
centro na Eucaristia. Portanto, a Igreja é povo de Deus, em virtude do corpo 
de Cristo, sendo que corpo de Cristo deve ser entendido aqui, no seu pleno 
sentido, como já vimos. A tarefa constante dos cristãos, portanto, há de ver 
o esforço por eles demonstrado para que a Igreja jamais perca o seu vigor 
e sua plenitude, isto é, a caridade. É através da caridade que o mistério do 
corpo do Senhor se torna algo de concreto e de renovado todos os dias. 
Fonte: Ratzinger (1974, p. 87).
ORIGEM DA IGREJA
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É, portanto, na Igreja, que Cristo realiza e revela o seu próprio mistério, como 
a meta do desígnio de Deus “recapitular tudo nEle”. Assim, a comunhão dos 
homens com Deus é o fim que norteia tudo. Na Igreja, isso acontece pelo meio 
sacramental, ou seja, uma estrutura perfeitamente ordenada à santidade dos 
membros de Cristo.
A Igreja, desta maneira, é a participação histórica na unidade trinitária, a 
realização iniciada sob o véu dos sinais da salvação que brota da iniciativa divina, 
sendo meio da “íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” 
(LUMEN GENTIUM 1).
A UNIDADE E A SANTIDADE DA IGREJA
A unicidade corresponde à primeira nota constitutiva da Igreja, e esta é pro-
fessada no Credo Apostólico. Teologicamente é uma das notas constitutivas 
da Igreja que deve ser refletida com delicadeza, pois leva a uma diversidade de 
análise teológica, isso devido sua compreensão perante a Eclésia e ao compor-
tamento de ser cristão.
A Igreja elaborou o que passou a ser chamado de “Símbolo dos Apóstolos”, 
cujo nome é o resumo fiel da fé dos apóstolos de Jesus. Foi uma maneira 
simples e eficaz de a Igreja exprimir e transmitir a sua fé em fórmulas breves 
e normativas para todos. Em seus doze artigos, o ‘Creio’ sintetiza tudo aquilo 
que o católico crê. É como “o mais antigo Catecismo romano”. É o antigo 
símbolo batismal da Igreja de Roma.
Fonte: Canção Nova ([2018],on-line)1.
A Unidade e a Santidade da Igreja
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Por outro lado, a Igreja é única porque Deus é uno. Desta maneira, no início 
da estruturação do cristianismo, os padres da Igreja a apontavam como ícone 
da Trindade. O Espírito Santo é o Orientador da Igreja e é quem proporciona o 
equilíbrio na totalidade, ou seja, na dificuldade de estabilidade o Espírito dará a 
constância na diversidade e unidade da Igreja, na vida laical, sacramental e eclesial.
A unidade é dada por Deus, como comunidade perfeita, é desejo e herança 
de Deus em querer essa unidade para humanidade “para que Deus seja tudo 
em todos” (1Cor 15, 28). Sendo assim, todo ser humano forma uma unidade 
desejosa por Deus como ele mesmo criou no princípio. Isto é, uma unidade que 
chegará ao seu fim escatológico, buscando viver aqui na terra o que se viverá na 
plenitude eterna.
Na presença desta perspectiva, dar-se-á origem ao pensamento de que existe 
só uma Igreja, um só Deus, um só Cristo e um só Espírito Santo. Com a elabo-
ração deste pensar é evidente que, mesmo na diversidade humana de homens e 
mulheres, o propósito de Deus é a unidade de sua criação. Desta forma, Cristo 
encarnou e realizou da divisão dos povos, um só povo. José Comblin comenta 
sobre essa unidade em Deus, que não pode ser desenvolvida por obra humana, 
mas sim por manifestação divina. 
A unidade da Igreja não nasce nem se desenvolve por meios simples-
mente humanos. Cristo e o Espírito Santo são os agentes da unidade. 
E a unidade que de sua ação resulta não é uma unidade comparável à 
unidade que existe entre as sociedades humanas. Nas sociedades, a uni-
dade está baseada numa união inconsciente, como união das famílias, 
das tribos ou dos povos, baseada em fatores psicológicos ou sociológi-
cos que não dependem da vontade dos homens [...] na igreja, a unidade 
vem da fé e da esperança comuns, ela se mantém ativa por meio da 
caridade e da solidariedade (COMBLIN, 1985, p. 147).
Considerando o discurso de Comblin (1985), é possível chegar à definição de 
que a unicidade da Igreja situa-se no próprio mistério Trinitário de Deus. A 
diversidade é existente em Deus, sendo a mesma que está em Cristo e que é 
manifestada na Igreja. Entretanto, essa diversidade não pode ser separada da 
unidade, pois existe uma relação entre as duas compreendidas somente na ple-
nitude celeste.
ORIGEM DA IGREJA
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A Unidade foi a primeira nota constitutiva da Igreja e a Santidade foi o pri-
meiro atributo afirmado à Igreja. No decorrer da história, os estudos fomentaram 
que a Santidade da Igreja provém de sua origem. Assim, não elimina o pecado 
presente nos homens, mas de modo escatológico convoca o homem alcançar 
esta Santidade. “A Santidade – não obstante a presença do pecado na vida das 
comunidades cristãs [...] a Igreja é santa pela sua origemeterna na Trindade e 
fundação histórica por Cristo” (WOLFF, 2007, p. 148).
Neste ponto, é importante alinhar que o elemento Santificador não é a estru-
tura ou os membros participantes da Igreja, contudo é graça desejada por Deus. 
Consequentemente, a realização desta Santidade está na trindade que convoca 
em sentido global a todos a atingir essa santidade escatológica, ou seja, realizar 
já no espaço terreno o Reino prometido na glória de Deus.
Elias Wolff descreve essa santidade como querer de Deus na história, no 
qual a Santidade não provém da Igreja peregrina ou terrena e sim é manifes-
tada por Deus. 
A santidade da Igreja está no fato de ter sido “separada” para Deus, san-
tificando-se no serviço/culto a Deus Pai, realizado na força do Espírito 
de Cristo. Assim, a Santidade vem da relação com Deus, mas somente 
Ele é o todo Santo e único objeto da fé. A partir daí ela deve manifestar-
-se no comportamento dos seus membros, em seus ritos e instituições. 
É na perspectiva do serviço que as atividades da Igreja em função do 
ser humano e do mundo tem sentido santificante, pelo qual Deus opera 
prodígios no meio do povo (WOLFF, 2007, p. 149).
A nota da Santidade da Igreja é algo construído ao longo da história, essa cons-
trução busca ratificar o desejo de Deus, isto é, desde a prefiguração da Igreja no 
coração de Deus, o caminho percorrido foi à constituição da Igreja Santa já no 
ambiente terreno. Desta forma, realizar o que está preparado na plenitude do 
Reino já no ambiente temporal. Medard Kehl descreve está santidade inabalá-
vel da Igreja, “[...] a fé mantém a confiança de que o pecado [...] jamais ganhará 
supremacia sobre a obra do Espírito Santo na Igreja e não poderá destruir a 
comunidade santa de Deus” (1997, p. 364).
Deve-se observar que a atribuição da santidade dada à Igreja é algo que 
nunca eliminará o pecado existente no mundo. Porém, é fator imprescindí-
vel para certificar que a origem da Igreja não está no homem, mas é desejo e 
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realização de Deus. A Palavra de Deus nos descreve este amor através da entrega 
de Cristo, assim o desejo legitima sua Santidade. Na carta de São Paulo aos 
Efésios, ele relata esse amor de Cristo. 
[...] como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la 
com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentar a si 
mesmo a Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, 
mas santa e irrepreensível (cf. Ef 5, 25-27).
Há que se ressaltar a importância de perceber o chamado que a Santidade da 
Igreja nos proporciona. Uma vez que, ao proclamar que somos participantes da 
comunhão dos Santos, é necessário testemunhar comunitariamente na Igreja pere-
grina que já realizamos aqui o que iremos agraciar na Igreja celeste. A Igreja nos 
afirma, através do catecismo que ela “é, portanto, o povo santo de Deus, e seus 
membros são chamados santos” (Catecismo da Igreja Católica, 1983, par. 823). 
Desta maneira, através do Espírito de Deus como impulsionador, os membros 
do corpo de Cristo, concebem o modo ideal para testemunhar esta santidade. 
Com isso devemos vivenciar as atitudes e ensinamentos de Cristo, no qual será 
manifestada a santidade a que cada sujeito foi chamado.
Medard Kehl ressalta que a Igreja é Santa, e por meio dos seus fiéis é mani-
festada a santidade, ou seja, seus membros são convidados a expressar através 
da fé a realização da santidade em sua vida. 
[...] chegamos ao resultado de que a Igreja deve-se entender ao mesmo 
tempo como Igreja para os indivíduos e Igreja constituída dos fiéis in-
dividuais; ou seja, que ela é a Igreja prévia aos indivíduos como dom 
de Cristo e do seu Espírito, “Igreja que santifica” na palavra e no sacra-
mento, e também “Igreja dos santos” que se edifica a partir dos indi-
víduos assim santificados. Enquanto “nós” os fiéis, a Igreja representa, 
portanto, também a forma de expressão comum, marcada pelos fiéis 
individuais, de sua fé pessoal (KEHL, 1997, p. 362).
Desta maneira, todo batizado é convocado a anunciar e testemunhar a Santidade 
de Deus manifestada em Cristo. Com isso, percebemos que a Igreja terrena é 
composta por membros falhos e pecadores, mas através do Espírito Santo e da 
ação salvadora de Cristo é tornada uma Igreja participante da Santidade de 
Deus e utiliza-se dos seus membros para desvelar o mistério da Santidade a 
todo o mundo.
ORIGEM DA IGREJA
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Por sua vez, sendo Una porque Deus é um, a Igreja, vindo de Deus totalmente 
santo, herda também essa característica. Assim, a Igreja é chamada sacramento de 
salvação por causa da ação de Deus que se cumpre por meio dela. Sendo assim, sua 
Santidade é manifestação trinitária, isto é, a Santidade da Igreja é Dom concedido 
por Deus por meio do ato de Cristo Jesus. Por essa razão, o ser humano é chamado 
a uma missão contínua de viver e testemunhar a ação de Deus diante da Igreja.
Antônio José de Almeida descreve esta relação do dom de Deus com seu 
povo como uma vocação universal de anunciar a santidade como o Cristo o fez. 
O dom feito à Igreja toda (e a cada fiel) (cf. LUMEN GENTIUM 40) 
acompanha-se de vocação igualmente universal: todos os fiéis cristãos 
de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã 
e à perfeição da caridade (LUMEN GENTIUM 40b). Aqueles que fo-
ram eleitos “pela santificação do Espírito para obedecer a Jesus” (1Pd 
1, 2) devem tornar-se também santos em todo o seu comportamento, 
“porque está escrito: Sede Santos, porque eu sou santo” (1Pd 1, 15-16) 
(ALMEIDA, 2005, p. 40).
A convocação a que o ser humano foi chamado é a Santidade. Entretanto, todo 
homem carrega consigo a carga do pecado, suas fragilidades e suas limitações. Desta 
forma, permanecer na santidade requer um despojamento do ser humano perante 
a Igreja e, assim, realizar um encontro dialogal com o Senhor. Bruno Forte (2005, 
p. 17) comenta que somente a Igreja proporciona essa oportunidade de diálogo: “a 
Igreja se oferece como o lugar do encontro entre a iniciativa divina e a obra humana”.
Sendo a Santidade da Igreja um elemento existencial, podemos afirmar, tam-
bém, que é intrínseco a ela e utilizamos esse conceito para defini-la, uma vez que 
o desejo de sua realização não é humano e sim divino. A Igreja nasce da reden-
ção em Cristo, mas antes disso já é prefigurada no coração de Deus. A história 
nos mostra toda essa trajetória de Abraão até os dias de hoje: como na Aliança 
de Deus no Antigo Testamento, o pecado não foi suprimido da realidade dos 
homens. Assim ao longo do caminho sempre houve a queda e a tentação e o 
pecado retornou a assombrá-los.
Segundo Dewey Mulholland (2004, p. 32), “Deus, porém, continua a chamar 
seu povo a viver como luz no meio das trevas”. Desta forma, o dom concedido 
por Deus é maior que o pecado, assim não tem como negar a Santidade da Igreja 
como não podemos negar a Luz Divina que emana dela. O homem é convidado 
A Unidade e a Santidade da Igreja
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a desfrutar já na imanência do dom oferecido por Deus, ou seja, Deus oferece 
aos homens a Santidade através do Espírito Santo, no qual é feita a aliança eterna 
de Deus realizada em Cristo que faz o homem a se manter íntegro e continua-
mente afastando-se do pecado.
Por outro lado, não tem como negar que o pecado dos fiéis gera descon-
forto e contrariedade quanto ao termo Santidade da Igreja. Almeida (2012, p. 
41) descreve que “[...] o pecado dos membros da Igreja exerce influxo negativo 
sobre a Igreja toda, impedindo e ofuscando a irradiação no mundo da sua san-
tidade”. Contudo, o pecado nunca será maior que o pecador, pois a justificaçãoem Cristo torna o pecador filho adotivo de Deus. Dessa maneira, ele é sempre 
convocado a retornar ao caminho certo.
Almeida (2012, p. 42) retrata essa Santidade imperecível em que o pecado 
não pode destruí-la: 
A santidade da Igreja é indefectível, ou seja, a Igreja não poderá jamais 
perdê-la. A graça vitoriosa de Cristo não poderá ser suplantada pelo pe-
cado. Unida a Cristo, sua cabeça e redentor, a Igreja é sempre de novo 
santificada e, por ele e nele, sempre santificadora. Por isso, ela sempre 
chama e é chamada à conversão e à reconciliação. [...] A Igreja sabe, to-
davia, de que fonte provém e para qual meta caminha. Por isso, não cessa, 
sobretudo na celebração da eucaristia, de glorificar a Deus pelo dom da 
santidade e de implorar sua misericórdia por seus incontáveis pecados.
Compreende-se então que a Santidade da Igreja ultrapassa o entendimento 
meramente humano. O Dom de Deus é manifestado para todos, assim não há 
escolhido e sim os que buscam a conversão diante do chamado. Todavia, assu-
mir a graça da Santidade desperta um novo comportamento do fiel, no qual o 
sujeito deseja e necessita da graça experimentada. Desta forma, a práxis do fiel 
é assumir a mesma de Cristo e buscar anunciar o Reino de Deus.
Em contrapartida, os fiéis assumem o compromisso com a Igreja terrena: 
realizar já no campo imanente o que será motivo de alegria no transcendente. 
Então, é imprescindível que o sujeito tenha a todo o momento um olhar puri-
ficador, renovador e reformador que leve a instituição Igreja a proporcionar 
santidade a todos. Assim, Pié-Ninot (2013, p. 81) colabora destacando que “a 
Igreja peregrina é chamada por Cristo a essa reforma perene. Dela necessita per-
petuamente como instituição humana e terrena”.
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A Santidade da Igreja, como já afirmado em todo o discurso até o momento, 
não tem origem nas orações e práxis dos homens e mulheres membros da comu-
nidade cristã. No entanto, toda manifestação que salvaguarda a Santidade da Igreja 
é concedida por Cristo Jesus. Segundo Bruno Forte (2005, p. 48): “A comunhão 
(que é a Igreja, ao mesmo tempo, santa e necessitada de reforma) leva em si os 
sinais deste encontro inaudito entre o mundo do Espírito e o mundo dos homens”.
Desta forma, Bruno Forte reafirma a relação da Santidade com o pecado, 
em que a Santidade está presente no meio do pecado. De modo igual, o cate-
cismo da Igreja Católica ratifica que a vida temporal e imperfeita, mas através 
de Cristo somos agraciados e convidados à Santidade da Igreja.
Caro(a) aluno(a), é importante ressaltar esta ação do Espírito que torna a Igreja 
Santa e permite que seus membros busquem esta santificação. Já no primeiro tes-
tamento Deus fala a Moisés: “fala a toda a comunidade dos israelitas. Tu lhes dirás: 
Sede santos, porque eu Iahweh vosso Deus, sou Santo” (Lv. 19, 2). Assim, outrora, 
no princípio Deus manifestava o querer Santo a seu povo, ou seja, Deus manifes-
tava o Dom da Santidade e a missão de vivenciá-la. O então Papa Bento XVI em 
sua audiência geral na Praça São Pedro em 2011 comenta sobre a transforma-
ção, “mas Deus respeita sempre a nossa liberdade e pede que aceitemos este dom 
e vivamos as exigências que ele requer, pede que nos deixemos transformar pela 
ação do Espírito Santo, conformando a nossa vontade com a vontade de Deus”.
A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele e nEle torna-se também santi-
ficante. Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, “à santificação dos 
homens em Cristo e à glorificação de Deus.” É na Igreja que está depositada 
“a plenitude dos meios de salvação.” É nela que “adquirimos a santidade pela 
graça de Deus.” Por sua vez, na terra a Igreja está ornada de verdadeira san-
tidade embora imperfeita”. Em seus membros, a santidade perfeita ainda é 
coisa de adquirir: munidos de tantos e tão salutares meios, todos os cristãos, 
de qualquer condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um por 
seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica (parágrafo 824 e 825).
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A CATOLICIDADE E A APOSTOLICIDADE DA IGREJA
A catolicidade da Igreja é uma das notas constitutivas que se desenvolveu durante 
o decorrer da história. Isso ocorreu por sua dupla interpretação. Por um lado 
se descrevia uma Igreja que abrange a totalidade e por outro a veracidade da 
Igreja. Entretanto, o termo tornou-se permanente no Concílio de Niceia. Pié-
Ninot (2013, p. 82) descreve que “o atributo de Católica apareceu pela primeira 
vez com Inácio de Antioquia e, a partir daí, pouco a pouco assumira um duplo 
significado: de universalidade e de autenticidade”.
Nesse sentido, o desenvolvimento do pensamento transcorreu em uma linha 
de definição para compreender a Igreja local e a Igreja universal. O processo de 
obter um conceito sobre o termo Católica foi se consolidando ao longo da história, 
então se pode determinar que os elementos são intrínsecos. A Igreja local e seus 
membros em comunhão com a igreja universal formando o corpo único de Cristo. 
O teólogo Antônio José de Almeida descreve esta relação da seguinte maneira. 
A palavra “Católica” [...] dá-se em Inácio de Antioquia: “Onde quer 
que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como 
a presença de Jesus Cristo também nos assegura a presença da Igreja 
Católica”. Para alguns, há uma relação de oposição entre Igreja local e 
Igreja universal: “católica” seria sinônimo de universal. Outros inter-
pretam “católica” no sentido Igreja legítima, verdadeira, perfeita. [...] A 
partir do século III, esse sentido está consolidado: “católica” designa “a 
verdadeira Igreja disseminada pelo mundo ou uma comunidade local 
que se encontra em comunhão com ela”. (ALMEIDA, 2012, p. 47).
Da mesma forma, pode-se dizer que não existe divisão do entendimento de 
Igreja. A catolicidade presente na Igreja é a clareza da ação de Deus na história, 
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ou seja, a manifestação de Deus para a humanidade é algo visível. Dessa maneira, 
os seres humanos sempre buscaram resgatar a graça de Deus perdida no pecado 
original e esse movimento nunca foi solitário, isto é, houve a todo o momento 
a intervenção de Deus.
É bom acrescentar ainda o que Bruno Forte (2005, p. 54) descreve sobre a 
catolicidade da Igreja “é católica porque representa em plenitude (kath’ olou) o mis-
tério do Senhor, presente na história, realizador da reconciliação com o Pai”. Desta 
maneira, é possível visualizar que a nota constitutiva Igreja Católica não compreende 
o simples entendimento humano, ou seja, a catolicidade ultrapassa a assimilação 
de tempo, espaço, assim entramos no desejo oculto de Deus. Logo, quando se des-
creve catolicidade, afirma-se que existe somente um único corpo de Cristo.
Com base no Apóstolo Paulo, pode-se compreender a advertência ao escre-
ver para comunidade de Coríntios: “Com Efeito, o corpo é um e, não obstante, 
tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem mui-
tos, formam um só corpo. Assim também acontece com Cristo” (1Cor. 12, 12). 
Deste modo, a catolicidade da Igreja é o querer de Deus, através de Cristo pela 
ação do Espírito, realizar um só povo de Deus. Com isso, todos os fiéis têm o 
compromisso de vivenciar essa universalidade.
Pode-se assimilar, então, o que se descreve na constituição dogmática Lumen 
Gentium (1964, par. 13) sobre a Igreja: 
ao novo Povo de Deus todos os homens são chamados. Por isso, este 
Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e 
por todos os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus 
que, no princípio,criou uma só natureza humana e resolveu juntar em 
unidade todos os seus filhos que estavam dispersos (cf. Jo. 11, 52). Foi 
para isto que Deus enviou o Seu Filho, a quem constituiu herdeiro de 
todas as coisas (cf. Hb. 1, 2), para ser mestre, rei e sacerdote universal, 
cabeça do novo e universal Povo dos filhos de Deus. Para isto Deus 
enviou finalmente também o Espírito de Seu Filho, Senhor e fonte de 
vida, o qual é para toda a Igreja e para cada um dos crentes, princípio 
de agregação e de unidade na doutrina e na comunhão dos Apóstolos, 
na fracção do pão e na oração (cf. Act. 2,42 gr.).
A partir dessa reflexão da Lumen Gentium, pode-se afirmar que a catolicidade 
busca realizar um só povo em comunhão já aqui na vida terrena, isto é, conforme 
a vontade de Deus desde a criação até os dias de hoje. O povo é chamado a ser 
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uno e único e Elias Wolff discorre sobre a necessidade desta comunhão. Assim, 
vemos que “a comunhão está na origem, na natureza e na missão da Igreja, uma 
vez que as Escrituras revelam na Igreja o Deus-comunhão, uno e Trino, como 
sua origem, modelo e fim” (WOLFF, 2007, p. 88).
Outra constatação é a de que com a Nota da Catolicidade os fiéis pertencen-
tes a está comunhão com a Igreja são chamados a viver o que Cristo ensinou. Na 
homilia do Papa Bento XVI na solenidade dos Santos apóstolos Pedro e Paulo de 
2005, é descrita essa herança que brota no coração de Deus e perpassa a história, 
tornado em Cristo nossa missão perene. “A finalidade da missão é uma humani-
dade que se tornou uma glorificação viva de Deus, [...] uma catolicidade que já 
nos foi doada e para a qual, contudo, nós devemos encaminhar sempre de novo”.
Desta maneira, a catolicidade exprime visivelmente o desejo de Deus, em que 
desde a origem o Senhor desejou um único povo. Sendo assim, revela-se o mis-
tério de Deus na vida da Igreja e de cada membro, que por meio da pertença na 
comunidade dos batizados obtém partícipe encontro com Deus e com sua obra 
de salvação. Em vista disso, a catolicidade da Igreja não compreende uma ação 
particular ou individual, mas estende-se a tudo e a todos. Almeida comenta sobre 
este “mistério da Igreja” que ao longo do tempo ultrapassa as perspectivas iniciais. 
Com o termo “mistério”, os Padres conciliares pretendiam designar a 
Igreja como “uma realidade divina transcendente e salvífica, que se re-
vela e se manifesta de um modo visível”, definição inspirada no docu-
mento Haec sacra Synodus, de ordinário conhecido como “projeto ale-
mão”. Nesta perspectiva, a Igreja se apresenta como o lugar do encontro 
da iniciativa divina e da acolhida humana, “a presença da Trindade no 
tempo e do tempo na Trindade, irredutível a uma compreensão mera-
mente humana, todavia Igreja de homens e mulheres que vivem plena-
mente na história” (ALMEIDA, 2005, p. 76). 
Dessa forma, pode-se reconhecer que a ação de Deus no processo do entendi-
mento da catolicidade é visível, sendo que, não podendo negar a presença do 
Espírito Santo na vida da Igreja e na missão que cada membro, é convidado ao 
reconhecer-se como partícipe do mistério da Igreja. 
A Igreja sendo católica está intimamente ligada aos Apóstolos. Sendo assim, 
a quarta nota da Igreja é a Apostolicidade, essa é a nota constitutiva da Igreja 
que tem como primícias o Novo Testamento, o qual tem sua base fundamental 
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nos ensinamentos dos Apóstolos, tornando-se um legado perpétuo. Bruno Forte 
(2005, p. 54) descreve que a Igreja
[...] é apostólica porque se coloca em continuidade da tradição apostó-
lica de obediência ao mandamento de Jesus: ‘fazei isto em memória de 
mim’. É ministerialmente estrutura com vistas à realização da missão 
apostólica. 
Sendo assim, a Igreja é chamada a sempre voltar às fontes para seguir um cami-
nho certo. Na Palavra de Deus, Jesus faz a escolha dos Doze para fazer deles 
missionários do Reino do Pai. Hermeneuticamente a simbologia Doze carrega 
uma importância valiosa, porém é de ampla relevância saber que a herança 
apostólica perpassada na história não surge do coração do ser humano, mas é 
ofertado por Deus, através do Espírito Santo. O ressuscitado atua na presença 
de uma comunidade de fé reunida, assim diz a Palavra: “a paz esteja convosco! 
Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). A comunidade tor-
na-se uma sucessora do anúncio do Amor de Deus. A história nos revela que a 
tradição apostólica é medular no propósito de Deus do anúncio do Evangelho.
Desta maneira, a Apostolicidade sustenta a condução de uma comunidade de 
fé, a qual reconhece a presença e incorpora em sua vida os ensinamentos de Cristo, 
ou seja, Jesus por meio da sucessão apostólica permanece existente na comunidade. 
Os apóstolos cumpriram uma dupla missão: a de ser testemunhas especiais da res-
surreição e, como tais, fundadores de Igrejas, missão única e intransferível, ligada 
ao fato irrepetível da encarnação, à vida terrena das testemunhas e ao carisma de 
revelação e inspiração; a de ser mestres e pastores das Igrejas por eles fundadas, 
missão para a qual são seus sucessores os bispos. Mais do que sucessores dos após-
tolos como tais, os bispos são os primeiros ministros designados pelos próprios 
apóstolos, ou por “um” deles, para dirigir as Igrejas por eles fundadas. Os apóstolos 
foram escolhidos, consagrados e enviados pelo próprio Senhor. Os bispos, por sua 
parte, são através de uma mediação. Depois do desaparecimento dos apóstolos, os 
bispos realizam a presença do ministério apostólico – e, através deles, do próprio 
Senhor – à frente das comunidades que presidem no lugar dos apóstolos. 
Fonte: Pié-Ninot (2013, p. 89).
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Contudo, ressalta Dewey M. Mulholland (2004, p. 175) que: “A encarnação de 
Cristo (Cl 1.15-20,2.9) é única. Ao mesmo tempo, sua encarnação continua no 
sentido que Jesus vive hoje, na carne, nos membros do seu corpo, [...] a igreja é 
organismo do qual Cristo é a cabeça”. 
Da mesma forma, pode-se dizer que a Catolicidade ratifica de maneira sig-
nificativa a missão da Igreja, com igualdade, é portadora da tradição e da missão 
dada por Cristo Jesus a seus apóstolos. Elias Wolff descreve sobre a importância 
desta apostolicidade no movimento comunitário. 
A apostolicidade tem dimensões histórica e escatológica, e mesmo se em 
todas as Igrejas ela fosse historicamente vinculada com o ministério orde-
nado reconhecido por todas as Igrejas, a “plenitude” da unidade, catolici-
dade, santidade e apostolicidade da Igreja só se realizará com o advento do 
Reino de Deus. Isso leva a compreender as formas de sucessão apostólica 
como mediações da grande e única tradição apostólica da Igreja. E o grau 
de fidelidade não se mede pela pureza da forma, mas pelo conteúdo do 
evangelho que ela transmite. Se for possível relativizar a forma da sucessão, 
não é possível mudar sua natureza e finalidade. Diante disso, as Igrejas são 
convidadas a reverem suas concepções e estruturas de sucessão apostólica: 
“quando algumas Igrejas negligenciam a importância da transmissão regu-
lar do ministério ordenado, deverão interrogar-se se não terão de mudar 
a sua concepção da continuidade da tradição apostólica. Por outro lado, 
quando o ministério ordenado não serve devidamente à proclamação da 
fé apostólica, as Igrejas deverão perguntar-se se as suas estruturas ministe-
riais não terão necessidade de uma reforma” (WOLFF, 2007, p. 156).
Com base em uma catequese do Papa João Paulo II, pode-se compreender que 
a sucessão Apostólica provém da incumbência concedida por JesusCristo. Em 
seu discurso, ele discorre que “a Igreja de Cristo é ‘apostólica’, ou seja, está edifi-
cada sobre os Apóstolos, dos quais recebeu a verdade divina revelada, por Cristo 
e em Cristo. A Igreja [...] mantém esta tradição apostólica e a conserva como o 
seu tesouro mais precioso” (AQUINO, 2001, p. 9). Por isso, percebe-se a sapi-
ência da Igreja como detentora da continuidade apostólica. 
Caro(a) aluno(a), encerramos nossa unidade sobre a origem da Igreja e suas 
notas constitutivas. Entendemos que a Igreja é maior do que uma pura e mera ins-
tituição temporária, ela é um reflexo trinitário. Bons estudos e aprofundamento 
no desenvolvimento das atividades propostas e na próxima unidade veremos 
como a Igreja desenvolveu sua eclesiologia na história.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Igreja é um reflexo no mundo, um reflexo trinitário, em sua essência a Igreja 
é atemporal, ou seja, existe fora do tempo. No tempo, a Igreja está desde a queda 
do ser humano, quando pelo uso da liberdade sem reta finalidade faz a opção 
pelo pecado. No entanto, a Igreja em Abraão começa seu ciclo de gestação. A 
Igreja é gestada, ou como usamos nessa unidade, preparada na história do povo 
de Israel até chegar a sua plenitude.
O Verbo de Deus encarnado, aquele que agiu desde sempre em nossa histó-
ria, como afirma João (1, 30): “tudo foi feito por Ele, nEle e com Ele”, plenifica 
a Igreja e nos concede a Salvação em sua paixão, morte e ressurreição. A esta 
Igreja pertencemos pelo batismo, uma vez que por este somos incorporados a 
Cristo e este é cabeça da Igreja. No entanto, esta Igreja já plenificada em Cristo é 
manifestada como dom de salvação pelo espírito Santo em Pentecostes. Contudo, 
apenas é dom de salvação para todos os homens e mulheres, de todos os tempos 
e lugares, enquanto unida à sua cabeça, Cristo.
Esta Igreja que, refletida no mundo como uma luz trinitária, exerce sua missão 
mesmo quando preparada na história do Povo de Israel, em Cristo ela encontra 
sua fundamentação principal e recebe do Espírito Criador os dons necessários 
para conseguir no mundo, anunciar a Boa Nova. A Igreja como um reflexo tri-
nitário só pode ser Una, Santa, Católica e Apostólica, pois são atributos divinos, 
as vezes ofuscados pelas soberba e orgulho humanos. No entanto, a Igreja sabe 
que sua luz sempre vem de Cristo e que este é o início e fim de sua missão. Uma 
vez que Ele mesmo, entregou aos seus discípulos a missão de batizar, perdoar os 
pecados, anunciar a todos a Boa Nova e na última ceia pediu que celebrassem o 
mistério de seu Corpo e seu Sangue em memória dEle, prometendo que estaria 
conosco todos os dias de nossa vida até o fim do mundo.
39 
1. Ao falarmos do início da Igreja, marque a alternativa correta.
a) A Igreja está no tempo desde a queda dos nossos primeiros pais.
b) A Igreja só existe em Abraão.
c) A Igreja foi preparada e anunciada nos profetas.
d) A Igreja de Cristo não precisou de preparação, pois Ele mesmo a realiza.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
2. Quando afirmamos que a Igreja foi Preparada na História do povo de Israel, 
estamos afirmando que:
I. A Igreja começa a ser preparada desde o pecado de Adão e Eva.
II. Em Abraão a Igreja começa a ser preparada.
III. Em Cristo a Igreja é plenificada, depois de ter sido preparada em Israel.
IV. Depois de preparada, a Igreja é plenificada em Cristo e manifestada em Pen-
tecostes.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
3. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) A Igreja é no mundo reflexo da Trindade.
( ) Israel já é a Igreja pronta de Deus.
( ) Depois de preparada, Cristo plenifica sua Igreja.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
40 
4. Sobre a relação de Jesus com o povo de Israel, marque a alternativa correta:
a) Jesus não é o Messias esperado pelo povo de Israel.
b) O Espírito Santo em Pentecostes cria a Igreja.
c) Em Abraão, Deus convoca seu povo, ou seja, a Igreja.
d) O Povo de Israel cumpre perfeitamente sua missão.
e) A Igreja não pode ser o corpo místico de Cristo.
5. Em relação a Jesus e o Espírito Santo, marque a alternativa correta:
a) Jesus e o Espírito Santo plenificam a Igreja.
b) O Espírito Santo em Pentecostes manifesta a Igreja.
c) Em Abraão, Deus cria a Igreja.
d) O Povo de Israel não tem ligação com a Igreja e Cristo.
e) A Igreja não faz parte da nova aliança.
6. As quatro Notas Constitutivas da Igreja são:
a) Una, Santa, Católica e Apostólica.
b) A Igreja não tem apenas quatro Notas que a constituem, mas possui muitas.
c) Una, Santa, Católica e Romana.
d) Unidade, Santidade, Apostolicidade e Romanicidade.
e) Igreja, Católica, Apostólica, Romana.
41 
Catecismo da Igreja Católica
PRIMEIRA PARTE - A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SEÇÃO - EU CREIO – NÓS CREMOS
CAPÍTULO SEGUNDO - DEUS AO ENCONTRO DO HOMEM
50. Pela razão natural, o homem pode conhecer Deus com certeza, a partir das suas 
obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo nenhum pode 
atingir por suas próprias forças: a da Revelação divina. Por uma vontade absolutamente 
livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem. E fá-lo revelando o seu mistério, o desígnio 
benevolente que, desde toda a eternidade, estabeleceu em Cristo, em favor de todos 
os homens. Revela plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho bem-amado, nosso 
Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo.
ARTIGO 1 - A REVELAÇÃO DE DEUS
I. Deus revela o seu desígnio benevolente
51. Aprouve a Deus, na sua sabedoria e bondade, revelar-Se a Si mesmo e dar a conhecer 
o mistério da sua vontade, segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encar-
nado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tomam participantes da natureza divina.
52. Deus, que habita numa luz inacessível (1 Tm 6, 16), quer comunicar a sua própria 
vida divina aos homens que livremente criou, para fazer deles, no seu Filho único, filhos 
adoptivos. Revelando-Se a Si mesmo, Deus quer tornar os homens capazes de Lhe res-
ponderem, de O conhecerem e de O amarem, muito para além de tudo o que seriam 
capazes por si próprios.
53. O desígnio divino da Revelação realiza-se, ao mesmo tempo, por meio de acções e 
palavras, intrinsecamente relacionadas entre si e esclarecendo-se mutuamente. Com-
porta uma particular pedagogia divina: Deus comunica-Se gradualmente ao homem e 
prepara-o, por etapas, para receber a Revelação sobrenatural que faz de Si próprio e que 
vai culminar na Pessoa e missão do Verbo encarnado, Jesus Cristo.
Santo Ireneu de Lião fala várias vezes desta pedagogia divina, sob a imagem da familia-
ridade mútua entre Deus e o homem: O Verbo de Deus [...] habitou no homem e fez-Se 
Filho do Homem, para acostumar o homem a apreender Deus e Deus a habitar no ho-
mem, segundo o beneplácito do Pai.
42 
II. As etapas da Revelação
DESDE A ORIGEM, DEUS DÁ-SE A CONHECER
54. Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo, oferece aos homens um 
testemunho perene de Si mesmo nas coisas criadas, e, além disso, decidindo abrir o 
caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se a Si mesmo, desde o princípio, aos 
nossos primeiros pais. Convidou-os a uma comunhão íntima consigo, revestindo-os de 
uma graça e justiça resplandecentes.
55. Esta Revelação não foi interrompida pelo pecado dos nossos primeiros pais. Com 
efeito, Deus, depois da sua queda, com a promessa de redenção, deu-lhes a esperança 
da salvação, e cuidou continuamente do género humano, para dar a vida eterna a todos 
aqueles que, perseverando na prática das boas obras, procuram a salvação.
E quando, por desobediência, perdeu a vossa amizade, não o abandonastes ao poder da 
morte [...] Repetidas vezes fizestesaliança com os homens.
A ALIANÇA COM NOÉ
56. Desfeita a unidade do género humano pelo pecado, Deus procurou imediatamente, 
salvar a humanidade intervindo com cada uma das suas partes. A aliança com Noé, a 
seguir ao dilúvio, exprime o princípio da economia divina em relação às nações, quer 
dizer, em relação aos homens reagrupados por países e línguas, por famílias e nações 
(Gn 10, 5).
57. Esta ordem, ao mesmo tempo cósmica, social e religiosa da pluralidade das nações, 
destinava-se a limitar o orgulho duma humanidade decaída, que, unânime na sua per-
versidade, pretendia refazer por si mesma a própria unidade, à maneira de Babel. Mas, 
por causa do pecado, quer o politeísmo quer a idolatria da nação e do seu chefe são uma 
contínua ameaça de perversão pagã a esta economia provisória.
58. A aliança com Noé permanece em vigor enquanto durar o tempo das nações, até à 
proclamação universal do Evangelho. A Bíblia venera algumas grandes figuras das na-
ções, como o justo Abel, o rei e sacerdote Melquisedec, figura de Cristo, ou os justos 
Noé, Danel e Job (Ez 14, 14). Deste modo, a Escritura exprime o alto grau de santidade 
que podem atingir os que vivem segundo a aliança de Noé, na expectativa de que Cristo 
reúna, na unidade, todos os filhos de Deus dispersos (Jo 11, 52).
Fonte: Vatican ([2018], on-line)2. 
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
O site do vaticano, no link textos fundamentais, apresenta um vastíssimo material para estudo online, 
com textos eclesiais riquíssimos para compreender melhor a Igreja, em várias línguas, o que pode 
contribuir para o crescimento do estudante.
Web: <http://www.vatican.va/archive/index_po.htm>. 
Catecismo da Igreja Católica
Papa João Paulo II
Editora: Loyola
Sinopse: o Catecismo da Igreja Católica é fruto de uma vastíssima colaboração: 
foi elaborado em seis anos de intenso trabalho, conduzido em um espírito de 
atenta abertura e com apaixonado ardor. O projeto tornou-se objeto de vasta 
consulta de todos os Bispos católicos, de suas conferências episcopais ou de 
Sínodos, dos Institutos de teologia e catequética. O catecismo divide-se em 
4 partes: Primeira parte: A profi ssão de fé; Segunda parte: A celebração do 
mistério cristão; Terceira parte: A vida em cristo; Quarta parte: A oração cristã.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. J. Lumen Gentium: a transição necessária. São Paulo: Paulus, 2005.
AQUINO, F. R. Q. A Igreja: 51 catequeses do Papa sobre a Igreja. Lorena: Cléofas, 
2001.
Bíblia Sagrada. São Paulo: Paulus, 2002
Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 1983
COMBLIN, J. A Igreja e sua Missão: Breve Curso de Teologia. Tomo III. São Paulo: 
Paulinas, 1985.
FORTE, B. A Igreja ícone da Trindade. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
KEHL, M. A Igreja: uma eclesiologia católica. São Paulo: Edições Loyola, 1997.
LUMEN GENTIUM. In: Documentos do concílio ecumênico vaticano II. Tradução 
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RUIZ de la PEÑA, J. L. O dom de Deus. Antropologia teológica. Petrópolis: Vozes, 
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REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: <https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-que-e-o-credo/.> Aces-
so em: 25 maio 2018.
2Em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c2_50-141_
po.html>. Acesso em: 27 maio 2018.
GABARITO
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GABARITO
1. A.
2. E.
3. C.
4. C.
5. B.
6. A.
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Professor Dr. André Phillipe Pereira
DESENVOLVIMENTO 
HISTÓRICO DA 
ECLESIOLOGIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender a Igreja no período patrístico.
 ■ Analisar a Igreja no período escolástico.
 ■ Conhecer a reforma católica.
 ■ Entender a eclesiologia do Concílio Vaticano I.
 ■ Estudar o contexto do Concílio Vaticano II.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A Eclesiologia no Período Patrístico
 ■ A Igreja no Período escolástico
 ■ A Eclesiologia do Concílio de Trento
 ■ A Eclesiologia no Concílio Vaticano I
 ■ A Eclesiologia no Concílio Vaticano II
Introdução
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INTRODUÇÃO
Depois que Jesus cumpriu sua missão e nos resgatou da condição que nós mes-
mos assumimos, Ele volta à casa do Pai e nos envia o Espírito Santo, distribuindo 
seus dons e nos fortalecendo na missão. Ao contrário do que muitos pensam, a 
Igreja não inicia em Pentecostes, mas esse é o momento que os discípulos esta-
riam em condições de entender sua missão. Exatamente isso, Deus envia seu 
Espírito para manifestar à primeira comunidade sua vontade, diz o evangelho 
que estavam reunidos os 12 e a Mãe de Jesus estava com eles.
Pentecostes, portanto, é a manifestação da missão da Igreja à primeira comuni-
dade reunida. Agora sim, com todo o discipulado a Nosso Senhor e conhecedores 
da missão, iniciam seu trabalho apostólico, trabalho esse que será entendido 
como protagonismo na história da salvação, que é o anúncio do Evangelho e os 
sacramentos.
A Igreja com essa força vivificadora do Espírito levará corajosamente, entre 
martírios, perseguições e vitórias, o evangelho de Cristo a todos os cantos da 
terra e conseguirá, vivificada pelo Espírito e com consciência de que Cristo é 
sua cabeça, trazer o evangelho até nossos dias e crendo na promessa de Cristo 
— que as forças do inferno não prevalecerão contra ela — continuar sua missão 
de anunciar o evangelho por todos os séculos enquanto espera o retorno glo-
rioso de Nosso doce Salvador.
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA ECLESIOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
A ECLESIOLOGIA NO PERÍODO PATRÍSTICO
Caro(a) aluno(a), estamos iniciando nossa segunda unidade e nesta vamos apro-
fundar a eclesiologia nos períodos da história da Igreja, ou seja, como a Igreja 
é entendida, como a Igreja se entende e se desenvolve ao longo da história do 
cristianismo.
Ao iniciarmos nosso estudo sobre a concepção da Igreja no período patrís-
tico, é importante definir que a expressão Pais da Igreja simplifica uma realidade 
muito complexa. Quando se fala de Igreja dos Padres, ou Igreja do período patrís-
tico, certamente a referência está sendo feita à Igreja que se constituiu ao longo 
dos seis ou sete primeiros séculos do cristianismo. Um período muito longo para 
ser pensado e compreendido como unidade de uma só dimensão. Há necessi-
dade de se fazer muitas distinções a respeito de doutrinas, disciplinas, práticas 
litúrgicas, modo de exercer a autoridade.
De forma resumida, podemos dividir o início da Igreja em três períodos: a) 
Padres Apostólicos, b) Padres apologistas e c) período patrístico.
O termo Padre designava na sua origem os chefes das comunidades, os 
bispos, foi este o sentido que conservou no caso do primeiro dos bispos, 
o de Roma, o Papa. Neles residia, toda autoridade, quer doutrina, quer 
disciplinar. Mais tarde, o termo passou a aplicar-se sobretudo aos defen-
sores da doutrina, principalmente àqueles que, perante os hereges, lu-
tavam pela fé, mesmo que não tivessem o caráter episcopal. A partir do 
século V, nos tratados teológicos e nos trabalhos dos concílios, a palavra 
tem sempre o sentido que nós lhe atribuímos hoje (ROPS, 1988, p. 265).
A Igreja dos Padres Apostólicos é a Igreja, a Igreja formada e alimentada por 
aqueles que foram os sucessores imediatos dos apóstolos, que estavam ligados, 
A Eclesiologia no Período Patrístico
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