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Dificuldade de 
Aprendizagem
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Priscila Alvarenga Cardoso Gimenes
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Dificuldades Específicas de Aprendizagem: 
Transtorno da Escrita e da Matemática
• Disortografia: Conceito, Etiologia, Características, 
Avaliação e Intervenções;
• Disgrafia: Conceito, Etiologia, Características, 
Avaliação e Intervenções;
• Discalculia: Conceito, Etiologia, Características, 
Avaliação e Intervenções.
• Conhecer os principais conceitos, a etiologia, características, formas de avaliação e inter-
venção em casos de Disortografi a;
• Distinguir os principais conceitos, a etiologia, características, formas de avaliação e inter-
venção em casos de Disgrafi a;
• Reconhecer os principais conceitos, a etiologia, características, formas de avaliação e 
intervenção em casos de Discalculia.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Difi culdades Específi cas de 
Aprendizagem: Transtorno 
da Escrita e da Matemática
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
Introdução
No campo das dificuldades específicas de aprendizagem (ou transtornos de 
aprendizagem), a dislexia é a mais conhecida e divulgada. Entretanto, outros desdo-
bramentos destas dificuldades de aprendizagem precisam ser considerados, tendo 
em vista a necessidade de ampliar o conhecimento dos professores e da população 
em geral para assegurar aos alunos que possuem estas dificuldades atendimento 
educacional compatível com suas necessidades e que alcancem o sucesso em seu 
processo de escolarização. 
Para tanto, nesta unidade abordaremos os transtornos da escrita que será des-
dobrado em dois campos: a disortografia e a disgrafia; e o transtorno da Matemá-
tica - discalculia. Embora muitas vezes estes transtornos sejam confundidos com 
a dislexia, é importante conhecer suas especificidades para oferecer orientações 
adequadas aos alunos.
De forma geral, os transtornos da escrita referem-se à ortografia e à caligrafia e 
são evidenciados por erros gramaticais e ortográficos, uso inadequado de pontuação 
e dificuldades na organização do texto; também incluem as dificuldades na produção 
e organização gráfica do texto, que se evidencia pela qualidade da grafia empregada.
Já os transtornos de matemática relacionam-se a incompreensão e inabilidade 
para utilização de conceitos matemáticos básicos, como a contagem, operações, 
raciocínio lógico, entre outros.
É importante recordar que para ser diagnosticada com esses transtornos, a pes-
soa não pode possuir outros comprometimentos cognitivos, físicos, emocionais e 
sociais, além de terem sido oferecidas oportunidades de aprendizagem sistemáticas 
e constantes por um período mínimo de 6 meses.
Desta forma, estes transtornos dificilmente serão diagnosticados em pessoas com 
deficiências, ocorrendo apenas em casos específicos em que as especificidades e carac-
terísticas da pessoa não prejudiquem seu desempenho quanto à escrita e à matemática.
Disortografia: Conceito, Etiologia, 
Características, Avaliação e Intervenções
Vimos anteriormente que, de acordo com Ferreiro e Teberosky (1984), as crian-
ças constroem suas hipóteses sobre a escrita, partindo de uma representação pic-
tórica até alcançar a escrita alfabética. Assim que a criança compreende o funcio-
namento da língua escrita, ela inicia outro desafio, que é escrever as palavras de 
acordo com as regras ortográficas que regem a Língua Portuguesa.
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9
Figura 1
Fonte: Getty Images
Para Fernández et al (2011, p. 499), quando a criança entra em contato com a escrita:
[...] se depara com um novo sistema, em que precisa utilizar novas regras 
e voltar sua atenção para elementos até então imperceptíveis. Para isso, 
é necessário que a criança desenvolva suas capacidades metalinguísticas, 
ou seja, que ela passe a refletir sobre sua linguagem. Essa reflexão en-
volve a atenção aos aspectos da linguagem nos níveis fonológico, mor-
fológico e sintático e não apenas ao seu conteúdo, no nível semântico. 
A capacidade metalinguística, em seu nível fonológico, faz com que a 
criança reflita sobre o sistema sonoro da língua, tendo consciência de 
frases, palavras, sílabas e fonemas como unidades menores. 
Em um primeiro momento, a criança entende que a escrita representa a fala, 
sendo este importante para compreender o sistema de escrita, porém ela precisa 
superar esse entendimento para se apropriar das regras da escrita. Essas regras 
são, a princípio, arbitrárias para ela, exigindo que lance mão de habilidades de me-
mória e da percepção visual para escrever corretamente.
Durante o período de alfabetização, as trocas ortográficas são esperadas, pois 
utiliza-se como referência as pistas fonéticas para produzir suas escritas, de acordo 
com JOSÉ e COELHO (2002), os erros/trocas mais comuns desta fase são: 
• Letras e palavras com mesmo som para várias letras: mal/mau, casa/caza; 
exame/ezame, xícara/chícara; girafa/jirafa; morango/moramgo;
• Consoantes surdas por sonoras: f/v; p/b; ch/j; 
• Vogais nasais por orais: na/a; en/e; in/i; on/o; um/u; 
• Trocas visuais: b/d; p/q; e/a; b/h; f/t;
• Sílabas com tonicidade semelhantes: cantarão/cantaram;
• Trocas visuais: b/d; p/q; e/a; b/h; f/t.
Além dessas trocas, as crianças podem encontrar dificuldades para recordar 
a sequência dos sons das palavras/sílabas, fazendo com que as escritas sejam 
9
UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
caracterizadas por omissões, adições, inversões, fragmentações, junções, entre 
outros, como ocorre com as sílabas construídas por mais de duas letras: caixa/
caxa; árvore/arvovore; pipoca/picoca; ilha/ilia; muito/muinto, caminho/camihno; 
bom dia/bondia; árvore/ar vore; leite/leiti; entre outras.
Estas trocas precisam aos poucos ser superadas, para tanto, é fundamental que 
os professores realizem intervenções pontuais e contínuas, conduzindo os alunos 
à reflexão sobre a língua, com enfoque para as regras ortográficas. Também é ne-
cessário que os alunos sejam expostos a diversos materiais pedagógicos e de uso 
social (cartazes, livros, bilhetes, entre outros),por meio dos quais tenham acesso a 
grafia correta das palavras. 
Figura 2
Fonte: Getty Images
Geralmente, após descobrirem que a escrita não é a representação fiel da fala 
e que existem regras ortográficas, os alunos começam a se preocupar com a qua-
lidade de suas escritas, sendo muito comum a pergunta: “professor, com que letra 
se escreve...?” Neste momento, é fundamental que o professor aproveite para con-
tribuir com a ampliação do vocabulário dos alunos e que chame a atenção para a 
escrita correta das palavras. Quando possível, deve oferecer pistas sobre as regras 
ortográficas para que aos poucos sejam apropriadas pelos alunos.
Os alunos alfabetizados no primeiro ano do Ensino fundamental (entre seis e 
sete anos), que tenham recebido instrução pedagógica adequada, por volta do ter-
ceiro ano (oito a nove anos), já são capazes de escrever a maior parte das palavras 
ortograficamente corretas (para escrita das palavras desconhecidas, geralmente 
recorrem às pistas fonéticas) e estruturar o texto utilizando as regras gramaticais 
(básicas), pontuação e paragrafação próximas do uso convencional.
Entretanto, alguns alunos, mesmo participando de diversas situações didáticas 
que tenham como objetivo a reflexão sobre a língua e o trabalho com as regras 
10
11
ortográficas, apresentam grandes dificuldades para escrever de forma ortográfica. 
Estes podem apresentar um quadro de disortografia.
Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (correto) + 
“grafia” (escrita) e corresponde a uma dificuldade manifestada por erros ortográficos na es-
crita de palavra e prejuízos na produção textual.
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O transtorno Específico da Escrita - Disortografia - é o nome atribuído para a 
incapacidade de apresentar uma escrita de acordo com as regras ortográficas da 
sua língua materna, no nosso caso, a Língua Portuguesa. Neste quadro, é obser-
vado o uso inadequado dos símbolos gráficos, sendo comum as trocas, omissões e 
segmentações próprias do início do processo de alfabetização, como apresentado 
no início desta discussão. De acordo com Coelho (2013), é importante distinguir a 
disortografia da disgrafia (dificuldades no traçado das letras), pois a criança disorto-
gráfica geralmente traça as letras adequadamente.
A autora também pondera que em casos de disortografia podem ser observadas 
dificuldades na organização, estruturação e composição de textos escritos, geral-
mente construídos por frases curtas e muitos erros ortográficos.
Para Coelho (2013), a disortografia pode ser desencadeada por: 
• dificuldades na automatização dos procedimentos de escrita relacionados a déficits 
na percepção, memória visual e auditiva, orientação espaço-temporal, tendo 
como consequências as dificuldades na orientação das letras e discriminação de 
grafemas com traços semelhantes;
• desconhecimento ou dificuldades em evocar as regras da escrita;
• dificuldades de linguagem (pronúncia/articulação) e vocabulário empobrecido;
• baixo nível de motivação e atenção durante a escrita;
• falhas nas estratégias pedagógicas utilizadas e métodos de ensino que não 
atendem às necessidades dos alunos. 
Como nos casos de dislexia, para chegar ao diagnóstico de disortografia, devem 
ser excluídas outras condições como deficiências, outros transtornos do neurode-
senvolvimento, dificuldades emocionais, propostas pedagógicas inadequadas, per-
sistência das dificuldades mesmo após intervenções constantes e sistemáticas.
De acordo com o DSM-V (2015), a disortografia faz parte dos transtornos de apren-
dizagem, está relacionada a um conjunto de dificuldades que envolvem a produção 
textual e corresponde a: “Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) 
(p. ex., pode adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes)” e “Dificuldades com 
a expressão escrita (p. ex., comete múltiplos erros de gramática ou pontuação nas 
frases; emprega organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias 
sem clareza)”. Para o Manual, os prejuízos na expressão escrita envolvem: “precisão 
na ortografia; precisão na gramática e na pontuação; clareza ou organização da ex-
pressão escrita” e não somente as dificuldades relacionadas à ortografia. 
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
De acordo com Coelho (2013, s/p), as causas da disortografia estão relacionadas 
a cinco áreas, que são:
Erros de caráter linguístico-perceptivo
• omissões, adições e inversões de letras, de sílabas ou de palavras; 
• troca de símbolos linguísticos que se parecem sonoramente (“faca”/“vaca”). 
Erros de caráter visoespacial 
• substitui letras que se diferenciam pela sua posição no espaço (“b”/“d”); 
• confunde-se com fonemas que apresentam dupla grafia (“ch”/“x”); 
• omite a letra “h”, por não ter correspondência fonêmica. 
Erros de caráter visoanalítico 
• não faz sínteses e/ou associações entre fonemas e grafemas, trocando 
letras sem qualquer sentido. 
Erros relativos ao conteúdo 
• não separa sequências gráficas pertencentes a uma dada sucessão fônica, ou 
seja, une palavras (“ocarro” em vez de “o carro”), junta sílabas pertencentes a 
duas palavras (“no diaseguinte”) ou separa palavras incorretamente. 
Erros referentes às regras de ortografia 
• não coloca “m” antes de “b” ou “p”;
• ignora as regras de pontuação; 
• esquece de iniciar as frases com letra maiúscula; 
• desconhece a forma correta de separação das palavras na mudança de 
linha, a sua divisão silábica, a utilização do hífen.
A intervenção em casos de disortografia deve contar com o apoio de um psico-
pedagogo ou fonoaudiólogo e de atividades realizadas pelo professor em sala de 
aula. Estas devem pautar-se no estímulo a memória auditiva e visual, percepção 
auditiva, visual e orientação espaço-temporal, entre outros. É importante também 
considerar os fatores associados ao fracasso ortográfico e a correção dos erros or-
tográficos específicos, sendo fundamental propor reflexões sobre a língua escrita e 
sobre as regras ortográficas. As intervenções devem ser planejadas individualmen-
te, considerando as necessidades e características de cada criança.
Quando oferecidas as condições adequadas de aprendizagem (acompanhamento 
com profissionais especializados, atuação pontual do professor em sala de aula e 
colaboração da família), é possível constatar melhora significativa do quadro de di-
sortografia. Mesmo se tratando de um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, 
que está relacionado a comprometimentos no funcionamento cerebral, Bossa (2014) 
aponta que quando realizadas intervenções específicas com estímulos nas áreas en-
volvidas na escrita (linguagem, memória, percepção, coordenação motora, orientação 
viso espacial, entre outras), há uma mudança considerável no padrão de escrita, podendo 
constatar a diminuição ou a eliminação das características do transtorno.
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Neste vídeo, a psicopedagoga Nádia Bossa apresenta as principais características da Disorto-
grafia, disponível em: https://youtu.be/pS5l1C2li3kEx
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Disgrafia: Conceito, Etiologia, 
Características, Avaliação e Intervenções
Importante!
Você já ouviu alguém dizer que possui letra feia e que suas escritas são um garrancho? 
Compreendendo a escrita como uma importante forma de comunicação, já pensou no 
que pode levar uma pessoa a escrever algo que outra pessoa não conseguirá ler?
Nesta unidade conversaremos um pouco sobre as dificuldades na grafia das palavras.
Trocando ideias...
Figura 3
Fonte: Getty Images
A criação da linguagem escrita é uma das mais importantes conquistas do ho-
mem e implica na comunicação simbólica por meio de um código convencionado 
socialmente. Para escrever, as pessoas precisam mobilizar diversas áreas cerebrais 
em um processo orquestrado, pois a escrita pressupõe o conhecimento da represen-
tação gráfica e fonológica do código utilizado, das regras da escrita, dos seus sentidos 
e significados e do ato motor para a realização do registro.Falhas em uma destas 
áreas podem desencadear comprometimentos na habilidade da escrita e da leitura.
Porto (2007, p. 64) afirma que para a escrita ocorrer é necessária a ação inte-
grada das seguintes habilidades:
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
a) discriminação auditiva;
b) composição e decomposição dos sons;
c) discriminação visual;
d) organização e orientação dos elementos no espaço;
e) sequência temporal;
f) coordenação dos movimentos finos;
g) conhecimento e controle do próprio corpo;
h) noções de lateralidade.
Aliadas a estas habilidades, poderiam ser apontadas várias outras, além da inte-
gridade dos aspectos físicos, emocionais e cognitivos e de oportunidades adequa-
das para o aprendizado.
Como vimos no tópico anterior, muitas crianças encontram dificuldades para es-
crever durante o período de alfabetização, seja por comprometimentos na compre-
ensão e utilização das regras ortográficas, organização do texto ou por dificuldades 
com os traçados das letras, entretanto, essas dificuldades tendem a ser superadas 
com o passar deste período. Todavia, como ocorre com a disortografia, quando as 
dificuldades com a grafia das palavras permanecem, é preciso investigar se não se 
trata de um caso de disgrafia.
Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, 
é uma dificuldade de caráter funcional que afeta a qualidade da escrita, no que se refere ao 
seu traçado ou à grafia. 
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A disgrafia é caracterizada por uma dificuldade persistente na utilização da lin-
guagem escrita, devido à inabilidade em identificar e memorizar a grafia das letras 
ou por não traçá-las convencionalmente. As dificuldades apresentadas podem ser 
causadas por comprometimentos motores (coordenação motora fina, viso-motora, 
memória do movimento para a escrita das letras) relacionados, ou não, a outras for-
mas de dispraxias ou de transtornos do desenvolvimento da coordenação motora, 
e por dificuldades na associação do símbolo e a grafia que representa o som das 
palavras e frases (percepção e discriminação auditiva e visual, memória sequencial).
Dispraxias: Podem ser definidas como disfunções neurológicas que impedem o cérebro de co-
ordenar os movimentos corretamente. De acordo com Leonhardt (2006, p.221): as dispraxias 
são sistemas não coordenados de ação, em razão de gestos que não se realizam ou de intenções 
que não se objetivam no plano da realidade: lentidão, interrupções, distorções, impedimentos 
na realização de movimentos ligados ao estresse físico, emocional e/ou ambiental. 
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Em casos de disgrafia, é comum observar que ao tentar escrever as crianças 
apresentam lentidão, escrevem letras amontoadas, deixando a escrita ilegível e sua 
produção desorganizada. Muitas vezes, utilizam força de forma inadequada, traçan-
do as letras muito forte ou muito leve (dificuldades no controle da pressão). Também 
é facilmente observado que apresentam uma postura gráfica incorreta, seguram o 
lápis (caneta, giz, entre outros) inadequadamente, prejudicando a escrita (dificulda-
des no controle da preensão).
Para Sampaio (2011, p. 126-127), as principais características da disgrafia são:
• lentidão na escrita;
• letra ilegível;
• escrita desorganizada;
• traços irregulares ou muito fortes, chegando a marcar o papel, ou 
muito leves;
• desorganização geral na folha de escrita [dificuldades] com a orienta-
ção espacial;
• desorganização do texto, pois não observam margem, parando [a escri-
ta] muito antes, ou ultrapassando-a (de modo que amontoem letras na 
borda da folha);
• letras retocadas, hastes mal feitas e atrofiadas, omissões de letras, pala-
vras e números, formas retorcidas, movimentos contrários à escrita;
• as letras, em geral, são escritas no sentido contrário. Nos casos de a, o, 
d, são escritas no sentido anti-horário. Habitualmente os números são 
escritos de baixo para cima;
• desorganização das formas: letras de tamanho muito pequeno ou muito 
grande, escrita alongada ou comprida;
• o espaço que dá entre linhas, palavras e letras são irregulares;
• liga as letras de forma inadequada;
• escrita em espelho.
Figura 4
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
O diagnóstico da disgrafia deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar 
contando principalmente com psicopedagogos. É importante que a criança tam-
bém seja avaliada por um ortopedista e/ou psicomotricista para verificar a ocorrên-
cia de outros comprometimentos motores. Em todos os casos, para o diagnóstico 
é necessário que outros quadros de transtornos, deficiências ou comprometimentos 
motores sejam descartados.
Leonhardt (2006) chama a atenção para o fato de muitas crianças que apresen-
tam disgrafia manifestam comprometimentos sociais, emocionais e em alguns casos, 
físicos, pois “as experiências de fracasso, ao escrever, acumulam-se gradativamente 
e em níveis cada vez menos toleráveis, acabando por gerar sofrimentos, inibição 
e fragilidades nas relações de aprendizado, trabalho e convívio social”. Em decor-
rência desta situação, a criança geralmente desenvolve baixa autoestima e rejeição 
a aprendizagem, desencadeando maiores comprometimentos em seu processo de 
escolarização. A autora aponta ainda que quando a criança não recebe a assistência 
necessária para minimizar as dificuldades apresentadas, instala-se “de forma crônica, 
a sintomatologia típica das disgrafias, especialmente: “dor”, “suor” e cansaço”.
Como a disgrafia envolve as questões relacionadas à coordenação motora e 
as dificuldades com a apropriação do código escrito, as intervenções devem ser 
pautadas nestes dois aspectos. De acordo com Bossa (2014), é importante que 
na escola sejam proporcionadas diversas experiências de estimulação motora, tais 
como: atividades cotidianas em sala de aula que englobem tarefas motoras especí-
ficas (cartazes, pinturas, massinha de modelar, recortes, jogos, brincadeiras, entre 
outras que envolvam o trabalho corporal); atividades físicas e esportivas e vivências 
musicais e artísticas.
Outras ações devem ser empreendidas pelo professor, como: exercícios gra-
fomotores e de caligrafia, utilização de lápis mais grosso (triangular ou com en-
grossadores/adaptadores) ou pincel, treino do grafismo; correção da postura do 
corpo e da mão ao escrever (pegar corretamente no lápis e colocar a folha ou ca-
derno em posição adequada) para evitar incômodo ao escrever. Devem ser ofere-
cidas orientações direcionadas para o aluno sobre a sua escrita (em alguns casos 
é indicado que o aluno pule linhas ao escrever para compreender o que escreve), 
ao realizar avaliações privilegiar a expressão oral, utilizar as atividades de escrita 
em quantidade adequada, para evitar o cansaço extremo do aluno ao escrever.
Já para o desenvolvimento de um 
trabalho focado na percepção do có-
digo escrito, é importante que o pro-
fessor realize intervenções diretas e ati-
vidades que envolvam a discriminação 
visual (completar figuras, ligar pontos, 
labirinto, palavra cruzada), a memória 
visual (jogos diversos que envolvem a 
memorização de figuras e símbolos), e 
a percepção (integração dos órgãos do 
sentido para estimular a percepção).
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Nestes casos, é fundamental que os docentes e profissionais que acompanham 
o aluno valorizem os aspectos positivos de suas produções e suas conquistas, res-
saltando de maneira positiva e evitando repreendê-lo ou chamá-lo de preguiçoso.
A família também pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades em prejuí-
zo, oferecendo às crianças estímulos motores variados e reconhecendo suas conquistas.
A oferta de atendimento específico, direcionado às dificuldades de cada aluno, re-
alizado pelo professor de sala de aula e pelos profissionais que o atendem (psicopeda-
gogo, entre outros) proporcionando diversas e ricas experiências de desenvolvimentomotor e perceptivo, na maior parte dos casos resulta em melhoria significativa nas 
dificuldades apresentadas.
Para saber mais sobre a disgrafia, assista ao vídeo de Nádia Bossa sobre o transtorno. 
Disponível em: https://youtu.be/7tndJj-RapYEx
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Discalculia: Conceito, Etiologia, 
Características, Avaliação e Intervenções
Já conversamos sobre as dificuldades de aprendizagem em unidades anteriores, mas agora 
reflita sobre seus sentimentos e suas memórias em relação aos conhecimentos matemáti-
cos. Reflita sobre suas reações quando você se depara com uma situação cotidiana em que 
é solicitado a fazer um cálculo mais complexo, utilizar algumas fórmulas matemáticas ou 
resolver alguma equação.
Muitas pessoas afirmam rapidamente que “não são boas em matemática” e sequer tentam 
resolver a situação. Você já pensou por que isso acontece? Será que a matemática é realmen-
te algo muito difícil? Será que a maior parte da população possui problemas de aprendiza-
gem em relação à matemática?
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Figura 6
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
Em nossa sociedade há o entendimento que a matemática é uma disciplina difícil 
e que apenas pessoas “muito inteligentes” conseguem apresentar bom desempenho 
nesta área. Esta compreensão pode ser justificada pela forma como essa disciplina 
foi trabalhada nas escolas durante muitos anos, baseada principalmente na 
memorização de fórmulas e sua aplicação em situações descontextualizada ou que 
não faziam parte da vivência dos alunos. Entretanto, considerando a relevância dos 
conceitos matemáticos nos dias atuais, é fundamental que esta concepção errônea 
seja superada nas escolas e na sociedade.
A partir da segunda metade do Século XX, com as mudanças nas propostas didá-
ticas do ensino da matemática, este quando começou a ser alterado, entretanto, como 
na educação as transformações são muito lentas, ainda há resquícios deste tratamento 
descontextualizado dado para as aprendizagens matemáticas, além de ainda manter-se 
presente na compreensão social, as dificuldades em relação a estas aprendizagens.
É necessário considerar que, aliada às dificuldades oriundas de problemas di-
dáticos e metodológicos associados ao ensino da matemática, a compreensão dos 
conceitos matemáticos e sua utilização exigem a mobilização de diversas áreas ce-
rebrais que precisam funcionar adequadamente e em sintonia, sendo estas habilida-
des consideradas de grande complexidade. 
A aprendizagem de conceitos matemáticos está relacionada a diversas habilida-
des, tais como as linguísticas; perceptivas; viso-espaciais; psicomotoras; perceptivo-
-táteis; de atenção que envolve a compreensão, representação de símbolos e o 
censo numérico; memória e as funções executivas de planejamento, estratégias, 
entre outras.
Falhas nestas habilidades podem desencadear dificuldades na aprendizagem dos 
conceitos matemáticos, entretanto, em sua maioria, estas podem ser superadas 
com intervenções diretas e pontuais dos docentes e de especialistas. Porém, é 
comum que devido ao pouco conhecimento sobre as dificuldades relacionadas à 
aprendizagem da matemática, os alunos não recebam as intervenções necessárias 
e, além das dificuldades, também acumulem defasagens em suas aprendizagens, 
pois caso os alunos não aprendam os conceitos principais (sistema de numeração 
decimal e suas relações e as quatro operações), a maior parte dos demais conteúdos 
abordados estará prejudicado.
Em alguns casos, estas falhas ou dificuldades são muito significativas e impedem 
o aluno de compreender os símbolos matemáticos e operar com eles, consistindo 
em comprometimentos nas funcionalidades das áreas cerebrais. Estas dificuldades 
são denominadas discalculia.
Etimologicamente, discalculia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “calculare” (calcular, 
contar), ou seja, é um distúrbio de aprendizagem que afeta a habilidade de uma pessoa 
compreender e manipular números.
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De acordo com Pimentel e Lara (2017, s/p):
Na literatura internacional, o estudo acerca da Discalculia, não é recen-
te. Em seus estudos, Helmer R. Myklebust e Doris Johnson afirmam que 
Gerstmann (1940) e Cohn (1961) já se referiam à Discalculia. [...] Em 1968, 
Cohn utilizou o termo Discalculia do Desenvolvimento, afirmando que a 
origem precisa desse transtorno não poderia ser identificado, mas geral-
mente está relacionado à incapacidade da criança em relação a símbolos, 
em particular, a símbolos gráficos. [...]Uma classificação apresentada nos 
estudos de Kosc (1974) engloba seis tipos de discalculia, são elas: discal-
culia verbal, practognóstica, léxica, gráfica, ideognóstica e operacional.
Embora esses estudos não sejam recentes, a discalculia ainda é pouco conheci-
da, sendo fundamental divulgar as características deste distúrbio e as intervenções 
necessárias, pois em diversos casos, com o auxílio específico, muitos alunos conse-
guem melhoras significativas. Não existe “cura”, mas com as intervenções os alunos 
desenvolvem estratégias e aprendem a lidar com o transtorno.
É importante considerar que crianças que apresentam dislexia ou disgrafia tam-
bém demonstram dificuldades com as escritas numéricas, entretanto, nem sempre 
apresentam discalculia, pois muitas crianças disléxicas compreendem o sistema de 
numeração decimal, suas relações, operam mentalmente e possuem bom raciocí-
nio lógico, apresentando dificuldades somente quando são exigidas a leitura e o 
registro escrito.
Como nos demais transtornos de aprendizagem, não existem estudos conclu-
sivos sobre as causas da discalculia, porém algumas pesquisas mostram compro-
metimento em áreas cerebrais decorrentes de falhas no desenvolvimento cerebral, 
lesões cerebrais, fatores genéticos e ambientais (que prejudicam o funcionamento 
cerebral). Acometem cerca de 3% a 6% da população, não sendo identificada dife-
rença entre os diagnósticos em meninos ou meninas.
Figura 7
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
O DSM – V apresenta que o Transtorno Específico da Aprendizagem com 
prejuízo na Matemática envolve comprometimentos quanto ao “Senso numérico, 
Memorização de fatos aritméticos, Precisão ou fluência de cálculo e Precisão no 
raciocínio matemático” (2014, p. 67). Acrescenta em nota que: “discalculia é um 
termo alternativo usado em referência a um padrão de dificuldades caracterizado 
por problemas no processamento de informações numéricas, aprendizagem de fa-
tos aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes”. 
As principais características da discalculia são: inabilidade ou incapacidade de 
pensar, refletir, avaliar ou raciocinar processos ou tarefas que envolvam números 
ou conceitos matemáticos. 
Estas características podem ser traduzidas em dificuldades ou inabilidade para rea-
lizar atividades como:
• Contagens (quando pequenas, as crianças apresentam dificuldades para contar 
os dedos das mãos);
• Correspondência termo a termo;
• Seguir a ordem convencional da sequência numérica em uma contagem (núme-
ros cardinais e ordinais);
• Associar números a quantidades (pode realizar contagem oral, mas não identifica 
o número correspondente);
• Reconhecer padrões como maior/menor; mais longo/mais curto; 
• Realizar a sequenciação de números (antecessor e sucessor) ou em dizer qual de 
dois é o maior;
• Diferenciar esquerda/direita e de direções (norte, sul, leste, oeste);
• Visualizar um conjunto de objetos dentro de um conjunto maior;
• Realizar operações (algoritmos) básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão;
• Organizar espacialmente os algoritmos;
• Conservação de quantidades;
• Compreender e memorizar conceitos matemáticos, regras e/ou fórmulas;
• Reconhecimento de sinais/símbolos matemáticos (+); (-); (x); (÷); (≤); (≥), entre outros;
• Realizar a leitura de números com multidígitos;
• Compreender o sistema monetário e unidades de medidas (tempo, massa,capa-
cidade, distância);
• Compreender marcações de relógio (principalmente o analógico), balanças ou 
decifrar resultados em placar eletrônico, utilizar a calculadora;
• Recordar e seguir sequência de passos que devem ser realizados em operações 
matemáticas diversas;
• Interpretar e analisar gráficos, tabelas e infográficos;
• Elaborar e utilizar estratégias para solucionar problemas que envolvam o raciocí-
nio lógico matemático; 
• Entre outros que envolvem a utilização de números ou relações matemáticas.
20
21
O diagnóstico de discalculia deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e con-
siderar a exclusão de aspectos como deficiência intelectual ou comprometimentos 
nos órgãos do sentido, oferta adequada de oportunidades de aprendizagem dos 
conceitos matemáticos e ausência de dificuldades emocionais.
As intervenções em casos de discalculia devem ser realizadas por especialistas, 
sobretudo psicopedagogos, por professores e por familiares, tendo em vista que 
em todos os casos de transtornos de aprendizagem a atuação conjunta possibilitará 
melhores resultados.
Inicialmente é importante ressaltar a importância da utilização dos números no 
dia a dia e levar a criança a compreender as vantagens obtidas por conhecer os nú-
meros e estabelecer relações com eles. Algumas estratégias a serem utilizadas são:
• utilizar jogos e atividades lúdicas que instigue a utilização dos números e das 
relações numéricas; 
• utilizar diversos materiais concretos para que o aluno possa observar, tocar e 
manipular, dentre eles, números móveis, coleções com diversas quantidades, 
formas geométricas, material dourado, escala Cuisenaire, fichas escalonadas, 
fitas métricas, réguas, balanças, relógios, entre outros, dependendo da idade 
e ano escolar;
• iniciar com atividades mais simples, que o aluno seja capaz de realizar, com 
vistas a reduzir a ansiedade e elevar a autoestima, buscando minimizar os 
efeitos do fracasso escolar. É importante sempre inserir atividades que o aluno 
consiga realizar para que persista e se empenhe para superar suas dificuldades;
• utilizar caderno quadriculado para facilitar a organização das escritas numéri-
cas e organização de algoritmos (colocar-se um número em cada quadrado); 
• realizar a leitura dos enunciados matemáticos em voz alta;
• antecipar oralmente as possibilidades para resolver problemas de matemática;
• apresentar as propostas de atividade de forma clara e confirmar se o alu-
no compreendeu;
• apresentar conteúdos novos a partir de exemplos concretos ou manipulações 
de materiais para posteriormente solicitar aplicações mais abstratas;
• fornecer materiais de referência como: quadro numérico, escrita por extenso 
dos números, calendários, tabuadas, fórmulas e calculadora (a depender do 
ano que o aluno cursa);
• ensinar o aluno a utilizar estratégias para resolução das diversas situações ma-
temáticas (passo a passo);
• disponibilizar mais tempo para a realização das atividades que envolvam o 
raciocínio matemático;
• flexibilizar as avaliações e valorizar o raciocínio matemático e os processos realiza-
dos pelo aluno para resolver determinada situação e não apenas o resultado final;
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
• utilizar recursos tecnológicos para propor atividades diversificadas e interessan-
tes para o aluno; 
• sempre que necessário retomar os conhecimentos/conteúdos abordados nas 
aulas anteriores para auxiliar na consolidação dos conhecimentos;
• trabalhar com atividades que desenvolvam a memória, as funções executivas e 
habilidades linguísticas, perceptivas, viso-espaciais, psicomotoras e de atenção;
• utilizar situações e recursos diferentes para trabalhar com os conceitos matemáticos.
Por tratar-se de um transtorno do neurodesenvolvimento que envolve compro-
metimentos no funcionamento cerebral, as intervenções precisam ser constantes, 
específicas para cada caso e serem realizadas por longo período de tempo, para 
que as dificuldades sejam minimizadas.
Como a discalculia não está relacionada a deficiência intelectual, as dificuldades 
apresentadas correspondem, de forma predominante, as ações que envolvem a 
utilização de números e do raciocínio lógico matemático, desta forma, os alunos 
podem demonstrar ótimo desempenho em outras áreas de conhecimento, sendo 
fundamental valorizá-los em suas habilidades.
Para conhecer mais sobre a discalculia, assista os vídeos
• Discalculia: trecho do vídeo da psicopedagoga Nádia Bossa em que apresenta as princi-
pais características da discalculia. Disponível em: https://youtu.be/mfHXkM1ctD0
• Discalculia, você sabe o que é? Vídeo produzido pelo neuropediatra Clay Brites da 
Neurosaber, na qual apresenta alguns aspectos sobre a discalculia. Disponível em: 
https://youtu.be/cgNPiE5D7y0 
Ex
pl
or
Após apresentar alguns aspectos relevantes sobre os Transtornos de aprendiza-
gem, é válido refletir sobre as possibilidades de comorbidades entre eles e entre ou-
tras condições como as deficiências ou outros transtornos, sendo muito importante 
que a avaliação seja realizada por equipes multidisciplinares que poderão excluir pos-
sibilidades, distinguir um quadro de outro e a identificar a presença de comorbidades. 
Entretanto, antes de todos os possíveis diagnósticos, é fundamental que a crian-
ça receba atendimento educacional sistemático e com duração mínima de seis me-
ses com o intuito de excluir possíveis dificuldades desencadeadas por experiências 
didático-pedagógicas negativas ou insuficientes. 
Ao identificar dificuldades ou suspeita de transtornos de aprendizagem, os pro-
fissionais, docentes e familiares precisam iniciar intervenções com o intuito de mi-
nimizar os prejuízos decorrentes das dificuldades apresentadas, pois, geralmente, 
além das dificuldades próprias dos transtornos, os alunos possuem defasagens de 
aprendizagens que foram se acumulando com o passar dos anos. 
No geral, é fundamental que a criança seja assistida e estimulada a superar suas 
dificuldades em um ambiente afetuoso e estimulador.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar
Realize a leitura dos capítulos 14, 15 e 16, que abordam diversos aspectos dos 
transtornos da escrita e da matemática.
ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. (Orgs.). Transtornos da aprendizagem: 
abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Disponí-
vel na Biblioteca virtual - Minha biblioteca.
Dificuldades de Aprendizagem: Olhar Psicopedagógico
Realize a leitura do capítulo 3 intitulado: Transtornos funcionais específicos da 
aprendizagem: disgrafia, disortografia, dislexia e discalculia.
NOGUEIRA, M. O. G.; LEAL, D. Dificuldades de aprendizagem: um olhar psicopedagó-
gico [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2012. Disponível na biblioteca Virtual (Pearson).
 Filmes
Dislexia, Disortografia e Disgrafia
BOSSA, N. A. Dislexia, disortografia e disgrafia. São Paulo: Atta Mídia, 2014 (filme 
formato DVD).
Neste vídeo (DVD) a psicopedagoga Nádia Bossa apresenta as principais características 
dos transtornos de aprendizagem relacionados a leitura e escrita. É um material muito 
interessante e instrutivo. Vale a apena conferir! 
 Leitura
Desvendando a Disgrafia
Neste texto Carolina Pinheiro e Gislaine Nóbile apresentam as características da 
disgrafia e diversas estratégias pedagógicas a serem utilizadas com crianças que 
apresentam disgrafia.
https://bit.ly/2YLpJPA
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UNIDADE Dificuldades Específicas de Aprendizagem:
Transtorno da Escrita e da Matemática
Referências
BASTOS, J. A. Discalculia: transtorno específico da habilidade em matemática. In: 
ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. (Orgs.) Transtornos da aprendiza-
gem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
COELHO, D. T. Dificuldades de aprendizagem específicas: Dislexia,Disgrafia, 
Disortografia e Discalculia. Disponível em: http://www.ciec-uminho.org/documen-
tos/ebooks/2307/pdfs/8%20Inf%C3%A2ncia%20e%20Inclus%C3%A3o/Dislex-
ia.pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
FERNÁNDEZ, A. Y. et al. Avaliação e intervenção da disortografia baseada na se-
miologia dos erros: revisão da literatura. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 
499-504, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1516-18462010000300017&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24 fev. 2019.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1984.
LEONHARDT, D. R. Avaliação e clínica das praxias e dispraxias na aprendizagem: 
mapeamento da dor gráfica. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. 
(Orgs.) Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisci-
plinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
PIMENTEL, L. S.; LARA, I. C.M. Discalculia: o cérebro e as habilidades matemáti-
cas. Anais do VII Congresso Internacional de Ensino da Matemática. Universi-
dade Luterana do Brasil, Campus Canoa 2017.
PORTO, O. Bases da psicopedagogia: diagnóstico e intervenção nos problemas 
de aprendizagem. 3. ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2007.
ROTTA, N. T. Dispraxias. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. 
(Orgs.) Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisci-
plinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. (Orgs.) Transtornos da aprendiza-
gem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
SAMPAIO, S. Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação su-
jeito, família e escola. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
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