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Universidade Federal da Bahia HIDROLOGIA Processos/variáveis do ciclo hidrológico Evaporação e Evapo+transpiração (Tucci, cap. 7) Professor: Lafayette Dantas da Luz • A evaporação é o processo pelo qual a água se transforma do estado líquido para o de vapor. • Interesse da hidrologia: perdas por evaporação, a partir de superfícies líquidas (mares, rios, lagos e açudes) e da água acumulada na superfície do solo, influindo fortemente nos balanços hídricos. Vendo com maiores detalhes: EVAPORAÇÃO • Os principais fatores meteorológicos que mais influenciam, em geral, são: – temperatura da superfície, – temperatura e umidade do ar – intensidade e direção dos ventos – tipo e condições do solo Vendo com maiores detalhes: EVAPORAÇÃO • Fatores de menor peso na E de superfícies líquidas: – Pressão atmosférica: < Patm → > E (em baixas T e altas altitudes isso perde importância – Material dissolvido: diminui pressão de vapor da água → < E – Forma, local e situação do corpo d´água: ventos, ondas, etc. – Profundidade do corpo d´água: < prof. → > retenção de energia → > E Vendo com maiores detalhes: EVAPORAÇÃO • Evaporação em solo nú: • Solo saturado → condição similar às superfícies de água livres • Solo não saturado → Evaporação ocorre em camadas mais profundas e o vapor deve sofrer difusão para a atmosfera. Maior complexidade. – Ocorre em 2 estágios: » próximo à saturação → 90% da Evaporação máxima possível » < umidade → vapor deve se difundir no solo, até atingir a atmosfera, conforme as de variações de pressão do ar. Controles: condições do solo e condutividade hidráulica. Condições climáticas pouco importam. Vendo com maiores detalhes: EVAPORAÇÃO MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR A EVAPORAÇÃO Os métodos normalmente utilizados para determinar a evaporação são: • Medidas diretas com evaporímetros (ex. tanque classe A, Piché) • transferência de massa (relaciona E e pressão de vapor, 1a lei de Dalton, E = b.(esat – eamb) ) • balanço de energia (radiações, fluxo de calor, etc.) • balanços hídricos (dV/dt = Qaf – Qef – E.A + P.A) Medindo a evaporação: EVAPORÍMETROS Tanques de evaporação: podem ser reunidos em quatro classes: enterrados, superficiais, fixos e flutuantes. O mais usado mundialmente é o tanque classe A, que tem forma circular com um diâmetro de 121 cm e profundidade de 25,5 cm. Construído em aço ou ferro galvanizado, deve ser pintado na cor alumínio e instalado numa plataforma de madeira a 15 cm da superfície do solo. Deve permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior. TANQUE CLASSE A Disposição em campo ESTAÇÃO EVAPORIMÉTRICA AUTOMÁTICA EVAPORÍMETROS Figura: Ev. de Piché Exemplo de estimativa de Evaporação por Balanço Hídrico (Tucci, Hidrologia – Ciência e Aplicação, exemplo 7.2) BH em um reservatório. A precipitação total no mês de janeiro foi de 154mm, a vazão de entrada drenada pelo rio principal foi de 24 m3/s. Este rio drena 75% da bacia total que escoa para o reservatório. Com base nas operações do reservatório ocorreu uma vazão média de saída de 49 m3/s. A relação entre o volume e a área do reservatório encontra-se na tabela abaixo. O volume no início do mês era de 288x106 m3 e no final 244x106 m3. Estime a evaporação do reservatório. dV/dt = Qaf – Qef – E.A + P.A → E = (Qaf – Qef)/A + P – (dV/dt)/A Área média: [ A(t+1) + A(t) ] / 2 = (81,43+92,13)/2 = 86,78 km2 Var. de volume = dV/dt = (244 - 288) . 106 = - 44 . 106 m3 Var. da vazão = (24 / 0,75 – 49) = - 17 m3/s A evaporação em mm/mês é: E = [2592 mm/mês].(-17)/86,78 + 154 mm – [1000 mm/mês ].(- 44/86,78) E = 153 mm (/mês) Área (km2) Volume (106 m3) 10 30 90 110 10 60 270 440 • Dalton demonstrou que a perda de água pela superfície de um lago ou outro corpo hídrico é função da radiação solar, das temperaturas da água e do ar, da velocidade do vento e da diferença nos valores de pressão de vapor na superfície da água e no ar imediatamente acima dela (Dalton, 1802): E = (es – ea).(a + b.u) - Equação de Dalton onde E = taxa de evaporação (em mm/dia) es = pressão de vapor na saturação (em kPa) ea = pressão de vapor na camada de ar (em kPa) a, b = constantes empíricas u = velocidade do vento (em m/s) Os estudos empíricos realizados no Lago Hefner, em Oklahoma, levaram a uma relação semelhante: E = 1,22 (es – ea)u Transferência de massa E = (es – ea).(a + b.u) - Equação de Dalton Pressão de vapor no ar pode ser calculada como o produto da umidade relativa e da pressão de vapor de saturação, na temperatura do ar. Balanço de energia (radiações, fluxo de calor, etc.) Balanço de energia (radiações, fluxo de calor, etc.) Balanço de energia (radiações, fluxo de calor, etc.) Vendo com maiores detalhes: TRANSPIRAÇÃO • Processo de transferência da água para a atmosfera, via a atividade de respiração da biota. • Processo decorrente das ações físicas e fisiológicas dos vegetais e animais. • A água absorvida pelos vegetais é liberada, a partir de suas folhas (através de seus estômatos), para a atmosfera na forma de vapor. Vendo com maiores detalhes: EVAPOTRANSPIRAÇÃO É o total de água transferida para a atmosfera através da transpiração das plantas e pela evaporação. Evapotranspiração potencial (ETP): quantidade de água transferida (sob condições ideais), em uma superfície extensa completamente coberta de vegetação de porte baixo e bem suprida de água. Evapotranspiração real (ETR): quantidade de água transferida, nas condições reais (existentes) de fatores atmosféricos e umidade do solo. (ETR < ETP). Medidas e estimativas Alguns procedimentos usualmente empregados para medir ou estimar a evapotranspiração: • medidas diretas (lisímetros); • métodos baseados na temperatura; • métodos baseados na radiação; • método combinado; • balanço hídrico. Evapotranspiração LISÍMETROS Maidment, Handbook of Hydrology Evapotranspiração LISÍMETROS Evapotranspiração - LISÍMETROS Evapotranspiração - LISÍMETROS ai i I t FcETP )10.(16.= ETP = evapotranspiração potencial (mm/mês) ti = temperatura média do ar (oC) do mês i Fc = fator de correção, f(latitude e mês) – v.tabela I = índice de calor anual, calculado por: = = 12 1 514,1 5i itI ti = temperaturas médias (oC) dos meses do ano 492,0.01791,0.10.771,0.10.675,0 2536 ++−= −− IIIa Método de Thornthwaite – f(temperatura) elaborado com base em bacias do centro e leste dos EUA, de clima temperado, com invernos úmidos e verões secos ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial a I T FcETP )10.(16.= Fc = fator de correção, f(latitude e mês) ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial Método de Thornthwaite – f(temperatura) Método de Blaney e Criddle desenvolvido originalmente para estimativas de uso consuntivo em regiões semiáridas, assumindo que a disponibilidade de água para a planta em crescimento não seria fator limitante (Tucci 1993) Onde: E = evapotranspiração potencial diária (mm/dia) T = temperatura média mensal (ºC) p = percentagem diária de horas de luz (v.tabela adiante) ( ) pTETP += 13,8.457,0 ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial Método de Blaney e Criddle ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial Com melhores resultados que os métodos anteriores, há os métodos baseados na radiação solar e temperatura Equação de Jensen e Haise ( ) 59/08,0.025,0 GTETP += Onde: E = evapotranspiração potencial diária (mm/dia) T = temperatura do ar (ºC) G = radiação incidente de onda curta (cal.cm-2.dia-1) Limitado a intervalos de 5 dias. Dificuldade de dados de G. ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial Método da Radiação Método de Hargreaves Métodos combinados ESTIMATIVA DA ETP – Evapotranspiração Potencial Método de Penman-Monteith Padrão FAO Método de Penman Métodos combinados Equação de Penman Baseado no balanço de energia e nas características aerodinâmicasdo processo Métodos combinados Equação de Penman Baseado no balanço de energia e nas características aerodinâmicas do processo )).(160/5,0.(35,0 2 as eewEi −+= + += 1.)/( i ef o EL q diammE 2 )3,237/(.5,7 )3,237( 10.38640 T TT + = + LpeTaGLq aef )].9,01,0).(.09,056,0.(.)1.([ 2/14 +−−−= ETP muitas vezes referida como ETo ou ETR (ET de Referência, ou sob condições-padrão) Estimando a ET real a partir da ETP potencial (ou de referência) ET real = kc . ETP ET real = kc . ETP kc = coeficiente de cultura v. Tabela ETP muitas vezes referida como ETo ou ETR (ET de Referência, ou sob condições-padrão) Estimando a ET real a partir da ETP FIM
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