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1 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Disciplina: SAÚDE DO HOMEM ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem das Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP Material elaborado/organizado pela professora Rafaelle Alves Diógenes Pontes – 2018 2 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso APRESENTAÇÃO Este o Manual Pedagógico e correspondente à disciplina Cuidados de Enfermagem ao Homem Adolescente, Adulto e Idoso, com carga horária de 40 horas/aula do ciclo intermediário do Curso Técnico de Enfermagem Integrado ao Ensino Médio. Para atingir os objetivos de aprendizagem são propostas, neste manual, atividades embasadas em uma metodologia problematizadora e dialógica. Tais atividades estão voltadas a desenvolver nos alunos uma visão crítica dos temas abordados, contribuindo assim, para a formação de profissionais capazes de prestar uma assistência integral à saúde das pessoas submetidas aos cuidados de enfermagem, livre da interferência de mitos, tabus e preconceitos muito comuns nas relações de gênero, mesmo as estabelecidas no ato de cuidar. A metodologia utilizada valoriza a experiência dos sujeitos envolvidos no processo ensino- aprendizagem, onde educador e educando mantêm uma relação de responsabilidade mútua, cabendo ao professor a tarefa de facilitar as discussões e mediar conflitos, para tanto deve lançar mão de sua experiência profissional acumulada e de textos de apoio apresentados ao final deste manual. Sem afastar-se dos temas propostos e da metodologia problematizadora e dialética o professor também pode se utilizar de outros meios de ensino sempre que julgar necessário como internet, filmes, livros, etc. 3 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de... 1. Discutir a política de saúde do homem; 2. Descrever a anátomo-fisiologia do sistema reprodutor masculino; 3. Considerar mitos e tabus, machismo e feminismo que se relacionam com a sexualidade masculina nas diferentes fases da vida no contexto contemporâneo; 4. Identificar sinais e sintomas que indiquem disfunções eréteis a partir da puberdade até a andropausa; 5. Descrever os fatores de risco envolvendo os cânceres de próstata e estratégias de prevenção; 6. Identificar os aspectos fisiológicos, psicológicos, sociais e patológicos do envelhecimento do homem. 4 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Sexualidade e machismo X feminismo; 2. Política de Saúde do Homem; 3. Fundamentos de anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino; 4. Fisiopatologia do sistema reprodutor masculino (câncer, DST´s, disfunções eréteis); 5. Aspectos fisiológicos, psicológicos, sociais e patológicos do envelhecimento do homem. 5 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso SUMÁRIO 1.POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM...........................6 1.1.Novembro Azul....................................................................................................................6 1.2.Mês de Valorização da Paternidade – Agosto...............................................................................................7 1.3. Lei do acompanhante........................................................................................................................................8 1.4.Exames básicos de rotina na prevenção e promoção da saúde do homem...........................................8 2. ANÁTOMO–FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO................9 2.1.sistema genital masculino...................................................................................................9 2.2.Os ciclos naturais do corpo masculino maduro..............................................................13 2.3.O papel da testosterona....................................................................................................14 2.4.O padrão normal de excitação e ereção..........................................................................14 2.5.Como o orgasmo masculino acontece..............................................................................15 2.6.Doenças do Sistema Reprodutor Masculino...................................................................15 3.MACHISMO........................................................................................................................16 3.1.Sexualidade masculina......................................................................................................18 3.2.Machismo x Feminismo....................................................................................................20 4.DISFUNÇÃO ERÉTIL........................................................................................................22 4.1.O que é Disfunção erétil?.........................................................................................................................................22 5.CÂNCER DE PRÓSTATA.................................................................................................26 6.ENVELHECIMENTO DO HOMEM................................................................................31 REFERÊNCIAS......................................................................................................................36 6 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 1.POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político- econômicos, respeitando os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios. Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta – 20 a 59 anos – do Brasil aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é desenvolvida a partir de cinco (05) eixos temáticos: Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados. Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gestores(as), profissionais de saúde e a população em geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para aproximá-los desta temática. Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores(as), profissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação e nas ações de cuidado com seus(uas) filhos(as), destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas (eus) parceiras(os). Doenças prevalentes na população masculina: busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde. Prevenção de Violências e Acidentes: visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a gravee contundente relação entre a população masculina e as violências (em especial a violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde sobre o tema. 1.1.Novembro Azul Novembro é o mês de conscientização sobre os cuidados integrais com a saúde do homem. Saúde mental, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), doenças crônicas (diabetes, hipertensão) entre outros pontos devem ser sempre observados pela população 7 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso masculina. Todos os anos, nesse período, 21 países, incluindo o Brasil, preparam campanhas sobre prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, além de levar informações sobre a prevenção e promoção aos cuidados integrais com o cuidado da saúde masculina. Entre as informações estão, por exemplo, dicas para manter alimentação saudável, evitar fumar e consumir bebicas alcoólicas, além de praticar atividades físicas. São atos simples que promoverm o bem-estar e ajudam a manter mente e corpo em perfeito funcionamento, prevenindo doenças. No Brasil é tradição que prédios e monumentos históricos recebam iluminação azul nesta época do ano, fazendo menção ao Novembro Azul. O objetvo é chamar atenção para o movimento global, trazendo informações e conscientização sobre o que deve ser feito em prol da saúde do homem. O Novembro Azul é uma iniciativa criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. A ideia, desde o início, é promover uma mudança no conceito de ir ao médico, encorajando os homens a fazerem exames de rotina e a cuidarem da saúde constantemente. 1.2.Mês de Valorização da Paternidade - Agosto Promover o engajamento dos homens nas ações do planejamento reprodutivo, no acompanhamento do pré-natal, nos momentos do parto de sua parceira e nos cuidados no desenvolvimento da criança, com a possibilidade real de melhoria na qualidade de vida para todas as pessoas envolvidas e vínculos afetivos saudáveis. Esses são os principais objetivos para a criação do Mês de Valorização da Paternidade, que é celebrado anualmente em agosto. O mês de valorização da paternidade foi instituído pelo Comitê Vida, grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de organizações governamentais e não- governamentais, universidades e demais pessoas e instituições interessadas. A Coordenação Nacional de Saúde do Homem (CNSH) do Ministério da Saúde apoia essa inciativa e estimula que seja desenvolvida em todo território nacional. A ação é baseada em um dos eixos prioritários da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: o eixo de Paternidade e Cuidado, que consiste em incentivar a presença de homens acompanhando suas parceiras nas consultas de pré-natal e traz a ideia de que o acesso dos homens aos serviços de saúde para participar dessas consultas também pode ser potencializado como momento de promoção do autocuidado e educação em saúde. Ponto fundamental para implementação desse eixo é a estratégia pré-natal do parceiro, que tem como objetivo sensibilizar trabalhadores de saúde sobre a importância do 8 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso envolvimento dos pais e futuros pais na lógica dos serviços de saúde ofertados, possibilitando que eles realizem seus exames preventivos de rotina e também façam testes rápidos de sífilis, hepatite e HIV; atualizem o cartão de vacinação; participem de atividade educativas desenvolvidas durante o pré-natal; sejam estimulados a participarem dos momentos do parto e cuidados com a criança e ao mesmo tempo exerçam uma paternidade ativa. 1.3. Lei do acompanhante A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais conhecida como a Lei do Acompanhante, determina que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A Lei determina que este acompanhante será indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê, o parceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra pessoa que a gestante escolher. A Lei do Acompanhante é válida para parto normal ou cesariana e a presença do(a) acompanhante (inclusive se este for adolescente) não pode ser impedida pelo hospital ou por qualquer membro da equipe de saúde, nem deve ser exigido que o(a) acompanhante tenha participado de alguma formação ou grupo. 1.4.Exames básicos de rotina na prevenção e promoção da saúde do homem: Pressão arterial. Hemograma completo. Testes de urina. Teste de fezes. Teste de glicemia. Atualização da carteira vacinal. Verificação do perímetro abdominal. Teste de IMC. LINK PARA ACESSAR A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO HOMEM DE FORMA INTEGRAL: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_homem.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_homem.pdf 9 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 2. ANÁTOMO–FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 2.1.Sistema genital masculino Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos (gônadas masculinas), um sistema de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), as glândulas sexuais acessórias (próstata, glândula bulbouretral e vesículas seminais) e diversas estruturas de suporte, incluindo o escroto e o pênis. Os testículos (gônadas masculinas) produzem esperma e secretam hormônios (testosterona). O sistema de ductos transporta e armazena esperma, auxiliando na maturação e o conduz para o exterior. O sêmen contém esperma mais as secreções das glândulas sexuais acessórias. O sistema reprodutor masculino é formado por: Testículos ou gônadas. Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra. Pênis. Escroto. Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais. O Sistema Reprodutor Masculino é formado por órgãos internos e externos. Eles passam por um lento amadurecimento concluindo-se na puberdade, ou seja, quando as células sexuais ficam disponíveis para originar outro ser. Anatomia do Sistema Reprodutor Masculino Os órgãos que compõem o sistema reprodutor masculino são: uretra, pênis, vesícula seminal, próstata, canais deferentes, epidídimo e testículos. 10 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Testículos Os testículos são duas glândulas de forma oval, que estão situadas na bolsa escrotal. Na estrutura de cada testículo encontram-se tubos finos e enovelados chamados "tubos seminíferos". Nos testículos são produzidos os espermatozoides, as células reprodutoras (gametas) masculinas, durante o processo chamado espermatogênese, além de diversos hormônios. O principal hormônio é a testosterona, responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias masculinas, como os pelos, modificações da voz, etc. Epidídimos 11 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Os epidídimos são canais alongados que se enrolam e recobrem posteriormente a superfície de cada testículo. Corresponde ao local onde os espermatozoides são armazenados. Canal Deferente O canal deferente é um tubo fino e longo que sai de cada epidídimo. Ele passa pelas pregas ínguas (virilha) através dos canais inguinais, segue sua trajetória pela cavidade abdominal, circunda a base da bexiga e alarga-se formando uma ampola. Recebe o líquido seminal (proveniente da vesícula seminal), atravessa a próstata, que nele descarrega o líquido prostático, e vai desaguar na uretra. O conjunto dos espermatozoides, do líquido seminal e do líquido prostático, constitui o “esperma” ou “sêmen”. Vesícula Seminal 12 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso A vesícula seminal é formada por duas pequenas bolsas localizadas atrás da bexiga. Sua função é produzir o "líquido seminal", uma secreçãoespessa e leitosa, que neutraliza a ação da urina e protege os espermatozoides, além de ajudar seu movimento até a uretra. O líquido seminal também ajuda a neutralizar a acidez da vagina durante a relação sexual, evitando que os espermatozoides morram no caminho até os óvulos. Próstata A próstata é uma glândula localizada sob a bexiga que produz o "líquido prostático", uma secreção clara e fluida que integra a composição do esperma. Uretra 13 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso A uretra é um canal que, nos homens, serve ao sistema urinário e ao sistema reprodutor. Começa na bexiga, atravessa a próstata e o pênis (sua maior porção) até a ponta da glande, onde há uma abertura pela qual são eliminados o sêmen a a urina. Importante ressaltar que urina e esperma nunca são eliminados ao mesmo tempo graças à musculatura da bexiga, na entrada da uretra, que impede que isso ocorra. Pênis O pênis é um órgão cilíndrico externo, que possui dois tipos de tecidos: cavernoso e esponjoso. Através do pênis são eliminados a urina (função excretora) e o sêmen (função reprodutora). O tecido esponjoso envolve a uretra e a protege, enquanto o tecido cavernoso se enche de sangue, fazendo com que o pênis fique maior e duro (ereção), pronto para o ato sexual, geralmente levando à ejaculação (processo de expulsão do sêmen). A ereção, no entanto, não ocorre apenas como preparação para uma atividade sexual. Ela pode acontecer por diversos estímulos fisiológicos, por exemplo, quando a bexiga está cheia ou quando o homem tem um sonho à noite. 2.2.Os ciclos naturais do corpo masculino maduro A partir da adolescência, os testículos começam a produzir um suprimento constante de hormônios, principalmente a testosterona. Os testículos também fabricam milhões de espermatozoides diariamente. Leva cerca de 74 dias para o esperma ficar pronto. Como parte deste processo, o esperma recém fabricado segue por um tubo de cerca de 9 metros de 14 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso comprimento, denominado epidídimo. Esse tubo forma uma estrutura espiral que se situa na parte posterior e superior de cada testículo. Antes da ejaculação, outro tubo denominado canal deferente leva o esperma maduro do epidídimo até a próstata, onde se mistura com fluidos especiais da próstata e das vesículas seminais, localizadas do lado da próstata. Esses fluidos esbranquiçados, ricos em proteínas, nutrem os espermatozoides para que possam viver por algum tempo após a ejaculação. Durante o orgasmo, essa mistura do líquido e do esperma, chamada de sêmen, é enviada através da uretra para fora pelo pênis. 2.3.O papel da testosterona A testosterona é o principal hormônio masculino, o que faz com que os órgãos reprodutivos se desenvolvam e promove o comportamento sexual e as ereções. A testosterona também é responsável pelas características sexuais secundárias na puberdade, como uma voz mais grave e o crescimento de pêlos no corpo e face. Os testículos produzem a maioria desse hormônio. As glândulas adrenais, que se localizam acima dos rins, também produzem pequenas quantidades do hormônio em homens e mulheres. A região do hipotálamo no cérebro controla a quantidade de hormônio que o corpo produz. Quando o nível de testosterona diminui, o hipotálamo sinaliza a hipófise, que envia um sinal hormonal através da corrente sanguínea aos testículos para acelerar a produção do hormônio. Os níveis hormonais dos homens variam muito, mas a maioria tem mais testosterona na corrente sanguínea do que o necessário. Um homem com nível baixo de testosterona pode ter dificuldades para ter ou manter ereções, podendo perder o desejo sexual. No homem mais jovem e saudável, problemas hormonais são raros e a ansiedade é a principal causa dos problemas de ereção. As causas clínicas comuns para problemas de ereção incluem medicamentos e problemas com os vasos sanguíneos ou nervos na região pélvica. 2.4.O padrão normal de excitação e ereção Uma ereção começa quando o cérebro envia um sinal para a medula espinhal através dos nervos que chegam à pelve. Alguns dos nervos que provocam uma ereção se situam dos dois lados da glândula prostática. Quando este sinal é recebido, o tecido esponjoso no interior do pênis relaxa e expande os vasos sanguíneos que levam o sangue para o pênis. Como as paredes se expandem o sangue no interior pode circular até 50 vezes mais rápido do que sua velocidade habitual. O sangue preenche 2 tubos esponjosos de tecido no interior do pênis. As veias que normalmente drenam o sangue do pênis, ficam fechadas para que mais sangue 15 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso permaneça dentro. Isso faz com que se produza um grande aumento da pressão dentro do pênis, o que provoca uma ereção firme. Os nervos que permitem a um homem sentir prazer quando o pênis é tocado tem origem em diferentes nervos que controlam o fluxo de sangue e produzem a ereção. Mesmo que um nervo esteja lesionado ou os vasos sanguíneos sejam bloqueados isso não impede que o homem tenha ereções e possa atingir o orgasmo. Um terceiro conjunto de nervos controla a ejaculação. 2.5.Como o orgasmo masculino acontece O sêmen é depositado próximo à parte superior da uretra, pronto para ser enviado para fora (ejaculação). Neste momento, uma pequena válvula na parte superior do tubo se fecha para impedir que o sêmen vá para a bexiga. O homem sente a emissão como "o ponto sem retorno," quando sabe que está prestes a ter um orgasmo. A emissão é controlada pelo sistema nervoso simpático ou involuntário. A ejaculação é a segunda fase do orgasmo. É controlada pelos mesmos nervos que levam os sinais de prazer quando a área genital é acariciada. Esses nervos fazem com que os músculos ao redor da base do pênis se contraiam ritmicamente, empurrando o esperma através da uretra para fora do pênis. Ao mesmo tempo, mensagens de prazer são enviadas para o cérebro. Essa sensação é conhecida como orgasmo ou clímax. 2.6.Doenças do Sistema Reprodutor Masculino O câncer de próstata é um dos tipos mais diagnosticados em homens a partir dos 40 anos. Os sintomas mais comuns são: ardência ao urinar, levantar-se várias vezes à noite para urinar, diminuição do jato urinário, sensação de não ter esvaziado completamente a bexiga após urinar, presença de sangue na urina, entre outros. Por outro lado, o câncer de testículo representa 1% dos cânceres masculinos, sendo que o aparecimento de nódulos (caroços) é indolor. Dessa maneira, se notar alguma anormalidade, deve-se procurar um urologista (médico especialista nos sistemas urinário e renal e nos problemas sexuais masculinos). 16 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 3.MACHISMO Machismo ou chauvinismo masculino é o conceito que baseia-se na supervalorização das características físicas e culturais associadas com o sexo masculino, em detrimento daquelas associadas ao sexo feminino, pela crença de que homens são superiores às mulheres. Em um termo mais amplo, o machismo, por ser um conceito filosófico e social que crê na inferioridade da mulher, é a ideia de que o homem, em uma relação, é o líder superior, na qual protege e é a autoridade em uma família. Durante o movimento de libertação feminina das décadas de 1960 e 1970, o termo começou a ser usado por feministas latino-americanas para descrever a agressão masculina e a violência. O termo foi usado por feministas latinas e estudiosos para criticar a estrutura patriarcal das relações de gênero nas comunidades latinas. Seu objetivo era descrever uma determinada marca latino-americana de patriarcado. A palavra "machismo" quando usada em texto em inglês, deriva da palavra idêntica em espanhol e em português e refere-se à suposição de que a masculinidade é superior à feminilidade. Os papéis de gênero temparte importante na identidade humana enquanto conduzimos nossas identidades através de ações sociais históricas e atuais. As atitudes e os comportamentos do machismo podem ser mal vistos ou encorajados em vários graus em várias sociedades ou subculturas - embora seja frequentemente associado a matizes patriarcais, principalmente nas visões atuais do passado. Em toda a literatura popular, o termo tem continuado a ser associado com as características negativas. Por exemplo, sexismo, misoginia, chauvinismo e hipermasculinidade e masculinidade hegemônica. O machismo como um fator cultural é substancialmente associado à criminalidade, a violência e ilegalidade, independentemente das variáveis de controle estruturais. Um aspecto- chave da associação do Machismo à violência é sua influência no comportamento de um homem para provar sua força física. Enquanto força e a resistência são reconhecidas como componentes chave para o estereótipo do machismo, as manifestações de violência e ações agressivas têm se tornado quase esperadas dos homens e têm sido justificadas como produtos desejáveis serem duros e "machos". Pode ser implícito que "se você é violento, você é forte e, portanto, mais homem do que aqueles que recuam ou não lutam". Os encontros violentos podem resultar do desejo de proteger sua família, amigos e particularmente seus parentes femininos que são vulneráveis às ações do machismo de outros homens. No entanto, através de ciúme, competitividade e orgulho, encontros violentos também são muitas vezes procurados como forma de demonstrar força física para outros. As 17 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso inseguranças de um homem podem ser alimentadas por uma série de pressões. Estes variam de pressões sociais para "ser um homem" a pressões internas de superar um complexo de inferioridade. Isso pode se traduzir em ações que desvalorizam as características ditas como femininas e enfatizam demais as características de força e superioridade atribuídas à masculinidade. Em muitos casos, a posição de um homem de superioridade sobre uma parceira pode levá-lo a ganhar controle sobre diferentes aspectos de sua vida. Uma vez que as mulheres são vistas como subservientes aos homens em muitas culturas, os homens muitas vezes têm poder para decidir se sua esposa pode trabalhar, estudar, socializar, participar da comunidade, ou mesmo sair de casa. Com poucas oportunidades para obter uma renda, meios mínimos para obter uma educação, e as poucas pessoas que têm como um sistema de apoio, muitas mulheres tornam-se dependentes de seus maridos financeiramente e emocionalmente. Isso deixa muitas mulheres particularmente vulneráveis à violência doméstica, tanto porque é justificado por essa crença de que os homens são superiores e, portanto, são livres para expressar essa superioridade e porque as mulheres não podem deixar tal relação abusiva, uma vez que dependem de seus maridos para viver. Uma implicação do conceito de Machismo é a pressão para que um homem seja sexualmente experiente. A infidelidade masculina é prática comum em muitas culturas, já que os homens não são tão esperados para manter quase o mesmo nível de castidade que as mulheres. Enquanto isso, as meninas são muitas vezes levadas a tolerar um parceiro infiel, uma vez que é uma parte da cultura do machismo. Como tal, isso coloca as populações em risco de transmissão de ISTs, à medida que os homens buscam múltiplos parceiros sexuais com pouca interferência de suas esposas ou da sociedade. O risco é ainda mais acentuado pela falta de uso de preservativos por homens que são mal-educados sobre a eficácia da proteção do preservativo contra as IST’s e a crença de que isso não aconteceria com eles. Essa mentalidade também impede os homens de serem testados para saber se são HIV positivos, o que os leva a espalhar ISTs sem ter conhecimento disso. A homossexualidade é vista como tabu ou mesmo pecado nas fés cristãs, os homens homossexuais tendem a carecer de um sistema de apoio, deixando muitos incapazes de expressarem sua verdadeira sexualidade. O machismo também pode pressionar os homens para que defendam o bem-estar de seus entes queridos, sua comunidade e seu país. Permite-lhe realizar atos altruístas para proteger os outros. No passado, e mesmo em muitas sociedades atuais onde as pessoas 18 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso dependem da agricultura de subsistência e da economia para sobreviver, o machismo ajudou a dar aos homens a coragem de expulsar potenciais ameaças e proteger sua terra e sua safra. Hoje, isso leva à substancial diferença de gênero na composição das forças armadas e militares em todo o mundo, mesmo considerando a crescente representação feminina entre os militares de hoje. No entanto, para além do domínio das forças armadas, a ideologia do machismo também pode levar os homens a trabalharem para o serviço militar porque estão numa posição "superior", o que lhes permite demonstrar o seu sucesso, oferecendo as suas próprias forças para ajudar aos outros. Sua dependência dele pode validar seu ego e ajudar a manter essa diferença de poder. Outra abordagem ao machismo é a ideologia do "cavalheirismo", que, como um homem é o chefe da família, é responsável pelo bem-estar dos membros de sua família. Isso descreve o chamado para um homem ser cavalheiresco, nutrir e proteger seus entes queridos. Traduz-se à crença que um homem verdadeiro nunca agiria violento para sua esposa ou crianças, mas em vez disso assegura-se de que nenhum dano venha a elas. O machismo, visto através dessa abordagem, inspira os homens a criar "relacionamentos interpessoais harmoniosos através do respeito a si mesmo e aos outros". Na “casa tradicional”, espera-se que o homem trabalhe e cuide de sua família enquanto sua esposa fica em casa para cuidar das crianças, porém noss dias atuais essa definição já está bastante ultrapassada, tendo em vista que a composiçao familiar pode variar e não necessita de um patriarca (figura masculina) para existir. 3.1.Sexualidade masculina A conduta sexual masculina costuma ser influenciada por algumas ideias que circulam no imaginário social, entre as quais se destacam: preocupação com o tamanho do pênis, a importância do coito na relação sexual, a exigência de se experimentar uma ereção imediata e a redução da sexualidade à área genital. Essas ideias circulam com tanta força persuasiva e sedutora que podem ser consideradas pelos homens como verdades da vida sexual masculina. Outro aspecto que, em geral, vem à tona na discussão sobre a sexualidade masculina é a masturbação. Ela – que aparece como uma experiência quase universal – pode exercer um papel importante, na medida em que comumente precede as relações sexuais entre parceiros. Diferentemente das mulheres, que tendem a se iniciar sexualmente pela experiência amorosa, os homens costumam experimentá-la como porta de entrada para o exercício da sexualidade. 19 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso A heterossexualidade – entendida como orientação ou preferência – também costuma ser destacada, por alguns autores, como um eixo estruturante para a sexualidade masculina, tornando-se quase como uma pertença exclusiva dessa sexualidade. A sexualidade masculina é considerada de uma forma abrangente. Ao contrário, a temática costuma ser focalizada a partir de perspectivas reducionistas. Existe uma redução da sexualidade masculina no campo da saúde pública: a de focalizá-la como infectante, associando-a muito mais à doença do que à saúde. Pesquisas mostram que as Infecções Sexualmente Transmissíveis tem a forte participação de homens nos perfis epidemiológicos relacionados a essas doenças. Para que o debate acerca da sexualidade masculina continue, faz-se necessário conceber a sexualidade em geral em uma perspectiva ampliada.Destacam-se os seguintes pontos de partida: Levar em conta tanto o foco da prevenção de doenças como o da promoção da saúde, articulando as dimensões física e simbólica da sexualidade. • Promover um deslocamento das reduções da sexualidade para uma abordagem mais ampla, como a da Organização Mundial da Saúde (OMS), que a concebe como uma energia que faz com que as pessoas se sintam motivadas para encontrar amor, contato, ternura e intimidade, fazendo parte do modo como se sentem, se tocam, são tocadas e influenciando a saúde física e mental. • Entender que a sexualidade, em geral, envolve preferências, predisposições, experiências, experimentações e descobertas, que podem variar entre os diferentes segmentos sociais. • Considerar a saúde sexual como aquela que, além de ser relacionada ao prazer e ao bem-estar, contribui para a “construção de nossas identidades pessoais e sociais (para estabelecer nosso lugar no mundo, nossas redes de sociabilidade, o modo como vemos e como os outros nos veem)” (Carrara, 2005: 19). • Situar a discussão no campo dos seguintes direitos: Direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações e imposições e com respeito pleno pelo corpo do(a) parceiro(a). Direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual. Direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças. Direito de viver a sexualidade independentemente de estado civil, idade ou condição física. Direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual. Direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, entre outras. Direito de ter relação sexual independente da reprodução. Direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez indesejada e de DST/HIV/Aids. Direito a serviços 20 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso de saúde que garantam privacidade, sigilo e atendimento de qualidade e sem discriminação. Direito à informação e à educação sexual e reprodutiva. (Brasil, 2006: 6) 3.2.Machismo x Feminismo O primeiro passo é compreender que feminismo e machismo não são ideais opostos. Feminismo é um movimento, já o machismo, um comportamento. Enquanto o primeiro luta por direitos iguais entre os gêneros, o segundo coloca o sexo masculino em superioridade à mulher, sendo o seu oposto o femismo, que é caracterizado pelo comportamento de colocar o sexo feminino em estado superior ao homem. Além desses conceitos, ainda há o sexismo, aquele comportamento que privilegia um determinado gênero ou orientação sexual em relação de outro; a misoginia, em que existe a repulsa e a discriminação ao sexo feminino e está associada à violência contra a mulher; e a misandria, seu oposto, em que há a repulsa e a discriminação ao sexo masculino e se associa à violência contra o homem. Quando se afirma que vivemos em um mundo machista, isso não remete a algo recente. Há séculos esse pensamento está inserido na cultura da sociedade em muitos aspectos, podendo ser econômicos, políticos e religiosos, na comunicação e na família, sempre com a figura masculina na representação da liderança e de poder maior. Desde pequenos somos criados com o menino tendo bem mais liberdades do que a menina. Diferente do que muitos pensam, o feminismo não é uma ditadura, assim como não é positivo somente para as mulheres; aliás, os homens também podem ser feministas. Para ser uma mulher feminista não é necessário ser menos feminina ou mesmo obrigatoriamente ter uma profissão, é preciso querer defender e lutar pe los direitos igualitários entre os gêneros. Nem todas as mulheres estão no mesmo grupo, há muitas que são contra o feminismo, alegando que a mulher pode ser livre independente do movimento, assim como lutar por igualdade sem ser feminista. Um dos principais argumentos para o não- feminismo é que essa luta vitimiza as mulheres e as tratam como seres oprimidos, considerando a ideologia feminista contraditória e radical. E não são somente as mulheres que sofrem com o preconceito vindo do machismo, os homens homossexuais, por “fugirem das regras da masculinidade”, também acabam virando alvos de exclusão na sociedade machista. Interessante observar que muitas mulheres também são machistas, muitas dessas são criadas com essa realidade e se colocam em uma posição inferior ao homem. 21 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Quem deveria pagar a conta do restaurante? E a conta do motel? Quem deveria bancar a festa de casamento? E ser responsável por cuidar dos filhos? E das tarefas domésticas? Ambos, homens e mulheres, deveriam. Não sejamos machistas, e nem extremistas Reflitamos sobre nossos atos e pensemos meios de acabar com os estereótipos de gênero, pois assim, diminuiremos a violência e despertaremos a igualdade. Homem? Mulher? Pessoa! 22 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 4.DISFUNÇÃO ERÉTIL 4.1.O que é Disfunção erétil? Disfunção erétil ou impotência sexual é a incapacidade permanente de obter ou de manter uma ereção rígida o suficiente para uma relação sexual satisfatória. Como para a obtenção de uma ereção vários órgãos e tecidos precisam funcionar em harmonia, existem muitas situações que afetam um ou mais desses participantes e podem cursar com disfunção erétil. Nem sempre os médicos conseguem definir exatamente qual o percentual de participação de cada estrutura envolvida. A impotência sexual está relacionada a diversas doenças e tratar a disfunção envolve obrigatoriamente a descoberta de sua causa. São causas da disfunção erétil: Distúrbios psicológicos Doenças hormonais (diabetes, queda de testosterona, problemas endócrinos) Doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson) Doenças vasculares, que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis (hipertensão arterial, aterosclerose) Consumo excessivo de medicamentos Cirurgias pélvicas Doença de Peyronie ou fibrose dos corpos cavernosos Alcoolismo e tabagismo. Fatores de risco Todos os conhecidos fatores de risco para doenças cardiovasculares como infarto e derrame também são considerados fatores de risco para disfunção erétil. São eles: Diabetes Hipertensão arterial Dislipidemia (colesterol e triglicérides alterados) Tabagismo Obesidade Sedentarismo Isso ocorre por conta da necessidade de um enorme aumento do fluxo de sangue para que o pênis fique ereto. Quando a circulação para o órgão está comprometida por um desses fatores, a disfunção erétil pode surgir. Outros fatores considerados de risco são situações que afetam a autoconfiança do homem como desemprego, aposentadoria, crises financeiras, luto na família, entre outros. 23 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso É importante ressaltar que apenas o envelhecimento não constitui uma causa de disfunção erétil. Diagnóstico e Exames para Disfunção erétil Falhas eventuais de ereção podem acontecer a qualquer homem. Mas quando a ereção não é adequada e isso se repete com freqüência, vale a pena procurar ajuda médica. Lembre- se que os fatores de risco são semelhantes e que o problema circulatório para o pênis pode alertar para outros sistemas do corpo que não andam bem. A impotência sexual tem cura e o primeiro passo é o diagnóstico correto. Em seguida ele busca identificar possíveis fatores de risco como os citados acima. Por exemplo: se existe hipertensão arterial, ela precisa ser tratada. Quando o problema é o controle da glicose, o médico irá orientar sobre o tratamento. O próximo passo é tratar o problema em si e hoje existem vários medicamentos para melhorar a ereção. O diagnóstico da disfunção erétil é eminentemente clínico, ou seja, o médico chega a estaconclusão conversando com o paciente. Ecodoppler peniano Quando os medicamentos orais não resolvem, os médicos costumam encaminhar o paciente para o especialista, que é o urologista. Ele vai aprofundar a investigação e pode lançar mão de outro recurso usado para o diagnóstico da disfunção erétil: o ecodoppler peniano. Nesse exame é feito um medicamento injetável no pênis e uma ereção é produzida. O método é utilizado para medir o fluxo arterial, observar o comportamento da túnica que reveste os corpos cavernosos e avaliar a resposta erétil obtida. O exame é feito no consultório médico ou clínicas de radiologia e o medicamento faz efeito em 5 a 10 minutos. O exame com injeção intracavernosa e Doppler serve para avaliar a gravidade da disfunção erétil e ao mesmo tempo possibilita ao urologista pensar em alternativas terapêuticas como a auto-injeção ou implantes penianos (as famosas próteses). Tratamento de Disfunção erétil O tratamento da disfunção erétil começa com a identificação e controle dos fatores de risco. Além disso, o médico hoje costuma prescrever os medicamentos orais chamados inibidores da fosfodiesterase tipo 5. Sildenafila, vardenafila e tadalafila são os mais conhecidos e utilizados. Os medicamentos mais usados são: Cialis e Viagra. Quando a medicação oral usada na dose e da maneira adequada não resolve, existem outras modalidades terapêuticas consideradas de "segunda linha" como bomba de vácuo, 24 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso injeções de vasodilatadores e na chamada "terceira linha", as próteses penianas, que são o último recurso. Um ponto muito importante e nem sempre valorizado consiste em cuidar do relacionamento. Avaliar a parceira e como o casal está conduzindo seus problemas e questões. Em alguns casos, vale o apoio de psicólogos ou outros profissionais para melhorar a relação do casal. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. Evite fazer testes em que ocorra a comparação do desempenho com ou sem medicamento (do tipo: "hoje não tomarei o remédio para ver se estou curado..."). Convivendo/ Prognóstico Como existem várias causas para a disfunção erétil, o prognóstico varia bastante. Sabemos hoje que os casos mais difíceis para tratamento incluem os diabéticos e os pacientes submetidos a prostatectomia radical (cirurgia para tratar o câncer da próstata). Esses são os que não respondem a terapia oral com mais freqüência. Mas eles também podem ser tratados com outros métodos e voltarem a vida sexual ativa. Disfunção erétil tem cura? Hoje existe tratamento para qualquer tipo de disfunção erétil. Procure um urologista e adote hábitos de vida saudáveis. Estabeleça um bom relacionamento com o médico e explique detalhadamente seu problema. Não tenha vergonha e confie na orientação médica. Quando existe empenho do paciente e ele consegue controlar os fatores de risco identificados, como no caso de um homem tabagista, obeso e sedentário que resolve depois do diagnóstico de impotência sexual se exercitar regularmente (tendo visitado antes seu cardiologista que o liberou para prática de exercícios físicos), emagrece e para de fumar, o quadro de disfunção tende não somente a estabilizar mas pode ser revertido. Prevenção Prevenir a disfunção erétil significa preservar a boa circulação do sangue e na verdade as orientações são muito semelhantes àquelas fornecidas nos consultórios dos cardiologistas: Adote hábitos de vida saudáveis Controle seu peso 25 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Faça exercícios regularmente. Visite seu médico regularmente e trate com dedicação os chamados fatores de risco: Se você fuma, pare imediatamente Se for hipertenso, siga o tratamento à risca e tome o medicamento sempre Se for diabético, controle as taxas de glicose, seguindo a dieta e usando os medicamentos adequadamente. 26 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 5.CÂNCER DE PRÓSTATA Antes de falarmos sobre o câncer de próstata, é preciso explicar o que é a próstata, qual a sua função e quais os possíveis problemas que podem ser apresentados por ela. Glândula prostática A próstata é uma glândula exclusivamente masculina. Localizada na parte baixa do abdômen, bem próxima da bexiga, ela é mais ou menos do tamanho de uma castanha e seu formato é parecido ao de uma maçã. Ela envolve a parte inicial da uretra, o canal pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada, e é ela quem produz o líquido prostático, que serve de veículo para os espermatozóides, liberados durante a ejaculação. É dentro da próstata que ocorre a transformação do principal hormônio masculino, a testosterona, em diidrotestosterona, que controla o seu crescimento. Com o passar dos anos, é comum a glândula prostática ser acometida por dois tipos de problemas: a hiperplasia e/ou o câncer de próstata. A hiperplasia é caracterizada pela multiplicação benigna das células da próstata. Quando isso acontece, a próstata aumenta de tamanho e comprime a uretra, provocando sintomas, tais como: Dificuldade de urinar, já que o jato urinário fica mais fino e perde a força; Aumento na frequência da vontade de urinar, pois a bexiga não é esvaziada completamente, mantendo um resíduo de urina. No câncer de próstata, essas mesmas células podem crescer e invadir os tecidos vizinhos. E como o tumor é considerado uma lesão maligna, ele pode gerar metástase, ou seja, implantar um tumor em outras regiões do corpo ou em outros órgãos. Por outro lado, a próstata necessita dos hormônios produzidos pelos testículos para funcionar: os chamados andrógenos. Responsáveis pelas características sexuais masculinas, quando a produção desses hormônios é baixa, pode haver o encolhimento da próstata. O que é e como se desenvolve? O câncer de próstata é o tipo de câncer mais frequente nos homens (excetuando-se os cânceres de pele não melanoma), principalmente acima de 50 anos. Quanto mais avançado é um tumor mais mutações ocorrem, conferindo maior agressividade. Estas células se multiplicam mais velozmente que as células normais da próstata. As células neoplásicas têm a capacidade de invadir os tecidos e se disseminam por órgãos 27 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso distantes, seja por via linfática (comprometendo os gânglios) ou sanguínea (principalmente os ossos). O câncer de próstata é um tumor que acomete homens maduros e pode ser curado quando ainda está localizado. Se identificado já em estágio avançado, o risco de sobrevida do paciente é muito menor. Portanto, o diagnóstico precoce é fundamental no controle e cura da doença. É classificado como: Câncer de próstata localizado Câncer de próstata localmente avançado Câncer de próstata avançado (metastático ou recidivado) Alguns tumores crescem de forma bastante lenta. Porém, em alguns casos, os tumores crescem rapidamente, espalhando-se para outros órgãos. Causas As causas do surgimento do câncer de próstata ainda são desconhecidas. O que se sabe é que tem origem em desequilíbrios genéticos que causam alterações moleculares responsáveis pelo seu desenvolvimento. Fatores de risco Antecedente familiar assume grande importância – um paciente cujo pai ou tio tiveram câncer de próstata tem o dobro de risco para desenvolver a doença do que a população em geral. O risco é ainda maior para os homens que têm um irmão com a doença. Se o paciente tiver menos de 65anos e mais de um parente afetado pela doença, o risco aumenta de 6 a 11 vezes. Pacientes com parentes do primeiro grau com câncer de próstata diagnosticados com menos de 55 anos podem ser portadores de câncer de próstata hereditário (menos de 2% dos casos). Outros fatores de risco envolvem a alimentação (dieta rica em gordura e carne vermelha, pobre em legumes, vegetais e frutas), sedentarismo e obesidade (estes pacientes tem câncer de próstata mais agressivo), taxas de estrogênio (quanto maior a taxa, maior o risco), etnia (negros têm maior incidência, enquanto descendentes asiáticos apresentam menor), região onde se vive (americanos têm mais câncer de próstata que asiáticos), nível de poluição ambiental, assim como contato com derivados de borracha e substâncias como ferro, cromo, chumbo e cádmio. 28 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Sinais e sintomas do Câncer de Próstata Dificuldade para urinar, já que o câncer começa a obstruir a uretra; Sensação de queimação da uretra; Dor, com mais ou menos intensidade, na região entre o ânus e o escroto; Infecção urinária; Jato urinário com interrupções; Dor ao urinar; Diminuição da força do jato urinário; Dores na coluna, fêmur e bacia; Aumento no número de micções noturnas; Retenção de urina; Sangramento ao urinar; Insuficiência renal; Perda de peso; Infecções generalizadas. Na fase inicial, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas relevantes, mas podem apresentar sintomas relacionados a outra doença comum que acompanha o envelhecimento do homem, a hiperplasia prostática benigna, com sintomas miccionais leves a moderados de dificuldade miccional. Nenhuma anormalidade pode ser observada ao toque ou pode-se sentir um nódulo endurecido na próstata. Na doença avançada, podem ocorrer sintomas mais intensos obstrutivos miccionais causado pelo crescimento local do tumor com compressão da uretra prostática. Em alguns casos os sintomas são decorrentes da doença que está se espalhando pelo organismo, principalmente para os ossos ou pelo seu crescimento loco-regional, causando obstrução dos rins pela invasão dos ureteres. Diagnóstico de Câncer de próstata Em homens acima de 50 anos, pode-se realizar o exame de toque retal e dosagem de uma proteína do sangue (PSA), por meio de exame de sangue, para saber se existe um câncer de próstata sem sintomas. O toque retal e a dosagem de PSA não dizem se o indivíduo tem câncer, eles apenas sugerem a necessidade ou não de realizar outros exames. O toque retal identifica outros problemas além do câncer de próstata e é mais sensível em homens com algum tipo de sintoma. O PSA tende a aumentar de acordo com o avanço da idade. Cerca de 75-80% dos homens com aumento de PSA não têm câncer de próstata. 29 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Cerca de 20% dos homens com câncer de próstata sintomático apresentam um PSA normal. Dependendo da região da próstata, o câncer também pode não ser palpável pelo toque retal. A melhor estratégia é realizar os dois exames, já que são complementares. Pacientes considerados de alto risco (com parentes com câncer de próstata) devem realizar o primeiro exame aos 40 anos de idade. Atualmente, conforme o achado desta investigação o paciente é aconselhado a realizar seus exames anualmente ou até bianualmente, ou a cada 3 anos, tudo dependendo do toque e idade do paciente sob investigação clínica. A sociedade americana de oncologia recomenda realizar exames a cada 2 anos para homens com PSA <2,5 ng/ml e anualmente para os homens cujo nível de PSA é = 2,5 ng/ml. Atualmente tem se valorizado o valor do PSA para predizer a chance de câncer de próstata no futuro do paciente. Pacientes com PSA menor que 1 ng/ml tem chance menor que 5% de apresentarem câncer de próstata num seguimento de 10 anos. Hoje em dia é aceito solicitar PSA para: Homens com mais de 50 anos que estão em risco médio de câncer de próstata (CaP) e com esperança de vida de pelo menos mais 10 anos Homens com idade 45 nos com alto risco de desenvolver CaP: Afro-americanos e homens que têm um parente de 1º grau (pai, irmão ou filho) diagnosticados com CaP em idade precoce (menos de 65 anos de idade) Homens com 40 anos em risco mais elevado (aqueles com mais de um parente de 1º grau que tiveram CaP em idade precoce) Cirurgias para Câncer de próstata O tratamento padrão para o câncer de próstata é a prostatectomia radical, que consiste na retirada da próstata, das vesículas seminais e linfadenectomia ilíaco-obturadora bilateral. A linfadenectomia estendida está indicada para pacientes considerados de risco intermediário e alto. Prevenção Alguns médicos recomendam a realização do toque retal e da dosagem do PSA a todos os homens acima de 50 anos. Para aqueles com história familiar de câncer de próstata (pai ou irmão) antes dos 60 anos, os especialistas recomendam realizar esses exames a partir dos 40 anos. Entretanto, vale lembrar que somente o médico pode orientar quanto aos riscos e benefícios da realização desses exames. Não existem evidências de que a realização periódica do toque retal e dosagem de PSA em homens que não apresentem sintomas diminua a mortalidade por câncer de próstata. https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/18831-prostatectomia-radical 30 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Manter uma alimentação saudável, não fumar, ser fisicamente ativo e visitar regularmente o médico contribuem para a melhoria da saúde em geral e podem ajudar na prevenção deste câncer. 31 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 6.ENVELHECIMENTO DO HOMEM Embora todos nós, homens e mulheres, tenhamos o potencial de viver a velhice como uma realidade e em sua plenitude, a grande maioria da ala masculina ainda evita pensar sobre “ser idoso” e, com isso, deixa de se preparar para alcançar a maturidade com qualidade de vida. Na verdade, existe uma espécie de contradição. Os homens são considerados fisicamente mais fortes, só que, em termos de expectativa de vida, vivem menos que as mulheres. Podemos atribuir essa discrepância a fatores biológicos, sociais, psicológicos e comportamentais. Estudos apontam que os membros do sexo masculino costumam pensar, de fato, na velhice após os 45 anos de idade e, ainda assim, como algo distante. Há um erro de timing aí se considerarmos que o organismo entra no processo de envelhecimento a partir dos 28 anos. Mas por que será que a rapaziada empurra com a barriga esse olhar lá na frente? Podemos atribuir isso a questões como medo de que, com a idade, surjam doenças incapacitantes, que levem à perda de autonomia e independência. Também há o receio da solidão, de se tornar impotente e perder a virilidade, bem como o temor da morte. Todos esses pontos tornam a relação entre o homem com a saúde e a sobrevivência um tanto complexa. E ajudam a entender inclusive a resistência de parte da ala masculina a mudar alguns hábitos e a tendência a se esquivar dos cuidados preventivos. Diferentemente das mulheres, acostumadas ao acompanhamento médico (ao menos com o ginecologista), boa parcela dos homens não costuma ter o monitoramento e a orientação do profissional de saúde – algo que deveria se estender da infância, passar pela adolescência e continuar na vida adulta. Existe, a meu ver, uma crença de que, enquanto eles estão trabalhando e são produtivos, não há razão ou tempo para se preocupar. Ora, não se trata de procurar pelo em ovo, como diz a sabedoria popular, mas de manter um acompanhamento que, aliado a hábitos saudáveis, reduz (e muito!) o risco de doenças. Doenças que, em última instância, vão comprometer o envelhecimento. Além disso, há uma questão, digamos, mais culturale geracional que explica esse comportamento fugitivo do homem em relação à saúde e à velhice. Muitos cidadãos que hoje estão na casa dos 60 anos ou mais aprenderam que “os homens são mais fortes que as mulheres”, no sentido de serem mais ativos e provedores. Essa concepção faz com que construam uma imagem de que não correm riscos, são praticamente indestrutíveis. Sabemos, no entanto, que nas últimas décadas temos vivido mudanças notórias na sociedade que ajudam a romper esse paradigma das diferenças entre homens e mulheres. É https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/saude-do-homem https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/saude-do-homem 32 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso provável que os idosos do futuro superem essa visão e tragam um novo olhar inclusive sobre o envelhecimento. Ao derrubar preconceitos e estigmas (de gênero e de qualquer outra orde), conseguimos utilizar melhor o conhecimento e as ferramentas de prevenção. E, como consequência, envelhecemos melhor. Além da próstata Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que, quando pensamos no envelhecimento do ponto de vista do homem, ainda notamos uma forte tendência de restringir o foco de preocupação a um único órgão: a próstata. E a uma única circunstância adversa: o comprometimento da virilidade. São temas que persistem como tabus. Um levantamento recente, divulgado em função do Dia do Homem, apontou que 49% dos homens não realizaram o exame de próstata, sendo que, destes, 24% revelaram não achar o procedimento “másculo”. Isso em pleno século 21! E não adianta se preocupar apenas com a próstata ou a virilidade. Devemos ter como objetivo uma prevenção mais holística, que contemple a proteção contra uma porção de problemas que podem cursar junto ao envelhecimento – doenças cardiovasculares, diabetes, sobrepeso, queda da testosterona, depressão… Por isso, há três pontos que se fazem necessários para evoluirmos nesse sentido: 1) Incentivar o homem a procurar o médico e estabelecer uma conversa franca com ele; 2) Criar movimentos que atuem educando a população sobre o envelhecimento; 3) Vencer estigmas da “masculinidade” e quebrar o paradigma de que o tempo só traz doenças. Digo e repito: envelhecer é um grande ganho para qualquer sociedade. Pensar sobre a velhice é um ato de coragem. É só assim que podemos nos planejar, estabelecer metas e mudar (se preciso) a rotina para chegar bem lá na frente. É fato que meninos e meninas amadurecem de forma diferente ao longo dos anos – elas muito mais rápido que eles, diga-se de passagem. A forma como a sociedade espera que eles e elas se desenvolvam também contribui para que essas diferenças ocorram, mas decidimos procurar saber como, de fato, o envelhecimento afeta homens e mulheres. Disfunção erétil Diminuição da libido (desejo sexual) Episódios depressivos Cansaço Aumento da gordura abdominal Perda de massa muscular Diminuição da densidade mineral óssea (osteoporose) https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/preconceito-faz-mal-a-saude/ https://saude.abril.com.br/medicina/depressao-sintomas-diagnostico-prevencao-e-tratamento/ https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/tabus-do-sexo-fazem-mal-a-saude/ 33 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso Alterações cognitivas como mudança do humor, dificuldade de concentração e problemas de memória. 1.Longevidade De acordo com o IBGE, a expectativa de vida média para o homem brasileiro é de 71,6 anos, enquanto para as mulheres é de 78,8 – quase 8 anos a mais. Alguns estudos sugerem que esta diferença pode estar relacionada ao cromossomo Y (homem) e ao maior índice de mortes causada por câncer. Outras teorias defendem outros motivos, como a forma de encarar o estresse pelos homens e fatores como problemas de coração - que costumam acontecer mais tarde nelas - e o fato dos homens cuidarem menos da saúde. Independente de qual é a razão, as mulheres tendem a viver mais em todo o mundo. 2.Hormônios Tanto homens quanto mulheres sofrem mudanças hormonais ao longo da idade. Nas mulheres, essa mudança está relacionada à menopausa, que acontece por volta dos 50 anos, quando param de menstruar e os ovários deixam de produzir estrogênio. Fadiga e diminuição da libido estão entre os efeitos colaterais desta fase. Nos homens, o envelhecimento não traz uma mudança tão repentina como nelas. O nível de testosterona diminui gradativamente (cerca de 1% por ano a partir dos 30 anos) em um processo conhecido como andropausa. Disfunção erétil, redução da libido e até mesmo mudanças no padrão de sono estão ligadas à andropausa. No entanto, esta fase não tira a fertilidade do homem, que produz sêmen mesmo com a idade avançada – o que não acontece com elas na menopausa. 3.Pele mais fina Não há dúvidas de que a indústria da beleza foca em produtos femininos antienvelhecimento, antirrugas e cremes rejuvenescedores devido às pressões da sociedade. De acordo com o Instituto Internacional Dermatológico (IDI, em inglês), a pele masculina é menos suscetível a esses sinais da idade avançada. O nível de testosterona, na verdade, ajuda a afinar cerca de 25% a pele deles, que têm mais densidade de colágeno, uma textura ligeiramente mais áspera e a pele naturalmente mais úmida graças ao ácido láctico contido no suor masculino. No entanto, homens e mulheres perdem praticamente a mesma quantidade de colágeno após os 30 anos. Mas, depois da menopausa, essa perca se acelera por cinco anos ou mais, e, então, desacelera. A pele dos homens, mais uma vez, sofre esses efeitos gradualmente. 34 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso 4.Peso Após os 30, o corpo tende a perder massa muscular magra gradualmente. Mas, homens e mulheres tendem a ganhar peso diferentemente. O corpo masculino ganha peso até meados dos 50 anos, quando, então, começa a perder massa – geralmente devido à queda nos níveis de testosterona, que sustenta o músculo. Por outro lado, as mulheres tendem a ganhar peso até os 65 anos, quando, então, sofrem uma queda na massa muscular – e no peso, consequentemente. 5.Perda de cabelo Ambos os sexos perdem cabelo com a idade, apesar dos homens serem os mais afetados. Esse fator depende dos hormônios e genética. Estima-se que metade de todos os homens apresentam alguma perda capilar quando atingem os 50 anos. Quando o motivo é a hereditariedade, essa queda acontece, geralmente, aos 60. Apesar de raro, as mulheres também podem apresentar calvície, mas o mais comum é ter cabelos afinados. A Testosterona e o Envelhecimento Masculino Os níveis de testosterona no homem maduro começam a diminuir, a partir do 40 anos de idade, com o envelhecimento. O nível sanguíneo total de testosterona cai, em média, 1% ao ano. Mas não é somente a diminuição da produção que causa a escassez do hormônio. Com o envelhecimento masculino, passa a haver aumento de certas proteínas sanguíneas de transporte, que se unem à testosterona e assim bloqueiam o hormônio, impedindo que fique livre para exercer sua ação biológica. A concentração de testosterona no organismo de um homem adulto ainda não afetado pelo envelhecimento varia entre 350 e 1.015 ng/dL e flutua no decorrer do dia (ritmo circadiano). Há leve variação em torno desse intervalo, conforme o tipo de ensaio usado em laboratório, que fica entre 300 ou 350 ng/dL (valor mínimo) e 870 ou 1.015 ng/dL (valor máximo). Os valores podem ser até 30% mais altos nas primeiras horas da manhã em relação à noite, no período entre 18 e 22 horas, quando os níveis estão mais baixos. Essa flutuação ao longo do dia também diminui com o envelhecimento, e os homens mais idosos podem, assim, ter ereções matutinas com menos frequência. Embora muitos apresentem deficiência de testosterona no decorrer do envelhecimento, existe grande diversidade individual. Há homens de idade avançadacujos níveis estão dentro do intervalo normal, e também é possível observar indivíduos mais jovens com sinais precoces de deficiência de androgênios. As diferenças podem decorrer de fatores genéticos e ambientais, assim como do estilo de vida, e não somente do envelhecimento masculino. 35 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso A deficiência de testosterona causada pelo envelhecimento não se caracteriza por nenhum sinal nem sintoma específico que indique imediatamente ao médico o diagnóstico correto. O quadro clínico do envelhecimento masculino pode ser tão variado quanto as diversas funções do hormônio no organismo humano. 36 Enfermagem – Saúde do Homem Adolescente, Adulto e Idoso REFERÊNCIAS http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-do-homem https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-genital/sistema-genital- masculino/ https://www.todamateria.com.br/sistema-reprodutor-masculino/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/como-o-corpo-masculino-funciona- sexualmente/8935/1027/ https://www.minhavida.com.br/saude/temas/disfuncao-eretil https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-prostata https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/por-que-os-homens-ainda-demoram-a- pensar-sobre-a-velhice/ https://www.envelhecersemvergonha.com.br/content/5-maneiras-como-os-homens-e- mulheres-envelhecem-de-forma-diferente-0 https://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2016/08/blogs/cotidiano/questao_de_genero/375 751-sobre-feminismos-e-machismos.html Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Disponível em www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata. Acesso em 15/12/2018. Sociedade Brasileira de Urologia. Disponível em portaldaurologia.org.br/medicos/doencas/cancer-de-prostata/. Acesso em 15/12/2018. Sociedade Brasileira de Urologia. Disponível em sbu-sp.org.br/old/publico- geral/materia_doencas.php?id=17. Acesso em 15/12/2018. Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Adenocarcinoma de Próstata. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC. 2015 Ministério da Saúde. ROMEU Gomes et al. A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 13(1):235-246, 2008. Instituto Oncoguia – www.oncoguia.com.br www.oncoguia.org.br. GOMES, R. A sexualidade masculina em foco. In: GOMES, R., org. Saúde do homem em debate [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2011, pp. 145-156. ISBN 978-85-7541-364-7. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-masculino/ https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-masculino/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/como-o-corpo-masculino-funciona-sexualmente/8935/1027/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/como-o-corpo-masculino-funciona-sexualmente/8935/1027/ https://www.minhavida.com.br/saude/temas/disfuncao-eretil https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-prostata https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/por-que-os-homens-ainda-demoram-a-pensar-sobre-a-velhice/ https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/por-que-os-homens-ainda-demoram-a-pensar-sobre-a-velhice/ https://www.envelhecersemvergonha.com.br/content/5-maneiras-como-os-homens-e-mulheres-envelhecem-de-forma-diferente-0 https://www.envelhecersemvergonha.com.br/content/5-maneiras-como-os-homens-e-mulheres-envelhecem-de-forma-diferente-0 http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata http://portaldaurologia.org.br/medicos/doencas/cancer-de-prostata/ http://sbu-sp.org.br/old/publico-geral/materia_doencas.php?id=17 http://sbu-sp.org.br/old/publico-geral/materia_doencas.php?id=17 http://www.oncoguia.org.br/ Hino do Estado do Ceará Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses, nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Hino Nacional Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!