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Gêneros literários.docx1

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Programa de Ensino Integral Escola Estadual Aladino Polon 
Língua Portuguesa
 
 
Thierre Sertão Silva Pinto
Gêneros Literários
Poesia Africana De Língua Portuguesa
(Poesia Luso-Africana)
CAIEIRAS, SP
2022
INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como objetivo retratar alguns pontos da literatura mundial. O documento está separado em dois momentos:
Em primeiro momento haverá a abordagem dos gêneros literários: O gênero literário Clássico, na qual foi apresentado por Aristóteles e tem em sua composição os gêneros – Líricos, épicos e Dramáticos - E o gênero literário contemporâneo composto por: Romances, Novelas, Contos, Crônicas, drama histórico e Teatro de vanguarda. 
No segundo momento, será retratada a literatura africana de língua portuguesa, que é uma literatura dos países que foram colonizados pelos portugueses, países nas quais são: 
A literatura de língua portuguesa também chamada de literatura luso-africana tem como características os temas de revolução, identidade, valorização e apontar relações de poder entre etnias e classes, busca criar uma identidade nacional, destacar aspectos e características culturais, históricas, realistas, econômicas e sociais.
O contexto histórico tem como origem a segunda revolução industrial, na qual levou os países europeus para o neocolonialismo, onde começa a história da literatura luso-africana. 
Toda a opressão e conflito entre os colonizadores e colonizados vai ser retratado pelos autores como: Mia Couto, José Craveirinha, Germano Almeida e Pepetela, entre outros. 
GÊNEROS LITERÁRIOS
 
Os gêneros literários têm como definição o conjunto de textos da literatura organizados conforme a sua especialidade, pois são a organização e divisão de diversas obras textuais, que mostram a mesma classificação conforme parâmetros da língua portuguesa. Ou seja, textos com as mesmas características, principalmente no que se refere à forma, discurso, contexto dentre outros aspectos formais.
Simplesmente como curiosidade, a expressão gênero tem como origem o latim, “genus”, que quer dizer origem, e “eris”, que significa nascimento. Então podemos dizer que gêneros literários agrupam textos de acordo com fatores que determinam a sua “origem de nascimento”
Existem diversos tipos de gêneros literários como: Comédia, contos, romances, tragédias, poemas entre outros. Com o intuito de facilitar a compreensão dos leitores o ‘Estudos Linguísticos e literários’ organizou cada obra por grupos nos quais são chamados de Gêneros literários. 
Ainda na antiguidade, Aristóteles observou a existência de diferentes tipos de obras. No seu livro “A poética”, o autor destacou a existência de três gêneros textuais que hoje são conhecidos como gêneros clássicos.
GÊNEROS CLÁSSICOS 
Como citado anteriormente o Gênero clássico ficou conhecido após uma obra de Aristóteles entre os anos de 335 A.C e 323 A.C e com algumas anotações em seus cadernos a definição de gêneros literários se manteve permanente.
Os gêneros literários são divididos em duas classes (Gênero clássico e moderno), que foram definidas conforme as suas épocas. No gênero clássico, existem três classificações que são: Épico, dramático e lírico. 
Épico: Esse gênero pode ser definido como sendo um Gênero narrativo clássico, no qual os grandes feitos de um povo são cantados. Não há, nos textos épicos, visões particulares da existência, mas sim uma perspectiva geral da narração como um todo. Algumas das epopéias gregas mais conhecidas são llíada e Odisseia, cuja autoria é declarada a Homero 
Existem, epopéias posteriores ao período clássico que embora alterem algumas características, preservam a nomenclatura do texto. Alguns deles são: “A divina comédia” de Dantes e “Os lusíadas” de Luís de Camões. 
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Dramático: O gênero dramático foi dividido por Aristóteles em tragédia e comédia. Esse gênero é um tipo de texto literário criado para ser encenado, ou seja, uma peça de teatro
O gênero dramático sempre acompanhou a história, desde a antiguidade, Roma e Grécia são muito lembradas quando se trata dessa forma de expressão, pois além de serem os criadores, fazem parte da sua cultura, na qual é muito importante para a história da humanidade. O teatro tem geralmente como intenção apresentar encenações ritualísticas tribais, religiosas e críticas políticas com um tom humorístico. 
Uma das peças mais famosas da Grécia antiga é o “Édipo Rei” de Sófocles. 
Na obra de Sófocles Édipo Rei, o protagonista Édipo é condenado à morte quando ainda era um bebê. Após o seu pai ouvir um oráculo de Delfos que profetizou que a criança iria matá-lo e ainda iria desposar sua esposa, a rainha Jocasta, o rei concordou que a melhor ação seria matar o bebê antes da profecia.
Ao ter essa ideia, o rei solicita o comparecimento de um pastor para que ele amarrasse os pés do bebê em uma árvore localizada no monte Citerão. Porém, o pastor fica comovido com o bebê e o leva para casa. Lá, ele e sua família decidem doar a criança já que não possuem condições financeiras de cuidar de Édipo.
A primeira parte da profecia se concretiza quando anos depois, após seu pai adotivo, o rei Políbio, contar a Édipo sobre sua adoção. Totalmente perturbado com a revelação, Édipo sai em disparada e no meio do caminho encontra com um grupo de homens e seu pai biológico, que se desconheciam, estava no meio. Com muita ira, Édipo mata o grupo e, inclusive, o seu pai.
Assim que chega a Tebas, sua terra natal, uma esfinge surge no caminho de Édipo, propondo um desafio a ele. Ao acertar o desafio da esfinge, ele é considerado o novo rei e se casa com Jocasta, sua própria mãe, com quem tem 4 filhos.
Anos depois, ao consultar um oráculo, Édipo fica ciente sobre sua profecia e arranca os próprios olhos para não poder enxergar os próprios erros que cometeu. Para finalizar a peça trágica, a rainha Jocasta comete suicídio.
Lírico: O gênero lírico clássico é chamado assim pela sua produção literária acompanhados por instrumentos musicais gregos, hoje, conhecemos como poesia. 
O gênero lírico não é uma simples poesia sem sentido, ele tem que conter uma expressão sentimental e apresentar uma visão particular da existência e tentar comover o leitor em seus decorrer, porém, nem sempre os sentimentos expressados são de amor e carinho, muitas vezes, o poema é contido por ódio, rancor, tristeza, fúria etc.
 Uma das poetisas mais famosas é Safo de Lesbos, aqui um exemplo de sua obra: 
Fulgura como os deuses um que me 
surge, varão, que, diante de ti, 
se assenta, e, junto, dócil a que 
fala e ri ardente
escuta, e isso, de pronto, 
me desatina no peito o coração!
Pois, no que te vejo, súbito eu nada
mais sei falar,
assim, logo se me engrola a língua; sutil,
num átimo, um fogo dispara sob a pele
e, nas vistas, nada diviso; os ouvidos
trovoam,
daí, suor me poreja de alto a baixo, então,
tremuras me tomam toda, orvalhada fico, mais
que a relva, com lassa, morta
figura estar, 
e, toda impudente, baldia já...
GÊNEROS MODERNOS
 O gênero literário moderno ao passar dos anos deixou de se limitar aos que Aristóteles apresentou, hoje, são encontrados em bibliotecas e livrarias, abrange muito mais em comparação com o gênero clássicoe apresenta uma complexidade maior. Alguns deles são: Romances, Novelas, Contos, Crônicas, drama histórico e Teatro de vanguarda. 
Romance: Narrativas longas, com vários conflitos e uma complexa rede de personagens. Por ser uma narrativa, o romance possui uma ação; lugar onde ele ocorre; tempo em que acontece; personagens que realizam a história; ponto de vista, ou seja, perspectiva do narrador.
O romance tem uma adversidade que são: monofônico, polifônico, fechado, aberto, linear ou progressivo, vertical ou analítico e psicológico. 
Existem alguns tipos de romance: Realista, Naturalista e Modernista .
Romance Realista: A principal característica do romance realista é a crítica social e às instituições, sejam elas políticas, religiosas ou familiares, e tem como marca o determinismo e a crueza dos personagens, sem maquiagem e sem idealismo.
Romance Naturalista
Ainda mais incisivo que o realista, o romance naturalista aponta os aspectos patológicos dos personagens e suas características irracionais, por vezes grotescas.
É uma proposta de revolução às convenções sociais e explora personagens comuns à natureza humana.
Romance Modernista
É um protesto, uma revolução, uma inquietação social. A forte crítica à sociedade e suas convenções é explorada ao extremo.
Exemplos de romances: Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, As minas de Prata, Diva, O Gaúcho, A prata da Gazela, O tronco do ipê e sonho de Ouro – Todos escritos por José de Alencar 
Novela: Narrativa de tamanho mediano, com poucos conflitos. Conhecida com o intermédio entre os contos e o Romance. A novela é uma notícia e narração de um acontecimento, seja ele, real ou imaginário.
A novela possui em sua composição os elementos típicos de uma narração: Narrador e foco narrativo, personagens, conflitos, tempo, espaço e enredo. 
Além disso, sua estrutura é dividida em quatro grandes momentos: Introdução, desenvolvimento, clímax (ápice da tensão), desfecho e conclusão.
Alguns exemplos de novela: Rei Arthur – Demanda de Santo Graal; Novelas de Cavalaria; O Alienista, de Machado de Assis; A Morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstoi; A Dócil, de Fiódor Dostoievski; Morte em Veneza, de Thomas Mann; A metamorfose, de Franz Kafka.
Contos: Narrativa curta e com um único conflito, ele tem em sua origem a necessidade humana de contar e ouvir histórias. Passa por narrativas orais de povos antigos, passa pelos povos gregos e romanos, pelas lendas orientais, parábolas bíblicas, novelas medievais, enfim como nós conhecemos. 
A estrutura do conto é formada por situação inicial, desenvolvimento e situação final. Essa divisão é parte importante para a composição de enredo. Dessa forma, na construção do conto, ocorrem os elementos da narrativa que são: foco narrativo, espaço e tempo.
Devido a necessidade de contextualizar a narrativa, o conto sofreu diversas mudanças ao longo da história, originando tipos: Conto de ficção cientifica, conto infanto juvenil, conto fantástico, conto de fadas 
O conto é composto basicamente por situação inicial, desenvolvimento e situação final. Veja:
Situação inicial: evidencia a situação que dará início à narrativa, apresentando os personagens, o tempo e o espaço descrevendo-os. Trata-se de um trecho essencial para localizar e captar a atenção do leitor. Na introdução também se apresenta a situação inicial, que será desenvolvida ao longo do texto por meio do conflito, clímax e desfecho. Esses termos serão explicados mais adiante.
Desenvolvimento: é nesse momento que surge a quebra do aspecto predominantemente descritivo e o conflito começa a ser percebido pelo leitor. Esse conflito resultará no clímax, o momento de maior tensão da narrativa.
Situação final: é o momento de desfecho do conto, quando o conflito é resolvido, resultando na quebra ou confirmação de uma expectativa. Nesse trecho, o conflito passou e os personagens são inseridos em uma nova situação.
Em complemento o conto para ficar bom é necessário um conflito, clímax e desfecho 
Conflito: trata-se do momento em que ocorre uma oposição entre os elementos da narrativa, resultando em uma tensão que organiza os fatos. O conflito instiga o leitor em relação à narrativa
Clímax: é quando a narrativa alcança a tensão máxima. É o ponto culminante do conflito. Trata-se também de uma técnica muito utilizada para despertar a curiosidade do leitor.
Desfecho: trata-se da situação final, ou seja, a solução do conflito.
Crônica: Textos escritos em versos que apresentam visões particulares sobre si, a existência ou a própria linguagem; geralmente produzidos por meios de comunicações como jornais, revistas etc. Além de ser curta e tratar de assuntos curtos do cotidiano.
As características das crônicas são: Narrativa curta, uso de uma linguagem simples e coloquial, presença de poucos personagens, se houver, espaço reduzidos, temas do dia a dia.
As crônicas têm uma diversidade em suas composições que explora não somente o gênero narrativo como: 
Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade é as crônicas chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo em que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia etc.
Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística.
	
Drama Histórico: Peças de teatro cuja temática vincula-se a um fato histórico; O gênero dramático designa os textos literários feitos para serem representados no palco. Sua origem, que remonta à Grécia Antiga, liga-se às festas religiosas em homenagem ao deus Dionísio (Baco). Ao longo dos séculos, esse gênero desprendeu-se da ligação com a religiosidade e foi incorporando as marcas de seu tempo e as características dos momentos literários em que foi produzido, sendo, ainda, produzido, lido e encenado.
As características do drama são: Texto em forma de diálogos, dividido em atos e cenas; descrições do espaço e/ou da situação antes de cada ato;
Sequência da ação dramática geralmente constituída de exposição, conflito, complicação, clímax, desfecho.
E tem por elementos: 
Protagonista: personagem central da ação dramática.
Antagonista: personagem que se opõe ao protagonista.
Coro: conjunto de atores que comentam a ação ao longo da peça.
Catarse: do grego, significa “purificação”, purgação experimentada pelo público de uma tragédia, o qual poderia apaziguar suas angústias internas por meio das emoções representadas nas cenas.
Teatro de vanguarda: Obras teatrais produzidas sob influência das vanguardas européias no século XX, reunindo correntes estéticas que advogam novos padrões para fazê-lo teatral, voltadas contra o realismo, o naturalismo e as convenções
Principais características: valorização das inovações trazidas pela industrialização e tecnologia; temas da vida urbana; uso de cores fortes e contrastes; experimentações de técnicas e estilos.
As cinco principais correntes vanguardistas foram: futurismo, cubismo, dadaísmo, expressionismo e surrealismo. Futurismo: primeiro movimento merecedor da classificação de vanguarda, caracteriza-se pelo interesse ideológico na arte.
POESIA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
A poesia africana já é muito conhecida, como também é muito importante para cultura da humanidade, pois, ela luta contra o racismo e dá valor a consciência negra em virtude do movimento e que revolucionou a África e os países que tinham como elementos formadores homens de origem africana. Trata-se do Movimento da Negritude.
A poesia em questão é formada por países que foram colonizados por Portugal, onde a língua dominante é o próprioportuguês e esses países são: Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe.
A poesia africana de língua portuguesa, também chamada de poesia luso-africana tem como intuito apontar relações de poder entre etnias e classes, busca criar uma identidade nacional, destacar aspectos e características culturais, históricas, realistas, econômicas e sociais. Muitos dos poetas tendem a trazer a identidade desse povo recém independente junto com o mundo das tragédias e injustiça que eles foram vitima ao longo dos anos. 
CONTEXTUALIZAÇÃO
 
O contexto em que encontramos aqui é de uma áfrica colonizada, e que está vivendo as conseqüências do neocolonialismo e passando por um processo de luta para a sua independência, afim da valorização do seu povo e cultura. Para idealizar o momento em que se encontramos e preciso voltar ao século XIX para a segunda revolução Industrial.
Segunda Revolução Industrial: No século XIX o mundo passou pela chamada Segunda Revolução Industrial, nesse momento os países europeus criaram um grande movimento nas indústrias que deixou as fábricas objetiva e produtivas com a teoria Teylorismo e Fordismo. 
O Teylorismo e Fordismo tinham como objetivo uma grande produtividade nas fabricas da época, com a ideologia de “O trabalho vai até o operário”. Assim eles criaram métodos de produtividade onde fazia do operário mais ativo. 
· Em primeiro momento criaram esteiras na qual o operário ficavam parado, assim, o trabalho ia até ele (nessa época o operário andava pela fábrica a procura de algum serviço a ser realizado);
· Como conseqüência de um operário imóvel, foi necessária uma divisão do trabalho. Nesse momento foi criada a especialização do operário em cada área da fabrica, pois em um momento anterior o operário tinha conhecimento de cada especialização utilizada no seu local de trabalho. Agora ele precisa dominar somente o que vai operar
· Como dominante em um só lugar, fazia um trabalho repetitivo e objetivo resultando em mais produtividade
· Com o operário imóvel e dominante em sua área, o tempo de produção diminui e cresce a produção 
· Resultado – Muita produtividade em pouco tempo. 
Essa teoria conquistou o que gostaria, porém, havia uma grande produção, mas um baixo consumismo. As fábricas estavam produzindo muito e acabaram perdendo produtos conseqüentemente perderam dinheiro. Os burgueses da época decidiram que por necessidade precisavam economizar e a taxa de desemprego cresceu de uma forma significativa. Os consumistas da época estavam perdendo o emprego e os empregados estavam com um salário baixo. Para que crescesse o consumo o preço dos produtos caiu muito, mas ainda sim o mundo capitalista estava em crise em toda Europa. Tudo isso resultou na chamada primeira depressão.
Neocolonialismo: Esse momento da história e retratado pela necessidade da exploração européia a fim de se erguerem durante a crise resultada pela expansão industrial.
Os europeus estavam em uma grande crise, onde assolava o continente por extenso e resultando também em problemas econômicos em outras partes do mundo e por necessidade eles partiram para África e Ásia com a idéia de explorara as riquezas desses continentes (ferro e carvão) Não somente queriam ganhar riquezas pela exploração, mas criaram nesse momento novos mercados consumidores que os ajudariam a se reerguerem. 
É nesse exato momento histórico que a literatura luso-africana se encontra, pois, agora vai acontecer uma exploração e opressão dos países europeus (Em destaque Portugal, o país na qual levamos em consideração para o tema abordado) para com os países colonizados. Portugal e outros países europeus vão criar um estereótipo equivocado sobre os negros africanos, e como o mundo no momento é levado pela ideologia eurocentrista, esse estereótipo acaba se tornando permanente e a poesia de luso-africana cresce como uma forma rebelde do ponto de vista europeu e luta para acabar com essa opressão e mostrar o seu lado e sua cultura desvalorizada. 
 
Luta cultural: Com o neocolonialismo, Portugal teve a dominância de países como Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique, se manteve no poder até o século XX, cada país passou por anos de luta e guerra pela sua independência.
Com Portugal no domínio desses países, houve uma miscigenação nas colônias e a identidade do país foi se perdendo e a opressão portuguesa fez com que a cultura predominante fosse européia. Os portugueses impuseram aos povos africanos o seu modo de comunicação, vestir, andar, comer usando talheres e a sua fé cristã, assim, sobrepondo a sua cultura européia a dos africanos e os chamando de “negros assimilados”.
No momento de independência dos países africanos, as tribos que eram inimigas, se juntaram para expulsar os colonizadores e se tornarem independentes, porém, como cada tribo tinha a sua língua, eles optaram por não serem particularistas e deixaram como predominante a língua dos seus colonizadores. Um dos poetas africanos de língua portuguesa disse: “A língua portuguesa de cada país africano não é a mesma de Portugal, pois, africanizamos essa língua colonizadora, mas não é uma herança e sim uma vitória de guerra.” 
AUTORES:
Mia couto: Um escritor da literatura luso-africana, moçambicano e anticolonialista.
 
Em suas obras defende a construção de identidade nacional, recriação artística da oralidade (Com uma forte influência de outros autores, ele faz em suas obras um experimentalismo pela linguagem, busca novas formas estruturais e formais com a linguagem, faz rescritos de ditados populares e tem por características o neologismo, ou seja, faz a criação de novas palavras), misticismo folclórico, apresenta sua luta anticolonialista e a luta do país pela sua libertação, preserva o uso da linguagem original e faz referência a realidade social, política e econômica. 
O Mia Couto, assim, como muitos outros autores dessa literatura, são questionados pelo fato de serem brancos e levam como conseqüência a luta pela quebra do estereótipo europeu criado no neocolonialismo e que teve permanência até os dias de hoje. 
Como exemplo, sua obra “Terra sonâmbula”: 
De imediato, centenas de pessoas se lançaram em todo o tipo de embarcações, das pequenas as mais mínimas, para assaltarem o navio malfragado, a fim de se servirem das ditas xicalamidades. [...] Desde então, a situação só piorou, pois, consoante o secretário do administrador, a população não se comporta civilmente na presença da fome. Muita gente insistia agora em voltar ao navio, pois lá sobrava comida que daria para salvar seus filhos, mães e uma africanidade de parentes. [...] Assane foi preso, sujado por mil bocas. Na prisão lhe bateram, chambocado nas costas até que as pernas se exilaram daquele sofrimento que lhe era infligido. Perdeu o sentimento da cintura para baixo.
Assane passou as palmas das mãos pelas desempregadas coxas. Tinha sido apenas há dias que lhe abriram a porta da prisão. Ainda nem sabia bem se arrastar de mão pelo chão. Por isso as sacudia, limpando essas mãos que ele sempre aplicara nos documentos.
(Em destaque o neologismo usado em seus versos).
Pepetela: Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, que durante a guerra de independência Angolana recebeu o codinome de Pepetela.
Pepetela lutou a guerra de independência de seu país natal e durante a guerra escreveu algumas obras e em suas artes ele retratava os problemas sociais, culturais e econômicos que a Angola se encontrava, além de representar a atuação política e fazer a apresentação dos governos políticos do seu país.
Pepetela apresenta como característica a polifonia narrativa, ou seja, o narrador externo da voz aos diversos personagens presente no enredo da história. Pepetela tem essa característica, pois, explorava o ponto de visão de cada um presente no momento e essa dádiva era dada por conta do Tribalismo presente. O tribalismo foi à união das tribos presente na Angola contra o colonizador, porém, existiam brigas entre as tribos, pois cada uma queria uma superioridade e dominânciaterritorial (pós guerra de independência, esses países entraram em conflito, causando uma guerra civil) sendo assim o autor apresentou em suas obras o ponto de visão de diferentes povos, o que eles achavam, o que pensavam, como viam a guerra etc. 
A obra de Arthur teve uma grande importância e relevância para o momento que se encontravam, visto que, a visão que o mundo tinha sobre o que estava acontecendo, era totalmente européia, pois, o mundo era eurocêntrico e todas as idéias que foram formadas, eram de uma única visão. A propaganda que os europeus criaram, apontavam os africanos como rebeldes, bandidos e assassinos. Essa idéia chegou a um ponto que os próprios africanos não sabiam o que eram e Arthur junto com outros autores tiveram que conquistar o próprio povo e mostrar que eles eram a salvação e não o mau. 
Em exemplo, sua obra “Mayombe”: 
Os soldados que se encontravam na estrada estavam motos ou feridos. Os outros disparavam agora furiosamente, visando às árvores.
Tinham ficado muitos vivos, era impossível passar ao assalto. Sem medo deu ordens de retirar. Era o mais difícil: as balas silvavam acima das cabeças, cortando os ramos ou cravando-se nos troncos das árvores. Milagre, expondo-se perigosamente, basukou uma moita donde vários inimigos faziam fogo nutrido. A ação de milagre fez parar o fogo inimigo e os guerrilheiros aproveitou para recuar rastejando, até ficarem ao abrigo dos tiros adversários. Grande combate, esse Milagre, pensou Sem medo, enquanto rastejava. A dez metros do sitio onde se encontravam, puderam erguer-se um pouco e afastarem-se, pois tinham arvores interpostas. Os colonialistas aumentaram o volume do fogo. Os guerrilheiros recuaram até o ponto do encontro.
Germano Almeida: Escritor literário de Cabo-Verde, ele escreveu diversos romances e é considerado o primeiro romancista verdadeiramente nacional. 
Seus romances foram traduzidos para diversas línguas. Caracteriza-se por usar humor e sátira, denuncia a duplicidade da sociedade cabo-verdiana, caracterizada durante os primeiros anos de independência por um regime de partido único. Exemplo desse humor esta em “O meu poeta”, romance de grande fôlego onde o autor satiriza com invulgar sarcasmo e realidade cabo-verdiana. A sua escrita desmarca-se da geração dos claridosos, não tendo como base as questões da emigração, pobreza, e secas.
A linguagem utilizada pelo autor revela uma maior liberdade de expressão, recorrendo principalmente ao humor, fez com que houvesse maior democracia, atingindo assim um maior público. Este seu primeiro romance mereceu o Prêmio Marquês de Vale Flor e serviu de inspiração para um filme, premiado no Brasil e no Paraguai.
José Craveirinha: É considerado em Moçambique o maior escritor e poeta, primeiro autor africano, vencedor do prêmio Camões, o prêmio maios importante da literatura de língua portuguesa. 
A suas obras têm por características o neo-realismo, narratividade, adjectivação luxuriante, ironia, elementos surrealizantes, negritude e a moçambicanidade
Os temas mais abordados por ele em sua obra são: escravatura, raça, crítica a civilização ocidental, vitalismo, sensualidade, revalorização da tradição negra, culto da natureza, animação, etc. Com certos recursos aos modelos de Black Renaissance, negritude e neo-realismo tiveram o intuito de construir uma identidade poética para Moçambique 
Em exemplo o “Manifesto”:
Oh!
Meus belos e curtos cabelos crespos
e meus olhos negros como insurrectas
grandes luas de pasmo na noite mais bela
das mais belas noites inesquecíveis das terras do Zambeze.
Como pássaros desconfiados
incorruptos voando com estrelas nas asas meus olhos
enormes de pesadelos e fantasmas estranhos motorizados
e minhas maravilhosas mãos escuras raízes do cosmos
nostálgicas de novos ritos de iniciação
dura da velha rota das canoas das tribos
e belas como carvões de micaias
na noite das quizumbas.
E a minha boca de lábios túmidos
cheios da bela virilidade ímpia de negro
mordendo a nudez lúbrica de um pão
ao som da orgia dos insectos urbanos
apodrecendo na manhã nova
cantando a cega-rega inútil das cigarras obesas.

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