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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU Bruno Eustaquio – RA 3918318 Caroline Luana Oliveira dos Reis – RA 7017718 Erica Regina Torres de Souza Giovanetti – RA 6635442 Maria Gabriela Ortega de Oliveira– RA 6634339 ______________________________________ Relatório Aprovado pela Profª Dra. Juliana Santos Graciani ESTÁGIO BÁSICO EM PROCESSOS PSICOSSOCIAIS E PROMOÇÃO DA SAÚDE SÃO PAULO 2022 Bruno Eustaquio – RA 3918318 Caroline Luana Oliveira dos Reis – RA 7017718 Erica Regina Torres de Souza Giovanetti – RA 6635442 Maria Gabriela Ortega de Oliveira– RA 6634339 ESTÁGIO BÁSICO EM PROCESSOS PSICOSSOCIAIS E PROMOÇÃO DA SAÚDE Relatório apresentado para a disciplina de Estágio Básico em Processos Psicossociais e Promoção da Saúde do quinto semestre do Curso de Psicologia das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, ministrada pela professora Juliana Santos Graciani. SÃO PAULO 2022 INDICE 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2. DESCRIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ........................................... 4 3. É DE LEI ................................................................................................................. 8 4. DESCRIÇÃO DE CADA DIA DO ESTÁGIO........................................................... 10 5. A DEPENDÊNCIA E A PSICOLOGIA .................................................................... 12 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 13 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 14 ANEXOS ....................................................................................................................... 16 1. INTRODUÇÃO O presente relatório ministrado pela disciplina de estágio básico em processos psicossociais e promoção da saúde foi elaborado no tema de redução de danos, onde procuramos ferramentas e práticas para que as pessoas conheçam mais a respeito das políticas de redução de danos. Realizado em modelo híbrido, o lugar escolhido pelo grupo de discentes para a prática presencial foi o “Centro de convivência É de Lei”, que atualmente fica localizado na Rua do Carmo, 56 – Praça da Sé, o grupo foi composto por 4 pessoas onde cada um ficou responsável por uma parte do processo: sendo visitas, pesquisas e elaboração do projeto de intervenção. O tema foi escolhido pelo interesse no entendimento de como o sistema acolhe pessoas que são usuárias, dependentes ou não, de drogas, que dependem e precisam sustentar o risco, a principal pergunta é como essas pessoas se cuidam e o que se pode fazer para reduzir o impacto da substância. A redução de danos trabalha com essa solução, conscientizando os usuários de formas mais seguras do uso, com objetivo de reduzir os impactos na saúde e no bem-estar. A construção do estágio foi buscar práticas de Redução de Danos, para cannabis, crack, êxtase e álcool. 2. DESCRIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO O Relatório Mundial sobre Drogas 2020 divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), revela que cerca de 269 milhões de pessoas fizeram uso de drogas no mundo em 2018, um aumento de 30% em uma década. Além disso, o relatório mostra que mais de 35 milhões de pessoas são afetadas por transtornos associados ao consumo de drogas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, define-se por droga qualquer substância não produzida pelo organismo que pode atuar sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) provocando alterações no seu funcionamento, essas alterações podem variar desde leves estímulos a mais severos. De acordo com sua atuação no SNC recebem classificação como depressora, estimulante ou perturbadora. Podem ainda ser classificadas como lícitas e ilícitas, a depender da legalidade de cada uma. Não depende da legalidade ou da proibição a caracterização de uma substância como droga, mas as alterações na fisiologia e no comportamento do indivíduo usurário. Por sua atuação no Sistema Nervoso Central e pelo reflexo verificável nos sentimentos, pensamentos e atitudes essas substâncias são chamadas de drogas psicotrópicas e apresentam três principais propriedades: 1- O desenvolvimento de tolerância pelo usuário que leva a utilização de doses maiores para obtenção dos mesmos efeitos; 2- O desenvolvimento de dependência pelo usuário; 3- Presença de síndrome de abstinência, caracterizado por um conjunto de sintomas físicos e psíquicos desagradáveis, em caso de descontinuação da substância. É inegável que as drogas se tornaram uma questão mundial de saúde pública e como alternativa a chamada “guerra contra as drogas” e a política de abstinência total, as políticas e práticas de Redução de Danos fazem-se cada vez mais necessárias. Controlar os efeitos de um problema sem eliminar a causa, isso é redução de danos. As primeiras ações de RD relacionadas a saúde pública que se tem notícias datam de 1920 e aconteceram na Inglaterra. Como consequência do uso da morfina em soldados feridos na Primeira Guerra Mundial o país se viu as voltas com combatentes viciados em opioides e por tê-lo adquirido em combate, o Estado se viu obrigada a fornecer a substância com regularidade para reduzir os efeitos colaterais nos soldados pela retirada abrupta. Essa resolução foi publicada oficialmente no “Relatório Rolleston” e dizia que os dependentes de opioides receberiam a substância sob prescrição médica, o intuito era vida mais saudável para o indivíduo e mais produtiva para a sociedade. Mas é apenas na década de 80 que as práticas de RD ganham algum holofote graças à atuação da Junkiebond, associação holandesa de usuários e ex-usuários de drogas, que chama a atenção das autoridades e da sociedade civil para o aumento dos casos de hepatite B dado o compartilhamento de seringas entre os usuários. “Em função da implantação de vários programas e práticas e das inovações e resultados obtidos, principalmente no campo da prevenção da Aids, a RD veio a ser difundida e se tornou importante estratégia de saúde pública disseminada por vários países, conforme demonstram alguns autores (BERRIDGE, 1993; REALE, 1997; BASTOS, 1998; FONSECA, 2005).” No Brasil a RD tem seu início na década de 90, quando começou o surto de hepatite e AIDS – HIV, onde voluntários que ajudavam pessoas em situação de rua observaram nos usuários a contaminação pela prática da compartilhação seringas e agulhas no uso de drogas injetáveis e pelo uso da mesma piteira do fumo. Atualmente voluntários que estão na linha de frente do trabalham na conscientização de pessoas em situação de rua ou não, com respeito a escolha da pessoa em fazer o uso de substâncias, mesmo que ilícitas, o foco é orientar esse uso para que haja a minimização de efeitos colaterais adversos e para que há a máxima preservação possível da saúde e da dignidade. A Redução de Danos no Brasil foi apoiada por instituições de políticas sobre drogas, como a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD) e o Ministério da Saúde e amparada por legislação como a Lei n. 11.343/2006 que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD) com medidas para a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas além de repressão à produção e ao tráfico. Em abril de 2019 foi assinada pelo Governo Federal um novo decreto instituindo a nova Política Nacional sobre Drogas (PNAD) e extinguindo a Política Nacional de Redução de Danos. Em outras palavras, o decreto federal coloca fim à Redução de Danos (RD) e institui a abstinência como única políticapública usuários de drogas, legislando em prol das ditas comunidades terapêuticas. Tal feito é um imenso retrocesso nas conquistas da Reforma Psiquiátrica, Lei nº 10.216 de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. A lei foi um marco na luta antimanicomial por garantir direitos às pessoas em situação de risco psicológico e portadores de transtornos mentais. A prática é antimanicomial, portanto, se posta contra a internação e imposição de abstinência, defende a autonomia do usuário na definição de seu tratamento e internação se assim quiser. É importante dizer que nem todo usuário de drogas é um dependente e essa classificação dá-se através da frequência e dos prejuízos a diversas esferas da sua vida: Experimentador – indivíduo que teve contato com a droga e continua o uso; configurando um episódio isolado. Usuário Ocasional – indivíduo que faz uso de uma ou várias substâncias de maneira esporádica, sem prejuízos para suas relações afetivas, sociais e profissionais. Usuário Habitual – indivíduo que realiza uso frequente de uma ou mais substâncias, mas já apresenta sinais de alterações em suas relações afetivas, sociais e profissionais. Usuário Dependente – indivíduo que possui estreita relação com uma ou mais substâncias, não possui controle sobre o seu consumo o que gera significativos prejuízos em suas relações afetivas, sociais e profissionais. Nesse estágio o usuário não utiliza a droga pelo prazer ou recreação, mas para se privar dos desagradáveis efeitos colaterais da privação dessa substância. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) traz como definição de dependência um conjunto de sintomas que indicam que uma pessoa faz uso compulsivo de uma ou mais substâncias embora tenha problemas causados pelo uso. É a partir do século 19 que a concepção de dependência química começa a ganhar forma para tomar a definição que conhecemos hoje. Considerada uma deficiência de caráter até início do século 19 pois, segundo a construção social da época, dependentes químicos realizavam consumo da droga por gosto, por escolha da indecência e do pecado, pela imoralidade. O modelo que define dependência como doença ganha forma no século 20 apesar de ter raízes nos movimentos de reforma social do século anterior, nasce o Alcoólicos Anônimos e com ele importante conteúdo teórico e de pesquisa, incluindo E.M.Jellinek autor de uma série de artigos em que descrevia o alcoolismo como doença. A obra de Jellinek ganha apoio da Organização Mundial de Saúde em 1952 quando adota sua definição de alcoolismo como doença. Atualmente a OMS considera a dependência química uma doença crônica e recorrente, em sua décima publicação da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a dependência química é caracterizada por um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam o uso contínuo da substância pelo indivíduo apesar dos prejuízos relacionados ao uso, o indivíduo prioriza o uso da substância negligenciando obrigações, relações e outras atividades. O código relacionado dependência química é o F19, indo de F19.0 a F19.9, classifica os Transtornos Mentais e Comportamentais Devido ao Uso de Múltiplas Drogas e ao Abuso de Substâncias Psicoativas. Grande parte dos indivíduos que fazem uso ocasional de alguma substância não encontraram nessa experiência prejuízos a sua vida, mas ainda sim outra parte se tonará dependente e experimentará danos e prejuízos em diversas esferas de sua vida e é aqui que destacamos a importância das práticas de RD. 3. É DE LEI O Centro de Convivência É de Lei é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua desde 1998 na promoção da redução de danos. Há tanto atuação no espaço com encontros realizados uma vez por semanas na sede estabelecida na Praça da Sé, cidade de São Paulo, oferecem testagem de hepatite e sífilis gratuitamente para usuários e frequentadores, quanto em território, como acontece no fluxo da “Cracolândia” em que os voluntários realizam ações de cuidado, levando água, alimentos e kits com acessórios para redução do dano no uso de drogas como piteira, papel de seda, álcool 70%, hidratante labial contra o ressecamento da boca que provoca machucados, etc. No centro há ainda a prestação de atendimento caso o usuário queira pedir ajuda para internação ou até mesmo para esclarecimentos de como fazer para reduzir os danos causados pela substância utilizada. O É de lei tem também projetos para atuar em festas, oferecendo cuidado de bad trip e em conjunto com um profissional que atua na área de farmácia realizam testagens de substâncias para verificação da procedência e qual tipo de aditivo existente em cada um, além de distribuir folders de conscientização e os kits caso seja necessário. Essas são algumas das recomendações presentes no material informativo aos usuários: REDUÇÃO DE DANOS PARA O CONSUMO DE CANNABIS Atualmente a Cannabis não é legalizado no Brasil, embora seja em alguns países. A redução vem com algumas orientações para esse tipo de substância, como: respeitar o limite do corpo, usar sua própria piteira, observar o estado do seu humor, ambiente e pessoas que estão presentes, não pode ser usada em associação com medicamentos psiquiátricos, deve-se evitar fumar as pontas pois possuem grande concentração de substâncias cancerígenas e não segurar a fumaça porque pode danificar os pulmões, recomenda-se também nada que contenha aroma para a confecção do fumo, porque liberam toxinas. As práticas de RD consistem ainda em tornar conhecidos os efeitos colaterais de seu uso como boca seca, excesso de fome, aceleração dos batimentos cardíacos e com o tempo de muito uso pode ocorrer dificuldades na aprendizagem, memória e concentração. REDUÇÃO DE DANOS PARA O CONSUMO DE CRACK O Crack é uma substância ilícita com alto teor de dependência e fortes efeitos desagradáveis quando em abstinência. Para o crack algumas das formas de reduzir o dano são: grande ingestão de água para combater o alto potência de desidratação causado pela droga, uso de cachimbos feitos de vidro ou de cobre, uso hidratante labial para evitar a formação de feridas nos lábios causados pelo ressecamento, uso de piteira do cachimbo individual para minimizar os riscos da transmissão de doenças como a Hepatite. REDUÇÃO DE DANOS PARA O CONSUMO DO ALCOOL O Álcool é uma droga lícita e a mais consumida do mundo, de fácil acesso a qualquer pessoa. Mesmo que haja a normalização da substância pela sociedade, seu consumo traz diversos danos para saúde e por isso é importante as práticas de redução para essa substância como a ingestão de água antes, durante e após ingestão da substância. REDUÇÃO ECSTASY Substância popularmente conhecida como bala, o ecstasy é utilizado para aumentar a energia, humor e sensações de empatia. Mais comummente encontrada nas classes média e alta pelo valor é consumida em festas e festivais. Para esse tipo de substância as formas de redução de danos recomendadas são: alimentar-se antes do consumo, uso de óculos escuros para minimização dos efeitos da dilatação pupilar, aguardar até 90 minutos da ingestão da substância para início dos efeitos, a ingestão compulsiva pela demora dos efeitos pode levar a overdose, fazer um intervalo para novo uso da substância de até 5 semanas. Há ainda em pauta outras tratativas como pobreza menstrual e um projeto onde absorventes são levados e distribuídos para meninas e mulheres da periferia e conscientização sobre o uso de preservativos. 4. DESCRIÇÃO DE CADA DIA DO ESTÁGIO 1. 09/03/2022 – Fomos orientados na supervisão a pesquisar referente ao tema proposto pelo grupo que era Redução de danos, conseguimosdiversas informações, referente a lei de redução de danos no brasil. Pesquisamos sobre o cannabis e redução de danos que são validas para esse tipo de droga. Pesquisa elaborada pelo grupo. 2. 16/03/2022 - Visita ao É de lei: Como o material de estágio é a redução de danos fomos visitar um Centro de Convivência que fica localizada no centro de São Paulo, onde o principal intuito é ajudar os usuários de drogas a cuidar mais da saúde, que usar droga não é necessariamente “acabar com sua vida” e também não induzir que o mesmo pare de usar a sua substância, mas que se cuide para não se transmitir nenhum tipo de doença como HIV e Hepatite. Então esse centro oferece mantimentos para esses usuários. Visita Realizada pela integrante do grupo Caroline. 3. 23/03/2022 – Foi orientado na supervisão para entendermos melhor sobre as praticas de Redução de Danos no Brasil, elaboramos uma pesquisa detalhada para entender como, onde e porque existe os centros de convivência e começamos entender melhor sobre o É de lei. 4. 30/03/2022 – Foi orientado como começaríamos o TCE, e como seria feito as assinaturas, nesse momento do estágio já sabíamos no nosso produto e como seria a intervenção, então começamos a elaborar o folder para apresentar para os grupos universitários. Feito pelas discentes Erica e Gabi. 5. 06/04/2022 – Apresentamos o folder onde a nossa supervisora aprovou e orientou para que começássemos a elaborar a intervenção que era as postagens de Instagram, então começamos a programar modelos de postagens para ser aprovados. Feito pelo discente Bruno. 6. 13/04/2022 – Apresentamos os cronogramas de postagens do Instagram e foi aprovado pela supervisora, onde nos orientou a iniciar os slides para ser apresentados para a outra turma. 7. 27/04/2022 - Mostramos o modelo dos slides, onde foi aprovado pela nossa supervisora e fomos orientados a iniciar o relatório final e as documentações. 8. 04/05/2022 – Apresentamos o início do relatório onde a supervisora sugeriu alterações. 9. 11/05/2022 – Apresentação do projeto para a professora Leila, feito pelos discentes Caroline, Erica e Bruno. 10. 18/05/2022 – Apresentação dos alunos da Profª Leila. 11. 25/05/2022 – Apresentação do relatório, correção de erros e entrega de documentos. 5. A DEPENDÊNCIA E A PSICOLOGIA Atualmente a dependência de substâncias químicas é vista como um transtorno, e é recomendado para esse tipo de tratamento terapias e cuidado clínico, para a dependência encontramos na abordagem de TCC – Terapia cognitiva comportamental, algumas técnicas para ajudar os pacientes, melhorando o seu cotidiano e reduzindo os danos permanentes das substâncias. Uma metanálise feita com 53 dependentes de álcool e drogas ilícitas, concluiu que a terapia cognitiva comportamental é a que tem mais resultados com usuários de maconha. E que mulheres aproveitam mais o tratamento do que os homens. Outro estudo analisou a abordagem TCC, considerando 34 ensaios clínicos (5 para maconha, 9 para cocaína, 7 para opiáceos e 13 para poli usuários) analisando 2340 pacientes, concluíram que usuários de maconha e cocaína tendem a se encaixar melhor no tratamento com a TCC. Em adolescentes a abordagem de TCC se mostra mais conveniente, mostram que tem mais resultados no seu pós-tratamento. A tática de TCC é complexa, o resultado do tratamento requer outros fatores como: relação do paciente X Terapeuta, técnicas do profissional envolvido e qualidade das intervenções. “Pacientes com dependência mais grave e menor motivação tendem a estabelecer vínculos mais frágeis, enquanto terapeutas com maiores, conhecimentos/experiências parecem desenvolver uma ligação mais forte com seus pacientes, mesmo durante a recaída (Dependência Química, 240 Diehl, Cordeiro, Laranjeira & cols)” Técnicas Cognitivas Para este conteúdo trabalharemos duas técnicas cognitivas que funcionam para o tratamento de dependência química: 1. Distração: Mudar o foco da atenção que está fixada nas substâncias para outras situações, como: Ler em voz alta, prestar atenção no lugar que esta, praticar esportes, jogar videogame. 2. Análise de vantagens e desvantagens: Onde o paciente faz uma lista de vantagens e desvantagens dos pontos do consumo e uso das substâncias, pode ser feito ali na sessão ou como uma tarefa. Técnicas comportamentais: 1. Experimento comportamental: É caracterizado pelo fato de tentar fazer com que o paciente modifique as suas crenças centrais. “O experimento atinge dois objetivos: oferece ao paciente possibilidade de desafiar a crença anterior e serve como treino para o desenvolvimento de um novo repertório de comportamentos.” (Dependência Química, 258 Diehl, Cordeiro, Laranjeira & cols.) 2. Manejo de contingências: Funciona para reforçar comportamentos desejados. “Esta estratégia se guia a partir de três princípios: selecionar e monitorar o comportamento desejado, reforçar adequadamente o comportamento e, por último, eliminar o reforçador quando o comportamento visado não ocorre (Rodriguez, 2008; Higgins & Petry, 1999).” A dependência pode ser tratada de formas terapêuticas, mas para aqueles que não querem abandonar o vicio ou do uso das substâncias, a prática de Redução de Danos auxilia a prevenir com que a droga faça mais estragos quanto na saúde quando na vida do usuário. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A redução de danos (RD) é uma prática de saúde publica, onde cuidado, aconselhamento e orientação são dispensados sem julgamento de valores aos usuários de substâncias lícitas ou ilícitas. Em seus valores não há concordância com práticas manicomiais como internação ou políticas de abstinência, há a condução dos indivíduos que escolheram utilizar ou não conseguem abandonar o uso no fazer de forma mais menos danosa. O contrastante cuidado com a saúde e preservação da vida e a falta de apoio para as práticas nos últimos anos impactam quem busca conhecer mais sobre a prática, seus benefícios para usuários e sociedade civil como um todo. Ainda considerada como tabu a Redução de Danos merece mais destaque político, social e acadêmico. Ao longo da realização desse estágio nos deparamos em muitos momentos com a existência ineficiente ou com a falta de discussões do tema e apoiados em Domanico (2006) afirmamos a existência de carência sobre o tema e a necessidade de um olhar mais cuidadoso desde o início da formação profissional do psicólogo. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LARANJEIRA, Ronaldo. Dependência Química: prevenção, tratamento e políticas públicas. Porto Alegre: Artmed, 2011. BRASIL Beck J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed; 1997. Domanico, A. (2006). Craqueiros e cracados: bem-vindo ao mundo dos noias. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil Magill M, Ray LA. Cognitive-behavioral treatment with adult alcohol and illicit drug users: a meta-analysis of randomized controlled trials. J Stud Alcohol Drugs. 2009; Waldron HB, Turner CW. Evidence based psychosocial treatments for adolescent substance abuse. J Clin Child Adolesc Psychol. 2008; Leahy RL. Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta. Porto Alegre: Artmed; 2006. Garcia-Mijares, Miriam e Silva, Maria Teresa Araujo. Dependência de drogas. Psicologia USP [online]. 2006, v. 17, n. 4 [Acesso em 31 maio 2022]. Garcia-Mijares, M., & Silva, M. T. A. (2006). La dépendance de drogues. Psicologia USP, 17(4), 213-240 Alves, V. S. (2009). Modelos de atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas: discursos políticos, saberes e práticas. Cadernos de Saúde Pública. O’HARE, P. Redução de danos: alguns princípios e a ação prática.In: MESQUITA, F.; BASTOS, F.I. (Org.). Drogas e Aids: estratégias de redução de danos. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 65-78. ANEXOS I) Ficha de Atividades II) Folder . III) Plano de intervenção
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