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Alteracoes Fisiologicas a Gravidez

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Alterações Fisiológicas à Gravidez 
INTRODUÇÃO 
As alterações fisiológicas à gestação ocorrem 
na esfera molecular, bioquímica, hormonal, 
celular e tecidual dos vários órgãos e sistemas. 
Por isso, o conhecimento dessas alterações é 
fundamental para a boa prática obstétrica, de 
modo que seja possível reconhecer os desvios 
da normalidade. 
É possível se deparar com situações de má 
adaptação do organismo materno à presença 
do feto, de manifestação de doenças latentes, 
de intercorrências patológicas ligadas 
especificamente ao período gestacional e de 
piora de doenças preexistentes. Assim, nesses 
casos as gestações serão consideradas de alto 
risco, merecendo atenção especial na 
assistência pré-natal. 
ADAPTAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO 
Sistema Circulatório 
à Alterações Hematológicas 
A primeira adaptação circulatória compreende 
às alterações do volume e da constituição do 
sangue, uma vez que o volume aumenta 
consideravelmente, atingindo valores 30 a 50% 
maiores. 
As variações relacionadas ao aumento da 
volemia estão associadas a diferenças 
individuais e à quantidade de tecido 
trofoblástico, sendo maior em gestações 
múltiplas e menor em gestações com 
predisposição a insuficiência placentária. Ou 
seja, observa-se aumento volêmico mais 
discreto em pacientes que apresentam 
restrição de crescimento fetal e HAS. 
O papel da hipervolemia está associado ao 
aumento das necessidades de suprimento 
sanguíneo nos órgãos genitais, especialmente 
no útero, cuja vascularização se apresenta 
maior na gestação. Além disso, tem função 
protetora para a gestação e feto em relação à 
redução do retorno venoso, comprometido com 
as posições supina e ereta, e também para as 
perdas sanguíneas esperadas no processo de 
parturição. 
• Volume Sanguíneo e Plasmático: 
O aumento da volemia decorre do 
acrescimento de volume plástico e, em menor 
proporção, da hiperplasia celular. Em geral, o 
aumento de volume plasmático é de 45 a 50%, 
enquanto o volume de células vermelhas se 
eleva cerca de 30%, estabelecendo, assim, 
estado de hemodiluição e, consequentemente, 
a viscosidade plasmática está menor, o que 
reduz o trabalho cardíaco. 
O sistema renina-angiotensina-aldosterona tem 
maior atividade com o objetivo de superar os 
mecanismo excretores, como o aumento da 
filtração glomerular e do peptídeo atrial 
natriurético. 
• Eritrócitos: 
Apesar da hemodiluição fisiológica, o volume 
eritrocitário absoluto se apresenta com 
aumento considerável. Assim, mulheres 
grávidas apresentam 450 ml a mais de 
eritrócitos, com maior incremento no terceiro 
trimestre. Essa produção está acelerada em 
função do aumento dos níveis plasmáticos de 
eritropoetina, o que é confirmado pela discreta 
elevação do número de reticulócitos. 
Como resultado da hemodiluição, a 
concentração de hemoglobina se encontra 
reduzida. 
Obs.: É consenso utilizar valores de 
hemoglobina inferiores a 11 g/dL para a 
definição de anemia na gestação. 
• Leucócitos: 
A leucocitose pode estar presente na gravidez 
normal, com valores entre 5.000 e 14.000/mm3, 
sendo que, durante o parto e o puerpério, estes 
podem chegar a 29.000/mm3, estando, 
provavelmente relacionado à atividade das 
adrenais no momento de estresse. 
Destaca-se que, apesar do maior número de 
leucócitos, sua função se encontra deprimida, 
com diminuição dos fenômenos quimiotáxicos e 
da expressão de moléculas de aderência. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
As proteínas inflamatórias da fase aguda 
apresentam aumento durante toda a gestação, 
sendo que a proteína C reativa apresenta níveis 
mais elevados próximo ao parto. 
• Plaquetas e Sistema de Coagulação: 
Os níveis de plaquetas estão discretamente 
reduzidos devido à hemodiluição, consumo de 
plaquetas e grau de coagulação intravascular 
no leito uteroplacentário. Na gestação, 
considera-se plaquetopenia uma contagem 
inferior ou igual a 100.000/mm3. 
Praticamente todos os fatores de coagulação 
se apresentam elevados, com exceção dos 
fatores XI e XIII. Os níveis de dímero D e 
fibrinogênio também se encontram elevados. 
A atividade fibrinolítica está diminuída devido à 
elevação de inibidores dos ativadores de 
plasminogênio (precursor da plasmina, que 
remove fibrina, metabólito final da cascata de 
coagulação), PAI-1 e PAI-2, e do inibidor da 
fibrinólise ativado pela trombina (TAFI). 
A hipercoagulabilidade também está associada 
à resistência da proteína C e à diminuição dos 
níveis plasmáticos de proteína S. 
• Metabolismo do Ferro: 
As necessidades de ferro se encontram 
consideravelmente aumentados. O consumo e 
a perda de ferro que ocorrem nessa fase não 
permitem que a gestante mantenha os níveis de 
hemoglobina e os estoques desse elemento 
dentro do intervalo de normalidade. Os eventos 
que contribuem para esse estado de deficiência 
são: consumo pela unidade fetoplacentária, 
utilização para produção de hemoglobina e de 
mioglobina para aumento da massa eritrocitária 
e da musculatura uterina, e depleção por 
perdas sanguíneas e pelo aleitamento. 
Por isso, a não ser que haja suplementação 
adequada, a maioria das gestantes apresentará 
anemia ferropriva. Portanto, a suplementação é 
obrigatória (60 mg/dia de ferro elementar ou 
300 mg/dia de sulfato ferroso). 
à Alterações Hemodinâmicas 
Há aumenta da frequência cardíaca, em 15 a 
20 bpm, bem como elevação do volume 
sistólico. Essas alterações determinam o 
aumento do débito cardíaco, que pode chegar 
a ser 50% maior. 
­ DC = ­ VS x ­ FC 
O débito cardíaco atinge seu ápice no pós-parto 
imediato, com um incremento de 80%, devido 
ao aumento do retorno venoso e, portanto, da 
pré-carga, após a descompressão dos vasos 
pélvicos pelo útero, o que ocorre com o 
nascimento do concepto. Ainda, a posição 
supina pode reduzir o débito cardíaco em 25 a 
30%, em comparação com o decúbito lateral 
esquerdo, por conta da compressão da veia 
cava e da redução do retorno venoso. 
O aumento relativo da produção de 
prostaciclina, em comparação à produção de 
tromboxano A2, e o aumento da produção 
endotelial de óxido nítrico, ocasiona 
vasodilatação sistêmica. Essa, por sua vez, 
leva ao surgimento da circulação útero 
placentária, de baixa resistência, contribuindo 
para a diminuição da resistência vascular 
periférica. 
A redução da resistência vascular periférica é 
tão acentuada, que é capaz de reduzir a 
pressão arterial sistêmica, apesar do aumento 
do débito cardíaco. 
¯ Pressão Arterial Sistêmica = ¯¯ RVP x ­ DC 
A queda da pressão arterial sistêmica é mais 
acentuada no segundo trimestre e retorna para 
níveis pré-gravídicos próximos ao parto. 
Durante as contrações do trabalho de parto, a 
pressão se eleva, o que é desencadeado pelo 
aumento do débito cardíaco e pela ação das 
catecolaminas liberadas pelo estímulo da dor. 
Já, o aumento da pressão venosa nos MMII é 
justificado pela compressão das vias pélvicas 
pelo útero volumoso. Assim, há maior chance 
de hipotensão, edema, varizes e doença 
hemorroidária. Ainda, a compressão uterina 
pode também ocorrer sobre os vasos maiores, 
como a veia cava inferior, quando a gestante se 
encontra em posição supina. Então, a redução 
da pré-carga provoca hipotensão seguida de 
bradicardia por reflexo vagal, podendo se 
manifestar com quadro de lipotimia (síndrome 
de hipotensão supina). 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Coração: 
O diafragma se eleva por conta do aumento do 
volume abdominal e, assim, o coração se 
encontra desviado para cima e para esquerda, 
ligeiramente rodado para a face anterior do 
tórax. Também, o volume se encontra maior em 
função do aumento do volume sistólico e da 
hipertrofia dos miócitos. 
Pequenas alterações do ritmo cardíaco são 
frequentes, principalmente as extrassístoles 
ventriculares e taquicardias paroxísticas 
supraventriculares. O sopro cardíaco também é 
comum devido a redução da viscosidade 
sanguínea e do aumento do débito cardíaco. 
Por fim, podem ser vistas alterações 
fisiológicasno ECG, como nas ondas T e Q, no 
segmento ST e no desvio do eixo cardíaco para 
a esquerda de 15 a 20º. 
Sistema Endócrino e Metabolismo 
As adaptações endócrinas e metabólicas do 
organismo materno visam garantir o aporte 
nutricional para o desenvolvimento saudável do 
feto, de termo e com peso adequado. Para que 
isso ocorre, há uma variedade de 
transformações funcionais das glândulas 
maternas que coexistirá com a placenta, sendo 
que a produção hormonal placentária é de 
ordem complexa e múltipla. 
A produção placentária gera um novo equilíbrio 
dos eixos hipotálamo-hipófise-adrenal, 
hipotálamo-hipófise-ovário e hipotálamo-
hipófise-tireoide. 
Destaca-se que, há duas fases distintas: 
- Primeira Etapa: anabolismo materno, que 
dura pouco mais da metade da gestação. 
- Segunda Etapa: catabolismo materno, que 
se inicia no fim da primeira metade e segue 
até o término da gravidez. 
à Alterações Endócrinas 
• Hipotálamo: 
As concentrações de diversos hormônios 
produzidos pelo hipotálamo tem aumento na 
circulação periférica. Isso ocorre devido a 
produção placentária de variantes idênticas aos 
hormônios hipotalâmicos, como GnRH, CRH, 
TRH e GHRH. 
• Hipófise: 
A hipófise se encontra com tamanho 
aumentado devido à hipertrofia e a hiperplasia 
da adenohipófise, especialmente dos 
lactótrofos, promovidas pela ação estimulante 
do estrógeno. Seu volume e peso chegam a 
dobrar no final da gestação, sem complicações 
quando a gestação e o parto cursam de forma 
tranquila. No entanto, a expansão volumétrica 
pode acarretar em falência da glândula quando 
ocorre sangramento profuso no período 
periparto e isquêmica hipofisária (síndrome de 
Sheehan). 
Há aumento considerável da produção de 
prolactina, que chega a níveis dez vezes 
maiores do que em mulheres não gestantes 
(cerca de 200 ng/ml). Essa elevação tem como 
objetivo preparar as glândulas mamárias para a 
produção de leite no pós-parto. 
A fração alfa da hCG, por sua semelhança 
molecular com a fração alfa do TSH, estimula a 
função tireoidiano, o que, por meio da 
retroalimentação negativa, reduz a produção e 
a secreção hipofisária de TSH. Já, os níveis de 
ACTH aumentam progressivamente em função 
da produção hipofisária e placentária. Por outro 
lado, a produção placentária de esteroides 
sexuais leva ao decréscimo da secreção de 
gonadotrofinas hipofisárias. 
Agora, em relação à neurohipófise, os 
hormônios produzidos são o ADH e a ocitocina. 
Os níveis de ocitocina se mantem constantes, 
elevando-se na fase ativa e no período 
expulsivo do trabalho de parto. Não há 
alterações nos níveis de ADH, apenas um novo 
equilíbrio do limiar determinante de sua 
liberação. 
• Tireoide: 
A regulação de tireoide está evidentemente 
alterada na gravidez em razão de três 
modificações no organismo materno: 
- Redução dos níveis séricos de iodo pelo 
aumento da taxa de filtração glomerular e 
pelo consumo periférico; 
- Aumento da produção e da glicosilação da 
globulina transportadora de hormônios 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
tireoidianos (TBG) com consequente 
aumento das frações ligadas dos hormônios; 
- Estimulação direta dos receptores de TSH e 
pelo hCG. 
Essas alterações provocam sobrecarga 
funcional da tireoide, mas não costumam 
causar aumento volumétrico da glândula, de 
forma que a presença de bócio merece 
investigação quando presente. 
O aumento da depuração renal de iodo 
associado à ingestão baixa ou limítrofe desse 
elemento pode ocasionar deficiência na 
produção hormonal materna e fetal. 
A glicolisação da TBG é estimulada pela 
crescente produção de estrógenos pela 
placenta, o que diminui sua metabolização 
hepática e, consequentemente, aumenta os 
níveis circulantes. Isso faz com que as formas 
ligadas de T3 e T4 tenham aumento 
fisiologicamente. 
• Paratireoides: 
As funções das paratireoides está intimamente 
ligada ao metabolismo do cálcio. 
A demanda de cálcio durante a gestação é 
maior em função da unidade fetoplacentária, 
que absorve cálcio e outros elementos do 
organismo materno para a formação do 
esqueleto fetal. Nos lactentes, as demandas 
são ainda maiores, pelo alto teor de cálcio no 
leite materno, que deve suprir as necessidades 
do recém-nascido, exigindo um aporte materno 
de cálcio de 300 a 1.000 mg/dia durante a 
lactação. 
Por sua vez, a aumento da filtração glomerular 
contribui para maior excreção de cálcio urinário. 
A hemodiluição materna leva a um decréscimo 
na concentração de albumina, a qual se liga à 
50% do cálcio total. Essas alterações levam a 
um decréscimo do nível sérico de cálcio total, 
sem alterar, contudo, os níveis de cálcio iônico 
e de cálcio corrigido pela albumina. Assim, não 
se observa benefício na suplementação desse 
elemento, mas deve-se considerá-la em 
situações como gestação em adolescentes, 
gemelaridade, intervalo entre partos curto e 
doenças intestinais disabsortivas. 
O PTH apresenta redução dos níveis séricos no 
primeiro trimestre. Os efeitos adaptativos que 
mantêm o equilíbrio do metabolismo do cálcio, 
a respeito da diminuição da produção de PTH, 
estão relacionados, principalmente, à elevação 
do calcitriol (vitamina D3), resultante da 
estimulação da atividade da 1-alfa-hidroxilase 
renal por estrógeno, hormônio lactogênico 
placentário e proteína relacionada ao 
paratormônio (PTH-rP), produzidos pela 
placenta. Consequentemente, com o aumento 
do calcitriol, ocorre maior absorção de cálcio 
pelo sistema digestório. 
• Adrenais: 
O aumento generalizado das atividades do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal e do sistema 
renina-angiotensina-aldosterona gera um 
período de hipercortisolismo e 
hiperaldosteronismo. Então, o aumento do 
cortisol sérico decorre da redução de sua 
excreção e do aumento de sua meia-vida. Tem 
relação direta com a unidade fetoplacentária, 
que produz CRH e ACTH, e, no terceiro 
trimestre, os níveis de cortisol chegam a ser 
três vezes maiores que os níveis basais. 
Destaca-se que, na presença de ambiente com 
altos níveis de progesterona, ocorre 
refratariedade da resposta tecidual ao cortisol. 
• Ovários: 
A função endócrina ovariana está relacionada à 
produção de progesterona pelo corpo lúteo. 
Sua importância se limita até a sétima semana 
de gravidez, pois está associada à manutenção 
da gestação até o período em que o trofoblasto 
cresce suficientemente para sua autonomia 
hormonal. 
A produção de outras substâncias, como a 
relaxina, se associa a mecanismo de 
relaxamento sistêmico das fibras de colágeno e 
musculares, responsáveis pela acomodação da 
gestação e pelo processo de parturição. Além 
disso, está envolvida também na fisiologia do 
parto pré-termo e das alterações da cérvix. 
à Alterações Metabólicas 
• Metabolismo dos Carboidratos e Lipídeos: 
Necessidade Calórica = 300 kcal/dia. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Há redução da glicemia em jejum e da glicemia 
basal materna devido ao armazenamento de 
gordura, glicogênese hepática e transferência 
de glicose para o feto. Essas alterações são 
observadas na fase anabólica e são 
desencadeadas pelos hormônios sexuais 
placentários (estrógeno e progesterona). 
A partir da segunda metade da gravidez, inicia-
se o período catabólico, com lipólise, 
neoglicogênese e resistência periférica à 
insulina, a qual é secundária à produção 
placentária de hormônios diabetogênicos, 
como GH, CRH, progesterona e, 
especialmente, hormônio lactogênico 
placentário (hLP ou somatomamotropina 
coriônica). 
Visando garantir a necessidade diária de 
glicose para o crescimento e desenvolvimento 
do feto, ocorre aumento da resistência 
periférica à insulina, criando um ambiente de 
hiperglicemia pós-prandial e consequente 
hiperinsulinemia, resultante da hipertrofia e da 
hiperplasia das células beta pancreáticas 
mediadas pela prolactina e pelo hLP. 
A redução da sensibilidade à insulina é 
observado a partir de 26 semanas de gestação, 
período em que há aumento progressivo do 
nível de hLP. Portanto, é nesse momentoque 
qualquer desequilíbrio no metabolismo dos 
carboidratos pode gerar o quadro de diabetes 
mellitus gestacional, em especial se a oferta de 
glicose no sangue materno ultrapassar a 
capacidade pancreática de produção de 
insulina. Além disso, outras substâncias que 
participam desse processo incluem a 
prolactina, o fator de necrose tumoral, a leptina 
e a adiponectina. A sensibilidade periférica à 
insulina apresenta redução de 40 a 70%. 
Ainda, há elevação dos níveis de colesterol total 
e suas frações, bem como dos triglicerídeos. 
• Metabolismo Proteico: 
Na gestação, existe aumento do balanço 
nitrogenado materno total com acúmulo de 
aproximadamente 1.000 g de proteína. Metade 
desse acúmulo é direcionado ao feto e a seus 
anexos, sendo a outra metade destinada a 
suprir as necessidades da musculatura uterina 
hipertrofiada, do desenvolvimento mamário, da 
hipervolemia plasmática e da hiperplasia dos 
eritrócitos. 
O incremento de aminoácidos no organismo 
materno está relacionado ao melhor 
aproveitamento dietético e à menor taxa de 
excreção. 
Com relação às proteínas plasmáticas, há 
aumento da albumina total e redução de sua 
concentração plasmática, assim como há o 
aumento de fibrinogênio e alfa e betaglobulinas. 
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS 
Pele e Anexos 
A produção placentária de estrógenos leva à 
proliferação da microvasculatura de todo o 
tegumento (angiogênese). Assim, ocorre 
vasodilatação de toda a periferia, levando à 
eventos vasculares da pele e anexos, como 
eritema palpar, telangiectasias, hipertricose e 
aumento de secreção sebácea e da sudorese. 
A hiperpigmentação da pele também está 
relacionada ao altos níveis de progesterona, 
que aumentam a produção do hormônio 
melanotrófico da hipófise. Este age sobre as 
moléculas de tirosina da pele, induzindo a 
produção excessiva de melanina, o que 
provoca máculas hipercrômicas chamadas de 
melasmas. 
Entre os locais de maior incidência estão face, 
fronte, projeção cutânea da linha alba (que 
passa ser denominada linha nigra), aréola 
mamária e região de dobras. 
As estrias são as alterações mais frequentes no 
período gestacional, uma vez que são 
decorrentes da hiperfunção das glândulas 
adrenais (hipercortisolismo típico da gravidez). 
Os fatores de risco para o desenvolvimento são 
história familiar e ganho de peso excessivo na 
gestação. 
Sistema Esquelético 
De modo geral, as articulações sofrem 
processo de relaxamento durante a gravidez, 
com acúmulo de líquido (embebidação 
gravídica). Este processo, nas articulações dos 
MMII, pode predispor a gestante a dores 
crônicas, entorses, luxações e até fraturas. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Além disso, as articulações da bacia óssea 
(sínfise púbica, sacrococcígea e sinostoses 
sacroilíacas) apresentam maior elasticidade, as 
quais estão associadas à ação da relaxina, 
aumentando a capacidade pélvica e 
modificando a postura e a deambulação da 
gestante, o que prepara o organismo para a 
parturição. 
Os ligamentos estão mais frouxos e são mais 
complacentes à movimentação, sendo 
imprescindíveis para o fenômeno de expulsão 
fetal, pois elas permitem o aumento dos 
diâmetros e estreitos da pelve materna. 
O aumento do volume abdominal e das mamas 
desvia anteriormente o centro de gravidade 
materno. Por instinto, a gestante direciona o 
corpo todo posteriormente, de forma a 
compensar e encontrar o novo eixo de equilíbrio 
que permita que ela se mantenha ereta. Assim, 
há o surgimento de hiperlordose e hipercifose 
da coluna vertebral, com aumento da base de 
sustentação, com afastamento dos pés e 
diminuição da amplitude dos passos durante a 
deambulação (marcha anserina). Ainda, o 
aumento da flexão cervical causa compressão 
de raízes cervicais que originam os nervos 
ulnar e mediano, acarretando fadiga muscular, 
dores lombares e cervicais, e parestesias de 
extremidades. 
Sistema Digestório 
Frequentemente, há queixas de aumento de 
apetite e sede, que podem ser explicadas pelas 
resistência à ação da leptina e suas alterações 
da secreção de ADH. Além disso, mudanças 
nas preferencias alimentares são comuns e 
podem chegar a configurar perversões do 
paladar, como desejo de ingerir terra, carvão, 
entre outros, caracterizando o quadro de pica 
ou malacia. 
Durante o primeiro trimestre, náuseas e 
vômitos são muito prevalentes. Algumas vezes, 
pode ser de difícil manejo, sendo 
acompanhados de perda significativa de peso, 
caracterizando a hiperêmese gravídica, que 
está associada aos altos níveis de hCG 
circulante e as alterações laboratoriais da 
função tireoidiana, bem como os aspectos 
emocionais e psíquicos. 
Já, a sialorreia (secreção salivar exacerbada) é 
desenvolvida por estímulo neurológico do 
quinto par craniano (nervo trigêmeo) e do nervo 
vago, relacionando-se à dificuldade de 
deglutição decorrente das náuseas. 
A hipertrofia e a hipervascularização gengival 
são decorrentes doa altos níveis de esteroides 
sexuais circulantes (estrógeno e progesterona). 
Isso resulta em gengiva edemaciada e 
facilmente sangrante, o que dificulta a limpeza 
local. O pH salivar é mais baixo, podendo 
propiciar a proliferação bacteriana. Portanto, 
esses dois fatos podem aumentar o risco de 
cáries. 
A progesterona é um potente relaxante de 
fibras musculares lisas. Por sua vez, o 
estrógeno age como indutos dos efeitos 
progestônicos no organismo. Esses efeitos 
levam ao relaxamento do esfíncter esofágico 
inferior e redução de seu peristaltismo com 
aumento da incidência de refluxo 
gastroesofágico. Ou seja, a pirose é uma 
queixa muito comum. 
A hipotonia da vesícula biliar predispõe ao 
surgimento de litíase biliar, em especial pela 
associação com o aumento do colesterol total 
desde o início da gestação. 
A contratilidade da musculatura lisa dos 
intestinos se encontra reduzida, causando 
obstipação. A permanência prolongada do bolo 
fecal no lúmen intestinal expõe os alimentos ao 
contato com enzimas digestivas por tempo 
mais prolongado e aumenta a absorção de 
água, o que contribui para a piora do quadro de 
obstipação. 
A função hepática permanece igual, com 
exceção do transporte intraductal de sais 
biliares, que se apresenta parcialmente inibido 
devido aos efeitos secundários às ações do 
estrógeno e da progesterona. 
Ainda, ocorrem alterações anatômicas que 
desviam o estômago e o apêndice para cima e 
para direita, e os intestinos para esquerda. Por 
vezes, o apêndice cecal ocupa o flanco direito, 
dificultando o diagnóstico clínico de apendicite 
na gravidez. 
Durante a gravidez e pós-parto, os sintomas 
intestinais e anorretais, como inchaço 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
abdominal, obstipação, incontinência e doença 
hemorroidária são frequentes. 
Sistema Respiratório 
As vias aéreas superiores apresentam 
ingurgitamento e edema da mucosa nasal, que 
se traduz em maior frequência de obstrução, 
sangramento e rinite durante a gravidez. O 
edema da mucosa também acomete laringe e 
faringe, diminuindo o lúmen dessas vias, o que 
pode, inclusive, representar maior dificuldade 
de intubação orotraqueal. 
Há elevação diafragmática e maior capacidade 
de excursão desse músculo. Ao longo da 
gravidez, a amplitude de movimento do 
diafragma se reduz devido ao aumento do 
volume abdominal que ocorre com o 
crescimento uterino. 
A capacidade vital é a soma das reservas 
pulmonares expiratória e inspiratória e do 
volume corrente. Na gestante, não há 
modificação da capacidade vital, mas ocorre 
readaptação dos volumes distribuídos nos seus 
diversos componentes. Assim, há aumento do 
volume corrente com redução da reserva 
expiratória e preservação da reserva 
inspiratória. A elevação do volume corrente 
pretende suprir as demandas de oxigênio, que 
sofrem aumento por conta da maior massa 
eritrocitária e da quantidade total de 
hemoglobina circulante. 
Na capacidade inspiratória, reconhece-se o 
conjunto volume corrente e reserva inspiratória, 
enquanto a capacidade residual funcional é 
definida como a somade reserva expiratória e 
do volume residual. Durante a gestação, ocorre 
deslocamento de volume entre essas duas 
capacidades, com acréscimo na capacidade 
inspiratória e redução da capacidade residual 
funcional devido à diminuição de seus dois 
componentes. A capacidade pulmonar total 
(somatório da duas capacidades) está reduzida 
na gravidez em aproximadamente 200 ml em 
razão da elevação do diafragma, uma vez que 
há redução do volume residual. 
A frequência respiratória sofre pouca ou 
nenhuma mudança, mas o aumento de volume 
corrente estabelece uma situação de 
hiperventilação. Consequentemente, há queda 
da pressão parcial de dióxido de carbono, o que 
gera um gradiente entre gestação e feto, 
facilitando a excreção fetal. Ao mesmo tempo, 
o aumento do pH desvia a curva de dissociação 
de oxigênio para esquerda, o que dificulta a 
liberação de oxigênio para os tecidos maternos. 
A discreta alcalose respiratória crônica é 
compensada pelo aumento da excreção renal 
de bicarbonato, com redução de seus níveis 
circulantes e pela produção de 2,3-
difofoglicerato, que retorna a curva de 
dissociação de oxigênio para direita, garantindo 
liberação suficiente de oxigênio suficiente de 
oxigênio para o feto. 
Destaca-se que, essas alterações causam 
sensação de dispneia. 
Sistema Urinário 
O aumento da volemia em associação com a 
redução da resistência vascular periférica 
provoca elevação do fluxo plasmático 
glomerular, com consequente aceleração do 
ritmo de filtração glomerular. 
A osmolaridade plasmática se modifica devido 
à ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona e da redução do limiar para 
secreção de ADH. Assim, a liberação de ADH e 
o mecanismo de sede são desencadeados por 
menores níveis osmóticos, o que demonstra 
menor capacidade renal de concentrar urina. 
Em geral, as gestantes filtram maiores 
quantidades de sódio e água no glomérulo, o 
que é compensado por maior reabsorção 
tubular desses elementos, que é resultado da 
ação da aldosterona e do ADH. 
A pressão arterial, as taxas de fluxo plasmático 
glomerular e ritmo de filtração glomerular 
sofrem grande influência da posição materna, 
além da queixa de noctúria ser muito comum. 
Essas alterações se devem à influência da 
postura materna sobre o débito cardíaco, que 
se apresenta particularmente maior nas 
ocasiões em que a gestante se encontra em 
decúbito lateral esquerdo, principalmente no 
terceiro trimestre. 
Fatores hormonais como a progesterona 
provocam hipotonia da musculatura dos 
ureteres e da bexiga, causando discreta 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
hidronefrose e aumento do volume residual 
vesical. 
Já, fatores mecânicos, como o aumento do 
plexo vascular ovariano direto, dextrorrotação e 
compressão extrínseca uterina, predispõem à 
acentuação da hidronefrose do lado direito e à 
redução da capacidade vesical, demonstrada 
por meio da polaciúria fisiológica da gravidez. 
A bexiga se encontra mais elevada ao longo da 
gestação, com retificação do trígono vesical, 
provocando refluxo vesicouretral. Assim, 
incontinência urinária também é uma queixa 
frequente. 
Destaca-se que, as modificações gravídicas do 
sistema urinário aumentam o risco de formação 
de cálculos e de infecções do trato urinário. 
Sistema Nervoso Central 
As principais queixas quanto ao SNC 
relacionam-se discretas alterações de memória 
e de concentração, geralmente no último 
trimestre de gestação. 
A sonolência está associada aos altos níveis de 
progesterona, que é um hormônio conhecido 
por ter efeito depressor do SNC e estar 
relacionado com a alcalose respiratória 
causada pela hiperventilação. 
A lentificação geral do SNC é comum e 
progressiva, podendo corresponder a 
alterações vasculares das artérias cerebrais 
média e posterior. 
As modificações do padrão e da qualidade do 
sono aumentam a fadiga durante o final da 
gestação e colaboram para quadros psíquicos 
de melancolia da maternidade (blues puerperal) 
ou até depressão. 
É importante ressaltar que, por se tratar de um 
momento único de vivência psicológica, a 
maternidade pode ser acompanhada de 
inseguranças e dificuldades emocionais. 
Visão, Olfato e Audição 
Modificações da acuidade visual podem estar 
presentes e decorrer de alterações da córnea, 
como edema localizado e opacificações 
pigmentares. 
Já, as modificações olfativas estão 
relacionadas à mucosa nasal, que se apresenta 
edemaciada e hipervascularizada, fazendo com 
que a hispomia seja uma queixa frequente. 
Por fim, a acuidade auditiva pode estra 
discretamente comprometida, com regressão 
após o parto. 
MODIFICAÇÕES LOCAIS 
Útero 
As modificações uterinas são as mais 
pronunciadas, uma vez que é durante a 
gravidez que o útero exerce plenamente sua 
capacidade funcional e anatômica: participar da 
formação do concepto e do mecanismo de 
parto. Assim, com o aumento progressivo da 
capacidade volumétrica e o incremento 
considerável da vascularização, o útero retém o 
feto durante todo o seu crescimento e 
desenvolvimento, para finalmente servir força 
motora para sua expulsão durante o trabalho de 
parto. 
A coloração passa a ser violácea, por conta do 
aumenta da vascularização e da vasodilatação 
venosa. Por sua vez, a retenção hídrica do 
espaço extracelular torna a consistência do 
útero amolecida, principalmente na região de 
implantação ovular, onde as influências 
mecânicas e humorais são mais diretas e, 
portanto, mais intensas. Ainda, a consistência 
se modifica na vigência de contração uterina ou 
aumento do tônus muscular, o que pode ser 
notado pela palpação abdominal a partir da 
segunda metade da gravidez. 
à Istmo 
A alteração da consistência do istmo, com 
consequente edema e amolecimento do local, 
coincide com o alongamento da região e, ao 
toque vaginal combinado, é possível notar 
aumento da anteversoflexão uterina (sinal de 
Hegar), responsável pela polaciúria. 
à Colo Uterino 
Ocorrem modificações no colo uterino 
secundárias às alterações hormonais e 
vasculares. 
A presença de ectopia do epitélio endocervical 
e sua exposição ao conteúdo vagina mais ácido 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
provocam metaplasia escamosa do epitélio 
cilíndrico, sendo comum em situações em que 
há elevados níveis de progesterona. 
O aumento da vascularização modifica a 
coloração habitualmente rósea para violácea. 
Ocorre reação decidual em células estromais 
que, em conjunto com o edema local, confere 
ao colo consistência amolecida. A partir de 16 
semanas de gestação, o amolecimento do colo 
uterino modifica sua consistência, passando de 
uma consistência semelhante à da cartilagem 
nasal para uma consistência similar à do lábio 
(regra de Goodell). 
A hipertrofia glandular da endocérvix 
desencadeia maior produção de muco, 
espesso e viscoso (rolha de Schröeder). 
Ao fim da gravidez e durante o parto, a cérvix 
passa por processo de colagenólise e 
desestruturação do tecido conjuntivo, que 
sustenta o arcabouço do colo uterino, na 
intenção de prepará-lo para o esvaecimento e 
dilatação. Uma série de substâncias participam 
desse processo, como prostaglandinas, ácido 
hialurônico, enzimas proteolíticas (colagenases 
e elastases), mediadores inflamatórios e água. 
Esses elementos, produzidos por fibroblastos 
presentes no estroma cervical, promovem 
retenção hídrica local, com afastamento e 
degradação das fibras de elastina e colágeno, 
além da desestabilização da matriz extracelular 
com aumento das glicosaminoglicanas, que 
são componentes glicídicos das proteoglicanas 
presentes na matriz extracelular. 
Vagina 
A hipervascularização local provoca hiperemia 
e edema da mucosa vaginal. 
Já, no início da gestação, a coloração 
avermelhada se torna arroxeada pela retenção 
sanguínea nos vasos venosos (sinal de Kluge). 
O aumento do diâmetro das artérias vaginais 
permite sentir sua pulsação nos fórnices 
laterais (sinal de Osiander). Ocorre hipertrofia 
das células musculares, bem como do tecido 
conjuntivo, o que, em conjuntocom o acúmulo 
hídrico, aumenta a espessura e a elasticidade 
da mucosa vaginal. Essas alterações levam à 
redução da rugosidade da mucosa e garantem 
distensão necessária do órgão para formação 
do canal de parto. 
O pH vaginal se encontra em torno de 3,5 a 6,0, 
tendo um papel protetor contra infecções 
bacterianas locais, mas pode predispor a 
infecções fúngicas, uma vez que o acúmulo de 
glicogênio e a maior descamação celular 
servem de substrato para proliferação de 
Lactobacillus acidophilus. 
Vulva 
A vulva apresenta as mesmas modificações 
relacionadas a alterações vasculares e 
pigmentares que a vagina. 
É comum que a pele da raiz das coxas e dos 
grandes lábios se apresente com manchas 
hipercrômicas, uma vez que a coloração 
arroxeada decorre da hipervascularização local 
(sinal Jacquemier-Chadwick). Em gestantes 
com predisposição, em particular multíparas, é 
possível encontrar varizes vulvares. 
Por fim, a retenção de líquidos no espaço 
extravascular causa edema do vestíbulo 
vaginal, que funciona como coxim protetor no 
momento do parto. 
Mamas 
Frequentemente, há queixas de dor e 
hipersensibilidade mamária no primeiro 
trimestre. A produção hormonal de estrógeno e 
de progesterona pela placenta e a produção de 
prolactina pela adenohipófise promovem o 
crescimento e o desenvolvimento mamário 
necessários para o processo de lactação no 
pós-parto. Destaca-se que, é por meio de 
mecanismo de hiperplasia e diferenciação 
celular que essas moléculas modificam por 
completo a mama, que é o único órgão que não 
retorna às suas características pré-gravídicas. 
A hiperpigmentação areolar faz com que o 
mamilo tenha cor acastanhada, com 
surgimento de coloração externa aos limites 
originais da aréola mais clara que ela, contudo, 
mais escura que a pele das mamas. Assim, 
tem-se um contorno de limites imprecisos que 
circunda a aréola, também conhecida como 
aréola secundária (sinal de Hunter). 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Há hipertrofia das glândulas sebáceas do 
mamilo, que formam elevações visíveis 
(tubérculos de Montgomery). 
Destaca-se que, não parece haver relação 
entre o volume pré-gravídico das mamas e a 
sua capacidade de produção láctea.

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