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Ficha catalográfica: Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Rodrigues, Rondinelly Coelho Descomplicando o setor pessoal / Rondinelly CoelhoRodrigues. -- 1. ed. -- For- taleza: TributárioResponde Online, 2021. ISBN 978-65- 994059-0-7 1. Administração de pessoal 2. Contabilidade 3. Departamentos de pessoal 4. Recursos humanos -Ad- ministração I. Título. 21-58701 CDD-658.3 Índices para catálogo sistemático: 1. Recursos humanos : Administração 658.3Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 PREFÁCIO P R E F Á C I O Professor Fellipe Guerra É com imensa alegria que recebi o convite de escrever o prefácio do livro do meu sócio e amigo, professor Rondinelly Coelho. Uma obra importantíssima dentro do universo trabalhista, principalmente por sua aplicação prática no departamento pessoal, e escrita de forma descomplicada por um dos grandes especialistas da temática na atualidade. Em virtude do uso de novas tecnologias a sociedade, assim como as profi ssões, passaram por inúmeras transformações. A contabilidade se consolidou com uma importante ferramenta de gestão dentro das organizações e se aliou de forma extremamente bem sucedida com outros ecossistemas fundamentais, dentre eles o setor pessoal. É cada vez mais nítida a ligação que uma efi caz gestão trabalhista tem com as entidades que conseguem lograr êxito em sua atuação. Afi nal de contas, conseguir gerenciar riscos e minimizar custos, dentro da legalidade, são prioridades dos profi ssionais do departamento pessoal e na minha visão o autor desse livro se destaca pela forma leve que aborda o tema e impacta positivamente a vida de profi ssionais por todo país. P R E F Á C I O Em 2005 iniciamos juntos a faculdade de Ciências Contábeis e não podíamos imaginar que anos depois celebraríamos muitas conquistas como sócios na contabilidade. Durante esses anos de convivência e trabalho, pude vê-lo crescer, evoluir, técnico e profissionalmente. O livro Descomplicando o Setor Pessoal é um verdadeiro guia prático, que nos trás a oportunidade de adquirir um pouco da experiência e conhecimento técnico do autor, e reforça a celebre frase do artista americano Michael Bobak “Todo progresso acontece fora da zona de conforto”. Por fim, parabenizo o professor Rondinelly Coelho por mais essa importante contribuição pro mercado, em especial a área trabalhista, que terá a sua disposição uma excelente fonte de estudos e consulta para o dia a dia no setor pessoal. Boa leitura! sieg A SIEG é líder e especialista em gestão de documentos fi scais eletrônicos, desde a captura dos arquivos XML de NF-e, CTe, NFC-e, CF-e e NFS-e até a organização e análise dos dados obtidos a partir da Receita Federal e SEFAZ. Desde 2009 trabalhamos para ajudar empresas nessa atividade tão importante que é a organização e a gestão da área fi scal, que envolve desafi os diários. Nos últimos anos, a SIEG tem atendido mais de 50.000 empresas em todo território nacional e é a ação número 1 para os maiores escritórios de contabilidade do Brasil. É com honra que fazemos parte deste livro, que visa ajudar a contadores, tarefa que cumprimos com orgulho, e que pretendemos continuar cada vez mais. Para nós é um prazer colaborar com esta obra. SumárioSumário Registro e Carteira de Trabalho Digital Jornada de Trabalho Férias 13º Salário Rescisão E-social Empregado Doméstico Previdência Social FGTS Atividades Insalubres e Perigosas Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –CIPA Equipamento de Proteção Individual Outros 1 11 235 15 29 37 55 61 69 91 77 87 83 31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 2 Capítulo 1 Registro e Carteira de Trabalho Digital 1. O empregador é obrigado a assinar a carteira do funcionário? Sim, sempre que a relação de trabalho possuir as seguintes características, é obrigatório o registro em CTPS, antigamente sendo feito pelo registro em CTPS física, hoje sendo possível o registro através da CTPS Digital, as caraterísticas são as seguintes: • Prestação de serviços de natureza não eventual; • Subordinação; • Onerosidade; • Pessoalidade. Vejamos o que diz a legislação a respeito do registro, no artigo 29 da CLT Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) O Empregado poderá pagar uma multa de R$ 3.000,00 reais pela falta de registro, se a empresa for ME ou EPP essa penalidade será reduzida para R$ 800,00. Vamos ressaltar ainda que é totalmente vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. Pois traria ao empregado evidente prejuízo. 2. O que fazer se o Empregador se recusa a fazer as anotações na Carteira de Trabalho do empregado? Nesse caso, o empregado ou algum agente do seu sindicato pode comparecer na Delegacia do Trabalho e abrir uma Reclamação. “Art. 36 – Recusando-se a empresa fazer às anotações a que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Trabalho e Previdência Social recebida, poderá o empregado comparecer, pessoalmente ou intermédio de 11 Registro e Carteira de Trabalho Digital seu sindicato perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar reclamação” Artigo 36, CLT. 3. Sobre O aplicativo da Carteira de trabalho digital, já existia? O que mudou em setembro de 2019? O aplicativo da CTPS existe desde 2017, contudo ele não substituía o documento físico. A partir de agora, a CTPS em meio físico não é mais necessária para a contratação na grande maioria dos casos. Para o trabalhador, basta informar o número do CPF no momento da contratação. Para o empregador, as informações prestadas no eSocial substituem as anotações antes realizadas no documento físico. 4. O que o trabalhador deve fazer com a CTPS antiga? A CTPS em formato físico deverá ser guardada. Ela continua sendo um documento para comprovar seu tempo de trabalho anterior. Mesmo com a Carteira de Trabalho digital podendo mostrar contratos de trabalho antigos (dos anos oitenta, por exemplo), é importante nesses casos conservar o documento original. O que muda é que, daqui para frente, para todos os contratos de trabalho (novos ou já existentes), todas as anotações (férias, salário, etc) serão feitas apenas eletronicamente e você poderá acompanhá-las de qualquer lugar pelo aplicativo ou pela internet. 5. Quem vai contratar e quer que o funcionário apresente a CTPS Física, como proceder? Caso seja contratado por um empregador que ainda não utiliza o eSocial, o trabalhador ainda vai precisar da via física da CTPS. Caso ele já tenha uma CTPS, ele pode usá-la ou então solicitar a emissão de uma CTPS Física mediante agendamento (ligue 158). Em pouco tempo, mesmo nesses casos, o trabalhador poderá usar a Carteira de Trabalho digital. 12 Registro e Carteira de Trabalho Digital 6. Como retificar informações erradas na Carteira de Trabalho digital? Se os dados são de contratos de trabalho anteriores você não precisa fazer nada. Essas informações serão corrigidas pelos sistemas que geram os dados da Carteira de Trabalho digital ou em campanhas de atualização cadastral. Se as informações se referem ao contrato de trabalho atual que ele tem com a sua empresa é necessário que você envie as informações corretas pelo eSocial. 7. Existe prazo para a correção? É possível que a mesma seja feita após o término do vínculo? As correções poderão ser enviadas a qualquer momento. No entanto, orientamos que o empregador realize a correção assim que verificar alguma inconsistência, pois alguns eventos são dependentes de outros e pode ser necessário realizar a correção em uma série de dadostransmitidos após o evento original com problemas. A implantação da prestação de informações de forma eletrônica pelo eSocial também é um bom momento para as empresas realizarem o saneamento de dados cadastrais e contratuais, evitando eventuais punições previstas em lei. 13 Jornada de Trabalho Capítulo 2 jornada de trabalho 14 Jornada de Trabalho 8. O que se considera jornada normal de trabalho? A jornada de trabalho está diretamente relacionada à rotina dos horários do trabalhador, é o tempo em que o colaborador atua sob o regime de contratação celetista, ficando o mesmo à disposição do empregador, com habitualidade. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. O Art. 58º, da CLT, determina que duração normal da jornada de trabalho para funcionários da rede privada não deve exceder 8 horas diárias executadas as horas extraordinárias. Nos termos da CF, art. 7º, XIII, sua duração deverá ser de até 8 horas diárias, e 44 horas semanais. É importe salientar que a jornada de trabalho deverá estar explícita no contrato individual de trabalho. 9. Quantas horas de descanso deve haver entre uma jornada de trabalho e outra? Existem dois tipos de intervalo entre as jornadas, o intrajornada que é concedido durante uma jornada diária de trabalho, e o intervalo o interjornada, que é o descanso entre duas jornadas de trabalho consecutivas. Previsto no artigo 71 da CLT, o intervalo intrajornada é aquele concedido durante a jornada de trabalho, o descanso do almoço ou do jantar, assim como aqueles minutinhos que um colaborador tira para tomar um cafezinho. De acordo com a lei, essa pausa deve ser de pelo menos 15 minutos para as jornada de trabalho que vão de 4 a 6 horas, para as jornada acima de 6 horas esse descanso deverá ser de mínimo de 1 15 Jornada de Trabalho hora, porém temos alguma previsão de intervalo menor, desde que seja aprovado em convenção coletiva de trabalho, vejamos o que diz o artigo 611-A da lei 13.467: “Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: […] III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; […]” Já o interjornada é definido pelo artigo 66 da CLT, que diz especificamente que: “entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso”. Enquanto o intervalo intrajornada pode ser reduzido mediante autorização prevista em convenção coletiva de trabalho, na interjornada isso não acontece. De acordo com a legislação, as empresas não podem reduzir ou fracionar esse período de descanso, já que ele visa garantir a saúde, higiene e segurança do colaborador. Vejamos o que diz a Súmula 110 do TST: No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. 16 Jornada de Trabalho 10. Qual a penalidade caso a empresa não cumpra os intervalos entre as jornadas? A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento, indenizatória, do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, nos termos do art. 71, §4º da CLT. Em ocorrência de uma fiscalização do Ministério do Trabalho, a empresa ficará sujeita a multa prevista no art. 634-A da CLT, por infração ao artigo 71 da CLT, o qual dispõe que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda a seis horas, é obrigatória a concessão de intervalo para refeição e repouso de no mínimo uma hora. 11. Sobre o banco de horas, como ele ficou depois da reforma trabalhista? O banco de horas é uma flexibilização trazida para as relações de trabalho e foi introduzida pela Lei n° 9.601 de 1998, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Diante dessa mudança, a norma começou a prever uma possibilidade de funcionário e patrão, em comum acordo, criarem um verdadeiro banco com horas trabalhadas para serem compensadas no futuro. O banco de horas pode ser firmado por acordo coletivo de trabalho, convenção coletiva de trabalho ou por acordo individual de trabalho, nos acordos com a participação dos sindicatos, eles podem ter a duração máxima de 12 meses, já no acordo individual de trabalho ele terá uma duração máxima de 6 meses. O artigo 59 da lei 13.467 começou a prever a possibilidade do banco de horas poder ser pactuado a partir de contrato individual simples por escrito. Nesse caso, a compensação das horas trabalhadas deve ocorrer em até seis meses. Muita atenção para as horas não compensadas no prazo máximo dado pela legislação, se isso ocorrer, elas deverão ser pagas como horas extras comuns, com o valor 50% maior (pelo menos) em relação ao valor da hora de trabalho do funcionário. E a quantidade máximo de horas extras trabalhadas não podem ultrapassar duas por dia na jornada de trabalho. 17 Jornada de Trabalho 12. O empregado pode recusar-se a trabalhar horas extras? Se elas estiverem previstas em acordo escrito ou contrato coletivo de trabalho, ou até mesmo no contrato individual de trabalho, quando tiver necessidade imperiosa, o funcionário não poderá se negar. Entretanto, de acordo com a CLT, o empregador não poderá exigir do empregado mais de duas horas extras por dia. Caso não haja previsão ou acordo escrito na norma coletiva, o empregado pode se recusar a realizar horas (extras), exceto se a necessidade de realização das horas (extras) seja por motivo força maior para conclusão de um serviço inadiável ou sua inexecução acarrete prejuízo. 13. Empregados que trabalham em turno de revezamento tem direito ao adicional noturno? O caput do artigo 73 da CLT, exclui o direito ao recebimento do adicional noturno aos funcionários que trabalhem em turno de revezamento semanal ou quinzenal, porém a referida regra não foi admitida, tendo em vista que a Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso IX. O referido artigo diz que a remuneração do trabalho noturno será paga superior à remuneração normal para todos os trabalhadores. SÚMULA Nº 130 –TST, determinou expressamente que o recebimento do referido adicional é irrestrito, sendo direito de todos os trabalhadores que exercem suas funções em turno de revezamento, mesmo que semanal ou quinzenal e trabalhem no período entre 22hs (vinte e duas horas) e 5hs (cinco horas) da manhã do dia seguinte terão direito ao recebimento do adicional noturno. “O regime de revezamento no trabalho não exclui o direito do empregado ao adicional noturno, em face da derrogação do art. 73 da CLT pelo art. 157, item III, da Constituição “(SÚMULA Nº 130 –TST) 18 Jornada de Trabalho 14. Se o empregado for transferido para o período diurno, o que acontece? O adicional noturno é considerado um salário-condição, ou seja, o empregado apenas receberá o referido adicional enquanto estiver trabalhando no período noturno. Assim, se o trabalhador for transferido para o período diurno, deixará de receber o adicional noturno (súmula 265 do TST). 15. As mulheres podem trabalhar no horário noturno? A proibição do trabalho noturno pela mulher anteriormente era prevista no Art. 379, CLT- “É vedado à mulher o trabalho noturno, considerado este o que for executado entre asvinte e duas (22) e as cinco (5) horas do dia seguinte” Porém a mesma não foi recepcionada pela Constituição Federal, que em seu artigo 5º, caput e inciso I, estabelecem o princípio geral da igualdade e, especificamente, da não discriminação entre homens e mulheres. Desta forma a empregada mulher poderá trabalhar durante o período noturno e está sujeita as mesmas regras impostas aos empregados homens que cumpram o mesmo horário de trabalho. “Art. 381 - O trabalho noturno das mulheres terá salário superior ao diurno. § 1º - Para os fins desse artigo, os salários serão acrescidos de uma percentagem adicional de 20% (vinte por cento) no mínimo. § 2º - Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. ” 19 Jornada de Trabalho 16. Posso alocar um empregado para trabalhar home office? Sim. Esta também é uma possibilidade prevista em lei, e também uma tendência em empresas que querem (ou precisam) reduzir custos fixos em escritório. A oficialização desta alteração foi contemplada no artigo 75-C da CLT: “§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de tele trabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual”. É necessário, portanto, formalizar a mudança no contrato de trabalho e com o aceite do empregado por escrito. Também é possível fazer o fluxo inverso e trazer para o escritório empregados que trabalham no sistema home office: “§ 2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual”. 17. Perante a legislação trabalhista, o que é considerado adicional noturno? De acordo com o Art. 73º ,§ 2º, da CLT: “§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte”. Tendo um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. Porém trata-se apenas de trabalhos executados no âmbito urbano. Por essa razão, veio a Lei nº 5.889/73 e definiu o trabalho noturno em âmbito 20 Jornada de Trabalho rural, conceituando-o no seu artigo 7° como o trabalho realizado entre as 21 horas de um dia e as 5 horas do dia posterior, na lavoura; e entre as 20 horas de um dia e as 4 horas do dia seguinte, na atividade pecuária. E todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal. 18. Posso contratar alguém para trabalhar menos que 44 (quarenta e quatro) horas semanais, recebendo salário proporcional à sua jornada? De acordo com a Lei 13.467/2017 (que alterou o art. 58-A da CLT) o trabalho em regime de tempo parcial passou a admitir duas formas de contratação: a) aquele cuja duração não exceda a 30 (trinta) horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou b) aquele cuja duração não exceda a 26 (vinte e seis) horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. A adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção dos atuais empregados, manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva ou através da contratação de novos empregados sob este regime. Os empregados submetidos ao regime de tempo parcial devem seguir os seguintes critérios para prestação de horas extras, a saber: a) não poderão prestar horas extras: se a jornada normal semanal for de até 30 horas semanais. b) poderão prestar horas extras: se a jornada normal semanal for de até 26 horas semanais, limitada a 6 horas extras por semana; c) poderão prestar horas extras: se a jornada normal semanal for inferior a 26 horas semanais, limitada a 6 horas extras por semana. 21 Férias Capítulo 3 férias 22 Férias 19. De quantos dias deverão ser as férias, no caso de o trabalhador faltar injustamente, mais de 5 vezes ao ano? Em caso de faltas injustificadas no período aquisitivo, os dias de férias do empregado podem diminuir. A CLT trouxe uma tabela que relaciona os dias de falta injustificada com a quantidade de dias de férias do empregado: “Art. 130 – Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32”. 20. Quais as ausências do empregado ao trabalho, permitida pela legislação, que não são computadas com faltas ao serviço? Previsto no Art. 473 da CLT, o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; IV - Por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; 23 Férias V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; VI - No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar; VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior; VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo; IX - Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro; X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica; XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada; 21. Quais as regras para as férias coletivas? As férias coletivas costumam ser gozadas em períodos de baixas do mercado. Podendo assim a empresa concede férias a um setor inteiro, para que todos saiam ao mesmo tempo, já que o trabalho diminui nessas épocas. As regras para as férias coletivas aparecem na CLT, no artigo 139. Ele determina que: 24 Férias “§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. § 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. § 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho. A lei complementar 123 no seu artigo 51 fala que as Microempresa e as Empresas de Pequeno porte estão dispensadas de Comunicar o Ministério do trabalho quando for conceder férias coletivas de trabalho. 22. Como fica o empregado que ainda não possui período aquisitivo, no caso de férias coletivas? O empregado com menos 12 meses de casa, poderá gozar das férias junto com os demais, entretanto, elas deverão ser proporcionais ao tempo de seu período aquisitivo e o restante serápago como licença remunerada. Também é importante lembrar que, ao término das férias coletivas inicia- se um novo período de contagem de aquisição. Conforme Art. 140, CLT. 25 Férias 23. Membros de uma mesma família que trabalham na mesma empresa podem tirar férias juntos? Sim. A lei assegura que, se assim quiserem, membros da mesma família tirem férias juntos, desde que isso não traga prejuízos ao serviço. (Art 136, § 1º). 24. O que acontece se passar o período concessivo de férias e o empregador não as conceder ao empregado? Nesse caso, o empregador fica obrigado a pagar as férias EM DOBRO ao empregado que ainda terá o direito de gozar o descanso remunerado normalmente. O Art.137, CLT é claro em relação a isso, apenas o pagamento é dobrado, os dias de descanso continuam os mesmos. Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. A Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. 25. O que é o abono pecuniário de férias? É a conversão parcial em dinheiro, correspondente a, no máximo, 1/3 da remuneração que seria devida ao empregado, dos dias correspondentes às férias, que pode ser requerido, facultativamente, ao empregador, até 15 dias antes do término do período aquisitivo. Assim descrito na CLT: 26 Férias “Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. Conforme o § 2º, no caso de férias coletivas, o empregado só poderá converter 1/3 em dinheiro, caso ocorra acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da categoria profissional. 27 13º Salário Capítulo 4 13º Salário 28 13º Salário 26. Quais as parcelas que não integram a base de cálculo do 13º? O Art. 457 § 2o dita que, “ As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário’. Nesse sentido, deixam de incorporar a gratificação natalina as seguintes parcelas a) ajuda de custo; b) auxílio-alimentação; c) diárias para viagem; d) prêmios; e) abonos. 27. Quanto o empregado deve trabalhar no mês para ter direito a 1/12 anos do 13º? Confome o decreto nº 57.155/65, Art 1º. A gratificação corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral. 28. Quem está recebendo auxílio-doença, o 13º é pago pela empresa? Não, o empregador efetua o pagamento do 13o salário correspondente ao período de trabalho anterior e posterior ao afastamento e a Previdência Social, por sua vez, paga o chamado abono anual, calculado nos mesmos moldes do 13o salário, relativamente ao período de percepção do referido benefício previdenciário. 29 Rescisão Capítulo 5 Rescisão 30 Rescisão 29. A partir de quando posso demitir o empregado que teve o contrato de trabalho suspenso ou com redução de jornada e salário, de acordo com a MP nº 936/20? Para os empregadores que aderiram ao programa de suspensão do contrato de trabalho ou redução de jornada e salários, a Medida Provisória nº 936/2020 estabeleceu que o empregado não pode ser dispensado sem justa causa (e nem receber aviso prévio) pelo tempo que durou a suspensão ou redução e, após o restabelecimento da jornada, por período equivalente ao acordado para a redução ou suspensão. Por exemplo, o empregado que teve seu contrato suspenso ou sua jornada reduzida por 60 dias, entre os dias 01/05/2020 e 29/06/2020, passa a ter garantia provisória de emprego até o dia 28/08/2020. Caso o trabalhador seja dispensado antes desse prazo, o empregador deve indenizar o empregado na seguinte proporção: Modalidade Indenização Suspensão do contrato: 100% da remuneração dos dias que faltavam para terminar a estabilidade. Redução de jornada de trabalho e de salário em percentual superior a 70%: 100% da remuneração dos dias que faltavam para terminar a estabilidade. Redução de jornada/salário superior a 50% e inferior a 70%: 75% da remuneração dos dias que faltavam para terminar a estabilidade. Redução de jornada/salário igual ou superior a 25% e inferior a 50% : 50% da remuneração dos dias que faltavam para terminar a esta 30. Qual o procedimento a ser adotado se o empregado que está cumprindo aviso prévio praticar irregularidades no trabalho? 31 Rescisão Independentemente de estar cumprindo aviso prévio, o trabalhador que cometer irregularidades na prestação de serviços está sujeito às sanções disciplinares, que poderão variar entre advertência e suspensão, podendo ainda implicar na rescisão do contrato por justa causa, previsto no Art.482, CLT. O Art. 491, estabelece que: ”O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo”. 31. É possível desistir após ter dado aviso prévio ao empregado? O artigo 489, CLT, diz que: “ Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. ” Claramente é possível desistir sim, mas como o contrato de trabalho tem que ter aceitação das duas partes, o avisado tem que concordar com o cancelamento do aviso prévio. 32. O que é Rescisão Indireta? E quais as verbas o empregado tem direito nesse tipo de rescisão? A rescisão indireta ocorre quando o empregador ou seus prepostos (chefes, gerentes, entre outros) cometem atos culposos que constam do art. 483 da CLT, tais como: • Exigir do empregado serviços superiores às suas forças, proibidos por lei, contrários aos bons costumes; • Quando o empregado for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; • Quando o empregador não cumprir as obrigações do contrato. 32 Rescisão Nesse caso, o empregado tem direito às mesmas verbas trabalhistas devidas no caso de dispensa sem justa causa. Que são: Saldo de salário (correspondente aos dias trabalhados do mês), aviso prévio, 13º salário correspondente aos meses trabalhados, férias vencidas e férias proporcionais, adicional de 1/3 sobre férias, multa no valor correspondente a 40% do saldo do FGTS acumulado durante todo período de trabalho, que servirá de indenização para o (ex) funcionário, saque do FGTS e seguro desemprego conforme a regra. 33. Quando a empresa não paga a rescisão no prazo, quais são as penalidades aplicadas ao empregador? A CLT no § 8º do Art. 477 estipulou uma multa administrativa, que deverá ser paga pela empresa em favor dos cofres públicos, e uma multa que deverá ser paga ao empregado. A multa em favor dos cofres públicos será no valor previsto pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e a multa em favor do empregado será no valor equivalente ao seu salário, devidamente atualizado com multa e juros. O empregador só estará isento do pagamento da multa quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora, e nos casos em que a empresa se encontrar em processo de falência, pelo fato de não ter disponibilidade financeira para efetuar o pagamento dos saláriose verbas rescisórias fora do Juízo falimentar. Sendo esse o entendimento predominante no TST, conforme Súmula 388. 34. Como proceder caso o empregado abandone o emprego? 33 Rescisão O abandono de emprego ocorre quando um empregado não aparece como esperado no trabalho em dias consecutivos sem notificar seu supervisor ou solicitar a folga. Isso ocorre quando a política da organização afirma que a ausência prolongada é considerada uma renúncia, e também está previsto na CLT, em seu artigo 482 alínea “i”, justificando assim a rescisão por justa causa. A legislação não dispõe a respeito do prazo de ausência injustificada para caracterização do abandono de emprego, o que existe é uma jurisprudência, que fixa, em regra geral, o prazo de 30 dias para faltas injustificadas. O empregador ficar resguardado, é aconselhável que envie ao funcionário uma carta registrada que requer uma assinatura no momento da entrega, advertindo sobre o abandono de emprego. Após ser consolidado o abandono de emprego, será realizado os trâmites de uma demissão normal. O empregador deverá fazer o pagamento das verbas rescisórias, descontados os dias que o funcionário faltou. Caso o empregado não compareça no prazo da rescisão, para coleta de assinatura, o valor deverá ser depositado em consignação para pagamento em banco oficial, ou depositar em juízo. Um advogado pode ser consultado. Isso ajudará a evitar a multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias. 35. Existe algum critério de precedência para aplicação de advertências e suspensões? O empregador pode aplicar penalidades aos empregados que violarem o regimento interno do local. Entretanto, não existe na legislação um critério de procedência para aplicação de suspensão ou advertência, isso será analisado de forma individual analisando cada fato. Recomendamos aplicar essas penalidades sempre com bom senso e em caso de falta grave pode ser aplicada a justa causa, lembrando que existem hipóteses para demissão imediata por justa causa no artigo 482 da CLT. Sendo assim, se a falta cometida pelo empregado não ensejar a imediata demissão por justa causa, é recomendado a aplicação de uma 34 Jornada de Trabalho advertência por escrito. No caso de falta reiterada, recomendamos novamente, aplicar-lhe uma suspensão, que não poderá ser superior a 30 (trinta) dias consecutivos, pois conforme o art. 474 da CLT, “A suspensão do empregado por mais de 30 dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho”. Ressalta-se que o que vai realmente parametrizar se a punição será advertência, suspensão ou demissão por justa causa será sempre a gravidade da ação do funcionário. 35 e-Social Capítulo 6 E-SOCIAL 36 e-Social 36. É preciso ter um programa de folha de pagamento para envio do eSocial? As empresas devem adquirir ou desenvolver seus programas de gestão de pessoal, aptos a transferir os arquivos de eventos por meio de Web Service. Contudo, é possível a gestão dos trabalhadores pelo site do eSocial por meio das ferramentas Web disponibilizadas para as empresas, de acordo com seu perfil: Web Geral, Web Simplificado MEI e Web Doméstico. É importante ressaltar que a prestação de informações ao eSocial nos ambientes Web como rotina foi pensada apenas nos módulos simplificados (MEI e Doméstico). Para as demais empresas, o Web Geral foi construído como aplicação de contingência, ou seja, uma ferramenta que permite ao empregador cumprir suas obrigações acessórias em caso de falha de sua aplicação própria, ou para ajustes pontuais. 37. É possível no eSocial enviar os eventos por sistemas diferentes? Por exemplo, dados dos meus trabalhadores com vínculo pelo sistema disponibilizado pelo meu operador da folha salarial e por um outro sistema referente aos dados dos pagamentos efetuados aos autônomos (contribuintes individuais)? Sim, desde que obedecidas as regras de validação do eSocial. Todavia, cabe ao empregador zelar pela integridade dos dados informados, em especial quanto ao fechamento da folha. 38. Paguei FGTS indevidamente, consigo restituir o valor correspondente ao que foi recolhido e não era devido? São motivos de devolução as seguintes situações: Pagamento em Duplicidade; Cancelamento de Rescisão; Informação de Remuneração a Maior; Informação incorreta do Motivo da Rescisão; Pagamento posterior à data do término do 37 e-Social vínculo empregatício, entre outros. A devolução de valores incorretamente pagos ao FGTS é efetivada em favor dos empregadores desde que: Não possua Depósitos a Discriminar no cadastro do FGTS, devedores ou credores; Esteja em situação regular com o FGTS, inclusive nos empréstimos lastreados com recursos do Fundo, em âmbito nacional; Inexista ausência de outros depósitos devidos ao trabalhador no decorrer do contrato de trabalho objeto de devolução; A conta vinculada do trabalhador possua saldo na data da devolução, ainda que suficiente, apenas para restituição parcial, no caso de guia mensal ou no caso do motivo de devolução “Pagamento em Duplicidade” de guia rescisória; Comprovação de pagamento correto no caso de devolução pelo motivo “Informação Incorreta da Inscrição do Empregador”; Comprovação de pagamento correto no caso de devolução por erro na informação da competência. Neste caso o motivo da devolução deve ser enquadrado como “Pagamento em Duplicidade”. O Cadastro do empregador junto ao FGTS (nome e razão social) esteja em conformidade com o cadastro da Receita Federal do Brasil; Formalização correta do pedido de devolução, O empregador pode pleitear a devolução dos valores pagos indevidamente ao FGTS, dentro do prazo de prescrição trintenário contados a partir da data do pagamento indevido, por meio do: Conectividade Social / Empregador – CS/E, serviço “Solicitar Devolução de Valores do FGTS”; ou formulário papel RDF; ou formulário papel RDF EMPREGADOR DOMÉSTICO O formulário RDF EMPREGADOR DOMÉSTICO destina-se exclusivamente à solicitação de devolução dos valores referentes ao FGTS, conforme recolhimento DAE - Documento de Arrecadação do eSocial. Para o serviço “Solicitar Devolução de Valores FGTS” realizado por meio do Conectividade Social ICP, somente serão processados os pedidos comandados com pelo Motivo “Pagamento em Duplicidade”, para o tipo de Guia “Mensal” e para devolução “Total”. 38 e-Social 39. Como faço para baixar um evento enviado ao eSocial? Posso recompor toda a minha base de dados? O eSocial Download permite baixar os eventos transmitidos pelos empregadores no formato XML. Ao final de cada arquivo transmitido, os dados do recibo do evento também são disponibilizados. Apenas eventos processados com sucesso pelo Ambiente Nacional do sistema são disponibilizados nessa ferramenta. O eSocial Download está disponível no acesso WEB do sistema (WEB Geral) para pessoas físicas e jurídicas. Os módulos simplificados não possuem essa ferramenta. Não há opção de realizar essa consulta via webservice (sistemas próprios das empresas). Apenas o titular ou responsável legal terão acesso ao menu Download. O acesso com procuração no perfil “eSocial WEB” será desativado a partir do dia 09/11/2020. Será disponibilizada em breve uma opção específica para delegar poderes no sistema de procurações do e-CAC (“eSocial - Download”). Não será necessário novo cadastramento para as procurações marcadas com a opção “Todos os serviços existentes e os que vierem a ser disponibilizados no sistema de procurações...”, pois herdarão automaticamente esse poder. Veja algumas regras: • O empregador poderá realizar até 12 pedidos por dia, independente- mente do tipo de filtro utilizado; • A partir de 09/11/2020, os pedidos devem possuir um intervalo de solicitação máximo de 35 dias. Atualmente, está em 31 dias; • Não será possível realizar outro pedido se já existir um do mesmo tipo com status “Disponível para Baixar” ou “Solicitado”. Nesse último status, o usuário deverá aguardar o processamentodo pedido; • Os pedidos ficarão disponíveis para download no prazo de 07 dias. Após esse prazo, essa consulta será excluída e o empregador deverá realizar novo pedido, caso necessário; Filtros disponíveis: • Todos os eventos entregues em determinado período; 39 e-Social • Todos os eventos de um determinado trabalhador; • Todos os eventos enviados por aplicação web; • Tabela de Estabelecimentos, Obras ou Unidades de Órgãos Públicos; • Tabela de Rubricas; • Tabela de Lotações Tributárias; • Tabela de Processos Administrativos/Judiciais; • Tabela de Operadores Portuários. 40. Como devem ser informados os campos do grupo {ideADC} para pagamento de períodos anteriores do S-1200? No campo {dtAcConv} deve ser informada a data em que foi publicado o fato gerador da remuneração retroativa a competências anteriores. No campo {tpAcConv} deve ser informado qual foi o fato gerador da remuneração retroativa a competências anteriores, ou seja, se foi convenção coletiva, acordo coletivo, lei, sentença ou decisão administrativa que converteu licença saúde em acidente de trabalho. No campo {compAcConv} deve ser informada a competência na qual deve ser paga a remuneração retroativa. O objetivo do campo é informar se a remuneração está ocorrendo dentro do prazo estabelecido na norma ou instrumento coletivo que determinou o pagamento retroativo. No campo {dsc} deve ser identificada a norma, decisão ou instrumento coletivo que gerou a obrigação da remuneração retroativa. O campo {remunSuc} deve ser preenchido apenas se o pagamento estiver sendo feito a empregado que foi demitido antes de ocorrer uma sucessão empresarial em que a empresa sucessora fica responsável pelo pagamento ao trabalhador que não chegou a ser transferido para ela. Nesse caso o usuário deve preencher um grupo adicional de informações complementares de identificação do trabalhador {infoComplem}. O campo {perRef } identifica o período anterior ao qual se refere a remuneração declarada. EXEMPLO 1: Data-base – 01/01/2018 Convenção Coletiva publicada em 01/04/2018 determinando o pagamento retroativo desde a data base de percentual de reajuste que corresponde a R$ 100,00 por mês. Sem parcelamento ou prorrogação de competência para pagamento. Pagamento deve ser feito na competência de publicação da CCT. 40 e-Social Preenchimento dos campos: InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração abril/2018 dtAcConv: 01/04/2018 tpAcConv: C – Convenção Coletiva de Trabalho compAcConv: 2018-04 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Convenção Coletiva – Metalúrgicos 2018/2019 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças CCT - R$ 100,00 perRef 02/2018 – Diferenças CCT - R$ 100,00 perRef 03/2018 – Diferenças CCT - R$ 100,00 EXEMPLO 2: Data-base – 01/01/2018 Acordo Coletivo publicado em 01/05/2018 determinando o pagamento retroativo desde a data base de percentual de reajuste que corresponde a R$ 75,00 por mês (janeiro a abril). ACT permite o pagamento em duas parcelas: janeiro e fevereiro em 06/2018 e março e abril em 07/2018. Preenchimento dos campos: InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração junho/2018 dtAcConv: 01/05/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-06 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 02/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração julho/2018 dtAcConv: 01/05/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho 41 e-Social compAcConv: 2018-07 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 03/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 04/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 EXEMPLO 3: Data-base – 01/01/2018 Acordo Coletivo publicado em 01/05/2018 determinando o pagamento retroativo desde a data base de percentual de reajuste que corresponde a R$ 75,00 por mês (janeiro a abril). ACT permite o pagamento retroativo em duas parcelas: diferenças de janeiro e fevereiro em 06/2018 e diferenças de março e abril em 07/2018. Empresa decide efetuar o pagamento dos valores retroativos em parcela única no próprio mês da assinatura do ACT (antes das competências em que o ACT permitia o pagamento). Nesse caso devem ser informados 2 grupos ideADC dentro do mesmo S-1200: 42 e-Social InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração maio/2018 (primeiro grupo ideADC) dtAcConv: 01/05/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-06 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 02/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração maio/2018 (segundo grupo ideADC) dtAcConv: 01/05/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-07 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 03/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 04/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 EXEMPLO 4: Data-base – 01/01/2018 Acordo Coletivo publicado em 01/06/2018 determinando o pagamento retroativo desde a data base de percentual de reajuste que corresponde a R$ 75,00 por mês (janeiro a maio). ACT permite o pagamento do retroativo em duas parcelas: em 06/2018 e 07/2018 sem determinar quais competências retroativas serão pagas em cada uma das parcelas. Neste caso, como o instrumento coletivo não determinou como seriam divididos os pagamentos dos períodos de referência retroativos, a empresa pode optar pela forma que preferir: 43 e-Social Opção A (pagar os primeiros meses retroativos na primeira parcela e os restantes na segunda parcela): InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração junho/2018 dtAcConv: 01/06/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-06 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 02/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 03/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração julho/2018 dtAcConv: 01/06/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-07 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 03/2018 – Diferenças ACT - R$ 37,50 perRef 04/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 perRef 05/2018 – Diferenças ACT - R$ 75,00 Opção B (pagar metade do valor devido para todo período retroativo em cada uma das duas parcelas): InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração junho/2018 dtAcConv: 01/06/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-06 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças ACT - R$ 37,50 44 e-Social perRef 02/2018 – Diferenças ACT - R$ 37,50 perRef 03/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 perRef 04/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 perRef 05/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 InfoPerAnt – S-1200 do período de apuração julho/2018 dtAcConv: 01/06/2018 tpAcConv: A – Acordo Coletivo de Trabalho compAcConv: 2018-07 dtEfAcConv: 01/01/2018 dsc: Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre empregador e sindicato dos metalúrgicos - ano base 2018 remunSuc: N – Não Períodos de referência: perRef 01/2018 – Diferenças ACT - R$ 37,50 perRef 02/2018 – Diferenças ACT - R$ 37,50 perRef 03/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 perRef 04/2018 – Diferenças ACT – R$ 37,50 perRef 05/2018 – DiferençasACT – R$ 37,50 41. Como informar os dados do aviso de férias no eSocial? Não existe esse evento no eSocial. O empregador deverá informar apenas a data de início e término desse afastamento no evento S-2230, utilizando o código 15 da tabela 18 do eSocial. Apesar de não informar os dados do aviso de férias nesse sistema, o empregador continua obrigado a emitir 45 e-Social esse documento e guardá-lo para comprovação aos órgãos competentes, conforme legislação vigente. 42. Tive de reabrir a folha de setembro/2018 para retificar a remuneração de um trabalhador, mas o sistema retornou uma mensagem de erro do evento de remuneração S-1200, informando que a rubrica não existia no cadastro do empregador. Ocorre que eu já havia cadastrado a rubrica no evento S-1010. O que pode ter acontecido? O usuário deve observar a validade da rubrica, ao utilizá-la no evento de remuneração. A rubrica deve ter data de início de validade igual ou anterior ao evento de remuneração que lhe faz referência. O eSocial verifica a validade da rubrica na competência do evento, e não na data de transmissão do evento para o ambiente nacional. Assim, um evento de remuneração da competência setembro/2018 (transmitido em 07/02/2019) deve fazer referência a rubricas cadastradas com início de validade em setembro/2018 ou mês anterior (agosto, julho, etc.). 43. Na ausência de remuneração referente a décimo terceiro, é obrigatório fazer a folha anual “Sem Movimento”? No eSocial, o conceito de folha “sem movimento” não se aplica à folha anual (décimo terceiro). Caso não exista informação de remuneração devida referente a décimo terceiro, não deve ser enviada a escrituração. Por exemplo, no caso de empresa que não tenha empregados, somente contribuintes individuais (contador, sócio etc), não há obrigação de enviar a folha do 13º salário “sem movimento”, basta não enviar a referida folha anual. 44. Quando faço a reintegração de um trabalhador, devo desconsiderar a remuneração informada em seu desligamento? Não, o evento de reintegração restabelece o vínculo do trabalhador tornando sem efeito o evento de desligamento apenas quanto à extinção do contrato, as informações remuneratórias constantes do evento S-2299 não são desprezadas. Caso os efeitos remuneratórios da reintegração retroajam ao mês do desligamento e haja necessidade de complementar a remuneração 46 e-Social daquele mês, um evento S-1200 deve ser enviado para aquela competência, apenas com o complemento do que já havia sido informado no evento S-2299. Cabe destacar, ainda que, se o aviso prévio indenizado eventualmente recebido pelo trabalhador reintegrado for descontado de suas remunerações mensais posteriores, é preciso observar que o código de incidência de FGTS da parcela a ser descontada não deve ser igual a [21 - Base de cálculo do FGTS aviso prévio indenizado], o código de incidência deve ser o mesmo da remuneração mensal da qual está sendo subtraída a parcela (codIncFGTS = [11- Base de cálculo do FGTS mensal]). Caso contrário, a base de cálculo da parcela mensal não sofre a devida redução. O mesmo se aplica ao 13º salário proporcional, caso o empregador não considere o valor como adiantamento do décimo terceiro e queira descontar o valor em remuneração mensal posterior, não deve utilizar para esse desconto o código de incidência igual a [12 - Base de cálculo do FGTS 13° salário], o código de incidência deve ser o mesmo da remuneração mensal da qual está sendo subtraída a parcela (codIncFGTS = [11]). Caso os valores rescisórios pagos a título de férias indenizadas (proporcionais ou vencidas) não sejam restituídos ao empregador para que sejam considerados como adiantamento das férias a serem gozadas pelo empregado é preciso observar que as férias indenizadas na rescisão não são base de recolhimento de FGTS e que as férias gozadas são, portanto, o empregador deve acrescentar, nos meses de gozo das férias, rubricas informativas com incidência de FGTS com as parcelas de férias já pagas. 47 e-Social Observação: Caso o evento de desligamento tenha sido enviado por equívoco e não tenha produzido qualquer efeito, como liberação de saque do FGTS ou solicitação de Seguro Desemprego, não é necessário o envio do evento de reintegração, bastando a exclusão do evento S-2299. Nesse caso a remuneração informada no evento excluído deve ser incluída no evento S-1200 45. Minha empresa foi constituída depois de já iniciada a obrigatoriedade do esocial, qual calendário devo seguir? Todas as empresas criadas após o início de obrigatoriedade do eSocial deverão seguir os prazos de envio dos eventos definidos na PORTARIA 1419 de 24/12/2019 e suas alterações. Contudo, se ela for constituída após 01/07/2018, ou seja, durante a vigência do faseamento, deverá observar o calendário aplicável à sua realidade: se for optante pelo SIMPLES nacional no momento da sua constituição, pertencerá ao 3º Grupo de obrigados, se não for optante pelo SIMPLES nacional, pertencerá ao 2º Grupo. Desta forma, uma empresa não optante pelo SIMPLES constituída em fevereiro de 2019 pertencerá ao 2º Grupo de obrigados e, portanto, deverá enviar suas tabelas, admissões e demais eventos não periódicos, bem como sua folha de pagamento observando os prazos da PORTARIA 1419 de 24/12/2019 e suas alterações. (até o dia 15 de março, ou outro prazo específico, como por exemplo, admissões enviadas até o dia imediatamente anterior ao início da prestação de serviços). Já uma empresa optante pelo SIMPLES constituída no mesmo mês de fevereiro de 2019, pertencerá ao 3º Grupo de obrigados, e está incluída no faseamento. Deverá, portanto, enviar apenas suas tabelas até 09/04/2019; seus eventos não periódicos a partir de 10/04/2019; e sua folha conforme PORTARIA 1419 de 24/12/2019 e suas alterações. Vale salientar que a portaria 55 de 03 de setembro de 2020 adiou o faseamento ref. ao início da obrigatoriedade do eSocial. 46. No caso de acidente de trabalho em que houver internação hospitalar, normalmente os médicos não fornecem o atestado até que o paciente tenha alta, como agir nesta situação, uma vez que a empresa terá que fazer a comunicação do acidente em até 24 horas? 48 e-Social Por exemplo, recentemente tivemos um colaborador acidentado, que ficou hospitalizado por 7 dias e só após isso o médico forneceu atestado médico. O prazo para envio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é definido no art. 22 da Lei nº. 8.213/1991. Como o eSocial não altera a legislação vigente, o prazo para envio da CAT ao eSocial obedece àquele previsto na legislação, ou seja, dia útil seguinte ao da ocorrência do acidente ou de imediato, em caso de óbito. Na hipótese narrada, a empresa já terá que estar com o CID, pois o prazo para emissão da CAT é o dia útil seguinte ao acidente do trabalho. Ou seja, se houve acidente, a CAT tem que ser emitida antes do afastamento. A situação narrada de fato pode acontecer na prática, mas é necessário que a empresa obtenha o atestado no dia útil seguinte, pois em caso contrário ela terá descumprido a obrigação de emitir a CAT. 47. A empresa pertencente ao segundo grupo de obrigados ao eSocial, mas que ainda não enviou todas as informações, poderá enviar a RAIS e o CAGED pelos respectivos sistemas em vez de optar pela substituição pelo eSocial? Não. Se a empresa pertence ao segundo grupo de obrigados, todas as informações necessárias à RAIS e ao CAGED já devem ser transmitidas ao eSocial. Não se trata de opção pela substituição das obrigações por parte da empresa, ou seja, se a empresa está obrigada ao envio das informações descritas na Portaria SEPRT nº 1.127, de 14 de outubro de 2019 ao eSocial, o cumprimento das obrigações da RAIS e do CAGED se dará exclusivamente pelo eSocial. A utilização dos sistemas da RAIS e do CAGED não supre o envio das informações ao eSocial, e não desoneram a empresa do cumprimento das respectivas obrigações. Caso a empresaobrigada não tenha transmitido todas as informações, deverá regularizar o envio dos seus dados ao eSocial. Apenas as empresas ainda fora do cronograma de obrigatoriedade permanecerão transmitindo as informações por meio dos sistemas do 49 e-Social CAGED e da RAIS, até que estejam obrigadas ao eSocial. Desta forma, neste primeiro momento, a substituição do CAGED se dará para os empregadores pertencentes aos grupos 1, 2 e 3 de obrigados, e a substituição da RAIS se dará para os empregadores pertencentes aos grupos 1 e 2. 48. O registro de empregados foi substituído para todas as empresas? O que tenho de fazer? Posso jogar fora o meu livro de registro? O registro de empregados é feito por meio de livro, ficha ou sistema eletrônico. Até então, o empregador que optava por fazer o registro eletrônico podia manter um sistema próprio para isso. Com a publicação da Portaria SEPRT nº 1.195, de 30 de outubro de 2019, o registro eletrônico passou a ser feito apenas por meio do eSocial. Assim, os empregadores que optarem pelo registro eletrônico de empregados não terão mais a obrigação de manter livro ou ficha de registro. Os dados inseridos no eSocial valerão como registro do empregado. Os empregadores que já adotavam o sistema eletrônico também passam a fazê-lo por meio do eSocial. Assim, o empregador que desejar substituir o livro ou ficha pelo eSocial, deverá fazer a opção no campo {indOptRegEletron} do evento S-1000 - Informações do Empregador/Contribuinte/Órgão Público. Contudo, os livros ou fichas de registro não devem ser jogados fora. Eles devem ser guardados pois contêm as informações lançadas até então. 49. Quais informações são informadas na situação “Sem Movimento” para o eSocial? A situação “Sem Movimento” para o empregador/contribuinte/órgão público só ocorrerá quando não houver informação a ser enviada para o grupo de eventos periódicos S-1200 a S-1280 para a empresa toda. Neste caso, o empregador/contribuinte/órgão público enviará o “S-1299 - Fechamento dos Eventos Periódicos” como “sem movimento” na primeira competência do ano em que esta situação ocorrer. Caso a situação sem movimento da empresa persista nos anos seguintes, o empregador/ contribuinte deverá repetir este procedimento na competência janeiro de cada ano, exceto para empregador pessoa física, cuja informação é facultativa. 50 e-Social O envio dessa informação será obrigatório caso os campos {evtRemun}, {evtPgtos}, {evtAqProd}, {evtComProd},{evtContratAvNP}, {evtInfoComplPer} forem preenchidos com [N]. Caso a empresa possua um ou mais estabelecimentos com movimento, não deverá ser enviada a situação sem movimento no evento S-1299, conforme descrito acima. Em razão de legislação específica, o Microempreendedor individual - MEI que não tem empregado está dispensado de enviar o evento S-1299, com a informação “sem movimento”, seja na primeira competência, seja no mês de janeiro de cada ano. Todavia, caso o MEI tenha empregado e termine a relação contratual com este, deverá transmitir o evento S-1299, preenchendo o campo {compSemMovto} com o mês seguinte a tal fato, não sendo necessário repetir esse procedimento em janeiro dos anos posteriores, caso a situação se mantenha. Os obrigados ao eSocial, que no início da utilização não tiverem empregados, nem quaisquer fatos geradores de contribuição previdenciária, nem de imposto de renda para informar, com exceção do MEI, devem enviar, durante a implementação progressiva do eSocial, o evento S-1000 na primeira fase de envio dos eventos e o evento S-1299 51 e-Social sem movimento na primeira competência em que o envio dos eventos periódicos se tornar obrigatório. Se sua empresa possui filial “Sem Movimento” não é necessário o envio dessa informação. 50. Não optei pelo registro eletrônico de empregados. Estou dispensado de enviar o evento de admissão no prazo? Não. Todos os empregadores obrigados ao eSocial permanecem com a obrigação do cumprimento do prazo de envio dos eventos. Os empregadores que não optarem pelo registro eletrônico de empregados não poderão substituir seus livros ou fichas de registro. Ou seja, além de enviar os eventos de admissão nos prazos previstos no MOS (até o dia anterior ao do início das atividades) terão de manter as anotações em livro ou ficha. É de se ressaltar que o registro em livro ou ficha para os que não optarem pelo registro eletrônico segue os mesmos prazos previstos na portaria (p. ex., a admissão deverá ser anotada no livro ou ficha até o dia anterior ao do início das atividades do empregado). 51. Como faço para emitir o Aviso Prévio pelo eSocial? No caso, temos que separar duas ações quando falamos de Aviso Prévio, o aviso prévio de férias não tem a obrigação se ser enviada ao eSocial, porém não desobriga que o mesmo seja comunicado ao funcionário. O eSocial não possui funcionalidade de registro de Aviso prévio de férias. O empregador deverá utilizar um modelo (também disponível no Manual do eSocial), imprimir, entregar e solicitar a assinatura do trabalhador. 52 e-Social O aviso prévio de rescisão deve ser enviado ao eSocial e a empresa também deverá fazer a comunicação prévia ao seu funcionário, se utilizando também do modelo disponível no manual do eSocial, esse Aviso Prévio não pode ser retroativo. O Empregador deve aguardar a data do desligamento e realizar o seu registro no eSocial (o sistema permite o registro do desligamento até 10 dias antes da demissão). A transmissão do aviso prévio ao eSocial não é obrigatório em caso de demissão com aviso indenizado. . 53 Empregado Doméstico Capítulo 7 Empregado Doméstico 54 Empregado Doméstico 52. O que é o SIMPLES Doméstico? O Simples Doméstico é o regime – instituído pela Lei Complementar 150/2015 – que unificou o pagamento dos tributos e dos encargos trabalhistas e previdenciários que deverão ser recolhidos pelos empregadores domésticos em função dos trabalhadores a eles vinculados. A partir de outubro de 2015, todas essas obrigações passaram a ser recolhidas por meio de uma guia única, o DAE (Documento de Arrecadação do eSocial), viabilizando, entre outros direitos, a inclusão de mais de 1 milhão de trabalhadores domésticos ao FGTS. 53. Como são feitos os recolhimentos dos encargos trabalhistas para o empregador doméstico? O pagamento do DAE viabiliza o recolhimento unificado das seguintes obrigações: • a 11% de contribuição previdenciária a cargo do trabalhador doméstico; • 8% de contribuição previdenciária patronal a cargo do empregador; • 0,8% de contribuição para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho; • 8% de recolhimento para o FGTS; • 3,2% destinada ao pagamento de FGTS da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa; e • Imposto de renda retido na fonte, se incidente. 55 Empregado Doméstico Essa guia de pagamento é emitida diretamente no ambiente do eSocial, sendo totalmente vedada a emissão e recolhimento de qualquer outra guia para pagamento dos encargos sociais. 54. Quais são as regras de incidência do FGTS para o recolhimento pelo empregador doméstico? Conforme previsto pela Lei Complementar 150, os depósitos do FGTS incidem sobre a remuneração paga ou devida a cada trabalhador, referente ao mês anterior, incluída a remuneração do 13° salário correspondente a gratificação de Natal, conforme data de vencimento definida na lei 8.036, ou seja, dia 07 do mês seguinte. As regras detalhadas para a operacionalização do recolhimento obrigatório do FGTS do trabalhador doméstico podem ser consultadas no Manual de Orientação Recolhimentos Mensais e Rescisórios ao FGTS e das Contribuições Sociais disponível no portal da Caixa. Se eu contratei um trabalhador doméstico em 2014 e ele continua trabalhando na minha casa e eu não recolhia o FGTS antes da competência 10/2015, vou ter que recolher FGTS desde 2014 para o trabalhador doméstico? Não. Até a competência 09/2015 o FGTS era opcional para o empregador doméstico.Entretanto, feito o primeiro recolhimento passava a ser obrigatório. Assim, no caso do trabalhador doméstico admitido em 2014 e que nunca teve FGTS, o depósito somente passa a ser devido a partir da competência 10/2015. 55. Como faço o desligamento quando o trabalhador se aposenta? A concessão de aposentadoria por idade ou aposentadoria por tempo de contribuição, por si só, não constitui motivo de rescisão do contrato de trabalho, previsto na legislação trabalhista. Se o empregado continuou trabalhando após o início da aposentadoria, não há que se falar em desligamento, pois ocorreu o efetivo exercício da atividade e o contrato de trabalho continuou, portanto mantém-se o cumprimento e registro de todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias no eSocial. 56 Empregado Doméstico No caso de concessão de aposentadoria por invalidez ocorrerá a suspensão do contrato de trabalho, conforme art. 475 da CLT, não podendo haver a rescisão. Dessa forma, o empregador deverá registrar no eSocial o afastamento do empregado por motivo 6 – Aposentadoria por Invalidez. Havendo o retorno do afastamento do empregado, para realizar a rescisão, o empregador deverá observar o direito à estabilidade do contrato de trabalho assegurado pelo art. 118 da Lei nº 8.213/91. 56. O responsável pelo contrato de trabalho faleceu e não iremos continuar com a empregada doméstica. Como fazer o desligamento? Se outro integrante do núcleo familiar (inventariante ou representante legal) possuir os dados para acesso ao eSocial do ente falecido, poderá acessar a funcionalidade de desligamento e registrá-lo. Se não possuir os dados de acesso, outro ente da família deverá se cadastrar no eSocial como empregador e utilizar a opção “Novo Representante” dentro do menu “Empregados” => “Substituição do Representante da Unidade Familiar”, Então, deverá registrar o desligamento pelo motivo 14 (rescisão do contrato de trabalho por falecimento do empregador doméstico sem continuação da atividade) do trabalhador 57. No caso de morte da pessoa que representa a família empregadora, qual procedimento para que ocorra a substituição do representante e como devem ser feitos os próximos recolhimentos do FGTS e dos tributos? Segundo a Lei Complementar nº 150/2015, o trabalhador presta serviços à pessoa ou à família. Dessa forma, a pessoa que realiza o cadastro no sistema é um representante do grupo familiar, que poderá ser substituído no decorrer do contrato, como ocorre nos casos de falecimento. Inicialmente, quando possível, se outro integrante do núcleo familiar (inventariante ou representante legal) possuir os dados para acesso ao eSocial do ente falecido, deverá utilizar a opção “Sou o Antigo Representante” da ferramenta de “Substituição do Representante da Unidade Familiar” (veja item 3.12.1 do Manual). Então, o ente da família que assumirá a responsabilidade pelo contrato deverá 56 no decorrer do contrato, como ocorre nos casos de falecimento. Inicialmente, quando possível, se outro integrante do núcleo familiar (inventariante ou representante legal) possuir os dados para acesso ao eSocial do ente falecido, deverá utilizar a opção “Sou o Antigo Representante” da ferramenta de “Substituição do Representante da Unidade Familiar” (veja item 3.12.1 do Manual). Então, o ente da família que assumirá a responsabilidade pelo contrato deverá 57 Empregado Doméstico providenciar o seu cadastramento no eSocial (veja item 02 do Manual) e cadastrar o trabalhador na opção “Sou o Novo Representante”, da ferramenta de “Substituição do Representante da Unidade Familiar” (veja item 3.12.2 do Manual), mantendo os dados do vínculo original (mesma data de admissão). O novo representante será responsável pelos próximos recolhimentos, bem como por todas as informações que deverão ser informadas a partir daquele momento (férias, afastamento, reajuste de salário etc.). 58. Os Empregadores que pagaram em duplicidade o DAE, o que fazer para solicitar a restituição/compensação dos tributos? Para devolução dos tributos, o empregador doméstico deve preencher o formulário ANEXO I – Pedido de Restituição ou ressarcimento, da Instrução Normativa RFB nº 1717/2017, disponível na página da Receita Federal da internet. Para a comprovação da informação, o empregador deve anexar ao formulário os comprovantes de pagamento das guias pagas. Para o preenchimento correto do formulário, o cidadão deve preencher a opção “Pagamento Indevido ou a Maior”. No caso de mais de um pagamento indevido, o cidadão deve preencher o número de formulários iguais ao total de pagamentos feitos a mais. No entanto, ao entregar os formulários nas Unidades de Atendimento ao Contribuinte da Receita Federal, o cidadão poderá realizar um único pedido de restituição, por meio da criação de um único processo, ainda que este pedido se refi ra a diversos pagamentos. Preenchimento – Como o respectivo formulário não possui campos individualizados para demonstração dos valores de pagamentos indevidos de cada um dos tributos recolhidos no DAE, o empregador deverá utilizar o quadro “Outras Informações”, de preenchimento livre, para detalhamento desses valores. OBS.: A partir da versão do programa PER/DCOMP que contemplar o pedido de restituição dos valores recolhidos por meio do Documento de deverão ser informadas a partir daquele momento (férias, afastamento, 58. Os Empregadores que pagaram em duplicidade o DAE, o que fazer para solicitar a restituição/compensação dos Para devolução dos tributos, o empregador doméstico deve preencher o formulário ANEXO I – Pedido de Restituição ou ressarcimento, da Instrução Normativa RFB nº 1717/2017, disponível na página da Receita Federal da internet. Para a comprovação da informação, o empregador deve anexar ao formulário 58 Empregado Doméstico Arrecadação do eSocial – DAE, os pedidos de restituição passarão a ser requeridos com uso deste programa. 59. O empregador doméstico é obrigado a informar a DIRF? Os empregadores domésticos que fizeram retenção do Imposto de Renda de seus empregados (calculado automaticamente pelo eSocial e constante do DAE - guia única de pagamento) deverão também fazer a DIRF - Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte, por meio do Programa Gerador da Declaração, disponível no site da Receita Federal. Além disso, o programa disponibiliza uma ferramenta que emite o Informe de Rendimentos a ser entregue ao trabalhador. 60. Quais os procedimentos para o trabalhador doméstico solicitar o Seguro Desemprego? Carteira de Trabalho, na qual deve constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data de dispensa, comprovando a duração do vínculo empregatício, durante, pelo menos, 15 meses; Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), atestando a dispensa sem justa causa. O empregador doméstico não emite o Requerimento do Seguro- Desemprego (RSDED), documento que é gerado no ato da recepção do seguro-desemprego. Um lembrete importante é que o Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho do trabalhador doméstico não tem de ser homologado pelo sindicato ou unidade do Ministério do Trabalho para fins de recebimento do FGTS e do seguro-desemprego 59 Previdência Social Capítulo 8 Previdência social 60 Previdência Social 61. Quais os requisitos necessários para ter direito ao auxílio- doença? O auxílio-doença é um benefício por incapacidade, de direito a todo segurado do INSS acometido por uma doença ou acidente que o torne temporariamente incapaz para o trabalho. O empregado deve imprimir o requerimento gerado pelo sistema e levá-lo ao INSS no dia da perícia, com carimbo e assinatura da empresa Para solicitar o auxilio-doença, e necessário: • Possuir a carência de 12 contribuições (isenta em caso de acidente de trabalho ou doenças previstas em lei); • Possuir qualidade de segurado (caso tenha perdido, deverá cumprir toda a carência novamente); • Comprovar doença que torne o cidadão temporariamente incapazde trabalhar; • Caso perca a qualidade de segurado, deverá cumprir toda a carência novamente; • Para o empregado em empresa: estar afastado do trabalho há pelo menos 15 dias (corridos ou intercalados dentro do prazo de 60 dias). 62. Como fica o contrato de trabalho durante o período em que o segurado está recebendo o auxílio-doença? 61 Previdência Social Enquanto o segurado estiver recebendo o auxílio-doença, o contrato de trabalho fica suspenso. A suspensão deve ser contada apenas a partir do 16º dia, conforme artigo 476 da CLT, combinado com o artigo 65 do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social. A suspensão é a sustação temporária dos principais efeitos do contrato de trabalho. Não há a quebra do vínculo contratual, porém em virtude de um fato juridicamente relevante, a pausa do contrato é acionada. Nesse caso a sustação é ampliada e recíproca de efeitos contratuais, ou seja, tanto o empregado quanto o empregador não possuem obrigatoriedade de cumprimento durante um tempo pré- estabelecido. 63. Mães desempregadas, também têm direito ao auxílio- maternidade? Sim, de acordo com a lei Nº 8.213/91, Art 73, parágrafo único, “Aplica-se à segurada desempregada, desde que mantida a qualidade de segurada, na forma prevista no art. 15 desta Lei, o disposto no inciso III do caput deste artigo” Em regra geral, tem direito ao benefício: • Mães que estavam desempregadas quando o bebê nasceu. • Mães que pediram as contas durante a gravidez. • Mães que foram demitidas por justa causa ou não. • Mães que tiveram a gravidez interrompida de forma espontânea. O auxílio-maternidade é um benefício criado em 1994. A trabalhadora recebe este benefício para não ficar sem renda no decorrer da licença- maternidade e tem direito mesmo sem estar trabalhando. 64. A partir de que momento a trabalhadora gestante não pode mais ser demitida? Lei nº 12.812, que acrescenta o artigo 391-A ao capítulo da proteção à maternidade, seção V, da Consolidação das Leis do Trabalho. “Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio 62 Previdência Social trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista...” No momento da confi rmação da gravidez, inicia a estabilidade e se estende até 120 dias após o parto, ou seja, durante esse período o empregador não pode demitir a gestante, salvo nos casos de cometimento de alguma falta grave, geradora de justa causa. 65. Caso o empregador não tenha ciência da gravidez, e tenha demitido, qual a penalidade pode acontecer? A súmula 244 do TST traz as respostas: “I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, b do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se está se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado”. Assim, conclui-se que se a empregada gestante acionar o judiciário enquanto estiver dentro do período de estabilidade provisória (da confi rmação da gravidez até 5 meses após o parto), poderá ser reintegrada ao emprego o qual fora demitida. Caso acione a justiça após seu período de estabilidade, fará jus à indenização. Por óbvio, caso a reintegração seja penosa para a empregada, caberá indenização em seu lugar. 63 Previdência Social 66. O que é aposentadoria por idade? É o benefício concedido ao segurado da Previdência que atingir a idade considerada risco social. Os segurados urbanos devem cumprir dois requisitos para a Aposentadoria por Idade: Para trabalhadores antes da vigência da Reforma da Previdência (13/11/2019), é preciso ter; 65 anos de idade e 180 meses de carência, se homem; 60 anos de idade e 180 meses de carência, se mulher; Mas caso você tenha começado a trabalhar antes da Reforma, mas ainda não completou os requisitos necessários para se aposentar até o início dela, foi criada uma Regra de Transição. Nela, você precisa de: 65anos de idade e 15 anos de tempo de contribuição +6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 20 anos de contribuição, lá em 2029. (Para homens); 60 anos de idade +6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 62 anos de idade, lá em 2023, e 15 anos de tempo de contribuição. (Para mulheres) Para quem começou a trabalhar depois do início da Reforma, você precisará cumprir: • 65 anos de idade e 20 anos de tempo de contribuição. (Para homens) • 62 anos de idade e 15 anos de tempo de contribuição. (Para mulheres) Também poderão ter acesso à aposentadoria por idade os trabalhadores rurais, pescadores artesanais, extrativistas (seringueiros), indígenas. Lembrando que, em qualquer dessas hipóteses, o trabalhador rural e segurado especial têm a idade para a aposentadoria reduzida: 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Essas regras dos casos especiais não foram alteradas com a Reforma da Previdência. Assim descrito na Emenda Constitucional nº 103/2019 64 Previdência Social 67. O que é aposentadoria por tempo de contribuição? A Reforma acabou com a Aposentadoria por Tempo de Contribuição. Para quem estava perto de se aposentar com ela, vai poder entrar em algumas das 3 regras de transição criadas pela Reforma, além de poder se aposentar pela Aposentadoria por Pontos. 1ª Regra de Transição | Idade Progressiva É destinada para aqueles que já contribuíram para o INSS antes da Reforma mas ainda faltam mais de dois anos para se aposentar. Você vai precisar cumprir os seguintes requisitos: Homens: 35 anos de contribuição 61 anos de idade +6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 65 anos, lá em 2027. Mulheres: 30 anos de contribuição 56 anos de idade +6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 62 anos, lá em 2031. 2ª Regra de Transição | Pedágio 50% É destinada para quem falta menos de dois anos para se aposentar quando entrou em vigor a reforma. Você vai precisar cumprir os seguintes requisitos para entrar nessa Regra de Transição: Homens: 33 anos de contribuição até a vigência da Reforma Cumprir um período adicional correspondente a 50% do tempo que, na data de entrada em vigor da reforma, faltaria para atingir 35 anos de contribuição Mulheres: 28 anos de contribuição até a vigência da Reforma Cumprir um período adicional correspondente a 50% do tempo que, na data de entrada em vigor da reforma, faltaria para atingir 30 anos de contribuição. 65 Previdência Social Ou seja, faltava 2 anos para conseguir se aposentar até que veio a Reforma, então agora será necessário cumprir esses 2 anos + 1 ano de pedágio (50% de pedágio de 2 anos equivale a 1 ano). Aposentadoria por Pontos Progressiva Tempo de contribuição: 30 anos mulher e 35 anos homem. Fator previdenciário opcional. Sem idade mínima. A soma do tempo de contribuição e da idade do segurado deve resultar em 87 para as mulheres e 97 para os homens. A Reforma criou aumento progressivo no número de pontos para ambos os sexos até atingir o limite de 105 pontos para os homens e 100 pontos para as mulheres. O requisito de contribuição continua o mesmo: 35 anos de contribuição para eles e 30 anos de contribuição para elas. 68. O que é Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social? O Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com defi ciência que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4 do salário-mínimo. Por se tratar
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