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EBOOK-DescomplicandooSPED2 0

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Prévia do material em texto

Catalogação na Fonte: Bibliotecária Jacquelline Campelo Jucá CRB 3/677
D485 Descomplicando o SPED: aspectos operacionais do Sistema Público de 
 
Escrituração Digital / Felipe Guerra (organizador). 2.ed.– Fortaleza: Fortes, 2019.
312p. (livro eletrônico)
 
ISBN 978-85-5541-010-9
 
 1. Contabilidade. 2. SPED. 3. Documentos fiscais. 4. Tecnologia da informação. 5. Escri-
turação contábil I. Guerra, Felipe (Professor). III. Título.
 
 
CDD 657
Gostaria de externar minha gratidão por mais um projeto de 
sucesso, primeiramente a Deus, que está presente em toda a 
minha vida, além de guiar meus rumos e direcionar meus pas-
sos. A produção dessa obra além de todas as minhas conquis-
tas, não seriam possíveis sem sua divina permissão e benção.
Na sequência de agradecimento destaco minha esposa, minha 
inspiração e força incentivadora, Vitória Guerra e aos meus ama-
dos filhos, João Lucas, Alice e Letícia Guerra. Agradeço também aos 
meus familiares, especialmente aos meus pais, João Guerra e Lui-
za Matos, que são minhas maiores referências de vida e educação. 
Registro também agradecimentos aos meus sócios, Marcos 
Lima e Rondinelly Coelho, que tecnicamente me ajudaram na 
revisão dessa obra, além de terem sido grandes motivadores 
dela. Foi fundamental contar com o crivo técnico destes que 
são grandes especialistas da área contábil de nosso Estado.
Reservo especial homenagem a todos os meus alunos que con-
tribuem diariamente para minha melhoria conti-
nua como professor, profissional e ser humano. 
Por fim, agradeço aos apoiadores por acreditarem 
no meu trabalho, IPOG, Fortes Tecnologia, eAu-
ditoria, SIEG, Compliance e C4 Consulting. Muito 
obrigado!
Agradecimentos
Fellipe Guerra
 Coordenador do MBA em 
Contabilidade, Auditoria e 
Gestão Tributária do IPOG
Reservo especial homenagem a todos os meus alunos que con-
tribuem diariamente para minha melhoria conti-
nua como professor, profissional e ser humano. 
Por fim, agradeço aos apoiadores por acreditarem 
no meu trabalho, IPOG, Fortes Tecnologia, eAu-
ditoria, SIEG, Compliance e C4 Consulting. Muito 
obrigado!
A contabilidade como ciência, processo lógico e sistemático de re-
gistro é o mais eficiente sistema de informação que já se criou para 
uma organização. Constitui um extraordinário banco de dados 
que consolidada as mais variadas operações econômico-financei-
ra e patrimonial de uma empresa, do qual pode se extrair dados e 
informações que se convertem em base de conhecimento. E como 
sistema de informação vem evoluindo no seu modus operandi ao 
longo dos anos.
Com o desenvolvimento das novas tecnologias os processos de re-
gistros contábeis vem evoluindo de forma extraordinária. E por 
meio da inovação, uso crescente dos recursos da internet e das co-
municações, estes fatores vem agilizando a integração online entre 
os diversos usuários das informações contábeis e fiscais, notada-
mente o fisco que é um dos mais beneficiados.
Os dados e as informações fiscais constituem parte expressiva das 
operações abarcadas pela contabilidade. Neste particular o fis-
co evoluiu de forma expressiva nos últimos dez anos. Criou nova 
legislação e adotou diversos sistemas de controles online, conso-
lidado no denominado Sistema Público de Escrituração Digital 
(SPED), composto por um conjunto complexo de exigências em 
termos de obrigações acessórias junto ao fisco. Isso vem exigindo 
dos contadores, contribuintes e empresas desenvolvedoras de sis-
temas um enorme esforço para entender, se adequar e cumprir as 
exigências legais. 
Diante desse cenário, conhecer o SPED na medida adequada e com 
um bom grau de profundidade é indispensável a todos que militam 
Prefácio
na área. A mera inobservância de coisas pontuais que envolvem o 
SPED no âmbito das obrigações acessórias pode acarretar multas 
e outras dificuldades para as empresas. 
Nesse contexto, o Prof. Felipe Guerra, estudioso da matéria e pro-
fundo conhecedor do assunto atualiza a sua obra, lançando esta 
2a. Edição do seu livro Descomplicando o SPED, para a qual tive a 
honra de ser convidado para prefaciar esta importante publicação 
para o mercado.
Conheço Felipe Guerra há bastante tempo, um dos maiores especia-
listas do país em SPED, que ao longo dos anos vem ensinando e de-
batendo o assunto através das suas palestras e cursos pelo Brasil. É 
um dos contadores mais influentes do país, especialmente quando 
o assunto é SPED, inovação e tecnologia para a área contábil.
Descomplicando o SPED em sua 2a. edição minuciosamente atua-
lizada, portanto, é de leitura obrigatória para aqueles que desejam 
conhecer bem o assunto para a solução das dúvidas do dia a dia. 
O autor aborda o SPED em seus mais variadas nuances, embasan-
do cada caso com a legislação específica. Trata-se de um trabalho 
com conteúdo técnico e normativo.
Por fim, parabenizo o Prof. Felipe Guerra por mais esta contribui-
ção ao mercado, sobretudo para a classe contábil, que terá a sua 
disposição uma excelente fonte de estudo e consulta para o seu dia 
a dia sobre o SPED.
Boa leitura!
José Carlos Fortes
Chairman da Fortes 
Tecnologia 
apoiadores
O Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG) se orgulha em 
apoiar esta obra, do professor Fellipe Guerra que é nosso coorde-
nador no MBA em Contabilidade, Auditoria e Gestão Tributária
O IPOG é uma instituição de ensino superior presen-
te em todos os estados do Brasil e Distrito Federal. Pos-
sui um corpo docente formado por Professores alta-
mente qualificados e com comprovada experiência de 
mercado, com 97,14% de satisfação nas avaliações dos alunos. 
Atuando há 18 anos no desenvolvimento de profissionais, conta-
mos com 326 colaboradores, mais de 800 professores, mais de 610 
turmas em andamento no Brasil e cerca de 25 mil alunos ativos.
Sobre o MBA em contabilidade Auditoria e Gestão Tributaria: O 
mercado de contabilidade está em plena expansão e carente de 
mão de obra qualificada para desempenhar as principais fun-
ções, em especial nas áreas de auditoria, contabilidade e gestão 
tributária. Aprofundar conhecimentos das ferramentas digitais é 
garantir o sucesso na rotina dos procedimentos, bem como das 
organizações.
O MBA tem como objetivo: Transmitir uma visão estrutura-
da dos processos que geram reflexos tributários e contábeis.
Preparar efetivamente os profissionais para as novas de-
mandas das Empresas e do Fisco, com o advento do SPED. 
Proporcionar a construção do conhecimento, através do uso de 
técnicas de aprendizagem que priorizam a prática.
Confira as organizações que foram essenciais para que a publica-
ção do livro, Descomplicando o SPED 2.0 se tornasse realidade. A 
todos estes, que acreditaram nesse projeto, deixo aqui meu agra-
decimento especial pela confiança e oportunidade.
Conheça a e-Auditoria e deixe o robô trabalhar por você!
A e-Auditoria é uma empresa nacional totalmente focada em 
soluções de Auditoria Digital. Fundada em 2009, a empresa ino-
vou ao desenvolver o melhor e mais completo software de audi-
toria digital e hoje, novamente, se coloca à frente do mercado 
introduzindo a 3ª geração de auditoria digital, onde o trabalho 
braçal do profissional contábil é realizado por um robô!
Com o auxílio deste robô, sua empresa ou seu escritório passa a 
não depender da iniciativa humana para realizar as auditorias 
necessárias à sua segurança fiscal. Uma vez estabelecido o plano 
de auditoria, o sistema vai executá-lo sem falhas e sem esqueci-
mentos. O novo método permite uma atuação menos operacio-
nal e muito mais estratégica, que é a que realmente importa e 
agrega valor no mercado.
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a solução da e-Auditoria, que analisa os arquivos contábeis, fis-
cais e trabalhistas de mais 190 mil empresas mensalmente, fun-
ciona na prática.
A SIEG líder e especialista em gestão de documentos fiscais 
eletrônicos, desde a captura dos arquivos XML de NF-e, CT-
e, NFC-e, CF-e e NFS-e até a organizaçãoe analise dos dados 
obtidos a partir da Receita Federal e SEFAZ. Desde 2009 tra-
balhamos para ajudar empresas nessa atividade tão importan-
te que é a organização e a gestão da área fiscal, que envolve 
desafios diários. Nos últimos anos, a SIEG tem atendido mais 
de 50.000 empresas em todo território nacional e é a ação nú-
mero 1 para os maiores escritórios de contabilidade do Brasil.
É com honra que fazemos parte deste livro, que visa ajudar 
a contadores, tarefa que cumprimos com orgulho, e que pre-
tendemos continuar cada vez mais. Manter uma empresa em 
conformidade tributária é uma tarefa árdua e contínua para o 
contador. No “Descomplicando o SPED 2.0”, você poderá sa-
ber como agir diante de tantos desafios existentes dentro do 
SPED e seus subprojetos. Para nós é um prazer colaborar com 
esta obra.
Fortes Tecnologia
Participar da construção deste projeto, junto a um grande par-
ceiro nosso, é saber que estamos contribuindo com a difusão 
do conhecimento para os contadores de todo Brasil. O profes-
sor Fellipe Guerra traz neste livro os aspectos operacionais das 
obrigações contábeis de forma atual, didática, descomplicada 
e com uma condução dinâmica para tratar de um assunto tão 
importante nas rotinas contábeis e fiscais das empresas brasi-
leiras. Assim, ficamos honrados em participar e contribuir com 
a disseminação do conhecimento, sobretudo junto a classe con-
tábil do nosso país.
José Carlos Fortes, presidente da
FORTES TECNOLOGIA EM SISTEMAS.
A Fortes Tecnologia em Sistemas atua há mais de 25 anos em 
âmbito nacional na área de tecnologia da informação, desen-
volvendo soluções para empresas contábeis e de gestão em-
presarial.
O Grupo Compliance é especialista em Gestão Empresarial 
desde a área de Governança Financeira a partir de Consulto-
rias, como execução Contábil e Tributária sob o prisma da mi-
tigação de riscos fiscais e conformidade. Desde 2011 atuamos 
no sentido de ajudar o empreendedor na condução dos seus 
negócios a partir da geração de informações rápidas, precisas 
e seguras. Atualmente o Grupo Compliance atende mais de 
200 clientes de diversos portes e ramos de atividades, desta-
cando-se por utilizar metodologias modernas e inovadoras.
O Livro Descomplicando o SPED 2.0 é um verdadeiro manu-
al, que vai te entregar detalhes de procedimentos técnicos e 
normas referentes ao SPED e seus subprojetos. Desenvolvido 
com base em anos de experiências práticas,adquiridas ao logo 
de diversos trabalhos executados dentro do sistema. O Grupo 
Compliance se orgulha por contribuir para o desenvolvimento 
sustentável e econômico do país.
Você já imaginou dominar o SPED de forma prática e se tor-
nar um verdadeiro especialista? 
Corrigir erros no SPED e fazer auditorias digitais nunca mais 
será um problema para você. Devido a grande quantidade de 
obrigações acessórias e prazos curtos, o profissional que atua 
dentro do setor fiscal não pode perder seu tempo com retra-
balhos, você deve ter a ciência que somente ter seu arquivo 
validado pelo PVA, não garante que as informações contidas 
ali, estão corretas essa confirmação não garante que você não 
esteja cometendo alguma infração. 
Após todos esses anos que eu passei trabalhando dentro do 
Setor Fiscal, trabalhando diretamente com o SPED eu resol-
vi compartilhar o meu conhecimento adquirido com todos os 
profissionais que tenham interesse em dominar totalmente o 
SPED. Um dos meus primeiros passos para isso foi o Lança-
mento do meu Primeiro Livro que é a versão 1.0 desse exem-
plar, que você está lendo agora mesmo. Outra forma de com-
partilhar esse conhecimento foi criando o Curso Formação 
em SPED.No curso Formação em SPED você terá acesso a um 
conteúdo totalmente prático com acesso a compartilhamento 
de tela para demonstração de conteúdos, exemplificação e re-
solução de erros dentro do SPED, irá conhecer também tudo 
sobre cada subprojeto existente no SPED.
Então, se você é um profissional que busca destaque e preten-
de dominar o SPED, consequentemente nunca mais ter pro-
blemas com retrabalhos ou com arquivos apresentando erros, 
o Curso Formação em SPED foi feito especialmente para você.
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SPED e torna-se um verdadeiro especialista. 
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SUMÁRIO
Capítulo 1:
 Evolução do Sistema Contábil 21
Capítulo 2: 
 Sistema Público de Escrituração Digital 39
Capítulo 3:
 Documentos Fiscais Eletrônicos 53
Capítulo 4:
 Escrituração Fiscal Digital (EFD) ICMS/IPI 77
Capítulo 5:
 Escrituração Fiscal Digital (EFD) 
 Contribuições 103
Capítulo 6:
 SPED Contábil (ECD) 139
Capítulo 7:
 SPED Escrituração Contábil Fiscal (ECF) 183
Capítulo 8:
 Escrituração Fiscal Digital das Retenções e 
 Informações da Contribuição Previdenciária
 Substituída (EFD REINF) 221
Capítulo 9:
 e-Financeira 239
Capítulo 10: 
 Sistema de Escrituração Fiscal Digital das 
 Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas
 (eSocial) 253
Capítulo 11: 
 Cruzamento de informações fiscais 279
EVOLUÇÃO DO
SISTEMA
CONTÁBIL
Capítulo 1
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
20
1.1 Introdução
Em um passado recente, a contabilidade realizava suas ativida-
des através do uso constante e demasiado de papel. Nesse perío-
do as organizações acumulavam diversos e robustos livros, além 
de pastas e extensos empilhamentos de papeis, que por vezes, 
corriam o grande risco de se perderem em decorrência de inú-
meros fatores.
Nesse contexto, o segmento contábil teve que se reinventar para 
buscar atender a demanda de maneira mais ágil e eficiente.
Com o advento das novas tecnologias, as empresas de contabi-
lidade, bem como os profissionais da área começam, cada vez 
mais, a usufruir de sistemas que possam aprimorar e melhorar 
suas atividades. Nessa premissa, é importante destacar que a 
contabilidade evoluiu significantemente ao ponto de se tornar 
100% digital. 
Hoje, a cadeia produtiva possui diversas informações gerado-
ras de dados para a contabilidade que são por meio digital tais 
como: a folha de pagamento, a escrituração fiscal, os documen-
tos fiscais eletrônicos, dentre outros. Essas ferramentas são 
compreendidas por aperfeiçoar procedimentos no âmbito con-
tábil, destacando veementemente a eficácia do cumprimento 
das obrigações fiscais.
Diante desse cenário, torna-se fundamental para o profissional 
da contabilidade, investir em capacitações voltadas para o avan-
ço das novas tecnologias em função da contabilidade. Aprofun-
dar conhecimentos das ferramentas digitais é garantir o suces-
so na rotina dos procedimentos, bem como das organizações. 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
21
1.2 A Era da Tecnologia da Informação
O avanço da tecnologia tem provocado mudanças de hábitos, 
comportamentos e estilos de vida. Isso tem afetado a vida das 
pessoas dentro dos seus lares, escolas, ambientes de trabalho e 
etc. Para acompanhar essa evolução as empresas buscam uma 
adaptação mais rápida e eficiente por meio do aprimoramento 
de novas formas de gestão que o esse novo contexto impõe.
No atual momento nos encontramos transitando de uma eco-
nomia industrial para uma economia da informação,causando 
o rompimento de paradigmas organizacionais que vem sendo 
superados desde o inicio do século XX. 
McGee & Prusak (1994) falam que nos últimos 25 anos, o mundo 
industrializado vem enfrentando a transição de uma economia 
industrial para uma economia de informação, e nas próximas 
décadas a informação será a força motriz na criação de riquezas 
e prosperidade, mais do que a terra e o próprio capital.
Com o mundo caminhando para o virtual, devido à moderni-
zação de processos e máquinas, as organizações se voltam para 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
22
programar e gerenciar sistemas informatizados através das no-
vas tecnologias. Com uso crescente das tecnologias da informa-
ção na contabilidade, no início das últimas décadas do século 
XX, o setor contábil passou a ganhar força para administrar a 
rotina operacional das organizações provocando fortes mu-
danças no modo de produção e organização (gerir, produzir, e 
comunicar), configurando a chamada “Era da Informação” ou 
“Sociedade do Conhecimento”. (MACHADO; ALMEIDA, 2014).
Trazendo para um contexto mais atual o Sistema Público de Es-
crituração Digital (SPED) veio para desenvolver uma nova visão 
da escrituração contábil e a relação entre o fisco e o contribuin-
te: “[...] é um conjunto de ações das autoridades fiscais brasilei-
ras no sentido de obter informações sobre todas as operações 
das empresas em formato eletrônico, ou seja, a vigilância em 
tempo real por parte do fisco”. (DUARTE, 2011). A informação é 
tratada como fonte de riqueza a partir de sua criação, manipula-
ção e distribuição, sendo um bem ativo nas organizações e fator 
decisivo no contexto econômico e empresarial.
Em uma linguagem mais simplificada, o SPED trata-se de um 
grande sistema do governo Federal, que foi desenvolvido com o 
objetivo de receber as informações das empresas. 
Vale ressaltar que, a Tecnologia da Informação não abrange so-
mente os equipamentos de hardware, programas de software 
e comunicação de dados, uma vez que interfere fundamental-
mente em todos os departamentos e processos de uma organi-
zação. Trazendo a análise de compreensão dessa premissa para 
o contexto atual do Sped, é de fundamental importância desta-
car que a tecnologia abrange documentos fiscais eletrônicos tais 
como a Nota Fiscal Eletrônica, Cupom Fiscal Eletrônico, Nota 
Fiscal de Consumidor Eletrônica, Conhecimento de Transporte 
Eletrônico, Manifesto Fiscal Eletrônico, dentre outros que serão 
estudados nessa obra.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
23
Mas o que seria do SPED sem os meandros inovadores do seg-
mento tecnológico? Segundo definição teórica de Foina (2001), 
a Tecnologia da Informação é como o conjunto de tecnologias, 
metodologias e procedimentos que atuam em coleta, tratamen-
to e disseminação das informações na organização. Nesse en-
tendimento torna-se relevante observação feita por Cruz (2008), 
que acrescenta: a TI (Tecnologia da Informação) abrange todo 
e qualquer dispositivo com capacidade para armazenar dados 
e informações aplicadas ao produto e aos processos como um 
todo. Essas definições ratificam a plena associação que o SPED 
tem em relação a TI.
Segundo os autores Szafir-Goldstein e Souza (2014, p. 2), no iní-
cio dos anos 90, ocorreram mudanças consideráveis concernen-
tes à tecnologia da informação nas organizações, uma vez que 
se tornou um elemento imprescindível tanto para as atividades 
da empresa como para os serviços e produtos do negócio. Vale 
salientar que tal premissa se aplica diante da atual realidade da 
área contábil, bem como de toda a cadeia produtiva. 
Como um relevante exemplo, no âmbito da esfera contábil, é 
possível destacar sobre o uso demasiado de impressoras fiscais. 
Hoje, esse tipo de equipamento que não oferecia rapidez, preci-
são e segurança para as organizações, deu espaço para o uso de 
novas tecnologias proporcionadas pelo avanço tecnológico. Em 
relação a essa observação, Cardoso (2004) admite em sua obra 
que a sociedade dos dias atuais encontra-se significativamente 
apoiada nos modernos recursos tecnológicos. De todas as tec-
nologias, o computador é um dos mais presentes, uma vez que 
representa a base principal das novas tecnologias.
No campo de trabalho das empresas prestadoras de serviços 
contábeis, o uso de uma nova tecnologia por parte dos órgãos 
fiscalizadores trouxe como consequências a necessidade ime-
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
24
diata de adaptação e utilização de novos e modernos recursos. 
Contudo, gestores e demais técnicos que atuam nesse segmen-
to bem sabem da significância de substituir procedimentos ma-
nuais por digitais. Nesse ponto de vista, a nota fiscal eletrônica, 
que é um subprojeto do SPED, e que veio antes mesmo da insti-
tuição do sistema, é um exemplo de modernização tecnológica a 
ser considerado pelas organizações. 
E nesse contexto o SPED entra como uma ferramenta fundamen-
tal para a contabilidade. O projeto atua com subprojetos interli-
gados à eficiência tecnológica, garantindo celeridade e segurança 
diante das obrigações previstas pela legislação vigente. Em sua 
apresentação disponível no sítio eletrônico sped.rfb.gov.br, a de-
finição do SPED se resume à modernização sistémica atual do 
cumprimento de obrigações acessórias geradas por contribuintes 
aos órgãos responsáveis. Ou seja, isso implica em um substancial 
melhoramento das atividades contábeis. Até porque se sabe que a 
conformidade tributária é um termo atual de tamanha relevância 
para a contabilidade e que está diretamente inserida nesse con-
texto da modernização através da ferramenta SPED. 
 
A Tecnologia da Informação melhora o desempenho dos ne-
gócios utilizando o modelo das quatro fontes: otimização, re-
formulação, informações internas e informações externas, 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
25
segundo percepção de Hunter (2011). As oportunidades de aper-
feiçoamento giram em torno do uso de tecnologia para dinami-
zar os processos por meio da automação ou consolidação. Essa 
reformulação inclui a redução de custos e a possibilidade de au-
tosserviço. Ou seja, as oportunidades de informações internas 
surgem quando a TI fornece informações que os funcionários 
da empresa podem usar para melhorar seu próprio desempe-
nho. Já as informações externas são uma fonte poderosa de va-
lor que poucas empresas encontraram maneiras de aproveitar.
No contexto das empresas prestadoras de serviços contábeis, 
são muitos os programas que permitem o compartilhamento 
de informações. E nessa premissa, é fundamental considerar o 
SPED como grande alicerce tecnológico (software de tributos) 
para o desenvolvimento e eficiência das atividades que envol-
vem a contabilidade, especialmente pelo sistema, aprimorando 
os mecanismos ligados às obrigações acessórias exigidas pela 
legislação tributária através de seu formato digital.
1.3 História e Evolução do Sistema Contábil
A contabilidade é uma ciência social que abrange os conhecimen-
tos necessários para o estudo, controle e avaliação do patrimônio 
de pessoas físicas e jurídicas, nos aspectos quantitativos e quali-
tativos, segundo Coelho e Lins (2010). Diante disso vale destacar 
que para fazer gestão tributária ou estar em conformidade tribu-
tária é necessária a aplicação de três princípios básicos: conformi-
dade tributária, planejamento tributário e auditorias preventivas.
Antes de entrar num contexto mais aprofundado sobre o 
SPED em relação à evolução do sistema contábil, é fundamen-
tal enfatizar que empresas precisam gerenciar seus riscos no 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
26
que diz respeito às atividades econômicas e sem se descuidar 
de riscos fiscais. É preciso considerar que orisco fiscal pode 
fechar as portas de uma empresa. Diante da perspectiva que 
contempla empresas de serviços contábeis, faz-se necessário 
ressaltar que a contabilidade desempenha o papel de controlar 
os fatos, mediante registros contábeis, ocorridos em patrimô-
nios das instituições. É sabido que a função tem como finalida-
de executar e administrar as informações patrimoniais. 
Franco (1996, p. 22) afirma que “a contabilidade desempenha, 
em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a his-
tória na vida da humanidade”, pois, sem a contabilidade, não 
se conheceria o passado nem o presente econômico das em-
presas, além de não ser possível a elaboração de projetos e pla-
nos para o futuro. 
Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da exis-
tência de contas surgiram há aproximadamente 4.000 A. C.. 
Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventariar o 
número de instrumentos de caça e a pesca disponível, ao con-
tar seus rebanhos, já estava praticando uma forma rudimentar 
de contabilidade.
Ainda sobre a história da contabilidade, Sá (1997) descreve que 
a ela nasceu junto com a civilização e que seus progressos qua-
se sempre coincidiram com as características da própria evo-
lução humana. A contabilidade jamais deixará de existir em 
decorrência das civilizações, uma vez que existe grande liga-
ção entre a ela e a história dos seres humanos. Os primeiros 
registros surgiram com a necessidade de um simples controle 
de identificação e quantidade dos objetos.
Portanto, a contabilidade não surgiu de acordo com leis ou pa-
râmetros estipulados por alguém ou alguma constituição. Des-
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
27
de muito antes das grandes civilizações e de qualquer outro 
tipo de organização das massas, já existiam métodos contá-
beis. Compreende-se, consequentemente, que ela surgiu pela 
própria necessidade humana no sentido de buscar um contro-
le das situações. 
No entanto, com o avançando das necessidades sociais e a evo-
lução da tecnologia, houve um grande aumento dos usuários 
da contabilidade, criando assim a necessidade de demonstrar 
as realizações para a sociedade, ao contrário do que era feito 
antigamente, em que somente o proprietário tinha acesso a 
essas informações. De acordo com Johem (2008), com o passar 
dos tempos e a necessidade da humanidade de se preservar, 
foram aperfeiçoando-se as técnicas de registros e controles. 
É reflexivo pensar que a grande revolução de uma sociedade 
sempre teve ligação com a contabilidade. Segundo Iudicibus 
(2000a), que também enfatiza sobre o surgimento da conta-
bilidade, a função existe desde os primórdios da civilização e, 
durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração 
mercantil. O homem enriquecia, e isso impunha o estabele-
cimento de técnicas para controlar e preservar os seus bens. 
Através dessa contextualização, se inicia a história da contabi-
lidade, que se divide em quatro períodos. São eles: 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
28
CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia 
com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã;
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai 
de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de 
Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) 
de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teo-
ria contábil do débito e do crédito corresponde à Teoria dos Nú-
meros Positivos e Negativos, obra que contribuiu para inserir a 
Contabilidade entre os ramos do conhecimento humano; 
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai 
de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità 
Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da autoria 
de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria; 
CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se 
inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Com todo o avan-
ço da ciência verificado nos últimos anos, a área contábil igual-
mente vem seguindo o ritmo da evolução da informática e está 
trilhando os caminhos do desenvolvimento, visando a atingir os 
padrões de agilidade e qualidade exigidos pela sociedade.
A história da contabilidade no Brasil é recente comparando-se 
com os países europeus. Gelatti e Meneghetti (2010) mencionam 
que o primeiro contato da contabilidade com o país ocorreu de-
vido à necessidade de controle das transações mercantis. Desde 
então, a contabilidade evoluiu significativamente, tornando-se 
uma ferramenta indispensável à gestão das empresas. 
Mas as transformações que destacariam mais ainda a atividade 
de contabilidade foram determinantes no desenvolvimento da 
área. Os autores Sasso e Rosa (2011) ressaltam que, nas últimas 
décadas, ocorreram mudanças significativas nos procedimen-
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tos contábeis, passando da escrituração manual para a mecânica 
e atualmente para a digital. Hoje é possível a utilização de pro-
gramas, através dos computadores, que facilitam os trabalhos 
contábeis proporcionando rapidez e segurança aos processos, 
minimizando falhas e gerando maior eficácia das informações.
Entretanto, para atingir esse grau de automação da contabili-
dade, foi preciso romper as barreiras de implementação, prove-
nientes da mudança de tecnologia e, até mesmo, do comporta-
mento do contador. Todavia, a informática representa grandes 
benefícios, de um lado a centralização das informações, que an-
tes eram controladas por várias áreas, e de outro, o nível geren-
cial das informações que auxiliam no processo decisório.
“Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se da con-
tabilidade para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a 
maioria das empresas”, explanou Marion (1995, p. 24). Baseado 
nesse conceito, as novas tecnologias, cada vez mais avançadas, 
permitem os profissionais da contabilidade fazer um melhor 
uso dessas ferramentas, tornando-as verdadeiras estratégias de 
mercado, no que diz respeito à agilidade com que são geradas, 
assim como à credibilidade delas, pois se baseiam em dados do 
passado e presente permitindo traçar estratégias para o futuro.
Já Souza (2012, p. 16) destaca que é evidente que, com a globali-
zação e o avanço do mercado mundial, as empresas passaram 
a ter a obrigação de se modernizar, e, com ela, a contabilidade 
passou da fase manuscrita para a mecânica. Os profissionais, 
com o auxílio de máquinas, preenchiam as fichas de maneira 
mais automática, tendo um significado avanço na praticidade 
das informações.
Nesse contexto da história e evolução do sistema contábil, o SPED 
representa uma evolução no conjunto de obrigações de natureza 
acessória, primando pela modernização da administração tribu-
tária que prioriza agilidade, segurança e eficiência na prestação 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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de informações e no cumprimento das obrigações dos contri-
buintes. Ou seja, esse efeito modernizador se estabelece após todo 
histórico da contabilidade, facilitando a vida do contribuinte, me-
lhorando a relação fisco-contribuinte, além da contabilidade.
Como premissa básica, o SPED não tem como objetivo alterar 
a forma como a obrigação principal é apurada e paga. Sabe-se 
que pelo tributário nacional, os contribuintes tem dois tipos de 
obrigações tributárias, são elas: principal (pagamento do tributo 
ou pagamento de penalidade pecuniária) e acessória (escritura-
ções de documentos, livros prestação de informações ao fisco, 
o envio ou esclarecimento de qualquer informação vinculada). 
Com esse raciocínio, é possível afirmar que o SPED veio para 
aperfeiçoar técnicas operacionais de registros, mantendo o con-
trole de todas as operações (ou tipo de informações) através do 
seu monitoramento em relação ao recebimento de informações 
da empresa. Já ossubprojetos, aprimoram as atividades com a 
utilização de tipos, que são conjuntos de informações.
Ou seja, primando à modernização da administração tributária, 
com aspectos de agilidade, conforto e eficiência, o SPED veio re-
presentando uma evolução no conjunto das obrigações de natu-
reza acessória além de facilitar a vida do contribuinte.
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1.4 Inteligência Artificial na Contabilidade
Para entrarmos nesse assunto é interessante trazer aqui a se-
guinte frase: “Todos os aspectos das nossas vidas serão trans-
formados, e isso pode ser o maior evento na história da nossa 
civilização”. Quando Stephen Hawking, físico e cientista disse 
isso ele estava se referindo a Inteligência Artificial (AI).
Muitas pessoas, atualmente, acreditam que o termo Inteligência 
Artificial (IA) se trata de algo novo. Porém, esse termo é utilizado 
desde 1965, ou seja, possui mais de 50 anos. Os primeiros avan-
ços tecnológicos que direcionavam e conduziam os próximos 
eventos para a utilização de IA criaram uma expectativa onde 
se acreditava que tudo aconteceria de maneira muito rápida, 
assim muitas empresas fizeram investimentos em pesquisas e 
desenvolvimento, com a finalidade de aprimorar ferramentas 
que já faziam utilização da IA, mas isso não aconteceu como o 
esperado. 
Devido a esse fato surgiu um termo na época chamado de era 
negra ou era das trevas da IA, isso um pouco depois de 1965. 
Pois, cerca de 20 anos depois do surgimento do termo nada 
saiu do lugar e mesmo empresas fazendo investimentos, não 
obtiveram êxito.
Hoje é possível falar mais sobre a Inteligência Artificial devido 
ao nosso cenário ser completamente diferente do antigo. Para 
que a IA existisse e pudesse evoluir rapidamente, era necessá-
rio que ela tivesse experiência, acumulo de dados. Isso pelo fato 
de que a capacidade da máquina de aprender, pensar e agir de 
forma automática a ponto de interagir sem a necessidade de co-
mandos para a execução de algumas ações necessita desses da-
dos. No momento em que surge o termo Inteligência Artificial, 
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não existia um grande acumulo de dados e nem tantas experiên-
cias como atualmente, principalmente dentro da internet.
Para que a IA possa existir é necessário que haja Big Datas, ou 
seja, uma grande quantidade de dados e que eles sejam estru-
turados. Como por exemplo, ao subir uma foto na internet, ou 
ao ouvir uma música. Não necessariamente essas informações 
estão estruturadas de maneira lógica, porém a partir do mo-
mento onde temos ferramentas lógicas, como as Big Datas, tra-
balhando para estruturar essas informações podemos utilizar 
as mesmas, para a aprendizagem das máquinas. É necessário 
que exista também mais dados armazenados nas nuvens e bons 
modelos de dados.
Trazendo esse contexto para dentro da contabilidade, é possí-
vel comparar as Big Datas com o imposto de renda da pessoa 
física. Imagine que você esteja fazendo o preenchimento da de-
claração do imposto de renda da pessoa física, com certeza esse 
formulário será bem estruturado. Ele irá te pedir os dados do 
contribuinte, informações sobre bens e direitos, dívidas e ônus, 
e virá totalmente preparado para receber essas informações. 
Porém o Fisco, hoje, possui acesso a uma quantidade de infor-
mações maior do que as existentes nas declarações, no entanto 
essas informações não são estruturadas como na declaração e 
é nesse momento que entra a Big Data. Com a utilização dessa 
ferramenta tecnológica pode-se fazer uma estruturação, para 
que utilizem na sua finalidade principal que é a fiscalização. 
Existem diversas pesquisas onde falam que o fisco utiliza in-
formações contidas nas redes sociais do contribuinte para fazer 
um cruzamento entre as apresentadas nos formulários e o real 
padrão de vida do contribuinte. 
Atualmente, conviemos com a inteligência artificial em diversos 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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momentos do nosso dia, através de aplicativos como Facebook, 
Google, Netflix, Amazon, Waze, entre outros. Podemos utilizar 
como exemplo, a ação de postagem de uma foto do Facebook. É 
completamente natural que o mesmo faça um reconhecimento 
facial da foto e sugira uma marcação para as pessoas presentes 
na foto. Isso é um dos desenvolvimentos e atribuições da inteli-
gência artificial. 
Outro exemplo bem comum é uma pesquisa no Google, pode-
mos observar esse exemplo em dois aspectos. O primeiro seria 
ao escrever palavras para realizar uma pesquisa, a ferramenta 
faz a sugestão da continuação da frase com base nas pesquisas 
de milhares de outras pessoas e também faz uma sugestão de 
correção para algumas palavras que você tenha escrito errado 
naquele momento.
O Netflix também faz parte desse conjunto de aplicativos que 
você utiliza no dia-a-dia e que fazem uso da Inteligência Artifi-
cial. Através de algoritmos, ele determina qual o seu perfil e faz a 
sugestão do que assistir na sequência, baseando-se no seu histó-
rico de pesquisa e também no que você gosta de assistir dentro da 
plataforma. 
Assim como Spotify e Youtube Music. Esses aplicativos determi-
nam o seu gosto de acordo com o seu padrão de consumo dentro 
da plataforma.
Tratando-se da IA e trazendo ela, novamente, para o contexto 
da contabilidade. É comum imaginar que ao chegar ao seu am-
biente de trabalho você se depare com um robô fazendo a folha 
de pagamento e enviando para o cliente, porém não será isso 
que irá acontecer. 
Mas com tudo isso, já é possível imaginar para um futuro pró-
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ximo, que você tenha um atendente virtual que irá te notificar 
“linkado” ao teu software de escrituração contábil, fiscal e folha 
de pagamento, aonde esse assistente irá te enviar a seguinte 
mensagem. “Hoje é dia 02 e o cliente X não enviou as incidên-
cias da folha de pagamento, deseja que eu faça o envio de um 
e-mail solicitando essas incidências?”, então você responde sim 
e o teu sistema, de maneira automática, vai enviar para aquele 
e-mail que está no cadastro do teu cliente uma mensagem falan-
do sobre as incidências.
Então, quando seu cliente responder o e-mail enviando as incidên-
cias da folha de pagamento, você também irá receber uma mensa-
gem no seu WhatsApp com a seguinte informação, “Recebi as inci-
dências da folha de pagamento, devo importa para o sistema? ”, e 
você apenas irá responder sim e ele executará todo o processo. 
É importante ressaltar que essas situações são para procedi-
mentos de rotina, que de fato podem ser substituídos por um 
sistema de automação. Para exemplificar, eu irei dar continui-
dade ao exemplo das incidências. Após realizar a importação, 
o sistema irá te perguntar se pode gerar a folha de pagamento 
do cliente, nesse caso você irá responder que sim e em seguida 
ele irá te perguntar “Posso enviar a folha de pagamento para o 
cliente?”, nesse momento você irá informar que não, pois você 
ainda precisa fazer a revisão para atestar que todas as informa-
ções presentes na folha estão corretas.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Afinal, o real trabalho do profissional de contabilidade é fornecer 
informações uteis para tomada de decisão, é para isso que serve 
a contabilidade. Não é necessário que fiquemos agarrados com 
o processo de escrituração de uma nota fiscal, do lançamento 
de uma incidência da folha de pagamento no sistema. Isso deve 
realmente ser aprimorado e deixado para que a tecnologia rea-
lize e assim possamos focar nosso esforço intelectual na análi-
se dessas informações. Assim sendo possível fazer com que tua 
rotina de trabalho seja menos operacional, consequentemente, 
deixando de ser cansativa.
Por fim gostaria de finalizardizendo que nossa profissão não 
existe para exercer funções operacionais, isso temos que deixar 
para as máquinas. Nós, temos um papel fundamental para a ges-
tão e condução de qualquer negócio. Ou seja, com o advento da 
IA para uma automação inteligente de rotina, nós teremos liber-
dade para gastar tempo com aquilo que gera, verdadeiramente, 
valor para empresa que necessitam dos serviços contábeis.
SISTEMA PÚBLICO
DE ESCRITURAÇÃO
DIGITAL
Capítulo 2
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
38
2.1 Contextualização
Antes do avanço tecnológico as escriturações dos livros de na-
tureza fiscal e contábil eram feitos manualmente. Comparando 
com os dias atuais podemos considerar esse modelo de escritu-
ração como anacrônico e obsoleto. Pois, no contexto atual tudo 
é feito de maneira digital.
Mas a digitalização só veio acontecer de maneira completa 
após o surgimento do Sistema Público de Escrituração Digi-
tal (SPED). Ou seja, após o surgimento desse sistema, todas as 
empresas, sendo elas grandes ou pequenas, tiveram que passar 
por um processo de adaptação ao SPED e com isso tiveram que 
formalizar esse procedimento, implicando utilizar métodos de 
sistemas de gestão como medida proativa.
Em um cenário onde fatores como tempo e prevenção são pri-
mordiais para o atingimento de metas das empresas, o uso do 
SPED gera uma celeridade na produtividade, segurança na apli-
cação de seus subprojetos, promove fortalecimento do controle 
da fiscalização, bem como do combate à sonegação fiscal. 
 Apresentação
Costumo dizer em palestras e treinamentos que o SPED pode 
ser simplesmente entendido, como um sistema que recebe vá-
rios tipos de informações das empresas. Sendo assim, os docu-
mentos fiscais eletrônicos têm papel fundamental no contexto 
do sistema tendo em vista que as informações que nascem dos 
documentos fiscais eletrônicos transitam pelas escriturações 
fiscais e desaguam na contabilidade. O SPED nada mais é que 
um sistema que une atividades de recepção e armazenamento 
de dados de notas fiscais eletrônicas, validando livros e docu-
 Apresentação
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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mentos que integram a escrituração comercial e fiscal das orga-
nizações. O fisco definiu previamente o formato que gostaria de 
receber cada tipo de informação, seja das operações comerciais 
acobertadas por notas fiscais eletrônicas ou até mesmo dados 
complexos de natureza contábil.
Criado pelo decreto n° 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o SPED 
faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Gover-
no Federal (PAC 2007-2010) tendo como objetivo melhorar a re-
lação entre fisco e contribuinte através da informatização. Por 
ser uma ferramenta do Governo, a monitoria do sistema é feita 
pela Receita Federal. O processo de modernização do sistema é 
compreendido juntamente com o cumprimento das obrigações 
acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações 
tributárias e aos órgãos fiscalizadores, por isso, adota a certifica-
ção digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos 
assim assegurando a validade jurídica destes. Por ser uma ini-
ciativa integrada das administrações tributárias nos âmbitos fe-
deral, estadual e municipal o SPED mantém uma parceria bem 
sucedida com vinte instituições, entre órgãos públicos, conse-
lho de classe, associações e entidades civis na sua estruturação 
tendo iniciado com os seguintes projetos Escrituração Contábil 
Digital, Escrituração Fiscal Digital e a NF-e-Ambiente Nacional.
Nesse sentido, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) trata-se de uma 
obrigação acessória que carrega uma série de informações a 
respeito da obrigação principal. Por exemplo, é preenchido na 
NF-e, em cada item, qual o CST e a tributação do PIS, COFINS, 
ICMS e IPI. Além da NF-e carregar uma série de informações de 
natureza gerencial da empresa tais como: descrição do produto, 
código interno utilizado pela empresa, NCM, unidade de medi-
da, e todas essas informações vão compor a escrituração fiscal. 
É valido ressaltar que a nota fiscal surgiu em 2005 e trouxe uma 
grande revolução como modelo operacional das organizações. 
Evoluiu de um contexto de papel, onde as eram produzidas ma-
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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nualmente, passou para um contexto onde eram impressas em 
formulários contínuos e mais atualmente aderindo a um mo-
delo digital que também traz impacto nas rotinas operacionais 
das empresas.
É sabido que existem vários segmentos explorados nas ativida-
des econômica do nosso país. Onde empresas recebem diversos 
tipos de informações, e consequentemente, existe uma utiliza-
ção de diversos softwares para fazer o controle da gestão dessas 
empresas, assim tornando essas informações diferentes.
Para poder utilizar essas informações de forma correta no ge-
renciamento de políticas públicas e fiscalizações, o Fisco desen-
volveu um grande sistema (SPED) dividido em subprojetos que 
atuam como braço desse sistema maior dividindo por tipos es-
ses conjuntos de informações.
Seguindo um mesmo raciocínio foi criado um layout detalhado, 
intitulado como SPED Fiscal ou EFD ICMS-IPI onde os contri-
buintes irão enviar, em meio digital, informações a respeitos 
desses tributos. A ferramenta faz a apresentação de todas as in-
formações de interesse do fisco.
Pode-se observar também a EFD Contribuições, que foi desen-
volvido para que os contribuintes possam enviar informações 
relacionadas ao PIS, COFINS e a contribuição previdenciária 
sobre receita bruta (CPRB).
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O SPED Contábil, onde os contribuintes enviam suas informa-
ções da contabilidade, em tese, sem interferências da legisla-
ção fiscal.
O SPED ECF que tem como finalidade receber informações da 
apuração do IRPJ (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas) e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Ou seja, o SPED é um projeto que possui diversos subprojetos 
para lhe auxiliar no recebimento das informações fornecidas 
pelas empresas. Porém o mesmo não tem a intenção de mu-
dar a forma como a obrigação principal é apurada e paga. Mas 
sim, tem o objetivo de dar mais agilidade, conforto e eficiência 
na prestação de informações no cumprimento das obrigações/
acessórias, facilitando a vida do contribuinte e melhorando a re-
lação com o fisco.
É necessário ter uma mentalidade aberta e entender que o proje-
to se trata de um novo modelo de apresentação de informações 
com um alto nível de detalhamento, que proporciona um conhe-
cimento muito maior que o modelo antigo no que diz respeito às 
operações praticadas pelos contribuintes e assim desmistificar 
paradigmas e objeções, que existem por parte dos profissionais 
que atuam com o SPED.
 Histórico
Em junho de 2004 com o intuito de tratar acerca da Emenda 
Constitucional n°42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, onde 
ela introduziu o inciso XXII ao artigo 37 da Constituição Fede-
ral onde determina às Administrações Tributárias da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios atuarem de forma 
integrada, compartilhando cadastros e informações fiscais. Foi 
promovido, em Salvador o I Encontro Nacional de Administra-
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dores Tributários (ENAT) onde estavam presentes o secretário 
da Receita Federal, os secretários de Fazenda dos estados e do 
Distrito Federal e o representante das secretarias de Finanças 
dos municípios das capitais.
Esse encontro teve como objetivo buscar de maneira conjunta 
com as três esferas governamentais, soluções, para obter maior 
integração administrativa entre estas; melhoria da fiscaliza-
ção com ações coordenadas e integradas; fazer a diminuição 
de custos e da carga de trabalho operacional noatendimento, 
entre outros. Em face disso foram aprovados, dois protocolos 
de Cooperação Técnica, onde sua finalidade era a construção 
de um cadastro sincronizado que atendesse aos interesses das 
Administrações Tributárias da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios, e outro, voltado para o desenvolvi-
mento de métodos e instrumentos para as referidas entidades 
públicas. Em 2005 houve o II ENAT com a finalidade de efetivar 
o intercâmbio após a assinatura dos Protocolos de Cooperação 
nos 2 e 3 para fazer a implantação do Sistema Público de Escri-
turação Digital e a Nota Fiscal Eletrônica.
Dentre as medidas anunciadas pelo Governo Federal, em 22 de 
janeiro de 2007, para o Programa de Aceleração do Crescimento 
2007-2010 (PAC) que tem como objetivo promover a aceleração 
do crescimento econômico no país, o aumento de emprego e a 
melhoria das condições de vida da população brasileira consta a 
implantação do SPED e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) no prazo 
de dois anos, no item referente ao Aperfeiçoamento do Sistema 
Tributário. Dentro do âmbito da Receita Federal, o SPED faz 
parte do Projeto de Modernização da Administração Tributária 
e Aduaneira (PMATA) que reside na implantação de novos pro-
cessos apoiados por sistemas de informação integrados, tecno-
logia da informação e infraestrutura logística adequada.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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 Benefícios
São muitos os ganhos na adequação do projeto SPED, pois o 
mesmo oferece diversos benefícios. O sistema possibilita o au-
mento da produtividade do auditor através da melhoria da qua-
lidade de informação visto que há possibilidade de cruzamento 
entre os dados contábeis e os fiscais. Agora há a possibilidade, 
para os contribuintes, de uma troca de informações partindo 
de um leiaute padrão.
Um dos vários benefícios é a redução do tempo exigido para a 
execução das operações. Tendo em vista que antes seriam ne-
cessário horas e horas de trabalho manual e consequentemen-
te, de um ponto de vista ecológico, acabando com o uso dema-
siado de papel que também culmina na diminuição do risco de 
perda de dados importantes através de desastres como enchen-
tes, incêndios, e etc.
Outro ponto a ser levado em consideração foi a não mais ne-
cessidade de visitas de auditores fiscais dentro das instalações 
das empresas, assim evitando também o envolvimento invo-
luntário em práticas fraudulentas. Tendo em vista que devido 
a informatização do processo, agora é possível o acesso às in-
formações de forma rápida e prática pois há uma uniformida-
de independente da unidade da federação, assim gerando um 
controle mais robusto e eficiente aprimorando o combate à so-
negação fiscal.
Outro ponto positivo para se destacar é também a profissionali-
zação de atividades que no passado eram apenas operacionais, 
que hoje ganham um de modernidade e de extrema importân-
cia para uma gestão tributária eficaz nas organizações.
Hoje, as informações que são transmitidas ao fisco ocorrem de 
maneira automática, assim impedindo que os empresários, que 
na sua maioria são os principais geradores de informação para 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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os SPED-s, comentam algum ato de interferência tributária, 
pois quando trabalhavam num modelo mais antigo quando 
esse tipo de coisa acontecia, o contador contratado após iden-
tificar teria que fazer a correção do equívoco no momento em 
que iria fazer a escrituração fiscal. Nesse contexto é necessária 
agora a preocupação tanto com as atividades empresariais e 
o sucesso do seu negócio, como também se preocupar em fa-
zer um gerenciamento eficaz dos aspectos tributários. Pres-
supondo que nesse último, seja necessário um conhecimento 
conjunto da legislação das obrigações tributárias de natureza 
principal e acessória.
 Legislação
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) instituído 
pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Um fato inte-
ressante que gosto de observar é que, apesar do decreto que ins-
titui no ambiente jurídico brasileiro o projeto SPED ser do ano 
de 2007 o primeiro subprojeto desse grande sistema nasceu em 
2005, a NF-e, por meio do ajuste SINIEF 07 daquele ano, fato 
que iremos estudar em capítulos mais a frente.
A legislação do nosso país é vista muitas vezes como com-
plexas e em alguns casos torna-se um grande obstáculo para 
empresários.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Para demonstrar esse assunto, costumo utilizar em sala de aula, 
um exemplo em torno da Lei nº 10.925 de 2004. Ela determina 
em seu 1º Art., que ficam reduzidas à zero as alíquotas de PIS e 
COFINS referente ao leite fluido pasteurizado, industrializado 
ou ultra de forma ultrapasteurizado.
Posterior a esse raciocínio surge o seguinte questionamento 
“esse benefício consegue alcançar o leite de cabra?” Parece até 
uma pergunta óbvia já que se trata do mesmo material, o leite. 
No entanto, a reflexão faz-se necessário compreender o posicio-
namento da Receita Federal. 
Numa solução de consulta do ano de 2013, nº 114/13 / 8ª Região 
Fiscal, a Receita Federal fez referência ao Decreto nº 30.691/52, 
que cita em seu Art. 475, revogado pelo Decreto n° 9.013/2017 em 
seu Art. 245, que entende por leite o produto oriundo da orde-
nha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas 
sadias, bem alimentadas e descansadas. Trazendo para uma 
linguagem mais simplificada, para o decreto, na visão do fisco, 
somente é considerado leite de vacas sadias e bem alimentadas.
Então, como mensurar isso na prática? Como saber se a vaca 
foi bem alimentada ou se estava bem descansada, no intuito 
de definir se o produto será tributado ou terá o benefício da 
alíquota zero?
O entendimento da Receita Federal ficou expresso na resposta 
da solução de Consulta nº 114/2013, mencionada anteriormente. 
O mesmo diz que “a redução a zero das alíquotas da Contribui-
ção para o PIS/PASEP (...) na redação que lhe foi dada pela Lei nº 
11.488/07, no que tange ao leite é aplicável às receitas de venda 
apenas do leite derivado de vaca, conforme se depreende do Art. 
475 de Decreto nº 30.691/52”. 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Assim ficando subentendida uma discussão pertinente. Onde 
a obrigação tributária principal, que é pagar o PIS e COFINS, 
passa pelo entendimento correto de como se deve proceder no 
momento desses cálculos. Na prática, a tributação é baseada na 
classificação da Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). 
Ou seja, seria necessário ter que classificar o NCM do leite da 
vaca de uma forma e do leite de cabra de outra. No entanto, no 
caso de utilização da mesma classificação de NCM, os produtos 
têm momentos distintos, onde em um ele passa a ser tributado 
para fins de PIS/COFINS, e no outro, de alíquota zero.
O ICMS é um dos principais meios de arrecadação do nosso 
País e com base na legislação que trata dos documentos fiscais, 
ressalta-se o Convênio S/N de 1970, onde determina que contri-
buintes do ICMS emitam, conforme a realização das operações, 
os seguintes documentos: Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A; Nota Fis-
cal de Venda a Consumidor, modelo 2; Cupom Fiscal, emitido 
por ECF (Equipamento Emissor de Cupom Fiscal); Nota Fiscal 
de Produtor, modelo 4. Dessa maneira torna-se imprescindível 
entender sobre as obrigações principais do cálculo do ICMS.
Para exercer de maneira correta o SPED é necessário entender 
sobre a legislação estadual, seus cronogramas, prazos, regras e 
tudo que se diz respeito à implantação e execução de projetos. 
Como também é de extrema importância a consulta aos regula-
mentos, pois ela permite a verificação da instituição dos docu-
mentos fiscais eletrônicos, que acontecem por meio dos ajustes, 
protocolos ou até mesmo convênios.
 Objetivos
O principal objetivo do SPED é darrastreabilidade às operações 
realizadas pelos contribuintes, permitindo que de um processo 
de fiscalização seja possível fazer a identificação de ilícitos tri-
butários de maneira mais rápida. Tendo em vista a melhoria do 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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controle dos processos. É importante ressaltar aqui que não é 
objetivo do SPED acabar com a sonegação, caso fosse esse seu 
objetivo o projeto poderia ser considerado um total fracasso.
Outro objetivo do sistema é uniformizar e racionalizar as obri-
gações acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento 
de uma transmissão única de distintas obrigações acessórias de 
diferentes órgãos fiscalizadores.
 Premissa
É possível destacar dentro das suas premissas a redução de cus-
tos para o contribuinte, a eliminação da concorrência desleal 
assim aumentando a competitividade entre as empresas; pro-
porcionar melhor ambiente de negócios para as empresas no 
país e a manutenção da responsabilidade legal pela guarda dos 
arquivos eletrônicos da Escrituração Digital pelo contribuinte e 
por extensão reduzir os custos para este e disponibilizar aplica-
tivos para emissão e transmissão da Escrituração Digital e da 
NF-e para uso opcional.
Ainda é possível acrescentar que o documento oficial é o docu-
mento eletrônico com validade jurídica para todos os fins. Pre-
tende utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil, criar na 
legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração Di-
gital e da Nota Fiscal Eletrônica.
 Universo de atuação
A facilidade de acesso à escrituração, mesmo ainda não sendo 
possível em tempo real, resulta na melhoria de procedimento, 
pois ela possibilita a ampliação da seleção de contribuintes e 
quando necessário à realização de auditorias, reduz de uma ma-
neira considerável o tempo utilizado para a operação.
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Após um cruzamento de dados do SPED é possível destacar os 
principais erros encontrados no sistema, são eles:
Utilização de alíquotas incorretas de tributos.
Aproveitamento indevido de benefícios fiscais e/ou paga-
mento maior.
Falhas em parâmetros de software que geram divergên-
cias entre obrigações acessórias.
 
Operações com contribuintes inativos ou inidôneos.
Ausência e omissões de informações.
No que se trata da atuação do SPED o sistema irá receber infor-
mações dos diversos subprojetos que fazem a segmentação des-
tas, sendo de natureza fiscal ou contábil. É possível destacar que 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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as principais dificuldades do projeto são de ordem tecnológica, 
processuais (de processos), gestão da informação e, algumas ve-
zes, de capital humano.
Para evitar os riscos fiscais nas operações referentes ao SPED é 
necessário que haja a conciliação do conhecimento da legislação 
tributária principal com o conhecimento da legislação acessó-
ria. Assim é possível evitar que se cometam esses erros comuns, 
principalmente o de omissão de informações.
DOCUMENTOS
FISCAIS
ELETRÔNICOS
Capítulo 3
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
52
3.1 Preâmbulo 
Os maiores impactos do projeto SPED para a sociedade são, 
sem sombra de dúvidas, os documentos fiscais eletrônicos, 
visto que o número de empresas atingidas pela substituição 
de notas fiscais em papel pelos seus equivalentes digitais em 
todo país foi enorme. Hoje os documentos fiscais eletrônicos 
são uma realidade em todas as organizações. 
No que tange aos módulos de documentos fiscais eletrônicos 
do SPED, todos os anos são quebrados recordes de utilização 
destes modelos. A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – um dos gran-
des projetos do SPED – conta atualmente com mais de 21 bi-
lhões de documentos autorizados e mais de 1 milhão de emis-
sores. O projeto é desenvolvido, de maneira integrada, pelas 
secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, 
a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, que atribui 
ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores 
Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação e a responsabi-
lidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto NF-e.
A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), documento 
digital para o varejo, tornou-se realidade em quase todos os es-
tados da Federação com imenso potencial de simplificação das 
relações de consumo. 
O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) também é 
um projeto desenvolvido, de forma integrada, pelas secretarias 
de Fazenda dos estados e Receita Federal do Brasil. O número 
de documentos autorizados já alcançou a casa de 2 bilhões e 
um total de 77,1 mil.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
53
3.2. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)
A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um documento, que tem 
como principal objetivo documentar uma operação de circu-
lação de mercadorias (geralmente entre pessoas jurídicas) e é 
emitido e armazenado eletronicamente, existente apenas no 
meio digital em formato XML. Sua validade jurídica é garan-
tida através da assinatura digital do remetente, utilizando um 
certificado digital. A recepção pelo fisco em relação ao arquivo 
eletrônico, antes da ocorrência do fato gerador, garantirá a au-
torização do almejado documento fiscal. 
Após a assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27 de agosto 
de 2005, a Receita Federal, junto com as secretarias de Fazen-
da dos Estados do Brasil, desenvolveram o projeto Nota Fiscal 
Eletrônica (NF-e). Com a finalidade de facilitar e melhorar o 
compartilhamento de informações entre os fiscos, reduzir 
custos e entraves burocráticos assim facilitando o cumpri-
mento das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e 
contribuições e também aumentando o controle e fiscalização.
Como falado anteriormente, a chegada da nota fiscal eletrô-
nica veio revolucionando o modelo operacional das organiza-
ções, saindo de um contexto de papel para um modelo inteira-
mente digital.
Alguns dos benefícios e vantagens que o projeto possibilitou 
para toda as partes envolvidas foi:
Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;
Redução de custos no processo de controle das notas fiscais 
capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito;
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
54
Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;
Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando 
um melhor intercâmbio e compartilhamento de informa-
ções entre os fiscos;
Possibilidade do cruzamento eletrônico de informações;
Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e 
fiscal da Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas 
Estaduais;
Fortalecimento da integração entre os fiscos, facilitando 
a fiscalização realizada pelas Administrações Tributárias 
devido ao compartilhamento das informações das NF-e;
Aumento da produtividade da auditoria através da elimi-
nação dos passos para coleta dos arquivos;
Rapidez no acesso às informações;
Eliminação do papel.
Para a emissão de uma nota fiscal eletrônica, é necessário rea-
lizar alguns procedimentos tais como:
Possuir certificado digital credenciado ao ICP-Brasil (in-
fraestrutura de chaves públicas);
Solicitar credenciamento junta à Secretaria de Fazenda 
do seu estado;
Preparar um sistema de faturamento;
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
55
Testar por diversas vezes, em ambiente de homologação, 
todas as situações comerciais da operação que se irá pra-
ticar, antes de ir para o ambiente de produção;
Emitir em ambiente de produção.
A NF-e em regra é utilizada para acobertar operações comer-
ciais entre pessoas jurídicas. No entanto a nota passa a ser um 
documento hábil mesmo para pessoa física, um exemplodisso 
é quando ocorre uma operação interestadual. Caso o contri-
buinte venda para outro estado, nessa hipótese, a NF-e modelo 
55 passar a ser o documento hábil. 
 
Nesse contexto é importante lembrar que o arquivo da própria 
NF-e é o arquivo XML, é o leiaute existente na nota e precisa 
necessariamente ser arquivado no intuito de haver um geren-
ciamento eletrônico dos documentos gerados.
O DANFE é um documento auxiliar da NF-e, que carrega in-
formações semelhantes a da NF-e, porém não a substitui. Para 
ele existem outras finalidades, dentre elas, a de acompanhar 
o trânsito da mercadoria e facilitar o processo de escrituração 
dos documentos fiscais. 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Ou seja, de nada vai adianta arquivar o DANFE, que é um do-
cumento auxiliar, e não ter o arquivo XML. 
É importante ressaltar que apenas informações como NCM, 
endereço, descrição de um produto ou informação comple-
mentar poderá ser corrigido por meio da utilização da carta de 
correção, porém não será possível fazer a alteração de valores 
de tributos, data de emissão e saída da mercadoria, ou infor-
mações do destinatário do emitente. 
3.3 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e)
Conhecido pelo modelo 57, o Conhecimento de Transporte 
Eletrônico (CT-e) trata-se de um novo modelo de documento 
fiscal eletrônico que foi instituído pelo Ajuste SINIEF 09/07, de 
25 de outubro de 2007, que poderá ser utilizado para substituir 
um dos seguintes documentos fiscais:
Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;
Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;
Conhecimento Aéreo, modelo 10;
Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;
Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Car-
gas, modelo 27;
Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando 
utilizada em transporte de cargas.
 E como documento fiscal eletrônico no transporte dutoviá-
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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rio e, atualmente, nos transportes Multimodais, modelo 26.
O objetivo do CT-e é fazer a documentação de serviços de 
transportes. A sua validade jurídica é garantida através da as-
sinatura digital do emitente e a autorização de uso fornecida 
pela administração tributária do domicílio do contribuinte. 
Podemos conceituar o CT-e como um documento de existên-
cia exclusivamente digital, em formato XML e é emitido e ar-
mazenado eletronicamente. O CT-e é o que melhor cumpre a 
premissa da substituição dos modelos em papel e fazer a elimi-
nação da redundância das obrigações acessórias.
Para fazer uma melhor explicação sobre o CT-e, é possível elencar 
suas principais vantagens em relação a três vertentes, dentre elas:
1) Economia:
 Custo de impressão dos documentos fiscais.
 Aquisição de papel.
 Simplificação de obrigações acessórias.
 Armazenamento de documentos – GED.
2) Agilidade:
 Redução do tempo de parada de caminhões em postos
 fiscais.
 Incentivo ao B2B, diante da utilização de padrões
 abertos de comunicação.
3) Fisco:
 Aumento da confiabilidade e controle fiscal.
 Diminuição de sonegação e aumento da arrecadação.
Os procedimentos para emissão do CT-e são:
Solicitar credenciamento na SEFAZ.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Possuir certificação digital (modelo A1 ou A3).
Ter acesso à internet.
Adaptar seus sistemas de faturamento ou usar.
Testar seus sistemas em ambiente de homologação.
Assim como a NF-e, o CT-e também tem o seu documento au-
xiliar que é o DACTE (Documento Auxiliar do Conhecimento 
de Transporte Eletrônico). Ele é um documento que tem como 
função: conter a chave numérica de 44 posições (a mesma que 
também é encontrada nos demais documentos fiscais eletrô-
nicos), acompanhar a mercadoria em trânsito, além de auxiliar 
no processo de escrituração. 
O sistema possui características tais como: a possibilidade de 
ser impresso em qualquer tipo de papel (exceto papel de jornal) 
e deve ser impresso sempre antes da circulação da mercadoria. 
É muito importante que esse documento permita a legibilida-
de do conteúdo presente.
São três as formas de contingências do CT-e que também 
se aplicam à NF-e modelo 55 e são elas: FS-DA - Formulário 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
59
de Segurança Documento Auxiliar; EPEC - Evento prévio de 
emissão em contingência; SVC - SEFAZ Virtual Contingência 
(método mais convencional).
Uma dúvida bastante pertinente entre os contribuintes é se 
existe a possibilidade de fazer a alteração do CT-e. Caso o do-
cumento já tenha seu uso autorizado pela SEFAZ, um CT-e não 
poderá sofrer nenhuma alteração, pois qualquer modificação 
no seu conteúdo invalida a sua assinatura digital. O que o emi-
tente poderá fazer é, antes de iniciada a prestação de serviço de 
transporte, efetuar o cancelamento do atual CT-e fazendo isso 
por meio da geração de um arquivo XML que existe especifica-
mente para isso. E da mesma maneira que é necessária a autori-
zação da SEFAZ para emissão de um CT-e também é necessária 
a autorização da mesma para o seu cancelamento e o leiaute do 
arquivo de solicitação de cancelamento poderá ser consultado 
também no Manual de Integração do Contribuinte.
Para fecharmos o tópico sobre CT-e, é válido destacar que pra-
zo para o cancelamento do Conhecimento de Transporte Ele-
trônico é de sete dias.
3.4 Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e)
O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) tam-
bém é um documento digital, logo sua emissão e armazena-
gem são feitas eletronicamente. Eles servem para vincular os 
documentos fiscais transportados na unidade de carga utiliza-
da, cujo sua validade jurídica é garantida através da assinatura 
digital do emitente e por uma autorização de uso pelo Ambien-
te Autorizador. O MDF-e é instituído pela legislação aprova-
da de Ajuste SINIEF 21/2010. Entretanto é possível também 
consultar o Convênio ICMS 92/2012, o Ato COTEPE 38/2012 
(layout), além dos ajustes SINIEF 24/2010 e 24/2014.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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O seu objetivo é a utilização de um modelo nacional de docu-
mento eletrônico que substitui o convencional, e em papel, ma-
nifesto de carga. Esse documento foi desenvolvido de maneira 
integrada pela Receita Federal do Brasil, Superintendência da 
Zona Franca de Manaus e representantes as transportadoras 
e Agências Reguladoras do segmento de transporte. O MDF-e 
veio para substituir o antigo modelo 25 de cargas. Nesse mani-
festo de carga eram especificadas as notas fiscais que estavam 
sendo transportadas em uma unidade de cargas. Em seu atual 
equivalente eletrônico, observa-se a substituição do papel pelo 
modelo digital. 
 
A emissão do sistema deverá ser feita pelos contribuintes emi-
tentes de CT-e, no transporte de cargas fracionadas, assim 
entendida a que corresponda a mais de um conhecimento de 
transporte ou pelos contribuintes emitentes de NF-e no trans-
porte de bens ou mercadorias acobertadas por mais de uma 
NF-e, realizado em veículos próprios ou arrendados, ou me-
diante contratação de transportador autônomo de cargas.
Podemos destacar dentre a finalidade do MDF-e:
1. Permitir o rastreamento da circulação física da carga;
2. Identificar o responsável pelo transporte a cada trecho 
 do percurso;
3. Consolidar as informações da carga acobertadas por 
 vários CT-e ou NF-e;
4. Agilizar o registro em lote de documentos fiscais em 
 trânsito;
5. Registrar as alterações/substituições das unidades de 
 transporte ou de carga e seus condutores;
6. Registrar o momento do início e do fim da operação.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Todos os estados da Federação aprovaram o documento pelo 
AjusteSINIEF 21/2010. Tendo sua validade jurídica garantida 
pela assinatura digital do emitente e sua autorização concedi-
da pela administração tributária o MDF-e é reconhecido como 
hábil para declarar a carga transportada em qualquer dos mo-
dais de transporte por todo território nacional.
Quem deve emitir o MDF-e:
1. Contribuinte emitente de CT-e, no transporte de carga 
fracionada (mais de um CT-E)
2. Contribuinte emitente de NF-e, no transporte de bens 
em veículos próprios acobertados por mais de uma NF-e.
OBS: Sugere-se pesquisa à legislação do estado onde será 
feito o MDF-e.
Quando o destinatário for responsável pelo transporte vale 
ressaltar que a obrigação de emissão do manifesto é sua. Por 
exemplo, se você vendeu uma mercadoria e você levará a mes-
ma até o destinatário, a responsabilidade pela emissão do ma-
nifesto é sua. Mas caso você venda uma mercadoria, porém o 
próprio destinatário é o responsável pelo transporte da mes-
ma, a responsabilidade pela emissão do manifesto passa a ser 
do destinatário. Resumindo, a responsabilidade é de quem vai 
fazer o transporte da mercadoria. 
No que diz respeito ao encerramento do manifesto, o mes-
mo deve ser informado ao fisco o fim da vigência (término do 
trajeto ou alteração nas informações), devendo ser registrado 
sempre no fim do percurso. Diante disso, não será autorizado 
outro manifesto para o mesmo veículo caso não haja o encerra-
mento anterior. Se houver pendência, fica inviável emitir novo 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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manifesto para a unidade transportadora de cargas. 
Já o que diz respeito ao cancelamento do manifesto é que, para 
autorizados e sem ocorrência do fato gerador, o mesmo pode-
rá ser feito no prazo de 24h, utilizando o uso de web service de 
eventos.
Como um protocolo fiscal, o MDF-e não irá constar na escritu-
ração fiscal visto que o mesmo possui campos e registros para 
ser preenchido. 
De acordo com a legislação Ajuste SINIEF 21/2010, emitentes 
de CT-e ou de NF-e estão automaticamente credenciados a 
não emissão do manifesto, que poderá ocasionar a aplicação 
de multas. No Ceará esse tipo de multa é de 200 UFIR, por do-
cumento não emitido, ou seja, R$ 667,80. O mesmo deverá ser 
emitido por unidade federada de descarregamento. Na práti-
ca, em um envio a uma unidade de transportes de cargas que 
precisa descarregar mercadorias em três estados, logo deverão 
ser feitos três manifestos de carga.
Para finalizar o tópico vale ressaltar as legislações básicas do 
MDF-e que são:
Ajuste SINIEF 24/2013 - 06/12/2013: Altera o Ajuste SINIEF 
21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos 
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Fiscais - MDF-e. 
Ajuste SINIEF 14/2014 - 02/09/2014: Altera o Ajuste SI-
NIEF 21/10 que institui o Manifesto Eletrônico de Docu-
mentos Fiscais - MDF-e.
Ajuste SINIEF 09/2015 - 14/10/2015: Altera o Ajuste SINIEF 
21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos 
Fiscais - MDF-e. 
Ato COTEPE 38/2012 - 10/09/2019: Dispõe sobre as espe-
cificações técnicas do Manifesto Eletrônico de Documen-
tos Fiscais - MDF-e, do Documento Auxiliar do MDF-e – 
DAMDFE, dos Pedidos de Concessão de Uso e Registro de 
Eventos, via WebServices, conforme disposto no Ajuste 
SINIEF 21/10 
Convênio ICMS 92/2012 - 04/10/2012: Dispõe sobre a dis-
ponibilização dos serviços do sistema SEFAZ AUTORI-
ZADORA, destinado ao processamento da autorização de 
Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais - MDF-e.
3.5 Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e)
A NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) se apresen-
ta como uma alternativa, totalmente eletrônica, para os atuais 
documentos fiscais em papel utilizados no varejo (cupom fiscal 
emitido por ECF e nota fiscal de venda ao consumidor, modelo 
2). Assim reduzindo custos de obrigações acessórias aos contri-
buintes, ao mesmo tempo em que possibilita o aprimoramento 
do controle fiscal pelas administrações tributárias. Com a NFC-
-e, também o consumidor é beneficiado, ao possibilitar a confe-
rência da validade e autenticidade do documento fiscal recebido 
via internet.
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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A NFC-e propõe ao estabelecimento um padrão nacional de do-
cumento fiscal eletrônico, que é baseado nos padrões técnicos 
de sucesso como da NF-e modelo 55, entretanto é feito uma ade-
quação às particularidades do varejo e das operações do consu-
midor final.
A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica consiste em um docu-
mento de existência digital, pois, faz a emissão e armazenagem 
de operações comerciais de venda presencial ou venda para en-
trega em domicílio a consumidor final (pessoa física ou jurídi-
ca) em operação interna e sem geração de crédito de ICMS ao 
adquirente.
Dentre as principais vantagens do uso da NFC-e destacam-se:
Dispensa de homologação do software pelo Fisco;
 
Uso de Impressora não fiscal, térmica ou a laser; 
Simplificação de obrigações acessórias (dispensa de im-
pressão de Redução Z e Leitura X, Mapa Resumo, Lacres, 
Revalidação, Comunicação de ocorrências, Cessação, etc.); 
Dispensa da figura do interventor técnico; 
Uso de papel não certificado, com menor requisito de 
tempo de guarda; 
Transmissão em tempo real ou on-line da NFC-e; 
Redução significativa dos gastos com papel; 
Não há necessidade de autorização prévia do equipamen-
to a ser utilizado; 
Uso de novas tecnologias de mobilidade;
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Flexibilidade de expansão de PDV; 
Apelo ecológico; 
Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais.
A NFC-e deve ser utilizada nas operações comerciais de venda 
presencial ou venda para entrega em domicílio a não contribuin-
tes. Para as demais operações, o contribuinte deverá utilizar a 
nota fiscal eletrônica modelo 55 (NF-e). Com a NFC-e, pode-se, 
também, elencar benefícios de inovação. Como a possibilidade 
de uso de novas tecnologias de mobilidade, além da possibili-
dade da integração de plataformas de vendas físicas e virtuais. 
Resumidamente, existem dois modelos de documentos fiscais 
eletrônicos possíveis para o consumidor final. Um é o Cupom 
Fiscal Eletrônico, que tem sua implantação no país em uma es-
cala menor comparado ao outro modelo que é a Nota Fiscal de 
Consumidor Eletrônico, esse trata-se do modelo mais completo 
e utilizado no Brasil.
Dentre as diferenças mais operacionais entre os dois modelos, 
o Cupom Fiscal Eletrônico possui equipamento de hardware, 
enquanto a NFC-e, obtém um modelo operacional semelhante 
com o da Nota Fiscal Eletrônica. 
Contudo, é viável detalhar desafios do fisco em relação à NFC-
-e como um balizador no seu surgimento e implantação, dentre 
eles se destacam:
Mínima interferência no ambiente de negócios do contribuinte;
Redução de custo Brasil;
Participação da iniciativa privada;
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)
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Por meio dessa premissa e com a legislação aprovada, passou a 
existir o:
Ajuste SINIEF nº 01 de 2013 – alterou o ajuste abaixo
Ajuste SINIEF nº 07 de 2005 – que instituiu a NF-e
Nota Técnica 05 de 2013 – alterou o Ajuste nº 07 e incluiu a NFC-e 
(Modelo 65) de documento fiscal. A mesma Nota Técnica pre-
via que o Ambiente de Homologação da NFC-e seria até o dia 
2/12/2013, e o Ambiente de Produção, até o dia 6/1/2014. Como 
se sabe, os prazos não se concretizaram na maioria dos estados, 
em virtude de que a própria nota técnica já trazia a possibilidade 
de que esses fossem postergados na maioria dos estados. 
Para fechar esse tópico, trago as legislações básicas para esse 
modelo. Que são:
Ajuste SINIEF 07/05: Institui a Nota Fiscal de Consumidor 
Eletrônica - NFC-e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal de 
Consumidor Eletrônica - DANFE NFC-e.
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