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Etiopatogenia da doença periodontal ▪ A colonização de microrganismos gera um processo inflamatório que ocasiona a migração do epitélio juncional (passando a ser epitélio juncional longo) e a formação da bolsa periodontal, epitélio da bolsa periodontal. Eventos da bolsa periodontal: ▪ Biofilme disbiótico: alteração na composição e função da comunidade microbiana residente. Sendo a formação do biofilme específica de cada pessoa e de cada dente (condição periodontal sítio específica). ▪ Colonização bacteriana no sulco gengival, denominada de colonização inicial em que as bactérias não conseguem ser lavadas pelo fluido gengival crevicular. ▪ Intensificação dos fenômenos inflamatórios no tecido conjuntivo. ▪ Gengivite: aumento de volume do tecido gengival (edema), sendo um processo inflamatório que atinge apenas o periodonto de proteção, sendo reversível. Sempre causada pelo acúmulo de biofilme. ▪ Periodontite: afeta o periodonto de sustentação, ocasionando a perda óssea (reabsorção da cripta óssea) devido a ativação dos osteoclastos após a quebra do colágeno das fibras do ligamento periodontal e a liberação de mediadores químicos do sistema imunológico. Pode ser causada por doenças sistêmicas. ▪ Sua etiologia está relacionada ao biofilme microbiano aderido à superfície dental. ▪ Hipótese da placa não específica: a acumulação de bactéria na margem gengival conduziria a inflamação e destruição periodontal por acumulação de produtos tóxicos. Toda e qualquer flora bacteriana pode causar doença periodontal, ou seja, possuem mesmo potencial patogênico. ▪ Hipótese da placa específica (1970): dizia que em locais diferentes da placada bacteriana apresentavam potenciais patogênicos diferentes, dependendo de bactérias específicas. Complexos de Socransky ▪ As de estágio amarelo e roxo são compatíveis com a microbiota com estado de saúde normal do periodonto. ▪ Hipótese da placa ecológica (1990): o ambiente subgengival dita a composição microbiana. ▪ Inicialmente se tem uma microbiota considerada normal e estável que é composta principalmente por microrganismos aeróbios e aeróbios facultativos do tipo gram positivas. Posteriormente com avanço de reações inflamatórias devido ao acúmulo dessa placa e a má higiene, ocorre a modificação ambiental (temperatura (calor), acidez) e por fim se tem uma mudança ecológica com predomínio de bactérias anaeróbicas que são mais patogênicas. ▪ Ou seja, atualmente para se ter doença periodontal é necessário três fatores: presença de patógenos específicos, resposta imunológica e susceptibilidade do hospedeiro. ▪ Tais fatores caracterizam a colonização secundária, em que estão presentes bactérias principalmente do grupo vermelho (complexo) e laranja. ▪ A doença periodontal apresenta períodos alternados de destruição e de remissão, não apresenta cura, então conforme o indivíduo possui alterações no seu sistema imunológico ela pode voltar a aparecer. ▪ Se constitui como uma doença que não é fácil de se usar antimicrobianos, pois é caracterizada por ser polimicrobiana. ▪ Cálculo dental: massa aderente, calcificada ou em processo de calcificação sobre as superfícies do dente. Tipos: ▪ Biofilme (cálculo) supragengival: formado por bactérias gram positivas e aeróbias. Fica acima da borda da gengiva, facilmente identificado pela coloração amarela ou esbranquiçada. Caracterizado por aderir a parte aparente do dente. ▪ Biofilme (cálculo) subgengival: flutuante, mais patogênico, com bactérias gram negativas, extrema dificuldade de remoção pois tem porção aderida no interior do sulco. Não pode ser visto ao exame visual. Fica aderido ao dente em sua porção abaixo da gengiva. OBS: Não existe cálculo subgengival sem ter o supragengival primeiro, mas pode existir o supra sem o sub, pois depende da evolução da doença periodontal. Características da doença periodontal ▪ Inflamatória ▪ Infecciosa ▪ Multifatorial ▪ Sitio específica Obs: o fator determinante primário para o aparecimento da doença periodontal é a presença de biofilme! Fatores da doença periodontal ▪ Determinantes: microrganismos e placa bacteriana. ▪ Predisponentes: são fatores antes do início da doença, anatomia dentária, forma da arcada dentária, respiração bucal, aparelhos ortodônticos, cálculo dentário, contorno das restaurações. ▪ Modificadores: hábitos parafuncionais e traumatismo oclusal. ▪ Sistêmicos: diabetes, discrasias sanguíneas, puberdade, gravidez, medicamentos anticonvulsionantes (dilantina) e deficiências nutricionais. ▪ Entre esses fatores pode-se citar o tabagismo em que a gengiva fica pálida e sem sangramento, com maior susceptibilidade a perda óssea. Enquanto na leucemia a gengiva é leve ao toque, maior risco de sangramentos e hemorragias espontâneas e de inchaço (edema). Estágios da Doença Periodontal ▪ Lesão inicial ▪ Lesão precoce (gengivite) ▪ Lesão estabelecida (gengivite crônica) ▪ Lesão avançada (periodontite).