ATIVIDADE 10 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV

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Universidade Católica de Pernambuco
Direito Processual Civil IV
Prof. Lúcio Grassi de Gouveia
Atividade 10 de Túlio Cirne Ferreira (201820384-5)
1.Explique a afirmação do professor Fredie Didier Jr. de que o procedimento de execução de
título extrajudicial é estruturado em cognição ampla e exauriente secundum eventum
defensionis.
Primeiramente, verificamos que a cognição exauriente secundum eventum defensionis, é dita como
uma cognição eventual, limitada, plena e exauriente, porém só ocorrerá quando o demandado tomar a
devida iniciativa do contraditório, daí porque é eventual. Como exemplo, podemos citar a ação de
prestação de contas e a ação monitória. Já a cognição, é o elemento necessário para se chegar a uma
decisão, tendo em vista que para se alcançar essa finalidade faz-se necessário a averiguação de
diversos institutos pré-processuais, para só então chegar a um parecer final
2.Em uma ação de execução de título extrajudicial, as amigas Carol e Joana figuram como
partes demandadas. Carol foi citada em 03 de novembro e Joana foi citada 09 de novembro.
Nesse caso, explique quando se dá o início do prazo para apresentação dos embargos à
execução. 
O prazo de apresentação dos embargos à execução é de 15 dias úteis, que são contados a partir da
juntada do mandado de citação/avaliação/penhora aos autos, sempre devendo se atentar a regra do
Artigo 231.
3.Carol e Joana são demandadas em uma ação de execução de título extrajudicial. Apenas
Carol apresentou embargos com pedido de efeito suspensivo, fundado em alegação que
aproveita a todos os executados da ação. Presentes os requisitos, o juiz deferiu o pedido para
conceder o efeito suspensivo aos embargos. Explique, indicando o fundamento legal, quais
executados serão beneficiados com o efeito suspensivo.
O prazo de apresentação dos embargos à execução é de 15 dias úteis, que são contados a partir da
juntada do mandado de citação/avaliação/penhora aos autos, sempre devendo se atentar a regra do
Artigo 231. Vale ressaltar que CASO exista mais de um executado, que in casu, é o que foi dito, se for
concedido efeito suspensivo aos embargos propostos por um deles, que foi Carol que propôs, isto irá
implicar suspensão da execução também para os demais devedores apenas na medida em que os
fundamentos aduzidos nos embargos sirvam para estes. (art. 919, parágrafo IV). E na situação em
específico, a beneficiada pelo efeito suspensivo será Carol.
4. Caso o embargado deixe de apresentar impugnação (contestação) no prazo estabelecido no
art. 920/CPC, explique se incidirá o efeito principal da revelia (presunção de veracidade) para
fatos modificativos, impeditivos e extintivos afirmados pelo embargante.
A impugnação a que se refere o Artigo 920 é a contestação que o exequente, apresenta à ação de
embargos. A respeito da ocorrência do efeito principal da revelia e a sua presunção de veracidade dos
fatos afirmados pelo autor, caso o credor não mostre defesa, existem várias discussões, pois parte da
doutrina nega que tal efeito possa incidir, visualizando que, uma vez que os embargos se voltam contra
pretensão amparada em título executivo, não se estabeleceria jamais presunção de veracidade dos
fatos descritos.
Já outra parte doutrinaria, acredita que, o silêncio do embargado diante da negação pelo embargante
dos fatos constitutivos do pretenso crédito não irá gerar automaticamente a presunção da inocorrência
deste fato, tendo que o juiz examinar o que funciona como elemento instrutório mais forte. Já
relacionado aos fatos modificativos, impeditivos e extintivos do pretenso crédito que o embargante
narre, se não forem impugnados, vigorarão normalmente as regras a respeito da presunção de
veracidade (Artigos 341 e 344). Afinal de contas, relativamente a estes, não existe nenhum
convencimento no sentido contrário que o juiz possa extrair do título. O mesmo se pode afirmar quanto
à não impugnação de fatos que fundem alegações de invalidades no processo executivo.
Segundo a jurisprudência do STJ, no sentido de que a presunção de veracidade dos fatos alegados
pelo autor em razão da ocorrência da revelia é relativa, sendo que para o pedido ser julgado
procedente o juiz deve analisar as alegações do autor e as provas produzidas.
5. Em regra, aquele que não participou do processo não pode ser prejudicado pela atividade
satisfativa pretendida na execução. Qual o remédio processual cabível para a defesa dos
interesses do terceiro prejudicado na fase executiva? Qual os requisitos formais dessa peça?
Quando a execução ultrapassar os limites patrimoniais da responsabilidade pela obrigação ajuizada, o
terceiro prejudicado terá ao seu dispor o remédio dos embargos de terceiro, sendo uma ação
proposta por terceiro em defesa de seus bens contra execuções alheias, estando eles dispostos do
Artigo 674 ao 681 do CPC.
Importante citar que os embargos de terceiro se submetem a dois requisitos. O primeiro é a devida
existência de medida executiva no processo alheio. O segundo é o atingimento de bens de quem
possua direito ou posse incompatível com a medida fixada.
6.Os embargos à execução possuem efeito suspensivo?
Em suma, não há a suspensão da execução, porém, o embargante pode requerer se caso os
embargos preencham os requisitos da tutela provisória, caso haja garantia do juízo. Segundo o Artigo
919, § 1o e o Artigo 739-A, § 1o do novo CPC, pode o juiz atribuir efeito suspensivo aos embargos, se
os fundamentos forem considerando relevantes.
Se não houver a verificação dos requisitos, será ensejada a negativa da concessão do efeito
suspensivo. De acordo com o artigo 739-A do CPC, os embargos não terão efeitos suspensivo, salvo,
quando preenchidos os requisitos elencados no mesmo: deve haver o requerimento do embargante, a
relevância dos fundamentos, a comprovação do perigo na demora e a garantia integral da execução.
Na situação em que não houver nenhuma garantia integral do juízo, será imposta a não concessão do
efeito suspensivo.
7.O que é a prescrição intercorrente?
A prescrição intercorrente decorre simplesmente da inexistência de bens passiveis de execução. Se o
direito material tem prazo prescricional de 2 anos, não faz sentido que a execução fique paralisada por
prazo maior que este. Antes de decretar a prescrição, embora possa ser conhecida de ofício, deve o
juiz ouvir as partes em 15 dias (art. 921, §5º).
8. Discorra sobre todas as hipóteses de extinção da execução, fundamente a resposta nos
dispositivos legais vigentes.
Encontra-se com nitidez as diversas situações em que a execução será extinta no dispositivo dos
Artigo 924 e 925, do Código de Processo Civil, cuja previsão nos afirma:
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I - a petição inicial for indeferida;
II - a obrigação for satisfeita;
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
IV - o exequente renunciar ao crédito;
V - ocorrer a prescrição intercorrente.
Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.