Buscar

Resumo - Direito das Obrigações (parte 1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Direito das Obrigações (parte 1).
Com base no livro OAB primeira fase - volume único/ Luiza Soalheiro... [et al.] / coord. Pedro Lenza. – 8. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2021. (Coleção Esquematizado®)
INTRODUÇÃO
Conceito: obrigação é a relação jurídica que, unindo dois ou mais sujeitos, faz com
que um tenha o dever de adimplir uma prestação em benefício do outro.
● Prestação de dar: entrega ou restituição de bens;
● Prestação de fazer: realização de uma atividade ou serviço;
● Prestação de não fazer: abstenção de uma conduta que, em tese, seria
lícito ao devedor realizar.
Momentos da relação jurídica:
● Schuld - débito: dever jurídico do devedor em cumprir a prestação
ajustada. O não cumprimento gera o inadimplemento, com isso, terá a fase da
responsabilidade;
● Haftung - responsabilidade: no direito, a responsabilização ocorre
quando algum dever jurídico é descumprido. Efeitos do inadimplemento:
perdas e danos, correção monetária, juros, honorários advocatícios.
Responsabilidade patrimonial (art. 391 do CC).
Se na relação houver estes dois elementos (débito e responsabilidade) recaindo
sobre o devedor, tem-se a obrigação perfeita. Quando não houver um desses
elementos, a obrigação é imperfeita (ex: obrigações naturais como dívidas prescritas
ou derivadas de contrato de jogo ou aposta).
Obrigação como um processo: teoria adotada pelo atual Código Civil em que a
relação obrigacional possui como finalidade a busca do adimplemento. Para isso
deve-se adotar condutas honestas, que não violem direitos de terceiros, bem como,
sejam respeitados os princípios da função social do contrato e da boa-fé objetiva.
MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
1. Obrigação de dar: entrega ou restituição de coisas ao credor.
a. Dar coisa certa (ou obrigação específica): a coisa é definida por
gênero, quantidade e qualidade.
i. OBS: quanto à obrigação de restituir, não há transmissão do
direito de propriedade. Há apenas devolução da posse direta a
partir de um contrato ou direito real sobre coisa alheia. Ex:
contrato de locação, comodato, arrendamento, depósito, direito
de superfície.
b. Dar coisa incerta (ou obrigação genérica, ou ainda “dívida de
gênero”: nesse caso, a prestação será definida pelo gênero e
quantidade, faltará o atributo da qualidade. O adimplemento será
possível quando se definir a qualidade. A obrigação de dar coisa
incerta nasce incerta, mas para ser cumprida precisa ser especificada.
De acordo com o art. 244 do CC, a escolha da qualidade caberá ao
devedor.
Perda do objeto na obrigação de dar coisa certa:
● Antes da tradição
○ Perda total (ou perecimento):
■ Sem culpa do devedor: o contrato resolve-se. Status quo
ante (art. 234, 1ª parte, do CC);
■ Com culpa do devedor: devolução do que foi pago mais
perdas e danos pelo culpado (art. 234, 2ª parte, do CC).
○ Perda parcial (ou deterioração):
■ Sem culpa do devedor: o credor possui o direito potestativo
de escolher se fica com o bem, abatido do preço o valor que
perdeu, ou se resolve a obrigação (art. 235 do CC);
■ Com culpa do devedor: o mesmo direito potestativo,
acrescido em qualquer escolha das devidas perdas e danos (art.
236 do CC).
● Depois da tradição: Se houve a tradição, a coisa perece para o atual
proprietário (res perit domino).
○ Exceções: princípio geral de garantia concedido ao adquirente:
■ Vícios ocultos (vícios redibitórios - art. 441 do CC).
■ Vícios jurídicos (evicção - art. 447 do CC).
Perda do objeto na obrigação de dar coisa incerta:
● Antes da tradição: o gênero não perece (genus non perit). Mesmo em caso
fortuito ou força maior, o devedor não poderá alegar a perda do bem (art. 246
do CC).
● Depois da tradição: com a escolha da qualidade e respectiva tradição da
coisa, a coisa perece para o dono (res perit domino).
Perda do objeto na obrigação de restituir:
● Antes da restituição
○ Perda total
■ Sem culpa do devedor: o credor sofrerá a perda e a
obrigação se resolverá (art. 238 do CC);
■ Com culpa do devedor: o credor sofrerá a perda, mas o
devedor responderá pelo equivalente, mais perdas e danos (art.
239 do CC).
○ Perda parcial (art. 240)
■ Sem culpa do devedor: o credor receberá a coisa no estado
em que se encontrar, sem direito a indenização.
■ Com culpa do devedor: o devedor responderá pelo
equivalente, mais perdas e danos.
● Depois da restituição: tratamento idêntico à obrigação de dar coisa certa.
2. Obrigação de fazer: realização de uma atividade ou serviço em prol do
credor. Ex: contrato de prestação de serviço para pedreiro, jardineiro, etc.
a. Obrigação de fazer fungível: atividade ou serviço pode ser
realizado por qualquer devedor.
b. Obrigação de fazer infungível: demanda uma qualidade especial
do devedor (intuitu personae). Pode ser em razão da natureza do
devedor (ex: cantor famoso) ou de disposição em cláusula contratual
(ex: contrato de mandato em que se proíbe o substabelecimento).
3. Obrigação de não fazer: abstenção por parte do devedor de realizar
alguma atividade que, em tese, seria lícito a se realizar. Obrigação negativa.
a. é sempre infungível; não comporta a figura da mora.
Demais modalidades:
● Obrigação simples: um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto.
● Obrigação composta: multiplicidade de sujeitos ou objetos.
○ Objetivamente compostas: obrigação alternativa, cumulativa ou
facultativa.
○ Subjetivamente compostas: obrigações divisíveis ou fracionárias;
indivisíveis e solidárias.
Obrigação alternativa
● Previsão de duas ou mais prestações;
● O devedor se libera quando paga qualquer das prestações;
● Escolha do devedor - art. 252, caput, CC;
● Ocorrendo a perda de um dos objetos, a obrigação se concentra no
outro - art. 253 do CC;
● Se ambas as prestações se perderem sem culpa do devedor,
extingue-se a obrigação - art. 256 do CC;
● Se a escolha cabe ao devedor e somente uma das prestações se
impossibilitou com culpa deste, segue-se a regra do art. 253, ou seja,
concentra-se no objeto restante. Se ambas as prestações se perderem
por culpa do devedor, cabendo a ele a escolha, dever-se-á analisar
qual a prestação que por último se perdeu, sendo obrigado o devedor a
pagar o equivalente mais perdas e danos quanto a esta – art. 254 do
CC.
● Se a escolha for do credor e uma das prestações se perder por culpa
do devedor, o credor poderá escolher entre a prestação restante ou o
equivalente mais perdas e danos em relação àquela que se perdeu –
art. 255, 1ª parte, do CC. Se ambas se perderem por culpa do devedor,
o credor escolherá qualquer delas (equivalente mais perdas e danos) –
art. 255, 2ª parte, do CC.
Obrigação cumulativa
● O devedor será obrigado a pagar todos os objetos determinados, sob pena de
inadimplemento parcial;
● Se uma das prestações se perder sem culpa do devedor, a obrigação se
extingue parcialmente e se tornará simples. Se ambos os objetos se
perderem, extingue-se para ambas as partes;
● Se um dos objetos se perder com culpa do devedor, pagará o equivalente
mais perdas e danos, além da prestação restante. Se ambos os objetos se
perderem, pagará o equivalente mais perdas e danos de todos os objetos.
Obrigação facultativa
● Fixação de duas obrigações (uma principal e uma subsidiária).
● “O devedor se desobrigará entregando qualquer uma delas, porém o credor
somente terá direito à prestação principal. Logo, o devedor é titular de um
direito potestativo, e para ele a prestação será composta. Já para o credor a
prestação será simples, jamais tendo ele direito ao objeto secundário.”
● Se o objeto secundário se perder com ou sem culpa do devedor, haverá
apenas a extinção de seu direito potestativo de optar entre quaisquer das
prestações.
● Se for a perda do objeto principal, sem culpa do devedor, extingue-se a
obrigação e não precisará adimplir o objeto secundário. Com culpa do
devedor, este poderá escolher entre pagar o equivalente do objeto mais
perdas e danos ou o objeto secundário. O credor, mesmo nesse caso, jamais
terá direito ao objeto secundário, podendo apenas cobrar o equivalente mais
perdas e danos relativo ao objeto principal.Obrigações divisíveis
● A obrigação composta, via de regra, será divisível (também chamada de
fracionária). Isso porque terá seu objeto dividido de acordo com o número de
credores ou devedores que se fizerem presentes.
Obrigações indivisíveis
● Nessa modalidade obrigacional, a prestação poderá ser exigida em sua
integralidade, pela impossibilidade de fracionamento do objeto.
● Pluralidade de devedores na obrigação indivisível (art. 259, c/c os arts. 346 e
263 do CC): quando se fazem presentes vários devedores em uma obrigação
indivisível, qualquer deles poderá ser demandado a pagar a dívida por inteiro,
já que o objeto não admite fracionamento. O devedor que pagar sub-rogasse
passando a ocupar o lugar de devedor originário e cobrará a cota parte aos
demais - art. 259 do CC.
○ Se o objeto da obrigação indivisível se perder sem culpa do devedor,
extinguir-se-á a obrigação. Se a perda se der com culpa do devedor,
dever-se-á pagar o equivalente mais perdas e danos, tornando-se
divisível.
○ Apenas o devedor culpado pagará as perdas e danos - art. 263 do CC.
● Pluralidade de credores na obrigação indivisível (arts. 260 a 262 do CC): se a
pluralidade na obrigação indivisível for dos credores, poderá cada um destes
exigir a dívida inteira.
○ Caução de ratificação: quando o devedor paga somente a um credor,
exigindo uma quitação especial como garantia quanto ao outro credor -
art. 260 do CC.
○ O credor que nada recebeu do devedor exigirá do cocredor a cota que
lhe caiba no total – art. 261 do CC.
● Um dos credores poderá perdoar a dívida, no entanto, os outros credores
ainda poderão exigir a prestação. Será descontado a cota remitente - art. 262
do CC.
Obrigações solidárias
● Polo passivo, aquele que somente seria responsável por pagar a sua parte
poderá ser responsável pela dívida inteira. No polo ativo, aquele que deveria
receber a sua parte poderá exigir a dívida como um todo.
● Assim, a solidariedade sempre decorrerá da lei ou da vontade das partes –
art. 265 do CC.
Regras da solidariedade ativa
● 1ª. na data do vencimento, qualquer dos credores poderá cobrar a dívida
toda. O credor somente pagará a este que cobrar. prevenção judicial: art. 268
do CC.
● 2ª. é possível que um dos credores solidários promova a remissão da dívida
inteira.
● 3ª. quanto ao regime das exceções (defesas opostas pelo devedor, diante da
pretensão de cobrança do credor), há uma divisão entre exceção pessoal e
exceção comum. Pessoal será aquela que o devedor pode opor perante
apenas um credor específico. Exceção comum é aquela defesa oponível pelo
devedor em face de qualquer credor.
○ Exceção pessoal: a compensação é o principal exemplo.
○ Exceção comum: o pagamento, a remição, a novação e a prescrição
são bons exemplo
● 4ª. “quanto aos limites subjetivos da coisa julgada, em se tratando de
demanda proposta por um credor solidário contra o devedor comum, poderá
ocorrer a denominada coisa julgada secundum eventum litis (segundo o
resultado da demanda). Se o credor sair vitorioso, os demais cocredores
solidários serão beneficiados com essa procedência do pedido, já que
poderão cobrar do autor suas respectivas cotas na dívida. Assim, a coisa
julgada será ultra partes (por beneficiar terceiros que não foram parte na lide).
Ao revés, se o credor for derrotado, os demais cocredores solidários não
serão prejudicados, sendo então a coisa julgada apenas inter partes. Em
resumo: os efeitos da coisa julgada dependerão do resultado da demanda.”
Regras da solidariedade passiva
● 1ª. “quando houver a exoneração ou renúncia da solidariedade do devedor
solidário pelo credor, esse devedor continuará como sujeito passivo, porém
apenas como devedor fracionário (de sua cota-parte). Segundo doutrina
majoritária, mantida a solidariedade quanto aos demais, deve-se abater a
cota daquele que foi exonerado. Ao contrário, quando houver a remissão de
um dos devedores solidários, este perderá a condição de devedor, ou seja,
implicará sua completa liberação do vínculo obrigacional. Mantendo-se a
solidariedade quanto aos demais, deve-se abater a cota do remitido – art. 388
do CC.”
● 2ª. “se um dos devedores tiver sua insolvência declarada, a cota deste será
repartida igualmente entre os demais codevedores – art. 283 do CC. Nesse
caso, o exonerado participa da cota do rateio do insolvente, pois a
exoneração se deu apenas em relação à solidariedade e não à condição de
devedor – art. 284 do CC. O remitido participa desse rateio da cota do
insolvente? Não. O remitido estará integralmente liberado, não tendo nem
mesmo a responsabilidade pelo rateio da cota do insolvente.”
● 3ª. o devedor solidário demandado integralmente pela dívida poderá chamar
ao processo os demais devedores solidários para exercer seus direitos de
credor sub-rogado – art. 130 do CPC, c/c o art. 346 do CC.

Continue navegando