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Direito Civil II Direito das Obrigações ***O COSTUME É FONTE DO DIREITO MAIS NÃO É FONTE DAS OBRIGAÇÕES *** Se o costume gerar uma obrigação, via de regra, ela se torna uma obrigação de cunho MORAL e não de cunho jurídico ! O direito das Obrigações acabam se relacionando ao Direito Patrimonial A principal fonte das obrigações é a LEI. *** Obrigação não é a mesma coisa que responsabilidade *** A Obrigação guarda a relação com prestação, divida, débito. Na obrigação vai sempre presumir as partes , quem é o credor e quem é o devedor. A responsabilidade é o não cumprimento da obrigação. OBRIGAÇÃO X RESPONSABILIDADE • Obrigação se refere a um dever de realizar uma prestação (schuld/débito), sendo, portanto, dever originário. • A responsabilidade (haftung) é a consequência jurídica patrimonial do credor ao descumprimento da obrigação (decorrente da lei ou da vontade das partes), portanto, trata -se de um dever secundário (derivado). • A doutrina aponta que pode há ver obrigação sem responsabilidade como seria o caso das obrigações naturais, bem como, pode haver responsabilidade sem obrigação, como seria o caso do fiador. (Ex. dar gorjeta, dívidas de jogo, etc.) Fonte das Obrigações L - Lei (fonte imediata das obrigações) - da gênese as obrigações A - Ato Jurídico Negocial – contrato (fonte mediata) - guarda relação entre negócio jurídico estabelecido entre as partes. ** Art. 104 do Código Civil - A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Então se o agente for licito, se o agente for capaz, o objeto licito, forma prescrita ou não defesa em lei - maior expressão da autonomia privada ou autonomia das vontades. (contrato escrito / verbal, desde que preencha os requisitos) A - Ato Jurídico Não Negocial (fonte mediata) - que independente da capacidade de negociação Ele se subdivide em: (dois grandes exemplos): Ato Jurídico Stricto Sensu - (ato jurídico que no próprio corpo do ato já tem previstos os resultados do ato jurídico, e não depende da vontade das partes, por que assim a lei determina) a lei determina que ocorrendo as situações previstas no corpo da lei o ato jurídico produz os seus resultados, independente da negociação entre as partes. (exemplo: a morte, a vida) Ao adquirir personalidade jurídica automaticamente me surgiram obrigações. Declaração unilaterais de vontade - Elas geram obrigações. Presume-se que não existe negócio jurídico. (exemplo: promessa de recompensa, o enriquecimento ilícito). A - Ato Ilícito (fonte mediata) - fonte geradora que dá origem a uma obrigação Ato jurídico ilícito é toda atuação humana, omissiva ou comissiva, contrária ao Direito. Enquanto conduta antijurídica, há atos ilícitos em várias esferas do Direito Civil e do Direito em geral Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Distinção entre Direitos Pessoais e Reais: O direito das coisas ou direitos reais - relação vertical entre um sujeito e um objeto. O Direito Obrigacional, por sua vez implicará em uma relação horizontal, de parte a parte, ou seja, de pessoa a pessoa e não exige tipicidade. Direito Obrigacionais Direitos Reais Incide sobre uma prestação Incide sobre coisa Cooperação de sujeito passivo Independe de cooperação Sujeito passivo determinado ou determinável Teoria realista e Teoria personalista Caráter transitório Caráter perpetuo Ilimitado Limitado Efeito Inter partes Efeito "Erga Omnes" ** Efeito Erga Omnes - É um termo jurídico em latim que significa que uma norma ou decisão terá efeito vinculante, ou seja, valerá para todos. Por exemplo, a coisa julgada erga omnes vale contra todos, e não só para as partes em litígio. Direito obrigacional = relação pessoa/PESSOA Direitos REIAS = pessoa /coisa Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; e XIII - a laje. Figuras Híbridas : Direito Real e Direito Pessoal Decorrem de um determinado direito real sobre determinada coisa - Adere a coisa. Obrigações propter rem (própria da coisa) - Obrigações próprias da coisa, que irão sujeitar aquele que tiver a relação com a coisa. Exemplo: dívida de IPTU, dívida de Condomínio, dívida de IPVA e etc. Obrigações Com Eficácia Real - Tem caráter de obrigação, mas há possibilidade de oponibilidade a terceiros " Erga Omnes" (direito real). Exemplo: Registro do contrato de locação (art. 8º Lei 8545/91). Objeto Das Obrigações (obriga alguém a alguma coisa) Existem 3 Elementos Constitutivos das Obrigações: 1) Subjetivo: (sujeitos) - Subjetivo Polo Ativo (Credor) – Comprador (aquele que vai exigir o cumprimento da obrigação por parte do devedor) - Subjetivo Polo Passivo (Devedor) – Vendedor **Caso o devedor ou o sujeito passivo não cumpra a obrigação, surge então uma responsabilidade, exigindo-se o cumprimento da obrigação ** Sempre que no final de uma palavra tivermos as terminações (ario, ado e ido), significa que estamos diante de Polo Passivo da Obrigação. ário (sujeito passivo) ado (sujeito passivo) ido (sujeito passivo) Exemplo: locatário, consignado, requerido, outorgado..... 2) Objetivo: - A Prestação - Atividade do devedor direcionada a satisfação do crédito; * Positiva – dar, fazer algo * Negativa – não fazer algo * O conteúdo desta prestação será “Sempre patrimonial” (não se pode alienar a honra, não pode se ferir direitos e garantias fundamentais). Exemplo do caso do arremesso de anões – Aconteceu isso na França - O arremesso de anões foi proibido na pequena cidade francesa de Morsang-sur-Orge em 1992, e o caso passou pelas cortes administrativas de apelação por iniciativa do dublê Manuel Wackenheim – que ganhava a vida como arremessado – até chegar ao Conselho de Estado, que em 1995 decidiu que uma autoridade municipal poderia proibir a prática sob a alegação de que ela não respeitava a dignidade humana, sendo portanto contrária à ordem pública.) * Objeto Direito ou Imediato – Prestação em si * Objeto Indireto ou Mediato – O bem da vida (utilidade material da prestação). 3) Ideal, Imaterial ou Espiritual: - O vinculo jurídico – que vai produzir efeitos no universo jurídico. Dentro da Prestação, obrigatoriamente deverá ter 3 requisitos: Licitude – deve estar contida no ordenamento jurídico com possibilidade de licitude (final do Art. 104 do Código Civil.) Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objetolícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. * Possibilidade – tem que ser possível, se impossível torna-se nulo. * Determinabilidade – dever de especificação (obrigatoriamente no mínimo deve ser especificado o gênero e a quantidade) – no momento do pagamento deve ser determinar (não pode ser objeto da prestação algo genérico, que é impossível se determinar) - Prestações de Fato: atividade do próprio devedor (ou terceiro) – obrigação de fazer algo - Prestações de coisa: Dar/Entregar/Restituir algo – Ex: mútuo - Prestações Instantâneas (um só ato) e Contínuas (se perdurarem ao longo do tempo). OBRIGAÇÃO DE DAR - Dar coisa certa – Art. 233 a 242 do CC - Dar Coisa incerta – Art. 243 a 246 CC OBRIGAÇÃO DA COISA CERTA : (dar coisa determinada, individualizada) - Coisa Certa e Determinada: exemplo: um carro ”X”; um animal “Y”, uma guitarra Credor não é obrigado a receber outra coisa diversa da que ele escolheu – art. 313 CC. - Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. - O Princípio da Gravitação Jurídica – “Acessório segue o principal” – A não ser que se tenha convencionado de forma diversa – art. 233 CC - Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. ***** Importante – Na obrigação de dar ela guarda relação com a atitude de dar algo, o ato de entregar a coisa, de acordo com a doutrina recebe o nome de “TRADIÇÃO – ela acontece no ato de entrega do bem” Antes de ocorrer a TRADIÇÃO, deverá ser visto algumas regras: - Risco do perecimento (deixar de existir, de ter finalidade ou não se tem mais uso) – res perit domino suo ( a coisa perece para o dono ) Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Perda ou perecimento ( TOTAL): a) Coisa perece sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendendo condição suspensiva (EFI – Evento Futuro Incerto) – resolvida a obrigação para ambas as partes – art.234 CC começo. b) Coisa perece com culpa do devedor – Responde pelo equivalente da coisa + Perdas e Danos – art. 234 CC final. Deterioração (parcial): a) Sem culpa do devedor – Credor pode resolver a obrigação ou aceitar a coisa abatendo o preço – art. 235 CC. b)Culpa do Devedor – credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa + Perdas e Danos – art. 236 CC. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: - Devolução da coisa recebida pelo devedor. - Depositário - dever de guarda - Ex: locatário. - Art. 238 - Se a obrigação for de restituir coisa certa, e está sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. - Art. 239 - Se a coisa se perde por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. - Art. 240 - Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o dispositivo no art. 239. * Deterioração - Dano parcial * Perecimento / Perda - Dano total - Art. 241 - Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo a coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. - Art. 242 - Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes as benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. * Dispêndio = aquilo que se gasta, se consome; gasto, consumo, despesa - Parágrafo Único - Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. OBRIGAÇÃO DE DAR - COISA INCERTA: Obrigatoriamente, guarda relação com: - Coisa especificada pela espécie e quantidade - Obrigação genérica * Art. 243 - A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. - Irá se converter em determinada no momento da entrega A quem cabe a escolha? - O devedor Passa a ser coisa certa, por que ela se torna individualizada. Devedor - Concentração - Regra **Concentração (individualiza a coisa e em regra a coisa deixa de ser Coisa Incerta e passa a ser Coisa Certa). Devedor não deverá dar a coisa pior, nem dar a melhor. Art. 244 - Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Art. 246 - Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. OBRIGAÇÃO DE DAR DINHEIRO - PAGAR ( entregar o dinheiro ) - Art. 315 - As Dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o dispositivo nos artigos subsequentes. Dívidas de valor - Ex: Prestar alimentos Desapropriação OBRIGAÇÃO DE FAZER: (obrigação de fazer de fato) Interessa a atividade do devedor - Ex: Fazer uma mesa - Obrigação de fazer fungível – obrigação personalíssima (algo que só aquela pessoa pode fazer). - Não pode substituir sem a anuência do credor sob pena de descumprimento da obrigação. - Art. 249 - Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor manda-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. - Parágrafo único - Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Consequências do descumprimento: - Art. 248 – Se a prestação do fato se tornar impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. - Art. 249 - Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor manda-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. - Em caso de não cumprimento do acordo, gera uma RESPONSABILIDADE. *** Doutrina moderna – Não é mais possível o cumprimento ou credor não deseja mais. DESCUMRPIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER: 1) Impossível Cumprimento Posterior: - Perdas e Danos 2) Possível Cumprimento Posterior: - Tutela Especifica + Perdas e Danos (até a efetivação da tutela) - Perdas e Danos (se o autor não tiver mais interesse na obrigação especifica de fazer). OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER:- postura negativa Ex: Não construir pós determinada altura. - Não podemos violar princípios de ordem pública ou garantias fundamentais. - Art.250 – Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar – Descumprimento não culposo. - Art. 251 – Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custas, ressarcindo o culpado perdas e danos. – Descumprimento culposo. - Parágrafo único - Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL QUANTO AOS SUJEITOS: (credores e devedores / polo passivo e ativo das obrigações) Obrigações fracionárias: - o cumprimento da obrigação será fracionado, onde cada um responderápor uma parte da divida. ***divisão feita de forma igual, tendo como pressuposto que a dívida deverá ser divisível. - Pluralidade de devedores ou Pluralidade de credores - Cada um deles responde por uma parte da dívida - Ex: Dívidas de Dinheiro A, B e C compram um carro por R$9.000,00 – cada um paga R$3.000,00 - Divisibilidade da prestação - Ex: responsabilidade dos condôminos Obrigações Conjuntas – Unitárias ou mão comum: - Pluralidade de devedores ou credores – pagamento conjunto da dívida; - A obrigação só pode ser cumprida quando cada um dos devedores cumprirem a sua parte na obrigação. - Credor não pode exigi-la individualmente Ex: Credor contrata a entrega de uma tonelada de milho de A, B e C - Se desobrigam em conjunto – entrega da carga Obrigações Disjuntivas: - não existe relação interna - Porque teremos uma multiplicidade de credores ou devedores, e no caso dos devedores eles se obrigam alternadamente pelo pagamento da dívida, um devedor paga e desonera os outros. - Nas obrigações disjuntivas, não existe uma relação interna ou vinculo interno entre os devedores ou entre os credores, pois o que pagou não poderá exigir valores de nenhuma das partes. - Devedores se obrigam alternadamente ao pagamento da dívida; - Um devedor é escolhido e paga os outros devedores estarão desonerados. Ex: A firmou um negócio jurídico o qual C ou B terão que adimplir a obrigação. No dia do vencimento, A escolhe B para cumprir, estando C exonerado da obrigação. IMPORTANTE: Quando há Relação Interna – existe uma Obrigação Solidaria e o Direito de Regresso Quando não há Relação Interna – São Obrigações Disjuntivas – Sem direito de regresso. Obrigações Solidárias: - existe uma relação interna entre eles - São aquelas em que, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um direito à dívida toda, ou pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro. Por óbvio, o devedor que cumpriu a obrigação, terá direito de regresso contra os demais devedores e cada um pagará a quota que caberia se fosse uma obrigação divisível. - São aquelas em que, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um direito à dívida toda (ativa), ou pluralidade de devedores (passiva), cada um obrigado à dívida por inteiro. Por óbvio, o devedor que cumpriu a obrigação, terá direito de regresso contra os demais devedores e cada um pagará a quota que caberia se fosse uma obrigação divisível. - Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Exemplo: Tilápia emprestou R$ 1000,00 à Lontra e Plioles, onde estabeleceu que ambas são solidárias à obrigação. No dia do vencimento, Marta paga a obrigação toda, mas ela poderá pedir de Jane a metade do valor já que a obrigação era solidária. A diferença entre os dois tipos das obrigações é que, na obrigação disjuntiva, falta a relação interna entre os devedores, o que justifica o direito regressivo do devedor que pagou a obrigação. Ou seja: Obrigação Disjuntiva: não há direito de regresso Obrigação Solidária: há direito de regresso do devedor que cumpriu a obrigação com os demais devedores Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Resultante de lei Art. 932 - Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Solidariedade Ativa: Poderão ser múltiplos credores, cobrar a dívida por inteiro do credor Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Ex: A, B e C credores solidários de D – B morre e deixa seus filhos E e F como herdeiros. Herdeiros somente a parte que lhe cabe. Se o bem for um cavalo único, pode receber o cavalo, mas deverão responder perante os outros credores. Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Exceção = Defesa – Ex: um dos credores atuou com Dolo, não pode ser oposto o dolo aos outros credores Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. - Ex: Um dos credores solidários cobra sozinho a dívida e o devedor alegam prescrição, sendo está acolhida pelo magistrado, este julgamento contrário não afeta os demais. Solidariedade Passiva – É aquela em que cada um dos devedores pode ser demandado a cumprir a totalidade da obrigação junto ao credor. - Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. **** trata do pagamento parcial da Dívida e da Remissão na Solidariedade Passiva. Na solidariedade passiva, quando há o pagamento parcial da dívida por um dos devedores, o Credor ao cobrar o restante da dívida deverá descontar o valor já pago. Na remissão, quando o Credor perdoa um dos devedores solidários, ao cobrar o restante da dívida o Credor deverá descontar a cota-parte (parte que cabe a cada pessoa na divisão de um todo (objeto, propriedade, direito, herança etc.) do devedor que foi perdoado. - Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. *****No art. 278 então apresenta a possibilidade de piorar a situação dos co-devedores, onde um dos devedores solidários estabelece junto ao credor uma obrigação adicional, que vai agravar a posição dele, porém essa posição ou clausula só poderá agravar a posição dos outros devedores se eles concordarem, se não houver concordância não poderá se agravar a situação. - Pode ser adicionado um adendo ao contrato, ou um novo documento, mas somente se todas as partes concordarem. - Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. *** os danos serão respondidos pelo devedor que agiu com culpa no ocorrido respondendo então por perdas e danos. Havendo culpa de todos os co-devedores, todos eles responderão solidariamente pelo valor da prestação, além das perdas e danos. Se a culpa, no entanto, foi de apenas um dos c o-devedores, só o culpado responderá pelas perdas e danos, mas a obrigação de repor ao credor o equivalente em dinheiro pela prestação que se impossibilitou será de todos e, quanto a esta, permanece a solidariedade. - Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado respondeaos outros pela obrigação acrescida. *** juros da mora = valor que será calculado encima da prestação total do valor do contrato, que representa uma forma de penalização pela demora no pagamento, e esses juros de mora mesmo que tenham se originados por uma culpa de um dos devedores são obrigados a responder a favor ao credor com relação aos juros de mora. Porém o culpado vai responder perante os outros devedores pelos juros que foram pagos na dívida principal. Se “A” é o culpado, ele terá que pagar para “B” e para “C” pelos juros de mora que pagaram. - Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções (defesas) que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. *** Exceções = Defesas - esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que outro co-devedor tem direito, eis que estas são personalíssimas, qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total ou parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios do consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor que os sofreu - Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. ****Esse artigo trata das obrigações solidarias do polo passivo (devedor), nesse caso, cada devedor é responsável pela dívida toda. O credor pode renunciar à solidariedade de um ou mais devedores, assim o devedor exonerado da solidariedade não responde mais pela dívida toda ***Por exemplo: Você e sua amiga me emprestaram $10,00. Assim eu devo $10,00 para vocês duas (imaginemos, $5 para cada uma), com isso vocês são credoras solidárias. Você pode abrir mão da sua parte, cedendo o crédito (Direito de receber) para a sua amiga. Assim, mesmo você abrindo mão dos seus $5,00, eu continuo devendo $10,00, mas agora eu devo tudo para a outra credora. - Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. - Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. ***** Insolvente (sem possibilidade ou capacidade de arcar(adimplir) com a dívida ou obrigação) – a parte do insolvente é dividida igualmente entre todos os devedores. - Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. **** Se uma parte não tiver como pagar (insolvente) o que foi exonerado é chamado de volta para participar do rateio da parte que correspondia ao que se tornou insolvente) - Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. **** Se um dos devedores solidários foi o único beneficiado pela dívida, este devedor responderá por toda a dívida sozinho perante os demais devedores solidários. Não haverá rateio entre os devedores pois esse devedor foi o único beneficiado pela dívida e responderá por toda a obrigação perante os demais devedores solidários. OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: - É aquela que tem dois ou mais objetos que se extingue com a prestação de um deles - Existe a previsão de mais de um objeto, mas se extingue, mas o devedor se desonera cumprindo apenas um deles. *** Ex: Devedor se obrigada a entregar o carro ou a moto, entregando um ou outro, está exonerado da obrigação. Escolha – Regra é o devedor escolher (favor debitoris). As partes podem estipular a quem compete a escolha (credor ou terceiro). A escolha só se considera após comunicação à parte contrária. - O não exercício do direito dentro do prazo de escolha representa decadência para o seu titular. Obrigação Alternativa – art. 252, CC - Impossibilidade de uma das prestações – Subsiste o crédito em relação à outra; - Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. - Culpa do devedor e a escolha couber ao credor, caso esse tenha interessa na obrigação que se impossibilitou, terá direito ao valor dela com perda e danos – art. 254 CC; - Impossibilidade de ambas as prestações – Sem culpa do devedor se extingue a obrigação. Se houver culpa do devedor e competir a ele a escolha, pagará o valor da que se impossibilitou por último, mais PD; - Se competir ao credor escolha, esse poderá reclamar o valor de qualquer uma das obrigações + PD; *******IMPORTANTE: - OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA - a conjunção é o “OU” (iphone ou ipad - dando uma escolha) - OBRIGAÇÃO FACULTATIVA – a conjunção é o “SE” (entrego um iphone se não der pode ser um ipad – sendo que o iphone é a obrigação de ser entregue). Obrigação Alternativa X Facultativa - Alternativa tem dois objetos (duas prestações) – objetos alternados - Facultativa tem apenas um objeto (uma prestação que é a obrigação principal) – se objeto perecer sem culpa devedor a obrigação fica extinta – credor só pode exigir obrigação principal; - Único objeto - devedor pode substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. - Devedor A obriga-se a pagar a quantia de R$500,00, facultando-lhe substituir a prestação principal por um celular. - O credor não pode exigir o cumprimento da prestação facultativa; Obrigações Divisíveis e Indivisíveis – art. 257 e ss – CC - Divisível – (guarda relação com uma obrigação fracionaria) - É aquela que um dos devedores só está obrigado a cumprir a sua cota-parte da dívida e cada um dos credores só pode exigir a sua parte do crédito; - Art. 257.- Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. *** Ex: A e B devem R$1.000,00 para C. A deve R$500,00 reais a C e B deve R$500,00 a C; - Indivisível – (guarda relação com uma obrigação disjuntivas) - Art. 258 CC– É aquela que por conta da impossibilidade de divisão do objeto, cada devedor está obrigado pela totalidade da prestação e cada credor pode exigi-la por inteiro; - Ex: A e B devem um carro a C, esse último pode exigir o carro de A ou de B, independentemente de cada um ser responsável por uma parte do débito; - Aquele que cumprir a obrigação sub-roga-se no direito do credor em relação aos coobrigados – art. 259 parágrafo único CC. - Se houver mais de um credor, o devedor deverá a todos conjuntamente – art. 260 CC - Desobriga-se pagando a todos conjuntamente ou a um dos credores, dando este caução de retificação aos outros credores – art. 260, I e II CC; - Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Art. 261 CC; - Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Art. 262 CC; - Aquela obrigação que se resolve em perda e danos perda a característica de indivisível; CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES MEIO E RESULTADO - (****** IMPORTANTE: não está no código civil, mas cai bastante em prova) As obrigações de meio e resultado guardam relação com a finalidade da existência daquela obrigação. OBRIGAÇÃO DE MEIO – ela recebe este nome por que o objeto da prestação, do negócio jurídico que vai vincular o devedor a uma prestação a obrigação de fazer algo que será o meio de atingir o resultado. A obrigação se torna um meio para atingir o fim, porem ela não se responsabiliza pelo fim. O devedor promete empregar seus conhecimentos,meios técnicos para a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto responsabilizar-se por ele. Pela natureza da obrigação é impossível o advogado se comprometer com o resultado, pois não depende dele para o resultado. EX: advogados(prestação clássica), que não se obrigam a vencer a causa, mas a bem defender os interesses dos clientes; - médicos, que não se obrigam a curar, mas tratar bem os enfermos, fazendo uso de seus conhecimentos científicos. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO: - Quando a obrigação é de atingir um resultado especifico, o devedor dela se exonera somente quando o fim prometido é alcançado de fato. - Não o sendo, é considerado inadimplente, devendo responder pelos prejuízos decorrentes do insucesso. Ex: transportador, que promete tacitamente, ao vendedor o bilhete, levar o passageiro são e salvo a seu destino. Outro exemplo Cirurgião plástico = se trata de uma obrigação de resultado. - JULGADO: AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL No 678.485 - DF (2015/0052786-5) AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. DANO ESTÉTICO COMPROVADO. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte entende que "A cirurgia estética é uma obrigação de resultado, pois o contratado se compromete a alcançar um resultado específico, que constitui o cerne da própria obrigação, sem o que haverá a inexecução desta" (Resp. 1.395.254/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe de 29/11/2013) 2. No caso, o eg. Tribunal de origem, além de afastar a existência de qualquer excludente de responsabilidade, entendeu que o dano estético ficou devidamente comprovado nos autos. 3. Rever o entendimento do acórdão recorrido demandaria o revolvimento de suporte fático- probatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimental não provido. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES: - significa que é possível através de um negócio jurídico, dentro de uma ideia de contrato de negócio entabulado entre as partes ser alterado um dos polos da obrigação, mantendo a obrigação original, portanto a obrigação original é transmitida quer seja para o lado do polo ativo (fazendo a transferência de um credor originário para o outro credor que não fazia parte da obrigação original, ou de um devedor para outro devedor que não fazia parte da obrigação original - fazer um débito ou um crédito circular) Aspectos Introdutórios: - Arts. 286 ao 303 CC - Mecanismo negocial de transferência subjetiva da relação obrigacional (credor e devedor) ou até mesmo a posição de um sujeito em um contrato; - Transmissibilidade das obrigações; - Pode ser proibido (Lei ou vontade das parte); - Tipos: a)Cessão de Crédito; - troca para o lado do credor b)Assunção de Dívida; - trocar para o lado do devedor c)Cessão da posição contratual - a) Cessão de Crédito; - troca para o lado do credor - Arts. 286 a 298 CC - Forma de transferência negocial de crédito a título particular entre vivos. - Alienação: transmissão a pessoa alheia - Outras formas de transferência de crédito - sub- rogação, endosso cambial,etc; - Aquisição derivada; Sujeitos: Cedente - cede o crédito Cessionário - terceiro que recebe o crédito Cedido - continua devedor Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa- fé, se não constar do instrumento da obrigação. - Qualquer crédito pode ser cedido, exceto: Natureza da obrigação - alimentos no direito da família ou crédito personalíssimo(ou seja impossível de ceder); Vontade da lei - crédito penhorado; Convenção com o devedor - pacto de non cedendo Em qualquer uma das hipóteses acima é nula a cessão de crédito - o ato da transmissão não produz efeito nenhum; Pode ser feita de forma gratuita ou onerosa; - FORMA: - Qualquer forma admitida em lei - desde que seja agente capaz, objeto licito forma prescrita ou não defesa em lei; - Porém existem alguns direitos que só podem ser transmitidos por escritura pública. Ex: cessão de direitos hereditários - bens, imóveis (deverá ser feito por escritura pública). EFICÁCIA PERANTE TERCEIROS: - Cessão deverá ser feita por instrumento público ou por instrumento particular; - Só assim produzirá efeito perante terceiros; **** IMPORTANTE: Se credor e devedor tiverem pactuado a intransmissibilidade da obrigação(pacto de nom cedendo) em um documento apartado(em um contrato, no instrumento original no teor do Art. 288 CC), isso não prejudicará o terceiro de boa-fé (não produzirá eficácia ou efeitos perante a terceiros); **ela só produz eficácia no terceiro de má-fé, no terceiro de boa-fé não produz eficácia. - Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do §1 o do art. 654. - EFICÁCIA PERANTE O DEVEDOR CEDIDO: - Art. 290 CC - Depende de notificação do devedor ou de sua ciência manifestada por escrito. Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. - Antes da notificação o devedor pode pagar ao cedente, exonerando-se da dívida; - Após a transmissão, somente se pagar ao cessionário; - No momento da ciência da cessão que devedor deve alegar as exceções (defesas) pessoais de que disponha em relação ao cedente (Ex: Compensação), sob pena de presumir que tenha aberto mão; Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. - RESPONSABILIDADE DO CEDENTE: * Se a Título Oneroso - cedente fica responsável pelo seguinte: 1) Pela existência do crédito quando da cessão; 2) Pela sua qualidade de credor; 3) Pela validade da obrigação; Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. * Se for Título Gratuito - Cedente só responde pela existência do crédito se tiver procedido de má-fé; - IMPORTANTE: Só existirá a responsabilidade do cedente pela solvência (a condição de pagamento ou cumprimento da obrigação) do cedido se ele tenha assumido expressamente isso; Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. - Art. 297 CC - Cessão pro solvendo: responsabilidade é apenas pelo que o cedente tiver recebido do cessionário + juros + despesas com a cessão. Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. - ASSUNÇÃO DE DÍVIDA - Cessão de débito: - Art. 299 a 303 CC; - Negócio jurídico bilateral pela qual um terceiro (assuntor) assume a posição do devedor; - substituição no plano passivo, sem que haja a extinção da dívida, portanto não existe o surgimento de uma nova obrigação; - REQUISITOS: - A Presença de uma relação jurídica obrigacional juridicamente válida; - Substituição do devedor, mantendo-se a relação jurídica originária; - A anuência expressa do processo. *** Importante : Art. 299 Caput - É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. - ESPÉCIES DE ASSUNÇÃODE DÍVIDA: Expromissão – Substituição do devedor primitivo por terceiro, independente do consentimento daquele, em virtude de novação subjetiva por substituição do devedor (ou novação passiva - art. 363do CC : Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição) – EX: É o caso, por exemplo, do pai que assume a dívida do filho, independentemente da anuência deste. Por delegação – É o contrato entre o devedor originário (delegante) e o terceiro (delegado), com a concordância do credor (delegatário), responsabilidade do delegante em caso de cia do novo devedor (delegação cumulativa simples); - Efeitos: Liberatório – Devedor originário fica desvinculado do pagamento da dívida (Regra). - Integral sucessão no débito, pela substituição do devedor na relação obrigacional pelo expromitente. Ficando exonerado o devedor primitivo, exceto se o terceiro que assumiu sua dívida era insolvente e o credor o ignorava (CC, art. 299, segunda parte). IMPORTANTE: Nada obsta, todavia, que as partes, no exercício da liberdade de contratar, aceitem correr o risco e exonerem o primitivo devedor, mesmo se o novo for insolvente à época da celebração do contrato. Cumulativos – Devedor originário fica vinculado, servindo a assunção de reforço de dívida, com solidariedade entre os devedores. Depende de convenção expressa - quando o expromitente ingressar na obrigação como novo devedor, ao lado do devedor primitivo, passando a ser devedor solidário, mediante declaração expressa nesse sentido (CC, art. 265), podendo o credor, nesse caso, reclamar o pagamento de qualquer deles. ******IMPORTANTE: CESSÃO DE CRÉDITO = CIÊNCIA DO DEVEDOR ASSUNÇÃO DE DÍVIDA = CONSENTIMENTO DO CREDOR Consentimento do Credor: - Depende de consentimento do credor – regra – art. 299 CC; - Proteção dos interesses do credor; - Manifestação de vontade unilateral expressa, não importa a forma; - Existe, hoje em dia, a possibilidade de consentimento tácito – STJ Resp. 70.684/ES – 14.02.2000; - Sem o consentimento não há a transmissão da dívida; ** Art. 299 - Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. - Pode, porém, o devedor marcar prazo para que o credor se manifeste –notificação judicial ou extrajudicial – silêncio não será considerado como consentimento, mas sim como recusa. - Exceção: art. 303- o adquirente de imóvel hipotecado assumir o débito garantido pelo imóvel – Se for notificado e não impugnar em 30 dias a cessão do débito, será considerado como assentimento; Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Assunção de Adimplemento: - Terceiro assume o dever, somente perante o devedor, de solver a sua dívida. - Devedor continua obrigado perante o credor; - Não existe relação entre o terceiro e o credor; - Se o terceiro paga a dívida não existe sub-rogação do crédito – credor não tem nenhuma pretensão contra esse terceiro; - Não é hipótese de transmissão de obrigação – não há sucessão no polo passivo da obrigação; Cessão da Posição Contratual - Cedente transfere sua posição contratual (Compreende créditos e débitos); - Requisitos: 1)Celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário; 2)Integralidade da cessão (global); 3)Anuência expressa da outra parte (cedido) – consentimento expresso; - Só é possível nos casos em que não exista cláusula proibitiva; - Não podem em casos de obrigação personalíssima; - Ex. Promessa de compra e venda de imóveis art. 31 da lei 6.766/1979 Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido registro. TEORIA DO PAGAMENTO Pagamento Pagamento: (forma de extinção da obrigação) Por meio do pagamento, cumprimento ou adimplemento obrigacional tem-se a liberação ao vínculo obrigacional. Elementos Essenciais do Pagamento: - Vinculo obrigacional - tenho que ter uma obrigação (algo que tenha vinculado as partes) - Animus solvendi - ( animus = a vontade de)- (solvendi/ solver = pagar) a intenção de pagamento - Sujeito ativo do pagamento: solvens (em regra é o devedor) - Sujeito passivo do pagamento: accipiens. ( em regra é o credor) O sujeito ativo do pagamento (devedor) é o sujeito passivo da obrigação **** A Teoria do Pagamento é subdividida em 3 etapas: Pagamento Direto: Regras Especiais de Pagamento: Pagamento Indireto: - Elementos subjetivos: quem paga e quem recebe? - Elementos objetivos: o que se paga e como se paga? - Lugar de pagamento: onde se paga? - Tempo de pagamento: quando se paga? - Pagamento Consignado - Imputação do pagamento - Sub-rogação (substituição) - Dação em pagamento - Novação - Compensação - Confusão - Remissão Elementos Subjetivos: Elementos subjetivos: Solvens Accipiens Quem deve pagar: Solvens Previsão Legal: arts. 304 a 307 do CC 1)Qualquer interessado na extinção da dívida * Caso o credor se recuse a receber desse terceiro, ele poderá utilizar os meios necessários a exoneração do devedor. * O terceiro interessado fica sub-rogado nos direitos do credor originário. 2)Terceiro não interessado: * Pagamento em seu próprio nome: terá direito a ser reembolsado no que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Se pagar a dívida antes de vencida, somente terá direito ao reembolso ocorrendo o seu vencimento. *Pagamento em nome e a conta do devedor: o terceiro não interessado não terá direito a reembolso - será ato de mera liberalidade. - Art. 306 - O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Elementos subjetivos: Solvens Accipiens A Quem deve pagar: Accipiens Previsão Legal: arts. 308 a 312 do CC 1)Credor, representante ou sucessores - Pagamento feito a outra pessoa pode não ter efeito liberatório - O devedor poderá acionar quem recebeu indevidamente, mas permanecerá vinculado a obrigação. 2)Pagamento a terceiro desqualificado terá valor: - Se houver ratificação pelo credor - Se reverter em proveito do credor. - Se for feito de boa-fé ao credor putativo (credor ilegítimo com aparência de credor). Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. 3)Pagamento ao credor não terá valor: - Se feito ao credor incapaz de dar quitação, salvo se reverteu ao seu proveito. - Se o devedor tiver sido intimado da penhora e mesmo assim pagar ao credor. Art.310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar quem em benefício dele efetivamente reverteu. Art.312. se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Elementos Objetivos: Elementos Objetivos: Objeto de Pagamento e sua prova O que se paga Previsão Legal: arts. 313 a 326 do CC 1)Objeto do pagamento: O objeto do pagamento é a prestação, que é individualizada, podendo o credor se negar a recebero que não foi pactuado, mesmo sendo a coisa mais valiosa. Art.313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Como Se Paga: Previsão Legal: arts. 313 a 326 do CC 1)Prestação por inteiro: Art.314. Ainda que tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 2)Moeda corrente e valor nominal: Art.315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. Art.318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 3)Aumento progressivo de prestações sucessivas: Art. 316. É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 4)Teoria da imprevisão: Art.317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. PROVA DE PAGAMENTO * PROVA DE PAGAMENTO: Quando realizamos um pagamento, provamos este pagamento por meio de prova de quitação/termo de quitação. Enquanto o credor não entregar um termo de quitação da dívida ao devedor, o devedor pode reter o pagamento. - Art.319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. - Requisitos do termo de quitação : Designar o valor e a espécie da dívida, o nome do devedor ou quem por esse pagou (no caso de um terceiro que venha a quitar a dívida), o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou do seu representante. - O devedor pode exigir este termo no ato do pagamento da obrigação Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único - Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Art.321. (títulos de crédito) Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. Ex: duplicata, notas promissórias Art.322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Art.323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. Art.324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento Parágrafo único - Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento. Art.325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida. Art.326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se á, no silencio das partes(presunção relativa), que aceitaram os do lugar da execução. - ONDE SE PAGA: - LUGAR DO PAGAMENTO Previsão legal: art.327 a 330, CC 1)No domicilio do devedor, salvo se convencionado diversamente, ou se contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstancias. - Obrigação quesível ou quérable: domicilio do devedor - Obrigação portável ou portable: domicilio do credor ***Obrigações consideradas de natureza portável (ou portable, expressão jurídica utilizada), quando o devedor precisará procurar o credor para se isentar da obrigação, passando a ser sua a responsabilidade de provar que ofereceu a prestação ao credor. Art.327. Efetuar-se a o pagamento no domicilio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Parágrafo único - Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 2)Pagamento relativo a imóvel Art.328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se a no lugar onde situado o bem. 3)Não pagamento no local devido Art.329.Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor faze-lo em outro, sem prejuízo para o credor. Art.330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. - QUANDO SE PAGA: - TEMPO DO PAGAMENTO Previsão legal: art.331 a 333, CC 1)Na data convencionada pelas partes Se não foi convencionado pelas partes: o credor poderá exigir o pagamento imediatamente. Pode-se pedir o pagamento no ato (pagamento a vista). Art.331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. Obrigações de Execução Instantânea; Diferida e Periódica: Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em: Obrigações momentâneas ou de execução instantânea Obrigações de execução diferida - (uma vez no futuro) Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) concluídas em um só ato, ou seja, são sempre cumpridas imediatamente após sua constituição. Ex.: Compra e venda à vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o entrega o objeto. "A" dá o dinheiro a "B" que o entrega a coisa. também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da anterior, sua execução deverá ser realizada em momento futuro. Ex.: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo. que se satisfazem por meio de atos continuados. Ex.: As prestações de serviço ou a compra e venda a prazo. 2)Obrigações Condicionais **Obrigações condicionais: hipótese em que o cumprimento da obrigação depende de um evento futuro e incerto. O devedor só se obrigará a cumprir a obrigação se houver o implemento da condição estipulada. Art.332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. Condição é o acontecimento futuro e incerto que subordina a eficácia jurídica de determinado negócio. Termo é o acontecimento futuro e certo que subordina o início ou término da eficácia jurídica de determinado ato negocial. Classificação das obrigações quanto à eficácia: Obrigações simples: Obrigações condicionais: Obrigações à termo: são aquelas que independem de outros requisitos para sua eficácia. Logo: é de cumprimento imediato. hipótese em que o cumprimento da obrigação depende de um evento futuro e incerto. * O devedor só se obrigará a cumprir a obrigação se houver o implemento da condição estipulada. modalidade em que o cumprimento da obrigação depende de um evento futuro e certo. 3)Cobrança Antecipada Art.333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforça-las. Parágrafo único - Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. REGRAS ESPECIAISDE PAGAMENTO - Pagamento em consignação - Imputação do pagamento - Sub-rogação PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO - Previsão Legal: art. 334 a 345,CC e 539 a 549 do CPC 1)CONCEITO: Regra especial de pagamento através do depósito feito pelo devedor, da coisa devida, para liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor determinado. ****A ação de consignação em pagamento é uma ação judicial proposta pelo devedor contra o credor, quando este recusar-se a receber o valor de dívida ou exigir ou devedor valor superior ao entendido devido por este, além de outras hipóteses admitidas na legislação. Art.334.CC - Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 2)Modalidades: - Judicial: em juízo (para qualquer tipo de bem) - Extrajudicial: fora do juízo, feita em estabelecimento bancário (somente em dinheiro) Art.334.CC - Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 3) Hipóteses: Art.335.CC - A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litigio sobre o objeto do pagamento. 4)Regras: - A consignação deverá observar todos os quesitos do pagamento: quem deve receber, quem deve pagar, local do pagamento, objeto do pagamento e momento do pagamento. Art.336.CC Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação as pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. Art.337.CC O depósito requerer-se a no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. Art.540.CC Requerer-se a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, a data do depósito os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. • Bem imóvel: O devedor poderá citar o credor para vir receber ou mandar recebe-la, sob pena de ser depositada. Art. 341. CC. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. • Obrigação para a entrega de coisa incerta Pode-se dizer que a obrigação de dar coisa incerta sempre será transitória. Com efeito, haverá um momento em que a incerteza em relação ao objeto cessará, transmudando-se a natureza da obrigação para a de dar coisa certa, ou seja, aquela em que o objeto da prestação é determinado. Art. 243. Art. 342. CC. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. Art. 543. CPC. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito. • Prestações sucessivas Art. 541. CPC. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. 5)Procedimento: • Extrajudicial: em estabelecimento bancário. (fora do juízo - somente em dinheiro ) Art. 539. CPC. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. § 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. • Extrajudicial: em estabelecimento bancário. - Inexistindo recusa pelo credor: o devedor ficará liberado da obrigação. § 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. - Havendo recusa pelo credor: o devedor não ficará liberado da obrigação. § 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1(um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. § 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. Portanto, o credor poderá: - Comparecer na agência bancária e levantar o valor, ato que extinguirá a obrigação; - Comparecer na agência bancária e levantar o valor fazendo ressalvas quanto à sua exatidão, podendo cobrar a diferença por vias próprias; - Silenciar. Esse ato acarretará a aceitação tácita e a obrigação será reconhecida como extinta e o valor depositado ficará à espera do levantamento do credor; - Recusar o depósito, mesmo sem motivação, hipótese em que o depositante poderá levantar o dinheiro ou utilizar o depósito já feito para ingressar com a ação consignatória no prazo de um mês. Judicial: em juízo. - Pode ser consignado qualquer tipo de bem. - Petição inicial, em que deve constar o requerimento: I - de depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 dias contados do deferimento. II - de citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. - Com o deferimento de depósito pelo juiz, o autor deverá realiza-lo no prazo de 5 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. - Obrigação incerta com escolha do credor: citação para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça. O juiz, ao despachar a petição inicial, fixará lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito. - Na contestação, o réu poderá alegar que: I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; II - foi justa a recusa; III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV - o depósito não é integral (neste caso o réu deverá indicar o montante que entende devido). - Se houver alegação de insuficiência do depósito (item IV acima), o autor poderá completá-lo no prazo de 10 dias, exceto se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. Além disso, o réu poderá já levantar a quantia ou coisa depositada, com a liberação parcial do autor, prosseguindo o processo em relação à parcela controvertida. - Sentença: o juiz julgará o pedido de consignação em caso de insurgência pelo réu. - A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. - Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Proceder-se-á do mesmo modo se o credorreceber e der quitação. - Havendo dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento e citados os possíveis titulares do crédito para provarem seu direito: I - não comparecendo pretendente algum, converter- se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas; II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum. Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. Regras Especiais de Pagamento IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO Previsão Legal: arts. 352 a 355 do CC 1)Conceito: Quando uma pessoa se obriga por dois ou mais débitos da mesma natureza com o mesmo credor, terá o direito de indicar a qual dos débitos oferece o pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Regra: imputação pelo devedor. Exceção: imputação pelo credor – é possível diante a ausência de manifestação pelo devedor ou quando convencionado pelas partes. Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. 2)Capital e juros Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. 3)Presunção Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, está se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO Previsão Legal: art. 346 a 351 do CC 1) Conceito: Modalidade de pagamento especial em que um terceiro solve, ou empresta ao devedor o necessário para fazê-lo, com a transferência ao novo credor de todos os direitos, ações, privilégios e garantias. Para o credor, a obrigação se extingue, pois seu direito de crédito foi satisfeito. Porém, para o devedor, a obrigação subsiste, pois o terceiro solvente passa a ocupar a posição do antigo credor, assumindo todos os direitos, ações, privilégios e garantias do credor primitivo, tanto com relação ao devedor principal quanto aos fiadores – Felipe Quintella. 2)Espécies de sub-rogação Sub-rogação legal: ocorrerá a sub-rogação por disposição legal, nas hipóteses do art. 346, do CC. Sub-rogação convencional: ocorrerá a sub-rogação convencional por convenção entre os sujeitos dentro das hipóteses autorizadas na lei, no art. 346, do CC. Sub-rogação legal – art. 346, CC A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum: quando há pluralidade de credores. II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel. III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. Sub-rogação convencional – art. 347, CC A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. PAGAMENTO INDIRETO Dação em Pagamento Previsão legal: arts. 356 a 359, CC 1. Conceito Forma de pagamento indireto em que há um acordo privado entre os sujeitos da relação obrigacional, pactuando-se a substituição do objeto obrigacional por outro. A dação em pagamento está prevista nos artigos 356 a 359 do Código Civil. É a forma de pagamento indireto em que as partes fazem a substituição da prestação devida por uma outra, mantendo idênticos todos os demais elementos obrigacionais. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Por exemplo, suponha que um indivíduo deva R$ 10.000,00 a outra pessoa. Porém, no momento do pagamento, como aquele estava sem o valor devido em mãos, ofereceu-lhe seu cavalo para adimplir o que devia, proposta aceita pela outra parte. Com a entrega da prestação supletiva, opera-se a liberação do devedor. A dação é diferente da novação. Nesta modalidade de pagamento indireto, as partes constituirão uma nova obrigação para extinguir a anterior e não haverá, nem mediata nem imediatamente, a satisfação do crédito do credor. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que esta seja mais valiosa. A dação em pagamento é uma modalidade muito utilizada nas negociações como de dívidas, por exemplo. Nada mais é do que um acordo em que o credor concorda em receber do devedor uma prestação diferente do que lhe é devida. Na prática, a dação em pagamento é uma espécie de substituição. Em vez de receber o dinheiro devido, o credor concorda em receber uma outra coisa, que pode ser um bem material, um imóvel, um terreno ou algo que o valha. 2. Requisitos: • Consentimento do credor. • Satisfação do credor pelo recebimento de coisa diversa da prestação devida. • Intenção de extinguir a obrigação. 3. Características: Nos termos do artigo 357 do Código Civil, caso a obrigação seja de dar coisa, como um cavalo, e as partes a convertam na obrigação de dar dinheiro, a relação será regida pelas regras de compra e venda: Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. Por fim, se o credor for evicto da coisa dada em pagamento, a obrigação primitiva deverá ser restabelecida com todas as suas garantias e ficando sem efeito a quitação dada pelo credor ao devedor, ressalvados direitos de terceiros de boa-fé: Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecerse-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. ******Evicção: é a perda da posse, propriedade ou uso de determinado bem ou coisa. Ocorre em razão de uma sentença judicial que atribui a terceiro, alheio à relação obrigacional, os direitos sobre o bem que já lhe era devido antes de ter ocorrido o negócio jurídico entre as partes. * Novação - Previsão Legal : arts. 360 a 367 CC *** extinção da obrigação anterior, assim convencionando uma nova obrigação** O devedor oferece uma prestação diferente daquela que era devida, e o credor aceita este pagamento e assim extingue a obrigação , única coisa que aconteceu foi a substituição de uma obrigação anterior por uma nova com a finalidade de extinguir a que existia antes. 1. Conceito “Chama-se novação o fenômeno jurídico por meio do qual uma obrigação nova substituiuma obrigação anterior, a qual, por isso, extingue-se”. – Felipe Quintella. Novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la. Dessa forma, a novação é o ato jurídico pelo qual se cria uma nova obrigação com o objetivo de, substituindo outra anterior, a extinguir. A dependência sempre de ter uma convenção firmada entre os sujeitos da relação obrigacional, pois, logo não há de existir em regra, novação legal determinada por imposição da lei. Convencionada, por tanto, a formação de outra obrigação, a primitiva relação jurídica será considerada extinta, sendo substituída pela. Aí, então teremos o instituto da novação. Ainda, a novação exige que exista, entre a dívida antiga e a nova, uma diversidade substancial. Não haverá, portanto, novação, quando apenas se verificarem pequenas alterações secundárias na dívida, tal como ocorre, por exemplo, com a estipulação de nova taxa de juros, exclusão de uma garantia, antecipação do vencimento. 2. Elementos - Existência de uma obrigação anterior (dívida novada) - Existência de uma nova obrigação (dívida novadora) - Intenção de novar 3. Características - A novação não se presume: deve existir a intenção de novar. - Pode ocorrer com a substituição do objeto ou do sujeito ativo ou passivo. Art. 360. Dá-se a novação: I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior. II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor. III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A dação em pagamento não pode ocorrer em qualquer relação contratual, pois a lei a veda em determinadas hipóteses, como a prevista no artigo 1.428: Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento Novação objetiva ou real: com a substituição do objeto I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; Novação subjetiva ou pessoal: com a substituição dos sujeitos Novação subjetiva passiva: II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; Novação por expromissão: sem a participação do devedor Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. Novação por delegação: com a participação do devedor - quando há indicação de um novo devedor para essa obrigação é necessário que a indicação seja feita de boa-fé Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. Novação e devedores solidários Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados. Novação subjetiva ativa: III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. 4. Efeitos - Extinção da dívida primitiva Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. - Novação realizada sem o consenso do fiador importará na exoneração da fiança. Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal. - Não pode ser objeto de novação as obrigações nulas ou extintas. Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas. Compensação Previsão Legal - arts. 368 a 380 CC 1. Conceito “Compensação é o fenômeno por meio do qual se extinguem obrigações pelo fato de o credor de uma delas ter se tornado devedor da outra, e vice-versa” – Felipe Quintella. 2. Requisitos - Dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. 3. Características - A compensação se opera automaticamente, de pleno direito, independentemente da vontade das partes. Isso pode ser alegado por uma das partes em face da outra. Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. - É possível que as partes acordem a compensação através de contrato, para os demais casos não previstos no art. 369. - A compensação pode ser parcial Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. - Cláusula excludente da compensação ou renúncia da compensação Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. 4. Classificações - Quanto à origem: - Compensação legal - Compensação convencional - Compensação judicial - Quanto à extensão: - Plena, total ou extintiva - Restrita, parcial ou propriamente dita 5. Casos de impossibilidade de compensação 5.1. Art. 373, CC Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: I - se provier de esbulho, furto ou roubo; II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 5.2. Art. 380, CC Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. 5.3. Art. 376, CC Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 6. Compensação de dívida de terceiros Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 7. Compensação de dívidas pagáveis em lugares diversos Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. 8. Compensação de crédito cedido Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente 9. Compensação múltipla Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. Confusão Previsão legal: arts. 381 a 384, CC 1. Conceito: Quando na mesma pessoa confundem-se as qualidades de credor e devedor. Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. 2. Características: - Pode ser parcial ou total. Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida,
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