Buscar

1664892463878_1664892457072_1664892395348_apostila_PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL_GUANAMBI-BA_2022

Prévia do material em texto

Apostila elaborada conforme 
Edital 01/2022
Apostila Concurso
GUANAMBI
Prefeitura de Guanambi-BA
versão 01 - 20/09/2022
Contéudo
+ 
Questões
Professor de Educação Infantil e Anos Iniciais
▪ Língua Portuguesa
▪ Legislação Educacional e suasatualizações
▪ Conhecimentos Específicos
Apresentação
Fazer parte do serviço público é o objetivo de muitas pessoas.
Nesse sentido, esta apostila reúne os conteúdos cobrado no edital de abertura do concurso. 
A Tutoria tem o cuidado de selecionar as informações do conteúdo programático das 
disciplinas abordadas. Toda essa disposição de assuntos foi pensada para auxiliar em uma 
melhor compreensão e fixação do conteúdo de forma clara e eficaz.
A apostila que você tem em mãos é resultado da experiência e da competência da Tutoria, 
que conta com especialistas em cada uma das disciplinas.
Ressaltamos a importância de fazer uma preparação focada e organizada para obter o 
desempenho desejado. A apostila da Tutoria será o diferencial para o seu sucesso e na 
realização do seu sonho.
Importante
O conteúdo desta apostila tem por objetivo atender às exigências do edital. Assim, recomendamos ampliar seus 
conhecimentos em livros, sites, jornais, revistas, entre outros meios, para sua melhor preparação.
Atualizações legislativas poderão ser encontradas nos sites governamentais.
A presente apostila não está vinculada à instituição pública e à empresa organizadora do concurso público a que 
se destina, a sua aquisição não inclui a inscrição do candidato no concurso público e também não garante a sua 
aprovação no concurso público.
Proteção de direitos
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução 
de qualquer parte deste material didático, sem autorização prévia expressa por escrito pela Tutoria.
Como montar um cronograma 
de estudos para concurso
Todo estudante sabe que o sucesso começa bem antes da prova e, sendo assim, é preciso ter um cronogra-
ma de estudos para ajudar a manter o foco, organização e rendimento. Confira as dicas.
Prestar um concurso exige muita dedicação, foco e tempo de estudos. Para conseguir ser bem-sucedido na caminha-
da, é preciso criar um cronograma de estudos para concurso eficaz que se encaixe na sua rotina e nos compromissos 
que você tem.
Montar um plano vai te ajudar a se concentrar melhor nos seus afazeres e pode te deixar motivado para cumprir seu 
objetivo de passar num concurso público.
Entender a rotina
O primeiro passo para montar um cronograma de estudos para concurso é compreender a sua rotina. É preciso 
entender como você gasta as horas dos seus dias, quais atividades tomam mais tempo, quais são indispensáveis e 
quando você realiza cada uma. Então, é hora do papel e caneta: anote!
Escreva detalhadamente o que você faz em cada dia da semana:
• Quando acorda;
• Horário de trabalho;
• Seus intervalos;
• Todas as refeições.
Definir horas de estudo
Agora que você já consegue ver sua rotina detalhada, calcule quantas horas você tem de sobra em cada dia. 
Vale também calcular o tempo que pode ser retirado de atividades não tão importantes. Por exemplo, 15 minutos da 
hora do almoço para estudar, mesmo que pareça pouco tempo, pode ser aproveitado com a técnica correta. 
Outra dica é utilizar algum tempo à noite, talvez após o jantar para estudar mais. Mas faça isso apenas se você achar 
que é possível! Dormir bem é imprescindível para manter o cérebro aguçado.
Existe uma técnica que consiste em focar 25 minutos seguidos em uma única atividade e tirar um intervalo de 5 a 15 
minutos até a próxima tarefa. Se você conseguir deixar isso definido, seu cronograma de estudos para concurso ficará 
ainda melhor. No entanto, é necessário lembrar que eventualmente acontecerão imprevistos e seus horários precisa-
rão ser reorganizados.
Definir o que estudar
Você já definiu os horários que terá para estudar, mas o que exatamente você pretende estudar? Para definir isso, é 
preciso saber qual concurso você quer prestar. Coloque o nome da seleção como título da planilha.
Existem alguns fatores que precisam ser analisados na hora de priorizar disciplinas:
• Disciplinas que tem maior peso;
• Matérias que você tem mais dificuldade;
• Assuntos que você tem menos conhecimento;
• Recorrência dos temas.
Montar o cronograma de estudos para concurso
Com as disciplinas listadas por nível de prioridade e sabendo quanto tempo terá para estudar, você já pode montar 
seu plano diário. Para isso, use um planner ou crie uma planilha no computador. Se o concurso já está marcado, 
veja quanto tempo você tem até a data das provas. Novamente: você vai dividir cada disciplina, dessa vez com hora 
marcada:
• Começo dos estudos;
• Intervalos;
• Hora de revisar;
• Fechar os cadernos.
Ter comprometimento e regularidade
Independentemente de como foi montado seu cronograma de estudos, é necessário ter comprometimento e regulari-
dade. Estudar todos os dias e intercalar as disciplinas sempre relembrando o que já foi estudado fazem parte de uma 
metodologia eficaz. São pontos importantes:
• Não ficar muito tempo sem estudar determinada disciplina;
• Colocar mais tempo às disciplinas que tem mais dificuldade;
• Priorizar também as matérias de maior peso ou que se repetem nas provas;
• Revisar conteúdo de outro dia para não cair no esquecimento.
Conhecer técnicas de estudo
Existem algumas técnicas que você pode adotar no seu cronograma de estudo para aproveitar melhor o seu tempo, 
como a criação de resumos e mapas mentais. Na primeira, você anota os pontos importantes que você compreendeu 
sobre o assunto. A segunda técnica é quase como um resumo, mas ela é ainda mais simplificada: selecione a ideia 
principal/geral e, a partir dela, puxe ramificações para assuntos mais específicos. Você pode também:
• Fazer marcações em textos: isso ajuda nos resumos e mapas mentais, bem como na revisão;
• Intercalar os estudos: num período de quatro horas, você estuda 45 minutos acerca de uma disciplina. Então, faz um
intervalo de 15 minutos e depois estuda mais 45 minutos de outra disciplina;
• Responder questões de provas anteriores e simulados: coloque seus conhecimentos em prática e veja o quanto você
consegue acertar.
Na questão de distribuição de tempo, uma técnica bacana é a de ciclo. Ela funciona da seguinte maneira: vamos 
supor que você tenha 20 horas semanais disponíveis para estudar. Distribua este tempo de acordo com a prioridade 
das disciplinas e siga seu cronograma normalmente. Caso algum imprevisto aconteça, como precisar ir ao médico, e 
isso atrapalhar seu momento de estudo, na próxima oportunidade que tiver para estudar siga de onde você parou.
Não fique fixo ao sistema de escola: hoje é português, amanhã é matemática e toda sexta é Direito Administrativo. 
Esse formato pode prejudicar seus estudos, porque se você simplesmente deixar de estudar uma disciplina na sema-
na, na próxima vez ficará atrasado. Já na técnica de ciclo, você pode se recuperar o conteúdo e flexibilizar o cronogra-
ma de estudos para concursos públicos.
Com o tempo, você vai ganhar confiança e internalizará os conteúdos mais rápido. Sendo assim, poderá acrescentar 
outras disciplinas complementares ao seu calendário de estudos, bem como fazer outros ajustes possíveis e neces-
sários.
Cuidar com o físico e o psicológico
Estudar para concurso em pouco tempo pode ser um pouco complicado e talvez você até pense em usar seu tempo 
de lazer para se focar. Bom, você pode até diminuir esse tempo e utilizar um pouco dele para estudar, mas não redu-
za seus momentos de prazer a zero. Seu corpo e seu cérebro precisam de descanso para conseguir assimilar tudo 
que você estudou.
Você também pode assistir a um filme, ver uma série, ligar para um amigo, testar uma receita nova. Qualquer coisa 
que te dê prazer e relaxe a mente. 
C
ro
n
o
g
ra
m
a 
d
e 
es
tu
d
o
s
H
o
rá
ri
o
S
eg
u
n
d
a
Te
rç
a
Q
u
ar
ta
Q
u
in
ta
S
ex
ta
S
áb
ad
o
D
o
m
in
g
o
Língua 
Portuguesa
Sumário1. Compreensão e intelecção de textos ....................... 2
2. Interpretação de texto ............................................... 4
3. Tipologia textual ...................................................... 15
4. Figuras de linguagem .............................................. 27
5. Ortogra� a ................................................................ 31
6. Acentuação grá� ca ................................................. 38
7. Emprego do sinal indicativo de crase ..................... 41
8. Formação, classe e emprego de palavras .............. 44
9. Sintaxe da oração e do período .............................. 78
10. Pontuação ............................................................... 94
11. Concordância nominal e verbal............................. 100
12. Colocação pronominal .......................................... 115
13. Regência nominal e verbal .................................... 119
14. Equivalência e transformação de estruturas ......... 126
15. Relações de sinonímia e antonímia ....................... 131
Língua Portuguesa
2
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos meno-
res, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, 
o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espa-
çamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou 
seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asse-
guramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O 
� o deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho 
não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escre-
ver toma de empréstimo uma série de palavras e expressões 
amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma ideia à 
outra. O texto precisa ser coeso e coerente.
Coesão
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais 
elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramati-
cais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de 
uma frase. O texto deve ser organizado por nexos adequados, 
com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando 
frases e períodos desconexos. Para perceber a falta de coe-
são, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam 
a oração e as orações que formam o período e, � nalmente, 
entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem tra-
balhado sintática e semanticamente resulta num texto coeso.
Coerência
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabe-
lecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com que 
o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência 
será levado em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, 
será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de 
organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; 
num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de construir 
personagens e de relacionar ações e motivações.
Tipos de Composição
Descrição: é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, 
um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de 
pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, 
para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundí-
vel. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de 
captar os traços capazes de transmitir uma impressão autênti-
ca. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. 
É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras especí-
� cas, exatas.
Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou 
imaginários. 
São seus elementos constitutivos: personagens, circunstân-
cias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a 
distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, 
que estão quase sempre em con� ito. 
 – A narração envolve:
1. Quem? Personagem;
2. Quê? Fatos, enredo;
3. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
4. Onde? O lugar da ocorrência;
1. Compreensão 
e intelecção de 
textos
Apreensão e Compreensão do Texto e 
Sentido
Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo 
turno das eleições presidenciais de 1989:
“Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por 
dentro.”
Os brasileiros colocaram essa frase no âmbito dos “discursos 
da campanha presidencial” e entenderam não “Você tem co-
res fora, mas é revestido de cal por dentro”, mas “Você apre-
senta um discurso moderno e de centro-esquerda, mas é um 
reacionário”.
Observe que há duas operações diferentes no entendimento do 
texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações 
que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No 
entanto, ela não é su� ciente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras da frase acima, 
mas não conhecesse o universo dos discursos da campanha 
presidencial, não entenderia o signi� cado da frase. Por isso, é 
preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele 
pertence e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos 
chamam “conhecimento de mundo” ao universo discursivo. 
Na frase acima, collorido e caiado não pertencem ao universo 
da pintura, mas da vida política: a primeira palavra refere-se a 
Collor e ao modo como ele se apresentava, um político moderno 
e inovador; a segunda diz respeito a Ronaldo Caiado, políti-
co conservador que o apoiava. A essa operação chamamos 
compreensão.
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de 
leitura: informativa e de reconhecimento.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro 
contato com o texto, extraindo-se informações e se preparan-
do para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife pa-
lavras -chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra 
à ideia central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e 
opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, res-
pectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia 
a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global pro-
posto pelo autor.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias sele-
tas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela 
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclu-
são do texto.
Língua Portuguesa
3
5. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
6. Por quê? A causa dos acontecimentos;
Dissertação: é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um 
ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabele-
cer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou 
descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que 
deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fun-
damentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.
Sentidos Próprio e Figurado
Comumente a� rma-se que certas ocorrências de discurso têm 
sentido próprio e sentido � gurado. Geralmente os exemplos de 
tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma � or” 
diz-se que “� or” tem um sentido próprio e um sentido � gurado. 
O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal 
que gera a semente”. O sentido � gurado é o mesmo de “Ma-
ria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na acepção tradicional 
não é próprio ao contexto, mas ao termo.
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde 
ao que de� nimos aqui como sentido imediato do enunciado. 
Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido pre-
ferencial, o que comumente ocorre.
O sentido dito � gurado é o do enunciado que substitui a metá-
fora, e que em leitura imediata leva à mesma mensagem que se 
obtém pela decifração da metáfora.
O conceito de sentido próprio nasce do mito da existência da 
leitura ingênua, que ocorre esporadicamente, é verdade, mas 
nunca mais que esporadicamente.
Não há muito que criticarna adoção dos conceitos de sentido 
próprio e sentido � gurado, pois ela abre um caminho de abor-
dagem do fenômeno da metáfora. O que é passível de crítica 
é a atribuição de status diferenciado para cada uma das cate-
gorias. Tradicionalmente o sentido próprio carrega uma cono-
tação de sentido “natural”, sentido “primeiro”.
Invertendo a perspectiva, com os mesmos argumentos, poderí-
amos a� rmar que “natural”, “primeiro” é o sentido � gurado, a� -
nal, é o sentido � gurado que possibilita a correta interpretação 
do enunciado e não o sentido próprio. Se o sentido � gurado 
é o “verdadeiro” para o enunciado, por que não chamá-lo de 
“natural”, “primeiro”?
Pela lógica da Retórica tradicional, essa inversão de perspecti-
va não é possível, pois o sentido � gurado está impregnado de 
uma conotação desfavorável. O sentido � gurado é visto como 
anormal e o sentido próprio, não. Ele carrega uma conotação 
positiva, logo, é natural, primeiro.
A Retórica tradicional é impregnada de moralismo e esteti-
zação e até a geração de categorias se ressente disso. Essa 
tendência para atribuir status às categorias é uma constante 
do pensamento antigo, cuja índole era hierarquizante, sempre 
buscando uma estrutura piramidal para o conhecimento, o que 
se estende até hoje em algumas teorias modernas.
Ainda hoje, apesar da imparcialidade típica e necessária ao 
conhecimento cientí� co, vemos conotações de valor sendo 
atribuídas a categorias retóricas a partir de considerações to-
talmente externas a ela. 
Um exemplo: 
o retórico que tenha para si a convicção de que a qualidade de 
qualquer discurso se fundamenta na sua novidade, originalida-
de, imprevisibilidade, tenderá a descrever os recursos retóricos 
como “desvios da normalidade”, pois o que lhe interessa é pôr 
esses recursos retóricos a serviço de sua concepção estética.
Sentido Imediato
Sentido imediato é o que resulta de uma leitura imediata que, 
com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua ou 
leitura de máquina de ler.
 – Uma leitura imediata é aquela em que se supõe a exis-
tência de uma série de premissas que restringem a decodi-
� cação tais como:
1. As frases seguem modelos completos de oração da língua.
2. O discurso é lógico.
3. Se a forma usada no discurso é a mesma usada para esta-
belecer identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, 
respectivamente, identidade lógica e atribuição.
4. Os signi� cados são os encontrados no dicionário.
5. Existe concordância entre termos sintáticos.
6. Abstrai-se a conotação.
7. Supõe-se que não há anomalias linguísticas.
8. Abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modi-
� cadores do código linguístico.
9. Supõe-se pertinência ao contexto.
10. Abstrai-se iconias.
11. Abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.
12. Não se concebe a existência de locuções e frases feitas.
13. Supõe-se que o uso do discurso é comunicativo. Abstrai-se 
o uso expressivo, cerimonial.
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, inin-
teligível ou compreendido parcialmente toda vez que nele 
surgirem elipses, metáforas, metonímias, oxímoros, ironias, 
alegorias, anomalias, etc. Também passam despercebidas as 
conotações, as iconias, os modi� cadores gestuais, entoativos, 
editoriais, etc.
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se 
comporte como uma máquina de ler, o que faz do conceito de 
leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O que 
existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma 
leitura imediata, como quando alguém toma o sentido literal 
pelo � gurado, quando não capta uma ironia ou � ca perplexo 
diante de um oxímoro.
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau 
zero da escritura, identi� cando-a como uma forma mais primi-
tiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas 
um pressuposto. Os recursos de Retórica são anteriores a ele.
Sentido Preferencial
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber 
o enunciado descontextualizado ou em contexto de dicioná-
rio. Quando um enunciado é realizado em contexto muito ra-
refeito, como é o contexto em que se encontra uma palavra 
no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. Nesta 
situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se 
impõe para o enunciado. Óbvio, o sentido que primeiro se im-
põe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por 
isso a de� nição tem de considerar o resultado médio, o que 
não impede que pela necessidade momentânea consideremos 
o signi� cado preferencial para dado indivíduo.
Algumas regularidades podem ser observadas nos signi-
� cados preferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial 
da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para 
abate”, e nunca o de “indivíduo sem higiene”. Em outras pala-
vras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe 
Língua Portuguesa
4
sobre o que teve origem em processos metafóricos, alegóricos, 
metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial 
para a frase dada é o mesmo de “caminhão carregado com ci-
mento” e não o de “caminhão construído com cimento”. Neste 
caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a 
tese que diz que o sentido “� gurado” não é o “primeiro signi� -
cado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se 
impor sobre o menos usado.
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferen-
cial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de manga? O de 
fruto ou de uma parte da roupa?
2. Interpretação de 
textos
Cada vez mais, é comprovada a di� culdade dos estudantes, 
de qualquer idade, e para qualquer � nalidade de compreender 
o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a 
importância de entender um texto?
Quando se fala em texto, pensamos naqueles longos, com in-
trodução, desenvolvimento e conclusão, onde depois temos 
que responder uma ou várias questões sobre ele. Na verdade, 
texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de 
resolver o exercício. E como é possível cometer um erro numa 
simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que 
se imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção 
numa só palavra, como uma “não”, já muda a interpretação.
Veja a diferença:
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
Qual opção abaixo pertence ao grupo?
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, 
vai marcar a primeira opção que encontrar correta. Pode pa-
recer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso 
acontece mais do que imaginamos, ainda mais na pressão da 
prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse princí-
pio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto 
curto, imagine os erros que podemos cometer ao ler um texto 
maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que 
é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão.
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo 
assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escri-
ta. Mas a grande di� culdade encontrada pelas pessoas é a in-
terpretação de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, 
ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura, consequen-
temente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto 
de vista e um grande medo de interpretar. A interpretação é 
o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece 
justamente quando há leitura. Somos fragmentos de nossos 
escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas 
vezes contadas por outros. 
Quantas vezes você não leu algo e pensou: 
“Nossa, ele disse tudo que eu penso”. 
Com certeza, várias vezes. Temos aí a identi� cação de nossos 
pensamentos com os pensamentos dos autores, mas para que 
aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, re� etir, 
formar ideias e escrever quando puder e quiser.
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso 
país é uma tarefa árdua, mas acredite,valerá a pena para sua 
vida futura. Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você 
exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura 
de mundo. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, inter-
pretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. 
Mas, basta o(a) professor(a) dizer “Vamos agora interpretar 
esse texto” para que as pessoas se calem. Ninguém sabe o 
que calado quer, pois ao se calar você perde oportunidades va-
liosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de 
expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e verá 
que antes que pense, o medo terá ido embora.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas 
entre si, formando um todo signi� cativo capaz de produzir in-
teração comunicativa (capacidade de codi� car e decodi� car).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em 
cada uma delas, há certa informação que a faz ligar-se com 
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a es-
truturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação 
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre 
as frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seu 
contexto original e analisada separadamente, poderá ter um 
signi� cado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências dire-
tas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo 
de recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpre-
tação de um texto é a identi� cação de sua ideia principal. A 
partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamenta-
ções, as argumentações ou explicações que levem ao esclare-
cimento das questões apresentadas na prova.
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a:
Identi� car - reconhecer os elementos fundamentais de uma 
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, 
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais de� nem o 
tempo).
Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de dife-
renças entre as situações do texto.
Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma rea-
lidade, opinando a respeito.
Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em 
um só parágrafo.
Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras.
Exemplo
Título do Texto Paráfrases
“O Homem 
Unido”
A integração do mundo.
A integração da humanidade. A união 
do homem.
Homem + Homem = Mundo. A macaca-
da se uniu. (sátira)
Condições Básicas para Interpretar
 – Faz-se necessário:
1. Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros lite-
rários, estrutura do texto), leitura e prática.
2. Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) 
e semântico. Na semântica (signi� cado das palavras) in-
cluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
Língua Portuguesa
5
ção, sinonímia e antonímia, polissemia, � guras de lingua-
gem, entre outros.
3. Capacidade de observação e de síntese.
4. Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender
Interpretar Significa Compreender Significa
Explicar, comentar, julgar, 
tirar conclusões, deduzir.
Tipos de enunciados:
através do texto, infere-se 
que...
é possível deduzir que...
o autor permite concluir 
que...
qual é a intenção do autor 
ao a� rmar que...
Intelecção, entendimento, 
atenção ao que realmente 
está escrito.
Tipos de enunciados:
o texto diz que...
é sugerido pelo autor que...
de acordo com o texto, é 
correta ou errada a 
a� rmação...
o narrador a� rma...
Erros de Interpretação
 – É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência 
de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
1. Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, 
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por co-
nhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
2. Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção ape-
nas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insu� ciente para o total do 
entendimento do tema desenvolvido.
3. Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias 
às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas 
e, consequentemente, errando a questão.
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a 
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de con-
curso o que deve ser levado em consideração é o que o autor 
diz e nada mais.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacio-
nam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em 
outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pro-
nome relativo, uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo 
átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que 
já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre 
eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo 
átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes 
relativos têm cada um valor semântico, por isso a necessidade 
de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são mui-
to importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto 
traz erros de coesão. 
 – Assim sendo, deve-se levar em consideração que exis-
te um pronome relativo adequado a cada circunstância, a 
saber:
1. Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. 
Mas depende das condições da frase.
2. Qual (neutro) idem ao anterior.
3. Quem (pessoa).
4. Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o 
objeto possuído.
5. Como (modo). Onde (lugar). Quando (tempo). Quanto 
(montante).
Exemplo:
Falou tudo quanto queria (correto).
Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer 
o demonstrativo o).
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos 
(barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porém, exis-
tem expressões que são mal empregadas. 
 – Por força desse hábito cometem-se erros graves como:
1. “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de 
morte.
2. “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o prono-
me oblíquo átono correto é “o”.
3. “No bar: Me vê um café”. Além do erro de posição do pro-
nome, há o mau uso.
 – Algumas dicas para interpretar um texto:
1. Leia bastante. Textos de diversas áreas, assuntos distin-
tos nos trazem diferentes formas de pensar.
2. Pratique com exercícios de interpretação. Questões 
simples, mas que nos ajuda a ter certeza que estamos 
prestando atenção na leitura.
3. Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos 
conta, já está no � nal da página, e nem lembramos o que 
lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pou-
co, ou voltar a leitura num ponto que estávamos prestando 
atenção, e reler.
4. Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. 
Qualquer informação, mínima que seja, nos ajuda a com-
preender melhor o assunto do texto.
5. Faça uma primeira leitura super� cial, para identi� car a 
ideia central do texto, e assim, levantar hipóteses e saber 
sobre o que se fala.
6. Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais 
detalhada. Assim, você economiza tempo se no meio da 
leitura identi� car uma possível resposta.
7. Preste atenção nas informações não-verbais. Tudo que 
vem junto com o texto, é para ser usado ao seu favor. Por 
isso, imagens, grá� cos, tabelas, etc., servem para facilitar 
nossa leitura.
8. Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... en� m, procu-
re a melhor forma para você, pois cada um tem seu jeito de 
resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-
lavras novas, e procurar seu signi� cado para aumentar seu vo-
cabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas 
são uma distração, mas também um aprendizado.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nos-
sa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora 
nosso foco, cria perspectivas, nos torna re� exivos, pensantes, 
além de melhorar nossa habilidadede fala, de escrita e de me-
mória. Então, foco na leitura, que tudo � ca mais fácil!
Organização do Texto e Ideia Central
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e 
organizadas, através dos parágrafos, composto pela ideia central, 
argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
 – Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
1. Declaração inicial;
2. De� nição;
3. Divisão;
4. Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os 
diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado 
através da mudança de linha e um espaçamento da margem es-
querda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico fra-
Língua Portuguesa
6
sal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, assegura-
mos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
Os Tipos de Texto
 – Basicamente, existem três tipos de texto:
1. Texto narrativo;
2. Texto descritivo;
3. Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de 
construção, que pode ser estudado mais profundamente na 
tipologia textual.
É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar 
textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham 
monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o 
seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua 
maneira. No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, 
tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, 
mas em texto não literário isso é um equívoco. Diante desse 
problema, seguem algumas dicas para você analisar, compre-
ender e interpretar com mais pro� ciência.
1. Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós pas-
samos a gostar de algo, compreendemos melhor seu fun-
cionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares 
a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão 
de que ler não faz diferença. Leia tudo que tenha vontade, 
com o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que 
algumas leituras foram super� ciais e, às vezes, até ridícu-
las. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para 
se chegar a uma leitura mais re� nada. Existe tempo para 
cada momento de nossas vidas.
2. Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
3. Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, 
um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras 
cruzadas.
4. Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
5. Leia verdadeiramente.
6. Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão 
pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. 
Antes de responder as questões, retorne ao texto para sa-
nar as dúvidas.
7. Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está 
voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar 
ao parágrafo para localizar o que se a� rma. Outras vezes, a 
questão está voltada à ideia geral do texto.
8. Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do co-
nhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que 
está escrito. 
Veja um exemplo disso:
Texto:
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fa-
tor obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os 
antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos 
colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em deter-
minados ofícios mecânicos e na criação do gado. Di� cilmente se 
acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige 
a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para 
as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer- se sem 
regularidade forçada e sem vigilância e � scalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
 – Infere-se do texto que os antigos moradores da terra 
eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
d) tanto os índios quanto aos negros.
e) a miscigenação de portugueses e índios.
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos ín-
dios, é possível concluir pelas características apresentadas no 
texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
Tome cuidado com as vírgulas. 
Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir:
1. Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
2. Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
3. Os alunos dedicados passaram no vestibular.
4. Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
5. Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
6. Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
Explicações:
1. Diego fez sozinho o trabalho de artes.
2. Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
3. Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e 
passaram no vestibular somente os que se dedicaram, res-
tringindo o grupo de alunos.
4. Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
5. Marcão é chamado para cantar.
6. Marcão pratica a ação de cantar.
Leia o trecho e analise a a� rmação que foi feita sobre ele:
“Sempre fez parte do desa� o do magistério administrar adoles-
centes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da 
idade de desa� ar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos 
casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe 
à autoridade do professor”.
Frase para análise.
Desa� ar as regras é uma atitude própria do adolescente das es-
colas privadas. E esse é o grande desa� o do professor moderno.
 - Não é mencionado que a escola seja da rede privada.
 - O desa� o não é apenas do professor atual, mas sempre fez 
parte do desa� o do magistério. Outra questão é que o gran-
de desa� o não é só administrar os desa� os às regras, isso é 
parte do desa� o, há também os hormônios em ebulição que 
fazem parte do desa� o do magistério.
 - Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo 
do sentido original).
 - A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja 
algumas delas: substituição de locuções por palavras; uso 
de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vi-
ce-versa; converter a voz ativa para a passiva; emprego de 
antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; 
o povo lusitano = portugueses).
Observe a mudança de posição de palavras ou de 
expressões nas frases. Exemplos:
 - Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de pro-
fessores.
 - Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de pro-
fessores.
 - Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.
 - Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
Explicações:
 - Certos alunos = qualquer aluno.
Língua Portuguesa
7
 - Alunos certos = aluno correto.
 - Alunos determinados = alunos decididos.
 - Determinados alunos = qualquer aluno.
Questões
1. (MPE-SC – Promotor de Justiça – MPE-SC/2016)
“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao 
ponto mais distante da Expedição Oriente, a cidade de Xangai, 
na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é 
a primeira vez que os Schürmann aportam em solo chinês. A 
negociação para ter a autorização do país começou há mais de 
três anos, quando a expedição estava em fase de planejamen-
to. Essa também é a primeira vez que um veleiro brasileiro re-
cebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com 
as autoridades do país.”
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pe-
la-primeira-vez-na-antartica.html)
Para � car caracterizada a ideia de passado distante, a expres-
são “há mais de três anos” deve ser reescrita: “há mais de três 
anos atrás”.
( ) Certo ( ) Errado
 Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 05.
Crônica
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimen-
tação! É o que exclamo depois de ler as recomendações 
de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A 
apatia, ou indiferença, é uma das causas principais das die-
tas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma 
família nordestina estendida em uma calçada do centro da ci-
dade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme, mas apática,sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o 
especialista: “Embora haja alimentos em quantidade su� cien-
te, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas 
não compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É 
isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no supermercado 
vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, 
que é um alimento pobre, deixando de lado uma série de ali-
mentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina 
ainda o nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obti-
da de elementos tirados de cada um dos seguintes grupos de 
alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele 
o queijo e o sorvete”. Embora modestamente, sempre pensei 
também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente 
que as crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de 
verminoses. Por quê? Porque seus pais não sabem selecionar 
o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica 
seria dar-lhes sorvete, todas as crianças do mundo gostam de 
sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do 
Morais há sempre bandos de meninos favelados que � cam só 
olhando os adultos que descem dos carros e devoram sorvetes 
enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilus-
tre médico: “A carne constitui o segundo grupo, recomendan-
do-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, gali-
nha, peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros 
que divulgam as suas palavras redentoras! E dizer que o nosso 
povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua 
a comer pouco, comer mal, às vezes até a não comer nada. 
Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui 
no Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em 
um restaurante e pedir um � lé à Chateaubriand. O dr. Maynard 
decerto � caria muito aborrecido se visse um ser humano esco-
lher tão mal seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa 
dessas e outras que o Brasil não vai pra frente.
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2015. p. 40-42.
2. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Adminis-
trativo - Prefeitura do Rio de Janeiro– RJ/2016)
O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é frequentemen-
te escrito em primeira pessoa e re� ete, muitas vezes, o posicio-
namento pessoal de seu autor. Pode-se a� rmar que, na crônica 
de Paulo Mendes Campos, o “eu” que fala:
a) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard
b) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz
c) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado
d) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação cientí-
� ca pelos jornais
3. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Adminis-
trativo - Prefeitura do Rio de Janeiro– RJ/2016)
Pode-se a� rmar que o texto de Paulo Mendes Campos é argu-
mentativo, uma vez que se caracteriza por:
a) encadear fatos que envolvem personagens
b) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia
c) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos
d) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação
4. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Adminis-
trativo - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2016)
Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a palavra em 
destaque pode ser substituída, sem
prejuízo do sentido, por:
a) adestra, amestra, amansa
b) educa, corrige, repreende
c) catequiza, converte
d) formula, ensina
5. Prefeitura de Chapecó – SC – Engenheiro de Trânsito – 
IOBV/2016)
Por Jonas Valente*, especial para este blog.
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Ciberné-
ticos da Câmara dos Deputados divulgou seu relatório � nal. 
Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a 
justi� cativa de combater delitos na rede. Mas o conteúdo des-
sas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a 
conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura 
na web, ampliando a repressão ao acesso a � lmes, séries e ou-
tros conteúdos não o� ciais, retirando direitos dos internautas e 
transformando redes sociais e outros aplicativos em máquinas 
de vigilância.
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é usa-
do para tentar atacar o caráter livre, plural e diverso da Internet. 
Como há di� culdades de se apurar crimes na rede, as soluções 
buscam criminalizar o máximo possível e transformar a navega-
ção em algo controlado, violando o princípio da presunção da 
inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos crimes 
contra a honra, a solução adotada pode ter um impacto trágico 
para o debate democrático nas redes sociais – atualmente tão 
importante quanto aquele realizado nas ruas e outros locais da 
vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco Civil da 
Internet, lei aprovada depois de amplo debate na sociedade e 
que é referência internacional.
(*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016)
Após a leitura atenta do texto, analise as a� rmações feitas:
I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão 
equilibrada e vanguardista da Comissão Parlamentar que 
legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputa-
dos.
Língua Portuguesa
8
II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em 
todos os sentidos, e a referida Comissão Parlamentar está 
querendo cercear o direito à plena execução deste marco.
III. Há o temor que o acesso a � lmes, séries, informações em 
geral e o livre modo de se expressar venham a sofrer cen-
sura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos 
Deputados.
IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão 
do jornalista, está longe de se concretizar através das leis a 
serem votadas no Congresso Nacional.
V. Combater os crimes da internet com a censura, para o 
jornalista, está longe de ser uma estratégia correta, sendo 
mesmo perversa e manipuladora.
Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas.
a) I, II, III.
b) II, III, IV.
c) II, III, V.
d) II, IV, V.
Respostas
01. Errado
O verbo haver já contém a ideia de passado. A adição do termo 
“atrás” caracteriza pleonasmo.
02. (C)
Dentro da crônica existe o “ o Eu” introduzido pelo Autor 
Paulo Mendes Diferença:
“o Eu” se mostra ingênuo (Aquele que é inocente, sincero, sim-
ples.) e alienado (1-Cedido a outro dono, ou o que enlouque-
ceu, 2-vendido.)
Um exemplo é quando ele diz: “É o que exclamo depois de 
ler as recomendações de um nutricionista americano, o dr. 
Maynard”
O autor não se mostra ingênuo e nem alienado, uma vez que, ele 
mesmo é quem escreve a Crônica.
03. (B)
São características de textos:
encadear fatos que envolvem personagens - NARRATIVO
tentar convencer o leitor da validade de uma ideia - DISSERTA-
TIVO ARGUMENTATIVO
caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos 
- DESCRITIVO
oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação - IN-
JUNÇÃO/ INSTRUCIONAL
04. (D)
Doutrina = conjunto coerente de ideias fundamentais a serem 
transmitidas, ensinadas.
05. (C)
Sentido Literal e Sentido Não Literal
Literal é o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto 
é, de acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos 
contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra. 
Exemplo:
“Uma pedra no meio da rua foi a causa do acidente.”
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal.
Não Literal é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, 
aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. 
Exemplo:
“As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas 
pela mão.”
“Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que usualmen-
te indica, mas um insulto, uma ofensa produzida pela boca.
Ampliação de Sentido
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a 
designar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do 
que originariamente.
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para 
designar o ato de viajar em um barco, ampliou consideravel-
mente o sentido e passou a designar a ação de viajar em ou-
tros veículos.Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um 
passageiro:
- embarcou num ter.
- embarcou no ônibus das dez.
- embarcou no avião da força aérea.
- embarcou num transatlântico.
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que esca-
la os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por amplia-
ção de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante 
do esporte de escalar montanhas.
Restrição de Sentido
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, 
isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais res-
trita de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, 
por exemplo, das palavras que saem da língua geral e passam 
a ser usadas com sentido determinado, dentro de um universo 
restrito do conhecimento.A palavra aglutinação, por exemplo, 
na nomenclatura gramatical, é bom exemplo de especialização 
de sentido. Na língua geral, ela signi� ca qualquer junção de 
elementos para formar um todo, porém em Gramática designa 
apenas um tipo de formação de palavras por composição em 
que a junção dos elementos acarreta alteração de pronúncia, 
como é o caso de pernilongo (perna + longa).
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglu-
tinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, 
que designa uma personagem de desenhos animados, não se 
formou por aglutinação, mas por justaposição.
Em linguagem cientí� ca é muito comum restringir-se o signi� -
cado das palavras para dar precisão à comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não 
pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira 
em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para 
designar apenas um tipo de � or que tem a propriedade de 
acompanhar o movimento do Sol.
Há certas palavras que, além do signi� cado explícito, contêm 
outros implícitos (ou pressupostos).
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exem-
plo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo necessa-
riamente a existência de ao menos uma além daquela indicada.
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca 
lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro 
livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um 
livro além daquele que está sendo autografado.
Língua Portuguesa
9
Questões
1. (PC-CE – Delegado de Polícia Civil – VUNESP/2015)
A morte do narrador
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando a 
razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura para com os 
idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de 
minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vo-
vós, porque estavam todos na academia querendo parecer com 
seus netos.
Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter 
me entendido mal, o que acontece com frequência quando se 
discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o 
próprio termo “velhice” já pede sinônimos politicamente corre-
tos, como “terceira idade”, “melhor idade”, “maturidade”, entre 
outros.
Uma característica do politicamente correto é que, quando ele 
se manifesta num uso linguístico especí� co, é porque esse uso 
se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A mar-
ca essencial do politicamente correto é a hipocrisia articulada 
como gesto falso, ideias bem comportadas.
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que 
idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abando-
no, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles 
estão fugindo da condição de avós, usava isso como metáfo-
ra da mentira (politicamente correta) quanto ao medo que te-
mos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao 
abandono e à solidão, típicos do mundo contemporâneo. Minha 
crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a 
juventude como padrão de vida e está intimamente associada 
ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção é 
pela “negação”, traço de um dos sintomas neuróticos descritos 
por Freud.
Walter Benjamim, � lósofo alemão do século XX, dizia que na 
modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer dizer 
que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida 
e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais 
velhos querem “aprender” com os mais jovens (aprender a 
amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes so-
ciais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento, é 
também desorganizador da própria juventude. Ouço cotidiana-
mente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo 
por pais e mães que querem aprender a viver com eles.
Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a combater 
essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas de infor-
mação, normalmente mais acessíveis aos jovens, aumentam 
a percepção negativa dos mais velhos diante do acúmulo de 
conhecimento posto a serviço dos consumidores, que ques-
tionam as “verdades constituídas do passado”. A própria es-
trutura sobre a qual se funda a experiência moderna – ciência, 
técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade dos 
mais velhos. Em termos humanos, o passado (que “nada” ser-
ve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. En� m, resta 
aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais.
(Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado)
O termo empregado com sentido � gurado está em destaque na 
seguinte passagem do texto:
a) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece 
com frequência quando se discute o tema da velhice… (se-
gundo parágrafo).
b) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de mi-
nhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e 
vovós… (primeiro parágrafo).
c) Walter Benjamim, � lósofo alemão do século XX, dizia que 
na modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúlti-
mo parágrafo).
d) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência mo-
derna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a 
invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo).
e) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se 
afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto 
parágrafo).
2. (PC-CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP/2015)
Ficção universitária
Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro 
de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, 
que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são in-
dissociáveis. É claro que universidades que fazem pesquisa 
tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais ino-
vação e atrair os alunos mais quali� cados, tornando-se assim 
instituições que se destacam também no ensino.
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cris-
talina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de 
ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão re-
lativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em 
inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não decorre 
que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja ca-
paz de ensinar.
O gasto médio anual por aluno numa das três universidades 
estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que con-
tribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo 
inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil 
(dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo 
algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias � scais.
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país 
não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões de 
universitários em instituições com o padrão de investimento das 
estaduais paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua 
população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização no ní-
vel superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA 
(89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na � cção constitu-
cional de que todas as universidades do país precisam dedicar-
-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como ele é 
e distinguir entre instituiçõesde elite voltadas para a produção 
de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O Brasil 
tem necessidade de ambas.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013. 
Adaptado)
Assinale a alternativa em que a expressão destacada é empre-
gada em sentido � gurado.
a) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a 
nata dos especialistas...
b) Os dados do Ranking Universitário publicados em setem-
bro de 2013...
c) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber 
que o país não dispõe de recursos...
d) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de 
ensino...
e) ... todas as despesas que contribuem direta e indiretamen-
te para a boa pesquisa...
3. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2014)
Leia o texto para responder a questão.
Um pé de milho
Língua Portuguesa
10
Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido 
pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de 
capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o 
para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas 
folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava 
do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenho-
samente que na verdade aquilo era capim. Quando estava com 
dois palmos veio outro amigo e a� rmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha 
razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas 
além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor 
um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas 
de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em 
um anteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – 
não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. 
Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e 
verdes nunca estão imóveis.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos 
encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pen-
doou. Há muitas � ores belas no mundo, e a � or do meu pé 
de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão � rme, 
vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso 
canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem 
bem. É alguma coisa de vivo que se a� rma com ímpeto e cer-
teza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não 
sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata 
máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de 
Castilhos.
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos 
empregados em sentido � gurado.
a) ... beijado pelo vento do mar (3º §) / Meu pé de milho é 
um belo gesto da terra. (3º §)
b) Mas ele reagiu. (1º §) / na verdade aquilo era capim. (1º §)
c) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante 
(2º §)
d) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto 
centenas de milharais. (2º §)
e) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas 
� ores belas no mundo (3º §)
4. (IF-SC – Técnico de Laboratório – IF-SC/2014)
Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido 
conotativo.
a) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter.
b) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência 
pací� ca.
c) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos 
coloridos do próprio pensamento
d) Choviam risadas naquela peça de humor.
e) A sabedoria abre as portas do conhecimento.
Respostas
1. D
O sentido � gurado ou conotativo, é aquele em que se atribui à 
palavra ou expressão, um sentido ampliado, diferente do sen-
tido literal/usual.
d) A palavra “Indivisibilidade” foi usada com o sentido de “iso-
lamento”, “exclusão” e, portanto, é o gabarito.
2. A
nata:na.ta sf (lat matta) 1 Camada que se forma à superfície do 
leite; creme. 2 A melhor parte de qualquer coisa, o que há de 
melhor; a � na � or, o escol. N. da terra: nateiro; terra fértil.
3. A
... beijado pelo vento do mar (3º §) / Meu pé de milho é um belo 
gesto da terra. (3º §)
Mas aquele pendão � rme, vertical, beijado pelo vento do mar, 
(que o vento bate no pé de milho) veio enriquecer nosso can-
teirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É 
alguma coisa de vivo que se a� rma com ímpeto e certeza. Meu 
pé de milho é um belo gesto da terra. (Como nasce da terra, 
para o autor parece um presente desta).
Sentido � gurado: A palavra tem valor conotativo quando seu 
signi� cado é ampliado ou alterado no contexto em que é em-
pregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais 
usual.
4. B
a) Atitudes são o espelho;
b) CERTA;
c) Pipocavam palavras no texto;
d) Choviam risadas;
e) Sabedoria abre as portas
Inferências
Com o advento das novas tecnologias a leitura e interpretação 
de textos ganham novos signi� cados e dimensões. Se antes 
liam-se somente textos literários, hoje é possível encontrar 
uma imensa gama de diferentes tipos de textos. Assim, o exer-
cício da leitura demanda cada vez mais o levantamento de hi-
póteses, comparações, associações e inferências.
De acordo com o dicionário Houaiss o termo “inferir” signi� ca: 
concluir pelo raciocínio, a partir de fatos, indícios; deduzir. No 
contexto de interpretação de textos, a inferência enquadra-se 
na ação de analisar as informações implícitas e explícitas com 
o intuito de alcançar conclusões.
Segue abaixo uma ilustração para análise exempli� cação.
Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não 
verbal, juntas elas fornecem o insumo necessário para o bom 
entendimento e compreensão da temática.
Em uma leitura super� cial, uma leitura sem inferências, o leitor 
poderia cair no erro de não perceber a intenção real do autor, a 
denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa in-
terpretação é necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos 
questionamentos como:
Língua Portuguesa
11
 - Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado” e “ex-
posto a riscos”?
 - O que signi� cam as balas que o cercam por todos os lados?
 - Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de 
balas?
A partir de questionamentos como os citados acima é possível 
adentrar no contexto social, Rio de Janeiro violento, que ins-
taura críticas e denúncias a determinada realidade.
Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes ocultos 
que transformam a leitura simples em uma leitura re� exiva.
Questões
1. (Pref. De Teresina/PI – Professor Português – NUCE-
PE/2016)
Segundo o Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional), analfa-
beto funcional é aquele que, mesmo sabendo ler e escrever 
frases simples, não possui as habilidades necessárias para 
satisfazer as demandas do seu dia a dia e se desenvolver 
pessoal e pro� ssionalmente. De acordo com as teorias de 
compreensão como atividade inferencial, compreender o texto 
é, essencialmente, uma atividade de relacionar conhecimentos, 
experiências e ações em um movimento interativo e negociado. 
Concebendo a compreensão como processo, a leitura realiza-
-se a partir de diferentes horizontes. Nesse sentido, é correto 
a� rmar que o processo inferencial está:
a) no horizonte máximo da leitura.
b) no horizonte mínimo da leitura.
c) na falta de horizonte da leitura.
d) no horizonte problemático da leitura.
e) no horizonte indevido da leitura.
2. (SEDU/ES – Professor – Língua Portuguesa – FCC/2016)
Ensinar o leitor-aluno a � xar objetivos e a ter estratégias de leitura, 
de modo a perceber que essa depende da articulação de várias 
partes que formam um todo. É, então, um pressuposto metodoló-
gico a ser considerado. O leitor está inserido num contexto e preci-
sa considerar isso para compreender os textos escritos. Em sala de 
aula, con� guram-se como estratégias de preparação para a leitura 
as ações de descobrir conhecimentos prévios dos alunos, discutir 
o vocabulário do texto, explorar a seleção do tema do texto, do 
assunto tratado, levantar palavras-chave ligadas a esse tema/as-
sunto, e exercitar inferências sobre o texto.
(Espírito Santo (Estado). Secretaria da Educação. Ensino fundamental:anos 
� nais: área de Linguagens e Códigos /
Secretaria da Educação. Vitória: SEDU, 2009, p. 69. v.1)
O ato de “exercitar inferências sobre o texto” pressupõe de-
senvolver atividades pedagógicas que permitam ao leitor-aluno
a) destacar o que é do seu interesse no texto.
b) localizar informações explícitas no texto.
c) apreender informações implícitas no texto.
d) produzir novo texto com base no texto lido.
e) ler em voz alta o texto de leitura.
3. (AL-GO - Analista Legislativo - Analista de Redes e Co-
municação de Dados – CS-UFG/2015) A armadilha da 
aceitação
Existe um lugar quentinho e cômodo chamado aceitação. 
Olhando de longe, parece agradável. Mais do que isso, é 
absolutamente tentador: os que ali repousam parecem con-
fortáveis, acolhidos, até mesmo com um senso de poder, como 
se estivessem tirando um cochilo plácido debaixo das asas de 
um dragão.
“Elas estão por cima”, é o que se pensa de quem encontrou 
seu espacinho sob a aba da aceitação. Porém, é preciso ba-
talhar para ter um espaço ali. Esse dragão não aceita qualquer 
um; e sua aceitação, como tudo nesta vida, tem um preço.
Para ser aceita, em primeiro lugar, você não pode querer des-
truir esse dragão. Óbvio. Você não pode atacá-lo, você não 
pode ridicularizá-lo, você não pode falar para outras pessoas o 
quanto seus dentes são perigosos, você não pode sequer fazer 
perguntas constrangedoras a ele.
Faça qualquer uma dessas coisas e você estará para sempre 
riscada da lista VIP da aceitação. Ou, talvez, se você se humi-
lhar o su� ciente, ele consiga se esquecer de tudo o que você 
fez e reconsidere o seu pedido por aceitação.
A melhor coisa que você pode fazer para conseguir aceitação é 
atacar as pessoas que querem destruir o generoso distribuidor 
deste privilégio. Uma boa forma de fazer isso é ridicularizando-
-as, e pode ser bem divertido � ngir que esse dragão sequer 
existe, embora ele seja algo tão monstruosamente gigante que 
é quase como se sua existência estivesse sendo esfregada em 
nossas caras.
Reforçar o discurso desse dragão, ainda que você não saiba 
muito bem do que está falando, é o passo mais importante que 
você pode dar em direção à tão esperada aceitação.
Reproduzir esse discurso é bem simples: basta que a men-
sagem principal seja deixar tudo como está e há várias formas 
de se dizer isso, das mais rudimentares e manjadas às mais ela-
boradas e inovadoras. Não dá pra reclamar de falta de opção.
Pode ter certeza que o dragão da aceitação dará cambalhotas 
de felicidade. Nada o agrada mais do que ver gente impedindo 
que as coisas mudem.
Uma vez aceita, você estará cercada de outras pessoas tão le-
gais quanto você, todas acolhidas nesse lugar quentinho cha-
mado aceitação. Ali, você irá acomodar a sua visão de mundo, 
como quem coloca óculos escuros para relaxar a vista, e irá 
assistir numa boa às pessoas se dando mal lá fora.
É claro que elas só estão se dando tão mal por causa do tal 
dragão; mas se você não pode derrotá-lo, una-se a ele, não é 
o que dizem?
O que ninguém diz quando você tenta a todo custo ser aceita 
é que nem isso torna você imune. Ser aceita não é garantia 
nenhuma de ser poupada.
Você pode tentar agradar ao dragão, você pode caprichar na 
reprodução e perpetuação do discurso que o mantém acoco-
rado sobre este mundo, você pode até se estirar no chão para 
se fazer de tapete de boas-vindas, mas nada disso irá adiantar, 
especialmente porque esse discurso só foi feito para destruir 
você.
E aí é que a aceitação se revela como uma armadilha. Tudo o 
que você faz para ser aceita por aquilo que es- maga as outras 
sem dó só serve para deixar você mais perto da boca cheia de 
dentes que ainda vai te mastigar e te cuspir para fora. Pode 
demorar, mas vai. Porque só tem uma coisa que esse dragão 
realmente aceita: dominar e oprimir.
Então, se ele sorrir para você, não se engane: ele não está te 
aceitando. Está apenas mostrando os dentes que vai usar para 
fazer você em pedaços depois.
VALEK, Aline. Disponível em: < http://www.cartacapital.com.br/blogs/escri-
to- rio-feminista/a-armadilha-da-aceitacao-4820.html >. Acesso: 13 fev. 2015. 
(Adaptado).
No texto, o uso das palavras “aceita” e “riscada”, no feminino, 
conduz à inferência de que:
Língua Portuguesa
12
a) a forma nominal dessas palavras se restringe à � exão no 
feminino
b) essas palavras concordam em gênero com palavras a que 
se referem.
c) os interlocutores imediatos do texto são do sexo feminino.
d) tais palavras concordam com o sexo da escritora do texto.
4. 04. (IF/RJ – Administrador – BIO-RIO/2015)
Saltando as muralhas da Europa
De um lado está a Europa da abundância econômica e da esta-
bilidade política. De outro, além do Mediterrâneo, uma extensa 
faixa assolada pela pobreza e por violentos con� itos. O pre-
cário equilíbrio rompeu-se de uma vez com o agravamento da 
guerra civil na Síria. Da Síria, mas também do Iraque e do Afega-
nistão, puseram-se em marcha os refugiados. Atrás deles, ou 
junto com eles, marcham os migrantes econômicos da África 
e da Ásia. No maior � uxo migratório desde a Segunda Guerra 
Mundial, os desesperados e os deserdados saltam as muralhas 
da União Europeia.
Muralhas? Em tempos normais, os portais da União Europeia 
estão abertos para os refugiados, mas fechados para os imi-
grantes. Não vivemos tempos normais. Os países da Europa 
Centro-Oriental, Hungria à frente, fazem eco à xenofobia da 
extrema-direita, levantando as pontes diante dos refugiados. 
Vergonhosamente, a Grã-Bretanha segue tal exemplo, ainda 
que com menos impudor.
A Alemanha, seguida hesitantemente pela França, insiste num 
outro rumo, baseado na lógica demográ� ca e nos princípios 
humanitários. Angela Merkel explica a seus parceiros que a Eu-
ropa precisa agir junta para passar num teste ainda mais difícil 
que o da crise do euro. “O futuro da União Europeia será mol-
dado pelo que � zermos agora, alerta a primeira-ministra alemã.
(Mundo, outubro 2015)
De alguns segmentos do texto o leitor pode fazer uma série de 
inferências. A inferência inadequada
do segmento “O precário equilíbrio rompeu-se de uma vez com 
o agravamento da guerra civil na Síria” é:
a) já havia uma guerra civil na Síria há algum tempo.
b) existia um tênue equilíbrio nas tensões da região.
c) haviam ocorrido rompimentos em países do local referido.
d) a guerra civil na Síria envolvia outros países vizinhos.
e) um con� ito interno de um país pode afetar nações próxi-
mas.
5. (EBSERH – Advogado - Instituto AOCP/2015)
[...] a alegria
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro ao 
mundo e a nós mesmos
IVAN MARTINS
A alegria vem de dentro ou de fora de nós?
A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, en-
quanto berro os versos imortais de Roberto Carlos, cantados 
em ritmo de samba: “Eu quero que você me aqueça neste in-
verno, e que tudo mais vá pro inferno”.
Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e 
uma multidão ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta so-
bre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa 
festa ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado 
contentamento?
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de 
achar em mim a alegria, a vida será uma.
Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente, será outra, 
provavelmente pior.
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão.
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza 
sem tamanho e sem � m, que tem o rosto de quem nos deixou. 
Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas tor-
na-se parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão de carna-
vais seriam incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não 
houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem 
estaríamos na rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos 
a ver de perto a multidão. Ficaríamos em casa, esmagados por 
nossa tristeza, remoendo os detalhes do que não mais existe. 
Ao longe, ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria remota e 
alheia.
Nossa alegria existe,entretanto. Por isso somos capazes de 
cantar e dançar quando o destino nos atinge.
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos 
põe de pé quando nem sairíamos da cama. Ela se expõe 
como esperança: acreditamos que o mundo nos trará algo 
melhor esta manhã; quem sabe esta noite; domingo, talvez. Ela 
nos torna sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz 
do amigo, à conversa simpática de um vizinho, aos problemas 
do colega de trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo 
e nos faz perceber que ele também se interessa por nós.
Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é su� ciente 
para dar a largada e começar do zero.
Um dia depois do outro. Todos os dias em que seja necessário.
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar o 
interruptor da nossa alegria. A gente tem a sensação de que 
alegria se extinguiu e com ela o nosso desejo de transar e 
de viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria 
está lá - feita de boas memórias, do amor que nos deram, 
do carinho que a gente deu aos outros. Existe como presença 
abstrata, mas calorosa, que nos dirige aos outros, que nos faz 
olhar para fora. É isso a alegria: algo de dentro que nos leva ao 
mundo e nos permite o gozo e a reconhecimento de nós mesmos, 
no rosto do outro. Empatia e simpatia. Amor.
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro. Mas seu 
sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro à música 
e à dança do mundo, ao encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noti-
cia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html
Em relação ao texto, é correto a� rmar que:
a) somente por meio de inferência é possível concluir que o 
questionamento inicial do texto é respondido.
b) não há elementos linguísticos no texto que comprovem a 
resposta ao questionamento inicial que o autor faz.
c) o questionamento inicial não é respondido no decorrer do tex-
to, propositalmente, � cando como uma re� exão para o leitor.
d) no texto o autor responde explicitamente seu questiona-
mento inicial.
e) não é possível, durante a leitura, de� nir se o questiona-
mento inicial do texto é respondido.
Respostas
01. A
Questão parece difícil pois a redação não é muito boa. Pergun-
tando da seguinte forma � ca mais fácil de entender: “É possível 
fazer uma conclusão ou uma dedução do texto a partir de”...viu, 
� cou mais fácil achar a resposta.
Torna-se óbvio que só podemos deduzir um texto quando le-
mos o máximo de seu argumento.
Língua Portuguesa
13
02. C
Inferir signi� ca adivinhar, levantar hipóteses sobre determinado 
assunto. É isso que o aluno fará com o texto.
03. C
Interlocutor, signi� ca cada uma das pessoas que participam 
de uma conversa, de um diálogo. E estas palavras estão no 
feminino.
04 D
GUERRA CIVIL subentende CONFLITOS INTERNOS, logo, 
pode-se inferir que “a guerra civil na Síria NÃO envolvia ou-
tros países vizinhos”. A alternativa “D” não apresenta este 
entendimento.
A inferência inadequada é dizer que “a guerra civil na Síria en-
volvia outros países vizinhos”.
05. D
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro.
Ponto de Vista do Autor
O Ponto de Vista na literatura é o ângulo sob o qual o autor irá 
narrar sua trama. Existem três formas básicas de mostrar uma 
narração: primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa.
Primeira pessoa
Quando um personagem narra a história a partir de seu próprio 
ponto de vista, o escritor está usando a primeira pessoa. Nesse 
caso, lemos o livro com a sensação de termos a visão do per-
sonagem podendo também saber quais são seus pensamen-
tos, o que causa uma leitura mais íntima. Da mesma maneira 
que acontece nas nossas vidas, existem algumas coisas das 
quais não temos conhecimento e só descobrimos ao decorrer 
da história.
Segunda pessoa
Na segunda pessoa, o autor costuma falar diretamente com o 
leitor, como um diálogo. É um caso mais raro e faz com que o 
leitor se sinta quase como outro personagem que participa da 
história.
Terceira pessoa
Esse ponto de vista coloca o leitor numa posição externa, como 
se apenas observasse a ação acontecer. Os diálogos não são 
como na narrativa em primeira pessoa, já que nesse caso o 
autor relata as frases como alguém que estivesse apenas con-
tando o que cada personagem disse.
Significação das Palavras
Quanto à signi� cação, as palavras são divididas nas se-
guintes categorias:
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às 
vezes a mesma gra� a, mas signi� cação diferente. 
Exemplos:
 - São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
 - Aço (substantivo) e asso (verbo).
Só o contexto é que determina a signi� cação dos homônimos. 
A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por isso é con-
siderada uma de� ciência dos idiomas.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico 
(som) e o grá� co (gra� a). Daí serem divididos em:
1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes 
no timbre ou na intensidade das vogais.
 - Rego (substantivo) e rego (verbo).
 - Colher (verbo) e colher (substantivo).
 - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
 - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
 - Para (verbo parar) e para (preposição).
 - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
 - Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
 - Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o).
2. Homófonos Heterográ� cos: iguais na pronúncia e diferen-
tes na escrita.
 - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
 - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
 - Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de 
consertar).
 - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
 - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
 - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
 - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
 - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
 - Paço (palácio) e passo (andar).
 - Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
 - Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = 
anular).
 - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão 
(tempo de uma reunião ou espetáculo).
3. Homófonos Homográ� cos: iguais na escrita e na pronúncia.
 - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
 - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
 - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
 - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
 - Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
 - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia.
coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, degradar e 
degredar, cético e séptico, prescrever e proscrever, descrição e 
discrição, in� igir (aplicar) e infringir (transgredir), sede (vontade 
de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimen-
to, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, 
divergir, adiar), rati� car (con� rmar) e reti� car (tornar reto, corri-
gir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso 
(congestionado: rosto vultuoso).
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma signi� cação. 
A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos:
 - Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plan-
tas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de 
gado.
 - Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó.
 - Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu 
do palato.
Língua Portuguesa
14
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmi-
cas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que têm de-
zenas de acepções.
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser 
empregadas no sentido próprio ou no sentido � gurado. 
Exemplos:
 - Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
 - Ênio tem um coração de pedra. (sentido � gurado).
 - As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
 - As horas iam pingando lentamente, (sentido � gurado).
Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque 
nos seguintes exemplos:

Continue navegando