Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Alexia Almeida – ATM 2025/1 
	
 
A histamina é o principal mediador da inflamação, da anafilaxia 
e da secreção ácida do estômago, ou seja, reações de hipersensibilidade 
que são associadas à processos alérgicos utilizam a histamina como 
principal mediador. 
 
Ao passar a barreira hematoencefálica, a histamina passa a 
desempenhar um papel na neurotransmissão, o que explica os efeitos 
colaterais de alguns antihistamínicos. 
 
Os antihistamínicos clássicos são antagonistas competitivos dos 
receptores H1, têm diversas acoes e são utilizados para tratar alergias, 
urticária, náusea, reações anafiláticas, cinetose (tontura rotacional 
ligada à asma), insônia (como neurotransmissor, a histamina é 
estimulante/pró vigília, então ao bloquear esses receptores, induz 
sono), alguns sintomas de asma e agitação psicomotora (Fenergan + 
Haldol, poder sedativo por antagonismo competitivo). São lipofílicos, 
conseguem atravessar a barreira hematoencefálica. 
 
Os antagonistas competitivos do receptor H2 são eficazes para 
reduzir a secreção ácida do estômago, ranitidina, por exemplo. O 
receptor H2 está presente nas células parietais gástricas (produzem HCl 
e fator intrínseco) e o bloqueio destes receptores reduz a secreção 
ácida. Não são lipofílicos, não conseguem atravessar a barreira 
hematoencefálica. 
 
 
 
 
 
 
 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
 
Durante reações alérgicas, as principais células alvo das reações 
de hipersensibilidade imediata são os mastócitos (células secretoras do 
sistema imune, mais presentes no intestino e nos pulmões, responsável 
pelo choque anafilático) e basófilos (um tipo de leucócito que só 
responde à processos alérgicos). A histamina age de maneira intensa 
na ativação e migração dessas células pros tecidos inflamatórios. 
 
Como parte da resposta alérgica ao antígeno os anticorpos IgE 
são formados e se ligam às superfícies dos mastócitos e basófilos por 
meio de receptores F específicos de alta afinidade, esses receptores 
fazem ativação dos mastócitos e basófilos, permitindo a migração 
deles para os tecidos inflamatórios. 
 
 
Quando a histamina atua nos receptores H2 ela é um poderoso 
secretagogo gástrico (estimula a secreção de HCl) e provoca secreção e 
excreção do HCl pro antro gástrico pelas células parietais, reduzindo o 
pH estomacal. 
 
A secreção do ácido gástrico pelas células parietais também é 
causada pela estimulação do nervo vago e pela gastrina (hormônio 
responsável pela produção de HCl, pela motilidade do estômago e pela 
abertura do esfíncter pilórico). 
 
O bloqueio dos receptores H2 não apenas antagoniza a secreção 
gástrica mas também inibe as respostas à gastrina e à estimulação 
vagal. 
 
 
 
 
 
 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
 
A histamina fica armazenada em vesículas nos mastócitos e 
basófilos, principalmente para estímulos de histamina pró-
inflamatórios que sejam anormais pro organismo. Sofre metabolização 
rápida e é eliminada na urina na forma de metabólitos. 
 
Ela existe em todos os tecidos do organismo mas principalmente 
no pulmão, pele da face, mucosa nasal, estômago e vasos sanguíneos 
pelos mastócitos e basófilos com grânulos histaminérgicos. 
 
No SNC atua como neurotransmissor no controle da 
termorregulação, controle neuroendócrino, pró-vigília e regulação 
cardiovascular acaba sendo liberada por estímulos periféricos. 
 
Nas células enterocromafins (células endócrinas que revestem o 
epitélio gástrico, ficam ao redor das células parietais) auxiliam a 
produção de ácido gástrico ao liberar histamina (H+). Essa histamina 
estimula as células parietais a secretar HCl, diminuindo o pH 
estomacal. 
 
Sempre que a IgE se liga aos receptores dos mastócitos/basófilos, 
o que desencadeia o mecanismo imunitário e causa uma degranulação 
(liberação) de mediadores de histamina que estavam armazenados, 
incentivando de forma potente as reações inflamatórias. 
 
As reações alérgicas promovem a liberação de substâncias que 
ativam a cascata de complementos pró-inflamatórios mesmo que o 
agente nocivo não esteja lesando os tecidos. 
 
Nas reações inflamatórias com lesão, os mediadores são os 
fosfolipídios. Nas reações de hipersensibilidade, o mediador é o IgE. 
 
Após a liberação, a histamina passa a circular na corrente 
sanguínea e se liga a diferente tipos de receptores de diferentes 
tecidos. 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
 
 
• Pulmões: 
o Gera broncoconstrição; 
o Clínicas semelhante à asma; 
o Receptor H1 nos tecidos alveolares; 
 
• Músculo liso vascular: 
o Causa dilatação das vênulas pós capilares, dilatação das 
arteríolas terminais e venoconstrição. A dilatação ocorre 
para extravasar líquido pro tecido inflamatório; 
o Clínica representada por eritema; 
o Receptor H1; 
 
• Endotélio vascular: 
o Contração e separação das células endoteliais. Ao contrair 
e separar as células endoteliais, há extravasamento de 
conteúdo; 
o Clínica representada por edema e reação de pápula; 
o Receptor H1; 
 
• Nervos periféricos: 
o Sensibilização das terminações nervosas aferentes; 
o Clínica representada por prurido e dor; 
o Receptor H1; 
 
• Coração: 
o Pequeno aumento da frequência e contratilidade cardíacas; 
o Clínica insignificante; 
o Receptor H2; 
 
• Estômago: 
o Aumento da secreção de ácido gástrico. Pela estimulação 
das células parietais pela histamina; 
o Clínica representada por doença ulcerosa péptica e pirose; 
o Receptor H2; 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
 
 
Há 4 subtipos de receptores de histamina (mas os mais relevantes 
no momento são o H1 e H2): 
 
• H1: Maior densidade nos músculos lisos, endotélio vascular e no 
cérebro (auto-receptor); 
 
• H2: Maior densidade nas células parietais gástricas, músculo 
cardíaco, mastócitos e cérebro (mas não tanta manifestação 
clinica no cérebro quanto o H1); 
 
• H3: Maior densidade no SNC e em alguns nervos periféricos; 
 
• H4: Maior densidade nas células hematopoiéticas e na mucosa 
gástrica; 
 
Os receptores fazem o papel mediador em vários processos 
inflamatórios: 
 
• H1: ativam terminações nervosas que medeiam a dor e o prurido. 
 
• H2 e H4: responsáveis pela vasodilatação, aumento da 
permeabilidade capilar, edema, efeito quimiotáxico (atração de 
células linfóides), inibição da ativação dos linfócitos B e T (e 
inibição da liberação de lisossomos. 
 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
• H3: responsáveis pela liberação de peptídeos pelos nervos em 
resposta à inflamação, aumentando a sensibilidade sensorial do 
tecido. 
 
 
• Sistema cardiovascular (H1 e H2): 
 
Causa vasodilatação intensa e hipotensão acentuada. Logo, o 
choque anafilático (excesso histaminérgico periférico nos tecidos 
inflamatórios) pode causar vasoplegia, a P.A do paciente diminui muito 
pela vasodilatação causada pela histamina no sistema cardiovascular. 
Há dilatação dos vasos cerebrais. 
 
Há ação cronotrópica (ritmo cardíaco) e inotrópica (força de 
contração) positiva, logo, aumentando ambos, mas a ação é pequena 
em comparação com a vasodilatação. Isso ocorre pela estimulação dos 
barorreceptores desencadeada pela hipotensão. 
 
Mesmo com o coração batendo mais rápido e mais forte, não há 
compensação suficiente para a vasodilatação, resultando em queda da 
P.A. Logo, os estados de inflamação alérgica apresentam hipotensão! 
 
O afastamento das células endoteliais dos capilares ocorre pela 
contração das mesmas, aumentando a permeabilidade vascular, o que 
gera o edema característico do processo alérgico. 
 
• Músculo liso: 
 
Provoca contração dos músculos lisos, principalmente nos 
broncos e bronquíolos, causando broncoconstrição, ocorre 
principalmente pelo estímulo histaminérgico dos receptores H1. 
 
• Secreções exócrinas: 
Secreção de H+ no estômago, pelo estímulo histaminérgico nos 
receptores de h2 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
. 
• Antihistamínicos H1 / Antagonistas competitivos de H1: 
 
São seletivos para os receptores H1. Têm ação sobre os brônquios 
sem alterar a secreção gástrica e a contratilidadedo miocárdio (ambos 
pela falta de densidade de receptores H1 nesses tecidos). Podem ser 
divididos entre 1ª geração (adentram a barreira hematoencefálica, 
agindo sobre os receptores H1 cerebrais, causam sonolência) e 2ª 
geração (não adentram a barreira hematoencefálica, logo, não causam 
sonolência). 
 
Principais antihistamínicos H1 de 1ª geração: prometazina 
(atividade antimuscarínica, Fenergan) e dimenidrato (Dramin). Além da 
sonolência, pode haver espessamento das secreções brônquicas. 
 
Principais fármacos antihistamínicos H1 de 2ª geração: loratadina, 
cetirizina e fexofenadina 
 
São fármacos de V.O, biotransformados no fígado. Podem ter 
ações em diversos tecidos (falta de seletividade): 
 
o Sedação: compostos de 1ª geração; 
 
o Ação antiemética e anticinotósica: compostos de 1ª geração 
(Dramin); 
 
o Antimuscaríneos: ação parassimpaticolítica (reduz a 
atividade do sistema parassimpático, exaltando a função do 
sistema simpático, causando relaxamento dos brônquios e 
aumento do ritmo cardíaco, etanolamina e etilenodiamina 
são etanolamina e etilenodiamina são exemplos) e 
antiparkinsoniana (receptores muscaríneos são do sistema 
nervoso periférico!!!); 
 
o Antagonistas α-adrenérgicos: hipotensão ortostática (queda 
da P.A quando o paciente está em pé, exemplo, 
prometazina); 
 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
o Anestésico local: ocorre pelo bloqueio dos canais de Na+, 
podem ser substitutos para anestésicos locais em caso de 
alergia (prometazina e difenidramina por exemplo); 
 
Também podem ocorrer reações adversas: 
 
o Alterações cardíacas: taquicardia sinusal, palpitações, 
hipotensão e alterações no ECG; 
o Alterações cardíacas mais graves: aumento do intervalo QT 
associado à arritmias, fibrilação ventricular, parada 
cardíaca devido à inibição dos canais de K+ (terfenadina e 
astemizol, por exemplo); 
 
O antagonismo competitivo do receptor H1 causa: 
 
o Diminuição do efeito inflamatório (prurido, espirros e 
rinorreia), da neurotransmissão no SNC (ação inibitória 
sobre o SNC) e do desempenho cognitivo e psicomotor: 
 
o Aumento da sedação e do apetite (estimulado pela inibição 
serotoninérgica). Também há hipotensão, tontura e 
taquicardia reflexa (efeitos de inibição noradrenérgica) e 
xerostomia, retenção urinária e taquicardia sinusal (pela 
inibição colinérgica). 
 
Alexia Almeida – ATM 2025/1 
 
• Antihistamínicos H2: 
 
O bloqueio dos receptores H2 é muito seletivo, não há bloqueio H1. 
Faz o bloqueio dos receptores H2 das células parietais do estômago, 
diminuindo a secreção ácida (HCl) e a secreção da pepsina. 
 
Diminuem a sintomatologia da gastrite. 
 
Representado pela cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina.

Mais conteúdos dessa disciplina