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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Psicologia – Unidade Educacional São Gabriel A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO ESCOLAR DIANTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL Gabriele Maria Madeira Pastor Lilian Marques Lopes Thais Cristina Trópia Rabelo Belo Horizonte 2020 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO ESCOLAR DIANTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL Relatório de pesquisa apresentado à disciplina Práticas Investigativas III da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC- MG) no curso de Bacharelado em Psicologia como requisito para aprovação. Orientadora: Prof. Maria Cristina de Andrade. Belo Horizonte, 07 de dezembro Resumo A pesquisa desenvolvida sobre alienação parental foi desenvolvida com o intuito de adquirir novas informações sobre o assunto, tais como sinais que a criança apresenta quando está sofrendo alienação, o desenvolvimento escolar, posicionamento das pessoas mais próximas à criança (professores, pais e psicólogos). No projeto em si, foram realizadas entrevistas com diretora de escola e psicólogas para acrescentar as informações que constam no projeto. Palavras chave: Alienação Parental; Desempenho; Escola; Família; Psicologia. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................5 2. OBJETOS E METODOLOGIA ………………………………………………….… 7 3. DADOS OBTIDOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO…………………………………… 10 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………….. 12 5. REFERÊNCIAS……………………………………………………………………... 13 1. INTRODUÇÃO A aprovação na disciplina Estágio - Práticas Investigativas III do curso de Psicologia possui como requisito a elaboração de Relatório Final. O presente relatório, possui como finalidade, a apresentação do trabalho de investigação desenvolvido na pesquisa “A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO ESCOLAR DIANTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL” no período de agosto a dezembro/2020. O objetivo da presente pesquisa foi compreender qual é o papel desempenhado pela psicologia na escola em relação às crianças e adolescentes que enfrentam a alienação parental. Para que este fosse alcançado, foi necessário, investigar a contribuição da psicologia junto às dificuldades enfrentadas pelas crianças e adolescentes, que sofrem da alienação parental, em seu desempenho escolar. O divórcio, comum entre as famílias brasileiras, muda as configurações familiares e provoca muitos impactos nos membros das famílias e nos parentes dos cônjuges. Em muitos casos, a resistência a essa nova realidade pelas partes envolvidas torna difícil a convivência, principalmente, quando há amplo contato e não se relacionam como esperado, começam a praticar violência contra os filhos através de discurso negativo em relação ao outro cônjuge, violência esta denominada de Alienação Parental. O Psicólogo e Professor Hélio Cardoso Miranda Junior (2014) afirma que a Alienação Parental é parte de um contexto de fenômenos ligados às relações familiares conflituosas que derivam da separação e que apesar de ter casos em que o detentor da guarda exerce maior influência e manipulação na criança, a participação é de ambos no conflito, não apenas do ponto de vista de quem faz a campanha difamatória, mas também daquele que faz questão de permanecer na posição de vítima e não tomou atitudes contra os ataques. Para Júnior (2014), ambos podem ser os responsáveis em permitir que a alienação aconteça e continue acontecendo. Há autores citados no trabalho que utilizam o termo Síndrome da Alienação Parental, porém, preferiu-se trabalhar apenas com a expressão Alienação Parental, um tema que ganhou espaço nas pesquisas científicas, voltadas em sua maioria para a área jurídica, principalmente para manutenção dos modelos de guarda da criança. O divórcio, dentre outros efeitos, causa ansiedade nas crianças em função do afastamento dos pais e estende estes à escola e outras áreas. Para Ricarte (2011), as crianças ficam mais propensas a ter um baixo rendimento escolar que costuma ter como consequências, não assistir às aulas, não fazer as tarefas com atenção, não querer ir para a escola, além de menor interação com os colegas. Fonseca (2006), ao utilizar o termo Síndrome da Alienação Parental (SAP), refere-se à conduta do filho que sofre as mazelas oriundas da separação e se recusa a ter convívio com um dos progenitores, recusa esta desencadeada por um dos genitores/avós que se utiliza de diferentes estratégias para distanciar o filho do genitor em questão. Para Santana e Sampaio (2014), Fonseca (2006) afirma que a estimulação da Alienação Parental na criança pode ser considerado comportamento abusivo semelhante aos de ordem física e sexual por privar a criança de um convívio essencial com o genitor alienado e de um referencial paterno (ou materno) importante para o seu desenvolvimento bem como ocasionar o rompimento dos laços afetivos entre eles. Verifica-se que Silva (2011) aponta que os efeitos da alienação parental podem refletir no ambiente escolar, na queda do rendimento, dificuldade de concentração, diminuição da motivação, queda na autoestima e no medo de ser taxado como “filho de pais separados”. Para Fonseca (2006), citado por Santana e Sampaio (2014), crianças envolvidas em situações de alienação parental apresentam comportamentos que comprometem e causam prejuízos ao desenvolvimento de sua personalidade, que podem ir desde sentimentos de baixa autoestima a transtornos de personalidade e conduta em fases posteriores da vida. A psicologia possui um lugar próprio e é importante ao possibilitar a diminuição dos impactos da alienação parental nas crianças/adolescentes, acima de tudo no ambiente escolar que possui significação especial por conta das vivências – social, afetiva e cognitiva – proporcionadas por esse contexto. Além disso, essas experiências acompanharão as crianças/adolescentes por toda a vida. O Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), publicou em 2008 um artigo sobre paternidade afetiva mostrando índices em relação às consequências da ausência do pai na vida de uma criança, sendo que uma dessas consequências é o aumento da possibilidade de uma criança praticar um comportamento violento na escola e de repetir este. 2. OBJETOS E METODOLOGIA Profissional Categoria Identificação Psicóloga jurídica Legal Entrevistada 1 = E1 Psicóloga clínica Clínica Entrevistada 2 = E2 Psicopedagoga Psicopedagógica Entrevistada 3 = E3 Coordenação Escola particular Entrevistada 4 = E4 O tema escolhido para a realização da pesquisa foi Alienação Parental com foco no papel que a psicologia na escola possui em relação às crianças e adolescentes que enfrentam este problema. Para a realização desta pesquisa, foi necessário a construção do projeto de pesquisa referenciando diversos autores que tratam da temática da Alienação Parental. O termo “Síndrome da Alienação Parental” é abordado por diversos autores, inclusive, pelo Professor Richard Gardner - Doutor em psiquiatria infantil e professor da Universidade de Columbia, que patologiza o tema. A ex-magistrada e fundadora do Instituto Brasileiro de Direito de Família Drª Maria Berenice Dias aborda a temática com a denominação de “Implantação de Falsas Memórias”. Citado ainda o Psicólogo e Professor Hélio Cardoso Miranda Junior (2014) - Doutor, que afirma que a Alienação parental não se trata de uma síndrome e patologizar esta significa considerar que pode ser tratada com ação medicamentosa como se houve em disputa um doentee uma vítima. Junior (2014), acredita ser esta, parte de um contexto de fenômenos associados às relações familiares com conflitos advindos da separação do casal. No projeto de pesquisa foi mencionado o posicionamento de Olivia Ricarte (2011) acerca das consequências da alienação parental na vida das crianças. Foi citado ainda os relatos das experiências de crianças que vivenciaram o processo de alienação parental escritos por Alana Minas Ribeiro da Silva (2014) no seu livro A Morte Inventada. Acerca dos efeitos negativos da alienação parental, utilizando o termo “Síndrome da Alienação Parental”, foram citados os posicionamentos de Priscila Maria Pereira Correa Fonseca (2006) e Alana Minas Ribeiro da Silva (2014). No projeto de pesquisa, foi mencionado que existem desentendimentos nas relações familiares que trazem dificuldades na comunicação e de um acordo pelos genitores ao fim de uma relação conjugal. Para Jesus e Cotta (2016), citando Fialho (2012) e Silva (2012), um indício de que está ocorrendo a alienação parental é a existência de acordo com a escola por parte de um genitor proibindo que o outro tenha acesso ao desempenho acadêmico da criança, restringindo seu acesso a ela, excluindo a sua participação e desconsiderando suas opiniões e escolhas. Esta medida contraria as disposições legais previstas no artigo 229 da Constituição da República Federativa do Brasil-CRFB (2020), no artigo 1.634 do Código Civil (2018) e no constante no artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (2019) que concede inúmeros direitos às crianças e adolescentes visando a garantia de sua dignidade e bem estar. Foi citado, no projeto de pesquisa, a visão de Lara Alecrim Santana e Luciana Coelho Leite Sampaio (2014) acerca dos seguintes pontos: 1) não há rompimento emocional entre ex-casal; 2) é difícil o processo de separação para muitas pessoas; 3) as dificuldades entre o ex-casal no fim do vínculo é maior por necessitarem discutir questões relacionadas aos filhos, o que desperta de novo as emoções; 4) a separação do casal é evento estressor que atinge a criança emocionalmente, provoca diversos impactos em sua vida. Para estas autoras, o divórcio pode ser traumático para as crianças se referindo a fatores anteriores cujos efeitos são variáveis e que é comum notar no comportamento da criança mudanças que vão desde o declínio no desempenho escolar até o comportamento mais agressivo, desafiador ou deprimido. A Alienação Parental é um fenômeno que surge no contexto da disputa de guarda da criança com a campanha difamatória contra um dos genitores como sua principal característica, sendo o objeto desta campanha a iniciativa por parte de um dos genitores de depreciação do outro genitor junto à criança. Para Jesus e Cotta (2016), as escolas vão desempenhar um papel relevante para maximizar ou minimizar os efeitos da alienação parental para as crianças e suas famílias, já que a instituição de ensino, de algum modo, faz parte das relações relativas à criança. As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei n. 9.394, 1996) explicitam o importante papel de fortalecer os vínculos entre alunos e famílias, independentemente das relações desta. Faz-se necessário investir em estudos específicos para identificar, a partir dos problemas encontrados no contexto educacional, qual plano de intervenção poderia ser adotado de forma a executar o currículo acadêmico regulamentado pelo Ministério da Educação, devendo ser incorporada a educação em direitos humanos visando propor uma educação inclusiva, a atingir alunos, familiares, funcionários e demais membros da comunidade escolar, com a finalidade de constituir sujeitos mais críticos e atentos à proteção e promoção de direitos para todos, nos mais diversos âmbitos. Jesus e Cotta (2016) explicitam que a atuação do psicólogo com leitura pedagógica quanto psicológica pode contribuir muito para as crianças que estão vivendo o processo de alienação parental e que uma das funções do psicólogo atuante no contexto escolar é utilizar seus conhecimentos técnicos e teóricos acerca das relações para propiciar um ambiente em que estas vão ser baseadas no respeito mútuo e na formação de vínculos saudáveis a fim de facilitar o bom desenvolvimento infanto-juvenil e consequentemente um bom desempenho acadêmico. Mencionam ainda que os psicólogos podem propor estratégias de atuação de modo a repensar as relações escolares estabelecidas em conjunto com uma equipe multidisciplinar e uma proposta de atuação quando já se identifica algum dificultador no processo de escolarização da criança. No âmbito da prevenção, o psicólogo pode criar um ambiente escolar favorável à discussão de diversas temáticas, dentre elas, a alienação parental. Para Jesus e Cotta (2016), o genitor não guardião deve poder participar dos espaços de discussão criados na escola acerca de diversos temas, pertinentes na vida das crianças, para que eles possam se sentir parte atuante no processo de desenvolvimento, educação e aprendizagem delas, tanto quanto o genitor guardião e a escola. Afirmam ainda que esse processo não é fácil, pois o genitor guardião pode tentar coibir essa participação, mas que percebe-se um movimento da escola e do psicólogo escolar em conjunto com o genitor alienador para que haja contribuições modificativas no quadro causado pelas violações que acometeram a criança. Para elas, em relação à alienação parental e de como devem ser suas contribuições no âmbito escolar, a visão do psicólogo do sujeito deve ser integrada, sendo importante o olhar atento. É necessário acompanhar o desenvolvimento das crianças tentando identificar os déficits e potencialidades frente à situação de alienação, atentando-se para que a criança não adentre para um processo de culpa pelo fracasso escolar e pela fragilização de seus vínculos familiares. A presente pesquisa foi classificada como qualitativa, exploratória e descritiva, possuindo pressupostos teóricos apresentados neste trabalho obtidos em fontes secundárias: artigos científicos, trabalhos acadêmicos e livros sobre a temática, objeto da pesquisa. Os autores citados e referenciados foram escolhidos por terem idéias consonantes com o tema objeto da pesquisa e com o posicionamento específico escolhido para constar no presente trabalho. Utilizou-se a abordagem indireta de pesquisa. A coleta de dados foi feita por meio de revisão bibliográfica e pesquisa de campo, sendo feitas entrevistas focalizadas e semi-padronizadas com: 1 (uma) diretora de escola particular, 1 (uma) psicóloga (perita) judicial, 1 (uma psicóloga clínica e 1 (uma) psicóloga com atuação clínica e pedagógica atendem crianças e adolescentes que sofrem alienação parental, sendo essa a amostra da pesquisa. Foram utilizados os métodos dialético e hipotético-dedutivo. A análise de dados possibilitará compreender os resultados obtidos nas entrevistas e uma síntese do que foi encontrado a partir dos estudos com a diretora escolar e as psicólogas relatando experiências, casos e dificuldades que possam ter enfrentado e qual a contribuição de cada autor frente ao tema proposto. 3. DADOS OBTIDOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Para análise dos dados coletados, utilizou-se a análise de conteúdo, a partir da qual foram construídas 3 (três) categorias através das quais serão melhor analisadas e discutidos os dados do campo. As categorias são: ORIGEM E IDENTIFICAÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL Nessa categoria discutiremos as possibilidades de identificação da Alienação Parental assim como as origens da mesma ou seja, os sujeitos que dão início à situação. De acordo com as leituras feitas e os autores pesquisados, a Alienação Parental tem origem sobretudo nas relações conflituosas advindas da separação dos casais em função destes não aceitarem o divórcio e suas implicações. Percebe-se que existemmuitas situações mal resolvidas pelo ex-casal após o divórcio ou por parte de um deles. De acordo com as leituras feitas/os autores pesquisados a Alienação Parental tem origem sobretudo nas relações familiares que não conseguem reajustar a configuração pós divorcio; a guarda compartilhada é usada na tentativa de uma convivência parental ampla, porém nesses casos em que não acontece esse reajuste da família a nova realidade, a ampla presença familiar acaba sendo um problema quando pai/mãe/tios/avós utilizam o menor como “ arma” para ferir o âmago do outro cônjuge, tornando-se alienador. Para a entrevistada 3, a alienação parental pode acontecer por parte dos avôs e pessoas próximas à criança, de novos relacionamentos dos pais, mas é mais comum por parte dos pais. A entrevistada 1 disse, que é mais comum, a alienação acontecer por parte dos pais. A questão da queda no rendimento escolar é o ponto de partida dessa discussão e de acordo com a entrevistada 1, a separação dos pais afeta o desempenho escolar da criança, diminuindo seu trato com as pessoas, ficando este ora retraído ou agressivo e o deixa disperso nas aulas. A Alienação Parental não possui fácil identificação, sendo necessária uma análise cuidadosa por parte dos psicólogos que atendem a criança e adolescente, seja no acompanhamento clínico, seja na entrevista feita nos processos judiciais. A entrevistada 2 explicou que, no âmbito do judiciário, a entrevista feita pelos psicólogos peritos, servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, é solicitada pelo juiz no processo judicial para se constatar a existência da Alienação Parental ou não por parte de um dos cônjuges. Percebe-se a concordância das entrevistas com os autores lidos referente à origem e identificação da alienação parental. 3.2 Trabalho e intervenção da escola diante da ap Os dados aqui dispostos tem como base a relação a revisão literária sobre o tema e as entrevistas feitas. A entrevistada 1 disse que já presenciou casos de alienação parental e que estes, por vezes, são complicados. Segundo ela, nesses casos é de praxe contatar o conselho tutelar para uma intervenção apropriada. Quando há mandado e questões legais que impedem a aproximação de um dos genitores para com a criança, a escola não permite essa aproximação e chama a polícia em caso de insistência. A entrevistada 1 disse ainda que a escola orienta os professores a ter um olhar atento sob os alunos, e em casos, onde percebe-se a ocorrência da alienação parental, é feito um convite aos pais para uma conversa aberta. Frisa que a comunicação é o pilar de um bom relacionamento e que a escola orienta as famílias a procurar ajuda na Terapia sistêmica, sendo que isso não retira a importância do acompanhamento psicológico, também recomendado, para criança e para a família, porque segundo, quando esta está passando por conflito em casa, acaba adoecendo e com isso seu desempenho escolar é prejudicado. A entrevistada 2 não possui atuação escolar, não sabendo dizer quais são os procedimentos da escola em relação a esta questão. A entrevistada 3 afirmou que, à medida que acontece o atendimento psicológico, o profissional vai mostrando à criança que este pode ter o sentimento de duplo pertencimento, ou seja, que pertence às duas famílias e que estas são inteiras. Pode ir demonstrando que a criança pode ter uma família com o pai e sua eventual companheira/esposa e irmãos e outra família com a mãe e seu eventual companheiro/marido e irmãos bem como pode promover a reconstrução dos vínculos parento-filiais, viabilizando o desenvolvimento emocional harmonioso e o bem-estar psicológico. Por não possuir atuação escolar, não sabe dizer quais são os procedimentos da escola em relação a esta questão A entrevistada 4 não possui atuação escolar, não sabendo dizer quais são os procedimentos da escola em relação a esta questão. 3.3 Trabalho e intervenção do psicólogo frente a alienação parental A Partir de entrevistas feitas com psicóloga clínica e psicopedagoga, foi possível perceber o ponto de vista de ambas; esse será convertido aqui em material e comparado com a revisão da literatura a respeito da Alienação parental. Ambas tem experiência com casos de alienação parental, mais não recebem com frequência casos que o problema da criança/adolescente seja dessa origem, uma delas exemplificou que a Alienação parental é um fator da vida cotidiana; o uso de termos pejorativos com a criança ou perto dela dizendo que o cônjuge “não vale nada” ,“não presta”, reflete no comportamento dessa criança/adolescente, porque elas racionalizam o que escutam; daí a importância de policiar comportamentos e falas. Alienação parental também pode surgir através de parentes como avós,tios,etc, que são mais próximos; é necessário policiar comportamentos e falas, e é importante cada parente se atenha ao seu papel e não tente suprir a falta do outro. A participação e abertura dos genitores no tratamento das crianças é extremamente importante, a psicóloga afirma ser mais procurada por Mães, do que Pais.Segundo ela são raros os casos de pais que a procuram. O conceito de figura- fundo, para a Gestalt Terapia afirma que uma figura rígida indica uma situação inacabada,a entrevistada relata ser perceptível o enrijecimento por parte de alguns genitores ( em sua maioria pais) , em relação ao processo terapêutico da criança. Essa demanda emocional pregressa acaba afetando a comunicação deste com o filho. A alienação parental traz um impacto para o atendimento, o que consequentemente implica no atendimento adequado da criança. O principal sintoma da alienação parental é também um desafio para o terapeuta : o silêncio. A entrevistada afirmou que muitas crianças mantêm um silêncio inicial durante a terapia; e isso atrasa o diagnóstico, e uma possível intervenção. Um acompanhamento Psicopedagógico faz toda diferença para crianças e adolescentes em idade escolar, trazendo a tona o tema desta pesquisa,faz sim toda diferença esse acompanhamento na vida de crianças que sofrem alienação parental em idade escolar,como já apontado até o presente momento a Alienação parental traz prejuízos emocionais, comportamentais e sem dúvida cognitivos também, de acordo com a psicopedagoga entrevistada é imprescindível que haja transferência na relação entre terapeuta-terapeutizando, de acordo com a psicanálise essa transferência ocorre na relação entre ambos e o desejo do paciente, no progresso do processo de terapia permite a compreensão e uma melhor articulação do tratamento Testes como o HTP, desenho projetivo da família ,entre outros;são usados nesse tipo de situação, auxiliando na confirmação da situação de Alienação parental. Atividades psicomotoras e estimulação do processo cognitivo, são algumas das técnicas utilizadas para que a criança melhore seu sistema cognitivo e consequentemente aumente seu desempenho escolar. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto teve como finalidade encontrar pontos mantenedores da alienação parental e apontar formas utilizadas para reverter esse acontecimento. Buscamos por meio das entrevistas encontrar intervenções utilizadas tanto com as crianças quanto com os parentes. Conseguimos encontrar um padrão no qual ocorre na maioria dos casos estudados que é a forma de silenciar a criança com o ocorrido. Pais divorciados acabam denegrindo a imagem do outro para a criança e isso faz com que o mesmo se afaste e fique mais retraído. Nas entrevistas realizadas foram apontados como meios de intervenção reuniões com os pais e com a criança, ficou explícito que a todo momento os profissionais tentam amenizar os efeitos colaterais da separação. De acordo com a Psicopedagoga entrevistada, dentro do campo educacional, a alienação parental é a ponta do iceberg, a maior demanda vem de pais que a procuramem decorrência de que as escolas não têm acompanhamento escolar, e a indicaram para atender melhor a daquela fonte das adversidades que cercam aquela criança /ou adolecente, como a queda de rendimento, ansiedade,agressividade, dificuldade de socialização, distúrbios alimentares, depressão e distúrbios de aprendizagem, ou seja , problemas familiares refletem nos jovens a longo prazo, muitas vezes estes acabam ficando afetado. Em uma das entrevistas realizadas os componentes do grupo se depararam com uma situação inusitada e que de uma certa forma nos chamou a atenção. A direção do colégio afirmou ter presenciado um caso de alienação e a postura da instituição permitiu que fosse feito uma reunião com os pais, a princípio com intuito de conversar a respeito do filho, porém no decorrer da conversa a diretora conseguiu fazer com que ambos se entendessem e o que era uma separação, acabou em resto de um relacionamento. Após essa entrevista conseguimos encontrar um meio de intervenção que pode unir casais novamente e que é válido para o uso diário para outras instituições. Em outros casos infelizmente esse meio de intervenção não é muito eficaz e que foi encontrado como uma opção para uma vida tranquila para a criança é uma separação amigável entre os pais, para que ambos se resolvam de forma mais tranquila evitando que a criança presencie brigas e intrigas do casal. 4. REFERÊNCIAS ALIENAÇÃO Parental - Comentário Hélio Cardoso Miranda Jr. Belo Horizonte: Hélio Cardoso Miranda Jr, 2 fev. 2014. 1 vídeo (16 min:35 seg). Publicado por Hélio Cardoso Miranda Jr. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3aOS2YbgYtE. Acesso em 18 jun. 2020. BRASIL. [Código Civil, (2002)]. Código Civil. Brasília, DF: Presidência da República, [2018]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 18 jun. 2020. BRASIL. [Constituição, (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 jun. 2020. BRASIL. [Estatuto da Criança e do Adolescente, (1990)]. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 18 jun. 2020. CATIVO, Jorge. Como fazer a metodologia em um projeto? Maranhão: 2017. Disponível em: http://deinf.ufma.br/~portela/metodologia.pdf. Acesso em: 18 jun. 2020. FLICK, Uwe; COSTA, Joice Elias. 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