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Direito Previdenciario

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO
Dependentes do RGPS
Livro Eletrônico
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
Sumário
Dependentes do RGPS ..................................................................................................................................................3
Dependentes .......................................................................................................................................................................3
Introdução ............................................................................................................................................................................3
Rol de Dependentes do RGPS ...................................................................................................................................3
Menor sob Guarda ...........................................................................................................................................................4
Regras Gerais .....................................................................................................................................................................8
Perda da Qualidade de Dependente ................................................................................................................... 10
Inscrição dos Dependentes e Comprovação de Vínculo e Dependência Econômica...............13
Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado .........................................................................................15
Introdução ..........................................................................................................................................................................15
Prazos ...................................................................................................................................................................................17
Perda da Qualidade de Segurado ..........................................................................................................................19
Carência ...............................................................................................................................................................................21
Introdução ..........................................................................................................................................................................21
Períodos de Carência ................................................................................................................................................... 22
Perda da Qualidade do Segurado ........................................................................................................................25
Início da Contagem da Carência ............................................................................................................................27
Salário de Benefício ..................................................................................................................................................... 28
Observações ....................................................................................................................................................................30
Renda Mensal do Benefício ......................................................................................................................................31
Reajustamento e Pagamento do Benefício ....................................................................................................36
Resumo ...............................................................................................................................................................................39
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................46
Gabarito ..............................................................................................................................................................................56
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................57
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
DEPENDENTES DO RGPS
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, inicia-se o tema “benefícios do RGPS”. Assim, estu-
da-se, inicialmente, a parte geral dos benefícios. Inicia-se o estudo abordando dependentes, 
manutenção e perda da qualidade de segurado, carência, salário de benefício, renda mensal do 
benefício e, por fim, reajustamento e pagamento dos benefícios previdenciários.
DepenDentes
IntroDução
Os beneficiários do RGPS são as pessoas físicas que fazem jus a uma prestação previ-
denciária, seja essa prestação um benefício ou um serviço.
Os beneficiários, como gênero, têm como espécies os segurados e os seus dependentes.
Assim, já foram estudados os segurados do RGPS. Passa-se, a partir de agora, a estudar 
os dependentes do RGPS.
Para facilitar o estudo, seguem algumas dicas. Em relação a esse tema, deve-se estudar 
o rol de dependentes, as regras gerais atinentes aos dependentes, além da inscrição dos de-
pendentes. Inicia-se o estudo com o rol dos dependentes.
rol De DepenDentes Do rGps
Os dependentes estão divididos em 3 classes. Dependentes da classe I, também conheci-
dos como dependentes preferenciais, além dos dependentes das classes II e III.
Portanto, são dependentes do RGPS:
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união estável com o 
segurado ou segurada.
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e dura-
doura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família.
Para que haja união estável não podem ocorrer às situações de impedimento para o ca-
samento, como, por exemplo, as pessoas serem casadas.
Cabe ressaltar que não há óbice para que o companheiro(a) de pessoas casadas façam 
jus a benefícios previdenciários na condição de dependentes, desde que haja separação de 
fato ou judicial.
O que não é possível é que seja considerada a concubina (amante) como dependente do 
RGPS, tendo em vista a existência de impedimento para o casamento, o que não possibilita a 
condição de união estável.
Em face dos julgamentos da ADI 4277 e da ADPF 132, o Supremo Tribunal Federal equiparou 
a união homoafetiva à união estável, de modo que devem ser estendidos àqueles todos os 
benefícios concedidos a estes, desde que preenchidos os demais requisitos legais para a sua 
concessão.
Dessa forma, o companheiro ou a companheira de mesmo sexo integra o rol de dependen-
tes do RGPS.
Filhos de qualquer condição são aqueles havidos ou não da relação de casamento, ou 
adotados, que possuem os mesmos direitos e qualificações dos demais, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação.
Equiparam-se a filho, na condição de dependente, exclusivamente o enteado e o menor 
tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
Cabe ressaltar que o menorsob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segu-
rado mediante apresentação de termo de tutela.
Por fim, a partir da MP n. 1.523/1996, convertida na Lei n. 9.528/1997, o menor sob guarda 
deixa de integrar a relação de dependentes para os fins previstos no RGPS, inclusive aquele 
já inscrito, salvo se o óbito do segurado ocorreu em data anterior.
Portanto, menor sob guarda, conforme determina a legislação previdenciária, não é de-
pendente do RGPS.
Em razão da complexidade do tema “menor sob guarda”, abre-se um tópico para tratar 
especificamente deste tema.
Menor sob GuarDa
A redação original do art. 16, § 2º da Lei n. 8.213/1991 determinava que se equiparavam 
a filho, mediante declaração do segurado: o enteado; o menor que, por determinação judicial, 
esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não possua condições sufi-
cientes para o próprio sustento e educação.
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http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3048.htm
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Da mesma forma, o art. 33, § 3º da Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
te – ECA), determina que a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependen-
te, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
Portanto, os citados dispositivos eram convergentes, não havendo antinomia (conflito de 
normas) no ordenamento jurídico.
Entretanto, em razão de fraudes ocorridas com o instituto da guarda, no intuito de percep-
ção da qualidade de dependente e a consequente concessão do benefício previdenciário, a 
MP n. 1.523/1996, convertida da Lei n. 9.528/1997, deu nova redação ao art. 16, § 2º da Lei n. 
8.213/1991, retirando o “menor sob guarda” da condição de equiparado a filho, deixando, por 
consequência, de ser dependente do RGPS.
Assim sendo, com a citada nova redação, conforme já mencionado, equiparam-se a filho, 
na condição de dependente, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que com-
provada a dependência econômica.
A partir desse momento, forma-se uma antinomia no ordenamento jurídico brasileiro, pois 
a lei previdenciária não arrola o “menor sob guarda” como dependente do RGPS, enquanto que 
o ECA assegura ao “menor sob guarda” a condição de dependente para fins previdenciários.
Enfim! O que deve prevalecer? A lei previdenciária em face do ECA, ou o ECA em face da lei 
previdenciária?
A citada antinomia foi discutida perante o Poder Judiciário.
Durante muitos anos, o entendimento foi divergente! O Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
inicialmente, entendeu que o “menor sob guarda” não era dependente do RGPS, com base na 
técnica da hermenêutica para a solução do conflito de normas que determina que a lei especial 
prevalece sobre a lei geral (“lex specialis derogat legi generali”).
Tal entendimento foi superado pelo próprio STJ, ou seja, ocorreu um “overrulling” (expres-
são utilizada no processo civil que significa “superação de precedente”).
Portanto, conforme os mais recentes entendimentos jurisprudenciais, o menor sob guarda, 
ainda que este não estivesse incluído no rol de dependentes previsto na lei previdenciária, era 
considerado dependente do RGPS, fazendo jus ao benefício pensão por morte, ocorrendo o 
óbito do guardião, caso dependa economicamente dele.
Dessa forma, conforme entendimento exarado pelo STJ, embora a lei previdenciária apli-
cável ao segurado seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a criança e 
adolescente tem norma específica que conferiria ao menor sob guarda a condição de depen-
dente para todos os efeitos, inclusive previdenciários, nos termos do art. 33, § 3º do Estatuto 
da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n. 8.069/1990).
Tal entendimento foi exarado pelo STJ em julgamento de recurso especial, em sede de 
recurso repetitivo (REsp n. 1411258/RS), tendo sido fixada a tese jurídica sob o tema 732/
STJ, in verbis:
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JURISPRUDÊNCIA
O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu 
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja 
posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/1996, reeditada e convertida na Lei n. 
9.528/1997. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (8.069/1990), frente à legislação previdenciária.
No momento em que o entendimento jurisprudencial era no sentido de que o “menor sob 
guarda” não era dependente do RGPS, prevalecendo a lei previdenciária em face do ECA, a 
Procuradoria Geral da República (PGR) ajuizou a ADI 4878, com pedido de medida cautelar 
a fim de que crianças e adolescentes sob guarda sejam incluídos entre os beneficiários do 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
A PGR, na citada ADI, pede que seja dada interpretação conforme a Constituição Federal 
ao parágrafo 2º do artigo 16 da Lei n. 8.213/1991.
A causa petenti da ADI é que a CF/88 consagra o princípio da proteção integral à criança e 
ao adolescente, cabendo à família, à sociedade e ao Estado o dever de, solidariamente, asse-
gurar a eles os direitos fundamentais com absoluta prioridade. E, no art. 227, § 3º, arrola sete 
normas a serem seguidas pelo legislador ordinário, entre as quais se destacam aquelas que 
asseguram, a crianças e adolescentes, garantia de direitos previdenciários e o estímulo do 
poder público, inclusive mediante incentivos fiscais e subsídios, ao acolhimento, sob a forma 
de guarda, dos órfãos ou abandonados.
Para a PGR, não é admissível que crianças e adolescentes, em razão da prioridade abso-
luta que lhes conferiu a CF/88, vejam-se privados de recursos no mais das vezes indispen-
sáveis à sua saúde e à sua própria subsistência. O Estado tem papel fundamental na prote-
ção dos cidadãos, notadamente quando estes se encontram em situação de vulnerabilidade, 
completou.
Assim, a PGR pede o deferimento de medida liminar para que, até o julgamento final da 
ação, seja dada ao art. 16, § 2º da Lei n. 8.213/1991 interpretação no sentido de incluir no 
seu âmbito de incidência os menores sob guarda. No mérito, requer que o pedido seja julgado 
procedente, para dar interpretação conforme a Constituição ao dispositivo retromencionado.
A citada ADI, bem como a ADI 5083, ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 
com o mesmo mérito da ADI 4878), foram julgadas apenas no dia 08/06/21, onde o STF reco-
nheceu, por maioria (6 x 5), a inconstitucionalidade da Lei n. 9.528/1997, no que diz respeito 
à supressão do “menor sob guarda” do rol de dependentes do RGPS.
Primeiramente, o STF mencionou que o STJ possui entendimento firmado no sentido de 
que o “menor sob guarda” ainda mantêm a condição de dependente previdenciário, com fun-
damento no art. 33, § 3º do ECA.
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIOBernardo Machado
Ademais, a maioria formada no STF declarou inconstitucional o trecho da Lei n. 9.528/1997 
que suprimiu o “menor sob guarda” do rol de dependentes previdenciários, à medida em que 
essa alteração normativa viola o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, pre-
vista no art. 227 da CF/88.
É importante frisar que a decisão consigna a necessidade de que a dependência econô-
mica do “menor sob guarda” seja comprovada, da mesma forma que ocorre com o enteado e 
o menor tutelado.
Todo o entendimento exarado pelo STJ e recentemente exarado pelo STF no julgamento 
das ADI 4878 e 5083 deixa de ter sentido, uma vez que, com a recente reforma da previdên-
cia social (EC n. 103/2019), o Poder Constituinte Derivado Reformador, especificamente no 
art. 23, § 6º, determina que se equiparam a filho, para fins de recebimento da pensão por 
morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência 
econômica.
Portanto, o art. 33, § 3º do ECA se torna incompatível materialmente com o art. 23, § 6º da 
EC n. 103/2019, sendo não recepcionado e, por consequência, revogado tacitamente.
Assim sendo, após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o menor sob 
guarda não é dependente do RGPS.
Cabe frisar que o citado dispositivo previsto na EC n. 103/2019 (art. 23, § 6º) não foi objeto 
das ADI 4878 e 5083 e, por consequência não foi enfrentada a sua constitucionalidade, em 
atenção ao princípio da adstrição ao pedido.
Caso fosse enfrentada tal questão, haveria um vício na decisão, o que poderia levar a 
sua nulidade.
O que pode-se concluir até o presente momento é que, antes da reforma da previdência 
social, o “menor sob guarda” é dependente do RGPS, devendo prevalecer o ECA em face da Lei 
n. 8.213/1991.
Tal entendimento está absolutamente consolidado, seja com base no recurso especial 
julgado em sede de recurso repetitivo pelo STJ, seja com base na decisão exarada no julga-
mento das ADI 4878 e 5083.
O problema é afirmar se o “menor sob guarda” é dependente do RGPS após a recente 
reforma da previdência social (EC n. 103/2019), uma vez que o Poder Constituinte Derivado 
Reformador, de forma literal, no art. 23, § 6º da EC n. 103/2019, determina que equiparam-se 
a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor 
tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
Até que se fale o contrário, o art. 23, § 6º da EC n. 103/2019 deve ser considerado como 
constitucional!
A discussão será hercúlea perante o Poder Judiciário!
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
É importante frisar que, para que o art. 23, § 6º da EC n. 103/2019 seja declarado incons-
titucional, terá que ser demonstrado que o Poder Constituinte Derivado Reformador infringiu 
um dos limites ao poder de reforma (limite procedimental, limite circunstancial ou limite ma-
terial (cláusulas pétreas implícitas e explícitas)).
Quanto aos limites procedimental e circunstacial, isso, indubitavelmente, não ocorreu. A 
discussão irá girar em torno de uma possível inobservância de uma cláusula pétrea, o que 
poderia levar a citada declaração de inconstitucionalidade.
Por ora, conclui-se:
• Antes da reforma da Previdência Social (EC n. 103/2019) – “menor sob guarda” é de-
pendente do RGPS – fundamento: REsp n. 1411258/RS e ADI 4878 e 5083
• Após a reforma da Previdência Social (EC n. 103/2019) – de forma apriorística, “menor 
sob guarda” não é dependente do RGPS – fundamento: art. 23, § 6º da EC n. 103/2019, 
o qual não foi objeto das ADI 4878 e 5083. Até que se fale o contrário, o art. 23, § 6º da 
EC n. 103/2019 deve ser considerado como constitucional!
reGras GeraIs
Existem 3 regras atinentes aos dependentes.
A primeira determina que a existência de dependente de qualquer das classes exclui do 
direito às prestações os das classes seguintes.
Assim, a existência de dependentes da classe I, faz com que os dependentes das classes 
II e III não tenham direito ao benefício previdenciário.
A segunda determina que os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualda-
de de condições.
Portanto, caso existam 4 dependentes da classe I, o benefício previdenciário será dividido 
em 4 cotas iguais.
A terceira e última regra se refere à dependência econômica, pois a dependência econômi-
ca dos dependentes da classe I é presumida, salvo os equiparados aos filhos (menor tutelado 
e o enteado), enquanto que a dependência econômica dos dependentes das classes II e III 
deve ser comprovada.
Portanto, cônjuge ou filho não precisam comprovar dependência econômica. Entretanto, 
a mãe de um segurado deverá comprovar dependência econômica para fazer jus ao benefício 
previdenciário.
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Dependentes do RGPS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Bernardo Machado
Estudam-se as regras atinentes aos dependentes por meio de um esquema ilustrativo.
Primeiramente, cumpre mencionar que, com a recente reforma da previdência social (EC 
n. 103/2019), a pensão por morte concedida a dependente de segurado do RGPS é equivalen-
te a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a 
que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acresci-
da de cotas de 10 pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
EXEMPLO
Imagine, portanto, João, segurado empregado do RGPS, casado com Maria e pai de 3 filhos, 
não emancipados, menores de 21 anos, vem a falecer. Antes de sua morta, João possuía uma 
mãe e um irmão, que dependiam dele economicamente. Ao falecer, João deixou uma pensão 
por morte no valor de R$ 2.000,00, a qual foi calculada nos termos do parágrafo anterior (50% 
de cota familiar + 10% por dependente).
Quem tem direito a pensão por morte?
Apenas cônjuge e filhos, tendo em vista que a existência de dependente da classe I exclui 
o direito dos dependentes das classes II e III.
Qual é o valor da cota de cada dependente da classe I?
R$ 500,00 para cada dependente, tendo em vista que dependentes da mesma classe con-
correm em igualdade de condições. Assim, uma vez que a pensão por morte é no valor de 
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R$ 2.000,00 e existem 4 dependentes da classe I, divide-se o valor da pensão por morte em 
4 cotas iguais. Assim, cônjuge tem direito a R$ 500,00, enquanto que cada filho tem direito a 
R$ 500,00.
Caso um filho perca a qualidade de dependente (ex.: quando atinge a idade de 21 anos), 
a pensão por morte é recalculada, pois, com a recente reforma da previdência social (EC n. 
103/2019), as cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão re-
versíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% da pensão por morte quando 
o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5.
Caso todos os dependentes da classe I percam a sua qualidade, ainda que exista depen-
dente das demais classes, a pensão não passarápara esse dependente, tendo em vista que 
a existência de dependente da classe I exclui o direito dos dependentes das classes II e III.
Assim, caso todos os filhos atinjam os 21 anos e cônjuge venha a falecer, ainda que a mãe 
ainda esteja viva, a pensão por morte não passará para a mãe.
perDa Da QualIDaDe De DepenDente
A perda da qualidade de dependente ocorre:
• Para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada 
a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença 
judicial transitada em julgado, ou pelo decurso do prazo de recebimento da pensão 
por morte, nos termos do art. 77, §2º, V da Lei n. 8.213/1991 (o decurso do prazo será 
melhor estudado na aula acerca do benefício pensão por morte);
• Para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado 
ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos ou pelo decurso 
do prazo de recebimento da pensão por morte, nos termos do art. 77, §2º, V da Lei n. 
8.213/1991 (o decurso do prazo será melhor estudado na aula acerca do benefício 
pensão por morte);
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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• Ao completar 21 anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou 
nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa idade:
− casamento;
− início do exercício de emprego público efetivo;
− constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha eco-
nomia própria; ou
− concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença 
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos; e
• Para os dependentes em geral:
− pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou
− pelo falecimento.
Para entender a perda da qualidade de dependentes, alguns comentários se fazem 
necessários.
Em relação a cônjuge, ocorrendo à separação judicial ou o divórcio, cônjuge só mantém a 
qualidade de dependente, caso seja assegurada a prestação de alimentos. Tal regra também 
se aplica a separação de fato.
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JURISPRUDÊNCIA
Cabe ressaltar a Súmula n. 336 do STJ, que assim determina: “A mulher que renunciou aos 
alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-ma-
rido, comprovada a necessidade econômica superveniente.”
Assim, mesmo que não seja determinada a prestação de alimentos, poderá ser concedida 
a pensão por morte para ex-cônjuge, desde que seja comprovada a sua necessidade eco-
nômica superveniente, como, por exemplo, com a comprovação de ajuda no pagamento de 
aluguel ou outras contas.
Para companheiro(a), aplica-se a mesma regra atinente a cônjuge, ou seja, cessando a união 
estável, é mantida a qualidade de dependente, caso seja assegurada a prestação de alimento.
Em relação aos filhos/equiparados (enteado e menor tutelado) e irmãos, uma vez atingida 
a idade de 21 anos, perdem a qualidade de dependentes, ou em outras hipóteses, desde que 
essas outras hipóteses ocorram antes dos 21 anos de idade.
É importante frisar que o filho inválido ou da deficiência intelectual, mental ou grave, ainda 
que atinja os 21 anos, mantém-se como dependente, desde que a invalidez ou a deficiência 
ocorra antes da perda da qualidade de dependente.
EXEMPLO
Imagine um filho de um segurado que perca a sua qualidade de dependente por atingir a idade 
de 21 anos. No dia seguinte ao aniversário, sofre um grave acidente que o torna inválido. Infe-
lizmente, tal filho não receberá a pensão por morte, pois a invalidez ocorreu após a sua perda 
da qualidade de dependente.
Conclui-se, portanto, que uma vez perdida a qualidade de dependente, esse status não 
retorna mais.
PEGADINHA DA BANCA
PELO AMOR DE DEUS! NÃO EXISTE AMPLIAÇÃO DA IDADE PARA O ESTUDANTE ATÉ OS 24 
ANOS, se ainda estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de 
segundo grau!
tal ampliação ocorre apenas para consideração de dependentes para efeitos do impos-
to de renda.
JURISPRUDÊNCIA
Tal entendimento está previsto na súmula 37 da Turma Nacional de Uniformização dos 
Juizados Especiais Federais (TNU), que assim dispõe: “A pensão por morte, devida ao 
filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário.”.
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Portanto, como dito anteriormente, uma vez atingida a idade de 21 anos, o filho/equipa-
rado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perde a qualidade de dependente, ou em outras 
hipóteses, desde que essas outras hipóteses ocorram antes dos 21 anos de idade.
Outra forma de os filhos/equiparados (enteado e menor tutelado) ou irmãos perderem a 
qualidade de dependentes é se emancipando, salvo se a emancipação for decorrente de cola-
ção de grau em curso de ensino superior.
As situações de emancipação estão previstas no art. 5º, § único do Código Civil, sendo elas:
• Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pú-
blico, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
• Pelo casamento;
• Pelo exercício de emprego público efetivo;
• Pela colação de grau em curso de ensino superior;
• Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
As situações de emancipação elencadas no código civil, uma vez ocorridas, fazem com 
que o filho/equiparado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perca a sua qualidade de de-
pendente, salvo a colação de grau em curso de ensino superior, situação que não está prevista 
no art. 17, III do RPS.
Portanto, leve a seguinte regra para a prova. Qualquer que seja a situação de emancipação, 
o filho/equiparado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perde a qualidade de dependente, 
salvo se a emancipação for decorrente da colação de grau em curso de ensino superior.
Ademais, o filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a depen-
dência econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental 
ou grave, não perderão a qualidade de dependentes desde que a invalidez ou a deficiência 
intelectual, mental ou grave tenha ocorrido antes de uma das situações de perda da qualidade 
de dependente, ou seja, antes de completarem 21 anos ou incorrerem em algumas das situa-
ções de emancipação elencadas na legislação previdenciária.
A data de início da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave será estabele-
cida pela Perícia Médica Federal.
Por fim, perdem a qualidade os dependentes em geral pela cessação da invalidez ou pelo 
falecimento.InscrIção Dos DepenDentes e coMprovação De vínculo e DepenDêncIa 
econôMIca
A inscrição do dependente do segurado é feita pelo próprio quando do requerimento do 
benefício a que tiver direito.
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Quando for necessária a comprovação de vínculo e dependência econômica, exige-se a 
apresentação de, no mínimo, 2 documentos, como, por exemplo, disposições testamentárias, 
prova de mesmo domicílio, conta bancária conjunta, apólice de seguro da qual conste o segu-
rado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária...
Caso o dependente só possua um dos documentos mencionados produzido em período 
não superior a 24 meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão, a compro-
vação de vínculo ou de dependência econômica para esse período poderá ser suprida por 
justificação administrativa.
No caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, para fins 
de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada por meio de exame mé-
dico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal e a deficiência, por meio de avaliação biopsi-
cossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
O dependente menor de 21 anos de idade apresentará declaração para atestar a não ocor-
rência das hipóteses de emancipação elencadas no art. 17, III do RPS.
001. (CESPE/MTE/2013/AFT) Apesar de integrarem a segunda classe de dependentes, os 
pais poderão fazer jus ao recebimento de pensão por morte, desde que comprovem a de-
pendência econômica do segurado a eles, ainda que existam dependentes que integrem a 
primeira classe.
A existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das 
classes seguintes. Assim sendo, uma vez que existam dependentes da primeira classe, os 
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pais, que são dependentes da classe II, não fazem jus a pensão por morte, ainda que compro-
vem a dependência econômica do segurado.
Errado.
Manutenção e perDa Da QualIDaDe De seGuraDo
IntroDução
O tema em estudo se refere ao conhecido “período de graça”. Ou seja, é um período onde o 
segurado não verte contribuições para o sistema, mas, mesmo assim, se mantém amparado 
por ele. Por isso é dado o nome desse período como período de graça.
Estudar-se-ão várias situações para melhor explicar o tema.
EXEMPLO
Na primeira situação, imagine um segurado que fica desempregado. Como regra geral, o seu 
período de graça será de até 12 meses. No oitavo mês após o desemprego, esse segurado 
sofre um acidente, que determina que tenha uma incapacidade temporária para o trabalho em 
período superior a 15 dias consecutivos. Tal fato enseja a concessão do benefício conhecido 
como auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
O benefício será concedido?
Sem dúvida, pois o segurado está no período de graça, ou seja, está no período onde ele 
não está vertendo contribuições para o sistema, mas faz jus aos benefícios previdenciários, 
tendo em vista estar mantendo a sua qualidade de segurado.
EXEMPLO
Na segunda situação, imagine uma segurada desempregada, que, como regra geral, mantém 
a sua qualidade por até 12 meses. Estressada, ela e o maridão seguem a sua vida matrimo-
nial, continuando a fazer o que estão acostumados. Ou seja, um mês após o desemprego: 
“BIMBA”! Nove meses após o “BIMBA” vem o parto, que é um dos eventos ensejadores do 
salário-maternidade.
O benefício será concedido?
Sem dúvida, pois a segurada está no período de graça, ou seja, está no período onde ela 
não está vertendo contribuições para o sistema, mas faz jus aos benefícios previdenciários, 
tendo em vista estar mantendo a sua qualidade de segurada.
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É importante frisar que o evento ensejador do benefício tem que ocorrer dentro do perío-
do de graça.
Portanto, em ambas as situações, se o evento ensejador (acidente ou parto) ocorresse 
após o período de graça, ou seja, após a perda da qualidade de segurado(a), o benefício não 
seria concedido.
Esse tema é de suma importância não apenas para o segurado, mas também para os seus 
dependentes.
EXEMPLO
Imagine um segurado que fica desempregado. Como regra geral, o seu período de graça será 
de até 12 meses. No oitavo mês após o desemprego, esse segurado sofre um acidente e vem 
a falecer.
A pensão por morte será concedida para os seus dependentes?
Sem dúvida, pois o segurado está no período de graça.
Entretanto, caso a morte ocorresse após o período de graça, ou seja, após a perda da qua-
lidade de segurado, o benefício não seria concedido aos seus dependentes.
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Cabe apenas ressaltar que, caso o segurado tivesse preenchido os requisitos para obten-
ção de aposentadoria, mas não se aposentasse, e viesse a perder a sua qualidade de segura-
do, seria concedida a pensão por morte para os seus dependentes.
EXEMPLO
Imagine um segurado que tenha 65 anos de idade, 20 anos de tempo de contribuição e mais 
de 180 contribuições mensais vertidas para o sistema (carência necessária para a concessão 
do benefício – próximo tópico a ser estudado). Esse segurado fica desempregado e acaba 
perdendo a sua qualidade de segurado, vindo, posteriormente, a falecer. Nessa situação, seria 
concedida a pensão por morte para os seus dependentes, tendo em vista que o segurado pre-
encheu todos os requisitos para se aposentar antes da data do seu óbito, mas não exerceu o 
seu direito enquanto estava vivo.
JURISPRUDÊNCIA
Tal entendimento está sumulado pelo STJ (Súmula n. 416 do STJ), a qual dispõe: “É 
devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido 
essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a 
data do seu óbito.”
Uma vez entendido o tema, passa-se a estudar os períodos que o segurado mantém a sua 
qualidade, independentemente de contribuições.
prazos
Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
• sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto na hipótese de auxílio-a-
cidente;
• até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições;
• até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segrega-
ção compulsória;
• até 12 meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
• até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para 
prestar serviço militar; e
• até 6 meses após a cessação das contribuições,o segurado facultativo.
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O prazo do item II será prorrogado para até 24 meses, se o segurado já tiver pago mais de 
120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
Tal prazo ainda poderá ser acrescido de 12 meses para o segurado desempregado, desde 
que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho.
Analisam-se casos práticos para melhor entender a ampliação do período de graça.
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EXEMPLO
Imagine um segurado que trabalha há 2 anos e fica desempregado, fazendo jus ao seguro-
-desemprego. Nessa situação, o segurado terá 24 meses de período de graça (12 meses pelo 
desemprego cumulado com 12 meses do desemprego registrado).
Imagine, agora, um segurado que trabalha há 20 anos e fica desempregado, fazendo jus ao 
seguro-desemprego. Nessa situação, o segurado terá 36 meses de período de graça (12 
meses pelo desemprego cumulado com 12 meses por ter mais de 120 contribuições mensais 
cumulado com 12 meses do desemprego registrado).
Perceba, portanto, que, no item II, o período de graça pode ser de 12 meses, ou 24 meses, 
ou 36 meses, dependendo da situação.
Cabe ressaltar que é possível, dentre outras formas, comprovar a situação de registro no 
órgão próprio do MTE mediante declaração expedida pelas Superintendências Regionais do 
Trabalho e Emprego ou outro órgão do MTE; comprovação do recebimento do seguro-desem-
prego; ou inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego – SINE, órgão responsável 
pela política de emprego nos Estados da federação.
Cabe, ainda, ressaltar que, conforme entendimento jurisprudencial, a ausência de registro em 
órgão próprio do MTE não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos 
em Direito, admitindo-se, inclusive, prova testemunhal.
JURISPRUDÊNCIA
Tal entendimento está previsto na súmula 27 da Turma Nacional de Uniformização dos 
Juizados Especiais Federais (TNU), que assim dispõe: “A ausência de registro em órgão 
do Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios 
admitidos em Direito”.
Por fim, para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de segurado 
inicia-se no primeiro dia do mês subsequente ao da última contribuição com valor igual ou 
superior ao salário-mínimo.
Ademais, o segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário 
de contribuição somente manterá a qualidade de segurado se efetuar os ajustes de comple-
mentação, utilização e agrupamento.
perDa Da QualIDaDe De seGuraDo
Quando acontece a perda da qualidade do segurado? Dia seguinte ao fim dos prazos, ou 
seja, dia seguinte ao fim dos 12 meses, ou dos 3 meses, ou dos 6 meses?
Não!
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O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos ocorrerá 
no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês 
imediatamente posterior ao término daqueles prazos.
Apesar de ser uma redação complicada, a regra não é difícil.
EXEMPLO
Imagine um caso prático. Imagine um segurado que trabalha há 2 anos e fica desempregado, 
sem que o desemprego seja registrado. Nessa situação, o segurado terá 12 meses de período 
de graça.
Entretanto, a perda da qualidade não ocorre no dia seguinte ao final dos 12 meses, pois 
ninguém pode afirmar que ele não irá contribuir em relação ao 13º mês. Assim, caso ele ve-
nha contribuir em relação ao 13º (como contribuinte individual), o vencimento da obrigação 
apenas acontece no dia 15 do mês seguinte, ou seja, no dia 15 do 14º mês. Assim, perda da 
qualidade apenas ocorre no dia 16 do 14º mês. Repare que o segurado sempre ganha mais 
um mês e meio de período de graça.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
EXEMPLO
Imagine, portanto, o nosso caso prático acima, cujo período de graça do segurado é de 12 
meses. Infelizmente, o segurado sofre um acidente no dia 13 do 14º mês, que determina que 
tenha uma incapacidade temporária para o trabalho em período superior a 15 dias consecuti-
vos. Pergunta: será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença)? 
Resposta: sem dúvida, pois o segurado ainda está no período de graça. Ele só perde a sua 
qualidade de segurado no dia 16 do 14º mês.
Cabe apenas ressaltar que a explicação utilizou o dia 16 como o termo final. Entretanto, 
utilizar o dia 16 é apenas para fins didáticos.
EXEMPLO
Imagine que o vencimento da obrigação em relação ao 13º mês recaia em um dia que não 
tenha expediente bancário, como, por exemplo, um sábado. Assim, o vencimento é posterga-
do para o dia útil imediatamente posterior, ou seja, o vencimento recairá no dia 17 do 14º mês, 
fazendo com que a perda da qualidade do segurado ocorra apenas no dia 18.
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002. (CESPE/DPU/2015/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO) Em regra, mantêm a qualidade de 
segurado por até doze meses, independentemente de contribuições, o segurado empregado, 
o avulso, o doméstico e o facultativo.
O segurado facultativo mantém a sua qualidade de segurado, independentemente de contri-
buições, até seis meses após a cessação das suas contribuições. Para os demais segurados 
mencionados, a afirmativa está correta.
Errado.
carêncIa
IntroDução
Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições men-
sais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as competên-
cias cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal.
O intuito da carência é manter o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
Portanto, caso o segurado não contribua com, no mínimo, 180 contribuições mensais, 
não fará jus as aposentadorias programáveis (aposentadoria programada, aposentadoria por 
idade do trabalhador rural e aposentadoria especial).
Qual é o conceito de carência para o segurado especial? Não tem, tendo em vista que o 
segurado especial apenas contribui quando comercializa a sua produção rural?
Não! Existe conceito de carência para o segurado especial, conforme preceitua o RPS (art. 
26, § 1º do Decreto n. 3.048/1999). Entretanto, o conceito não são contribuições mensais ver-
tidas para o sistema, mas o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que 
de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício reque-
rido, no caso de benefícios concedidos nostermos do art. 39, § 2º, I do RPS (aposentadoria 
por idade do trabalhador rural ou por incapacidade permanente, de auxílio por incapacidade 
temporária, de auxílio-reclusão).
Assim, o segurado especial precisa, para fazer jus a aposentadoria por idade do traba-
lhador rural, comprovar que durante 180 meses exerceu a atividade rural, ainda que de forma 
descontínua.
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Entende-se como forma descontínua os períodos intercalados de exercício de atividades 
rurais, ou urbana e rural, com ou sem a ocorrência da perda da qualidade de segurado.
Por fim, cabe ressaltar que para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimen-
to das contribuições do segurado empregado, inclusive o doméstico (a partir da competência 
junho de 2015), do trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte individual, a partir da 
competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela empresa.
períoDos De carêncIa
Em relação ao tema carência, é importante saber quais são os benefícios que exigem ca-
rência para a sua concessão.
Portanto, elabora-se uma lista dos benefícios que exigem carência para a sua concessão. 
Se algum benefício não for mencionado nessa lista é porque a carência para a sua concessão 
é zero, ou seja, independe de carência para a sua concessão.
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Qual é a carência exigida para a concessão do salário-família, ou da pensão por morte, ou 
do salário-maternidade para a segurada empregada?
Zero!
Como dito anteriormente, caso o benefício não conste na nossa lista acima, é porque 
a carência exigida para a sua concessão é zero, ou seja, independe de carência para a sua 
concessão.
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Portanto, não fique decorando os benefícios que independem de carência (nem perderei 
tempo listando-os aqui), pois, sabendo os benefícios que exigem carência, automaticamente, 
você sabe quais são os benefícios que independem de carência para a sua concessão.
É de se estranhar a exigência de 10 contribuições mensais para a concessão do salário-
-maternidade para a segurada especial. Entretanto, nada é estranho! Como já visto, não são 
exigidas 10 contribuições mensais vertidas para a concessão do salário-maternidade para 
a segurada especial, mas apenas que a segurada especial comprove que durante 10 meses 
exerceu a sua atividade rural, ainda que de forma descontínua.
E se o parto for antecipado? O que acontece com a carência exigida para a concessão 
do salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual, facultativa e segurada 
especial?
Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contri-
buições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.
EXEMPLO
Assim, imagine uma segurada contribuinte individual que faça a sua inscrição no RGPS e 
passa a verter as suas contribuições mensais. Dois meses após a inscrição, descobre que 
está grávida de um mês, nascendo o filho prematuramente no 7º mês da gestação. Pergunta: 
essa segurada não terá direito ao salário-maternidade, tendo em vista não ter vertido 10 con-
tribuições mensais para o sistema, mas apenas 8? Resposta: não, uma vez que a carência é 
reduzida em relação ao número de meses em que o parto foi antecipado.
Assim, caso o parto seja antecipado em 2 meses, a carência será de 8 contribuições men-
sais. Já se o parto for antecipado em 1 mês, a carência será de 9 contribuições mensais.
Perceba que no caso de concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxí-
lio-doença) e da aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por inva-
lidez), a carência pode ser zero em duas situações:
• Acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho;
• Nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das do-
enças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da 
Previdência Social, atualizada a cada 3 anos, de acordo com os critérios de estigma, 
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gra-
vidade que mereçam tratamento particularizado (art. 30, § 2º do RPS).
Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumáti-
ca e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão 
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corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou 
temporária da capacidade laborativa.
Em suma, é um acidente qualquer, que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.
Assim, percebe-se que acidente de qualquer natureza ou causa é gênero que abarca como 
espécie o acidente de trabalho.
perDa Da QualIDaDe Do seGuraDo
Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios 
de auxílio por incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade permanente, de 
salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as contribuições anteriores à perda somente serão 
computadas para fins de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao 
RGPS, com metade dos períodos de carência exigidos pela legislação previdenciária.
Visualiza-se essa regra por meio de vários casos práticos!
EXEMPLO
Imagine um segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período de 6 meses, 
ficando desempregado e perdendo a sua qualidade. Após nova filiação, exerceu atividade por 
6 meses e foi acometido de uma doença que exigia carência para a concessão do auxílio por 
incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Pela citada regra, seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-
-doença), tendo em vista que o segurado ficou incapacitado para o seu trabalho por perí-
odo superior a 15 dias consecutivos?
Sem dúvida, tendo em vista que, uma vez que o segurado contribuiu por 6 meses (1/2 da 
carência exigida para a concessão do benefício), recuperou o passado para efeitos de carência. 
Assim, somando-se os 6 meses recuperados com os novos 6 meses, o segurado já teria vertido 
12 contribuições mensais, ou seja, teria a carência necessária para a concessão do benefício.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
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EXEMPLO
Imagine, agora, o mesmo segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período 
de 6 meses, ficando desempregado e perdendo a sua qualidade de segurado. Após nova filia-
ção, exerceu atividade por 5 meses e foi acometido de uma doença que exigia carência para a 
concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo em 
vista que o segurado ficou incapacitado para o seu trabalho por período superior a 15 dias 
consecutivos?
Não, tendo em vista que, uma vez que o segurado contribuiu por apenas 5 meses, não 
recuperou o passado para efeitos de carência, pois não tinha 1/2 da carência exigida para a 
concessão do benefício. Assim, o segurado teria apenas as 5 contribuições mensais, ou seja, 
não teria a carência necessária para a concessão do benefício.
EXEMPLO
Imagine, por fim, o mesmo segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período 
de 5 meses, ficando desempregado e perdendo a sua qualidade de segurado. Após nova filia-
ção, exerceu atividade por 6 meses e é acometido de uma doença que exige carência para a 
concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo em 
vista que o segurado ficou incapacitado para o seu trabalho por período superior a 15 dias 
consecutivos?
Não, tendo em vista que, ainda que o segurado tenha contribuído por 6 meses (1/2 da ca-
rência exigida para a concessão do benefício), recuperou o passado para efeitos de carência. 
Entretanto, somando-se os 5 meses recuperados com os novos 6 meses, o segurado só teria 
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11 contribuições mensais, ou seja, não teria a carência necessária para a concessão do be-
nefício. Portanto, o benefício seria indeferido por ausência de carência.
InícIo Da contaGeM Da carêncIa
O período de carência é contado:
• Para o segurado empregado, inclusive o doméstico (a partir da competência junho de 
2015), trabalhador avulso e o contribuinte individual, a partir da competência abril de 
2003, que presta serviço para a empresa, da data da filiação ao RGPS; e
• Para o segurado contribuinte individual, que não presta serviço para empresa, inclusive 
o segurado especial que contribui, facultativamente, como contribuinte individual, e 
o segurado facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso 
referentes a competências anteriores.
A lógica de o início da carência ser da data da filiação ao RGPS para o segurado empre-
gado, inclusive o doméstico (a partir da competência junho de 2015), trabalhador avulso e 
contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, que presta serviço para a em-
presa, é que o responsável pelo recolhimento da contribuição do segurado é da empresa ou 
do empregador doméstico.
É importante frisar que, no caso do início da contagem da carência para os demais se-
gurados, na hipótese de perda da qualidade desses segurados, somente serão consideradas, 
para fins de carência, as contribuições efetivadas após novo recolhimento sem atraso.
003. (CESPE/STJ/2012/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Segundo a legislação so-
bre os planos de benefícios da previdência social, o período de carência é o número mínimo de 
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício.
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Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais 
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as competências 
cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal.
Certo.
salárIo De benefícIo
O salário de benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefí-
cios de prestação continuada.
Entretanto, alguns benefícios não são calculados com base no salário de benefício. Nessas 
situações, o cálculo do benefício será melhor estudado durante o estudo do benefício em si.
O salário de benefício, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), 
consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetaria-
mente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 
ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Portanto, após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o assunto passou 
a ser simplório, pois deixa de existir a regra dos maiores salários de contribuição correspon-
dentes a 80% de todo o período contributivo, bem como deixa de existir a aplicação do fator 
previdenciário para o cálculo do salário de benefício para certos benefícios previdenciários.
É apenas importante frisar que, para o aplicador do direito, é fundamental o conhecimento 
do tema “salário de benefício” antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), 
pois há a questão do direito adquirido, bem como alguns assuntos atinentes ao tema ainda 
são aplicáveis em regras transitórias, como, por exemplo, o fator previdenciário. Nesse caso, 
o tema será explicado no presente curso no momento da explicação da regra transitória.
Ademais, o art. 26, § 6º da EC n. 103/2019 determina que poderão ser excluídas da média 
as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo 
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mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer fina-
lidade, inclusive para o acréscimo na renda mensal do benefício, para a averbação em outro 
regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade dos militares.
EXEMPLO
Dessa forma, imagine um segurado que possua 65 anos de idade, 45 anos de tempo de con-
tribuição e a carência necessária para fins de concessão da sua aposentadoria programada.
A renda mensal desse benefício será de 100% do salário de benefício, pois, conforme será 
estudado, a renda mensal das aposentadorias programáveis, regra geral, corresponde a 60% 
do salário de benefício, com acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribui-
ção que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, no caso do homem, e 15 anos de con-
tribuição, no caso da mulher e no caso da aposentadoria especial, cujo agente nocivo permita 
a concessão do benefício após 15 anos de efetiva exposição.
Assim sendo, com 40 anos de tempo de contribuição, o segurado faz jus a aposentadoria pro-
gramada no valor de 100% dosalário de benefício.
Entretanto, como esse segurado tem 45 anos de tempo de contribuição, percebe-se, clara-
mente, que ele contribuiu além do necessário. Portanto, ele poderá excluir da média as contri-
buições que resultem em redução do valor do benefício, sem que isso lhe cause um prejuízo.
Logo, imagine que esse segurado contribuiu durante os 5 primeiros anos da sua vida labo-
ral em relação ao valor do salário-mínimo, contribuindo os demais 40 anos sobre o limite 
máximo do salário de contribuição.
Se todas as contribuições forem aproveitadas no cálculo do salário de benefício, inevitavel-
mente, esses 5 primeiros anos vertidos sobre o valor do salário-mínimo irão reduzir a média, 
reduzindo, por consequência, o valor do benefício.
Portanto, a exclusão dos 5 primeiros anos de contribuição será saudável para o segurado, 
fazendo com que este, em regra, consiga receber a sua aposentadoria programada no valor 
do limite máximo do salário de benefício, ou próximo deste valor.
Alterando um pouco o exemplo, imagine um segurado que possua 65 anos de idade, 45 anos 
de tempo de contribuição e a carência necessária para fins de concessão da sua aposenta-
doria programada.
Diferente do primeiro exemplo, imagine que este segurado contribuiu durante os 6 primeiros 
anos da sua vida laboral em relação ao valor do salário-mínimo, contribuindo os demais 39 
anos sobre o limite máximo do salário de contribuição.
Se todas as contribuições forem aproveitadas no cálculo do salário de benefício, inevitavel-
mente, esses 6 primeiros anos vertidos sobre o valor do salário-mínimo irão reduzir a média, 
reduzindo, por consequência, o valor do benefício.
Assim, caso o segurado queira, ele pode excluir os 6 primeiros anos do cálculo da sua média. 
Entretanto, uma vez retiradas as contribuições do cálculo, é vedada a utilização do tempo 
excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo na renda mensal do benefício.
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Portanto, nessa situação, caso o segurado decida retirar os 6 primeiros anos de contribuição, 
o segurado terá apenas 39 anos de contribuição, fazendo com que a renda mensal do seu 
benefício seja 98% do salário de benefício (60% do SB + 2% por ano que ultrapassar os 20 
anos, ou seja, (60% + 2% x 19) x SB = 98% x SB.
Nesse caso, o segurado precisa sopesar e chegar a conclusão se vale a retirada dos 6 primei-
ros anos de contribuição, fazendo com que a renda mensal da sua aposentadoria programada 
seja no valor de 98% do salário de benefício, ou se vale retirar apenas os 5 primeiros anos de 
contribuição, mantendo um ano de contribuições vertidas sobre o valor do salário-mínimo no 
cálculo do seu salário de benefício, pois, nessa situação, a renda mensal da sua aposentado-
ria programada será no valor de 100% do salário de benefício.
Para fins da exclusão mencionada, consideram-se programadas as aposentadorias pro-
gramada, especial e por idade do trabalhador rural e as aposentadorias transitórias por idade 
e por tempo de contribuição, para as quais se exige tempo mínimo de contribuição.
O salário de benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes 
será calculado com base na soma dos salários de contribuição das atividades exercidas na 
data do requerimento ou do óbito ou no período básico de cálculo.
observações
O valor do salário de benefício não será inferior ao de um salário-mínimo, nem superior ao 
limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício.
Todos os salários de contribuição utilizados no cálculo do salário de benefício serão cor-
rigidos, mês a mês, de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preço ao Con-
sumidor – INPC, referente ao período decorrido a partir da primeira competência do salário 
de contribuição que compõe o período básico de cálculo até o mês anterior ao do início do 
benefício, de modo a preservar o seu valor real.
Para fins de apuração do salário de benefício de qualquer aposentadoria precedida de 
auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário de contribuição, não podendo 
o total apurado ser superior ao limite máximo do salário de contribuição.
Para entender o cálculo de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, é ne-
cessário entender o auxílio-acidente.
O auxílio-acidente é concedido, como indenização, ao segurado empregado, inclusive o 
doméstico, trabalhador avulso e segurado especial quando, após a consolidação das lesões 
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela definitiva.
Assim, o auxílio-acidente não é benefício por incapacidade, tendo em vista que o segu-
rado retorna à atividade. Entretanto, tendo em vista a sequela consolidada cumulada com a 
redução da capacidade laborativa, o segurado é indenizado pela previdência social.
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Perceba, portanto, que o segurado recebe remuneração pelo exercício da atividade e, ao 
mesmo tempo, recebe o auxílio-acidente da previdência social, fazendo com que, no futuro, 
o cálculo da sua aposentadoria precedida de auxílio-acidente leve em consideração o salário 
de contribuição referente a remuneração auferida no exercício da atividade e o valor do auxí-
lio-acidente, o qual entra no cálculo “como se fosse” salário de contribuição.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
Por fim, cabe a ressalva que, com a publicação da MP n. 664, de 30 de dezembro de 2014, 
convertida na Lei n. 13.135/2015, foi inserido o § 10 no art. 29 da Lei n. 8.213/1991, determi-
nando que o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) não poderá exceder 
a média aritmética simples dos últimos doze salários de contribuição, inclusive no caso de 
remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples 
dos salários de contribuição existentes.
renDa Mensal Do benefícIo
A renda mensal do benefício é o valor efetivamente pago ao segurado. Ou seja, os benefí-
cios, quando calculados pelo salário de benefício, têm a incidência de um percentual, consti-
tuindo, assim, a renda mensal do benefício.
RMB = % x SB
Portanto, estudam-se quais são os percentuais aplicados ao salário de benefício para 
cada benefício, cujo cálculo é feito utilizando a citada base de cálculo.
A renda mensal dos benefícios, cujo cálculo não é feito com base no salário de benefício, 
será estudada durante a explicação do benefício em si.
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A renda mensal do benefício de prestação continuada será calculada aplicando-se sobre 
o salário de benefício os seguintes percentuais:
Em relação aos percentuais a serem aplicados aos salários de benefícios, no intuito de se 
chegar ao valor da renda mensal do respectivo benefício, antes deve-se explicar uma regra 
básica em relação aos benefícios previdenciários, a qual segue abaixo.
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A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário de contri-
buição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo 
nem superior ao limite máximo do salário de contribuição, exceto a aposentadoria por inca-
pacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez) quando o segurado necessitar da 
assistência permanente de outra pessoa (acréscimo de 25% do valor benefício) e o salário-
-maternidade para as seguradas(os) empregada(o) e trabalhadora(or) avulsa(o).
Conclui-se, portanto, que o benefício previdenciário quanto a sua natureza pode ser en-
quadrado como benefício remuneratório, também conhecido como benefício substituidor, ou 
benefício indenizatório, também conhecido como benefício complementar.
Os benefícios remuneratórios (substituidores) são aqueles que visam substituir a remu-
neração do segurado. Portanto, não podem ser inferiores a 1 salário-mínimo.
Já os benefícios indenizatórios (complementares) são aqueles que visam complementar 
a remuneração do segurado. Portanto, podem ser inferiores a 1 salário-mínimo.
Só existem 2 benefícios indenizatórios (complementares) que são o auxílio-acidente e o 
salário-família. Todos os demais benefícios são remuneratórios.
Uma vez estudada a classificação dos benefícios quanto a sua natureza, volta-se a estu-
dar os percentuais a serem aplicados ao salário de benefício.
Em relação as aposentadorias programáveis (aposentadoria programada e aposentado-
ria especial), exceto a aposentadoria por idade do trabalhador rural, uma vez preenchidos os 
requisitos para a concessão dos citados benefícios, o percentual a ser aplicado ao salário de 
benefício é de 60%, com acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribuição 
que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, no caso do homem, e 15 anos de contribui-
ção, no caso da mulher e no caso da aposentadoria especial, cujo agente nocivo permita a 
concessão do benefício após 15 anos de efetiva exposição.
EXEMPLO
Assim, imagine um segurado que possua 65 anos de idade, 30 anos de tempo de contribuição 
e a carência necessária para fins de concessão da sua aposentadoria programada.
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Nesse caso, a renda mensal da sua aposentadoria programada será de 80 % do salário de 
benefício (60% do SB + 2% por ano que ultrapassar os 20 anos, ou seja, (60% + 2% x 10) x SB 
= 80% x SB.
Imaginando que o salário de benefício seja no valor de R$ 3.000,00, a renda mensal do bene-
fício será de R$ 2.400,00. Demonstra-se o cálculo!
• Idade = 65 anos; TC = 30 anos; Carência = OK; SB = R$ 3.000,00
• RMB = [60% + 2% por ano que ultrapassar os 20 anos] x SB
• RMB = [60% + 2% x 10] x R$ 3.000,00
• RMB = 80% x R$ 3.000,00 = R$ 2.400,00
EXEMPLO
Agora, imagine um segurado que possua 65 anos de idade, 35 anos de tempo de contribuição 
e a carência necessária para fins de concessão da sua aposentadoria programada.
Nesse caso, a renda mensal da sua aposentadoria programada será de 90 % do salário de 
benefício (60% do SB + 2% por ano que ultrapassar os 20 anos, ou seja, (60% + 2% x 10) x SB 
= 90% x SB.
Imaginando que o salário de benefício seja no valor de R$ 3.000,00, a renda mensal do bene-
fício será de R$ 2.700,00. Demonstra-se o cálculo!
• Idade = 65 anos; TC = 35 anos; Carência = OK; SB = R$ 3.000,00
• RMB = [60% + 2% por ano que ultrapassar os 20 anos] x SB
• RMB = [60% + 2% x 15] x R$ 3.000,00
• RMB = 90% x R$ 3.000,00 = R$ 2.700,00
E se, nos exemplos citados, o salário de benefício calculado for no valor de 1 salário-mí-
nimo? Aplicam-se os percentuais de 80% ou 90%, respectivamente?
Não, tendo em vista que as aposentadorias programáveis são benefícios remuneratórios. 
Portanto, não podem ser inferiores a um salário-mínimo.
Essa mesma regra se aplica a aposentadoria por incapacidade permanente (antiga apo-
sentadoria por invalidez), salvo quando esta é decorrente de acidente de trabalho, de doença 
profissional e de doença do trabalho. Nessa situação, a renda mensal do benefício consiste 
em 100% do salário de benefício.
No caso da aposentadoria por idade do trabalhador rural, não houve mudança na renda 
mensal do benefício com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), salvo em 
relação à redação da regra. Portanto, nesse caso, o percentual a ser aplicado ao salário de 
benefício é de 70%, com acréscimo de 1% para cada ano de contribuição.
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A ressalva da redação se deve ao fato de que a renda mensal do benefício aposentadoria 
por idade estava prevista no art. 39, II do RPS, o qual previa o percentual de 70% a ser aplicado 
sobre o salário de benefício, mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo 
de 30%, ou seja, não podendo ultrapassar 100% do salário de benefício.
Atualmente, a renda mensal da aposentadoria por idade do trabalhador rural está prevista 
no art. 56, § 2º do RPS, o qual determina, conforme já mencionado, o percentual de 70% a ser 
aplicado sobre o salário de benefício, com acréscimo de 1% para cada ano de contribuição.
EXEMPLO
Imagine um caso prático! Imagine um segurado empregado rural, com 65 anos de idade, 240 
contribuições mensais vertidas e salário de benefício de R$ 2.000,00. Pergunta: qual será a 
renda mensal do benefício? Resposta: R$ 1.800,00! Como se chegou a esse valor? É simples! 
Demonstra-se o cálculo!
• Idade = 65 anos; TC = 20 anos; Carência = OK; SB = R$ 2.000,00
• RMB = [70% + 1% para cada ano de contribuição] x SB
• RMB = [70% + 1% x 20] x R$ 2.000,00
• RMB = 90% x R$ 2.000,00 = R$ 1.800,00
Como visto, em relação ao auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), o 
percentual a ser aplicado ao salário de benefício é de 91%.
E se o salário de benefício calculado for no valor de 1 salário-mínimo? Aplica-se o percen-
tual de 91%?
Não, tendo em vista que o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) é 
benefício remuneratório. Portanto, não pode ser inferior a um salário-mínimo, salvo no caso 
do exercício do segurado de atividades concomitantes, onde a incapacidade ocorre em rela-
ção a apenas uma atividade. Nessa situação, o valor do auxílio por incapacidade temporária 
(antigo auxílio-doença) poderá ser inferior ao salário-mínimo desde que somado às demais 
remunerações recebidas resultar valor superior a este.
Em relação ao auxílio-acidente, o percentual a ser aplicado ao salário de benefício é de 50%.
E se o salário de benefício calculado for no valor de 1 salário-mínimo? Aplica-se o percen-
tual de 50%?
Sim, tendo em vista que o auxílio-acidente é benefício indenizatório. Portanto, pode ser 
inferior a um salário-mínimo.
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