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Planejamento Estratégico e o Profissional de TI Unidade 4 Sistemas de Informações Gerenciais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria TATIANA SOUTO MAIOR DE OLIVEIRA A AUTORIA Tatiana Souto Maior de Oliveira Olá! Meu nome é Tatiana Souto Maior de Oliveira. Sou doutora em Administração com ênfase em tecnologia, possuo Mestrado em Gestão Urbana pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e especializações na área de Tecnologia da Comunicação e Informação. Atualmente sou professora universitária, profissão que exerço há 15 anos, trabalhando com pesquisa e consultoria na área de administração e atuando principalmente no elo dos seguintes temas: informação, tecnologia e negócio. ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Tecnologia como recurso estratégico ..............................................10 Alinhamento estratégico da tecnologia da informação ....................................10 Planejamento estratégico ......................................................................................10 Alinhamento estratégico da tecnologia da informação .................. 13 O que é planejamento estratégico de TI ...........................................16 Etapas do planejamento estratégico de TI ......................................19 Profissional de tecnologia da informação ....................................... 26 Planejamento e governança de TI ......................................................................................29 Metodologias existentes .......................................................................................32 Vários mundos e um único objetivo ............................................................... 41 7 UNIDADE 04 Sistemas de Informações Gerenciais 8 INTRODUÇÃO Frente ao novo cenário informacional das organizações, o planejamento de tecnologia da informação começa a ter um caráter muito mais negocial do que técnico. Desse modo, antes de se determinar as ações ou os projetos que serão executados pelo setor de tecnologia da informação, devemos entender as necessidades negociais da empresa para a partir disso realizarmos o planejamento. A lógica é simples, se a Tecnologia da Informação (TI) tem como função amparar o negócio, potencializando a posição competitiva das organizações, pressupõe-se que seu planejamento tenha um caráter estratégico negocialmente falando. Para compreendermos o planejamento estratégico de tecnologia da informação (PETI), nesta unidade partiremos dos conceitos de planejamento estratégico, visto a necessidade de embasarmos o planejamento de TI no negócio da empresa. Na sequência, estaremos entendendo o conceito de PETI em comparação com o antigo Plano Diretor de Informática (PDI) e finalmente analisaremos cada uma das etapas do PETI. Sistemas de Informações Gerenciais 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Identificar a relação entre estratégia e tecnologia, entendendo-a como recurso estratégico para a organização; 2. Entender o conceito, o objetivo e a importância do planejamento estratégico de tecnologia da informação; 3. Identificar as etapas do planejamento estratégico de TI para estruturar uma organização, um projeto ou um negócio; 4. Discernir sobre os desafios da implementação do planejamento de tecnologia da informação, entendendo o profissional de TI como peça fundamental nesse processo. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Sistemas de Informações Gerenciais 10 Tecnologia como recurso estratégico INTRODUÇÃO: Para falarmos de planejamento estratégico de tecnologia da informação é preciso antes entendermos o papel desse no contexto empresarial. Por isso, neste capítulo, incialmente retomaremos rapidamente os conceitos referentes ao planejamento estratégico. Na sequência mostraremos a importância do alinhamento estratégico da tecnologia da informação e suas etapas. Finalmente, estudaremos o perfil do profissional. Alinhamento estratégico da tecnologia da informação Para entendermos os conceitos do planejamento estratégico de tecnologia da informação (PETI), precisamos antes entender o conceito de planejamento estratégico e a partir daí a importância do alinhamento estratégico da TI. Planejamento estratégico No início da teoria administrativa das empresas, a preocupação dos administradores estava centrada no processo de produção. O foco em questões internas perdurou até que as empresas perceberam que literalmente existia um “mundo” fora das organizações que as afetava direta ou indiretamente. Foi a partir da década de 60 que a administração começou a identificar e monitorar as variáveis externas da organização. O planejamento estratégico enquanto teoria administrativa nada mais é do que um conjunto de metodologias que direcionam o planejamento da organização a partir do monitoramento do ambiente onde a organização está inserida. A premissa básica deste é, portanto, o acompanhamento das variáveis externas e internas da organização e, com base nelas, conduzir Sistemas de Informações Gerenciais 11 a organização de forma a adaptar-se às possíveis alterações e, assim, alcançar os objetivos almejados mantendo-se no mercado. De maneira simples, o planejamento estratégico é “o processo que determina como a organização pode chegar onde deseja e o que fará para executar seus objetivos” (SERTEK; GUINDANI, 2012). Na prática, envolve a criação de ações estratégicas, que permeiam toda a organização e são justamente os meios pelos quais a organização consegue responder as alterações do ambiente e atingir os objetivos da organização. De acordo com Drucker (1997, p. 714 apud BRAGA; MONTEIRO, 2005, p. 19), planejar é: O processo contínuo de, sistematicamente e com o maior co- nhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as ativida- des necessárias à execução dessas decisões e, por meio de uma retroalimentação organizada, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas. O processo de planejamento estratégico pode ser dividido em cinco grandes etapas ilustradas na figura a seguir. Figura 1: Etapas do planejamento estratégico Feedback Etapa 1: Análise do ambiente - Interno - Externo Etapa 2: Estabeleci- mento das diretrizes organiza- cionais - Missão - Objetivo Etapa 3: Formu- lação de estratégias Etapa 4: Implemen- tação de estratégias Etapa 5: Controle estratégico Fonte: Certo e Peter, 2010, p. 9. Sistemas de Informações Gerenciais 12 A primeira etapa no processo de planejamento estratégicoé a análise ambiental, que consiste basicamente em monitorar os ambientes internos e externos para a identificação de possíveis variáveis que possam afetar o contexto mercadológico da organização. A partir desse cenário, a empresa começa a direcionar suas ações e, para tal, ela determina as diretrizes organizacionais que estão resumidas na tabela a seguir. Tabela 1: Diretrizes Organizacionais Diretriz Organizacional Descrição Missão Consiste na identificação da razão fundamental da existência da empresa, é a essência ou o porquê da existência da empresa no mercado e na sociedade. Visão Refere-se ao que se deseja para o futuro da organização, o que se espera alcançar a longo prazo e serve como norte para as ações da organização. Objetivos São as metas estratégicas que foram traçadas com base na análise ambiental, tem como característica básica a temporalidade e a mensurabilidade. Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Com base na diretriz organizacional, são criadas as estratégias que nada mais são do que ações que levarão a empresa a atingir seus objetivos. Desse modo, a criação de estratégias permeia todas as funções organizacionais, já que todas as áreas devem se ajustar para contribuir com os objetivos da organização. Após a criação das estratégias, elas são implementadas. O controle estratégico é uma atividade de monitoramento das ações realizadas permitindo a identificação da necessidade de ajustes conforme as possíveis alterações contextuais da organização. No planejamento estratégico devemos considerar a organização sob a visão sistêmica, contemplando a complexidade da organização. Com essa abordagem é possível otimizarmos as ações. Assim, pode Sistemas de Informações Gerenciais 13 ocorrer a necessidade de interdependências organizacionais para o atingimento de um determinado objetivo, bem como a necessidade de várias estratégias em diferentes setores. Da mesma forma, uma mesma estratégia pode impactar vários setores e objetivos. O planejamento estratégico é realizado com base em um cenário que pode sofrer mudanças a qualquer momento. Dessa forma, ele não deve ter um caráter estático, mas deve ser constantemente ser revisado e ajustado conforme as alterações do ambiente. Alinhamento estratégico da tecnologia da informação Partindo do princípio de que a área de TI é uma das áreas funcionais da empresa, as atividades que ela realiza fazem parte das estratégias dessa área, que tem a função de contribuir para a empresa atingir os seus objetivos estratégicos. Nessa mesma linha, Laurindo et al. (2001, p. 162) afirma que: A TI evoluiu de uma orientação tradicional de suporte admi- nistrativo para um papel estratégico dentro da organização. A visão da TI como arma estratégica competitiva tem sido dis- cutida e enfatizada, pois não só sustenta as operações de ne- gócio existente, mas também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais. Nesse contexto, todos os projetos da área de TI devem estar correlacionados direta ou indiretamente com o atingimento dos objetivos organizacionais. Por exemplo, quando o setor de TI cria uma solução de entrada de pedidos, esta pode estar associada a uma série de estratégias e setores organizacionais, como podemos verificar na figura a seguir: Sistemas de Informações Gerenciais 14 Tabela 2: Alinhamento de estratégias de TI Solução Áreas impactadas Objetivo estratégico Sistema de entrada de pedidos Comercial Otimizar vendas Aumentar o relacionamento com os clientes Produção Otimizar recursos por meio de planejamento Finanças Aumentar receitas Aumentar lucratividade Diminuir custos Logística Otimizar processos Melhorar o planejamento de transportes Fonte: Elaborada pela autora, 2021. O PETI deve, portanto, ir ao encontro das estratégias negociais, somente dessa forma a TI poderá desenvolver o seu papel na empresa, ou seja, auxiliar o negócio. De acordo com Correia Neto e Leite (2015), O conceito de alinhamento entre as estratégias de negócio e de TI é fundamental. Entende-se este alinhamento como a coordenação de decisões, atividades e esforços das áreas de TI e de negócios para o atingimento de objetivos comuns e únicos para organização. A aplicação da TI deve ser realizada de maneira aderente às necessidade, estratégias e objetivos do negócio, indicando que todos os esforços de TI devem ser fundamentados em necessidades de negócio, sendo justificados nestes termos. Sistemas de Informações Gerenciais 15 O desalinhamento do PETI e o planejamento estratégico compromete os objetivos da empresa e simplesmente inviabilizam os projetos de TI, já que os mesmos não conseguirão dar retorno efetivo ao negócio (REZENDE; ABREU, 2011). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Estudamos aqui o alinhamento estratégico da tecnologia da informação, bem como o que é e como se aplica o planejamento estratégico. Sistemas de Informações Gerenciais 16 O que é planejamento estratégico de TI INTRODUÇÃO: Como já vimos anteriormente, a tecnologia entra nas organizações diretamente ligada à área operacional. No início, as empresas a entendiam somente como máquinas que aumentavam a velocidade das atividades. Mesmo com a entrada dos sistemas de informação, a visão da tecnologia nas organizações era somente técnica, não havendo nenhuma correlação com questões informacionais. Nesse capítulo, vamos compreender o que é planejamento estratégico de TI, importante a ser implementado nas organizações. O setor responsável pela tecnologia dentro das empresas – setor de informática – era visto de modo geral como um setor de operação e manutenção, estritamente operacional. Seguindo essa lógica, o planejamento do setor de informática tinha como foco questões essencialmente técnicas, já que esse era o caráter das atividades ali realizadas. Assim, conceitualmente a primeira nomenclatura relativa ao planejamento de tecnologia foi o Plano Diretor de Informática (PDI), que tinha um caráter fundamentalmente técnico. Com a evolução da tecnologia nas organizações e a mudança do seu foco de técnico para negocial, identifica-se que a capacidade de a tecnologia gerar informação é o maior benefício que esta pode proporcionar para as empresas e todo o direcionamento do uso, planejamento e gestão da tecnologia é alterado, o foco agora é informação, e o setor agora é o de Tecnologia da Informação (TI). Segundo Garcia (2005 apud Almeida et al., 2015, p. 33), Nas empresas, a abrangência da Tecnologia da Informação é cada vez maior, disseminando-se por todas as áreas da sua cadeia de valor, englobando a cadeia de valor de clientes, for- necedores e parceiros de negócios. A Informação e a Tecnolo- Sistemas de Informações Gerenciais 17 gia da Informação se tornaram o quarto recurso disponível aos executivos para estruturar e operar as empresas, juntamente com pessoas, capital e máquinas. Nesse contexto, começam a surgir propostas metodológicas de planejamento na área de TI que têm como base o uso da tecnologia como estratégia para a melhoria dos negócios. De maneira genérica, todas essas metodologias têm como base o alinhamento estratégico da TI aos negócios e na sequência o planejamento dos recursos de tecnologia a partir das necessidades negociais da empresa. Uma das metodologias que vem se destacando é o Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) que engloba numa mesma proposta as várias dimensões necessárias para se realizar um planejamento de TI com base na função estratégica da TI nas organizações. Em um PETI, que pode ter outros nomes conforme a empresa, é imprescindível que sejam contempladas as seguintes dimensões: sistemas de informação, infraestrutura tecnológica e pessoas. O PETI é, dessa forma, um documento que serve de roteiro para os profissionais de TI conduzirsuas ações operacionais, gerenciais e estratégicas, considerando os aspectos técnicos informacionais e humanos relacionados ao uso da tecnologia nas organizações (REZENDE, 2011). Trata-se de um documento que está atrelado ao planejamento estratégico, sendo, dessa forma, dinâmico e mutável conforme o contexto mercadológico da organização. De acordo com Rezende (2011, p. 8), A dimensão do planejamento estratégico de tecnologia da informação fornece uma visão geral de conceitos, modelos, métodos e ferramentas de tecnologia da informação necessária para facilitar as estratégias organizacionais e suportar as decisões, as ações organizacionais e os respectivos processos da organização. Além de relatar as configurações da tecnologia da informação (software, hardware, sistemas de comunicação e recursos de gestão de dados e informação), descreve a estrutura estratégica, tática e operacional das Sistemas de Informações Gerenciais 18 informações organizacionais, os sistemas de informação e sistemas de conhecimentos, as pessoas envolvidas e a infraestrutura necessária. O que percebemos é que todos os mecanismos da área de tec- nologia estão cada vez mais interligados à área negocial. Independen- temente do rigor técnico necessário das atividades envolvidas, as defini- ções deixam de ser baseadas na técnica e começam a ser baseadas no negócio, e o PETI propõe o alinhamento entre a área técnica e negocial. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Estudamos aqui o Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) que tem como base o uso da tecnologia como estratégia para a melhoria dos negócios. Sistemas de Informações Gerenciais 19 Etapas do planejamento estratégico de TI INTRODUÇÃO: A metodologia proposta por Rezende e Abreu (2011) vem se destacando por incluir numa mesma proposta todos os aspectos que devem ser considerados em um planejamento de tecnologia da informação, de forma integrada e sistêmica. É isso que veremos neste capítulo, as etapas do planejamento estratégico de TI. A abordagem de um PETI deve partir necessariamente do negócio da organização e, assim, ele estabelece um elo entre o planejamento negocial da empresa – o planejamento estratégico e seus desdobramentos nas áreas funcionais – e a partir daí pensamos em planejá-lo, como fica claro na figura a seguir. Figura 2: Elo entre planejamento estratégico e PETI Fonte: Rezende e Abreu, 2011 (Adaptado) Essa contextualização negocial é importante para que o planejamento considere todas as necessidades organizacionais e que seja dimensionado conforme a demanda. A percepção da horizontalidade dos processos entre os diversos setores da empresa é outro ponto importante de garantia para a consideração no planejamento das interdependências sistêmicas, o que pode auxiliar na otimização e no reaproveitamento de processos principalmente sob o aspecto informacional. De maneira simples, o PETI pode ser dividido em nove etapas, conforme a figura a seguir. Sistemas de Informações Gerenciais 20 Figura 3: Etapas do PETI 1. Planejar PETI 2. Revisar PE 3. Planejar informações 3. Modelar conhecimentos 4. Avaliar e planejar SI 9. Gerir PETI 5. Avaliar e planejar TI 6. Avaliar e planejar RH 7. Priorizar e custear PETI 8. Executar PETI Fonte: Rezende e Abreu, 2011 (Adaptado) A primeira etapa consiste na fase onde se organiza o setor de TI para o planejamento. A fase planejar o PETI consiste na organização e capacitação do setor para o PETI. Por exemplo, uma empresa que inicia um PETI deve identificar as pessoas que deverão participar do processo e verificar se os membros estão devidamente capacitados. Dependendo do histórico da organização, pode haver a necessidade de capacitação da própria equipe gestora ou a inclusão na equipe de membros de outras áreas organizacionais. Aqui vale destacar a importância de uma equipe de caráter multidisciplinar já que o PETI não é essencialmente técnico, envolvendo cada vez mais questões negociais. Na sequência, é necessário realizar uma análise negocial por meio da revisão do planejamento estratégico, o que norteará todas as análises e ações tecnológicas. Dependendo da cultura de participação do setor de TI no negócio da empresa, essa retomada pode ser relativamente simples, entretanto, se a TI não estiver acostumada à área negocial, é prudente que seja envolvido nessa etapa alguém que a domine. Esse conhecimento será imprescindível para a determinação das prioridades dos projetos que dependem do entendimento do planejamento estratégico da organização. A partir da revisão do planejamento estratégico, é possível fazer um mapeamento das necessidades informacionais da organização, identificando as informações executivas ou os conhecimentos que podem auxiliar a organização em seu posicionamento competitivo. Sistemas de Informações Gerenciais 21 Por exemplo, se uma empresa tem o objetivo de aumentar a participação no mercado e a estratégias para tal é a exploração de novos mercados, o setor de TI juntamente com as áreas funcionais de marketing e comercial identificaram informações que poderão ajudar na condução estratégica e operacional da empresa no processo de expansão de mercado conforme a tabela a seguir. Tabela 3: Exemplo de mapeamento de informações Objetivo Estratégia Informações relevantes Aumentar a participação no mercado em 10% Exploração de novos mercados Quais as regiões de maior concentração de clientes potenciais? Quais as regiões com menor concorrência? Base instalada de clientes por região. Número de propostas perdidas por região. Fonte: Elaborada pela autora, 2021 No exemplo anterior, verificamos que se a TI conseguir fornecer as informações elencadas, as estratégias com certeza serão mais assertivas, o que levará ao atingimento dos objetivos. Com base no mapeamento de informações, podemos começar a analisar alguns itens, mais técnicos, para verificar a sua adequação às necessidades informacionais da empresa. Nesse sentido, devemos avaliar os sistemas de informação da empresa. Nessa etapa, analisa- se a possibilidade da geração dos conhecimentos necessários para o negócio a partir dos sistemas de informação existentes. Se os sistemas de informações já conseguirem fornecê-los, então não há a necessidade de novos projetos, se não, parte-se para o planejamento de ajustes ou novo projetos a serem propostos. Vale destacar que novos projetos de sistemas de informações só devem ser Sistemas de Informações Gerenciais 22 propostos se eles forem necessários para amparar uma das estratégias organizacionais. Determinadas as alterações necessárias nos sistemas de informação, devemos analisar os impactos dessas alterações na infraestrutura tecnológica das empresas. No item planejar TI é feita uma análise nos itens Software, Hardware, Banco de dados, Telecomunicações, Banco de dados e qualquer infraestrutura paralela necessária para suportar os sistemas de informação e as estratégias organizacionais (REZENDE, 2011). Após a análise de infraestrutura, se for necessário upgrades ou reestruturações, estas devem ser planejadas e propostas devidamente embasadas no negócio da empresa. Aqui vale a máxima do aproveitamento da estrutura existente e, quando for essencial, deve-se fazer o planejamento de estruturas que permitam adaptações e expansões. O último item que deve ser analisado não está diretamente relacionado a questões técnicas, mas sem o planejamento dessa área em paralelo às alterações tecnológicas, os resultados podem não ser alcançados. O planejamento de recursos humanos sob a ótica da TI busca identificar as habilidade e competências necessárias dos colaboradores com base nas alterações tecnológicas previstas. Por exemplo, se uma das ações de TI envolve um processo de automatizaçãona área de estoques, que até então era totalmente manual, provavelmente haverá a necessidade da capacitação desses para o novo ambiente de trabalho, caso contrário os colaboradores não conseguirão usar os novos sistemas, o que impactará diretamente nos trabalhos e consequentemente afetará o alcance dos objetivos dessa área. Da mesma forma pode existir também a necessidade de treinamentos e até contratações se houver especificidades de algum sistema. O planejamento de RH deve ser realizado em conjunto com o setor de recursos humanos e o setor de TI assume uma posição consultiva nesse processo. Após realizar e documentar todas as etapas, provavelmente teremos uma lista com todos os projetos necessários para a organização, devidamente alinhados ao planejamento estratégico, e chega o momento de priorizar os projetos e custeá-los. Sistemas de Informações Gerenciais 23 Para a priorização dos projetos, inicialmente precisamos recorrer à área negocial, visto que qualquer decisão aqui tem que ter uma visão embasada no negócio da empresa. Uma das metodologias que podem ser utilizadas é a Matriz GUT. A matriz GUT é extremamente simples e se baseia numa análise do “problema” a ser solucionado com o projeto proposto, medindo-se sua gravidade, urgência e tendência caso o problema não seja resolvido. A Matriz GUT: Consiste em analisar a gravidade, a urgência e a tendência dos problemas enfrentados, sendo: a. gravidade: o impacto do problema nas operações e pessoas envolvidas no processo; b. urgência: a brevidade necessária para a resolução do problema; c. tendência: apresentação de melhora ou piora do problema. Cada problema deve ser ponderado de 1 a 5 em cada critério. (BEHR, 2008, p. 34) A tabela a seguir apresenta os critérios para a ponderação de cada um dos itens. Tabela 4: Matriz GUT Nota Gravidade Urgência Tendência 5 Extremamente grave Extremamente urgente Se não for resolvido, piora imediatamente. 4 Muito grave Muito urgente Vai piorar em curto prazo 3 Grave Urgente Vai piorar em Médio prazo 2 Pouco grave Pouco urgente Vai piorar em longo prazo 1 Sem gravidade Sem urgência Sem tendência de piorar Fonte: Behr et al., 2008, p. 34. Após a classificação, basta somar os valores de cada uma das classificações e o projeto que tiver o maior valor é o mais prioritário, lembrando que a ponderação tem como parâmetro o negócio da empresa. Sistemas de Informações Gerenciais 24 Vamos analisar um caso hipotético onde uma empresa produz algum tipo de produtor de baixo valor agregado (comodity) que tem dois grandes projetos, mas orçamento para somente um deles, algo que frequentemente ocorre. O primeiro é um projeto de um sistema novo, importado para a linha de produção que consegue otimizar o custo por meio do encaixe de pedidos geometricamente convergentes na produção, reduzindo o desperdício e custos, o que significa muito do ponto de vista competitivo, ainda mais num segmento de comodities. O segundo projeto é a migração da plataforma do Enterprise Resource Planning (ERP), que está atendendo a necessidade da empresa, mas corre o risco de a plataforma ficar cada vez mais desatualizada com custos mais altos para manutenção. Agora vamos colocar na matriz GUT e analisá-los sob o aspecto negocial. Tabela 5: Matriz exemplo Projeto Gravidade Urgência Tendência Total Produção 5 5 5 15 ERP 3 2 3 8 Fonte: Elaborada pela autora, 2021. A grande diferença dos dois projetos é que o primeiro está diretamente relacionado à manutenção da competitividade da empresa e não existe nenhuma solução implantada na empresa até então. Por isso, sua análise de prioridade acaba resultando em um valor mais alto. O segundo, apesar de também representar um risco, já que uma plataforma desatualizada pode ter um custo mais alto de manutenção e ainda pode ficar sem suporte, ele não está imediatamente relacionado à competitividade da empresa, não sendo dessa maneira mais prioritário que o primeiro projeto. Na prática, é realizada a ponderação de cada um dos projetos e somado cada um dos itens e cria-se uma hierarquização, o que tiver o maior valor é o mais prioritário e o que tem o menor valor o menos prioritário. Sistemas de Informações Gerenciais 25 A vantagem do uso da Matriz GUT é que ela permite uma análise focada no negócio sem influências políticas, ou análises financeiras precipitadas. Desse modo, é possível saber qual dos projetos a empresa tem maior necessidade. Após a realização do orçamento e sua devida aprovação, o setor de TI o executa e mantém a gestão de todas as etapas do PETI. A gestão do PETI consiste em monitorar constantemente todas as etapas, observando principalmente a necessidade de possíveis ajustes no que foi planejado. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você real- mente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Estudamos aqui as Etapas do PETI, bem como suas características, vimos um exemplo de mapeamento de informações e compreendemos o que é a matriz GUT. Sistemas de Informações Gerenciais 26 Profissional de tecnologia da informação INTRODUÇÃO: Frente às mudanças ocorridas nas organizações, na tecnologia e nos modelos de negócios, percebe-se cada vez mais uma tendência a um novo perfil de profissionais de tecnologia da informação. Por isso, neste capítulo, vamos compreender melhor qual é o perfil desse profissional atualmente. Datz (2004 apud MORENO; CAVAZOTTE; FARIAS, 2016, p. 3) afirma que: [...] nas décadas de 80 e 90, os profissionais recém-graduados em Ciência da Computação eram bem-vindos nas empresas. Nesta época, a computação no ambiente corporativo era novidade e a ligação entre o técnico em si e o processo de negócio ainda era tímida. Uma vez que a oferta de mão de obra de TI era escassa, os profissionais eram mais valorizados. Sendo assim, o primeiro aspecto que devemos considerar é a mudança de um perfil técnico para um perfil negocial. Antigamente a tecnologia da informação era somente usada como máquina, aproveitando somente seus aspectos técnicos. Dessa forma, os conhecimentos necessários de um profissional dessa área eram somente técnicos. A partir do momento que a tecnologia da informação assume um papel mais estratégico, esse profissional precisa entender agora a lógica negocial, somente assim ele conseguirá agregar valor à organização por meio da tecnologia da informação. Visto que a tecnologia agora, mais do que nunca, serve e é moldada para o negócio, o profissional de TI deve entender de questões negociais, como recursos humanos, finanças e produção. O perfil do profissional de TI deve estar cada vez mais focado em tecnologia e negócios. O CIO (Chief Information Officer), título de cargo dado ao responsável pela TI de uma empresa, tem o desafio de coordenar e trabalhar com as demais áreas de negócios da empresa, fazendo com Sistemas de Informações Gerenciais 27 que sua equipe, além de ter visão com foco na tecnologia, tenha também uma visão com foco nos processos de negócios. Isso permite aproveitar as oportunidades de negócio em paralelo com a necessidade de reduzir custos da empresa, potencializando a geração de valor das oportunidades de negócios. Mais do que isso, o relacionamento com esses setores deve mudar, já que estes não são mais meros usuários, mas sim clientes que demandam serviços e devem ser tratados como tal. Esse ponto é muito importante, pois no passado o setor de tecnologia não entendia as áreas solicitantes como clientes, o que dificultava o relacionamento prejudicando os resultados das soluções implementadas. De acordo com Mendonça, Souza Neto (2012, p. 259), O CIO deve permitir a interação de tecnologia com os demais ativos da organização (financeiros, humanos, etc.) da empresa. Para Weill e Ross (2006), o CIO deve ter uma visão da organização que ultrapasse a área de TI, deve entender do negócio da organização,além de ter credibilidade com todos os outros líderes do negócio. Também é necessário que o CIO perceba todas as limitações da sua área de tecnologia da informação e que realmente esteja focalizado no negócio da empresa. Nesse sentido, percebe-se que os profissionais de TI devem ter as habilidades apresentadas na figura a seguir. Figura 4: Habilidades dos profissionais Habilidades comportamentais e humanas Habilidades técnicas Habilidades negociais Fonte: Rezende, 2005 (Adaptado). As habilidades técnicas estão relacionadas diretamente à formação e ao aperfeiçoamento técnico conseguidos por meio de faculdades, Sistemas de Informações Gerenciais 28 cursos técnicos e certificaçãoes. Dentre as habilidades técnicas necessárias para a formação do profissional de TI estão conhecimentos em metodologias de gestão de projetos e desenvolvimento de sistemas, técnicas, ferramentas tecnológicas, instrumentais, programação, lógica, rede de computadores, entre outras (REZENDE, 2005). Apesar da mudança de foco da área de tecnologia da informação, os conhecimentos técnicos são de extrema importância, os quais devem ser constantemente atualizados. A tecnologia tem hoje foco em negócios e ela é usada para melhorar o desempenho das empresas, portanto torna-se óbvio que o profissional de TI tenha que entender de negócio, somente assim ele conseguirá contribuir com a empresa e fazer com que a tecnolgia da informação aumente seu resultado. Segundo Rezende (2005), as habilidades negociais estão correla- cionadas aos processos e às funções administrativas da organização. Esse profissional na realidade deve seguir o movimento do mercado e das or- ganizações, assim, noções de estratégias, internacionalização e sem dú- vida o conhecimento de idiomas começam a fazer parte dos requisitos desse profissional. No que tange às habilidades negociais, não há uma cobrança de titulação, mas cada vez mais a experiência negocial vem sendo cobrada. Inclusive, algumas certificações, correlacionadas à área de tecnologia, já são essencialmente negociais, como são as certificações de Business Process Management (BMP), que se trata fundamentalmente de processos de negócios e muitos profissionais da área de TI já estão se certificando. Um negócio envolve vários setores que possuem pessoas com expectativas e interesses a serem atendidos pela tecnologia de informação. O mesmo ocorre no setor de TI, que é formado por pessoas e devem desenvolver habilidades comportamentais e humanas. Agravando o cenário, o mercado e consequentemente as empresas trabalham numa intensidade tal que gera um ambiente constantemente estressante. O profissional de TI, independente de seu cargo, deve desenvolver habilidades comportamentais que permitam lidar com Sistemas de Informações Gerenciais 29 expectativas, desejos, stress, metas e conflitos existentes dentro das empresas. As questões comportamentais incluem o entendimento de cultura, filosofia e relacionamento. Esses conhecimentos são extremamente importantes devido ao fato de que a grande maioria dos profissionais da área de TI tem a tendência de trabalhar muito bem sozinhos, entretanto cada vez mais os trabalhos organizacionais são em grupos e é necessário conseguir participar e gerenciar grupos de pessoas. Além dessas habilidades, algumas características como criatividade, comunicação, espírito de equipe, planejamento pessoal, devem ser desenvolvidas pelos profissionais de TI. Planejamento e governança de TI O aumento da competitividade organizacional vem demandando das organizações uma postura mais rigorosa no sentido de concentrar esforços em investimentos e áreas que tragam resultados concretos, melhorando assim a posição competitiva e aumentando o retorno financeiro. Em paralelo o advento dos princípios e das regulamentações na área de governança em busca de um maior controle e consequentemente uma melhoria no valor da empresa perante ao mercado, demandou-se metodologias que pudessem auxiliar as organizações para que fosse possível a implementação da governança e de uma melhoria competitiva. Baseado na necessidade de metodologias, empresas e órgãos de regulamentação começaram a criar metodologias que conseguissem não só auxiliar a tecnologia da informação (TI), mas também padronizar os processos de governança. Primeiramente, vamos retomar os domínios e componentes de TI propostos por Fernandes e Abreu (2014) que nada mais são as atividades da área de TI que devem ser trabalhadas pela governança e que podem ser visualizadas na figura a seguir. Sistemas de Informações Gerenciais 30 Figura 5: Domínios e componentes da governança em TI ALINHAMENTO ESTRATÉGICO E COMPLIANCE Alinhamento estratégico Mecanismos de decisão Projetos Gestão do valor da TI Princípios de TI Critérios de priorização Serviços Gestão do desempenho da TI Gestão da demanda Portfólio de TI Inovações Necessidades da aplicação Relacionamento com usuário Relacionamento com fornecedores Arquitetura de TI Infraestrutura de TI Objetivos de desempenho Capacidade Sourcing Segurança da Informação Competências Processos e organização Plano de TI DECISÃO, COMPROMISSO, PRIORIZACÃO E ALOCACÃO DE RECURSOS ESTRUTURA, PROCESSOS, OPERAÇÃO E GESTÃO GESTÃO DO VALOR E DO DESEMPENHO DOMÍNIOS E COMPONENTES DA GOVERNANÇA DE TI Fonte: Fernandes e Abreu, 2014 (Adaptado) Sistemas de Informações Gerenciais 31 Tomando como base o modelo proposto na figura 5, podemos dividir as metodologias da área de TI para fins de governança de TI em sete macroáreas conforme a figura a seguir. Figura 6: Áreas de metodologias na área de TI Planejamento Serviços Aplicações Segurança Projetos Qualidade Contratações Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Assim, quando falamos em metodologia de governança existe uma segmentação desta conforme o foco das diversas áreas. Desse modo, existem metodologias mais abrangentes que buscam analisar o planejamento de TI sob a ótica da governança como um todo e impactam em todas as subáreas ou domínios da governança. Essas metodologias têm como foco principal analisar a TI sob uma abordagem negocial, concentrando-se nas questões do alinhamento estratégico, no valor de TI e no retorno desses investimentos para a organização. Com esse enfoque, destacam-se o COBIT, BSC IT e o VAL IT. Uma das áreas mais importantes na área de TI é a de serviços já que ela acaba representando grande parte das atividades da TI e é como vem sendo entendida pelas organizações. Na área de serviços destacam- se as metodologias ITIL, BS 15000 e ISO 2000. Sistemas de Informações Gerenciais 32 Dentro das premissas da governança pensamos em melhorar constantemente os resultados dos serviços e da organização como um todo. Para tal, é imprescindível uma abordagem de qualidade e, assim, a TI começa a fazer uso de metodologias de qualidade já existentes, destacando-se a ISO 9000 e suas subdivisões específicas e a SIX Sigma, além das metodologias específicas conforme as áreas da TI. Outra área que acaba agrupando grande parte dos esforços da TI são os projetos, que acabam determinando a grande maioria dos serviços de TI, seja na área de desenvolvimento ou de infraestrutura. Na área de projetos as principais metodologias são PMI/PMBOOK e PRINCE 2. Juntamente com os projetos, o desenvolvimento e a manutenção de aplicações é outra atividade que frequentemente existe nas organizações. Também nessa área existem compilações que agrupam melhores práticas e metodologias. Nessa área, destacamos o CMMI, MPS. BR e ISO 15504. O incremento do uso da TI e da virtualização dos processos organizacionais e a segurança das informações organizacionais começam a se destacar como uma área de destaque, nessa área também surgiram normatizações, destacando-se a ISO, ISO 27001 e a ISO 2002. A área de TI é um dos setores da organização que frequentemente utilizam serviços terceirizados,assim, algumas metodologias começam a abordar justamente o processo de contratações na área de TI, destacando- se o eSCM-CL e o eSCM-SP. Metodologias existentes Seguindo a linha de raciocínio anterior, vamos analisar brevemente as principais metodologias na área de governança em TI por área de atuação. Planejamento Na área de planejamento vamos agrupar metodologias mais abrangentes que em geral não detalham questões técnicas, mas direcionam ao planejamento organizacional da área de TI. Sistemas de Informações Gerenciais 33 • COBIT O COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology) é um modelo que apresenta um conjunto de orientações e ferramentas com enfoque em negócios que tem como premissa básica controle, processos e métricas (ISACA, 2012). De acordo com Barbosa et al. (2011, p. 5), O COBIT é um modelo e uma ferramenta de suporte que permite aos gerentes suprir as deficiências com respeito aos requisitos de controle, questões técnicas e riscos de negócios, comunicando esse nível de controle às partes interessadas. O COBIT habilita o desenvolvimento de políticas claras e boas práticas para controles de TI em toda a empresa. O COBIT está na versão 5 e apresenta os princípios apresentados na figura a seguir. Figura 7: Princípios do COBIT 5 4. Possibilitar uma abordagem holística 5. Separar governança de gerencimento 2.Envolver todas as áreas da empresa 1. Satisfazer as necessidades das partes interessadas 3. Empregar uma estrutura única e integrada Princípios do COBIT 5 Fonte: Isaca, 2012. Com efeito, a proposta do COBIT é ajudar as organizações a gerenciar e controlar seus processos, como na análise dos resultados obtidos. • BSC – TI O Balanced Scorecard TI nada mais é do que a aplicação do BSC na área de TI. Serve basicamente para a criação de indicadores que permitam um monitoramento das ações e dos resultados da TI. Sistemas de Informações Gerenciais 34 Segundo Fernandes e Abreu (2006 apud TAUROUCO, GRAEML, 2011, p. 4), O mapa estratégico e o balanced scorecard constituem uma poderosa ferramenta para realizar o alinhamento da TI ao negócio e desdobrar os objetivos estratégicos de TI em iniciativas que contribuam para o atendimento dos objetivos. O IT BSC desenvolve um mapa da estratégia de TI e define métricas para aferir os resultados das iniciativas de TI, contemplando os fatores críticos de sucesso (FCS), indicadores-chave de metas (KGI) e indicadores-chave de desempenho (KPI). • Val IT Uma das grandes preocupações da governança está relacionada aos investimentos na área de TI. Assim, é necessário que os setores de TI tenham instrumentos metodológicos que os orientem para gerenciar os investimentos e medir o seu retorno. O Val IT (Value of Information Technology) pode auxiliar as empresas a analisar projetos com foco no retorno dos mesmos, permitindo o amparo na seleção, avaliação e quantificação dos resultados de cada projeto. Serviços Dentro das diversas demandas solicitadas pelas organizações, sem dúvida os serviços são uma das maiores. Essa demanda é tão grande que em muitas empresas esse setor realmente tornou-se responsável por grande parte das atividades realizadas pelos setores de TI e, dessa maneira, também para os serviços foram criadas metodologias específicas de governança. Aqui é importante nos concentrar no entendimento dos serviços de TI no contexto da governança, ou seja, para a devida operacionalização da organização é necessária uma série de recursos de tecnologia que permitem a operacionalização da empresa. Assim, seguindo os preceitos da governança em TI, os recursos dessa área devem ser devidamente gerenciados, e é justamente esse o foco das metodologias de governança em TI que trabalham serviços. Sistemas de Informações Gerenciais 35 • ITIL O ITIL (Information Technology Infrastructure Library) pode ser entendido como uma compilação das melhores práticas de gestão de serviços em TI, tendo como premissa uma orientação negocial. De acordo com Barbosa et al. (2011, p. 5), O ITIL tem como foco principal a operação e a gestão da infraestrutura de tecnologia na organização, incluindo todos os assuntos que são importantes no fornecimento dos serviços de TI. Nesse contexto, o ITIL considera que um serviço de TI é a descrição de um conjunto de recursos de TI. O ITIL é a metodologia mais divulgada e utilizada na área de serviços em TI. • ISO 20000 A ISO 20000 pode ser entendida como a formalização da referência em gestão de serviços do ITIL. De acordo com Clifford (2008), entre os principais objetivos da ISO 2000 destacam-se: • Desenvolver serviços com foco no entendimento das demandas do cliente, buscando o entendimento das suas necessidades. • Mapear os processos a partir da percepção de suas integrações e do pressuposto de que não há processo isolado. • Gerenciar os serviços com um enfoque sistêmico do início ao fim, considerando os processos de cadeia de suprimentos e o alinhamento com os clientes. • Ter a melhoria contínua dos serviços consistentemente por meio do gerenciamento. • BS 15000 A BS 15000 é um padrão britânico para o gerenciamento de serviços na área de TI. De acordo com Clifford (2008), o BS 1500 foi desenhado para suprir algumas lacunas do ITIL, podendo desse modo trabalhar em paralelo com este, complementando a estratégia de serviços de TI. Sistemas de Informações Gerenciais 36 Na prática, para gerenciarmos serviços, é possível o uso de vários recortes utilizando várias metodologias. Aplicações Outra grande demanda da organização para TI são as aplicações entendidas de maneiras genéricas, como sistemas que podem automatizar atividades ou processos. Devido à grande diversidade de aplicações e métodos de desenvolvimento, é necessário que se tenha métodos que possam padronizar o desenvolvimento de aplicações. • CMMI O CMMI (Capability Maturity Model Integration) é um modelo voltado para a melhoria de processos de forma padronizada. De acordo com a Carnegie Mellon University (CMU) e o Instituto de Engenharia de Software SEI (2010), o CMMI é “um modelo de melhoria de processo que fornece às organizações os elementos essenciais para obtenção de processos eficazes e melhoria no desempenho” (WAZLAWICK, 2013, s/n). Ainda de acordo com o mesmo autor, a versão atual do CMMI (versão 1.3) foi publicada em 2010 e apresenta três modelos: • CMMI for Development (CMMI-DEV), voltado ao processo de de- senvolvimento de produtos e serviços. • CMMI for Acquisition (CMMI-ACQ), voltado aos processos de aqui- sição e terceirização de bens e serviços. • CMMI for Services (CMMI-SVC), voltado aos processos de empre- sas prestadoras de serviços. (WAZLAWICK, 2013, s/n) • MPS.BR Quando falamos em desenvolvimento de software no Brasil, é necessário considerarmos a diversidade das empresas e dos cenários. Por isso, foi criado o MPS.BR, que é uma proposta de método para desenvolvimentos considerando as peculiaridades brasileiras. De acordo com Koscianski e Soares (2007, p. 142), Sistemas de Informações Gerenciais 37 O MPS.BR atende à necessidade de implantar os princípios de engenharia de software de forma adequada ao contexto das empresas brasileiras, seguindo as principais abordagens internacionais para a definição, avaliação e melhoria de processos de software. • ISO 15504 A ISO 15504 é originária do projeto SPICE, que busca criar um padrão contrário ao padrão norte-americano. De acordo com Schach (2010, p. 96), ela é: Uma iniciativa internacional de aperfeiçoamento de processos parecida com a ISSO 9000. A iniciativa outrora chamada SPICE é um acrônimo formado a partir de Software Process Improvement Capability Determinantion. Mais de 40 países contribuíram ativamente para a empreitada SPICE. O SPICE foi iniciada pelo Ministério da Defesa da Grã-bretanha (MOD) com o objetivo de longo prazo de estabelecer a SPICE como um padrão internacional. Segurança A segurança da informaçãoé sem dúvida uma das áreas de TI que merece atenção em forma de padronização e devido à importância dessa área duas normas da ABNT foram criadas, a ISO 17799 e a ISO 27001, que culminou na ISO 27002. Na sequência, analisaremos alguns pontos de destaque das normas ISO 27001 e ISO 27002. • ISO 27001 A ISO 27001 busca especificar os requisitos necessários para o gerenciamento da segurança da TI de uma forma sistêmica. Ela propõe um sistema de gestão da informação baseado no processo de melhoria contínua alinhado às expectativas das diversas partes interessadas da empresa (ABNT, 2006). Sistemas de Informações Gerenciais 38 • ISO 27002 A ISO 207002, da mesma forma que a ISO 17799, tem como objetivo monitorar e controlar a segurança da TI por meio de análise e avaliação da área de TI. De acordo com a ABNT (2005, p. 1) Esta Norma estabelece diretrizes e princípios gerais para iniciar, implementar, manter e melhorar a gestão de segurança da informação em uma organização. Os objetivos definidos nesta norma provêm diretrizes gerais sobre as metas geralmente aceitas para a gestão da segurança da informação. Dessa forma, ela pode ser entendida como um guia prático para a condução dos processos de segurança para organizações. Projetos A área de projetos dentro das empresas e principalmente do setor de TI vem se desenvolvendo de maneira crescente e a padronização dos projetos vem sendo disseminada e implementada cada vez mais pelas organizações. Dentre as principais metodologias de gestão de projetos destacamos a proposta pelo PMI (Project Management Institute) e ao Prince 2. • PMI/PMBOOK O PMI (Project Management Body of Knowledge) é uma das organizações da área de projetos mais respeitadas na área de TI, ela criou um guia para a gestão de projetos que reúne as melhores práticas nessa área. A metodologia do PMI mantém-se em constante atualização, sendo que hoje o guia em formato de livro, PMBOOK, já está a caminho da sexta versão. De maneira simplificada, a metodologia aborda dez macroáreas de conhecimento em projetos que são gerenciadas com base em seus processos e macroprocessos. A qualidade é uma temática que já vem sendo trabalhada nas orga- nizações há algum tempo e sob o aspecto da governança contribui direta- mente na padronização da organização, facilitando o controle processual. Sistemas de Informações Gerenciais 39 • ISO 9000 A ISO 9000 é a normatização básica da qualidade que se refere a padrões de qualidade e gerenciamento contínuo, estabelecido pelo International Organization for Standardization (ISO), que podem ser implementados por qualquer tipo de Organização (KUNAS, 2012). • Six Sigma A metodologia Six Sigma trabalha juntamente com a ISO 9000 e busca criar um processo de melhoria de desempenho na empresa de forma progressiva. Figura 8: Processo de melhoria de desempenho na metodologia Six Sigma Definir Medir Controlar Analisar Melhorar Fonte: Elaborada pela autora, 2021 Ela trabalha fundamentalmente com a metodologia DMAIC, que de acordo Kunas (2012) começa com a definição do problema e metas do projeto, na sequência se mensura os aspectos críticos do processo atual registrando os dados. A seguir, analisa-se a relação de causa e efeito identificando-a, com isso é possível melhorar o processo eliminando o efeito e finalmente mantém o controle do processo preventivo. Contratações A área de TI é constituída por uma série de atividades que permeiam os níveis estratégico e operacional. Em relação às atividades operacionais, cada vez mais percebe-se uma tendência à terceirização e, para que seja possível garantir que a organização se mantenha em direção aos objetivos Sistemas de Informações Gerenciais 40 organizacionais, a área de e-sourcing vem se especializando na gestão de terceiros. • e-SCM O e-SCM (eSourcing Capability Model) é um framework para melhorar o gerenciamento do processo de terceirização proporcionando por um lado a melhoria dos serviços prestados e por outro uma metodologia de controle da prestação de serviços por parte dos clientes. O e-SCM apresenta duas abordagens, uma direcionada aos clientes e a outra aos fornecedores, respectivamente, eSCM-CL e eSCM-SP. Em resumo, na figura a seguir, é possível ver a correlação entre as metodologias e as áreas de TI. Figura 9: Correlação entre as metodologias e áreas de TI ISO 9000 Six Sigma COBIT ITIL BS 15000 ISO 20000 CMMI MPS.BR ISO 15504 ISO 17799 ISO 27001 PMBOK PRINCE 2 eSCM-CL eSCM-SP BSC-TI Serviços A plicações Segurança Projetos C ontratações Planejam ento Q ualidade Governança de TI Gestão de TI Fonte: Elaborada pela autora, 2021. Sistemas de Informações Gerenciais 41 Vários mundos e um único objetivo Desde a percepção por parte das empresas que os teóricos da administração começam a criar teorias e metodologias que buscam melhorar o resultado das organizações. As metodologias apresentadas, em sua grande maioria criadas sobre o mote da governança, buscam exatamente a mesma coisa, o desempenho. Um dos itens que vale a pena destacar é o controle organizacional. Em todas as metodologias citadas é justamente o controle que acaba sendo o ponto focal. Outro ponto que aparece com grande frequência é o gerenciamento de processos organizacionais, visto o impacto destes nos resultados das empresas. Outro ponto de convergência das metodologias é a preocupação com os stakeholders, mas aqui na prática o foco das metodologias não está diretamente ligado aos acionistas, mas principalmente àqueles que estão correlacionados com o operacional da empresa, principalmente clientes e parceiros empresariais. O que se percebe aqui é que a governança em TI, que do ponto de vista conceitual difere do conceito de governança macro, tem um enfoque prático diretamente contextualizado ao ambiente operacional da organização. As metodologias apresentadas comprovam esse aspecto prático da governança em TI a partir do momento que desloca os aspectos abstratos dos conceitos e o transforma efetivamente em melhores práticas. Outro aspecto a destacar é a adequabilidade das metodologias que podem e vêm sendo utilizadas por qualquer empresa, independentemente do tamanho e número de acionistas. O foco é sem dúvida ter um setor de TI ou ser uma empresa de TI que gere valor agregado ao negócio. Sistemas de Informações Gerenciais 42 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Estudamos aqui quais são as habilidades dos profissionais de TI atualmente, bem com suas características. Conhecemos o que é planejamento e governança de TI, seus domínios e componente. Vimos qual é a correlação entre as metodologias existentes e a área de TI. Por fim, estudamos os objetivos desse profissional essencial em uma organização. Sistemas de Informações Gerenciais 43 REFERÊNCIAS ABNT. NBR ISO/IEC 17799. 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