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resumo seminario historia

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froebel
teoria geral do desenvolvimento
Tentando captar o que parece ser tão misterioso na filosofia de Froebel, é bom ter em mente
que todo seu pensamento estava totalmente impregnado da concepção de evolução orgânica,
ele considerava o homem como a ‘planta humana’.
Considerando esse desenvolvimento da semente em planta, é importante olhar além da
aparência externa. Na semente e na planta atuam certas forças ocultas que vão construindo a
estrutura da planta, a partir das partículas de matéria que são absorvidas pelas raízes. Essas
forças criativas são dirigidas e governadas em sua função por uma lei interna.
O desenvolvimento infantil não é uma fase da vida sem importância, uma mera transição que
infortunadamente intervém entre o nascimento e a maturidade; está de acordo com a
verdadeira natureza do próprio Universo, o método da criação.
A lei do desenvolvimento. A grande preocupação da Filosofia, no início do século XIX, era
descobrir alguma lei ou princípio unitário que explicasse a organização de todo o Universo.
Schiller sustentou que o sensorial e o racional-ético são harmonizados pelo poder criador da
beleza. Fichte e Hegel pensaram que tinham encontrado um impulso integrador no processo
dialético de tese, antítese e síntese. Eles afirmavam que os mundos físico e mental são,
ambos, um processo de pensamento. Tendo reduzido tudo a pensamento, era fácil concluir que
o processo dialético poderia ser invocado para explicar a evolução de todas as coisas no
Universo.
O desenvolvimento humano por fases. Como outros defensores do desenvolvimento genético,
Froebel sustentava que o crescimento humano se realiza por fases. Era, entretanto, fortemente
contrário à crença de Rousseau do aparecimento súbito de novos aspectos. Esta, assim
chamada teoria dos saltos, não recebeu sua aprovação. Mudanças catastróficas e tempestades
emocionais não eram características de sua experiência. Ainda mais, tais mudanças bruscas
entrariam em contradição com sua ideia de uma lei uniforme dirigindo toda a evolução. Froebel
estava mais impressionado com a gradação e continuidade do desenvolvimento e a unidade
que abarca todas as fases do crescimento.
As fases específicas que ele aceitava eram: infância, meninice, puerícia, mocidade e
maturidade, e se recusou a atribuir limites definidos de idade, pois as fases são marcadas por
certas tendências centrais, mais do que por anos, a tendência central ou aspecto nascente de
cada fase control todos os outros processos e define o objetivo educacional para a fase
específicas. A plena realização de cada fase é essencial ao desenvolvimento adequado da
seguinte. Não se pode pretender que uma fase seja mais importante do que a outra. Cada fase
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deve ser o que aquela fase exige, e não deve ser encarada, simplesmente, como uma
preparação para a seguinte. Cada fase depende da que a precede, consequentemente, "em
seu lugar e tempo, cada fase é igualmente importante".
A natureza criadora do homem. As mais luminosa idéia com que Froebel contribuiu para a
moderna Pedagogia foi a de que o ser humano é essencialmente dinâmico ou produtivo, e não
meramente receptivo. O homem é uma força autogeradora e não uma esponja que absorve
conhecimento do exterior. O âmago de seu ser participa da energia criadora, espiritual, do
Absoluto. Ele é um organismo de atividades espontâneas e deve, por necessidade, exprimir
sua natureza, não por meios caprichosos ou arbitrários, mas de acordo com a lei fixa do
desenvolvimento. Como uma criatura da natureza, suas atividades são, antes de mais nada,
inconscientes e instintivas e guiadas pela intencionalidade da natureza. Quando o homem
emerge da natureza, torna-se cada vez mais plenamente cônscio de seus fins e aceita esses
fins para sua luta consciente. Ele combina, assim, o inconsciente e o espontâneo com a
intencionalidade clara e consciente. O espírito do homem e o trabalho de sua vida são
realizados pela expressão de todos os dons herdados de sua essência divina. Através desta
auto-expressão, ele cresce em auto-realização.
É o desenvolvimento humano predeterminado? A teoria de Froebel de desenvolvimento por
evolução interna poderia ser prontamente interpretada como uma doutrina de determinismo
estrito, especialmente tendo em vista sua insistência constante de que o desenvolvimento do
homem é análogo ao dos organismos inferiores. Ninguém, entretanto, teria repudiado mais
veementemente esta interpretação que o próprio Froebel. Nada estava mais distante da sua
convicção. Para ele, de fato, a liberdade é o sopro da vida do homem. Ele não é uma máquina
predeterminada, do interior, por lei interna, nem também do exterior, por forças físicas. O
homem atingiu a consciência de seu próprio ser interior. Ele conhece e avalia fins, propósitos e
resultados; ele escolhe o tipo perfeito de personalidade que desejaria expressar e realizar.
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