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1 Disciplina: Bases Conceituais e Organizacionais do SUAS Autores: M.e Anelice de Sampaio Revisão de Conteúdos: Esp. Paula Maria de Ferreira / M.e Daniel Vicente Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Anelice de Sampaio Bases Conceituais e Organizacionais do SUAS 1ª Edição 2015 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA SAMPAIO, Anelice de. Bases Conceituais e Organizacionais do SUAS / Anelice de Sampaio. – Curitiba, 2015. 48 p. Revisão de Conteúdos: Esp. Paula Maria de Ferreira Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Didática do Ensino – Faculdade São Braz (FSB), 2016. ISBN: 978-85-94439-49-9 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Aula 1 – A Evolução Jurídica do SUAS no Brasil Apresentação da aula 1 Nesta aula, estudaremos a implementação e as diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e sua efetividade no âmbito da Assistência Social como política social. Será descrito o contexto em que o SUAS está inserido, bem como as diretrizes para a gestão do SUAS. 1. A Evolução Jurídica do SUAS no Brasil 1.1 O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) funciona de maneira participativa e descentralizada, que tem como objetivo regularizar suas ações em todo território nacional, através da padronização de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, tendo como base a matricialidade sociofamiliar, a descentralização político-administrativa, a territorialização, as relações entre Estado e Sociedade, definição de atributos e financiamento das três esferas do governo, padronizar os nomes do serviço, controle social, monitoramento e avaliação, recursos humanos e proteção social. Fonte: http://www.cress-mg.org.br/Conteudo/cfbf8b64-7eee-4a0a-a138-fea186265bad /Vem-a%C3%AD-Encontro-de-Trabalhadores-do-Suas-do-Norte-de-Minas http://www.cress-mg.org.br/Conteudo/cfbf8b64-7eee-4a0a-a138-fea186265bad 6 Para a proteção social de assistência social o princípio de matriciadade sociofamiliar significa que: A família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social; (NOB/SUAS, 2005, p.17) O SUAS se concretiza através de uma oferta de serviços, programas, projetos e benefícios pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS/NOB/SUAS,2005, p. 94). Importante Serviços – são atividades continuadas, definidas no art.23 da LOAS que visam a melhoria da vida da população e cujas ações estejam voltadas para as necessidades básicas da população, com ordenamento em rede, de acordo com os níveis de Proteção Social. Programas – compreendem ações integradas e complementares, tratadas no art.24 da LOAS, com objetivos, tempo e área de abrangência, definidos para qualificar, incentivar, potencializar e melhorar os benefícios assistenciais, não se caracterizando como ações continuadas. Projetos – definidos nos arts. 25 e 26 da LOAS, caracterizam- se como investimentos econômico-sociais nos grupos populacionais em situação de pobreza, buscando subsidiar técnica e financeiramente iniciativas que lhe garantam meios e capacidade produtiva e de gestão para a melhoria das condições gerais da subsistência, elevação do padrão de qualidade de vida, preservação do meio ambiente e organização social, articuladamente com as demais políticas públicas. Benefício de Prestação Continuada – previsto na LOAS e no Estatuto do Idoso, provido pelo Governo Federal, consiste em repasse de 1 (um) salário mínimo mensal ao idoso (com de 65 anos ou mais) e à pessoa com deficiência que comprovem não ter meios para suprir sua subsistência ou de tê-la suprida por sua família. Benefícios Eventuais – previstos no art.22 da LOAS visam o pagamento por natalidade ou morte, ou para atender necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária, com prioridade para criança, a família, o idoso, a pessoa com deficiência, a gestante, a nutriz (que nutre, alimenta) e nos casos de calamidade pública. (Cartilha CMAS, 2007) 7 1.2 Contextualização e Diretrizes do SUAS A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, semelhante ao Sistema Único de Saúde (SUS), como forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado”, o que significa garantir a todos que dela necessitam, e sem contribuição prévia para essa proteção. Nessa perspectiva, o SUAS é um modelo de gestão criado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome após as deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social previsto na Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. O Sistema único de Assistência Social (SUAS) foi aprovado em julho de 2005 pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) por meio da Norma Operacional Básica (NOB) nº 130, de 15 de julho de 2005). LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL CAPÍTULO I Das Definições e dos Objetivos Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. Art. 2o A assistência social tem por objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/suas/resolveuid/557fd706df0110fe97edac3fbe3dd05d http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/suas/resolveuid/557fd706df0110fe97edac3fbe3dd05d http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/suas/resolveuid/557fd706df0110fe97edac3fbe3dd05dhttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.742-1993?OpenDocument 8 b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742compilado.htm Sendo assim, o SUAS tem como principal objetivo combater a pobreza e diminuir desigualdades através de um conjunto de ações descentralizadas de iniciativa pública para viabilizar acesso da população da qual dela necessita como garantia ao atendimento as necessidades básicas caraterizadas na Assistência Social, trata-se, portanto, de transformar em ações diretas os pressupostos assegurados na Constituição Federal de 1988, conforme rege no seu artigo 6º: 'São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” e também da LOAS, por meio de princípios e de diretrizes que nortearão sua implementação, promovendo o urgente acesso, para a cidadania no Brasil. Nesse contexto, como Diretriz da Política Nacional de Assistência Social PNAS/2004, a família assumiu o papel de núcleo fundamental para a política de Assistência Social para concepção de programas, projetos, serviços e benefícios, na perspectiva dos princípios da matricialidade sociofamiliar e do território como base de organização dos serviços. No que se refere a princípios e diretrizes que nortearão a concepção de programas, projetos, serviços e benefícios, um dos eixos estruturantes do SUAS é a família como papel de núcleo fundamental na perspectiva de matricialidade sociofamiliar e do território como base de organização de serviços. 9 É possível afirmar que, historicamente e na realidade atual, os maiores índices de motivos de abrigamento de crianças e adolescentes relacionam-se a impossibilidades materiais da família para mantê-los em suas companhias objetivadas, geralmente pela ausência de trabalho, renda, condições de acesso à educação, saúde, habitação, assistência social, lazer, bem como a responsabilidade e responsabilização da mulher pelos cuidados e supostos descuidos com os filhos. (VITALE, BAPTISTA e VERAS, 2008, p. 106) Nessa perspectiva, a Assistência Social foi estruturada em dois eixos: serviços e benefícios como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada – BPC, já tipificados por meio da resolução do Conselho Nacional de 109 de 2009, para atender as famílias e seus membros em vulnerabilidade social, várias vulnerabilidades, dentre elas de renda, idade, deficiência, crianças e adolescentes são prioridades no atendimento. O SUAS é ofertado legalmente através do Estado, Município e Governo Federal, tendo como comando único o Estado Brasileiro. Sposati (2009) argumenta que: A inclusão da Assistência na Seguridade Social foi uma decisão plenamente inovadora. Primeiro por tratar esse campo como conteúdo da política pública de responsabilidade social estatal, e não como uma nova ação, com atividades e atendimentos eventuais. Segundo, por desnaturalizar o princípio da subsidiariedade, pela qual a função da família e da sociedade antecedia a do Estado. […] Terceiro por introduzir um novo campo em que se efetivam os direitos (SPOSATI, 2009, p. 14). Sendo assim, as entidades privadas fazem parte dessa oferta de serviço à população por meio do Estado Brasileiro que é a contratação dessas entidades para uma prestação de serviço que é público. 10 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro “SUAS No Brasil: uma realidade em movimento”. Esta obra trata de maneira instigante um amplo observatório da política pública de assistência social. Expondo a difícil dialética da sua realidade em movimento, a equipe de autoras nos presenteia com uma feliz oportunidade de preparar melhor o estudo e a intervenção profissional nesta complexa, fundamental, e muitas vezes mal compreendida, política social. Dentro do SUAS, existe uma hierarquização de ações de proteção e dentro delas existem a proteção social básica e proteção social especial, onde são executadas as ações de proteção, inseridas nelas temos dois equipamentos públicos descentralizados para atender a população, sendo eles o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência especializado de Assistência Social (CREAS). Dentro da previsão do SUAS, no que se refere à Universalidade de acesso, nos municípios em que por algum motivo não foram implementados os CRAS e CREAS, conforme rege o SUAS, o município é responsável por oferecer atendimento a sua população independentemente da situação que ela se encontre, tanto no caráter preventivo quanto no protetivo, deve ter na equipe de gestão a equipe de referência para atendimento ao cidadão, sendo ela composta por Assistentes Sociais psicólogos e advogados na Secretária Municipal de Assistência Social para atendimento e acompanhamento para essas famílias que se encontram em situação de violação de direitos e vulnerabilidade social. No que se refere ás entidades privadas no âmbito do SUAS: são entidades de atendimento que prestam serviços de programas e projetos na Assistência Social mediante autorização de Conselho Municipal da Assistência para funcionar com a devida inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social. No que se refere ás entidades privadas no âmbito do SUAS, pode-se afirmar que são entidades de atendimento que prestam serviços de programas 11 e projetos na assistência social mediante autorização do conselho municipal de assistência para funcionar com devida inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social. No âmbito do Sistema Único de Assistência Social, há um pilar estruturante do sistema, sendo ele o Conselho Municipal de Assistência Social, órgão deliberativo e colegiado. Conselho Municipal de Assistência Social que apresenta o órgão fiscalizador, deliberativo e colegiado do Suas. Tem como função fiscalizar a implantação e implementação do SUAS. Todas ações, programas, projetos e serviços que o gestor municipal vai implantar, o Conselho tem que deliberar, onde no Conselho Municipal de Assistência essas deliberações têm caráter de lei e se materializam por meio de resolução, ou seja, tudo que o município vai implantar, reordenar, alterar, tem que ter a autorização Conselho, é quem aprova a prestação de contas do município. A competência é semelhante ao do Ministério Público porque ambos são responsáveis por fiscalizar. 1.3 A Rede Socioassistencial Pública No que se refere à rede socioassistencial, existe a redepública e rede privada. A rede pública é composta pelos CRAS, CREAS e Centros de Assistência a população, divididas em proteção social básica e especial. Saiba Mais A proteção social básica tem por objetivo prevenir a violação dos direitos por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Sua porta de entrada e ações executivas são os Centros de Referência de Assistência Social – CRAS. A proteção especial atua quando os direitos já foram violados, famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco por ocorrência de abandono, maus tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos. Tem como unidade assistencial os Centros de Referência Especializada de Assistência Social - CREAS. 12 O CRAS é a principal porta de entrada do SUAS, unidade pública estatal descentralizada, onde sua localização é fator determinante para ocorra sua viabilização, deve ser instalado prioritariamente em locais de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade social para prevenir as situações de risco em seu território de abrangência fortalecendo vínculos familiares e comunitários e garantindo direitos. Articula e fortalece a Rede de Atenção Básica Local. Tem como o principal serviço ofertado o serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), um trabalho de caráter continuado que visa fortalecer a função protetiva das famílias, prevenindo o rompimento de vínculos, promovendo acesso de direitos. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia a Cartilha “Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social – CRAS). Disponível no acesso: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/ assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras. pdf O CREAS atua na oferta de atenção especializada para família e indivíduos cujos direitos já foram violados e/ou situação de ameaça (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, dentre outras situações de média e alta complexidade.) No qual demanda serviço especializado e continuado diante da complexidade. Essa oferta tem como foco o acesso da família a direitos socioassistenciais, através da potencialização de recursos e proteção. É utilizado como ferramenta a construção de um espaço de escuta qualificada e acolhida, como objetivo a reconstrução de suas relações familiares como tentativa de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários dentro da possibilidade de cada um, entendendo cada indivíduo como sujeito único diante 13 da sua subjetividade e considerando o contexto social. Para que seja efetivo, os exercícios de suas atividades são ofertados de forma articulada com a rede de proteção sendo ela: Escolas, Hospitais, Sistema Judiciário, Conselhos Tutelares, ONGs, dentre outros, visto que a articulação no território é fundamental para viabilizar possibilidades e acesso a uma organização de proteção. Fonte: http://www.lagoadobarro.pi.gov.br/wp-content/uploads/2013/04/creas.jpg No que se refere à rede privada, são entidades de atendimentos que prestam serviços de programa e projetos na Assistência Social mediante autorização do Conselho Municipal de Assistência para funcionar com devida inscrição Conselho Municipal de Assistência Social. A política de Assistência Social não cumpre seu papel isoladamente. Ela atua em interface com outras políticas, principalmente a saúde e educação, pois as intervenções realizadas dependem de outros fatores. A Assistência Social tem a responsabilidade de fazer essa articulação interinstitucional (trabalho em rede, parceria, colaboração) para proposta de intervenção coletiva com a família, visto que essa articulação deve ocorrer por ser o mesmo público-alvo, nessa lógica entra também o Conselho Municipal dos direitos das Crianças e Adolescentes 14 (CMDCA), o Conselho Tutelar, sistema de garantia de direitos, vara de infância, juventude e família, Ministério Público, sistema de justiça, com propósito de construir propostas para minimizar a violação dos direitos humanos. Resumo da aula 1 Nesta aula, estudou-se a implementação e as diretrizes do SUAS e sua efetividade no âmbito da Assistência Social como política social e viabilização de direitos que já estão assegurados em lei para pessoas de que nela necessitam com caráter universal. A política do SUAS visa melhorias nas condições básicas de vida como forma de prover a subsistência do indivíduo e sua família, para que exerça seu papel social através da garantia do básico resguardando a dignidade da pessoa humana. Viu-se que o SUAS tem como diretriz na LOAS a primazia da responsabilidade do Estado, descentralização política e administrativa, posteriormente a PNAS/2004 com a centralidade da família para concepção de serviços, benefícios, programas e projetos família como centralidade. Estudou-se também as ações de proteção no âmbito do SUAS, divididas em proteção social básica e especial, tendo com mecanismo de execução os CRAS e CREAS. Compreendeu-se que o CRAS se enquadra na política de proteção básica, resume-se em prevenção e fortalecimento de vínculos destinados a pessoas em vulnerabilidade social, enquanto o CREAS está inserido na proteção social especial, onde atua em situações de média e alta complexidade em sujeitos e famílias que já estão com direitos violados e/ou em situação de risco. Aula 2 - Gestão do Trabalho com o SUAS Apresentação da aula 2 Nesta aula serão abordadas questões que envolvem a Gestão do trabalho com o SUAS através da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS), que estabelece e consolida meios para gestão do trabalho e educação no âmbito do SUAS. 15 2. Gestão do Trabalho com o SUAS 2.1 A NOB-RH/SUAS A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB- RH/SUAS) foi aprovada em 2006, através da resolução nº 269 do Conselho Nacional de Assistência Social, com objetivo de consolidar melhores condições para os trabalhadores da assistência social, visto que são agentes mediadores dos serviços do SUAS. A finalidade da NOB-RH/SUAS, de forma geral e ampla, é o reconhecimento e a valorização do trabalhador dessa política pública com propósito de viabilizar e materializar a ampla rede de proteção e promoção social na perspectiva dessa política de Assistência Social. No âmbito da NOB-RH/SUAS, além do reconhecimento do trabalhador, existem outros fatores que viabilizam a qualidade nos serviços prestados, sendo eles: o financiamento; o controle social; a descentralização. MARCOS NORMATIVOS EM VIGÊNCIA Fonte: Elaborado pelo DI(2015). 16 Percebe-se que a gestão do trabalho com o SUAS proporcionou um grande avanço, no que diz respeito à profissionalização da política de assistência social, garantindo aos usuários do Sistema Único de Assistência Social serviços públicos de qualidade. A gestão do Serviço Social, através da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS), estabelece e consolida meios para gestão do trabalho e educação no âmbito do SUAS. Seu objetivo, de forma geral e ampla, é o reconhecimento e a valorização do trabalhador dessa política pública. A gestão do trabalho tem como propósito de viabilizar a materializar a ampla rede de proteção e promoção social na perspectiva dessa política de Assistência Social visando garantir aos usuários serviços, onde se consolida através de permanente investimento, reconhecimento e valorização dos trabalhos do SUAS, ou seja, quanto mais aprimorada a gestão, melhor será assegurado o direito socioassistencial para o usuário. Na última década o Brasil tem vivenciado uma ampliação da rede de proteçãosocial no âmbito da Assistência Social, com benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o Bolsa Família. No entanto, o trabalho da assistência social é marcado historicamente pela falta de valorização necessária que os trabalhadores requerem e seus usuários. Sendo assim, foi um grande avanço a Norma Operacional Básica NOB-RH/SUAS. O SUAS não conta com equipamentos para sua viabilização: a mediação ocorre somente através do trabalhador, reforçando assim a necessidade de maior investimentos para os trabalhadores, visto que requer dos profissionais um vasto conhecimento e competência específica, habilidades e atitudes para atuar nas diversas situações de complexidade da população na qual ela atua como forma de materializar os direitos. Ou seja, quanto mais aprimorada a gestão, melhor será assegurado o direito socioassistencial para o usuário. A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS) estabelece e consolida os principais eixos relevantes para a gestão do trabalho e a educação permanente na perspectiva do SUAS. 17 NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS DO SUAS NOB-RH/SUAS RESOLUÇÃO Nº 269, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2006. DOU 26/12/2006 Aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB- RH/SUAS. [...] II – Princípios e diretrizes nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do SUAS 1. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, de 1993, e consequentemente a formulação da PNAS/2004 e a construção e regulação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS e da sua Norma Operacional Básica – NOB/SUAS tornam necessária a reflexão da política de gestão do trabalho no âmbito da Assistência Social, visto que a mesma surge como eixo delimitador e imprescindível à qualidade da prestação de serviços da rede socioassistencial. 2. Para a implementação do SUAS e para se alcançar os objetivos previstos na PNAS/20004, é necessário tratar a gestão do trabalho como uma questão estratégica. A qualidade dos serviços socioassistenciais disponibilizados à sociedade depende da estruturação do trabalho, da qualificação e valorização dos trabalhadores atuantes no SUAS. 3. Para tanto, é imperioso que a gestão do trabalho no SUAS possua como princípios e diretrizes disposições consoantes às encontradas na legislação acima citada. (BRASIL, 2009, p.15) Conforme a Seção II da NOB-RH/SUAS, a gestão do trabalho surge como viabilizador da efetivação da política de Assistência Social no âmbito do SUAS. Saiba Mais A Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993, alterada pela Lei 12.435, de 06 de julho de 2011, em seu artigo 6º - institui entre os objetivos da gestão do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), implementar a gestão do trabalho e a educação permanente da assistência social. [...] Para a implementação do SUAS e para se alcançar os objetivos previstos na PNAS/20004, é necessário tratar a gestão do trabalho como uma questão estratégica. A 18 qualidade dos serviços socioassistenciais disponibilizados à sociedade depende da estruturação do trabalho, da qualificação e valorização dos trabalhadores atuantes no SUAS. Fonte: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_ social/Normativas/NOB- RH_SUAS_Anotada_Comentada.pdf Nesse aspecto, torna-se necessária a existência de servidores públicos responsáveis por sua execução. Conforme os princípios e diretrizes da política de Assistência Social, a gestão do SUAS deve estabelecer uma Política Nacional de Capacitação (PNC), fundada nos princípios da educação permanente, viabilizando a qualificação dos trabalhadores, conselheiros e gestores de forma participativa, continuada, sustentável, nacionalizada e descentralizada, com o objetivo de aprimorar a prestação dos serviços socioassistenciais. A gestão do trabalho deve garantir que seja evitado a precarização dos vínculos dos trabalhadores, o fim da terceirização, integrar e alimentar o sistema de informação, realizar planejamento estratégico, garantir a gestão participativa com controle social, garantir a educação permanente dos trabalhadores. 2.2 Equipes de referência As equipes de referência reforçam a necessidade da existência de servidores públicos conforme consta nos princípios da gestão do trabalho como forma de viabilizar a estabilidade e permanência desses profissionais na atuação dessa política. Caracteriza-se como referência: A característica principal dos serviços (e sua diferença em relação aos projetos e programas) diz respeito à sua oferta contínua. Ou seja, sempre que o cidadão tiver uma necessidade de proteção de assistência social haverá um serviço para atendê-lo. Isso produz para o cidadão um sentimento de segurança a partir do qual ele pode afirmar “se eu precisar, sei que posso contar!” Essa certeza é a primeira ideia que devemos fixar quando queremos construir referência. A ideia de referência também nos leva a considerar outra dimensão: A direção para onde ela sinaliza. Quando usamos a ideia de referência como um “norte”, como um “rumo”, estamos de certo modo nos referindo ao ponto onde estamos e onde queremos chegar. Por isso, a ideia de referência também diz respeito à indicação de um ponto de chegada, à satisfação de uma expectativa. Podemos nos apropriar desses elementos transportando para a ideia de referência um sentido que nos permite aproximar, ou até mesmo satisfazer, necessidades 19 sociais. (…) Em síntese, a natureza da referência construída pelas equipes de referência do SUAS é uma só: produzir ao cidadão a certeza de que ele encontrará acolhida, convívio e meios para o desenvolvimento de sua autonomia. (NOB-RH/SUAS Anotada e Comentada, 2011, p. 27 e 28) Além das equipes de referência há as famílias “referenciadas”, caracterizadas como famílias ou indivíduos que se encontram em vulnerabilidade social necessitando dessa política, na delimitação do território em conformidade com SUAS. Essa referência permite dimensionar na sua totalidade a demanda atendida, a partir do que se pode mensurar a quantidade necessária de profissionais nos CRAS e CREAS. Amplie Seus Estudos Aprofunde seus conhecimentos sobre esse assunto através da leitura do artigo As Equipes de Referência do SUAS: Desafios e Possibilidades na Operacionalização da Política de Assistência Social. Disponível no acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/104304 2.3 Diretrizes para a Política Nacional de Capacitação A Coordenação e o Financiamento da Política Nacional de Capacitação são de responsabilidade dos Governos Federal, Estadual e do Distrito Federal. Cabe aos gestores municipais viabilizar e permitir a participação dos técnicos para capacitações sem atribuir nenhum gasto financeiro, seja na participação ou despesas correspondentes a este, cujo objetivo é tornar os trabalhadores mais capacitados, ampliando habilidades técnicas para atuar nas mais diversificadas e complexas demandas existentes no âmbito da Assistência Social. Após a realização das capacitações, deve ser validado e certificado como forma de reconhecimento para possibilitar a promoção funcional da carreira do trabalhador. Em relação ás Diretrizes da Política Nacional de Capacitação dos trabalhadores no âmbito do SUAS, cabe aos gestores municipais viabilizar e permitir a participação ou despesas correspondentes a este, cujo objetivo é 20 tornar os trabalhadores mais capacitados. 2.4 Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) Os planos de carreira, cargos e salários (PCCS) revelam a forma que a administração pública investe no desenvolvimento profissional dos servidores públicos como forma de melhorar a efetividade dos serviços prestados. Considerando que a União,Estados, Municípios e do Distrito Federal têm autonomia administrativa, cada esfera de governo negocia e aprova os PCCS. Conforme explana a NOB/RH-SUAS: As diretrizes referentes à contratação de profissões reconhecidas, assim como aquelas que indicam a elaboração de uma Política Nacional de Capacitação, são respostas ao cenário de baixa profissionalização e precariedade de vínculos trabalhistas identificados nos estudos nacionais Fotografias da Assistência Social no Brasil na perspectiva do SUAS (MDS/CNAS/ PUC-SP) e Perfil de informações municipais. Assistência Social (IBGE,2005). (NOB/RH – SUAS, 2011 p. 48) Nesse cenário, os PCCS tornam-se um dos agentes viabilizadores para a melhoria na qualidade dos serviços prestados para população, considerando que o mediador dos serviços prestados é o trabalhador. Dessa forma, os PCCS visam a fixação dos profissionais e a construção de referências com as famílias atendidas. No que tange às Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCs), pode-se afirmar que os PCCs transparecem a forma que a administração pública investe no desenvolvimento profissional dos servidores públicos como forma de melhorar a efetividade dos serviços prestados. Importante A luta pelo PCCS também é a luta pela valorização da Assistência Social enquanto Política Pública. 21 A continuidade dos serviços do SUAS relaciona-se com o estabelecimento de vínculos estáveis entre empregadores e trabalhadores. Nessa perspectiva, deve ser garantido ao trabalhador a possibilidade de transitar pelas diversas esferas do governo sem comprometer seu desenvolvimento profissional e ascensão funcional na carreira e educação permanente. Assim, conforme a NOB-RH/SUAS Anotada e Comentada (2001, p.51), “[...] educação permanente significa: atendimento às necessidades de formação e qualificação sistemática e continuada dos trabalhadores do SUAS.” 2.5 Diretrizes para o Cofinanciamento da Gestão do trabalho A consolidação do SUAS depende também do aumento de recursos financeiros destinados aos profissionais do SUAS, para que exerçam um trabalho qualificado com conhecimento da realidade, diagnósticos consistentes, informações confiáveis para delimitar decisões da gestão pública. A Resolução nº 32, de 28 de novembro de 2012 (anexo V), estabelece percentual dos recursos do SUAS, cofinanciados pelo governo federal, que poderão ser gastos no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência, de acordo com o art. 6º – E da Lei nº 8.742/1993, inserido pela Lei 12.435/2011. Essa resolução resolve, em seu artigo 1º, que os estados, Distrito Federal e municípios poderão utilizar até 60% (sessenta por cento) dos recursos oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, destinados a execução das ações continuadas de assistência social, no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência do SUAS, conforme art. 6º – E , da Lei 8742/1993. (NOB-RH/SUAS Anotada e Comentada, 2011, p. 59) Dessa forma o cofinanciamento prevê, como uma das diretrizes, recursos próprios especialmente para realização de concursos públicos, visando o desenvolvimento, capacitação, qualificação dos profissionais do SUAS e garantir as condições de trabalho para remuneração apenas de trabalhadores concursados. As equipes de referência no âmbito da gestão do trabalho, conforme consta nos princípios da gestão do trabalho se refere à oferta continua dos serviços socioassistenciais como forma de viabilizar a estabilidade e permanência desses profissionais na atuação dessa política, sendo assim 22 reforça a necessidade de existência de servidores públicos, através de concursos públicos no âmbito do SUAS. 2.6 Gestão Federal, Estadual e Municipal do SUAS No que se refere à responsabilidade e atribuições do gestor federal, pode- se atribuir diversos aspectos, sendo os principais aspectos: Destinar recursos financeiros para área, viabilizar realização de concursos públicos; Designar setor responsável pela gestão do trabalho com o SUAS; Elaborar um diagnóstico da situação da gestão do trabalho; Estabelecer plano de ingresso dos trabalhadores e a substituição dos profissionais terceirizados; Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e permanente; Implementar normas e protocolos específicos para garantir qualidade de vida e segurança dos trabalhadores do SUAS; Fortalecer e estabelecer mecanismos de desenvolvimento profissional no que se refere a planos e carreiras (PCCS). Aos gestores estaduais compete, entre outras atribuições: Prestar apoio técnico e assessoramento aos municípios não habilitados para que estes se habilitem para o cumprimento da NOB/SUAS – RH; Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e permanente; Elaborar e implementar junto aos Municípios a Política Estadual de Capacitação para os trabalhadores, gestores e conselheiros da Assistência Social, com base nos princípios da educação permanente. No caso da gestão municipal, são possíveis três níveis de habilitação ao SUAS: Inicial, Básica e Plena. A Norma Operacional Básica da Assistência Social (NOB/SUAS) 23 determina que as ações de proteção na perspectiva do SUAS e divide-se em: Proteção Social Básica; Proteção Social Especial. Na Norma Operacional Básica da Assistência Social (NOB/SUAS), o princípio da matricialidade sociofamiliar significa que a família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social. A Gestão Inicial se refere a municípios que atendam a requisitos mínimos, como a existência e funcionamento de conselho, fundo e planos municipais de assistência social, além da execução das ações de Proteção Social Básica com recursos próprios. No nível Básico, o município assume a gestão da proteção básica, assumindo a gestão parcial das ações de assistência social, mediante comprovação da demanda recebe o recurso referente ao piso de proteção social básica definindo as prioridades de atendimento. No que se refere à Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB/RH-SUAS), é corretor afirmar que a mesma estabelece e consolida meios para gestão do trabalho e educação no âmbito do SUAS. A proteção Social Básica tem como objetivo prevenir situações de risco e violação de direitos por meio do desenvolvimento de potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares comunitários, através de oferta de programas, projetos, serviços e benefícios. É perceptível que houve um grande avanço, no que diz respeito à profissionalização da política de assistência social, através da NOB/RH-SUAS, a qual objetiva garantir aos usuários do Sistema Único de Assistência Social, serviços públicos de qualidade, tendo em vista que quando mais aprimorada a gestão do trabalho, melhor será assegurado o direito socioassistencial para o usuário. No nível Pleno, ele passa à gestão total de ações socioassistenciais, onde o município terá gestão total das ações de assistência social, através dos CRAS e CREAS. 24 Diante desse quadro, os requisitos para gestão básica e plena são: Preencher o CadSUAS; Apresentar Plano para qualificação e estruturação, aprovado pelo CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) e pactuado na CIB. Vocabula rio CIB (Comissão Intergestores Bipartite): é o fórum de negociação entre o Estado e os Municípios na implantação e operacionalização do Sistema Único de Saúde, SUS. No que se refere à responsabilidade e às atribuições, cabe aos municípios de gestão básica organizar centros de estudos e mobilização regionalizados nas unidades de assistência social, considerados como núcleos de discussão técnica e de fomento a qualificação dostrabalhadores do SUAS. Compete também estabelecer mecanismos para reorganizar cargos e progressão de carreiras do trabalhador, no PCCS. Aos municípios de gestão plena cabe, dentre outras atribuições, fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras e propiciar e viabilizar a participação das instituições de ensino superior, em seu âmbito, mediante realização de atividades, pesquisa e extensão. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia a cartilha elaborada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que apresenta importantes contribuições à prática do assistente social no âmbito do SUAS. Disponível no acesso: http://www.mprj.mp.br/documents/112957/14 83675/cartilha_suas_v_logo.pdf 25 2.6 Organização do Cadastro Nacional de Trabalhadores do SUAS (CadSUAS) A base de dados dos trabalhadores do SUAS visa a identificação e qualificação dos profissionais de todos os níveis de escolaridade que atuam no âmbito do SUAS, sendo assim, torna-se necessária a atualização permanente para subsidiar o planejamento do sistema na perspectiva do SUAS. Saiba Mais O CadSUAS é o sistema de cadastro do SUAS, que comporta todas as informações relativas à prefeituras, órgão gestor, fundo e conselho municipal e entidades que prestam serviços socioassistenciais. O CadSUAS contém o cadastro relacionado aos CRAS, CREAS e Unidades de Acolhimento, cadastro dos órgãos governamentais e cadastro de trabalhadores do SUAS (no âmbito do RH/SUAS). O Bolsa Família é um dos programas a que a população de baixa renda pode ter acesso ao se inscrever no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Esse sistema funciona como porta de entrada para vinte diferentes políticas públicas. Para se cadastrar, as famílias devem ter renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. 2.7 Controle Social da Gestão do Trabalho no SUAS Uma das diretrizes da organização da Assistência Social é a participação da população por meio do controle social, que é uma das características da democracia, onde a população acompanha, contribui e fiscaliza ações, acarretando na melhoria da qualidade dos serviços socioassistenciais prestados à população. Conforme determina a NOB/RH-SUAS (2011, p.88), “a participação 26 popular no SUAS tem sido viabilizada pela criação de comissões locais, conselhos, fóruns, mesas, comissões, entre outros mecanismos de manifestação das reivindicações e opiniões dos usuários.” O controle social requer que seus conselheiros tenham acesso aos relatórios para que ocorra o acompanhamento da população, com resguardo do sigilo profissional em determinadas situações conforme rege os Conselhos que fiscalizam algumas das profissões atuantes na assistência social. Os Conselhos de Assistência Social devem acolher deliberar e encaminhar resultados de apuração de denúncias dos usuários do SUAS, quanto à baixa resolutividade de serviços, maus-tratos aos usuários e negligência gerada por atos próprios dos trabalhadores, gestores e prestadores de serviços socioassistenciais, estimulando a criação de Ouvidorias. (NOB-RH/SUAS Anotada e Comentada, 2011, p. 90) Nessa perspectiva, o controle social é de suma importância para aprimorar e viabilizar o acesso aos serviços de qualidade no âmbito do SUAS, pois a população torna-se agente contribuidor e fiscalizador das ações socioassistenciais mediadas pelos trabalhadores do SUAS. Resumo da aula 2 Considerando o cenário histórico que marca a precarização das condições de trabalho no âmbito da política pública de Assistência Social, nesta aula abordou-se a gestão do trabalho no âmbito do SUAS através da NOB/RH- SUAS e seus principais eixos, que são: princípios e diretrizes nacionais da gestão do trabalho no SUAS, equipe de referência, política nacional de capacitação dos trabalhadores do SUAS, planos de carreira cargos e salários (PCCS), financiamento da gestão do trabalho, responsabilidade e atribuições dos gestores federais, estaduais e municipais no âmbito do SUAS, CadSUAS e por fim o controle social nas práticas do SUAS. Todos esses eixos trouxeram novas perspectivas para aprimorar a qualidade da oferta dos serviços socioassistenciais, pois viabiliza melhores condições de trabalho para o agente mediador dessa política. Viu-se também que, para a efetivação das ações de proteção no âmbito do SUAS, é necessário permanente investimento, reconhecimento e valorização 27 dos trabalhadores do SUAS, pois quanto mais aprimorada a gestão, melhor será assegurado o direito socioassistencial para o usuário. Aula 3 – Princípios Éticos que Direcionam as Ações dos Assistentes Sociais e Trabalhadores do SUAS Apresentação da aula 3 Nesta aula serão estudados os princípios éticos que direcionam a ação dos trabalhadores da Assistência Social, especialmente dos assistentes sociais, com base no Código de Ética Profissional. 3. Princípios Éticos que Direcionam as Ações dos Assistentes Sociais e Trabalhadores do SUAS 3.1 A Ética Para pensar em ética, é preciso analisar o contexto histórico, desde a Grécia antiga, quando todos os filósofos se preocuparam em detectar problemas relativos ao comportamento humano, desde então temos a ética ligada com valores relacionados ao agir humano, todas as questões que envolvem a reflexão e a prática do agir humano, as consequências do agir, são do conteúdo da ética em geral, sendo assim uma preocupação desde a Grécia antiga. A ética de forma original remete ao que o homem constrói e realiza em si próprio como uma morada de costumes princípios e ao que é do ser humano e humanizado. Tem os costumes e princípios vinculados a dignidade humana, com bases filosóficas na razão, onde o homem tem como referência o próprio homem conforme seu agir, visando compreender o homem na sua essência. A ética está presente na vida do ser humano em todos os aspectos e permeia todas as profissões, torna-se necessária uma reflexão ampla e um entendimento claro nas ações realizadas pelos trabalhadores da assistência social. Nessa perspectiva, a ética nas ações dos trabalhadores do SUAS possui caráter necessário para efetivação de direitos e prestação dos serviços socioassistenciais de qualidade, acima de tudo, deve-se considerar que uma postura que não seja ética pode interferir decisivamente na vida dos usuários, 28 podendo assim gerar revitimização, dentre outras situações. No que se refere ao assistente social, os princípios éticos que orientam sua atuação profissional tem como perspectiva central articular a ação profissional aos processos de construção de alternativas políticas que conduzam a uma outra ordem social. A palavra "ética" vem do grego ethos e significa aquilo que pertence ao "bom costume", "costume superior", ou "portador de caráter". Princípios universais. Pode-se dizer de forma simples que a ética se baseia em comportamentos, valores e no bem que você faz para as pessoas, tanto na vida pessoal, como na vida profissional e dentro de uma organização. A ética deve ser tratada de forma subjetiva visto que sua aplicação depende da vontade do ser humano. A questão central da ética é de como se deve agir perante os outros, fundamentar o agir e pensar nas consequências. A Ética engloba dilemas cotidianos, como: Devo sempre falar a verdade ou existem ocasiões que posso mentir? Existe alguma ocasião em que seria correto atravessar o sinal vermelho? Até que ponto furtar um medicamento para salvar a vida de um filho pode ser considerado errado? Fonte: http://cfessorg.br/visualizadornoticia/cod922 http://slideplayer.com.br/slide46592/ http://slideplayer.com.br/slide46592/ http://slideplayer.com.br/slide46592/ http://slideplayer.com.br/slide46592/ 29 Considerando que a ética deve ser tratadana perspectiva de tempo e espaço, ou seja, o que é ético na sociedade brasileira pode não ser ético em outra sociedade, isso depende do modo de vida, modo de organização de cada um, onde remete a cultura da sociedade. Nesse sentido, basicamente, a questão da ética no ponto de vista marxista é o que separa o homem do animal. Vale ressaltar que a ética permeia todas as profissões, apesar do assistente social ser o profissional de referência dessa política pública, outros profissionais também atuam nessa área, sendo eles em destaque psicólogos e advogados (conforme exigência da NOB-RH/SUAS), cientistas sociais, sociólogo, pedagogos e técnicos do ensino médio. Sob o ponto de vista social, cabe ao assistente social conforme sugere o código ética profissional que regulamenta a profissão, atuar na perspectiva da defesa dos direitos humanos e a representação que esse profissional deve ter no sentido de não ter nenhum tipo de preconceito, discriminação com qualquer pessoa no que se refere a religião, etnia, orientação sexual, dentre outros, no exercício profissional, visto que a diferença é que faz a sociedade avançar. O entendimento quanto a ética profissional é necessária para que transpareçam nas ações dos trabalhadores da Assistência Social. Ética profissional, no exercício da prática do assistente social, baseia-se em sua vinculação com projetos societários, tendo por eixo a defesa e universalização dos direitos sociais e de mecanismos democráticos de regulação social. 3.2 A Ética no contexto sócio-histórico no Serviço Social No âmbito do Serviço Social, ações éticas materializam o Projeto Ético- Político Profissional construído há trinta anos para dar sustentação legal ao exercício profissional dos assistentes sociais, porém não se limitam a essa direção, visto que fortalecem e respaldam as ações profissionais na direção da defesa dos interesses da classe trabalhadora e que se articula na construção de uma sociedade igualitária. Do ponto de vista social, considerando que nas últimas décadas ocorreram no Brasil um grande processo de renovação no que se refere aos avanços das políticas sociais, exigindo assim um desenvolvimento teórico e prático dos profissionais da área de assistência social. O avanço desse processo 30 de conquistas consolidou a profissão do Assistente social, concretizando em conquistas teóricas e práticas, onde os profissionais redirecionaram a profissão, negaram a base filosófica tradicional conservadora vinculada a religião e afirmaram um novo perfil do técnico, a não mais um profissional subalterno e apenas executivo, mas a um profissional competente teórica, técnica e politicamente. A partir da reformulação do código de ética profissional, em 1993, o assistente social vincula-se a um projeto social radicalmente democrático, redimensionando o Serviço Social na vida brasileira com compromisso aos interesses históricos da massa da população trabalhadora. Ao Assistente social cabe além de entender a ética no contexto histórico, deve entender também as questões em torno das relações sociais e as reproduções sociais que essas relações sociais provocam dentro do modo de produção capitalista. É importante refletir quanto à ética sobre a moral e costumes na sociedade, de que forma se faz positivamente ou negativamente e até que ponto os valores da sociedade podem “contaminar” suas práticas profissionais, onde deve pensar contextualizadamente sobre essas questões, visto que exige um conhecimento teórico-metodológico,ético-político e além disso observar as constantes mudanças da sociedade, para isso o profissional de Serviço Social deve sempre ter como base o código de ética profissional. O código de ética dos Assistentes Sociais, de 1993, é: a expressão do projeto ético-político da categoria profissional. Conforme levantamento do Censo SUAS, os Assistentes Sociais são os profissionais que predominam nas ações socioassistenciais dos CRAS, conforme mostra o gráfico abaixo. 31 Formação Profissional dos Trabalhadores do CRAS (Brasil, 2012 a 2014) Fonte: BRASIL, 2015, p.113. Percebe-se que a maior parte dos profissionais de nível superior atuantes nas Unidades de Acolhimento são assistentes sociais. Entre as demais formações especificadas, seguem-se os profissionais da área da saúde, os psicólogos e os pedagogos. No gráfico a seguir, constata-se que a categoria profissional mais presente nos CREAS também é o Serviço Social. Em segundo lugar vêm os psicólogos e após os profissionais de nível médio. 32 Formação Profissional dos Trabalhadores do CREAS (Brasil, 2011 a 2014) Fonte: BRASIL, 2015, p.117 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia na íntegra os resultados obtidos no Censo SUAS 2014. Disponível no acesso: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferrament as/docs/Censo%20SUAS%202014_Versao_atu alizada.pdf Conforme MDS, Censo SUAS de 2014, a maior parte da força de trabalho atuante nos CRAS dentre as formações categorizadas, concentra-se nos 33 profissionais de Nível Médio. 3.3 Rumos ético-políticos do trabalho profissional do Assistente Social A década de 80 foi um marco para definição dos rumos técnicos acadêmicos e políticos do Serviço Social, com criação do projeto profissional que norteia Assistentes Sociais de todo país, sendo o código de ética de 1993 do Assistente social o a expressão desse projeto ético-político da categoria profissional, fruto de um grande movimento da sociedade desde a crise da Ditadura, afirmando a luta da democratização da sociedade brasileira, foi no contexto da das pressões populares que contribuiriam para o afastamento do Presidente Collor entre outras manifestações que a categoria dos assistentes sociais foi questionada pela prática política, a partir daí, o Serviço Social deu um salto de qualidade em sua qualificação, no qual ocorreu a revisão do código de ética profissional, que tem o reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes: autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. Atualmente, o assistente social tem como um dos tantos desafios, redescobrir e reinventar alternativas e possibilidades para o trabalho em um cenário atual. Nesse sentido, o desafio do assistente social é materialização dos princípios éticos no cotidiano. A defesa intransigente de direitos humanos, entender a questão social e suas múltiplas expressões, decifrar a realidade, forma de vida, organização dos sujeitos e da coletividade do qual o assistente social trabalha. Conforme rege os princípios do código de ética profissional: I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes 34 profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromissocom o constante aprimoramento intelectual; VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. (BRASIL, 2012, p. 22- 24) Nessa perspectiva, cabe ao assistente social articular a ação profissional aos processos de construção de alternativas políticas que conduzam a outra ordem social. Pode-se dizer que os assistentes sociais, apesar das inúmeras dificuldades como baixo salário e pouco reconhecimento, têm ousado se manter firme na luta, nas resistências a obstáculos, porque aposta em uma sociedade mais justa e igualitária. 3.4 O Código de Ética do Servidor Público Criado em 1994, aprovado pelo decreto nº1.171, de 22 de junho de 1994, o Código de Ética do Servidor público do Brasil funciona como manual de conduta para os servidores públicos federais do Brasil. Teve origem na Constituição Federal, tendo como objetivo servir de como manual de conduta para os servidores públicos federais do Brasil. no caput e no parágrafo quarto do artigo 37. Esse código de ética teve origem no governo Itamar Franco. A saída do presidente Collor em 1992 criou na sociedade uma cobrança por mecanismos eficientes de combate a corrupção, visto que foi um período de crises institucionais, marcadas por mudanças no papel do Estado, e em consequência uma demanda por normas que orientassem a conduta dos agentes do Estado. Tendo em vista que as atividades do servidor público afeta todo o país, tornou- se necessário normas que determinam valores éticos nas ações profissionais. 35 3.4.1 Regras deontológicas Deontologia é conhecida como “teoria do dever”. É um tratado dos deveres e da moral, norteador ações éticas. Conforme consta no primeiro item do capítulo no que se refere a regras deontológicas do código de ética. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 3.4.2 Deveres do Servidor Público No que se refere aos deveres do servidor público, a regra é clara quanto a forma de atuação profissional, conforme segue abaixo alguns itens relevantes ao tema tratado: Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; Ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. 3.4.3 Vedação do Servidor Público Quanto às vedações, cabe destacar: É vedado o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; É vedado permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; É vedado fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros. 36 Vale ressaltar que qualquer conduta inapropriada do agente público que viole o código de ética implicará à comissão de ética iniciar processo administrativo para apuração e posteriormente proceder conforme a avaliação, podendo o servidor público perder o cargo dentre outras punições. O Código de Ética indica um horizonte para o exercício profissional, um rumo ético-político. O desafio está em materializar os princípios éticos na cotidianidade do trabalho profissional nas instituições. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o Código de Ética comentado: É a primeira obra destinada a comentar o código de ética em vigor, de 1993, na sua totalidade. As autoras comentam o código em seus fundamentos sócio-históricos, analisando também as possibilidades de sua materialização no contexto social. Em 1994 o Código de Ética do Servidor público do Brasil funciona como manual de conduta para os servidores públicos federais do Brasil. Tendo em vista que as atividades do servidor público afeta todo o país, tornou-se necessário normas que determinam valores éticos nas ações profissionais, com o objetivo de melhorar os serviços prestados e viabilizar o acesso aos direitos sociais. Em relação ao trabalho na lógica de atividade que se inscreve na esfera da produção e reprodução da vida material, conforme pensamentos de Marx e Engels, o primeiro pressuposto de toda existência humana e, portanto, de toda a história, é que os homens devem estar em condições de viver para poder fazer história. Resumo da aula 3 A ética basicamente se resume na reflexão do agir humano, reflexão da moral, vinculada à dignidade humana. A ética deve ser tratada de forma subjetiva 37 visto que sua aplicação depende da vontade do ser humano. A questão central da ética é de como se deve agir perante os outros, fundamentar o agir e pensar nas consequências. A ética deve ser tratada na perspectiva de tempo e espaço, ou seja, o que é ético na nossa sociedade, pode não ser ético em outra sociedade, isso depende do modo de vida, modo de organização de cada um, em que remete a cultura da sociedade. Do ponto de vista social, considerando que nas últimas décadas ocorreram no Brasil um grande processo de renovação no que se refere a avanços das políticas sociais, exigindo assim um desenvolvimento teórico e prático dos profissionais da área de assistência social. O avanço desse processo de conquistas consolidou a profissão do Assistente social, concretizando em conquistas teóricas e práticas, nos quais os profissionais redirecionaram a profissão, negaram a base filosófica tradicional conservadora vinculada a religião e afirmaram um novo perfil do técnico, a não mais um profissional subalterno e apenas executivo, mas a um profissional competente teórica, técnica e politicamente. Atualmente, o assistente social tem como um dos tantos desafios, redescobrir e reinventar alternativas e possibilidades para o trabalho em um cenário atual. Nessa perspectiva, cabe ao Assistente social e profissionais da política de assistência social, o desafio de decifrar a realidade composta pela subjetividade do sujeito e além disso acompanhar as constantes mudanças. Aula 4 – Debate sobre as Condições para a Efetivação da NOB-RH/SUAS Apresentação da aula 4 Nesta aula analisaremos desafios e condições para efetivação da NOB- RS/SUAS, considerando o contexto atual, suas contradições e desafios decorrentes do processo histórico da construção da assistência social enquanto política pública. 4. Debate sobre as Condições para a Efetivação da NOB-RH/SUAS 4.1 Os desafios do trabalho técnico nas ações socioassistenciais 38 A NOB-RH/SUAS foi aprovada em 2006, através da resolução nº269 do Conselho Nacional de Assistência Social, em conformidade com a PNAScom objetivo de consolidar melhores condições para os trabalhadores da assistência social, visto que são agentes mediadores dos serviços do SUAS. A NOB- RH/SUAS foi um grande avanço, considerando que não houve anteriormente um olhar sobre a melhoria das condições de trabalho no âmbito da Assistência social, em que no processo doloroso da construção da assistência social foi marcada pela ausência de profissionalização. http:/www.codesa.gog. Fonte: http://edesp.sp.gov.br/edesp2014/wp-content/uploads/2014/07/dest_tipifica2.jpg Os trabalhadores são os operacionalizadores dessa política pública e têm um papel determinante para sua efetividade. Dessa forma é necessário, além de gerir equipes, que por sua vez estão quase sempre insuficientes, dar condições necessárias para compor o quadro de funcionário, com pessoas qualificadas, com condições materiais para qualificar os serviços, infraestrutura, viabilizando o acesso do usuário aos direitos socioassistenciais. Nesse sentido, a organização eficaz para gestão do trabalho do SUAS possui um papel complexo e muito importante. Assim, o reconhecimento da Assistência Social como política pública de caráter não contributivo e de responsabilidade do Estado foi uma grande conquista em sua forma de organização, dividida em proteção social especial e proteção social básica. O SUAS pressupõe a participação do Estado na condução das unidades para executar ações como os CRAS e os CREAS, o que pode ser considerado um grande avanço tendo em vista o contexto histórico de um Estado mínimo nas políticas públicas de direito. 39 É um grande desafio trabalhar recursos humanos em um contexto em que o Estado foi reformado na perspectiva do seu encolhimento, da sua desresponsabilização social. O enxugamento realizado na máquina Estatal precarizou seus recursos humanos, financeiros, físicos e materiais, fragilizando a política. [...] Como consequência da concepção de Estado mínimo e de política pública restrita de direitos, deu-se a precarização do trabalho e a falta de quadros técnicos, criando enorme defasagem de profissionais qualificados, com um enorme contingente de pessoal na condição de prestadores de serviços, sem estabilidade de emprego, sem direitos trabalhistas e sem possibilidade de continuidade das atividades. Essa é uma realidade geral, encontrada tento no nível nacional, estadual e municipal. (BRASIL, 2004, p.9) Deve-se considerar que a assistência social percorreu um longo e difícil percurso até se constituir como política pública e ainda apresenta desafios para que seja efetivamente reconhecida, pois estava vinculada a ações de benemerência e auxílio ao menos favorecidos, com estigma de favor e ajuda, como ainda se faz nos tempos atuais o que dificulta e compromete a efetividade de sua ação e o reconhecimento do trabalho profissional para concretizá-la. Como descreve Ortolani (2011): [...] a assistência social traz em sua biografia uma institucionalidade residual e fragmentada, tanto no ponto de vista orçamentário, quanto político, teórico técnico, assim como a desprofissionalização de seus trabalhadores. Trata-se de uma engrenagem que se retroalimenta, criando e fortalecendo desvios e empecilhos para sua efetivação enquanto política social. Tal como mecanismo demarcou historicamente, a conjunção entre o senso comum, o imediatismo e a circunstancialidade, enquanto núcleo fomentador da prática profissional. (ORTOLANI, 2011) O tratamento da questão social como incapacidade do indivíduo, tira a responsabilidade do Estado, apresenta a situação de pobreza deslocada do contexto histórico-social, coloca a assistência social em um patamar de caridade no qual não necessitaria de uma qualificação específica e técnica. Apesar dos avanços com a aprovação da NOB-RH/SUAS, é possível identificar que existem muitos desafios no sentido da baixa qualificação e precariedade nos serviços socioassistenciais. Nessa perspectiva entende-se que, mesmo após a assistência social ser considerada política social de seguridade social, ainda existe a visão equivocada das ações socioassistenciais estarem relacionadas à caridade, esmola, estigma de favor a pessoas que por muitas vezes são julgadas como responsáveis pela própria pobreza, deslocando-as do contexto sócio-histórico da expressão da 40 questão social, gerando a crença de que trabalhadores que medeiam essas ações não necessitam de qualificação e/ou especialização. Os trabalhadores do SUAS devem entender a questão social e suas múltiplas expressões para que não tenham uma visão distorcida (considerando a grande influência de outros meios). Além disso, não podem perder de vista a “porta de saída” dos centros de referência, através da promoção da autonomia e do protagonismo, tornando-os sujeitos donos da sua própria história. Fonte: http://www.palmas.to.gov.br/media/album/1500552/bc915d8ffc68d735a47533be96e839c1.jpg 4.2 Novas configurações do trabalho e suas repercussões na política de Assistência Social Para entender as transformações que vem ocorrendo na esfera do trabalho, é necessário considerar em primeiro lugar que as crises estão ligadas ao sistema capitalista, na medida que atendem à necessidade de constante renovação em seu padrão de acumulação e que, consequentemente repercutem no mundo do trabalho. A partir da década de 1970 ocorreu a crise estrutural do capital, afetando o mundo do trabalho. De acordo com Antunes (2007): 41 Como resposta à sua própria crise, inciou-se um processo de reorganização do capital e de seu sistema ideológico e político de dominação, cujos contornos mais evidentes foram advindos do neoliberalismo, com a privatização do Estado, a desregulamentação dos direitos do trabalho e a desmontagem do setor público estatal, da qual a era Thartcher-Reagan foi expressão mais forte; a isso se seguiu também um intenso processo de reconstrução da produção e do trabalho, com vistas a dotar o capital do instrumental necessário para tentar repor os patamares de expansão anteriores. (ANTUNES, 2007, p.33) Nessa perspectiva se iniciam as mudanças no padrão de acumulação, visando mais dinamismo ao processo de produção. De acordo com Dal Rosso (2008), no sistema toyotista a produção segue o ritmo do mercado, adequando-se ao consumo, ou seja, em linhas gerais, ocorre melhor aproveitamento dos recursos financeiros, materiais e humanos para intensificar a produção, sem gerar desperdícios de investimento e, consequentemente, intensificando os lucros. Outra característica desse sistema é a substituição do trabalhador especializado pelo trabalhador polivalente, que pode se adequar a vários tipos de trabalho, além da manutenção de um contingente mínimo de trabalhadores. Ou seja, além do sistema elaborar estratégias para aproveitar melhor recursos financeiros, materiais e humanos no ritmo do consumismo exacerbado, ele ainda exige profissionais que se submetam a várias e qualquer tipo de função, onde o trabalhador com passar do tempo interiorizou essa cultura de que deve realizar várias funções tendo em vista um “alto rendimento”. Diante disso, no que se refere às implicações dessas transformações acima citadas para o mundo do trabalho, Antunes (2013) afirma que: Algumas das repercussões dessas mutações no processo produtivo têm resultados imediatos no mundo do trabalho: desregulamentação enorme dos direitos do trabalho, que são eliminados cotidianamente em quase todas as partes do mundo onde há produção industrial e de serviços, aumento da fragmentação no interior da classe trabalhadora; precarização e terceirização da força humana que trabalha; destruição do sindicalismo de classe e sua conversão num sindicalismo dócil, de parceria (partnership), ou mesmo ou “sindicalismo de empresa. (ANTUNES, 2013,p.22) 42 Deve-se considerar uma das principais consequências é o aumento da produção com ampliação da intensidade sem aumentar as horas trabalhadas, a precarização do estatuto assalariado, o aumento nos níveis de desemprego, o rebaixamento dos salários, a precarização dos vínculos de trabalho com o aumento do número de contratações temporárias e terceirizadas, que consequentemente compromete os vínculos trabalhistas (Dal Rosso, 2008). Vale ressaltar que a exploração da força de trabalho vem ocorrendo também na política de assistência social, pois o número de trabalhadores que atuam nessa política vem crescendo, assim como a precarização dos vínculos do trabalho, conforme se percebe na imagem a seguir. Percentual de trabalhadores nas Secretarias Municipais de Assistência Social conforme o tipo de vínculo (Brasil, 2010 a 2014) Fonte: Brasil (2015, p.106) Analisando o tipo de vínculo dos trabalhadores nas Secretarias Municipais de Assistência Social, percebemos que a maior parte dos trabalhadores se enquadra na categoria Outros vínculos, sendo eles; consultores, servidores 43 cedidos, terceirizados, estagiários, etc. Quando se refere à classe trabalhadora, não se pode perder de vista que os profissionais que atuam no âmbito da Assistência Social estão inclusos nessa categoria, visto que vendem sua força de trabalho por um salário. 4.3 Gestão do trabalho e qualidade dos serviços A NOB/RH-SUAS afirma a importância da qualidade nos serviços socioassistenciais prestados pelos trabalhadores. Dessa forma deve-se reconhecer o caráter inovador do SUAS, visto que a qualidade dos serviços prestados só se torna possível à medida que o trabalhador é reconhecido e valorizado. Além do reconhecimento do trabalhador, existem outros fatores que viabilizam a qualidade nos serviços prestados, como o financiamento, o controle social e a descentralização. Ao lado desses eixos, a política de recursos humanos constitui-se em um dos eixos estruturantes do SUAS, configurando-se como a base organizacional do seu processo de gestão. Porém sua efetivação representa um desafio, devido à precarização do trabalho e dos recursos materiais e financeiros que vem contribuindo para a fragilização da área. A NOB- RH/SUAS também tem a função de romper com o estigma do favor e ajuda, marcado historicamente por ações voluntarias que não exigiam conhecimento técnico e formação profissional. Nesse sentido, a capacitação profissional, trabalhadores qualificados contribuem para elevar o reconhecimento da assistência social como política de direitos que exige conhecimento para sua realização. Nesse contexto, a efetividade do SUAS depende em grande parte da qualidade de sua mão de obra para estruturação do trabalho, conforme aponta Sposati (2006): Recursos humanos na gestão da assistência social é matéria-prima e processo de trabalho fundamental. A assistência social não opera por tecnologias substitutivas do trabalho humano. (…) O diagnóstico das gestões municipais e estaduais mostra, a sobejo, a defasagem tecnopolítica da força de trabalho da assistência social, conhecida como “álbum de fotografias”, que analisa o modo de gestão da assistência social no país. Além de pouca em quantidade, e frágil, em qualidade, essa força está desgastada pelo tempo e pelo ausente processo de requalificação. (SPOSATI, 2006, p.104) A NOB-RH/SUAS também tem a função de romper com o estigma do 44 favor e ajuda, marcado historicamente por ações voluntárias que não exigiam conhecimento técnico e formação profissional. Nessa perspectiva, a capacitação profissional contribui para elevar o reconhecimento da assistência social como política de direitos que exige conhecimento para sua realização. Embora a PEC 37, no inciso II da Constituição Federal, determine que a investidura em cargo de emprego público depende da prévia aprovação em concurso público, muitos municípios contratam trabalhadores através de outras formas como por terceirização através de ONGS (Organização Não Governamental) ou Organização da Sociedade Civil de interesse Público (OSCIPS), contratação temporária com prazo determinado, cargos de comissão, recibo de pagamento de autônomo (RPA). Esses profissionais geralmente continuam em busca de outras oportunidades que proporcionem maior segurança através de vínculos empregatícios estáveis, além de os próprios empregadores evitarem a permanência longa dos contratados por esta via, para que não se estabeleça o vínculo empregatício. Embora a fragilização dos vínculos trabalhistas seja um fator que contribui para a descontinuidade dos serviços, outras variáveis também concorrem para isto. Aponta-se, como exemplo, a transferência de servidores entre os diversos projetos existentes no município, demonstrando que mesmo quando o trabalhador adquire estabilidade através do ingresso em concurso público, não há garantia de continuidade das ações, o profissional acaba ficando vulnerável às determinações institucionais. Porém é necessário salientar que até entre profissionais concursados pode ocorrer rotatividade devido a baixos salários. Outro fator a ser considerado é a presença de trabalhadores muito jovens sem experiência na atuação política de assistência social e com conhecimentos ainda iniciais do SUAS, exigindo assim estratégias de valorização e fixação do trabalho e dos trabalhadores do SUAS, através da política de capacitação continuada. O tratamento da questão social como incapacidade do indivíduo tira a responsabilidade do Estado, apresenta a situação de pobreza deslocada do contexto histórico-social, coloca a assistência social em um patamar de caridade no qual não necessitaria de uma qualificação específica e técnica. 45 Fonte:http://pibsantos2.hospedagemdesites.ws/wpcontent/uploads/2015/01/acao_ soci01.jpg Ví deo Compreenda qual a função dos assistentes social nos CRAS. Assista a palestra da assistente social Francine Helfreich, no evento O Trabalho do Assistente Social no SUAS, promovido pelo CFESS e pelo CRESS-Rj, no ano de 2009. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=-M2hj8FhoIg O grande desafio dos trabalhadores da assistência social é materialização dos princípios éticos no cotidiano, o que inclui a defesa integral dos direitos humanos, a compreensão da questão social e suas múltiplas expressões e o entendimento contextualizado da realidade, da forma de vida, da organização dos sujeitos e da coletividade na qual o profissional trabalha. Resumo da aula 4 Nesta aula, viu-se que a NOB-RH/SUAS foi um grande avanço, levando ao reconhecimento da Assistência Social como política pública de caráter não contributivo e de responsabilidade do Estado, tendo percorrido um longo e difícil percurso até se constituir como política pública. Porém ainda há desafios para que seja efetivamente reconhecida, pois por muito tempo esteve vinculada a ações de benemerência e auxílio ao menos favorecidos, com estigma de favor e ajuda, como ainda se faz nos tempos atuais o que dificulta e compromete a efetividade de sua ação e reconhecimento do trabalho profissional para 46 concretizá-la (Flavia Bortoleto, 2011, P.43). Quanto à Gestão do trabalho e qualidade dos serviços, estudou-se que a qualidade dos serviços prestados só torna-se possível quando o trabalhador é reconhecido e valorizado. Viu-se que A NOB-RH/SUAS tem a função de romper com o estigma do favor e ajuda, marcado historicamente por ações voluntárias que não exigiam conhecimento técnico e formação profissional. Nessa perspectiva, a capacitação profissional é a saída para o reconhecimento da assistência social como política de direitos que exige conhecimento e competência profissional para sua realização.47 Referências ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. Série Trabalho e Sociedade. Coimbra: Edições Almedina, 2013. ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 12ed. São Paulo: Cortez, 2007. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n.ª 269, de 13 de dezembro de 2006. DOU 26/12/2006. Aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos no Sistema Único de Assistência Social – NOB- RH/SUAS. Brasília: 2006. Reimpresso em 2009. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) Duque de Caxias/RJ 2007. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Censo SUAS 2014: análise dos componentes sistêmicos da política nacional de assistência social. Brasília, DF: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2015. 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