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Brend a Aburqu e t iR E S U M O 1 Cardella, B. H. P. (2002). A contrução do psicoterapeuta uma abordagem gestáltica. Summus Editorial. Introdução A Psicologia da Gestalt foi uma influência para a Gestalt-Terapia. Portanto, são ≠. Dicotomia da Gestalt. Polaridades (integração). Pressupostos fenomenológicos-existenciais acerca da natureza humana: existência de um potencial de saúde em cada indivíduo. Tornar-se terapeuta = contínua integração de crescimento pessoal e profissional, sempre em processo. Conscientização do autossuporte (inter-relação do todo). A Abordagem Ênfase na relação terapêutica como caminho de crescimento, criatividade e riqueza instrumental. O conhecimento de produz nessa relação. É preciso criar um clima de escuta e receptividade. Gestalt = configuração, estrutura, tema, relação estrutural ou todo organizado e significativo. Principais influências de Perls: Psicanálise, Análise de Caráter (Reich), Fenomenologia, Psicologia da Gestalt, Teoria Organísmica de Goldstein, Filosofia Existencial e Zen-Budismo. A Atitude Fenomenológico-Existencial Aquilo que da unicidade para todas as partes. É o ponto de convergência da multiplicidade de fontes da Gestalt- Terapia. Fundamenta sua concepção de existência humana, de relação e de método terapêutico, além de seu modelo teórico. Dá sentido a todos os “fragmentos” de influências, propiciando uma estrutura de conjunto. Livre para escolhas = responsável por suas ações. É existencial em dois sentidos: No geral – o sujeito se responsabiliza e escolhe como será sua existência. No particular – tem-se uma concepção de relação, que é dialógica (eu-tu ou eu e tu). Ao realizar a descrição fenomenológica, o Gestalt-terapeuta privilegia o “o quê” e o “como”, em vez do “porquê”. A fenomenologia analisa, então, as vivências intencionais da consciência para perceber como se produz os sentidos dos fenômenos. Logo, não se deve impor suas verdades como universais. No campo da psicoterapia, percebemos a atitude fenomenológico- existencial do Gestalt-terapeuta ao: 1) Enfatizar o aqui-agora, colocando entre parênteses as preconcepções. 2) Buscar insight no campo experiencial da percepção. 3) Descrever a estrutura dos fenômenos. 4) Buscar insight no processo de awarenes (consciência receptiva = tomada de consciência global do momento presente). 5) Adotar a atitude de “consciência de”, que é o que dá sentido (atitude fenomenológica). Buber – Existencialismo Dialógico O diálogo dá-se na esfera do “entre”, mediante a vivência de duas polaridades: EU-TU e EU-ISSO. Ambas são atitudes fundamentais do ser humano para se relacionar com os outros e com o mundo. EU-TU: é formado pelo sujeito-sujeito; o “TU” representa o mundo de cada sujeito; o EU se realiza na relação com o TU (encontro - fundamenta o mundo da relação/relação com o outro, valorizando sua alteridade). É considerado mais integral e completo, pois representa o relacionamento entre dois seres com o todo um do outro, de forma ampla e plena, ou seja, com seus pensamentos, sensações e sentimentos, por exemplo. EU-ISSO: relação do sujeito-objeto, o “ISSO”, representa o universo do objeto; nessa atitude, a pessoa é considerada um objeto, um meio para atingir um fim (coisificação da vida e das relações); ninguém vive sem o EU-ISSO. Se configura como a relação entre o ser com apenas uma parte do todo do outro, num movimento mais distante e impessoal. A vivência da dualidade EU-TU e o EU-ISSO confere uma alternância entre relação e separação, que caracteriza uma existência sadia. Estar disponível para o encontro EU-TU não assegura o encontro, pois não podemos forçar o outro a nos encontrar. São os limites de nossa humanidade. O encontro é imprevisível para ambos, ele simplesmente acontece. O Pensamento Oriental A atitude oriental reflete respeito ao homem como totalidade, que se transforma continuamente quando abandona a si próprio, no desapego do passado e na experiência da abertura do novo, no contínuo fluxo da vida. Indivíduo saudável para Perls: ver o novo como novo. A pessoa é capaz de crescer tornando-se cada vez mais o que é e não quando tenta ser o que não é. Mudar = tornar-se o que já é. Gestalt-terapia não lida com o problema em si, mas com a energia nele presente. O problema é velho = sempre se repete. A energia é nova = nunca se repete. O taoísmo refere-se ao vazio fértil = ao abandono e entrega de si mesmo como o melhor modo de ser criativo. É PRECISO ESVAZIAR- SE PARA PODER PREENCHER-SE. Transitamos entre polaridades que formam nossa totalidade. Conceitos Básicos Campo organismo-meio. O homem é um ser em permanente relação com o meio que o cerca. Mutualidade (não é possível se referir ao ser isoladamente). Auto-regulação organísmica. Processo pelo qual o organismo interage com seu meio. O organismo satisfaz suas necessidades na busca de um equilíbrio que é sempre dinâmico (homeostase). A vida é caracterizada por um jogo permanente de estabilidade e desequilíbrio. Fronteira-de-contato. Funcionamento do homem em seu meio (a experiência). Em vez de separar o indivíduo de seu meio, o CONTÉM, PROTEGE E DELIMTA. Eventos psicológicos (ações, emoções e pensamentos) ocorrem nesse limite. É um ponto pulsante de energia em que o sujeito experiencia o “EU” em relação ao “NÃO-EU”; as fronteiras constituem o ego, pois esse só pode existir quando se encontra com o estranho. Paradoxo: o senso de união depende do senso de separação. O CONTATO SINTETIZA A NECESSIDADE DE UNIÃO E SEPARAÇÃO. É aqui que podem ocorrer mudanças e transformação do sujeito. É também na fronteira que se dão os impedimentos e as confusões eu-outro, que dificultam o processo de crescimento da pessoa. São trabalhados no processo de psicoterapia que, por meio do desenvolvimento do autossuporte do cliente, visa restabelecer o fluxo de seu crescimento. Suporte. É a inter-relação de partes que compõem a totalidade do homem. Na terapia, o suporte é desenvolvido gradativamente. O terapeuta é facilitador do processo gradual de passagem do apoio em suportes de outros para o reconhecimento e a criação de recursos próprios do indivíduo, de modo que consiga estabelecer contatos plenos. Contato. Ajustamento criativo do sujeito e do ambiente, sendo o crescimento a função da fronteira de contato. 1) Momento específico da experiência. 2) Processo contato-retração (atenção/energia que parte de uma pessoa na direção de outra). 3) Sequência necessária de eventos psicológicos no processo de formação de Gestalt. É, portanto, o processo de formação de uma figura contra um contexto (fundo) no campo organismo-meio. Ocorre pelas “funções de contato”: visão, audição, olfato, gustação, toque, fala e movimento. É mediante essas funções que podemos estabelecer contato de boa qualidade, organizar boas fugas ou interromper e obstruir o contato (distúrbios da fronteira de contato). Ajustamento criativo. A psicologia é o estudo dos ajustes criativos. Tendo em vista que o contato é sempre criativo, já que o novo é objeto de contato, temos que ressaltar que no processo de autorregulação organísmica o novo não pode ser aceito passivamente, pois deve ser assimilado. Conceito de Yontef – relacionamento entre o indivíduo e o meio no qual há a responsabilidade da pessoa em reconhecer e conduzir de modo bem- sucedido sua própria vida. Para Ciornai – o funcionamento saudável é o funcionamento sadio. Self. Sistema de contatos em qualquer momento. É a fronteira do contato em funcionamento. Sua atividade é formar figuras e fundo. É o integrador das experiências. Funções: id, ego e personalidade. Id = necessidades vitais e pulsões (nos atos automáticos, a partirda tradução corporal das necessidades: espirar, caminhar etc.) Ego = função ativa; escolhas ou responsabilidade para contatar ou rejeitar aspectos do meio partir da consciência das necessidades e dos desejos (mecanismos de evitação). Sistema de alienações e identificações. Personalidade = relaciona-se à autoimagem do indivíduo; a representação que faz de si mesmo. Distúrbios de fronteira-de-contato. Incapacidade de o indivíduo encontrar e manter um equilíbrio entre ele e o mundo = perdas da função do ego; mecanismos de defesa; distúrbios de limites; distúrbios de contato. Perls considera o indivíduo neurótico quando se torna incapaz de modificar suas técnicas de interação, atuando de forma cristalizada e obsoleta, o que dificulta a interação de forma saudável consigo próprio e com o mundo. Neuroses = perda das funções do ego. Essa perda pode ocorrer: Antes da nova excitação primária = Confluência. Durante a excitação = Introjeção. Confrontando o ambiente = Projeção. Durante o conflito e o processo de destruição = Retroflexão. No contato final = Egotismo. Estilo de Contato No processo terapêutico, o que se procura é: transformar esses mecanismos em estilos de contato, ou seja, adaptáveis às experiências em curso na vida do indivíduo e ampliar a awareness em relação à sua forma de contatar e evitar. São formas saudáveis de interação do indivíduo com o mundo e consigo mesmo. FUNDAMENTAIS NA AUTOREGULAÇÃO ORGANÍSMICA E NO PROCESSO DE CRESCIMENTO EM CURSO. O terapeuta, em vez de combater sua utilização, ajudará o cliente a tornar-se aware do mecanismo e a redirecionar a energia nele investida para interagir de modo funcional e de forma saudável consigo mesmo e com o mundo. Tipos: Dessensibilização; Deflexão; Introjeção; Projeção; Proflexão; Retroflexão; Egotismo; Confluência. 1 – Sobre conceitos básicos da Gestalt-terapia, explique: a) A função Personalidade. b) A função Ego. c) A função Id. d) O vazio fértil. e) O paradoxo da mudança. 2 – O que ensina Helou (2015), ao apresentar a vida e obra de Perls: a) Sobre as obras publicadas. b) Sobre as influências da Gestalt-terapia. 3 – Explique a atitude fenomenológico-existencial do Gestalt- terapeuta e explicite em que situações do processo clínico podemos percebê-la. 4 – Ao estudarmos a construção do psicoterapeuta por meio da abordagem da Gestalt-terapia, podemos compreender o que sobre a relação entre cliente e terapeuta e sobre a concepção de homem? 5 – A respeito da filosofia oriental, como influência importante para a abordagem da Gestalt-terapia, quais os elementos mais importantes de serem assinalados? Escolha um deles e exemplifique. 6 – O que Cardella explica sobre o conceito de organismo-meio? 7 – Sobre o conceito central de fronteira do contato, quais pontos você destacaria para a compreensão desse tema sob a perspectiva da Gestalt-terapia?
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