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Resumo Grupoterapia e Logoterapia

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LOGOTERAPIA
Introdução: 
Logoterapia tem suas discussões através de teóricos humanísticos existenciais. É uma psicoterapia que busca o sentido da vida, não busca inventar um sentido mas refletir e buscar por ele. O homem é entendido como um ser livre e responsável pelas suas decisões. 
Surge na Alemanha no período entre guerras, o fundador foi o neurologista e psiquiatra Viktor Frank, o mesmo passou por 4 campos de concentração separado de sua família e conclui que quando o sujeito tem uma razão para viver o mesmo consegue sobreviver ao mais intenso sofrimento. A falta de sentido acarretaria em desespero e morte. 
Contextualização: 
	Viktor Frankl é austríaco e de origem Judaica, sempre teve interesse pela medicina. Desde de adolescente se mostrou questionador quanto ao sentido da vida. Durante a faculdade publicou artigos que falavam sobre o sofrimento dos jovens e a falta de sentido na vida. Teve contato com Freud e também com escritores do existencialismo como Martin Heidegger, Gabriel Marcel, Karl Jaspers, Martin Buber e Max Scheler. Em 1926 em um discurso utiliza pela primeira vez a palavra logoterapia. Sua família e esposa foram levados para os campos de concentração e lá morreram, Viktor ficou 3 anos como prisioneiro dos campos de concentração e sai com 40 anos. Foi através do que Viktor passou durante esses três anos que lhe fez desenvolver sua teoria. Em 1970 na Califórnia é fundado o primeiro instituto de logoterapia do mundo. Fica conhecido por contrariar as correntes psicanalistas e escreve livros sobre analise existencial junto a logoterapia, passa a fazer conferencias em diversos lugares inclusive no Brasil. 
Conceitos e Definições: 
	É o sentido da vida que traz a motivação para viver, sendo assim está abordagem busca dirigir os pensamentos do indivíduo para o planejamento do futuro e compreender o indivíduo na sua totalidade. O ser humano deve ser visto como bio-psico-socio-espiritual. 
	Dois pontos centrais na teoria de Viktor: 1º a pessoa humana é incondicionada o que está sujeita ao determinismo, o que é condicionado é a dimensão psi-bio-social. 2º dimensão noética que seria a criatura que pertence a este mundo e ao mesmo tempo transborda os seus limites e vai além. 
	Segundo Gomes o desenvolvimento da natureza humana se dá por três áreas: somática, psicológica e espiritual. As duas primeiras em conjunto formam a unidade psicofísica e aqui se encontram fatores inatos, instintos e impulsos. 
Viktor entente a espiritualidade como a mais importante característica do homem, e conceitua ele como: Consciência imediata do “eu” brotando daquilo que ele chamou de “inconsciente espiritual”, de onde, aliás, toda a consciência se origina. Em outras palavras, a Logoterapia vai reconhecer a existência de um inconsciente instintivo proposto por Freud. Isto nos alerta para o fato de que o “ego” não é governado pelo “id” sexual e impulsivo, mas por nossa espiritualidade inconsciente. Desta espiritualidade derivam as principais características do homem: a consciência, o amor e sua capacidade estética (GOMES, 1987, p. 39). Espiritualidade é vista como a capacidade do homem transcender. 
	A segunda característica da existência humana é a liberdade, presente na tomada de decisões e na escolha do melhor caminho a seguir. O homem é essencialmente aquilo que deseja ser. E a terceira característica seria a responsabilidade, na qual o homem é responsável por cumprir e realizar o sentido e os valores. Frankl diz que assumir a responsabilidade é o sentido da existência humana que preconiza a autonomia da existência espiritual. Cada homem é capaz de fazer escolhas únicas pois cada homem tem a sua missão. 
A vontade de sentido: A vontade de sentido na vida não é algo aprendido ou condicionado mas sim próprio da natureza humana sendo este exclusivo, único e especifico. Outros autores dizem que os sentidos e valores são mecanismos de defesa contudo Viktor não apoia esta ideia. A vontade de sentido também pode ser frustrada e para isso a Logoterapia fala de frustação existencial. 
A frustração e o vazio existencial: Segundo Viktor o vazio existencial é a neurose do século XX, este vazio é sentido quando não é encontrado um sentido para a existência, a maioria das pessoas tenta preencher esse espaço de outra forma, podendo utilizar de comida, bebida, sexo ou dinheiro. Buscando assim compensar a angustia de viver. Para algumas pessoas esse vazio aparece como neurose da desocupação, quando o homem é o que produz e não suporta o vazio do final de semana ou das férias. Ser humano se sente incomodado pelo fato de não ter o que fazer. 
O termo existencial pode ser utilizado de três maneiras: 1) a existência em si mesma (modo especificamente humano de ser), 2) ao sentido da existência, 3) a busca pelo sentido concreto. O tédio é um estado de neurose que faz o sujeito perder a vontade de viver, ele se agrava e pode chegar a neurose de massas que é formado pela depressão, agressão e toxicodependência. 
Neuroses noogênicas: Tem sua origem na dimensão noológica, que significa mente. Assim, as neuroses são consequências de problemas existenciais como a falta de um sentido na vida. Outras pessoas por não conseguir fazer suas próprias escolhas buscando seu sentido de viver em amigos, assumindo o sentido de vida deles. As neuroses noogênicas são sempre de cunho espiritual resultantes da frustração existencial. A logoterapia considera sua tarefa ajudar o paciente a encontrar sentido em sua vida, conscientizar o paciente do logos oculto de sua existência. 
Noodinâmica: A busca pelo sentido de vida supõe certa tensão existencial que é útil para a saúde mental. Quando uma pessoa se encontra em uma situação difícil precisará de uma meta para sair da onde está. A força que mobilizará resultará em tensão interna entre aquilo que se é e aquilo que almeja ser. O que o ser humano precisa não é um estado livre de tensões mas antes a busca pela luta e por um objetivo que valha a pena. Noodinâmica é a dinâmica existencial num campo polarizado de tensão, onde um polo está representado por um sentido a ser cumprido e o outro polo, pela pessoa que deve cumprir. A tensão nasce da luta do homem pela transformação de uma realidade em outra que responda seu anseio. 
Sentido da vida: O sentido de vida difere de pessoa para pessoa de acordo com a sua história de vida, convicções e valores. O sentido da vida segundo a logoterapia se dá por três diferentes formas: 1) Criando um trabalho ou praticando um ato; 2) experimentando algo ou encontrando alguém e 3) pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável. O sentido é parte da existência humana precisa apenas ser encontrado. 
Essência da Existência: A logoterapia tem por objetivo levar o paciente a refletir sobre sua responsabilidade. Procura criar no paciente uma consciência plena de sua própria responsabilidade. Vitkor afirma que o sentido da vida deve ser procurado no mundo e não internamente. A auto-realização só é possível como um efeito colateral da autotranscedência. 
O sentido do amor: Antes de amar é necessário conhecer e diante dos defeitos, falhas e faltas aceitar a pessoa. Na logoterapia o amor não é visto como um fenômeno de impulsos e instintos no sentido de uma sublimação. O amor não é entendido como mero efeito colateral do sexo, e sim é entendido como um meio de expressar a experiência daquela união chamada de amor. Com o amor a pessoa vê as potencialidades da outra pessoa e instiga essa pessoa a realizar as potencialidades. 
Valores da experiência e o sentido do sofrimento: As experiências são únicas para cada ser humano e podem impulsionar a busca pelo conhecimento e ocasionar a descoberta do sentido da vida. Quando mais o homem se interessa por seu meio maiores serão os seus conhecimentos e experiências possibilitando a realização. Viktor acredita que a esperança é uma característica unicamente humana sendo o que nos diferencia dos animais. A pessoa que passa por traumas emocionais sofre interferências na sua capacidade de sentir, o sofrimento é mais“facilmente” suportável para aqueles que já conhecem na prática o sentido de sofrer. O sofrimento se torna necessário enquanto via de auto-superação ou superação. 
Inconsciente noético: Diferentemente de Freud que acreditava no inconsciente sexual reprimido a Logoterapia acredita no inconsciente noético no qual a espiritualidade é reprimida. Viktor diz que todo homem carrega um Deus desconhecido porque esta reprimido e uma espiritualidade carente de atualização. Sendo assim o homem é visto como bio-psico-socio e espiritual, onde as neuroses são consideradas como enfermidades que se desenvolvem no espirito mas que não o deterioram porque este é incorruptível. 
O Encontro: A logoterapia utiliza do existencialismo de Martin Buber para explicar encontro como experiência pessoal de interatividade entre o eu e o tu. Na logoterapia o encontro entre o paciente e o terapeuta revela uma atitude de busca e cooperação. Destacam a linguagem como algo a mais que a auto expressão, é sempre autotranscendente como a existência humana na sua totalidade. 
O ser em potência e o vir a ser: A psicoterapia é um ato de fé, uma crença viva e profunda que uma pessoa tem na outra, a ponto de depositar, nas mãos do outro, aquilo que tem de mais particular, sua intimidade e sua história pessoal. De acordo com Gomes quando o sujeito busca assumir sua história através da análise existencial se depara com sete limites ou preocupações: 1) a morte: o sujeito se torna impotente e inseguro diante do risco da morte. A morte estabelece um limite e instala no sujeito um sentido de urgência; 2) liberdade: diante da morte o ser humano anseia por liberdade para colocar em prática os seus sonhos e planos. Esse impulso não é patológico. Mais importante é a liberdade que o ser humano tem dentro de si, a liberdade de consciência. Quem dá os limites para a liberdade é a consciência; 3) isolamento existencial: O homem permanece sozinho na caminhada da existência por mais que tente dividir com família ou através do casamento. Essa barreira por um lado causa desespero mas por outro dá a dimensão de independência; 4) sofrimento: é inevitável e faz parte do processo de crescimento. Assim o sujeito aprende a ser mais cauteloso e mais responsável diante da vida, também contribui para a humanização do homem; 5) Sentimento de culpa: surge na sensação de ter causado sofrimento a alguém. A culpa ajuda-nos a cuidar do outro amenizando o sentimento de solidão; 6) Responsabilidade: através da responsabilidade o ser humano não se torna vazio, a essência da existência humana está na responsabilidade; 7) Busca pelo sentido de vida: todas as preocupações se convergem para a busca de sentido da existência que se projeta no futuro. 
Técnicas: Antes de se iniciar o atendimento pode ser feito uma avaliação utilizando-se do questionamento, este serve para verificar os valores da pessoa e seu nível de frustração existencial. Todas as pessoas que buscam um sentido para a vida podem se beneficiar com a logoterapia, não apenas as que tem um vazio existencial. O encontro com o logoterapeuta é um encontro existencial de dois companheiros que vivem no mesmo mundo e compartilham da mesma realidade universal. A relação entre terapeuta e cliente é posta em igualdade pois ambos precisam de responsabilidade e compromisso diante do outro. 
Pacing: (emparelhamento) é a imitação sutil dos gestos e posturas corporais do cliente que precisa ser feita com todo cuidado para que ele não perceba. É a forma de comunicação não verbal. 
Intenção Paradoxal: é um procedimento através do qual propomos uma coisa ao cliente com vista de obter outra geralmente oposta. A finalidade é provocar modificações no estado psiconeurótico do cliente. 
Dereflexão: deslocar a preocupação exagerada que é reconhecida como enfermidade para algo mais significativo que esteja no futuro mostrando que existem coisas que podem ser mais relevantes que a dor. 
Apelação: sublinhar o lado mais forte da pessoa. É a ponte de ligação entre o existencial e o transcendente. É uma técnica importante uma vez que a pessoa pode não conseguir ver os seus valores. 
Diálogo Socrático: faz com que o cliente seja capaz de dar á luz a si mesmo, a sua própria existência. É o seu autoconhecimento permitindo entrar em contato com o inconsciente noético e a direção que ele pretende dar a vida. Tem 4 papeis importantes que são eles: 1) afastar o cliente do seu problema, 2) ajudar assumir novas atitudes, 3) alertar para o fato de ter vencido os sintomas, 4) capacita o terapeuta e o cliente a encontrarem o sentido vital. 
Denominador Comum: seu objetivo é trabalhar a responsabilidade do cliente quando a vida exigir um tomada de decisão importante, quando as alternativas forem de difícil escolha. Ajuda a tomar decisões responsáveis, torna o cliente capaz de avaliar qual decisão poderá trazer menos sofrimento a ele. 
A Logoterapia e Análise Existencial do Dr. Frankl vem com a proposta de uma escola psicoterápica que pretende superar o reducionismo e condicionamentos, contribuindo com uma visão do ser humano mais completa, de um ser livre e responsável, que constrói a sua história, que se posiciona diante dos condicionamentos biológicos, psicológicos e sociológicos. Traz uma teoria mais otimista e humanizadora.
Principais nomes: Oswald Schwarz, Rudolf Allers, Martin Heidegger, Gabriel Marcel, Karl Jaspers, Martin Buber, Max Scheler. A principal representante da logoterapia é a autora Elisabeth Lukas. 
Resumo Grupoterapia
Introdução: A psicoterapia de grupo possibilita o alívio ou eliminação dos sintomas, o desenvolvimento de comportamentos mais saudáveis, o autoconhecimento e o desenvolvimento proporcionado pelo aprendizado que ocorre nas relações interpessoais e na vivência com o grupo, entidade que reproduz a sociedade em que vivemos.
Histórico: A primeira experiência grupoterápica registrada na literatura foi de J.Pratt em 1905 em uma enfermaria com mais de 50 pacientes tuberculosos criou o método de classes coletivas em bases empíricas. O método que segue as diretrizes de Pratt são denominados como terapias exortativas paternais. As principais vertentes do movimento grupal foram a empírica, psicodramática, sociológica, filosófica, operativa, institucional, comunitária, comunicacional, gestaltíca, sistêmica, comportamentalista e psicanalista (Freud fez estudos sobre as relações entre cada um com a família e a sociedade). 
As experiências de grupo por volta de 1940 tinham finalidade de acelerar a recuperação física dos enfermos mediante uma série de medidas sugestivas para que eles convivessem da melhor forma possível. 
Lewin (da vertente sociológica) criou o termo dinâmica de grupo e substitui o termo classe pelo termo campo. 
Satre também estudou o processo de formação da totalidade grupo em questões como liberdade e responsabilidade individual e coletiva. 
Pichon Riviere (grupo operativo) aprofunda estudos dos fenômenos que surgem no campo dos grupos e que se instituem para a finalidade não de terapia mas, sim, a de operar numa determinada tarefa objetiva como a de ensino/aprendizagem. 
Bion apresenta sua concepção de que qualquer grupo se movimenta em dois planos: o primeiro seria o grupo trabalho operando no plano consciente e está voltado para a execução de alguma tarefa e subjacente a este existe o estado latente que seria o grupo de pressupostos básicos sendo este inconsciente e suas manifestações clínicas correspondem a um primitivo atavismo de pulsões e de fantasias inconscientes. 
Foulkes, inaugurou a prática da psicoterapia psicanalista de grupo em Londres tendo um enfoque gestáltico. O grupo se organiza como uma nova identidade diferente da soma de todos os indivíduos, e por essa razão a interpretação deve ser dirigida a totalidade grupal. 
Contextualização: A terapia de grupo surgiu nos Estados Unidos, sendo as escolas mais influentes: a Escola America, Escola Inglesa e Escola Francesa. A expansão aconteceu por volta de 1932. Na Argentina a psicoterapia de grupo é praticada desde o início dos anos 50 sendo de grandeinfluência Bion. Já no Brasil a psicoterapia de grupo está estreitamente vinculada as instituições psicanalíticas. Prado (1956) utiliza da análise de grupo com a finalidade de ensinar, a dinâmica mental em curso de psicologia, destinado a alunas de enfermagem. Em Porto Alegre, Zimerman formou grupos transitórios com psicóticos e alcoolistas internados. Em 1958 funda-se a Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo dirigida por David Zimerman. 
Principais conceitos: Kurt Lewin utiliza-se do conceito de campo social, sendo este um método de análise das relações de causa e de construção científica. Lewin acredita que o comportamento de cada participante não pode ser compreendido separado pois todos os aspectos estão interligados. Faz a analogia de campo social com uma Gestalt, o todo irredutível. Qualquer alteração em uma das partes implica na alteração das outras partes. 
É necessário lembrar que o grupo não indicado em todos os casos, precisa-se estabelecer critérios de inclusão e exclusão e os participantes precisam ter disciplina e aceitar as regras propostas. Os participantes precisam estar motivados a participar da psicoterapia de grupo. 
Num grupo adulto o principal meio de catarse é a verbalização. As discussões ocorrem livremente sem um roteiro definido. No caso de pré-adolescentes e adolescentes o trabalho de grupo é mais recomendado pois se sentem mais à vontade para romper com o segredo e o isolamento. (Ali todos são normais).
Papel do terapeuta: Empenha-se em manter o foco da conversa, apoiar os participantes que se sentem embaraçados, mediar conflitos e assegurar o cumprimento das regras estabelecidas. O terapeuta também deve ser tolerante, flexível e competente adequando suas intervenções as respostas e maturidade do grupo. Em trabalhos de grupo o terapeuta também é um membro, mas torna-se muito mais exposto diante dos pacientes, sendo alvo das projeções e olhares do grupo como um todo. Deste modo deve evitar fazer revelações pessoais e se expor, procurando delimitar seu papel desde o início do grupo.
Papel do co-terapeuta: influencia o terapeuta em suas decisões e participa desde a elaboração do planejamento terapêutico até mudanças de conduta frente a determinado paciente. A ajuda de um co-terapeuta em uma sessão longa é uma necessidade. O co-terapeuta em um grupo infantil fica responsável em jogar e participar das técnicas enquanto o terapeuta faz as pontuações necessárias e dirige o grupo. É papel do co-terapeuta trazer os membros que não estão participando e dar suporte emocional quando necessário.
Ego grupal: realiza as funções de controle e escolha com respeito as pulsões e a realidade. Regras comum ao grupo, no qual delimitam o que é permitido e advertem quando os limites estão sendo ultrapassados, sendo assim o terapeuta não precisa intervir com tanta frequência. Através das falas de um dos participantes os outros membros podem ter insights e reflexões significativas. A interação entre os membros do grupo é mais importante do que a interação do grupo com o terapeuta. 
Segundo Pichon Riviere existem quatro papéis predominantes no grupo: o líder progressista, o líder da resistência, o bode expiatório e o porta voz. Para que o grupo funcione é necessário um rodizio de papéis. O mesmo autor define grupo como o conjunto restrito de pessoas, ligadas entre si por constantes de tempo e espaço, e articulados por sua mútua representação interna, que se propõe de forma explícita ou implícita, uma tarefa que constitui sua finalidade. Pichon desenvolveu a teoria de grupos operativos no qual os integrantes aprendem a pensar, observar e escutar, bem como reformular suas opiniões aceitando pensamentos e ideologias dos demais integrantes, funcionando de forma aberta ou seja novos integrantes podem participar dos encontros. É necessário que o grupo seja dinâmico e pronto a realizar as tarefas de forma autônoma. Duração da sessão: uma hora e meia. Vale ressaltar que o grupo operativo não é um grupo de psicoterapia mas tem um caráter terapêutico. 
Grupo Focal: recomendado para pesquisas de campo de caráter qualitativo, pode ser realizado em um curto período de tempo e ter baixo custo. O objetivo central do grupo focal é identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos participantes a respeito de um determinado assunto, produto ou atividade. O número de participantes deve ser entre 6 a 10 pessoas com duração de duas horas. São grupos destinados a discussões de um tema em particular. 
Grupo de Adesão: grupo terapêutico centrado na tarefa de tomar consciência da necessidade do cuidado e promover o auto cuidado. Pode ser visto como um grupo de aprendizagem pois os membros trocam experiências e se fortalecem para possíveis desafios que podem encontrar devido a sua doença. Tem caráter informativo, reflexivo e de suporte, e sua finalidade é identificar dificuldades, discutir possibilidades e encontrar soluções adequadas para problemáticas individuais e/ou grupais que estejam dificultando a adesão ao tratamento.
Grupo de ajuda reciproca também conhecidos como grupo de autoajuda, surgiu a partir dos grupos do AA nos Estados Unidos em 1935. Sem referencial teórico ou técnico baseiam-se em fundamentos espirituais e são abertos. 
Coordenador do grupo: é o instrumento que criará um ambiente de integração, confiança, e compreensão, promovendo esclarecimentos e oferecendo conforto e assistência em momentos difíceis contribuindo para uma maior autopercepção. Algumas características necessárias em um terapeuta: capacidade de se expor, humildade, honestidade, espontaneidade, senso de humor, capacidade de manter a esperança e ter paciência quando os resultados se apresentam mínimos. 
Segundo Vinogradov e Yalom o grupo utiliza onze fatores específicos que são eles: 1) instilação de esperança: o paciente tem uma alta expectativa de obter auxilio ou quando o terapeuta acredita na eficácia do tratamento. 2) Universalidade: no grupo os pacientes sentem-se aliviados ao perceber que não estão sozinhos com seus problemas, 3) Oferecimento de informações: terapeuta dá informações didáticas acerca do funcionamento físico ou mental, 4) altruísmo: paciente se sente útil para os outros membros do grupo, característica própria do tratamento de grupo que eleva a auto-estima, 5) Desenvolvimento de técnicas de socialização: os pacientes aprendem acerca do comportamento mal adaptado a partir do feedback que oferecem uns aos outros, 6) Comportamento imitativo: os pacientes aprendem através da substituição, 7) Catarse: compartilhar afetivo do mundo interno e a aceitação dos outros membros, ser capaz de expressar emoções fortes e profundas, 8) Reedição corretiva do grupo familiar primário: possibilidade de recapitulação, ali se relacionam com os membros e com o terapeuta da forma em que se relacionavam com os familiares, 9) Fatores Existenciais: No decorrer da terapia os pacientes podem vir a descobrir que os maiores responsáveis pela autonomia do grupo e pela condição de suas vidas são eles próprios e assim aprendem a lidar com as limitações, 10) Coesão: é um dos aspectos mais complexos e integrais de um grupo, está relacionado a atração dos membros do grupo tem em si e pelo próprio grupo, 11) aprendizagem interpessoal: propõe que cada indivíduo do grupo já traz consigo um conjunto próprio de relações interpessoais passíveis de serem exploradas. 
Técnicas: os principais fundamentos técnicos do grupo vão desde o planejamento da formação do grupo, funcionamento juntamente ao manejo técnico diante dos diferentes aspectos e fenômenos que surgem no campo grupal. 1) Planejamento: deve-se ter uma ideia clara do que ele pretende com o grupo e como irá operacionalizar tal intendo. A entrevista inicial com o paciente é preciso deixar claro que será decidido a melhor forma de tratamento para o paciente seja ela de grupo ou individual, 2) Seleção e grupamento: Cada terapeuta tem sua opinião pessoal a respeito de como organizar um grupo, tem aqueles que pensam que deve existir critérios para a composição do grupo e tem aquelesterapeutas que preferem aceitar qualquer pessoa com o desejo de participar. Slavom sugere que o paciente deva ter experimentado um mínimo de satisfação em suas relações primárias, deve ter sido submetido a um grau íntimo de perturbação sexual, deve ser dotado de suficiência básica do ego e de um mínimo de desenvolvimento do superego. Algumas contraindicações para o grupo seriam paciente que tiveram perturbações sexuais intensas, caráter infantil regressivo e extremo narcisismo, psicóticos, gagos, epiléticos, alcoólatras, deprimidos severos e maníacos, suicidas e homicidas, psicopatas, deficientes mentais, faladores compulsivos, cardíacos, menores de 18 anos e maiores de 50/60 anos., 3) Enquadre (setting): a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o funcionamento grupal e o processo psicoterapêutico. É o resultado de um conjunto de regras, horários, periodicidade, plano de férias, honorários, número médio de participantes. O setting é o espaço para reexperimentar e ressignificar fortes e antigas experiências emocionais. Para a configuração de um setting é importante definir se o grupo será homogêneo ou heterogêneo, sendo este um conceito relativo pois o grupo pode ser homogêneo quanto a patologia e ao mesmo tempo heterógeno quanto a idade, sexo. O grupo pode ser fechado ou aberto, no grupo aberto é aceito a entrada ou saída de membros já no grupo fechado não poderá entrar nenhum novo componente. O número de participantes varia de 4 a 9 membros. Isso varia de terapeuta para terapeuta mas Slavom ressalta que um grupo não deve ter mais que oito participantes. Quase todos os terapeutas concordam que o grupo deve ser misto quanto a idade e sexo. Com relação a idade Zimerman explica que não deve haver discrepâncias máximas. O mesmo autor trabalha com duas sessões semanais, contudo a maioria dos terapeutas preferem trabalhar com uma sessão por semana de duração de 90 minutos podendo chegar a duas horas, 4) manejo das resistências: no grupo a resistência é dirigida contra a livre comunicação, o terapeuta para ter um bom manejo técnico precisa ter claro a função das resistências e o que elas estão representando para um determinado momento. É necessário diferenciar as resistências inconscientes que impedem o crescimento do grupo e as resistências que são bem recebidas no campo grupal. A resistência é multidirecional pois pode ser em relação ao terapeuta, a um membro do grupo ou ao grupo como um todo, 5) manejo dos aspectos transferenciais: as manifestações transferenciais em um grupo adquirem maior complexidade do que no individual. Elas acontecem em 4 níveis que são: para com seus pares, de cada um em relação ao terapeuta, de cada um para o grupo no todo, e do todo grupal em relação ao terapeuta. Também acontece a contratransferência do terapeuta em relação ao grupo, 6) Manejo dos actings: são atuações que acontecem com frequência e representam uma conduta determinada que se processa como uma forma de substituir sentimentos que não conseguem manifestar no plano consciente, é importante que os terapeutas reconheçam isto. Os actings podem ser benignos como as conversas pré e pós reuniões, e os actings malignos como por exemplo a quebra do sigilo quando acontece a divulgação de uma situação para fora do grupo. Os actigns podem ser sentimentos represados que correspondem a fato, fantasias e ansiedade reprimidas e que não são recordadas ou não são pensadas ou ainda não são comunicadas verbalmente, 7) Comunicação: um aspecto da comunicação verbal que merece atenção é que ela pode estar a serviço da incomunicação. Também deve-se ter um olhar atento para a linguagem não verbal cmo gestos, maneirismos, somatizações, choros e silêncios, 8) Atividade interpretativa: é o principal instrumento técnico, não existindo uma formula acabada e certa de como fazer, cada terapeuta deve respeitar seu estilo autêntico. Primeiro se faz necessário interpretar a resistência. A interpretação visa promover o insight, romper fantasias, reconhecer e reintegrar aspectos que estão dissociados e projetados, desfazer as negações da realidade, dar nome a sentimentos primitivos, fazer discriminações entre as diferenças, propiciar ressignificações, e promover desenvolvimento das funções do ego. A interpretação conta com três aspectos: o conteúdo, a forma e o estilo, 9) Funções do ego: como os indivíduos utilizam da capacidade de percepção, pensamento, conhecimento, juízo crítico, discriminação, comunicação e ação, 10) Papéis: os papeis que cada membro desempenha no grupo são os mesmo que ele desempenha nas outras áreas como família, profissional e social, 11) Vínculo: o vínculo do conhecimento possibilita um melhor manejo técnicos com os problemas ligados as diversas formas de negação que possibilitam uma maior compreensão da circulação das verdade, falsidades e mentiras no campo grupal, 12) término: pode acontecer por causa da dissolução do grupo por cumprir uma combinação previa (grupos fechados) ou quando determinada pessoa encerra sua participação embora o grupo continue (grupos abertos). O terapeuta deve adquirir uma fundamentação técnica que possibilite uma definição de critério de término e um manejo adequado para cada situação particular, 13) Atributos de um coordenador de grupo: além dos necessários conhecimentos e habilidades, é necessário gostar e acreditar em grupos, ser continente, ter empatia, ser verdadeiro, ter senso de humor, capacidade de integração e síntese, boa comunicação e ser um bom e novo modelo de identificação. “Desta maneira, a função principal do psicoterapeuta, sua razão de ser no grupo, como pessoa central, é a de ajudar aos pacientes e ao grupo inteiro, através da compreensão e da interpretação” (ZIMERMAN, 1971, p.49).
Discussão teórica: A prática de grupo vem crescendo nos serviços públicos mas os terapeutas sentem-se despreparados. 
Zimermann descreve aspectos presentes em sua prática clínica diária: seleção e composição do grupo, resistência e contratransferência, comunicação, actings, atividade interpretativa, insight, elaboração e crescimento mental. Para este mesmo autor as resistências indicam alguma forma de comunicação não verbal que auxilia o terapeuta entender o que o paciente está ocultando. Com relação a comunicação Zimermann diz que o terapeuta observa e pode manejar os três principais vetores do processo de comunicação: a forma de transmissão das mensagens, a forma de recepção das mesmas e os canais pelo quais flui a comunicação. É importante que o terapeuta estimule o paciente a pensar, utilizando de perguntas para proporcionar a reflexão. Definindo insight Zimerman (2008, p. 10) diz que “é a capacidade de o paciente adquirir uma visão (sight) de seu interior (in) que lhe permita, aos poucos, ir fazendo e conhecendo o mapeamento de seu psiquismo”.