Buscar

direito_tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de análise 
Disciplina: Direito Tributário 
Módulo: Pós Graduação em Direito 
Empresarial 
Aluno: Roberto Botelho Monteiro Neto Turma: 0722-2_3 
Tarefa: Atividade individual 
Introdução 
 
O presente trabalho versará sobre a seguinte situação: 
O Estado de Minas Gerais institui, como causa de extinção do crédito tributário relativo ao 
ICMS, a dação em pagamento de quentinhas, que serão utilizadas nas escolas públicas para 
preparação da merenda escolar. 
Desta feita, será analisada a possibilidade de extinção do crédito tributário por meio da 
dação em pagamento de bens móveis, considerando o disposto no CTN, frente à jurisprudência 
moderna do STF. 
 
Desenvolvimento 
 
Preleciona a legislação pátria a respeito da dação em pagamento de bem imóveis no sentido 
de que esta ocorrerá quando o contribuinte ofertar determinado bem imóvel ao Fisco, tendo 
como fim a quitação da dívida. Nesse toar, o art 141 do CTN preleciona: 
 
 “Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica 
ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos 
nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de 
responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas 
garantias. ” 
 
No entanto, como bem apontado pelo professor Quintanilha: 
 
“Não se podem utilizar bens móveis ao invés de imóveis porque o art. 141 do 
CTN expõe que é causa de extinção somente as previstas nesse artigo, ou seja, o 
presente rol é taxativo. Porém, o bem móvel pode ser dado para garantir o 
juízo. Há necessidade de lei do respectivo ente federado para a concessão da 
possibilidade de pagamento por meio de bens imóveis. ” (Grifo próprio). 
 
 
 
2 
 
Apesar da clareza trazida pelo legislador ao versar sobre o tema sura no CTN no sentido de 
que a extinção do crédito só se dará por bem imóvel, é de suma importância analisar as razões 
pelas quais a lei nos apresenta tal entendimento. 
O tema foi analisado num primeiro momento em 10.12.98, antes da lei complementar n. 
104/2001, através da medida cautelar da ADI 1917, onde fora questionada a eficácia da lei 
1.624/97, editada pelo DF, onde autoriza a quitação dos créditos tributários com a dação em 
pagamento de bens móveis. 
 Como resultado, o entendimento foi à época de que tal forma de extinção seria 
inconstitucional, uma vez que a matéria era de reserva de lei complementar à luz do que 
preleciona o art. 146, iii, da CF/88: 
 
“Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e 
para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados 
no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 
195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)” 
 
Como bem apontando pela Drª ANA FLÁVIA CARNEIRO DA CUNHA E SILVA em seu 
artigo “A dação em pagamento como forma de extinção do crédito tributário: uma análise à luz 
da constituição federal de 1988, do código tributário nacional e da portaria pgfn n. 32/2018. ”: 
 
“Após quatro anos do julgado supramencionado, o Supremo Tribunal Federal 
analisou novamente o tema por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 
2.405 (Medida Cautelar), em que foi analisada a Lei Estadual n. 11.475/2000, 
editada pelo estado do Rio Grande do Sul, que introduziu alterações nas Leis 
estaduais n. 6.537/1973 e n. 9.298/1991, que versam sobre o procedimento 
fiscal administrativo estadual e a cobrança judicial de créditos inscritos em 
dívida ativa, prevendo a dação em pagamento como modalidade de extinção do 
crédito tributário. 
 
Nessa oportunidade, o Supremo alterou o entendimento anteriormente fixado 
na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.917/DF, entendendo pela 
possibilidade de o Estado membro estabelecer regras específicas de quitação dos 
seus próprios créditos tributários. 
 
O raciocínio utilizado neste caso foi o de que se o estado tem competência 
para conceder benefícios fiscais quanto aos seus créditos tributários, por que não 
poderia tratar das formas de extinção dos mesmos? 
 
A decisão ainda se pautou na independência e separação dos poderes, 
afirmando que não haveria qualquer violação ao princípio licitatório, uma vez 
que é permitido ao ente a alienação dos bens objetos de dação em pagamento 
por valor nunca inferior ao que foi recebido e prevê a aquisição de tais bens por 
município, mediante o pagamento em prestações a serem descontadas das 
quotas de participação do ICMS. ” 
 
 Ocorre que conforme entendimento pacificado do Supremo Tribunal Federal, para que 
haja a possibilidade da extinção do crédito tributário através da dação em pagamento de bens 
imóveis, o ente da federação deverá possuir lei própria para que este meio seja aceito de 
maneira legal, ao passo que, a ADI 2.405 (ementa abaixo citada) nos traz o entendimento que 
como não há reserva de lei complementar que verse sobre o tema, compreende-se a aceitação 
da dação em pagamento de bens móveis também. 
 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade: medida cautelar: L. estadual 
(RS) 11.475, de 28 de abril de 2000, que introduz alterações em leis estaduais 
(6.537/73 e 9.298/91) que regulam o procedimento fiscal administrativo do 
Estado e a cobrança judicial de créditos inscritos em dívida ativa da fazenda 
pública estadual, bem como prevê a dação em pagamento como modalidade de 
extinção de crédito tributário. I - Extinção de crédito tributário criação de nova 
modalidade (dação em pagamento) por lei estadual: possibilidade do Estado-
membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos 
tributários. Alteração do entendimento firmado na ADInMC 1917-DF, 18.12.98, 
Marco Aurélio, DJ 19.09.2003: conseqüente ausência de plausibilidade da 
alegação de ofensa ao art. 146, III, b, da Constituição Federal, que reserva à lei 
complementar o estabelecimento de normas gerais reguladoras dos modos de 
extinção e suspensão da exigibilidade de crédito tributário. [...] (STF – Medida 
Cautelar da ADI 2405 DF, Relator: Ministro Carlos Britto, Julgado em 
06/11/2002). 
 
 
 Logo, como bem exposto, pode-se depreender através do julgado do STF que já resta 
pacificada a possibilidade da dação em pagamento de bem móvel como fim para a extinção do 
crédito tributário. Além disso, cada ente federativo possui autonomia para legislar a respeito de 
aceitar tal instituto como maneira de extinção do crédito, desde que sempre esteja à luz da 
preservação do erário e respeitando os princípios jurídicos licitatórios. 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Conclusão 
 
Logo, diante de todo o exposto, à luz do entendimento pronunciado pelo STF através da 
ADI 2.405 e ADI 1.917-DF, é absolutamente possível lei estadual específica disciplinar dação 
em pagamento de bens móveis como forma de extinção de crédito tributário. 
 Desta forma, levando em consideração o questionamento trazido na introdução deste 
trabalho, o Estado de Minas Gerais possui absoluto arcabouço e alinhamento jurídico para 
legislar quanto à possibilidade de aceitação como dação em pagamento as quentinhas (bens 
móveis), umavez que, como já exposto no desenvolvimento acima, resta pacificado a 
aceitação de bens móveis como modo de extinção do crédito tributário; neste caso, o ICMS. 
 
Referências bibliográficas 
BRASIL. Código Tributário Nacional. Brasília: Senado Federal, 1966. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
 
CARNEIRO DA CUNHA E SILVA. ANA FLÁVIA. A dação em pagamento como forma 
de extinção do crédito tributário: uma análise à luz da constituição federal de 1988, do código 
tributário nacional e da portaria pgfn n. 32/2018 – Disponível em: https://ibdt.org.br/RDTA/a-
dacao-em-pagamento-como-forma-de-extincao-do-credito-tributario-uma-analise-a-luz-da-
constituicao-federal-de-1988-do-codigo-tributario-nacional-e-da-portaria-pgfn-n-32-2018/ 
Acesso em: 11 de Agosto de 2022. 
 
LACERDA CHARÃO, Daniel - Análise acerca da possibilidade de extinção de crédito 
tributário mediante dação em pagamento de bens móveis – Disponível em 
https://egov.ufsc.br/portal/conteudo/an%C3%A1lise-acerca-da-possibilidade-de 
extin%C3%A7%C3%A3o-de-cr%C3%A9dito-tribut%C3%A1rio-mediante 
da%C3%A7%C3%A3o-em Acesso em: 11 de Agosto de 2022. 
 
QUINTANILHA, Gabriel – Apostila de Direito Tributário – FGV – Págs 70 e 71. Disponivel 
em: https://egov.ufsc.br/portal/conteudo/an%C3%A1lise-acerca-da-possibilidade-de-
extin%C3%A7%C3%A3o-de-cr%C3%A9dito-tribut%C3%A1rio-mediante-
da%C3%A7%C3%A3o-em 
 
Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
2405-1 - RS. Relator: Min. Carlos Britto. Data de Julgamento: 06/11/2002. Tribunal Pleno. 
Disponível em: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/772350/medida-cautelar-na-ac.... 
Acesso em: 11 de Agosto de 2022. 
https://egov.ufsc.br/portal/conteudo/an%C3%A1lise-acerca-da-possibilidade-de
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/772350/medida-cautelar-na-acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-mc-2405-rs

Continue navegando