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ATIVIDADE INDIVIDUAL_DIREITO TRIBUTÁRIO_PRISCILA PEREIRA FLORIANO_12062131674

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ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de análise
Disciplina: Direito Empresarial Módulo: Direito Tributário
Aluno: Priscila Pereira Floriano 
320611/2022
Turma: ONLO22EF-PODEMSP16T9
Tarefa: Atividade Individual
Introdução
Trata-se de situação em que o Estado de Minas Gerais institui, como causa de extinção do
crédito tributário relativo ao ICMS, a dação em pagamento de quentinhas, que serão utilizadas
nas escolas públicas para preparação da merenda escolar.
Assim, é solicitado para esta consultoria jurídica parecer acerca da possibilidade de
extinção do crédito tributário por meio da dação em pagamento de bens móveis, considerando o
disposto no CTN frente a jurisprudência moderna do STF.
É a síntese dos fatos, passamos a análise do mérito:
Desenvolvimento
De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a dação em pagamento é uma
modalidade de extinção do crédito tributário, e consiste na oferta do contribuinte de um
determinado bem imóvel ao Fisco para que a dívida tributária seja quitada.
Não é possível utilizar bens móveis em detrimento de bens imóveis pois o artigo 141
do CTN dispõe que o crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou
extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no próprio
CTN, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
Logo, o artigo 156 do mesmo diploma legal, ao trazer as hipóteses de extinção do
crédito tributário, o faz de forma taxativa, da seguinte forma:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
 I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – remissão;
V – a prescrição e a decadência;
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VI – a conversão de depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em
lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto
nos artigos 144 e 149.
Assim, para o CTN, o bem móvel não pode ser dado em pagamento de crédito
tributário, podendo ser utilizado apenas em garantia do juízo.
Ocorre que o CTN estabelece normas gerais sobre matéria de legislação tributária,
portanto ele autorizou a dação de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário,
mas não impôs, obrigatoriamente, cabendo a cada ente federado editar normas próprias para
implementar a medida.
Assim, o ente federado deverá ter uma lei própria para instituir a dação em pagamento
de bens imóveis como causa de extinção do crédito tributário.
Por outro lado, para o Supremo Tribunal Federal (STF), é possível a dação em
pagamento de bens móveis, pois não há reserva de lei complementar para tratar do assunto.
Em que pese o STF, no julgamento da Medida Cautelar na ADI 1.917/DF, ter
considerado inconstitucional lei do DF que permitia o pagamento de débito das
microempresas, das empresas de pequeno porte e das médias empresas mediante dação em
pagamento de materiais destinados a atender programas de governo do DF, fundamentando
na reserva de lei complementar para tratar de extinção do crédito tributário, no julgamento
final da ADI 1.917/DF ele reafirmou o seu entendimento relativo a inconstitucionalidade da
previsão, em lei local, de extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento de
bens móveis, mas em virtude da reserva de lei federal para estipular regras gerais de
licitação. Isso porque se um ente recebe um bem em pagamento, ele está, na realidade,
adquirindo o bem sem licitação.
Já no julgamento da ADI 2405/MC/RS, o tribunal, por maioria dos votos, afirmou ser
possível a criação de novas hipóteses de extinção do crédito tributário na via da lei ordinária
local. Tendo confirmado a possibilidade de os entes federados instituírem novas hipóteses de
suspensão e extinção do crédito tributário, desde que essa hipótese não agrida as regras de
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licitação, no julgamento definitivo da mesma.
A maneira de não agredir as regras da licitação na dação em pagamento de bens
móveis não foi detalhada no julgado, porém, para Ricardo Alexandre, a resposta pode ser
extraída dos debates ocorridos durante o julgamento da ADI 1.917/DF, quando o Ministro
Cezar Peluso alegou que a dação em pagamento de bens imóveis prevista na lei distrital não
agredia o princípio da licitação porque resultaria na aquisição, pelo DF, de um “imóvel
determinado”. Em complemento ao raciocínio, o Ministro Sepúlveda Pertence explicou que
o imóvel seria oferecido pelo devedor e um conselho verificaria o interesse distrital em
aceitá-lo.
Assim, para Ricardo Alexandre, ficou claro que os Ministros entenderam que a dação
em pagamento de bem imóvel determinado não resulta agressão ao princípio licitatório por
conta da caracterização de uma inviabilidade de competição, tornando a licitação inexigível,
sendo que no caso de bens móveis, a ocorrência de situações semelhantes é bem mais difícil,
mas não impossível.
Seria possível, por exemplo, o pagamento de débitos tributários mediante a dação em
pagamento de vacinas desenvolvidas para a imunização contra uma nova doença, num
momento do escassez desse item, que inviabilizasse a realização de um processo licitatório
para a aquisição. 
Porém, o Ministro Ricardo Lewandowski menciona que configuraria agressão ao
princípio da licitação situações como a imaginada por ele, com o Estado de São Paulo
permitindo a quitação de débitos do ICMS com carregamento de bananas, sem licitação,
porque a banana está direcionada a merenda escolar.
A situação imaginada pelo Ministro acima trata-se, em verdade, de situação idêntica a
situação analisada, em que o Estado de Minas Gerais institui, como causa de extinção do
crédito tributário relativo ao ICMS, a dação em pagamento de quentinhas, que serão utilizadas
nas escolas públicas para preparação da merenda escolar.
Conclusão
Diante do exposto, temos que a instituição pelo Estado de Minas Gerais da extinção do
crédito tributário relativo ao ICMS por meio da dação em pagamento de quentinhas, que
serão utilizadas nas escolas públicas para preparação da merenda escolar, é inconstitucional, pois
viola o princípio da licitação. Isso porque não há que se falar em inexigibilidade de licitação para
adquirir quentinhas frente a existência de inúmeras empresas que podem estar interessadas em
fornecê-las ao ente por meio de uma licitação em que seja viabilizada a competição, além de que
eventual instituição dessa possibilidade implica em favorecimento de determinadas empresas em
detrimento de outras. Portanto, concordamos com Ricardo Alexandre quando o mesmo
menciona que só é possível a instituição por lei local de extinção de crédito tributário por meio
de dação em pagamento de bens móveis quando esta não resulte em burla ao princípio da
licitação.
Referências bibliográficas
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 15ª Edição. Salvador – Bahia: JusPODIVM,
2021.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm.
Acesso em: 07 de agosto de 2022.
4 
	Atividade individual

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