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resumo doença de chagas

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DOENÇA DE CHAGAS 
- Protozoário: Trypanossoma cruzi. 
- Antroponose frequente nas Américas, 
principalmente na América Latina. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
- Doença tropical negligenciada de expressiva 
morbimortalidade. 
- 16 a 18 milhões de pessoas infectadas no 
mundo. 
- Estima-se que haja no Brasil pelo menos 1 
milhão de pessoas infectadas. A região Norte 
apresenta a maior taxa de incidência. Sua 
distribuição abrange MA e AM até SC e RS. 
 
MORFOLOGIA 
- Como no deslocamento o flagelo vai à frente, 
este ponto é determinado como a parte 
anterior. 
- Cinetoplasto: mitocôndria especializada rica 
em DNA. 
- Possui em seu ciclo diversas formas evolutivas 
(pleomorfismo): 
→ Amastigota: forma arredondada ou oval, 
com flagelo curto que não se exterioriza. 
→ Esferomastigota: forma arredondada, com 
flagelo livre, representando uma transição 
entre a forma amastigota e as formas 
flageladas. 
→ Epimastigota: forma alongada com 
cinetoplasto justa-nuclear e anterior ao 
núcleo. Possui pequena membrana 
ondulante lateralmente disposta. 
→ Tripomastigota: forma alongada, 
cinetoplasto posterior ao núcleo, o flagelo 
forma uma extensa membrana ondulante. 
→ Promastigota: forma alongada com 
cinetoplasto anterior ao núcleo. 
- No hospedeiro vertebrado, as formas 
infectantes são: amastigotas (intracelular) e 
tripomastigotas (extracelular, presentes em 
sangue circulante). 
- Os tripomastigotas sanguíneos podem se 
apresentar como: 
→ Delgados: mais infectantes, porém mais 
sensíveis aos anticorpos. Durante a forma 
aguda, parasitam de preferência células do 
sistema mononuclear fagocitário do baço, 
fígado e medula óssea, sendo estas cepas 
chamadas de “macrófagotrópicas”. 
→ Intermediários. 
→ Largos/Muito largos: menos infectantes, 
provocam parasitemias mais tardias, são 
mais resistentes a anticorpos circulantes. 
Possuem tropismo para células musculares 
lisa, cardíaca e esquelética, sendo 
chamadas “miotrópicas”. 
- Início da infecção: formas delgadas, 
gradualmente substituídas pelas formas largas. 
 
HABITAT 
- Sangue periférico e fibras musculares, 
especialmente as cardíacas e digestivas. 
 
HOSPEDEIRO 
- Hospedeiro definitivo: humano, mamíferos. 
- Hospedeiro intermediário: barbeiro. 
 
TRANSMISSÃO 
- Pelo vetor: a infecção ocorre pela penetração 
de tripomastigotas metacíclicos eliminados 
pelas fezes ou urina de triatomíneos, durante o 
hematofagismo. 
- Transfusão sanguínea. 
- Transmissão congênita: quando existem 
amastigotas na placenta, que liberam 
tripomastigotas que alcançam a circulação 
fetal. 
- Acidente de laboratório: pode ocorrer entre 
pesquisadores e técnicos que trabalham com o 
parasito, desde que haja contato do parasito 
com pele lesada, mucosa oral, ocular ou 
autoinoculação. 
- Coito: (raro) há relatos de encontro de 
tripomastigotas em sangue de menstruação e 
no esperma. 
- Transmissão oral: pode ocorrer na 
amamentação, ingerindo triatomíneos, ou 
ingerindo alimentos contaminados com fezes e 
urina de triatomíneos infectados ou de gambás. 
- Transplante: pode desencadear fase aguda 
grave, pois o indivíduo que recebe um órgão 
transplantado contaminado faz uso de drogas 
imunossupressoras e, consequentemente, 
torna-se menos resistente à infecção. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
1- Penetração dos tripomastigotas metacíclicos 
(infectantes), eliminados nas fezes e urina do 
vetor, pelo local da picada e interação com 
células do SMF da pele e mucosas. 
2- Nas células, ocorre a transformação dos 
tripomastigotas em amastigotas. 
3- Amastigotas se multiplicam por divisão 
binária. 
4- Diferenciação dos amastigotas em 
tripomastigotas que são liberadas pelo 
rompimento da célula. 
5- Vão para a corrente circulatória, atingem 
outras células de qualquer tecido ou órgão para 
cumprir novo ciclo celular ou são destruídos 
por mecanismos imunológicos do hospedeiro. 
Ainda, podem ser ingeridos por triatomíneos, 
onde cumprirão seu ciclo extracelular. 
6- Triatomíneos ingerem as formas 
tripomastigotas presentes na corrente 
circulatória do hospedeiro vertebrado durante 
o hematofagismo. No estômago elas se 
transformam em esferomastigotas. 
7- Os esferomastigotas se transformam em 
epimastigotas no intestino. 
8- Epimastigotas se multiplicam por divisão 
binária. 
9- Na ampola retal do inseto, se tornam 
tripomastigotas metacíclicos (infectantes para 
os vertebrados), eliminados nas fezes ou urina. 
 
 
SINTOMAS 
- Fase aguda: Pode ser sintomática ou 
assintomática. Manifestações locais quando o 
T. cruzi penetra na conjuntiva ou na pele, como 
edema inflamatório bipalpebral ou inflamação 
aguda local, além de febre, mal estar, falta de 
apetite, hepatomegalia, esplenomegalia, 
manchas vermelhas na pele, insuficiência 
cardíaca, perturbações neurológicas, etc. 
- Fase crônica assintomática: muitos pacientes 
podem passar um longo período ou toda vida 
sem apresentar nenhuma manifestação. 
- Fase crônica sintomática: forma cardíaca: 
alterações cardíacas, como insuficiência 
cardíaca congestiva. Forma digestiva: 
alterações morfológicas e funcionais, como 
megaesôfago e megacólon. Pode ocorrer 
ambas as formas. 
 
DIAGNÓSTICO 
- Clínico: análise dos sintomas e origem do 
paciente. 
- Laboratorial: 
Fase aguda: alta parasitemia, presença de 
anticorpos inespecíficos e início de formação de 
anticorpos específicos. 
Fase crônica: baixíssima parasitemia, presença 
de anticorpos específicos. 
→ Exames parasitológicos: exames de sangue, 
cultura de sangue ou material de biópsia, 
métodos de concentração, reação de 
cadeia polimerase, xenodiagnóstico. 
→ Exames sorológicos: reação de precipitação 
ou preciptina, reação de 
imunofluorescência indireta, método 
ELISA. 
 
PROFILAXIA 
- Combate ao barbeiro, melhorias e higiene das 
habitações rurais, controle do doador de 
sangue, vacinação, educação em saúde. 
 
TRATAMENTO 
- Nifurtimox: contra as formas sanguíneas e 
parcialmente contra as formas teciduais. 
- Benznidazol: contra as formas sanguíneas.

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