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. 1 UFBA Assistente em Administração 1. Administração Pública Federal: Disposições Gerais (Constituição Federal, Título III, Capítulo VII). 2. Agente Público: função pública, atendimento ao cidadão. 3. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais - Direitos, deveres, proibições e responsabilidades. (Lei nº 8.112, de 11/12/90). ....................... 1 4. Ética na Administração Pública Federal (Decreto nº 1.171, de 22/06/1994) e sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito (Lei nº. 8.429, de 02/06/1992). ............................. 1 5. Estatuto e Regimento Geral da UFBA disponível em www.ufba.br. .............................................. 32 6. Processo Administrativo: normas básicas no âmbito da Administração Federal. (Lei nº 9.784, de 29/01/99). ............................................................................................................................................... 77 7. Noções de Administração: acadêmica e financeira, de recursos humanos, de material e patrimônio .............................................................................................................................................. 78 8. Licitação: conceito, finalidades, princípios e objeto; obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedação; modalidades e tipos, revogação e anulação; sanções. (Lei nº 8.666, de 21/06/93 e Lei Nº 10.520, de 17/07/2002). .................................................................................................................................... 188 9. Controle Interno e Controle Externo na Administração Pública: conceito e abrangência. ............. 188 10. Lei de Acesso à Informação (Lei Federal 12.527/2011). ............................................................ 194 Decreto nº 7.724/2012. .................................................................................................................... 213 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 2 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br Prezado candidato, este assunto será estudado na matéria de Conhecimentos Específicos, tópico 4. Legislação na Administração Pública: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais (Lei nº 8.112, de 11/12/90); Código de Ética Profissional do Serviço Público – Decreto Nº 1.171, de 22 de junho de 1994 De acordo com Perla Muller1, a modernidade tem experimentado, cada vez mais, uma perda de padrões éticos. Diante a complexidade da vida nos dias atuais, tornou-se extremamente difícil ao homem médio a distinção entre o bem e o mal, o honesto e o desonesto, a virtude e o vício. Tal situação tem exigido uma crescente ampliação do Direito ao campo antes reservado à moral e à ética. O que antes era resolvido pela consciência do homem, hoje passa a ser regido pelo formalismo do Direito. É neste contexto que se destacam os “códigos de ética”, que se caracterizam por princípios e regras que visam justamente definir condutas a serem seguidas por um determinado grupo de profissionais. A necessidade de se definir os caminhos éticos a serem seguidos pelos profissionais de cada ramo específico fez multiplicar, nos últimos anos, os chamados “códigos de ética” relativos às mais diversas profissões (código de ética da advocacia, código de ética da medicina, etc.). Não poderia ser diferente em relação à profissão dos servidores públicos, sobretudo quando se leva em consideração que a Administração Pública deve se pautar pelo princípio da moralidade, sendo exigido de seus agentes, aos quais se incumbe a materialização da vontade do Estado por meio de atos e procedimentos administrativos – um comportamento regido pela ética.2 Considerados os princípios administrativos basilares do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma específico que estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual seja o Decreto n° 1.171/94. Outrossim, os “códigos de ética” são mais que um mero conjunto de leis a serem observadas por seus destinatários, no caso os servidores públicos, sob pena da sanção estatal. Os códigos de ética são, na realidade um conjunto de normas a serem observadas, não por medo da violência do Estado por sua inobservância (sanção), mas por senso e consciência moral livre, autônoma e íntima, por convicção interna, de que os serviços públicos devem orientar-se à consecução do bem comum e prestígio à 1 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 37. 2 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.37. 1. Administração Pública Federal: Disposições Gerais (Constituição Federal, Título III, Capítulo VII). 2. Agente Público: função pública, atendimento ao cidadão. 3. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais - Direitos, deveres, proibições e responsabilidades. (Lei nº 8.112, de 11/12/90). 4. Ética na Administração Pública Federal (Decreto nº. 1.171, de 22/06/1994) e sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito (Lei nº. 8.429, de 02/06/1992). 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 2 solidariedade social como meios de sobrevivência e harmonia da sociedade para o que se exige o estrito respeito ao elemento ético que deve compor todo o agir humano.3 No que se refere aos Servidores Públicos Civis do Poder Executivo Federal, que interessa ao nosso estudo, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 1.171/94, instituiu o Código de ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Na “Exposição de Motivos” do ato normativo, destaca- se que o objetivo pretendido é “instalar, na Administração Pública, a consciência ética na conduta do servidor público, com o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos à prática da solidariedade social”, bem como, expressamente, informar ao cidadão usuário dos serviços públicos “a adesão do Estado ao entendimento doutrinário de que sua conduta conforme à Ética consolida efetivamente o Poder, criando em torno da autoridade a colaboração espontânea da cidadania, em decorrência da consequente obtenção de serviços públicos mais satisfatórios”.4 Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Presidente da República, considerada a atribuição da Constituição Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal:"IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos". Exatamente por causa desta atribuição que o Código de Ética em estudo adota a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional). O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder regulamentar inerente ao Executivo, que se perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos5, não é o caso do decreto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade administrativa), além da Constituição Federal. Disso extrai-se que a adoção da forma de decreto não significa, de forma alguma, que suas diretrizes não sejam obrigatórias: o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à apuração de sua conduta perante a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censura nos casos menos graves. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal divide-se da seguinte maneira: Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal – Decreto Nº 1.171/94 Capítulo I Capítulo II Seção I – Das regras deontológicas; Seção II – Dos principais deveres do servidor público; Seção III – Das vedações ao servidor público. Das comissões de ética. O Código de Ética dos Servidores Públicos foi aprovado pelo Decreto Federal 1.171/94 para os servidores públicos do Poder Executivo Federal com o objetivo de impor as regras que norteiam os princípios, deveres e proibições, os fundamentos e as regras morais que devem ser seguidas pelos servidores públicos do Poder Executivo Federal. As regras deontológicas, previstas no Capítulo I, Seção I, são os valores morais que devem reger determinado grupo social, no caso, os servidores públicos do Poder Executivo Federal. Os servidores públicos devem ter consciência de que seus atos são regidos por princípios éticos e morais, devendo ponderar a legalidade e a finalidade dos atos administrativos, para preservar a moralidade de todos os atos administrativos que praticar. Outrossim, o Capítulo I, Seção II, trata dos deveres do servidor público, que devem ser seguidos, para preservação, também, da moralidade e legalidade dos atos administrativos. Já o Capítulo I, Seção III, trata das proibições feitas ao servidor público em questão, como por exemplo, não prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. Por fim, o Capítulo II, trata das comissões de ética que devem ter em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público. 3 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38. 4 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38. 5 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 3 Segue abaixo a lei na íntegra: DECRETO Nº 1.171/1994 Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Como afirma Perla Muller6, de acordo com o artigo 2º do Decreto, foi determinado à época que os órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta federal deveriam implementar, no prazo de sessenta dias, “as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente” e, posteriormente, a constituição da Comissão de Ética deveria ser comunicada à, então existente, Secretaria da Administração Federal Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos 6 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 4 da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la,ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar- lhe dano moral. Da mesma forma, causar danos a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 5 n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. Seção III Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. CAPÍTULO II DAS COMISSÕES DE ÉTICA XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuiçõesdelegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 6 XVII (Revogado); XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público; XIX - (Revogado); XX - (Revogado); XXI (Revogado); XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso; XXIII (Revogado); XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. Definição de Servidor Público para Fins de Apuração de Comprometimento Ético Aquele que por força de: Preste Serviços de Natureza: Desde que ligado: - Lei; - Contrato ou; - Qualquer Ato Jurídico. - Permanente; - Temporária; - Excepcional; Ainda que sem retribuição financeira. - Direta ou; - Indiretamente; A qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. Para Perla Muller7, conforme anteriormente apontado, é de extrema necessidade compelir os agentes públicos a seguirem um padrão ético condizente com a moralidade que deve cercar os atos administrativos, de modo que o próprio Estado edita normas deontológicas, ditando limites à ação de seus servidores, encontrando-se positivados, além de normas e princípios gerais, normas específicas aos diversos setores da Administração Pública. Quanto às Regras Deontológicas, as mesmas são insertas nos chamados “códigos de ética” que positivam os princípios éticos na forma das normas jurídicas que, por um lado, impõem-se como elemento obrigatório da conduta do servidor público e, por outro lado, apresentam-se como “informativos” aos usuários dos serviços públicos de que devem ser tratados com respeito e dignidade, bem como de que os atos e processos administrativos devem ser dotados de moralidade como condição de sua eficácia e validade.8 Como se vê, o Código de Ética dos Servidores Públicos Federais, reforça a ideia, logo em seu primeiro dispositivo legal (inciso I), de que o servidor público deve manter seu comportamento e seus atos sempre direcionados pelos princípios morais. Tal determinação decorre obviamente do princípio da moralidade previsto expressamente na Constituição Federal de 1988.9 Conduta do Servidor Público Moralidade, dignidade, decoro, zelo, eficácia. Dentro do serviço público e fora dele – Comportamento dentro da moralidade para preservação da honra e tradição dos serviços públicos. 7 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 39. 8 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.39. 9 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 40. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 7 Deve o servidor perseguir sempre o “equilíbrio entre a legalidade e a finalidade” para concluir sobre a moralidade, conforme nos informa o inciso III do código de ética. Sendo assim, o ato administrativo não pode se pautar somente pela legalidade sem que observe uma finalidade que satisfaça o interesse público. Por outro lado, o ato ilegal não se convalesce pelo simples fato de ser mais vantajoso para o interesse público. O que deve se buscar é a perfeita simbiose entre a legalidade e o interesse público.10 Decisões do Servidor devem sempre ponderar entre: Legal x Ilegal Honesto x Desonesto (moralidade do ato) e Preponderância do Interesse Público Justo x Injusto Conveniente x Inconveniente Oportuno x Inoportuno Observe: Remuneração do Servidor pela Sociedade → Contraprestação: Serviço Público de qualidade e pautado pela moralidade. Serviço Público prestado com virtude e eficácia = Benefício ao próprio servidor na vida social; Conduta viciada e desregrada na vida social = Prejuízo ao servidor no ambiente de trabalho. Conforme deflui do inciso VII do Código de Ética, a publicidade é o que permite a transparência dos atos administrativos. Sem dúvida, somente com a transparência dos atos administrativos é que se pode avaliar se o ato está ou não em sintonia com a moralidade. Portanto, somente se admite sigilo quando a segurança nacional assim o exigir, ou em caso de investigações policiais ou, ainda, na hipótese de existir interesse do Estado e da Administração Pública, devendo, nesses casos, ser previamente declarado o sigilo, seguindo-se, para tanto, os termos da lei.11 REGRA EXCEÇÃO Publicidade de todo e qualquer ato administrativo; requisito de eficácia e moralidade. Sigilo declarado em processo nos termos da lei, em caso de: Segurança Nacional, investigações policiais, e interesse superior do Estado e da Administração Pública. Quanto aos principais deveres do servidor público, o servidor deve ter consciência de que: os Princípios Éticos: - Regem o seu trabalho; - Materializam-se na adequada prestação do serviço público. É DEVER DO SERVIDOR Ser: - Probo; - Reto; - Leal; - Justo. Demonstrando toda a integridade do seu caráter; Escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. Das Comissões de Ética: “Estabelecido um código de ética, para uma classe, cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de incorrer em transgressão, punível pelo órgão competente, incumbido de fiscalizar o exercício profissional. [...] A fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de classe compreende as fases preventiva (ou educacional) e executiva (ou de direta verificação da qualidade das práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou seja, da educação insuficiente, e outra parte, bem menor, deriva-se de atos propositadamente praticados. Os órgãos de 10 MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 41. 11 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.42. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 8 fiscalização assumem, por conseguinte, um papel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços prestados e da conduta humana dos profissionais” 12. Com efeito, as Comissões de Ética possuem função de orientação e aconselhamento, devendo se fazer presentes em todo órgão ou entidade da administração direta ou indireta. A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar a instauração desses processos, mediante trabalho de orientação e aconselhamento. A finalidade do código de ética consiste emproduzir na pessoa do servidor público a consciência de sua adesão às normas ético-profissionais preexistentes à luz de um espírito crítico, para efeito de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em consequência, o resgate do respeito ao serviço público e à dignidade social de cada servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla dos deveres e das vedações previstas, através de um trabalho de cunho educativo com os servidores públicos federais. A única sanção que pode ser aplicada diretamente pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena mais branda pela prática de uma conduta inadequada que seja praticada no exercício das funções. Nos demais casos, caberá sindicância ou processo administrativo disciplinar, sendo que a Comissão de Ética fornecerá elementos para instrução. Censura é o poder do Estado de interditar ou restringir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito, quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. Este último inciso do Código de Ética é de fundamental importância para fins de concurso público, pois define quem é o servidor público que se sujeita a ele. “Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa” 13. Elementos do conceito de servidor público: a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por exemplo, prestação de serviços como jurado ou mesário), contrato (contratação direta, sem concurso público, para atender a uma urgência ou emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o caso da nomeação por aprovação em concurso público) - enfim, não importa o instrumento da vinculação à administração pública, desde que esteja realmente vinculado; b) Serviço prestado: permanente, temporário ou excepcional - isto é, ainda que preste o serviço só por um dia, como no caso do mesário de eleição, é servidor público, da mesma forma que aquele que foi aprovado em concurso público e tomou posse; com ou sem retribuição financeira - por exemplo, o jurado não recebe por seus serviços, mas não deixa de ser servidor público; c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à administração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão que tenha algum vínculo com o poder estatal. O conceito é o mais amplo possível, abrangendo autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, enfim, qualquer entidade ou setor que vise atender o interesse do Estado. Atenção! De acordo com Perla Muller14, a Seção II do Código de Ética, no inciso XIV, elenca os principais deveres do servidor público, que estão encadeados nas alíneas “a” a “v” do dispositivo. É INDISPENSÁVEL a leitura e memorização dos deveres, pois são cobrados com bastante frequência nas provas de Técnico e Analista, atentando-se, ainda, para não se fazer confusão com os 12 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 13 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 14 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.44. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 9 deveres elencados no Artigo 116 da Lei Nº 8.112/90, especialmente porque as sanções são diferentes. CUIDADO! No caso específico do servidor público federal, nos termos do artigo 127, da Lei nº 8.112/90, as penas disciplinares passíveis de aplicação são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. Quanto ao Decreto 1171/94, deve ser ressaltado que a única pena passível de aplicação pela Comissão de Ética, com fundamento no Código de Ética, é a censura, conforme os incisos XVI e XXII. Nenhuma outra é possível. Entretanto, determinado fato praticado pelo servidor pode ser, simultaneamente, falta ética e infração disciplinar e penal e, assim, poderá haver a responsabilização do servidor em cada uma das esferas. O inciso XXII determina, ainda, que para a aplicação da pena de censura pela Comissão de Ética deverá haver a devida fundamentação em parecer, que deve ser assinado por todos os membros da comissão, devendo ser dada ciência ao servidor infrator. Foi atribuída, também, às comissões a função de fornecer os registros de conduta ética dos servidores aos respectivos órgãos públicos, para instruir promoções e demais procedimentos inerentes à carreira (inciso XVIII). O servidor deve ter consciência de que: Princípios Éticos Regem o seu trabalho; Materializam-se na adequada prestação do serviço público O Servidor Deve: Cumprir as tarefas; Ter respeito à hierarquia; Resistir e denunciar todas as pressões; Comunicar imediatamente a seus superiores todo e quaisquer atos ou fatos contrários ao interesse público; Exercer suas atribuições. Em relação aos Usuários de Serviço Público, o Servidor Público deve: Tratar cuidadosamente; Ser cortês; Ter: urbanidade, disponibilidade e atenção. Questões 01. (ANAC – Técnico Administrativo – ESAF/2016) Conforme o item XV, do Artigo 3, do Decreto n. 1.171/1994, que institui o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor, exceto: (A) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. (B) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim. (C) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores. (D) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. (E) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 10 02. (CFP – Analista Técnico – Quadrix/2016) Segundo o Decreto nº 1.171/94, que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, são deveres fundamentais do servidor público, exceto: (A) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções. (B) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. (C) exercer com estrita austeridade as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos. (D) abster-se, de forma absoluta, de exercer suafunção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. (E) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 03. (UFRB – Assistente em Administração – FUNRIO/2015) Quais são os deveres fundamentais do servidor público, nos termos de seu Código de Ética? (A) Comunicar quando possível a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público ou privado, exigindo as providências cabíveis. (B) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, independentemente de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano material ao usuário. (C) Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor, independentemente da vantajosidade para o bem comum. (D) Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição secundária da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo. (E) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular. 04. (UFPA – Assistente em Administração – CEPS/UFPA/2015) De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/94), é vedado, dentre outros, ao servidor público (A) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; atender com presteza. (B) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; guardar sigilo sobre assunto da repartição; alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. (C) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. (D) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; tratar com urbanidade as pessoas; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. (E) observar as normas legais e regulamentares; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 11 05. (IF/TO – Enfermeiro do Trabalho – IF/TO/2015) Segundo o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, Decreto nº 1.171/94, são vedações destinadas ao servidor, exceto: (A) Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição. (B) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister. (C) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim (D) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana. (E) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos. 06. (UFF – Auxiliar em Administração – COSEAC/2015) Servidor que se apresenta embriagado no serviço; servidor que representa contra superior hierárquico que viola dever funcional. Pelas regras previstas no Código de Ética do Servidor Público Federal (Decreto n° 1.171/94): (A) a segunda conduta não viola o Código; a primeira só viola o Código se for habitual. (B) a segunda conduta viola o Código; a primeira, não. (C) ambas as condutas violam o Código. (D) nenhuma das condutas viola o Código. (E) a primeira conduta viola o Código; a segunda, não. 07. (UFRB – Assistente em Administração – FUNRIO/2015) Não constitui vedação ao servidor público nos termos de seu Código de Ética, Decreto nº 1.171/94: (A) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. (B) Apresentar-se embriagado no serviço, porém não fora dele, mesmo que habitualmente. (C) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros. (D) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister. (E) Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 08. (DEPEN – Conhecimentos Básicos para Agente e Técnico – CESPE/2015) Com base no Decreto n.º 1.171/1994, na Lei n.º 8.112/1990 e na Lei n.º 8.429/1992, julgue o próximo item. De acordo com o decreto mencionado, a remoção é uma das penalidades aplicáveis ao servidor por comissões de ética. (....) Certo (....) Errado 09. (MEC – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Consoante o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n.º 1.171/1994), julgue o item seguinte. O servidor que tem seu nome ligado a empreendimentos de cunho duvidoso fere o Regime Jurídico dos servidores públicos (Lei n.º 8.112/1990), mas não seu Código de Ética (Decreto n.º 1.171/1994). (....) Certo (....) Errado 10. (MPU – Analista do MPU – CESPE/2015) Considerando as disposições do Decreto n.º 1.171/1994 e as resoluções da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), julgue o item a seguir. É vedado ao servidor público, conforme o Decreto n.º 1.171/1994, retirar da repartição pública qualquer documento pertencente ao patrimônio público, salvo se estiver legalmente autorizado a fazê-lo. (....) Certo (....) Errado 11. (CRF/TO – Assistente Administrativo – CRF/TO/2015) O Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e trata da conduta do servidor público. Nesse sentido, indique a conduta que não é vedada ao servidor: (A) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem. (B) Exercer com estrita moderaçãoas prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos. (C) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 12 (D) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. 12. (MDS – Atividades Técnicas de Suporte – CETRO/2015) De acordo com o previsto no Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, assinale a alternativa correta. (A) A aplicação do Código de Ética padece de regulamentação legal, a qual ainda não está em vigor. (B) O Código de Ética é aplicável, obrigatoriamente, aos servidores e empregados dos órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta para os níveis federal, estadual e municipal. (C) O Código de Ética é aplicável aos servidores e empregados dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta. (D) O Código de Ética é, obrigatoriamente, aplicável apenas aos servidores e empregados dos órgãos e entidade da Administração Pública direta. (E) O Código de Ética somente é aplicável, obrigatoriamente, aos servidores públicos, e, facultativamente, aos empregados de órgãos e entidades da Administração Pública indireta. 13. (UFSJ – Auxiliar em Administração – UFSJ/2015) Genésio Tavares, servidor público efetivo da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), retirou do seu local de trabalho, sem estar legalmente autorizado, 20 folhas de papel ofício para que seu filho pudesse fazer um trabalho de escola. Sobre o fato acima, é CORRETO afirmar que Genésio (A) praticou conduta vedada pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (B) não cometeu nenhuma infração ética prevista no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (C) por ser servidor de universidade, não está sujeito ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (D) não teve comportamento antiético, uma vez que ele retirou apenas 20 folhas de papel ofício. 14. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (A) o dever do servidor de prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. (B) a vedação ao servidor público de usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem. (C) a vedação ao servidor público de prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. (D) o dever do servidor de tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público. (E) o dever do servidor de jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo. 15. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (A) o dever do servidor de tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público. (B) o dever do servidor de jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo. (C) o dever do servidor de prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. (D) a vedação ao servidor público de usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem. (E) a vedação ao servidor público de prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. 16. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. (A) o dever do servidor público de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. (B) a vedação, ao servidor público, de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 13 (C) a vedação, ao servidor público, de exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. (D) o dever do servidor de ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. (E) o dever do servidor de ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. 17. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (A) a vedação, ao servidor público, de exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. (B) o dever do servidor de ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. (C) o dever do servidor de ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. (D) o dever do servidor público de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. (E) a vedação, ao servidor público, de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. 18. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP/2016) Para fins de apuração do comprometimento ético, o Decreto nº 1.171/1994 entende por servidor público: (A) somente os empregados públicos das autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. (B) somente os servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e empregados públicos das fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. (C) qualquer pessoa que preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, direta ou indiretamente, a qualquer órgão do poder estatal ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. (D) qualquer pessoa que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado diretamente a qualquer órgão do poder estatal. (E) somente os servidores da administração direta do Poder Executivo, visto que as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, serem pessoas jurídicas de direito privado. 19. (IF/TO – Assistente em Administração – IF/TO/2016) De acordo com o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, consiste em vedações ao servidor público, exceto. (A) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana. (B) Desviar servidor público para atendimento ainteresse particular. (C) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele eventualmente. (D) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros. (E) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências. 20. (IF/TO – Assistente em Administração – IF/TO/2016) De acordo com o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, não constitui dever do servidor público. (A) Deixar de comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis, a fim de não gerar possíveis desentendimentos na repartição. (B) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções. (C) Ter consciência de que o trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 14 (D) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando, prioritariamente, resolver situações procrastinatórias, principalmente, diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário. (E) Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva. 21. (Prefeitura de Cascavel – Arquiteto – CONSULPLAN/2016) São regras morais que devem ser seguidas pelos servidores públicos, segundo o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, EXCETO: (A) O servidor não pode omitir ou falsear a verdade, que é um direito de toda pessoa, mesmo contrariando interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. (B) Devido à função pública de sua atividade profissional, os fatos e atos verificados na conduta do servidor em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. (C) De forma irrestrita, a publicidade de todos os atos administrativos constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão e comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. (D) Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral, assim como se constitui em ofensa ao Estado e as pessoas deixar um bem público deteriorar por descuido ou má vontade. (E) Além de atitude contra a ética ou ato de desumanidade, caracteriza-se grave dano moral aos usuários dos serviços públicos, o servidor deixar de oferecer solução a uma situação que compete a ele ou seu setor, permitindo a formação de longas filas ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço. 22. (IF/TO – Professor de Administração – IF/TO/2016) Através do Decreto nº 1.171\1994 fica aprovado o código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. São deveres fundamentais do Servidor Público: (A) informar o código de ética apenas aos integrantes do seu setor. (B) apresentar-se ao trabalho com vestimentas proporcional ao seu estilo pessoal. (C) manter limpo o ambiente de trabalho, mas sem necessidade específica a sua organização e distribuição. (D) comunicar aos seus superiores atitudes que não condiz com sua cultura pessoal e exigir conforme o código de ética o seu sigilo. (E) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. Respostas 01. Resposta: A. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. 02. Resposta: C. (a) Lei 1.171, XIV, q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; (b) Lei 1.171, XIV, s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; (c) Lei 1.171, XIV, t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; (d) Lei 1.171, XIV, u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; (e) Lei 1.171, XIV, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 03. Resposta: E. São deveres fundamentais do servidor público: 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 15 a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular. 04. Resposta: C. A) Atender com presteza (Isso não é vedado ao servidor, mas dever); B) Guardar sigilo sobre assuntos da repartição (Não é vedado ao servidor, mas dever); C) Correta – Decreto 1.171/94 - Seção III inc. XV; D) Trata com urbanidade as pessoas (É dever do servidor); E) Observar as normas legais e regulamentares (Também não e vedado ao servidor, mas dever). 05. Resposta: A. A Letra A, é um dos Deveres do Servidor Público, vide Decreto 1171/94. Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; As demais afirmações são consideradas como proibições: Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana. 06. Resposta: E. Decreto 1.171/1994 XIV (Dos Principais Deveres do Servidor Público) h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; XV (Das Vedações ao Servidor Público) n) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente (O "habitualmente", pelo que entendo, aplica-se somente ao caso de estar embriagado fora do serviço). 07. Resposta: B. XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 16 o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 08. Resposta: Errado. Remoção não é pena. E a única punição prevista no Código de Ética é a censura. Decreto 1.171. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. Lei 8.112/90. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 09. Resposta: Errado. Segundo o Decreto 1.171/94 temos: Seção III - Das Vedações ao Servidor Público: XV - É vedado ao servidor público: p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 10. Resposta: Certo. Decreto 1.171/94 Das Vedações ao Servidor Público: XV - E vedado ao servidor público; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público. 11. Resposta: B. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos. 12. Resposta: C. O Código de Ética dos Servidores Públicos foi aprovado pelo Decreto Federal 1.171/94 para os servidores públicos do Poder Executivo Federal com o objetivo de impor as regras que norteiam os princípios, deveres e proibições, os fundamentos e as regras morais que devem ser seguidas pelos servidores públicos do Poder Executivo Federal. 13. Resposta: A. l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público. 14. Resposta: A. Com base no D 1171 A) CERTO: CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública B) Seção III Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem C) XV - E vedado ao servidor público; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam D) Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público E) XIV - São deveres fundamentais do servidor público 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 17 d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo 15. Resposta: C. a) Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público b) XIV - São deveres fundamentais do servidor público d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo c) Certo. Das Regras Deontológicas XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública d) Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem e) Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam 16. Resposta: A. D1171 a) Errado. (Das Regras Deontológicas) - II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. b) XV - E vedado ao servidor público; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; c) XV - E vedado ao servidor público; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. d) XIV - São deveres fundamentais do servidor público: f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; e) XIV - São deveres fundamentais do servidor público: c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. 17. Resposta: D. d) Das Regras Deontológicas: II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. XV - E vedado ao servidor público; a) p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. e) d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; XIV - São deveres fundamentais do servidor público: b) f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; c) c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. 18. Resposta: C. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 18 a qualquer órgãodo poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 19. Resposta: C. XV - E vedado ao servidor público; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente. 20. Resposta: A. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis. 21. Resposta: C. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 22. Resposta: E. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: (...) f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. Improbidade administrativa é a falta de probidade do servidor no exercício de suas funções ou de governante no desempenho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento do Erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º, da Constituição Federal, e no plano infraconstitucional pela Lei Federal Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional.” Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em sua obra Direito Administrativo, 27ª edição, editora Atlas, 2014. “A improbidade administrativa, como ato ilícito, vem sendo prevista no direito positivo brasileiro desde longa data, para os agentes políticos, enquadrando-se como crime de responsabilidade. Para os servidores públicos em geral, a legislação não falava em improbidade, mas já denotava preocupação com o combate à corrupção, ao falar em enriquecimento ilícito no exercício do cargo ou função, que sujeitava o agente ao sequestro e perda de bens em favor da Fazenda Pública.” A referida lei pune os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. Pune ainda, os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades já mencionadas. Contudo, a lei também poderá ser aplicada, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 19 IMPORTANTE: As entidades públicas mencionadas são as referidas no artigo 1º da Lei nº 8.429/92: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. O agente que comete ato de improbidade está sujeito às sanções penais, civis e administrativas cabíveis ao caso concreto, além das seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: Sujeitos dos Atos de Improbidade O art. 1º da Lei de Improbidade elenca os sujeitos passivos dos atos de improbidade, a saber, as pessoas jurídicas que sofrerão as consequências desses atos. Essas pessoas jurídicas devem pertencer à Administração Direta ou Indireta de qualquer dos poderes, seja da União, dos Estados ou dos Municípios, bem como a empresa incorporada ao patrimônio público ou a entidade em cuja criação ou custeio haja concorrido o erário público com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. O parágrafo único do mesmo artigo determina que também são puníveis os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício de órgão público, assim como contra aquelas em que o erário público tenha concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio. Deve-se ter em mente que é imprescindível a determinação do sujeito passivo, haja vista que somente os atos cometidos contra as pessoas descritas no art. 1º e em seu parágrafo único podem ser tipificados como de improbidade e, portanto, gerar a aplicação da Lei nº 8.429/92. Os sujeitos ativos são as pessoas que praticam os atos de improbidade, podendo ser agentes públicos ou terceiros. O art. 2º da Lei em estudo traz a conceituação de “agente público” para fins dessa lei. Já os terceiros estão conceituados no art. 3º. Ocorrendo o enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro beneficiário perderá os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Vamos observar o teor do art. 7º da Lei de Improbidade: Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade, até o limite do valor da herança. Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser divididos em três espécies: 1) Ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito; 2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário; 3) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 20 Vamos analisar as três espécies.1. Ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9º): No artigo 9º, desta lei, constitui ato de improbidade administrativa auferir, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida, por meio do exercício do cargo, mandato, função, emprego ou atividade da Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Administração direta, indireta ou fundacional, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade, cuja criação ou custeio, tenha o erário concorrido com mais de 50% do patrimônio ou da receita federal. Para a tipificação deste artigo é necessário que exista: - dolo do agente; - Obtenção de vantagem patrimonial pelo agente; - Ilicitude da vantagem obtida; - Existência de nexo causal entre o exercício funcional e a vantagem indevida. As 12 condutas ilícitas seguem abaixo na disposição da lei, em seu artigo 9º. Lembrando que trata-se de rol exemplificativo, desta maneira, as 12 condutas não são as únicas. 2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário (art. 10). Constitui ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário, qualquer ação ou omissão, seja culposa ou dolosa, desde que enseje desvio, perda patrimonial, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no artigo 1º da citada lei. São requisitos necessários para a configuração deste artigo: - Conduta dolosa ou culposo do agente; -Conduta ilícita; - Existência de lesão ao erário ou perda patrimonial, desvio, apropriação...; - - Não exigência de obtenção de vantagem patrimonial pelo agente; -Existência de nexo causal entre a função do agente e o prejuízo causado ao erário. O rol do artigo 10 é não-taxativo e portanto não se esgota apenas no que consta aqui, como exemplos. 3) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública: (art. 11). No artigo 11, a Lei no 8.429/92 dispõe constituir ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições que atentem contra os princípios que compõem a Administração Pública. Portanto, para a tipificação de uma das condutas previstas no artigo 11, falamos em alguns requisitos: - Conduta dolosa do agente; - Conduta comissiva ou omissiva ilícita que, em regra, não gere enriquecimento ilícito ou não cause lesão ao patrimônio público; - Violação dos deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. - Atentado contra os princípios da Administração; - Existência de nexo causal entre o exercício funcional e o desrespeito aos princípios da administração. No mesmo sentido, o rol do artigo 11 é exemplificativo. Prescrição Existe prazo prescricional descrito no art. 23 da Lei de Improbidade Administrativa, prazo esse que deve ser considerado para a aplicação das sanções para faltas funcionais cometidas pelos servidores públicos. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 21 Ressalte-se que o art. 37, § 5º da Constituição determina que são imprescritíveis as ações que tem por objetivo o ressarcimento dos danos causados ao erário. Em relação ao agentes ocupantes de cargo efetivo ou empregos públicos deve-se aplicar os prazos prescricionais descritos me lei específica. Procedimento O procedimento administrativo que se destina a apurar a existência de atos de improbidade no âmbito interno da Administração Pública está descrito no capítulo V da Lei nº 8.429/92. Segundo norma do art. 14, qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa com vistas a ser instaurada investigação cuja finalidade será apurar a prática de ato de improbidade. A representação, contudo, deve ser feita por escrito ou reduzida a termo e deve ser assinada pelo representante, devidamente qualificado. Deve-se apresentar as informações sobre o fato, sobre a autoria e as provas. Deve a autoridade administrativa competente pronunciar-se sobre o conteúdo da representação, podendo inclusive, rejeitá-la através de um despacho devidamente fundamentado. Uma vez tendo sido rejeitada, a autoridade administrativa poderá averiguar a prática dos referidos atos de ofício, bem como caberá nova representação ao Ministério Público. O Ministério Público, por sua vez, é competente para a instauração de inquérito civil, caso não possua todos os elementos necessários para o ajuizamento da ação de improbidade. Uma vez sendo instaurado o processo administrativo, deverá a comissão processante, notificar o fato ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, para que tenham a oportunidade de indicar representantes que acompanharão o procedimento administrativo. Em havendo comprovação da existência de fundados indícios de responsabilidade, a Comissão tem o dever de representar o Ministério Público ou a Procuradoria para que seja ajuizada ação cautelar com pedido de sequestro de bens do sujeito passivo. Uma vez ajuizada a medida cautelar, deve o Ministério Público ou a pessoa jurídica interessada propor a ação principal dentro do prazo de trinta dias, contados da efetivação da medida. No intuito de preservar a indisponibilidade dos interesses públicos, prevê a Lei, no art. 17 a proibição da realização de transação, acordo ou conciliação nesse tipo de ação. Assim, também não é possível a desistência da ação, segundo posicionamento doutrinário. Fase Preliminar: é realizada antes do recebimento da petição inicial e está prevista no § 7º do art. 17 da Lei de Improbidade Administrativa. A primeira regra diz respeito ao juízo de admissibilidade em que o juízo notifica o requerido para que apresente, no prazo de 15 dias, manifestação escrita que pode ser instruída com documentos. O descumprimento dessa regra acarreta a nulidade do processo. Uma vez tendo sido recebidas as manifestações do requerido, pode o juiz rejeitar a ação de improbidade, por decisão fundamentada em que demonstre a caracterização da inexistência do ato de improbidade, ou a inadequação dessa via, bem como a impossibilidade de julgamento. De outra banda, se houver indícios da existência da prática de atos de improbidade, o juiz receberá a petição inicial, determinando a citação do réu para que, querendo apresente contestação. Aqueles que apresentarem representações sem fundamento sujeitam-se à penalidades cíveis e penais, essas últimas descritas no art. 19 da lei em comento, sujeitam a pessoa a pena de detenção de seis a dez meses e multa, bem como ao pagamento de danos morais e materiais. E respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa somente poderá ocorrer a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos após o trânsito em julgado da sentença condenatória. É possível, contudo, a autoridade administrativa ou judicial determinar o afastamento do agente do cargo, emprego ou função, sem prejuízo de sua remuneração, desde que essa medida seja necessária para a instrução processual. Aplicação de Sanções De acordo com o art. 12 da Lei de Improbidade as penalidades impostas pela prática de atos de improbidade administrativa não depende das sanções penais, cíveis e administrativas, podendo as mesmas serem aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato. Dessa feita, é possível ao agente ser responsabilizado individualmente em cada esfera, recebendo assim as punições previstas. A posse e o exercício do agente público é condicionado à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 22 Vamos conferir o artigo 23 da Leide Improbidade, que trata da prescrição: Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Vamos acompanhar em seguida o que dispõe a Lei nº 8.429/92 que versa sobre o tema: LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: CAPÍTULO I Das Disposições Gerais Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 23 Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. CAPÍTULO II Dos Atos de Improbidade Administrativa Seção I Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. Seção II Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 24 III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências,bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; (Vide Lei nº 13.019, de 2014) IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014). Seção III Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 25 IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014). IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015). CAPÍTULO III Das Penas Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. CAPÍTULO IV Da Declaração de Bens Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regulamento) (Regulamento) § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. § 3º Será punidocom a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo . 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 26 CAPÍTULO V Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965. § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. § 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. § 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 27 Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. CAPÍTULO VI Das Disposições Penais Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. CAPÍTULO VII Da Prescrição Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. CAPÍTULO VIII Das Disposições Finais Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário. Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República. FERNANDO COLLOR Questões 01. (TJ/MT - Técnico Judiciário – UFMT/2016). De acordo com a Lei n.º 8.429, de 02 de junho de 1992, são atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública: (A) Permitir a aquisição de bem por preço superior ao de mercado; Ordenar a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento. (B) Perceber vantagem econômica indireta, para facilitar a alienação de bem público; Receber vantagem econômica direta, de qualquer natureza, para tolerar a exploração de jogos de azar. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 28 (C) Qualquer ação dolosa que enseje perdapatrimonial, desvio, apropriação dos bens do Poder Legislativo Municipal; Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de mandato de governador de Estado. (D) Negar publicidade aos atos oficiais; Frustrar a licitude de concurso público. 02. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar – FUNCAB/2016). Sobre o tema da improbidade administrativa, e de acordo com a Lei n° 8.429/1992, assinale a alternativa correta. (A) Somente os agentes públicos de nível hierárquico superior são obrigados a observar os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. (B) A lei n° 8.429/1992 se aplica somente aos agentes públicos que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma. (C) No caso de enriquecimento ilícito, tanto o agente público quanto o terceiro beneficiário perderão os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (D) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está sujeito às penalidades da lei de improbidade administrativa. (E) Não haverá ressarcimento integral do dano causado ao patrimônio público nos casos de omissão, seja ela dolosa ou culposa. 03. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016). De acordo com a Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre os atos de improbidade administrativa, a prescrição para a pretensão de aplicação aos agentes das sanções pessoais pela prática de ato de improbidade ocorre em: (A) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário; (B) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível; (C) cinco anos após o término do exercício de mandato eletivo e dois anos após o fim da investidura de cargo em comissão ou de função de confiança; (D) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário; (E) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível. 04. (Prefeitura de Barbacena/MG - Advogado – FCM/2016). No tocante à Lei n.º 8.429/92, sobre improbidade administrativa: (A) As sanções, previstas na Lei de Improbidade Administrativa, são privativamente de caráter penal. (B) A ocorrência de prejuízo ao erário é uma condição precípua para a configuração de improbidade administrativa. (C) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. (D) As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei devem ser propostas no máximo até o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sob pena de prescrição. 05. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016). Constituem atos de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, exceto: (A) Frustrar a ilicitude de concurso público. (B) Deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo. (C) Negar a publicidade dos atos oficiais. (D) Retardar, ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício. 06. (DER/CE - Procurador Autárquico – UECE-CE/2016). É exemplo de ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (A) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado. (B) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea. (C) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 29 (D) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade. 07. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/SP - Procurador - CAIP-IMES/2016). No que tange à improbidade administrativa, pode ser afirmado que: (A) o sucessor daquele que causou lesão ao patrimônio público não está sujeito às cominações da lei de improbidade administrativa. (B) quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito, a autoridade administrativa responsável pela apuração deverá representar à Polícia Federal, a quem caberá indisponibilizar os bens do indiciado. (C) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, deve ocorrer o ressarcimento parcial do dano. (D) as disposições da lei de improbidade administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, tenha concorrido para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiado sob qualquer forma direta ou indireta. 08. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO/2015). No tocante a improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar o seguinte: (A) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. (B) os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de sessenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos. (C) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão culposa do agente ou de terceiro, dar- se-á o parcial ressarcimento do dano. (D) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, poderá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito, a seu juízo, representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. (E) reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, desde que não transitoriamente e sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. 09. (PC/AC- Perito Criminal – Contabilidade – FUNCAB/2015). Com relação aos atos de improbidade administrativa, pode-se afirmar que: (A) constituem atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação de bens e haveres. (B) nos atos de improbidade administrativa que causam prejuízos ao erário, o elemento subjetivo da conduta restringe-se ao dolo. (C) constituem atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. (D) constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função ou emprego. (E) constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes. 10. (TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária – AOCP/2015). É ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário (A) receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ouamparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público. (B) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. I o, da Lei n.° 8.429/92, por preço superior ao valor de mercado. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 30 (C) perceber vantagem econômica, direta ou Indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado. (D) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º da Lei n.° 8.429/92, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros, contratados por essas entidades. (E) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado. 11. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro -Analista Legislativo - FJV/2014). A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92), no que tange à prescrição prevê: (A) a sua inaplicabilidade, tendo em vista que a Constituição da República impõe a imprescritibilidade das condutas ímprobas em geral (B) diretamente o prazo prescricional de 5 anos no que se refere a atos praticados por ocupantes de cargo efetivo ou emprego público (C) a possibilidade de propositura de ações sancionatórias até cinco anos após o término de exercício de mandato, de cargo em comissão ou função de confiança (D) a remissão a leis específicas funcionais de cada Ente Federativo, em claro respeito ao Pacto Federativo, nada dispondo acerca de prazos prescricionais. 12. (Prefeitura de Vila Velha/ES - Especialista em Controladoria Pública - FUNCEFET/2014) Com relação à Lei 8.429/1992, pode-se afirmar: (A) Ela deverá ser aplicada mesmo a fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor, desde que após a promulgação da Constituição Federal de 1988, tendo em conta o princípio da moralidade. (B) De acordo com a lei, somente as autoridades constituídas para tal fim poderão representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. (C) A lei estabeleceu como ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, desde que dolosa, pois não há falar-se em improbidade culposa. (D) A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, aos cofres do Tesouro correspondente à pessoa jurídica prejudicada. (E) A lei estabeleceu prazos prescricionais distintos para os ilícitos praticados por diferentes categorias de agentes públicos. Respostas 01. Resposta: D Lei nº 8429/92 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: ( ) IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público. 02. Resposta: C Lei nº 8429/92 Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 03. Resposta: E Lei nº 8429/92 Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. 04 Resposta: C Lei nº 8429/92 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 31 Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 05. Resposta: A Lei nº 8429/92 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: ( ) V - frustrar a licitude de concurso público. 06. Resposta: D Lei nº 8429/92 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: ( ) VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade. 07 Resposta: D Lei nº 8429/92 Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 08. Resposta: A Lei nº 8429/92 Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. 09. Resposta: D Art. 9°, Lei 8429/92 “Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei”. 10.Resposta: E Art. 10, Lei 8429/92 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...) V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado. 11. Resposta: C Nos termos do que prevê o artigo 23, da Lei 8429/92, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Deste modo, a alternativa que se enquadra no previsto na norma é a letra “C”. 12. Resposta: E Nos termos do artigo 23 da Lei nº8.429/1992, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 32 II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Assim, é correto afirmar que existem prazos prescricionais distintos para os ilícitos cometidos por diferentes categorias de agentes públicos. Estatuto da UFBA TÍTULO I DA INSTITUIÇÃO Capítulo I NATUREZA JURÍDICA Art. 1º A Universidade Federal da Bahia – criada pela Carta Régia de fundação do Colégio Médico- Cirúrgico da Bahia, firmada pelo Príncipe Regente D. João, em 18 de fevereiro de 1808; instituída pelo Decreto-Lei n. 9.155, de 8 de abril de 1946; reestruturada pelo Decreto n. 62.241, de 8 de fevereiro de 1968 – é uma autarquia com autonomia didático-científica, administrativa, patrimonial e financeira, nos termos da lei e do presente Estatuto. Capítulo II OBJETIVOS INSTITUCIONAIS Art. 2º São objetivos institucionais da Universidade:I- educar para a responsabilidade social e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento humano com ética, sustentabilidade e justiça; II- gerar e propagar conhecimentos, saberes e práticas no campo das ciências, das artes, das culturas e das tecnologias; III- propiciar formação, educação continuada e habilitação nas diferentes áreas de conhecimento e atuação, visando ao exercício de atividades profissionais e à participação no desenvolvimento da sociedade; IV- exercitar a excelência acadêmica, mediante o desenvolvimento das ciências, das artes e das humanidades, fomentando o pensamento crítico-reflexivo nos diversos campos de saberes e práticas; V- promover a extensão universitária, visando à difusão de avanços, conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e artística e da pesquisa científica e tecnológica geradas na Instituição; VI- contribuir para o processo de desenvolvimento local, regional, nacional e global, realizando estudo sistemático de seus problemas e formando quadros científicos, artísticos e técnicos de acordo com suas necessidades; VII- promover a equidade na sociedade, combatendo todas as formas de intolerância e discriminação decorrentes de diferenças sociais, raciais, étnicas, religiosas, de gênero e de orientação sexual; VIII- fomentar a paz, a solidariedade e a aproximação entre nações, povos e culturas, mediante cooperação internacional e de intercâmbio científico, artístico e tecnológico, com especial foco nos países de língua oficial portuguesa e nos países latino-americanos; IX- manter a Universidade aberta à participação da população, promovendo amplo e diversificado intercâmbio com instituições, organizações e movimentos da sociedade; X- implementar e cultivar princípios éticos na formulação e implementação de políticas, planos, programas e iniciativas que concretizem suas atividades-fim. Parágrafo único. A Universidade poderá exercer outras atividades no interesse da sociedade, desde que em acordo com o estabelecido neste artigo. Capítulo III COMPOSIÇÃO Art. 3º A Universidade compõe-se de: I- corpo docente; II- corpo discente; III- corpo técnico-administrativo. 5. Estatuto e Regimento Geral da UFBA disponível em www.ufba.br 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 33 Parágrafo único. Os regimes funcional e disciplinar a que estarão sujeitos os membros dos corpos docente, técnico-administrativo e discente serão estabelecidos no Regimento Geral da Universidade. Art. 4º A responsabilidade pelas atividades letivas é privativa do corpo docente, constituído por professores com atividade regular de ensino, pesquisa, extensão ou administração universitária. Parágrafo único. O estabelecimento de categorias, formas de provimento, exercício, movimentação, regime de trabalho, deveres, direitos e vantagens dos membros do corpo docente obedecerão ao disposto no Regimento Geral da Universidade, vinculados ao regime próprio do servidor público federal e ao respectivo Plano de Carreira. Art. 5º Constituem o corpo discente os estudantes regularmente matriculados nos diversos cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu mantidos pela Universidade. § 1º O corpo discente será representado por entidades de organização estudantil; no nível superior da administração, pelo Diretório Central dos Estudantes e, no nível dos cursos, por Centros e Diretórios Acadêmicos. § 2º Cada órgão deliberativo da Universidade terá representação dos estudantes, escolhida em processo conduzido pelas entidades de organização estudantil, nos respectivos níveis de gestão. Art. 6º O corpo técnico-administrativo da Universidade compreende os servidores que exercem atividades de suporte ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, necessárias ao cumprimento dos objetivos institucionais, vinculados ao regime que lhes é próprio e ao respectivo Plano de Carreira. Capítulo IV AUTONOMIA Art. 7º A autonomia didático-científica consiste em: I- cumprir seus objetivos institucionais, levando em conta as necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais da sociedade; II- criar, organizar, modificar e extinguir cursos e programas no âmbito de sua atuação; III- estabelecer os regimes didático e científico dos diferentes cursos, bem como os programas de pesquisa e de extensão; IV- deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes; V- fixar o número de vagas de ingresso nos seus cursos, de acordo com a sua capacidade institucional e as exigências do seu meio; VI- conferir graus, diplomas, certificados, títulos e dignidades universitárias. Art. 8º A autonomia patrimonial e financeira consiste em: I- aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos, conforme dispositivos institucionais; II- elaborar e executar seus orçamentos anuais e plurianuais; III- adotar as providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias à gestão contábil e financeira; IV- receber e gerir subvenções, doações, heranças e legados; V- celebrar convênios, contratos e ajustes, inclusive de cooperação financeira, com entidades públicas e privadas, bem assim contrair empréstimos para atender as suas necessidades; VI- adotar regime contábil e financeiro que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento; VII- administrar e dispor do seu patrimônio. Art. 9º A autonomia administrativa consiste em: I- elaborar e reformar seu Estatuto e Regimento Geral; II- realizar os processos de escolha de reitor, vice-reitor, diretores e vice-diretores de Unidades Universitárias, de acordo com a legislação em vigor; III- firmar contratos, acordos, convênios e instrumentos similares; IV- dispor sobre política de pessoal docente e técnico-administrativo; V- estabelecer critérios e normas a serem observados pelos corpos docente, discente, técnico- administrativo, bem como definir as sanções a que estão sujeitos os seus membros. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 34 TÍTULO II DO PATRIMÔNIO E DAS FINANÇAS Capítulo I DO PATRIMÔNIO Art. 10º. Constituem patrimônio da Universidade: I - bens e direitos regularmente adquiridos ou que venha a adquirir; II - doações, legados e heranças regularmente aceitos, com ou sem encargo; III - saldos dos exercícios financeiros transferidos para a conta patrimonial. § 1º A Universidade poderá alienar, permutar e adquirir bens, visando à valorização do seu patrimônio, assim como criar e promover inversões de fundos para obtenção de rendas. § 2º Os recursos destinados aos fundos especiais somente poderão ser aplicados na realização dos objetivos que justificaram sua criação, sob pena de extinção, transferidos os recursos que o constituam à receita geral da Universidade. § 3º A efetivação do disposto neste artigo, em todos os casos, dependerá de aprovação do Conselho Universitário, ouvido o Conselho de Curadores. Capítulo II DAS FINANÇAS Art. 11. Os recursos financeiros da Universidade serão provenientes de: I- dotações que, a qualquer título, lhe sejam destinadas nos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios; II- doações; III- renda de aplicação de bens e valores patrimoniais; IV- rendimentos provenientes da retribuição de serviços cobrados pela Universidade; V- rendas provenientes de patentes, marcas, direitos autorais e outros previstos em lei; VI- recursos oriundos de fundações e outros organismos de apoio e amparo à pesquisa e extensão; VII- rendas eventuais e recursos de fontes diversas, aprovados pelas instâncias competentes da Universidade. Art. 12. O Regimento Geral da Universidade estabelecerá normas para elaboração e execução orçamentárias. § 1º A proposta orçamentária, instruída por parecer do Conselho de Curadores, aprovada pelo Conselho Universitário, será remetidaao órgão central responsável pela elaboração do projeto de Orçamento da União. § 2º No decorrer do exercício financeiro, poderão ser abertos créditos adicionais, mediante proposta do órgão interessado, submetida ao Conselho de Curadores pelo Reitor e, após, à aprovação do Conselho Universitário, obedecidos os preceitos da legislação e regulamentos específicos. § 3º Anualmente, o Reitor submeterá ao Conselho Universitário a Prestação de Contas, acompanhada de parecer do Conselho de Curadores. § 4º Os saldos do exercício financeiro, desde que não vinculados, serão incorporados ao patrimônio da Universidade. TÍTULO III DA ESTRUTURA Capítulo I DOS ÓRGÃOS EM GERAL Art. 13. A estrutura da Universidade é composta por Órgãos Superiores de Deliberação, Administração Central, Órgãos de Ensino, Pesquisa e Extensão, Controle, Fiscalização e Supervisão. §1º São Órgãos Superiores de Deliberação: I- Conselho Universitário; II- Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; III- Conselhos Acadêmicos; IV- Assembleia Universitária. §2º São Órgãos da Administração Central: I- Reitoria; II- Órgãos Estruturantes, vinculados à Reitoria. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 35 §3º São Órgãos de Ensino, Pesquisa e Extensão: I- Unidades Universitárias; II- Órgãos Complementares, vinculados às Unidades Universitárias. § 4º Atuará como Órgão Superior de Controle, Fiscalização e Supervisão o Conselho de Curadores, que contará com o auxílio da Coordenadoria de Controle Interno. Art. 14. A Universidade contará, ainda, com Órgãos Consultivos, de caráter avaliativo e de acompanhamento, destinados a assessorar e apoiar os Conselhos Superiores, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias de gestão no encaminhamento de questões referentes à vida acadêmica e ao desenvolvimento institucional da UFBA. Parágrafo único. A enumeração, estrutura, composição, competências e funcionamento desses órgãos serão estabelecidos no Regimento Geral da Universidade. Capítulo II DOS ÓRGÃOS SUPERIORES DE DELIBERAÇÃO Seção I Do Conselho Universitário Art. 15. O Conselho Universitário (CONSUNI) terá a seguinte composição: I- Reitor, seu Presidente; II- Vice-Reitor; III- pró-reitores de áreas administrativas; IV- diretores das Unidades Universitárias; V- presidentes dos Conselhos Acadêmicos; VI- 02 (dois) representantes do corpo docente; VII- 04 (quatro) representantes do corpo técnico-administrativo; VIII- 02 (dois) representantes da comunidade; IX- representação do corpo discente, na forma da lei. § 1° Cada membro do CONSUNI terá um suplente para substituí-lo em suas ausências e impedimentos. § 2º Os representantes mencionados nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzido pelas respectivas entidades de representação, para mandato de dois anos, com direito a uma recondução. § 3º Os representantes mencionados no inciso VIII serão eleitos pelo CONSUNI, para mandato de dois anos, sem direito a recondução. Art. 16. Compete ao Conselho Universitário: I- deliberar sobre: a) políticas gerais e planos globais de ensino, pesquisa, criação, inovação e extensão da Universidade; b) planejamento anual, diretrizes orçamentárias, proposta orçamentária e prestação de contas da Universidade; c) criação, modificação e extinção de Unidades Universitárias e demais órgãos; d) política patrimonial e urbanística dos campi, aprovando a variação patrimonial: aquisição, construção e alienação de bens imóveis; e) diretrizes relativas à retribuição de serviços cobrados pela Universidade; f) quadro de pessoal técnico-administrativo e de pessoal docente, estabelecendo a distribuição dos cargos de Magistério Superior da Universidade; g) recrutamento, seleção, admissão, regime de trabalho e dispensa do pessoal docente; h) normas gerais a que se devam submeter as Unidades Universitárias e demais órgãos, ressalvadas as de competência do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; i) concessão de títulos e dignidades universitárias. II- eleger: a) o substituto eventual do Vice-Reitor, dentre os diretores de Unidades Universitárias; b) os representantes da comunidade nos Conselhos Superiores, com os respectivos suplentes; c) os representantes no Conselho de Curadores, dentre os seus membros. III- Supervisionar o desempenho em geral das Unidades Universitárias e dos demais órgãos e serviços da Instituição, compondo, se necessário, Comissão de Avaliação com esse fim. IV- julgar os recursos interpostos das decisões em primeira instância das Congregações e do Reitor, salvo quando se tratar de matéria de competência do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 36 V- instituir o Regimento Geral da Universidade e o seu próprio Regimento Interno e homologar a proposta de Regimento Interno das Unidades Universitárias. VI- decidir sobre matéria omissa neste Estatuto e no Regimento Geral da Universidade. § 1° O CONSUNI reunir-se-á, ordinariamente, com periodicidade mensal ou, extraordinariamente, quando convocado por seu Presidente ou por requerimento da maioria absoluta dos seus membros. § 2° O CONSUNI delibera por seu pleno e por suas Comissões, conforme estabelecido no Regimento Geral da UFBA. § 3° Os representantes do corpo discente e do corpo técnico-administrativo não terão voto em matéria referente a concurso público para o Magistério Superior. Seção II Do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão Art. 17. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) terá a seguinte composição: I- Reitor, seu Presidente; II- Vice-Reitor; III- pró-reitores das áreas de atividades-fim da Universidade; IV- um membro docente representante de cada Unidade Universitária, escolhido pela respectiva Congregação dentre os eleitos para compor os Conselhos Acadêmicos; V- 02 (dois) representantes do corpo técnico-administrativo, membros dos Conselhos Acadêmicos; VI- 02 (dois) representantes da comunidade, membros dos Conselhos Acadêmicos; VII - representação do corpo discente, na forma da lei. § 1° O mandato dos membros docentes será de 2 (dois) anos, sendo permitida uma recondução. § 2º Cada membro do CONSEPE terá um suplente para substituí-lo em suas ausências e impedimentos. § 3º A suplência do membro docente referido no inciso IV será exercida pelo representante da Unidade Universitária no outro Conselho Acadêmico. Art. 18. Compete ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão: - estabelecer, anualmente, o Calendário Acadêmico da Universidade; II- fixar normas e deliberar sobre políticas de integração entre ensino, pesquisa e extensão na Universidade; III- apreciar propostas relativas a programas estratégicos que articulem ensino, pesquisa e extensão; IV- regulamentar aspectos inerentes às interfaces entre as distintas éticas acadêmica, pedagógica, profissional e de pesquisa; V- julgar, em grau último de recurso, processos referentes a decisões em primeira instância dos Conselhos Acadêmicos que não tenham sido aprovadas por 3/5 do seu quorum efetivo; VI- elaborar, modificar e aprovar seu próprio Regimento. § 1° O CONSEPE reunir-se-á, ordinariamente, pelo menos uma vez a cada dois meses ou, extraordinariamente, convocado pelo seu Presidente ou a requerimento da maioria dos membros. § 2° Em nenhuma hipótese, o CONSEPE atuará como instância recursal dos órgãos colegiados das Unidades Universitárias. Seção III Dos Conselhos Acadêmicos Art. 19. Os Conselhos Acadêmicos são: I - Conselho Acadêmico de Ensino; II - Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão. § 1° Cada Conselho Acadêmico terá um presidente eleito entre os membros representantes de Unidades Universitárias, não podendo a escolha recair em pró-reitores ou nos representantes dos corpos discente e técnico-administrativo. § 2º Os ConselhosAcadêmicos reunir-se-ão, ordinariamente, com frequência quinzenal ou, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente ou da maioria absoluta dos seus membros. Art. 20. Compõem o Conselho Acadêmico de Ensino: I- pró-reitores das áreas de ensino; II- um membro docente representante de cada Unidade Universitária, eleito pela respectiva 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 37 Congregação; III- um representante do corpo técnico-administrativo, com nível superior, atuante em programas ou cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu, eleito por seus pares, em pleito conduzido pela respectiva entidade de representação; IV- um representante da comunidade, eleito pelo CONSUNI, para mandato de dois anos; V- representação do corpo discente, na forma da lei. Parágrafo único. Os representantes terão mandato de dois anos, permitida uma recondução, ressalvada a representação da comunidade, que exercerá o mandato por uma única vez. Art. 21. Ao Conselho Acadêmico de Ensino compete: I- supervisionar as atividades acadêmicas do ensino de graduação e de pós-graduação; II- fixar normas e deliberar sobre: a) regime didático da Universidade, no que se refere ao ensino de graduação e de pós- graduação; b) criação, instalação, funcionamento, modificação e extinção de cursos de graduação e sequenciais; c) criação, instalação, funcionamento, modificação e extinção de cursos de pós-graduação, incluindo programas permanentes de especialização sob a forma de Residência e de outras modalidades de ensino; d) fixação, ampliação e diminuição de vagas nos cursos de graduação e de pós-graduação; e) recrutamento, seleção, admissão e habilitação de alunos de graduação e de pós-graduação; f) reconhecimento de graus e títulos acadêmicos de graduação e de pós-graduação; III- acompanhar a execução dos planos e programas dos cursos de graduação e de pós- graduação, submetendo-os a contínua avaliação; IV- regulamentar aspectos inerentes à ética acadêmica nas relações de ensino, no nível de graduação e de pós-graduação. Art. 22. Compõem o Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão: I- pró-reitores das áreas de pesquisa, criação e inovação e de extensão universitária; II- um membro docente representante de cada Unidade Universitária, eleito pela respectiva Congregação; III- um representante do corpo técnico-administrativo, com nível superior, atuante em programas ou cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu, eleito por seus pares, em pleito conduzido pela respectiva entidade de representação; IV- um representante da comunidade, eleito pelo CONSUNI, para mandato de dois anos, sem direito a recondução; V- representação do corpo discente, na forma da lei. Art. 23. Ao Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão compete: I- supervisionar as atividades acadêmicas de pesquisa, criação e inovação e de extensão universitária; II- apreciar planos, programas e projetos institucionais de pesquisa, criação e inovação, submetendo- os a contínua avaliação; III- apreciar propostas relativas a programas interdisciplinares e estratégicos de extensão, de educação permanente e de serviços, incluindo cursos de especialização na modalidade extensão; IV- fixar normas e deliberar sobre formação profissional e educação permanente; V- dispor sobre regras gerais relativas a consultorias, prestação de serviços e outras atividades nas interfaces entre Universidade, governos e sociedade. VI- deliberar sobre questões relativas à propriedade intelectual, direitos autorais, registros, patentes, royalties e rendimentos auferidos do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e artístico e das atividades de extensão, educação permanente e serviços; VII- regulamentar aspectos inerentes à ética acadêmica e profissional e à integridade científica, cultural e estética, na sua área de competência. Seção IV Da Assembleia Universitária Art. 24. À Assembleia Universitária compete: I- avaliar o cumprimento dos objetivos institucionais da Universidade, levando em conta as necessidades econômicas, políticas e culturais da sociedade; II- aprovar moções, recomendações e proposições a serem encaminhadas aos Conselhos Superiores; III- apreciar assuntos de alta relevância, quando convocada especialmente para esse fim. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 38 § 1º A Assembleia Universitária reunir-se-á, ordinariamente, a cada dois anos ou, extraordinariamente, convocada pelo Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho Universitário. § 2º Os Conselhos citados no inciso II deverão elaborar e divulgar relatórios, aprovados pelos respectivos plenários, prestando contas da apreciação dos encaminhamentos da Assembleia Universitária. Art. 25. A Assembleia Universitária terá a seguinte composição: I- Reitor, seu Presidente; II- Vice-Reitor; III- delegados do corpo docente, na proporção de 1 para cada 20 professores por Unidade Universitária, desprezadas as frações; IV- delegados do corpo técnico-administrativo, na proporção de um décimo do total de membros da Assembleia; V- delegados do corpo discente, na forma da lei. Parágrafo único. Os delegados citados nos itens III a V terão mandato de dois anos e serão escolhidos por seus pares em processo de eleição direta, conduzido pelas respectivas entidades de representação, em prazo não inferior a 60 (sessenta) dias que antecedam a data da Assembleia. CAPÍTULO III DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE, FISCALIZAÇÃO E SUPERVISÃO Seção I Do Conselho de Curadores Art. 26. Compõem o Conselho de Curadores: I- três representantes do CONSUNI, escolhidos dentre os membros dirigentes de Unidades Universitárias; II- três representantes do CONSEPE, escolhidos dentre os membros docentes, excluídos os pró- reitores; III- dois representantes do corpo docente; IV- dois representantes do corpo técnico-administrativo; V- dois representantes da comunidade; VI- representação do corpo discente, na forma da lei. § 1º O Conselho de Curadores elegerá seu Presidente dentre os representantes do CONSUNI. § 2º Cada membro do Conselho de Curadores terá um suplente para substituí-lo em suas ausências e impedimentos. § 3º Os representantes mencionados nos incisos III e IV do caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzido pelas respectivas entidades de representação, para mandato de dois anos, com direito a uma recondução. § 4º Os representantes mencionados no inciso V do caput deste artigo serão eleitos pelo CONSUNI, para mandato de dois anos, sem direito a recondução, conforme estabelecido no Regimento Geral da UFBA. Art. 27. São atribuições do Conselho de Curadores: I- exercer a fiscalização econômico-financeira na Universidade, mediante: a) emissão de parecer sobre a proposta orçamentária e as alterações no orçamento-programa sugeridas pela Reitoria; b) exame, a qualquer tempo, dos documentos da contabilidade da Universidade; c) emissão de parecer sobre a prestação de contas do Reitor, a ser submetida à aprovação do CONSUNI; d) emissão de parecer sobre projetos submetidos pela Reitoria, que envolvam a utilização de fundos patrimoniais, operações de crédito ou a criação de fundos especiais, assim como doações e legados que criarem encargos financeiros para a Universidade; II- aprovar o Plano Anual de Atividades elaborado pela Coordenadoria de Controle Interno; III- apreciar quaisquer outros assuntos que importem à regularidade econômico-financeira da Universidade; IV- apreciar, de oficio ou mediante provocação, a qualidade do gasto público na Universidade, examinando-o sob o aspecto da legalidade, economicidade, razoabilidade e eficiência, recomendando ao CONSUNI as medidas que se façam necessárias; V- determinar à Coordenadoria de Controle Interno a realização de auditorias para verificação da 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE. 39 execução de contratos e, eventualmente, a apuração de irregularidades no gasto público; VI- elaborar, modificar e aprovar seu próprio Regimento interno. Parágrafo único. O Conselho de Curadores reunir-se-á, ordinariamente, pelo menos uma vez a cada dois meses ou, extraordinariamente, convocado pelo seu Presidente ou a requerimento da maioria dos seus membros. Seção II Da Coordenadoria de Controle Interno Art. 28. A Coordenadoria de Controle Interno (CCI) da Universidade Federal da Bahia vincula-se ao Conselho de Curadores e tem como atribuição supervisionar as atividades desenvolvidas na Instituição, especialmente quanto à regularidade da gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial, de sistema e de pessoal. Parágrafo único. A CCI terá estrutura, organização, administração e funcionamento regulados por Regimento próprio, elaborado pelo Conselho de Curadores e aprovado pelo CONSUNI. CAPÍTULO IV DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL Seção I Da Reitoria Art. 29. À Reitoria, órgão executivo da administração superior, incumbe a coordenação, fiscalização e superintendência das atividades da Universidade, incluindo: I - ensino, pesquisa e extensão; II - planejamento e orçamento; III - gestão de pessoas; IV- assistência aos estudantes; V- manutenção patrimonial e gerenciamento de obras; VI - segurança e gestão ambiental; VII - administração geral. Parágrafo único. As atividades discriminadas neste artigo serão exercidas por Pró-Reitorias e órgãos específicos, que funcionarão nos termos do Regimento Geral da Universidade e do Regimento da Reitoria. Art. 30. A Reitoria será exercida pelo Reitor e, em suas ausências e impedimentos, pelo Vice- Reitor, que também exercerá funções que lhe forem delegadas pelo Reitor. § 1° Os mandatos do Reitor e do Vice-Reitor serão de quatro anos, permitida uma única recondução. § 2° O Reitor e o Vice-Reitor serão escolhidos e nomeados de acordo com a legislação vigente e o previsto no Regimento Geral da Universidade. Art. 31. Compete ao Reitor: I- representar a Universidade; II- convocar e presidir a Assembleia Universitária, o CONSUNI e o CONSEPE, sempre com direito a voto, inclusive o de qualidade; III- nomear e empossar diretores e vice-diretores; IV- escolher, nomear e empossar pró-reitores e demais ocupantes dos cargos da Administração Central da Universidade; V- dar cumprimento às decisões dos Órgãos Superiores de Deliberação da Universidade; VI- praticar os atos pertinentes ao provimento e vacância dos cargos do quadro da Universidade, bem como os relativos ao pessoal temporário; VII- expedir atos de lotação referentes à distribuição dos cargos de Magistério da Universidade; VIII- supervisionar todos os órgãos, atos e serviços da Universidade, para prover acerca de sua regularidade, disciplina, decoro, eficiência e eficácia; IX- conferir graus, diplomas, títulos e dignidades universitárias, podendo, mediante ato próprio, delegar tais atribuições, inclusive em caráter permanente, a dirigentes universitários; X- submeter ao CONSUNI propostas de políticas gerais, planejamento global e diretrizes orçamentárias para a Universidade; XI- apresentar, anualmente, ao CONSUNI, ouvido o Conselho de Curadores, a proposta orçamentária e a prestação de contas da Universidade; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 40 XII- encaminhar ao Conselho de Curadores projetos que envolvam utilização de fundos patrimoniais, operações de crédito e criação de fundos especiais, assim como doações e legados que criarem encargos financeiros para a Universidade; XIII- assinar convênios, contratos, acordos e ajustes, inclusive os que incluam intervenção ou participação das Unidades Universitárias ou Órgãos Suplementares; XIV- delegar poderes ao Vice-Reitor, aos pró-reitores e demais autoridades universitárias; XV- desempenhar outras atribuições não especificadas neste Estatuto, que estejam compreendidas na área de coordenação, fiscalização e superintendência das atividades universitárias. Parágrafo único. A representação judicial e extrajudicial e a assessoria jurídica da Universidade serão exercidas por sua Procuradoria Jurídica, na forma da lei. Seção II Dos Órgãos Estruturantes Art. 32. Os órgãos estruturantes compõem sistemas institucionais vinculados à Reitoria, destinados à gestão e execução de ações específicas da administração acadêmica, que devem preencher os seguintes requisitos essenciais: I - desempenhar atividades essenciais e integradoras das funções acadêmicas; II - atender a necessidades gerais da comunidade universitária; III - atuar dentro dos objetivos institucionais da Universidade. § 1º Os órgãos estruturantes constituem unidade de gestão e terão dotação orçamentária específica, cargos e lotação própria de pessoal técnico-administrativo, porém não poderão dispor de pessoal docente neles lotados. § 2º Recursos captados pelos órgãos estruturantes de fontes financeiras extraorçamentárias serão destinados, exclusivamente, às atividades definidas no caput deste artigo. Art. 33. São órgãos estruturantes da UFBA: I- Sistema Universitário de Tecnologia da Informação; II- Sistema Universitário de Bibliotecas; III- Sistema Universitário de Saúde; IV- Sistema Universitário de Museus; V- Sistema Universitário Editorial. Parágrafo único. A estrutura e funcionamento desses órgãos serão regulamentados no Regimento Geral da Universidade e nos respectivos Regimentos Internos. CAPÍTULO V DOS ÓRGÃOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Seção I Das Unidades Universitárias Art. 34. As Unidades Universitárias, órgãos de execução das atividades acadêmicas e de lotação de pessoal docente e técnico-administrativo, compreendem duas modalidades: I- Faculdades ou Escolas: unidades de ensino, pesquisa e extensão definidas por sua missão de formação em carreiras acadêmicas, profissionais, tecnológicas e artísticas; II- Institutos: unidades de ensino, pesquisa e extensão definidas por sua missão de formação acadêmica em campos científicos gerais ou áreas de conhecimento disciplinares, multidisciplinares e interdisciplinares. Parágrafo único. As Unidades Universitárias terão estrutura, organização, administração e funcionamento regulados por Regimentos próprios, homologados pelo CONSUNI. Art. 35. Incumbe às Unidades Universitárias: I- produzir, transmitir e difundir cultura e conhecimentos pertinentes à sua área específica, mediante: a) oferta de cursos de graduação, pós-graduação e sequenciais; b) realização de programas de pesquisa integrados com o ensino; II- promoção de programas de formação profissional e educação continuada; III- desenvolver atividades culturais e de extensão, incluindo a prestação de serviços e consultorias; IV- realizar a execução orçamentária e financeira, no que couber. Art. 36. São órgãos da estrutura das Unidades Universitárias: 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 41 I- Congregação; II- Diretoria; III- Colegiados. Parágrafo único. A estrutura das Unidades Universitárias poderá incluir outros órgãos, como Departamentos, Coordenação Acadêmica ou Núcleos, com composição, competências e funcionamento definidos nos Regimentos Internos das respectivas Unidades Universitárias, nos termos do Regimento Geral da Universidade. Art. 37. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estrutura departamental, o Departamento será o órgão de execução das atividades acadêmicas e de lotação de pessoal docente. § 1º O Departamento compõe-se de professores do quadro permanente e professores visitantes com responsabilidade docente. § 2º A Chefia e a Vice-Chefia do Departamento caberão a professores da carreira do Magistério Superior, de classe igual ou superior à de Professor Adjunto, em regime de tempo integral, eleitos para exercer mandato de dois anos, conforme o Regimento Geral da UFBA e alegislação em vigor. § 3° Nos impedimentos e ausências, o Chefe do Departamento será substituído pelo Vice-Chefe. Art. 38. A Congregação tem a seguinte composição: I- Diretor, seu Presidente; II- Vice-Diretor; III- representantes da Unidade nos Conselhos Acadêmicos; IV- representação de Colegiado(s) do(s) curso(s) ministrado(s) pela Unidade Universitária; V- representação de Departamento(s), onde houver; VI- representação do corpo docente, na forma do Regimento Interno de cada Unidade Universitária; VII- representação do corpo técnico-administrativo, na forma do Regimento Interno de cada Unidade Universitária; VIII- representação do corpo discente, na forma da lei. § 1º Esta composição poderá ser acrescida de outros membros, conforme estabelecido no Regimento Interno de cada Unidade Universitária. § 2º Os representantes previstos nos incisos VI e VII serão eleitos pelos seus pares, com mandato de dois anos, podendo haver recondução por uma vez. § 3º Os representantes dos corpos discente e técnico-administrativo não poderão votar em matéria referente a concurso para o Magistério Superior. Art. 39. Compete à Congregação: I- apreciar o plano anual da Unidade Universitária; II- propor diretrizes para a elaboração do orçamento anual da Unidade Universitária, fixando as prioridades para a aplicação dos recursos; III- promover articulação e compatibilização das atividades e planos de trabalho acadêmicos dos Colegiados de cursos vinculados à Unidade Universitária; IV- supervisionar a atuação dos Colegiados de cursos vinculados à Unidade Universitária; V- apreciar propostas, planos, programas e projetos de pesquisa, criação e inovação e de extensão, educação permanente e serviços no âmbito da Unidade Universitária, submetendo-os a contínua avaliação, em conformidade com as diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; VI- estabelecer instruções e normas a que se devam submeter os órgãos de programação e execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão da Unidade Universitária, em consonância com as diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; VII- deliberar sobre a realização de concurso para a carreira do Magistério Superior, em todas as suas etapas, na forma prevista no Regimento Geral da Universidade; VIII- avaliar, no âmbito da Unidade Universitária, as políticas de desenvolvimento de pessoal adotadas pela UFBA; IX- pronunciar-se a respeito de pedido de remoção de ocupantes de cargos da carreira do Magistério Superior e de pessoal técnico-administrativo; X- organizar as listas de nomes para escolha e nomeação, pela autoridade competente, do Diretor e do Vice-Diretor da Unidade Universitária; XI- eleger, na última reunião ordinária do ano, dentre os seus membros docentes, o Substituto Eventual do Vice-Diretor; XII- escolher, para mandato de dois anos, os representantes e respectivos suplentes da Unidade Universitária junto aos Conselhos Acadêmicos e, correlativamente, ao CONSEPE; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 42 XIII- pronunciar-se, em caráter deliberativo preliminar, a respeito de proposta de criação de órgão complementar a ela vinculado, a ser submetida, posteriormente, à aprovação do CONSUNI; XIV- instituir prêmios escolares e propor a concessão de títulos e dignidades universitárias; XV- manifestar-se sobre qualquer matéria da competência do Diretor, quando por ele solicitado; XVI- avaliar o desempenho global e aprovar o relatório anual da Unidade Universitária; XVII- julgar, em grau último de recurso, processos referentes a decisões dos Colegiados de cursos vinculados à Unidade Universitária, bem como dos órgãos referidos no Art. 36, Parágrafo único. XVIII- elaborar e modificar o Regimento Interno da Unidade Universitária, submetendo-o à aprovação do CONSUNI; XIX- decidir sobre matéria omissa no Regimento Interno da Unidade Universitária. Art. 40. A Diretoria da Unidade Universitária será exercida pelo Diretor e, em suas faltas e impedimentos, pelo Vice-Diretor. § 1º O Diretor e o Vice-Diretor, escolhidos e nomeados de acordo com a legislação vigente e o previsto no Regimento Geral da Universidade, terão mandato de quatro anos, permitida uma única recondução. § 2º No caso de vacância dos cargos de Diretor e de Vice-Diretor, as listas serão organizadas em até sessenta dias após a vacância e o mandato do dirigente que vier a ser nomeado será de quatro anos. § 3º O Reitor nomeará Diretor ou Vice-Diretor pro tempore, quando não houver condições para o provimento regular imediato. Art. 41. Compete ao Diretor: I- superintender as atividades, atos e serviços dos órgãos administrativos e acadêmicos da Unidade Universitária, provendo acerca de sua regularidade, disciplina, decoro, eficiência e eficácia; II- cumprir e fazer cumprir as determinações contidas no Regimento Geral da Universidade e no Regimento Interno da Unidade Universitária, bem como as normas editadas pelos Órgãos Superiores de Deliberação da Universidade e as deliberações da Congregação da Unidade Universitária; III- elaborar e submeter à Congregação, em consonância com as normas estabelecidas pelo CONSUNI e pelo CONSEPE, o plano anual da Unidade Universitária; IV- propor à Congregação as diretrizes para a elaboração do orçamento anual da Unidade Universitária e as prioridades para a aplicação dos recursos; V- propor diretrizes e ações sobre assuntos de ordem acadêmica; VI- convocar e presidir reuniões da Congregação e do Conselho Deliberativo de Órgão(s) Complementar(es) vinculado(s) à Unidade Universitária, sempre com direito a voto, inclusive o de qualidade; VII- apresentar, anualmente, ao Reitor e à Congregação o Relatório dos trabalhos da Unidade Universitária. Art. 42. O ensino de graduação e de pós-graduação será ministrado pelas Unidades Universitárias, mediante programas ou cursos geridos por Colegiados. § 1° Composição, competências e funcionamento dos Colegiados serão estabelecidos nos Regimentos Internos das respectivas Unidades Universitárias ou em regulamentos próprios, respeitados o Regimento Geral da UFBA e as normas do CONSEPE. § 2° Dentre os membros docentes de cada Colegiado, será eleito um Coordenador e um Vice- Coordenador para exercer mandato de dois anos, com direito a uma recondução. § 3° Nos impedimentos e ausências, o Coordenador do Colegiado será substituído pelo Vice- Coordenador. § 4° Os membros dos Colegiados que, sem justificativa, faltarem a duas reuniões seguidas ou a quatro reuniões no mesmo exercício perderão seus mandatos. § 5° A representação estudantil nos Colegiados será escolhida em processo conduzido pelo(s) Diretório(s) ou Centro(s) Acadêmico(s) da(s) respectiva(s) Unidade(s) Universitária(s). Art. 43. Colegiados de cursos ou de programas de natureza interdisciplinar, envolvendo mais de uma Unidade Universitária ou com especificidades de gestão acadêmica, terão Regimento próprio, conforme o disposto no Regimento Geral da Universidade. Seção II Dos Órgãos Complementares Art. 44. As Unidades Universitárias poderão criar Órgãos Complementares a elas vinculados, para 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 43 colaborar nas atividades de ensino e/ou conduzir ações, projetos e programas de pesquisa, criação e inovação e de extensão universitária. § 1º Órgãos Complementares não terão lotação própria de pessoal docente e técnico- administrativo. § 2º A criação de Órgãos Complementares dependerá de aprovação do CONSUNI, ouvido o CONSEPE. § 3º O Regimento Geral da Universidade disciplinará estrutura, funcionamento e processo de criação desses órgãos. TITULO IV DAS ATIVIDADES-FIM DA UNIVERSIDADE Capítulo I DAS ATIVIDADES DE ENSINO Art. 45. As atividades de ensino na Universidade Federal da Bahia serão realizadas por programas e cursos de graduação e de pós-graduação. Parágrafo único. Critérios,exigências e requisitos para ingresso, assim como estrutura, funcionamento e currículos dos programas e cursos serão fixados pelo Conselho Acadêmico de Ensino, em conformidade com o disposto no Regimento Geral da Universidade. CAPÍTULO II DAS ATIVIDADES DE PESQUISA, CRIAÇÃO E INOVAÇÃO E DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Art. 46. As atividades de extensão universitária e de pesquisa, criação e inovação obedecerão às diretrizes traçadas pelo Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão, em conformidade com o disposto no Regimento Geral da Universidade. Parágrafo único. A Universidade destinará, em seu orçamento, recursos específicos para atividades de extensão e de pesquisa, criação e inovação, sem prejuízo dos que venha a obter de outras fontes. TÍTULO IV DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 47. O presente Estatuto poderá ser modificado mediante aprovação da maioria absoluta dos membros do CONSUNI e do CONSEPE, reunidos em sessão especial, conjunta, convocada especialmente para esse fim. § 1º Alterações do presente Estatuto somente poderão ocorrer por proposta da Reitoria ou da maioria absoluta dos membros de um dos Órgãos Superiores de Deliberação, acompanhada de exposição de motivos. § 2º A sessão especial referida no caput deste artigo será convocada, no mínimo, trinta dias após a apresentação da proposta de modificação. Art. 48. Na ausência de competência definida estatutária ou regimentalmente, as decisões acadêmicas e administrativas serão tomadas pela autoridade de menor escala hierárquica, não podendo qualquer processo tramitar por mais de três instâncias, incluindo o dirigente do Órgão ou Colegiado quando lhe couber apreciar matéria de sua competência. Art. 49. Os casos omissos neste Estatuto serão decididos pelo CONSUNI, mediante deliberação da maioria absoluta dos seus membros. Art. 50. As alterações promovidas por este Estatuto serão implementadas no prazo máximo de 180 dias após sua aprovação. REGIMENTO INTERNO DA UFBA REVISÃO DO MARCO NORMATIVO DA UFBA NO CONTEXTO DA AUTONOMIA Naomar de Almeida Filho Reitor da UFBA A despeito de intenções solenemente declaradas, o marco regulatório da universidade brasileira não 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 44 foi até hoje estabelecido. Dessa maneira, continuamos atrasados em fazer valer o preceito constitucional da autonomia universitária. De direito, um dispositivo constitucional da Carta Magna brasileira, o artigo 207, assegura que as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial. O problema é que raros são os artigos constitucionais que têm aplicação direta. Encontra-se parado no Congresso, um projeto de lei que sequer foi debatido. Enquanto não se aprova uma lei orgânica ou alguma norma especial, as instituições universitárias seguem as mesmas regras de operação e gestão de qualquer das repartições públicas federais. De fato, o Estado brasileiro, em processo de reconstituição após a ditadura militar, ainda não enfrentou a questão de qual é a universidade que a sociedade brasileira precisa e merece. Temos que definir se a universidade necessária para este Brasil do Século XXI é uma burocracia, mais uma repartição pública, ou se é uma verdadeira instituição de conhecimento e criação, ciente e ciosa de sua autonomia. Em artigo publicado na Folha de São Paulo (11.01.2009), propus distinguir autonomia dos meios de autonomia dos fins. A autonomia plena dos meios compreende gestão própria de patrimônio, orçamento, pessoal e insumos, com acompanhamento transparente dos processos necessários ao funcionamento institucional. A autonomia relativa dos fins implica compartilhamento da missão social da universidade mediante negociação periódica com a sociedade de metas e planos institucionais, objeto de avaliação permanente da eficácia social da instituição universitária. Em outras palavras, a autonomia constitucionalmente outorgada concede às universidades, a capacidade de criar seu próprio marco regulatório, possibilitando de fato um autogoverno, o que compreende autogestão dos meios com compartilhamento da governança, orientada à consecução de objetivos cuja determinação será pactuada com a sociedade. Tudo isso é muito interessante, mas demasiado distante, diriam as almas de bem (do ponto de vista acadêmico). Precisamos aproximar a questão conceitual e filosófica da autonomia às realidades concretas da regulação institucional. De fato, a construção da autonomia deve começar dentro de casa. Nesse sentido, nada mais oportuno que rever o marco normativo de cada instituição de conhecimento que se pretende Universidade, a começar pela nossa Universidade Federal da Bahia. Redefinindo Autonomia Antes de abordar o tema da atualização legislativa interna da UFBA, visando a sua autonomia como universidade, precisamos justificar porque a autonomia mítica da universidade do século XIX não mais se aplica. Antes, a instituição universitária se apresentava como vanguarda de uma elite, postulava-se como consciência crítica da sociedade e, por isso, era pouco questionada. O mundo mudou desde então. Hoje, a universidade precisa de modo continuado demonstrar seu valor político e social como instrumento necessário ao desenvolvimento econômico e humano da nação. Nesse espírito, precisamos negociar permanentemente nossa autonomia dos fins de modo participativo, para que a sociedade passe a nos cobrar não por normas e regras bem cumpridas, mas por objetivos socialmente relevantes efetivamente alcançados. Receios de que tal “independência” poderia resultar em administração desastrosa ou irresponsável não parecem justificados porque a gestão da instituição universitária é estruturalmente democrática, não há qualquer decisão que seja tomada de forma autocrática. No contexto brasileiro atual, o reitor é um dirigente que executa deliberações do Conselho Universitário, formado por todos os diretores de unidades acadêmicas mais representantes de estudantes, servidores, professores e da comunidade. Esses membros são democraticamente escolhidos, de forma que todos os segmentos da comunidade universitária têm plena participação na governança institucional. Enfim, a universidade federal brasileira foi constitucionalmente definida como autarquia com autonomia, portanto tem uma natureza jurídica muito mais independente do que a burocracia estatal tem permitido. Precisamos aproveitar esse espaço para construir o marco regulatório de uma instituição autogovernada, com autogestão e auto-regulação. E cabe fazê-lo diretamente a partir dos nossos Conselhos, elaborando e aprovando Estatutos e Regimentos, pois ‘autonomia’, juridicamente, quer dizer capacidade de auto-normatização. Problemas do marco regulatório anterior Estatuto é o marco normativo principal de uma instituição ou organização, equivalente, no plano interno, à constituição de um país. Tipicamente, um estatuto estabelece princípios, normas gerais, macro- 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 45 estrutura e funcionalidade da entidade. Regimentos, aí incluindo o Regimento Geral, são dispositivos normativos infra-estatutários que regulamentam normas específicas, arcabouço estrutural interno, competências e, principalmente, operação da instituição e dos seus organismos constituintes. O Estatuto anterior da UFBA, diploma legal máximo da instituição, havia sido elaborado e aprovado pelos seus Conselhos Superiores no ano 2000, incorporando um viés claramente simplificador. Nesse sentido, decidiu-se remeter detalhamento normativo e regramento operacional para um novo Regimento Geral que, face a sucessivas conjunturas adversas, nunca foi completado. Naquele Estatuto, ressaltavam três inconsistências fundamentais no tocante aos temas da autonomia universitária acima assinalados. Primeiro, no texto normativo, se verificavagrave lacuna no que se refere à ausência de definição do Colegiado de Cursos, instancia típica e estabelecida de gestão do cotidiano acadêmico. Essa omissão foi notada de imediato após sua aprovação, porém sucessivas legislaturas no Conselho Universitário pretenderam remeter essa correção ao momento de revisão do Regimento, o que de fato não ocorreu. Como as características da instituição universitária permitem larga tolerância nos processos e dado o exaustivo trabalho de congregações, câmaras e conselhos, foi possível manter processos de gestão acadêmica com base no velho Regimento de 1981 (no que não conflitava com o Estatuto) e nas boas práticas informais. Segundo, a revisão da estrutura de governança visando a integrar gestão acadêmica e gestão institucional, necessária para maior eficiência e competência da universidade, restringiu-se ao âmbito localizado das Unidades Universitárias. A extinção dos Conselhos Departamentais, ao condensar funções acadêmicas e administrativas nas Congregações, constituiu importante passo no sentido da gestão baseada na unicameralidade. A avaliação da funcionalidade dessa estrutura, no decênio que se encerra, não identificou maiores problemas e, pelo contrário, a ela se podia atribuir uma retomada, ainda que tímida, das responsabilidades de liderança acadêmica pelos Diretores de Unidades Universitárias. Por outro lado, na esfera central de deliberação, implantou-se a mais rígida dicotomia deliberativa, com um Conselho Universitário exclusivamente responsável pelos aspectos administrativos e institucionais da gestão, sem qualquer competência acadêmica, quase antagonizando um Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, com todos os encargos deliberativos da gestão acadêmica senso-estrito. Não obstante, este último conselho, subdividido em câmaras, rapidamente encontrou-se sobrecarregado de processos e recursos do cotidiano da gestão universitária, impossibilitado de refletir sobre as questões estratégicas maiores da instituição. Em terceiro lugar, a despeito do avanço na constituição do Conselho de Curadores no Estatuto, dotando-o de maior autonomia perante os organismos de execução e deliberação da Universidade, tornando-o órgão consultivo do Conselho Universitário, fazia-se necessário ampliar as relações entre a instituição universitária e a sociedade que a sustenta no sentido institucional, e o governo que a mantém, tanto em termos administrativos como financeiros. A estrutura, composição e competências dos conselhos superiores aprovadas no antigo Estatuto, de fato, não inovou no que se refere à participação da sociedade e do governo, conservando uma referência limitada de representações internamente constituídas. A Reestruturação Normativa da UFBA Uma proposta de atualização do Estatuto da UFBA já constava do Plano de Metas apresentado em nossa posse na Reitoria em agosto de 2002. Como não alcançamos, no primeiro mandato, o consenso político imprescindível para uma reestruturação normativa mais ampla, sustentável e representativa, consideramos então esta demanda como meta não-alcançada e a mantivemos como prioridade em nossa plataforma de trabalho para o segundo mandato – referendada pela comunidade universitária ao reeleger nossa equipe, por ampla margem, em 2006. Os principais pontos da nossa proposta de ação no segundo mandato foram explicitados como princípios estruturantes de uma reforma acadêmica e administrativa da UFBA, no contexto da luta por autonomia universitária com responsabilidade institucional. Com esse espírito, durante todo o ano de 2007, avançamos na construção de um programa de reestruturação curricular (denominado inicialmente de UFBA Nova) que, influenciando a elaboração da nova política de educação superior do governo federal, encontrou condições de viabilidade com a adesão da UFBA ao Programa REUNI. O ano de 2008 foi extremamente profícuo no sentido de criar as matrizes normativas da substancial transformação ainda em curso na UFBA. Por um lado, o Conselho Universitário, com agilidade e firmeza, aprovou diretrizes, estratégias, metas e definições urbanísticas componentes de um Plano Diretor Físico e Ambiental, necessário para aplicar, com eficiência, os recursos para investimento em obras e instalações. Por outro lado, o CONSEPE e suas câmaras, igualmente com objetividade e perseverança, 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 46 aprovou uma série de resoluções que, de modo pioneiro, regulamentaram aspectos acadêmicos do REUNI, imprescindíveis para a implementação dos novos modelos curriculares e da logística complexa determinada pela massiva expansão de vagas na graduação e na pós-graduação. Dado o grau de amadurecimento dos debates sobre reestruturação institucional e curricular na UFBA, provocados pela participação no Programa REUNI, e considerando a urgência em atualizarmos estrutura de governança e arcabouço normativo de nossa instituição, incluímos a matéria na pauta dos conselhos pertinentes para a devida apreciação e deliberação. Assim, em outubro de 2008, o CONSUNI, acolhendo indicação consensual do CONSEPE, recomendou à Reitoria tomar providências para abertura dos debates sobre reforma estatutária e subsequente elaboração de um novo Regimento Geral. Ainda em 2008, uma Comissão ad-hoc, composta pelos professores Aurélio Lacerda, Ricardo Miranda e Roberto Paulo Araújo e representantes da APUB, ASSUFBA e DCE, foi designada para proceder aos estudos necessários à elaboração de propostas de anteprojetos de Estatuto e Regimento, a serem apreciadas conforme as disposições gerais da norma vigente. O Conselho Conjunto Estatuinte, formado pela união dos conselhos superiores da UFBA, foi instalado em 14 de agosto 2009, tendo sido então autorizada a divulgação ampla da minuta elaborada pela Comissão. Nesse momento inicial, foi solicitado aos dirigentes e representantes, encaminhar nas respectivas unidades, órgãos, entidades e segmentos, no prazo máximo de 40 dias, discussões e coleta de subsídios para aprimoramento e complementação da proposta. Em diferentes momentos do processo de elaboração do Estatuto, recebemos contribuições de 22 Unidades Universitárias e órgãos. O texto- base foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Estatuinte, em reunião realizada no Instituto de Ciências da Saúde, em 23 de novembro de 2009. À medida em que se estabelecia o patamar normativo atualizado do Estatuto, a Comissão Especial organizou o processo de elaboração do Regimento Geral da UFBA a partir da compilação de expressivo conjunto de resoluções e normas editadas pelos Conselhos Superiores entre 1995 e 2008 que, em muitos casos, já antecipavam temas e questões naquele momento sistematizadas. Dessa forma, foi possível incorporar o essencial das matrizes normativas vigentes com a finalidade de ajustá-las às transformações estruturais e à adoção dos novos modelos curriculares, introduzidos pela adesão de nossa instituição ao REUNI. A minuta finalizada foi aprovada pelo Conselho Universitário, em reunião realizada na Sala dos Conselhos em 11 de março de 2009. Análise do novo marco normativo da UFBA Os novos Estatuto e Regimento Geral da UFBA resultam de uma revisão crítica, do ponto de vista epistemológico e conceitual, do papel da Universidade enquanto instituição cultural e histórica. O papel institucional da Universidade pode ser compreendido como conjunto articulado de funções sociais. No século XIX, o binômio ensino-pesquisa da universidade humboldtiana subordinava a função Conhecimento à função Formação. Em meados do século XX, incluiu-se o Compromisso Social como função essencial da Universidade, traduzida concretamente pelo conceito de extensão, convencionalmente completando o trinômio ensino-pesquisa-extensão que, seguindo a retórica do texto constitucional brasileiro, seria indissociável. Em termos contemporâneos, impõe-se redefinir e atualizar o escopo de cada um dos termos dessa fórmulatriangular “ensino-pesquisa-extensão”. O ensino pode e deve ser entendido como práxis de formação de sujeitos epistêmicos; a pesquisa pode e deve ser tomada como produção intelectual e cultural aberta à epistemo-diversidade a cena intelectual contemporânea; a extensão pode e deve ser compreendida como práxis educacional num mundo cada vez mais multirreferenciado e intercultural. Nesse sentido, podemos reconhecer a tripla missão de produção formativa, produção intelectual e produção política como efeitos do papel histórico da instituição de ensino superior chamada de Universidade. A compreensão ampliada do trinômio permitirá, sempre que tornada possível pela construção institucional consciente e planejada, integrar ciências, artes e humanidades em práticas não somente interdisciplinares, mas também entre paradigmas, racionalidades e saberes, capazes de contribuir para transformar a sociedade e construir a história, numa perspectiva de solidariedade, sustentabilidade e consciência ambiental. Em primeiro lugar, dentro desse referencial, uma das inovações mais significativas do novo marco normativo da UFBA é a ampliação dos conceitos de produção acadêmica. Por um lado, foi consensual a aprovação de nossa proposta, desde a primeira minuta, no sentido de superar a velha concepção de conhecimento exclusivamente como produto intelectual resultante de processo sistemático e metódico, classicamente designado como pesquisa científica. Ao incorporar na missão da UFBA, a fórmula mais ampla “conhecimentos e saberes”, pudemos agregar 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 47 às competências, objetivos institucionais e designativos dos órgãos e instâncias deliberativas, valorizando-as, as categorias de produção artística e cultural e de desenvolvimento tecnológico. A função Conhecimento torna-se, dessa maneira, ressignificada como Ciência-Arte-Cultura. Por outro lado, a expressão Pesquisa-Criação-Inovação merece um comentário adicional: aqui, é proposital a escolha dos significantes ‘criação’ e ‘inovação,’ justamente pelo sentido duplo, diferenciado na literatura economicista de Ciência & Tecnologia de herança schumpeteriana, e por seu uso nos estudos culturais e em análises da produção artística. Em segundo lugar, note-se que a função Formação mereceu destaque especial em nosso novo marco normativo. Na matriz conceitual que o subsidia, principalmente no Regimento Geral, a função Formação, no âmbito da instituição chamada Universidade, encontra-se desdobrada em formação de profissionais – gestores e aplicadores de conhecimento e tecnologia; em formação de criadores – pesquisadores, inovadores, artistas, produtores de conhecimento, artes e tecnologia; e em formação de formadores – docentes, tutores, educadores. Evidentemente, buscamos reconstruir nossa UFBA como uma instituição convicta do seu papel integrador nesta função essencial das universidades, a Formação. Nesse espírito, o novo marco normativo foi concebido para reduzir ao máximo a diferenciação (que chegava às raias da segregação na velha universidade, produzindo um indesejável e estéril antagonismo) entre os níveis de ensino graduação e pós-graduação. Os modos de formação da Universidade contemporânea compreendem três modalidades: a) Profissionalizante; b) Acadêmico; c) Integrador. Na modalidade Profissionalizante, a formação equivale a treinamento e o diploma prevê habilitação ou qualificação em carreira profissional. Na modalidade Acadêmica, a formação equivale a ensino e o diploma significa título, expressando um símbolo institucional. Na modalidade Integradora, a formação equivale ao conceito amplo de educação e o diploma indica grau ou nível de formação. No plano da prática de planejamento e gestão acadêmica, o novo Regimento Geral define regras claras para integralização da carga horária docente, estabelecendo o mínimo de 10 horas semanais em atividades de ensino presencial, de graduação ou de pós-graduação, em sala de aula ou equivalente, para docentes em Dedicação Exclusiva ou em regime de Tempo Parcial. Os docentes submetidos ao regime excepcional de 40 horas ou aqueles em Regime DE que não exerçam atividades de pesquisa e/ou extensão aprovadas pelas instâncias competentes, terão carga horária mínima de atividades de ensino de 20 horas semanais, sendo 16 horas de aula. Notem a conceituação ampla de ensino, mais além dos formatos convencionais de classes recitativas em salas de aula. Em terceiro lugar, compreender a extensão como práxis educacional multirreferenciada significa levar em consideração a interface universidade-sociedade, definida do modo mais amplo possível, Estado e sociedade civil, governos e mercados, movimentos sociais e organizações do terceiro setor. Assim é que, no texto regimental em pauta, define-se como atividades de extensão aquelas que “integram projetos e programas de formação continuada e de integração da universidade com instituições públicas e privadas, organizações não-governamentais, empresas e movimentos sociais”. As modalidades aprovadas incluem um elenco diversificado e rico de possibilidades – cursos de extensão, aperfeiçoamento, especialização, capacitação e similares; cooperação técnica, inovação tecnológica e similares; direção artística, produção cultural e similares; consultorias e assessorias; prestação de serviços; com realce para a articulação com saberes não-universitários. Neste item, dois aspectos inicialmente controversos, mas que alcançaram consenso do ponto de vista jurídico a partir de acórdãos do Tribunal de Contas da União e decisões do Supremo Tribunal Federal, merecem atenção, dado que dizem respeito à contraprestação pecuniária extra-orçamentária decorrente de atividades realizadas por uma instituição pública federal. Primeiro, a inclusão de cursos de especialização como atividades de extensão, juntamente com outras modalidades de educação permanente ou continuada extraordinárias à missão constitucional de ensino público da instituição federal. Segundo, a autorização para recebimento de remuneração adicional pelo docente em Regime DE sob a forma de colaboração em atividade esporádica, prêmios científicos, direitos autorais de patente ou correlato, participação em seminários, congressos, conferências e aulas eventuais, cachês por atividades artísticas, bolsas de ensino, pesquisa e extensão, gratificação por cursos e concursos, coordenação de projetos institucionais, desde que o beneficiário demonstre “desempenho satisfatório em atividades regulares de ensino avaliadas periodicamente, além do cumprimento dos demais encargos atinentes à função docente na universidade” sem prejudicar, “em hipótese alguma, [...] as atividades acadêmicas 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 48 exercidas na UFBA”. Comentário Final Aproveitando de modo pleno e preciso o dispositivo constitucional da autonomia como auto- normatividade e auto-regulação, buscamos construir um consenso político institucional no sentido de concluir o trabalho de atualização estatutária e regimental da UFBA. Sabemos todos que, em instituições efetivamente democráticas, não existe forma mais eficiente de controle social do que o autocontrole institucional. O novo marco normativo da UFBA resulta, portanto, de um pacto interno em torno da articulação e integração entre excelência acadêmica e compromisso social e do compartilhamento da convicção de que a instituição universitária constitui importante fator de transformação sustentada da sociedade ao mostrar-se competente como instituição do conhecimento e da cultura. Isto significa, em termos práticos, lutar para que a necessária expansão com inclusão social, fomentando em paralelo qualidade e produtividade científica, cultural e pedagógica, seja alcançada com eficiência de gestão e eficácia no controle institucional e social do imenso, rico e complexo conjunto de atividades desenvolvidaspela Universidade Federal da Bahia. Por fim, gostaria, neste momento em que concluímos dois mandatos na Reitoria de nossa querida UFBA, registrar os mais sinceros agradecimentos aos membros da Comissão Especial, a toda a comunidade universitária e, de modo especialíssimo, aos Conselhos Superiores. Sabiamente, após examinar as ricas e diversas contribuições emanadas das egrégias congregações e das entidades representativas dos segmentos da UFBA, criteriosamente analisadas e compatibilizadas, nossos dirigentes e representantes aprovaram estes Estatuto e Regimento Geral, legando às administrações que prosseguirão novos instrumentos, democraticamente construídos, indispensáveis ao modelo de autogestão universitária, por todos desejado e longamente esperado. Regimento Geral UFBA TÍTULO I INTRODUÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º. A Universidade Federal da Bahia, cuja estrutura é definida em Estatuto próprio, submete‐se ao presente Regimento Geral que, observados os preceitos daquele, será complementado por outras normas destinadas a assegurar o seu fiel cumprimento. Capítulo I DAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DA UNIVERSIDADE Art. 2º. As atividades essenciais da Universidade, impulsionadas pela sua Administração Institucional e Acadêmica, são: I‐ ensino; II‐ pesquisa, criação e inovação; III‐ extensão universitária. § 1º São consideradas atividades de ensino, além das que vierem a ser definidas pelo Conselho Acadêmico de Ensino, aquelas de caráter formativo e pedagógico, realizadas em programas e cursos de graduação e pós‐graduação, nas seguintes modalidades: I‐ aula presencial; II‐ orientação de graduação e pós‐graduação; III‐ supervisão de atividades práticas e estágios curriculares; IV ‐ ensino à distância; V ‐ preceptoria. § 2º As atividades de pesquisa, criação e inovação compreendem concepção, participação, realização e coordenação de projetos e programas geradores de conhecimento filosófico, científico e tecnológico, e de criação artística e cultural, nas seguintes modalidades: I- estudos filosóficos, teóricos, históricos ou políticos; II‐ pesquisas de campo, estudos etnográficos e similares; III‐ pesquisa‐ação, intervenções comunitárias e similares; IV‐ operação de laboratórios e observatórios; V‐ desenvolvimento metodológico e instrumental de pesquisa; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 49 VI‐ pesquisa operacional e de processos institucionais; VII‐ estudos de processos de criação científica, tecnológica, artística e cultural; VIII‐ concepção e elaboração de obras de arte e similares; IX‐ investigação e experimentação em ciências básicas; X‐ outras atividades de pesquisa, criação e inovação, definidas em norma específica pelo Conselho Acadêmico competente. § 3º As atividades de extensão integram projetos e programas de formação continuada e de integração da Universidade com instituições públicas e privadas, organizações não‐ governamentais, empresas e movimentos sociais, nas seguintes modalidades: I‐ cursos de extensão, aperfeiçoamento, especialização, capacitação e similares; II ‐ cooperação técnica, inovação tecnológica e similares; III‐ direção artística, produção cultural e similares; IV‐ consultorias e assessorias; V‐ prestação de serviços; VI‐ articulação com saberes não‐universitários; VII‐ outras atividades de extensão, definidas em norma específica pelo Conselho Acadêmico competente. § 4º Os planos, programas, projetos e relatórios sobre as atividades essenciais da Universidade deverão ser submetidos aos Órgãos Colegiados competentes e os resultados e produtos serão objeto de registro e acompanhamento nos órgãos próprios. Capítulo II DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS Art. 3º. Definem‐se como Órgãos Colegiados todas as instâncias permanentes de deliberação que se compõem por representação e cujas decisões se estendem sobre: I- toda a Universidade, a saber, o Conselho Universitário, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, os Conselhos Acadêmicos e o Conselho de Curadores, os quais terão regimentos próprios; II‐ ou parte dela, isto é, Congregações, Colegiados e Conselhos Deliberativos, cujas competências sejam definidas neste Regimento Geral e nos Regimentos Internos das Unidades Universitárias, dos Órgãos Estruturantes e dos Complementares. § 1º Os Órgãos Colegiados poderão dispor de Regulamentos próprios, que se sujeitarão sempre às normas universitárias de hierarquia superior. § 2º Aprovação e modificações do Regimento Geral, dos demais Regimentos e dos Regulamentos são da competência exclusiva do pleno dos Conselhos Superiores, conforme a matéria. § 3º Será assegurada deliberação colegiada democrática a todos os assuntos relativos a metas, planos, programas, normas e escolha de dirigentes, bem como a decisões referentes a processos institucionais de cunho acadêmico ou administrativo. Art. 4º. As reuniões dos Órgãos Colegiados serão públicas e a participação dos seus membros prefere a qualquer atividade universitária, sendo obrigatório o comparecimento, respeitada a hierarquia entre esses órgãos. § 1º Somente participarão das reuniões dos Órgãos Colegiados seus membros efetivos, sendo que, em caráter excepcional, a critério do plenário ou por convocação do seu Dirigente, poderão ser ouvidos convidados especiais, sempre que necessário para melhor apreciação de matéria específica. § 2º As reuniões ordinárias dos Órgãos Colegiados serão convocadas por ofício e/ou por meio eletrônico, pelo seu Dirigente, com antecedência mínima de 48 horas, devendo constar da convocação a respectiva ordem do dia. § 3º As reuniões extraordinárias serão convocadas pelo Dirigente ou por solicitação da maioria absoluta dos membros do Órgão Colegiado, com a ordem do dia restrita à discussão e deliberação sobre a pauta que a determinou. Art. 5º. Os Órgãos Colegiados reunir‐se‐ão com a presença da maioria absoluta de seus membros, observando‐se o critério de maioria simples para suas decisões, salvo disposição em contrário no Estatuto ou neste Regimento. § 1º Para efeito de estabelecimento de quorum nas sessões dos Órgãos Colegiados, somente serão computadas as representações efetivamente preenchidas, sendo que, nos Colegiados de cursos, não serão considerados os docentes afastados ou em gozo de férias. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 50 § 2º Além do seu voto, o presidente de Órgão Colegiado terá, nos casos de empate, o voto de qualidade. § 3º Nenhum membro de Órgão Colegiado poderá votar nas deliberações que, direta ou indiretamente, digam respeito a seus interesses particulares, do seu cônjuge, descendentes, ascendentes ou colaterais, estes até o terceiro grau. Art. 6º. O titular de Órgão Colegiado da Universidade será substituído em suas faltas e impedimentos pelo suplente. Parágrafo único. No caso de vacância do cargo do titular, assumirá o substituto pelo prazo máximo de sessenta dias, dentro do qual proceder‐se‐á a nova eleição ou indicação. Art. 7º. A qualquer membro de Órgão Colegiado é assegurada vista dos processos submetidos à sua deliberação, pelo prazo máximo de cinco dias úteis, sendo o processo objeto do pedido de vista incluído na pauta da reunião imediatamente posterior. § 1º Em caso de novo pedido de vista, este será concedido, simultaneamente, aos que solicitarem. § 2º A concessão de pedidos de vista subsequentes deverá ser aprovada pelo plenário do Órgão Colegiado. Capítulo III DAS REPRESENTAÇÕES NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS Art. 8º. As representações dos corpos docente e técnico‐administrativo nos Órgãos Colegiados serão escolhidas na forma estabelecida no Estatuto. Parágrafo único. As representações mencionadas no caput deste artigo serão compostas por servidores do quadro permanente da Instituição, desde que não exerçam Cargo de Direção (CD), observadas outras disposições contidas no Estatuto ou neste RegimentoGeral. Art. 9º. A representação do corpo discente em qualquer órgão de deliberação colegiada será composta na proporção de um estudante para cada quatro membros não discentes, desprezada a fração resultante. § 1º Os membros da representação estudantil nos Órgãos Colegiados terão mandato de um ano, sendo permitida uma recondução. § 2º A representação estudantil poderá dispor, em cada reunião, de um estudante a mais do previsto no caput deste artigo, com direito a voz, a título de assessoramento aos representantes legais. Capítulo IV DO PROVIMENTO DOS CARGOS Art. 10. Os cargos de Reitor e Vice‐Reitor, bem como os de Diretor e Vice‐Diretor das Unidades Universitárias serão exercidos por docentes integrantes da carreira do Magistério Superior. § 1º Nos impedimentos dos gestores indicados no caput deste artigo, os cargos serão assumidos, no caso da Reitoria, pelo substituto eventual do Vice‐Reitor, eleito dentre os diretores de Unidades Universitárias, membros do CONSUNI e, no caso das Unidades Universitárias, pelo substituto eventual do Vice‐Diretor, eleito dentre os docentes membros das respectivas Congregações. § 2º Nos impedimentos dos substitutos eventuais indicados no parágrafo anterior, os cargos serão assumidos, no caso da Reitoria, pelo decano dentre os diretores de Unidades Universitárias e, no caso das Diretorias, pelo decano dentre os docentes membros da respectiva Congregação. § 3º Considera‐se decano o docente que componha o Órgão do qual deva assumir a direção e que tenha maior antiguidade, considerando‐se o ingresso na Instituição, independentemente do nivelamento na carreira ou da titulação funcional. § 4º Aplicam‐se essas mesmas normas, no que couber, a Colegiados de cursos, Departamentos, Órgãos Estruturantes e Complementares e outras estruturas de gestão da Universidade. Art. 11. A escolha do Reitor e Vice‐Reitor da Universidade Federal da Bahia, bem como do Diretor e Vice‐Diretor das Unidades Universitárias e dirigentes dos demais órgãos executivos e colegiados processar‐se‐á nos termos da legislação em vigor. § 1º A lista tríplice para nomeação do Reitor e do Vice‐Reitor será organizada por Colegiado composto pelos membros do Conselho Universitário (CONSUNI) e do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE). § 2º Cada membro do Colegiado definido no parágrafo anterior terá apenas um voto. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 51 TÍTULO II DOS ÓRGÃOS EM GERAL Capítulo I DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO Art. 12. O Conselho Universitário (CONSUNI), órgão de deliberação máxima da Universidade, com composição e competências definidas nos artigos 15 e 16 do Estatuto, delibera por seu pleno e por suas Comissões. § 1º O Regimento Interno do Conselho Universitário disciplinará o seu funcionamento e o de suas Comissões Permanentes. § 2º Os representantes da comunidade no Conselho Universitário serão escolhidos pelo referido Conselho, em escrutínio secreto, entre aquelas personalidades da sociedade civil, indicadas pelas Congregações, que mais se destacaram no apoio às universidades. Art. 13. O Conselho Universitário subdivide‐se nas Comissões Permanentes abaixo nominadas, cujas competências lhes são atribuídas a seguir: I‐ à Comissão de Assuntos Acadêmicos: apreciar propostas e políticas sobre matéria acadêmica, títulos honoríficos, intercâmbio universitário nacional e internacional, além de outros assuntos da interface acadêmico‐administrativa; II‐ à Comissão de Orçamento e Finanças: apreciar questões de orçamento e financiamento da Universidade; III‐ à Comissão de Patrimônio, Espaço Físico e Meio Ambiente: apreciar questões referentes ao patrimônio material e imaterial da Instituição, com especial ênfase nos temas da sustentabilidade ecológica nos campi universitários; IV‐ à Comissão de Gestão de Pessoas: apreciar propostas e políticas para o pessoal docente e técnico‐ administrativo; V‐ à Comissão de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil: apreciar propostas atinentes às políticas de ações afirmativas e assistência estudantil; VI‐ à Comissão de Normas e Recursos: deliberar sobre recursos e apreciar, preliminarmente, modificações ao Estatuto, ao Regimento Geral, e aos demais Regimentos e Resoluções da Universidade. § 1º As Comissões Permanentes terão sua composição definida na última sessão ordinária de cada ano, de acordo com o Regimento do Conselho Universitário. § 2º Cada Comissão Permanente será composta de, no mínimo nove e, no máximo, quinze membros, sendo facultado a cada conselheiro integrar até duas comissões, respeitados os limites acima fixados. § 3º A deliberação da Comissão de Normas e Recursos sobre matéria de recurso que alcançar aprovação de três quintos dos seus membros será considerada final. § 4º Os temas que não se enquadrarem na temática das Comissões Permanentes serão apreciados por Comissões Temporárias, constituídas por membros do Conselho Universitário, especialmente criadas para o fim que se determine. Capítulo II DOS CONSELHOS SUPERIORES ACADÊMICOS Art. 14. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), órgão máximo de deliberação colegiada em matéria estritamente acadêmica, tem composição e competências definidas nos artigos 17 e 18 do Estatuto. Art. 15. O Conselho Acadêmico de Ensino tem composição e competências definidas nos artigos 20 e 21 do Estatuto. § 1º O Conselho Acadêmico de Ensino elegerá seu Presidente na última sessão ordinária de cada ano, dentre os representantes de Unidades Universitárias. § 2º Além das competências referidas no caput deste artigo, o Conselho Acadêmico de Ensino cuidará da adequação, qualidade, eficácia e compatibilidade dos sistemas de registros acadêmicos e administrativos em relação às atividades de ensino da Universidade. Art. 16. O Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão tem composição e competências definidas nos artigos 22 e 23 do Estatuto. § 1º O Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão elegerá seu Presidente na última sessão ordinária de cada ano, dentre os representantes de Unidades Universitárias. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 52 § 2º Além das competências referidas no caput deste artigo, o Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão cuidará da adequação, qualidade, eficácia e compatibilidade dos sistemas de registros operacionais em relação às atividades de pesquisa e extensão da Universidade. Capítulo III DA ASSEMBLEIA UNIVERSITÁRIA Art. 17. A Assembleia Universitária tem composição e competências definidas nos artigos 24 e 25 do Estatuto da Universidade. Capítulo IV DO CONSELHO DE CURADORES Art. 18. O Conselho de Curadores, com composição e competências definidas nos artigos 26 e 27 do Estatuto, supervisionará as atividades de fiscalização e controle da administração e da gerência da UFBA, em conformidade com os dispositivos legais que regulamentam a matéria. § 1º O Conselho de Curadores elegerá seu Presidente na última sessão ordinária de cada ano, dentre os representantes do Conselho Universitário dirigentes de Unidades Universitárias. § 2º Além das competências indicadas no caput deste artigo, o Conselho de Curadores cuidará da adequação, qualidade, eficácia e compatibilidade dos sistemas de controles administrativos, de informações e operacionais utilizados em relação aos objetivos institucionais da Universidade. § 3º Os representantes da comunidade no Conselho de Curadores serão escolhidos pelo Conselho Universitário, em escrutínio secreto, dentre as personalidades da sociedade civil, indicadas pelas Congregações, que mais se destacaram no apoio às universidades, à ciência, à tecnologia, à cultura e à arte, integrantes, preferencialmente, do mundo do trabalho, dos negócios, artístico, cultural e da rede de organizações não‐governamentais. Capítulo V DA COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNOArt. 19. A Coordenadoria de Controle Interno da UFBA é um órgão de fiscalização e controle interno vinculado ao Conselho de Curadores, conforme estabelecido no art. 28 do Estatuto. § 1º A Coordenadoria de Controle Interno da UFBA gozará de autonomia e independência necessárias ao cumprimento das suas atribuições. § 2º A Coordenadoria de Controle Interno da UFBA será dirigida pelo Coordenador Geral, cuja designação, nomeação, exoneração ou dispensa será submetida, pelo Reitor, à aprovação do Conselho de Curadores e, após, à aprovação da Controladoria Geral da União. § 3º O Coordenador Geral será escolhido entre os servidores docentes ou técnico‐ administrativos do quadro permanente da Universidade, preferencialmente com curso superior em Ciências Contábeis, Administração, Economia ou Direito, para mandato de dois anos, podendo haver recondução. § 4º Os relatórios técnicos das auditorias e demais atividades realizadas pela Coordenadoria de Controle Interno nas Unidades Universitárias e demais órgãos da Universidade serão levados ao conhecimento do Conselho de Curadores, do dirigente do órgão auditado e do Reitor. § 5º Estrutura, organização, competências e funcionamento da Coordenadoria de Controle Interno serão estabelecidos em Regulamento próprio. TÍTULO III DA REITORIA Art. 20. À Reitoria, órgão executivo, incumbe superintender, coordenar e fiscalizar as atividades da Universidade, por intermédio das seguintes Pró‐Reitorias: I‐ Ensino de Graduação; II‐ Ensino de Pós‐Graduação; III‐ Pesquisa, Criação e Inovação; IV‐ Extensão Universitária; V‐ Planejamento e Orçamento; VI‐ Administração Geral; VII‐ Desenvolvimento de Pessoas; VIII‐ Ações Afirmativas e Assistência Estudantil. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 53 Art. 21. As Pró‐Reitorias serão dirigidas por Pró‐Reitores, nomeados pelo Reitor, e terão as seguintes atribuições gerais: I‐ executar as decisões dos Órgãos Colegiados superiores pertinentes à sua área de atuação; II‐ supervisionar as atividades dos órgãos responsáveis pela execução das atividades de sua área de atuação; III‐ formular diagnóstico dos problemas da Instituição e propor políticas de atuação nas áreas específicas de atuação; IV‐ apoiar os Órgãos Colegiados superiores no estabelecimento de políticas de atuação correspondentes à sua área específica; V‐ assessorar os Órgãos Colegiados nos processos de deliberação sobre matérias relacionadas aos seus campos de atuação. § 1º As atribuições específicas de cada Pró‐Reitoria serão detalhadas no Regimento da Reitoria. § 2º O Reitor poderá delegar ao Vice‐Reitor e aos Pró‐Reitores outros encargos eventuais ou permanentes e constituir comissões de assessoramento superior para atividades específicas. Art. 22. Para a gestão e execução de atividades específicas da administração acadêmica, a Reitoria contará com Órgãos Estruturantes, definidos e compostos conforme os artigos 32 e 33 do Estatuto. Parágrafo único. As propostas relativas à reestruturação de Órgão Estruturante serão submetidas à apreciação do Conselho Universitário, acompanhadas de exposição de motivos e estudos técnicos realizados pela Reitoria. Art. 23. Os Órgãos Estruturantes da Reitoria compõem os seguintes sistemas institucionais: I ‐ Sistema Universitário de Tecnologia da Informação; II ‐ Sistema Universitário de Bibliotecas; III ‐ Sistema Universitário de Saúde; IV ‐ Sistema Universitário de Museus; V ‐ Sistema Universitário Editorial. § 1º Cada Sistema Universitário terá um Superintendente, nomeado pelo Reitor, e um Conselho Deliberativo, cuja composição, competências e funcionamento estarão definidos em Regimento próprio, aprovado pelo Conselho Universitário. § 2º Os Sistemas Universitários poderão ser compostos por unidades de gestão e execução, cuja finalidade, estrutura e funcionamento estarão definidos nos respectivos Regimentos. Art. 24. A Reitoria terá Regimento próprio, aprovado pelo Conselho Universitário, que disporá sobre: I‐ administração das atividades protocolares, de representação, comunicação, relações internacionais e geração de parcerias; II‐ coordenação, assistência e fiscalização das Pró‐Reitorias e assessorias; III‐ coordenação, assistência e acompanhamento das Unidades Universitárias; IV‐ superintendência dos Órgãos Estruturantes; V‐ organização e funcionamento da infra‐estrutura dos campi universitários; VI‐ gestão das instalações de uso coletivo de ensino, pesquisa e extensão sob sua responsabilidade; VII‐ apoio às atividades dos Órgãos Colegiados superiores; VIII‐ administração das atividades de ouvidoria, correição e controle interno. Art. 25. A Unidade Seccional de Correição estará vinculada diretamente à Reitoria. § 1º A Unidade Seccional de Correição terá um Coordenador, com mandato de dois anos, devendo ser servidor ocupante de cargo efetivo de nível superior da Universidade e, preferencialmente, com formação em Direito. § 2º No desempenho de suas atividades, a Unidade Seccional utilizará como instrumentos: I- investigação preliminar; II‐ inspeção; III‐ sindicância; IV‐ processo administrativo geral; V‐ processo administrativo disciplinar. § 3º Os integrantes da Unidade Seccional de Correição, no desempenho de suas atividades, terão livre acesso a todas as Unidades Universitárias e Órgãos da Universidade, sendo os respectivos dirigentes obrigados a prestar informações, quando solicitadas oficialmente mediante instrumento próprio. § 4º A Unidade Seccional de Correição reger‐se‐á por este Regimento Geral e pelo Regimento da 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 54 Reitoria. Art. 26. Todas as sindicâncias e processos administrativos disciplinares em que figure a Universidade como interessada processar‐se‐ão de forma exclusiva na Unidade Seccional de Correição, que atuará de oficio ou por provocação dos dirigentes dos órgãos da Administração Central e das Unidades Universitárias. Parágrafo único. A Unidade Seccional de Correição contará com pessoal permanente, constituindo comissões de sindicância e processantes, cujas conclusões serão encaminhadas à Consultoria Jurídica e com parecer desta à autoridade competente para arquivamento ou aplicação de penalidades. Art. 27. A Ouvidoria Geral da UFBA estará vinculada administrativamente à Reitoria. § 1º A Ouvidoria Geral da UFBA terá um Ouvidor, servidor da Universidade, ativo ou inativo, indicado pelo Reitor e aprovado pelo Conselho Universitário, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. § 2º A Ouvidoria Geral da UFBA reger‐se‐á pelo Regimento da Reitoria e por Regulamento próprio. TÍTULO IV DOS ÓRGÃOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Capítulo I DAS UNIDADES UNIVERSITÁRIAS Seção I Da Enumeração e das Disposições Gerais Art. 28. São Unidades Universitárias da UFBA: I‐ Escola de Administração; II‐ Escola de Belas Artes; III‐ Escola de Dança; IV‐ Escola de Enfermagem; V‐ Escola de Medicina Veterinária; VI‐ Escola de Música; VII‐ Escola de Nutrição; VIII‐ Escola de Teatro; IX‐ Escola Politécnica; X‐ Faculdade de Arquitetura; XI‐ Faculdade de Ciências Contábeis; XII‐ Faculdade de Ciências Econômicas; XIII‐ Faculdade de Comunicação; XIV‐ Faculdade de Direito; XV‐ Faculdade de Educação; XVI‐ Faculdade de Farmácia; XVII‐ Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas; XVIII‐ Faculdade de Medicina da Bahia; XIX‐ Faculdade de Odontologia; XX‐ Instituto de Biologia; XXI‐ Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável; XXII‐ Instituto de Ciência da Informação; XXIII‐ Instituto de Ciências da Saúde; XXIV‐ Instituto de Física; XXV‐ Instituto de Geociências; XXVI‐ Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos; XXVII‐ Instituto de Letras; XXVIII‐ Instituto de Matemática; XXIX‐ Instituto de Psicologia; XXX‐ Instituto de Química; XXXI‐ Instituto de Saúde Coletiva; XXXII‐ InstitutoMultidisciplinar em Saúde. Parágrafo único. As Unidades Universitárias que compartilham espaços e instalações poderão, em casos excepcionais, constituir estruturas conjuntas de governança e administração de mesmo nível 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 55 hierárquico que as próprias Unidades Universitárias, previstas nos respectivos Regimentos Internos e aprovadas pelo Conselho Universitário. Art. 29. Propostas de criação, modificação e extinção de Unidades Universitárias serão submetidas pela Reitoria ao Conselho Universitário, acompanhadas de exposição de motivos e estudos técnicos necessários à decisão do referido Conselho. § 1º Os documentos mencionados no caput deste artigo serão divulgados na comunidade universitária, no mínimo, sessenta dias antes de submetidos à deliberação do plenário do Conselho Universitário. § 2º As propostas de criação ou extinção de Unidades Universitárias somente poderão ser aprovadas por maioria absoluta. Seção II Das Formas de Organização Art. 30. As Unidades Universitárias estarão organizadas conforme a seguinte estrutura básica: I‐ Congregação; II‐ Diretoria; III‐ Colegiados; IV‐ outros órgãos definidos nos seus Regimentos Internos. Art. 31. Além do especificado no art. 38 do Estatuto, a composição da Congregação poderá ser acrescida de outros membros, vinculados à área acadêmica ou de conhecimento de cada Unidade Universitária, conforme estabelecido no seu Regimento Interno. Art. 32. A Diretoria poderá delegar competências a órgãos executivos encarregados da gestão acadêmica geral e da gerência administrativa e financeira, a ela subordinados, conforme estabelecido no Regimento Interno da Unidade Universitária. Art. 33. Haverá um Colegiado para cada curso ou programa de graduação e de pós‐ graduação. § 1º Quando dois cursos tiverem em comum mais de dois terços dos componentes curriculares dos respectivos projetos curriculares, haverá um só Colegiado. § 2º A composição do Colegiado será definida no Regimento Interno da Unidade Universitária, obedecendo aos princípios dispostos no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação (REGPGP). § 3º Nos casos previstos no art. 43 do Estatuto, o Regimento próprio do Colegiado deverá: I‐ definir a Unidade Universitária que o sediará; II‐ ser aprovado pelas Congregações das Unidades Universitárias às quais se vincula; III‐ estabelecer a sua composição, em conformidade com os princípios dispostos no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação. Art. 34. Compete ao Colegiado: I‐ eleger, dentre seus membros docentes, o seu Coordenador e o Vice‐Coordenador; II‐ fixar diretrizes e orientações didáticas para o respectivo curso ou programa, visando a garantir sua qualidade didático‐pedagógica; III‐ fixar normas para a coordenação interdisciplinar e promover a integração horizontal e vertical dos componentes curriculares; IV‐ coordenar e fiscalizar as atividades do curso, incluindo acompanhamento e avaliação dos componentes curriculares do curso ou programa; V‐ propor e aprovar, em primeira instância, alterações no projeto pedagógico e no currículo do curso, bem como criação e extinção de componentes curriculares; VI‐ fixar normas quanto a inscrição em componentes curriculares e integralização do curso; VII‐ responsabilizar‐se pelas informações referentes aos sistemas oficiais de avaliação; VIII‐ subsidiar a instância competente no que se refere a processos de revalidação de diplomas de cursos de graduação ou de reconhecimento de diplomas de cursos de pós‐ graduação expedidos por estabelecimentos estrangeiros de ensino superior; IX‐ cumprir e fazer cumprir as decisões da Congregação e dos Órgãos Superiores de Deliberação sobre matérias relativas ao curso; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 56 X‐ encaminhar à instância competente solicitação de providências que viabilizem o seu funcionamento; XI‐ planejar, semestralmente, a oferta de componentes curriculares e definir o horário dos mesmos, de forma a assegurar o cumprimento do turno estabelecido para o curso; XII‐ articular‐se com órgãos diversos que possibilitem a implementação de ações no campo da pesquisa e da extensão; XIII‐ decidir sobre procedimentos referentes aos pedidos de matrícula, trancamento ou aproveitamento de estudos; XIV‐ deliberar sobre solicitações, recursos ou representações de alunos referentes à vida acadêmica dos mesmos, na forma definida no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐ Graduação. XV‐ participar diretamente dos programas de avaliação da Instituição, com vistas à manutenção da boa qualidade de seus cursos; XVI‐ apreciar o Relatório Anual das atividades do curso elaborado pelo Coordenador, encaminhando‐ o à Congregação; XVII‐ deliberar, em grau de recurso, sobre decisões do Coordenador do Colegiado; XVIII‐ exercer as demais atribuições conferidas por lei, no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação, no Regimento Interno da Unidade Universitária ou no seu Regimento próprio, quando for o caso. Art. 35. São atribuições do Coordenador de Colegiado: I‐ presidir as reuniões do Colegiado; II‐ executar as deliberações do Colegiado e gerir as atividades do curso ou programa; III‐ representar o Colegiado junto à Congregação, aos demais órgãos da Universidade e a outras instituições; IV‐ assessorar a instância competente quanto ao planejamento semestral das atividades de ensino de graduação e de pós‐graduação da Unidade Universitária; V‐ elaborar o Relatório Anual de Atividades e submetê‐lo ao plenário do Colegiado; VI‐ organizar, em consonância com a direção da Unidade Universitária, procedimentos e ritos referentes a colações de grau. Art. 36. A Unidade Universitária pode optar pela estrutura departamental, caso fique demonstrado o atendimento aos seguintes critérios: I ‐ porte, variedade e complexidade de cursos e programas; II ‐ diversidade de subáreas do seu campo de atuação; III ‐ operacionalidade das suas atividades acadêmicas e administrativas. Parágrafo único. Nos casos previstos no caput deste artigo, os Departamentos serão compostos por docentes integrantes da carreira do Magistério Superior em número não inferior a vinte Professores‐ Equivalentes. Art. 37. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estrutura departamental, são competências do Departamento: I‐ eleger, em escrutínio secreto, dentre seus membros pertencentes ao quadro docente permanente, o Chefe e Vice‐Chefe, para mandato de dois anos, permitida uma recondução; II‐ organizar o Plano Anual de Trabalho, integrando os planos individuais de trabalho dos seus membros; III‐ propor admissão, regime de trabalho, relotação ou afastamento de professores; IV‐ avaliar, anualmente, a execução de planos, programas e atividades planejadas; V‐ aprovar o Relatório Anual de suas atividades, elaborado pelo Chefe do Departamento, encaminhando‐o à Congregação da Unidade Universitária; VI‐ outras competências, a serem definidas no Regimento Interno da Unidade Universitária. Art. 38. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estrutura departamental, são atribuições do Chefe do Departamento: I‐ superintender as atividades do Departamento; II‐ supervisionar a elaboração da proposta orçamentária do Departamento e sua execução; III‐ coordenar a elaboração dos planos de trabalho, em cooperação com os professores em exercício; IV‐ elaborar o Relatório Anual das atividades do Departamento e submetê‐lo ao plenário; V‐ controlar o cumprimento das atividades acadêmicas do docente, segundo o seu regime de trabalho; VI‐ outras funções, a serem definidas no Regimento Interno da Unidade Universitária. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 57 Seção III Dos Órgãos Complementares Art. 39. Para melhor desenvolver suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, as UnidadesUniversitárias poderão constituir Órgãos Complementares, com a finalidade de colaborar na gestão, deliberação e execução dessas atividades, relacionadas, especificamente, à sua área de atuação. § 1º A proposta de criação de Órgão Complementar, bem como seu anteprojeto de Regimento Interno serão submetidos à aprovação da Congregação da Unidade Universitária a que estará vinculado. § 2º A criação do Órgão Complementar dar‐se‐á mediante submissão ao Conselho Universitário de proposta fundamentada, na qual a Unidade Universitária justificará, através de exposição de motivos, a necessidade dessa colaboração para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão. § 3º A extinção de Órgão Complementar poderá ser proposta ao Conselho Universitário pela Congregação da Unidade Universitária a que estiver vinculado ou pelo seu Conselho Deliberativo, ouvida a respectiva Congregação, ou pelo próprio Conselho Universitário. § 4º Na hipótese de Órgão Complementar de caráter interdisciplinar ou multidisciplinar, vinculado a mais de uma Unidade Universitária, a proposta de criação ou de extinção será submetida à aprovação da Congregação de cada uma delas. Art. 40. O Órgão Complementar terá um Conselho Deliberativo, cuja composição, competências e funcionamento serão definidos em Regimento Interno, devendo o Diretor da Unidade Universitária proponente ser o seu Presidente. Parágrafo único. Na hipótese em que o Órgão Complementar seja vinculado a mais de uma Unidade Universitária, os Diretores de todas elas serão membros do seu Conselho Deliberativo e o seu Presidente será escolhido entre eles, mediante procedimento a ser definido no Regimento Interno. Art. 41. O Órgão Complementar terá um Coordenador, necessariamente do quadro permanente da Universidade, escolhido pelo seu Conselho Deliberativo, com mandato definido no seu Regimento Interno, não devendo ultrapassar dois anos, admitida uma recondução. Art. 42. O Órgão Complementar não terá lotação própria de pessoal docente e técnico‐ administrativo. Art. 43. O Órgão Complementar não se constituirá em unidade orçamentária. § 1º A manutenção das atividades do Órgão Complementar será garantida por recursos provenientes de receitas extra‐orçamentárias por ele arrecadadas, geradas por atividades pertinentes ao Órgão e, excepcionalmente, por receitas orçamentárias da Unidade Universitária a que estiver vinculado, conforme deliberação da respectiva Congregação. § 2º Na hipótese em que o Órgão Complementar seja vinculado a mais de uma Unidade Universitária, todas participarão da manutenção das atividades do Órgão, considerando‐se o grau de envolvimento de cada uma delas. § 3º Das receitas geradas por atividades pertinentes ao Órgão Complementar, um percentual de repasse à Unidade Universitária deverá ser definido pela Congregação, salvo nos casos em que haja impedimento de natureza legal ou quando os recursos sejam apenas suficientes ao desenvolvimento das atividades. § 4º O repasse a ser definido não deverá ser inferior a dez por cento da receita gerada. § 5º Na hipótese em que o Órgão Complementar seja vinculado a mais de uma Unidade Universitária, a distribuição do repasse será definida pelo seu Conselho Deliberativo. Art. 44. Incorpora‐se ao patrimônio da Universidade, sob guarda e responsabilidade da Unidade Universitária, todos os bens adquiridos com recursos captados pelo Órgão Complementar. Parágrafo único. Na hipótese de Órgão Complementar vinculado a mais de uma Unidade Universitária, a guarda e responsabilidade pelos bens adquiridos será definida pelo seu Conselho Deliberativo. Art. 45. O Plano Anual de Trabalho, o Relatório Anual de Gestão e a Prestação de Contas do Órgão Complementar serão submetidos à aprovação do seu Conselho Deliberativo e, posteriormente, à Congregação da Unidade Universitária a que estiver vinculado. Parágrafo único. Na hipótese de Órgão Complementar vinculado a mais de uma Unidade Universitária, o Plano Anual de Trabalho, o Relatório Anual de Gestão e a Prestação de Contas serão submetidos a todas as Congregações. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 58 TÍTULO V DOS ÓRGÃOS CONSULTIVOS E DAS COMISSÕES CENTRAIS Capítulo I DOS ÓRGÃOS CONSULTIVOS Art. 46. Os Órgãos Consultivos da Universidade, nos termos do art. 14 do Estatuto, são os seguintes: I‐ Conselho Consultivo Social; II‐ Conselho Consultivo de Aposentados, Eméritos e Ex‐Alunos; III‐ Conselho Social de Vida Universitária; IV‐ Consultoria Jurídica. Parágrafo único. Os órgãos de que trata o caput deste artigo terão Regimentos próprios, aprovados pelo Conselho Universitário. Seção I Do Conselho Consultivo Social Art. 47. O Conselho Consultivo Social (CCS), órgão de caráter consultivo e propositivo em matéria referente à interface Universidade‐sociedade, tem por finalidade: I‐ promover relações efetivas de colaboração entre a Universidade e outras instituições, órgãos de Governo, entidades e organizações nos domínios da cultura, da ciência, das artes, das tecnologias, do trabalho e da produção; II‐ formular propostas de desenvolvimento institucional em suas relações com políticas públicas de desenvolvimento sustentável, nacional, regional ou local; III‐ formular propostas visando à otimização de recursos e maximização de resultados no que respeita ao cumprimento de sua missão social; IV‐ identificar e propor apoios e recursos garantidores da expansão da Universidade, sempre aliada à busca incessante da excelência no cumprimento de seus objetivos institucionais. Art. 48. O Conselho Consultivo Social reunir‐se‐á, ordinariamente, a cada dois anos, ou extraordinariamente, convocado pelo Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho Universitário, com a seguinte composição: I‐ Reitor, que o presidirá; II‐ representante das sociedades científicas; III‐ representante das organizações da indústria e do comércio; IV‐ representante das organizações dos trabalhadores; V‐ representante das organizações do terceiro setor; VI‐ representante dos movimentos sociais organizados; VII‐ representante do Conselho Universitário; VIII‐ representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; IX‐ representação do corpo docente; X‐ representação do corpo técnico‐administrativo; XI‐ representação do corpo discente, na forma da Lei. § 1º Os membros referidos nos incisos II a VI terão mandato de dois anos e serão escolhidos pelo Conselho Universitário, em votação secreta, a partir de indicações em lista tríplice encaminhadas pelas entidades representativas dos setores contemplados. § 2º Os membros referidos nos incisos VII e VIII terão mandato de dois anos e serão eleitos por seus pares, em votação secreta. § 3º Os membros referidos nos incisos IX e X terão mandato de dois anos e serão eleitos por seus pares, dentre os membros do Conselho Universitário, em votação secreta. Seção II Do Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex‐alunos Art. 49. O Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex‐Alunos (CCEX), órgão de caráter consultivo e propositivo em matéria referente à integração dos segmentos que contribuíram para a história da Universidade Federal da Bahia, tem por finalidade: I‐ promover ações destinadas a fortalecer os laços entre a comunidade universitária e os segmentos de ex‐docentes, ex‐servidores técnico‐administrativos e ex‐alunos; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 59 II‐ formular propostas de integração de ex‐docentes, ex‐servidores técnico‐ administrativos e ex‐alunos nas atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária, visando incorporar a experiência acumulada pelos egressos da Instituição; III‐ assessorar, quando solicitado, os Órgãos Superiores de Deliberação, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmicas da UFBA no encaminhamento de questões que interferemno cumprimento de sua missão social; IV‐ propor à Reitoria e demais órgãos da UFBA apoios e recursos garantidores da expansão qualificada da Universidade, sempre aliada à busca incessante da excelência no cumprimento de seus objetivos institucionais. Art. 50. O Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex‐Alunos reunir‐se‐á anualmente ou, extraordinariamente, convocado pelo Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho Universitário, com a seguinte composição: I‐ Reitor, que o presidirá; II ‐ os ex‐reitores; III‐ os professores eméritos; IV‐ dois representantes dos professores aposentados; V‐ dois representantes dos servidores técnico‐administrativos aposentados; VI‐ representante do Conselho Universitário; VII‐ representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; VIII‐ representante do Conselho de Curadores; IX ‐ representantes dos ex‐alunos. § 1º O segmento dos ex‐alunos se fará representar no Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex‐Alunos em proporção equivalente à representação estudantil nos Órgãos Colegiados, previsto no art. 9º deste Regimento. § 2º Os membros do Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex‐Alunos referidos nos incisos IV, V e IX terão mandato de dois anos e serão escolhidos pelo Conselho Universitário, em votação secreta, a partir de indicações em lista tríplice encaminhadas por foros representativos dos setores contemplados. § 3º Os membros referidos nos incisos VI a VIII terão mandato de dois anos e serão eleitos por seus pares, dentre os membros dos respectivos Órgãos Colegiados, em votação secreta. Seção III Do Conselho Social de Vida Universitária Art. 51. O Conselho Social de Vida Universitária (CSVU), órgão de caráter consultivo e propositivo em matéria referente à integração dos segmentos que compõem a comunidade universitária da UFBA, compõe‐se de: I‐ Pró‐Reitor de Ações Afirmativas e Políticas Estudantis, que será seu Presidente; II‐ Pró‐Reitor de Desenvolvimento de Pessoas, que será seu Vice‐Presidente; III‐ Pró‐Reitor de Ensino de Graduação; IV‐ Pró‐Reitor de Ensino de Pós‐Graduação; V‐ Superintendente Acadêmico; VI‐ representante do Conselho Universitário; VII‐ representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; VIII‐ representante do corpo docente; IX‐ representante do corpo técnico‐administrativo; X‐ representação do corpo discente, na forma da Lei. §1° Os membros referidos nos incisos VI e VII do caput deste artigo terão mandato de dois anos e serão eleitos por seus pares, em votação secreta, sendo admitida uma recondução; §2° Os representantes mencionados nos incisos VIII e IX do caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzido pelas respectivas entidades de representação, para mandato de dois anos, com direito a uma recondução. Art. 52. Ao Conselho Social de Vida Universitária compete: I‐ propor à Reitoria e demais órgãos da UFBA ações no âmbito da vida universitária que fortaleçam a integração entre docentes, discentes e servidores técnico‐administrativos; II‐ supervisionar a execução das políticas de ações afirmativas e de assistência estudantil aprovadas 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 60 pelo Conselho Universitário; III‐ assessorar, quando solicitado, os Conselhos Superiores da UFBA, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmicas no encaminhamento de questões pertinentes ao desempenho acadêmico; IV‐ julgar, em grau de recurso, a aplicação das penas disciplinares aos alunos assistidos pelos serviços componentes da Assistência Estudantil, conforme previsto nos Regulamentos específicos. Seção IV Da Consultoria Jurídica Art. 53. A Consultoria Jurídica vincula‐se diretamente ao Gabinete do Reitor, cabendo‐lhe opinar sobre a juridicidade das propostas que lhe forem submetidas, tais como minutas de convênios e contratos, incluindo‐se termos de ajustes, e outros instrumentos que projetem responsabilidades encargos ou benefícios. CAPÍTULO II DAS COMISSÕES CENTRAIS Art. 54. A Universidade disporá das seguintes Comissões Centrais: I ‐ I- Comissão Própria de Avaliação; II‐ Comissão Central de Ética; III‐ Comissão Permanente de Arquivo. Parágrafo único. Os órgãos de que trata o caput deste artigo terão Regimentos próprios, aprovados pelo Conselho Universitário. Seção I Da Comissão Própria de Avaliação Art. 55. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) terá a seguinte composição: I‐ representante do Reitor, que será o Coordenador; II‐ dois docentes com experiência em avaliação institucional e/ou gestão de educação superior, designados pela Administração Central; III‐ representante do corpo docente; IV‐ representante do corpo técnico‐administrativo; V‐ membro do Conselho Estadual de Educação, representando a sociedade civil; VI ‐ representação do corpo discente, na forma da Lei. §1° Os membros referidos nos incisos I a V terão mandato de dois anos, admitida uma recondução; §2° A representação estudantil terá mandato de um ano, permitida uma recondução. Art. 56. A Comissão Própria de Avaliação tem como função: I‐ coordenar processos internos de avaliação, sistematização e análise, em todos os níveis de atividade e áreas de atuação; II‐ realizar estudos e pesquisas pertinentes ao desempenho acadêmico, institucional e de gestão da Universidade Federal da Bahia; III‐ atuar como interface perante o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES; IV‐ prestar as informações solicitadas pelo INEP/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; V‐ propor à Reitoria e demais órgãos deliberativos ações que promovam uma cultura de avaliação no âmbito da UFBA e que fortaleçam o desempenho de docentes, discentes e servidores técnico‐ administrativos; VI‐ zelar pelo cumprimento do Plano de Desenvolvimento Institucional; VII‐ assessorar, quando solicitada, os Conselhos Superiores da UFBA, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmicas no encaminhamento de questões referentes a desempenho acadêmico e institucional. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 61 Seção II Da Comissão Central de Ética Art. 57. A Comissão Central de Ética (CCE) da UFBA tem a seguinte composição: I‐ representante do Reitor, que será o Coordenador; II‐ representante das comissões de ética de cada área do conhecimento, escolhidos pela Administração Central; III‐ representante docente com formação pós‐graduada em Filosofia; IV‐ representante docente com formação pós‐graduada em Direito; V‐ representante do corpo técnico‐administrativo; VI‐ membro do Conselho Estadual de Educação, representando a sociedade civil; VII‐ representação do corpo discente, na forma da Lei. §1° Os membros da Comissão Central de Ética, referidos nos incisos I a VI terão mandato de dois anos, admitida uma recondução; §2° A representação estudantil terá mandato de um ano, permitida uma recondução. Art. 58. A Comissão Central de Ética tem como função: I‐ supervisionar e zelar pelo cumprimento das normas de conduta ética na Universidade; II‐ acompanhar as atividades dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) em humanos e animais, conforme a legislação pertinente; III‐ promover estudos e pesquisas pertinentes ao tema da ética acadêmica, institucional e de gestão da Universidade Federal da Bahia; IV‐ propor à Reitoria e demais órgãos deliberativos ações que promovam a ética acadêmica e profissional e a integridade científica na comunidade universitária; V‐ elaborar códigos de ética científica, profissional, estudantil e de gestão institucional, a serem aprovados pelos Conselhos Superiores da UFBA; VI‐ assessorar e apoiar, quando solicitada, os Conselhos Superiores, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmicas no encaminhamento de questões referentes à éticaacadêmica e profissional e à integridade científica e estética. Seção III Da Comissão Permanente de Arquivo Art. 59. A Comissão Permanente de Arquivo terá a seguinte composição: I‐ representante do Reitor, que será o Coordenador; II‐ três professores indicados pelo Instituto de Ciência da Informação; III‐ quatro professores indicados pelo Conselho Universitário, dentre especialistas na área; IV‐ um representante estudantil. Art. 60. A Comissão Permanente de Arquivo terá como função: I‐ propor, implementar e acompanhar a execução de uma política de arquivo para as Unidades Universitárias; II‐ estabelecer normas e diretrizes para o funcionamento dos arquivos setoriais nas unidades acadêmicas e administrativas; III‐ orientar as ações necessárias à preservação de documentos de valor permanente nos respectivos núcleos de arquivamento; IV‐ assessorar, quando solicitada, os Conselhos Superiores, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmicas no encaminhamento de questões referentes a arquivo e gestão de documentos. TÍTULO VI DAS ATIVIDADES‐FIM DA UNIVERSIDADE Capítulo I DO ENSINO Art. 61. O ensino será ministrado nas seguintes modalidades de cursos: I‐ graduação; II‐ sequenciais; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 62 III‐ pós‐graduação stricto sensu. Parágrafo único. A Universidade poderá instituir cursos nas formas presencial, semipresencial e à distância, respeitada a legislação em vigor. Art. 62. Regras referentes a planejamento acadêmico, execução e avaliação de cursos, bem como seleção, ingresso, matrícula e avaliação de alunos serão estabelecidas no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação (REGPG), aprovado pelo Conselho Acadêmico de Ensino. Art. 63. Os cursos de graduação destinam‐se à formação universitária que habilita à obtenção de graus acadêmicos básicos e ao exercício profissional, compreendendo as seguintes modalidades: I‐ Licenciatura: destina‐se à formação de professores para atuar na educação básica, conferindo diploma de Licenciado; II‐ Bacharelado: destina‐se à formação nas diversas profissões, carreiras e campos do saber, concedendo o grau de Bacharel; III‐ Formação Profissional: destina‐se à formação nas diversas profissões ou carreiras regulamentadas, conferindo diploma com as respectivas denominações; IV‐ Superior de Tecnologia: destina‐se à formação em áreas técnicas específicas, conferindo diploma de Tecnólogo; V‐ Bacharelado Interdisciplinar: destina‐se à formação geral humanística, científica e artística, com currículos flexíveis e articulados, possibilitando o aprofundamento num dado campo do conhecimento, conferindo diploma de Bacharel nas áreas de Artes, Humanidades, Saúde, Ciências e Tecnologias. Art. 64. Os cursos sequenciais por campo de saber, conjunto de atividades sistemáticas de formação alternativas ou complementares aos cursos de graduação, destinam‐se a: I‐ egressos do ensino médio que buscam obter complementação de estudos; II‐ estudantes de cursos de graduação que desejam ampliar ou diversificar sua formação; III ‐ egressos de cursos de graduação em busca de atualização profissional. Art. 65. Os cursos de pós‐graduação stricto sensu têm por finalidade a formação avançada em programas de mestrado e doutorado. Parágrafo único. Os cursos definidos no caput deste artigo têm por objetivo proporcionar o aprofundamento nos diversos campos de saberes e práticas com elevado padrão de competência cientifica, tecnológica e artístico‐cultural, capacitando o egresso a produzir, promover, utilizar, divulgar e avaliar, criticamente, os processos geradores do conhecimento, além do adquirido no nível de graduação. Seção I Dos Currículos Art. 66. Os currículos dos cursos devem contemplar quatro princípios básicos: I‐ flexibilidade – possibilita aos estudantes escolherem parte do seu percurso de aprendizagem; II‐ autonomia – permite a consolidação da competência dos sujeitos para o aprendizado permanente, possibilitando a reflexão sobre teorias, práticas e técnicas do respectivo campo de formação; III‐ articulação – busca o diálogo interdisciplinar entre os diversos campos do saber, superando a visão fragmentada do conhecimento; IV‐ atualização – garante ajustes programáticos periódicos que incorporem os avanços do conhecimento. Art. 67. Todos os currículos devem estar pautados nos princípios e objetivos do projeto pedagógico do curso, aprovado pela Congregação da Unidade Universitária, que contemplará: I‐ objetivos acadêmicos do curso; II‐ perfil esperado para o profissional que será graduado ou pós‐graduado; III‐ conhecimentos, competências e habilidades básicas a serem trabalhados com os estudantes ao longo do curso. Parágrafo único. Os currículos de cursos ou programas de natureza interdisciplinar, envolvendo mais de uma Unidade Universitária ou com especificidades de natureza acadêmica, deverão ser aprovados pelas Congregações das Unidades Universitárias que o abrigam. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 63 Art. 68. A estrutura curricular será constituída por componentes curriculares, definidos como as unidades mínimas nas quais se dividem os conteúdos ministrados ao longo do curso e exigem atribuição de notas ou menções de aprovação/reprovação em frequência e/ou desempenho. §1º Os componentes curriculares compreendem: I‐ quanto à modalidade: a) disciplina – com alto grau de sistematização no tratamento dos conteúdos curriculares; b) atividade – flexível, aberta a alterações, que estimule a participação efetiva dos estudantes, tais como oficinas, seminários, ateliês, exposições, produções técnicas e artísticas, projetos de pesquisa, laboratórios integrados, trabalhos de campo, módulos disciplinares e outras com características semelhantes; c) estágio – abrange experiências laborais em instituições, empresas e outras entidades, com realização de atividades pertinentes ao objetivo do curso; d) atividade complementar – compreende experiências e vivências acadêmicas livremente escolhidas pelos estudantes, que podem ser oferecidas pela UFBA ou por outras instituições, com a finalidade de ampliar as possibilidades de aprendizagem teórica e prática, mediante aproveitamento de estudos extracurriculares, incluindo as demais modalidades descritas neste artigo; e) trabalho de conclusão de curso. II ‐ quanto à natureza: a) obrigatórios – componentes indispensáveis à integralização do curso, cujos conteúdos são essenciais à formação pretendida; b) optativos – componentes complementares cujos conteúdos configuram‐se em estreita relação com a formação pretendida, mas que, individualmente, não são indispensáveis à integralização do curso; c) livres – conteúdos programáticos que não guardam, necessariamente, relação direta com a formação pretendida. § 2º Os componentes curriculares poderão ser agrupados em eixos com denominações específicas, a partir da função no currículo, pertencimento a um dado campo do saber ou compartilhamento de afiliação teórica, metodológica ou prática. § 3º A oferta de componentes curriculares deverá, preferencialmente, ser concentrada num único turno, com exceção dos cursos que prevêem estudos em tempo integral na sua estrutura curricular. § 4º A alocação dos componentes curriculares será definida nos Regimentos Internos das Unidades Universitárias. § 5° As Atividades Complementares serão coordenadas e avaliadas pelos Colegiados. Seção II Do Planejamento, Execução e Avaliação do Ensino Art. 69. Ementa, programa e plano de ensino de cada componente curricular, elaborados de acordo com o projeto pedagógico do curso, deverão ser aprovados pelo Colegiado. Parágrafo único. Cada um dos componentes curriculares deverá incluir procedimentos eficientes de avaliação do rendimento dos estudantes. Art. 70. A avaliação de aprendizagem realizar‐se‐ápor período letivo, semestral ou anual, compreendendo apuração da frequência às aulas ou atividades e/ou determinação das notas obtidas pelos estudantes em trabalhos escolares, testes e provas, quando for o caso. Parágrafo único. Estrutura, critérios, processos e instrumentos de avaliação de aprendizagem serão estabelecidos no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação. Art. 71. Será considerado aprovado no componente curricular o aluno que obtiver nota final, resultante da média das avaliações parciais, igual ou superior a cinco, sem aproximação de decimais. Seção III Da Seleção e do Ingresso Art. 72. As vagas oferecidas para ingresso em todos os cursos de graduação e de pós‐ graduação serão determinadas pelo Conselho Acadêmico de Ensino, divulgadas em edital. Art. 73. A Universidade propiciará, a cada período letivo, de acordo com as normas vigentes e em função das vagas existentes, outras formas de ingresso de estudantes, tais como transferência, readmissão, matrícula de portador de diploma, de aluno ouvinte, de aluno especial e matrícula decorrente 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 64 de convênio ou intercâmbio. Parágrafo único. O ingresso de que trata o caput deste artigo não poderá afetar as vagas oferecidas no processo seletivo e só ocorrerá com autorização do Conselho Acadêmico de Ensino. Art. 74. A Universidade procederá ao aproveitamento de estudos realizados na UFBA, em outra instituição de ensino superior nacional credenciada ou em instituição estrangeira similar, nos termos da legislação em vigor e do Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐ Graduação. § 1º Excetuam‐se das exigências do caput deste artigo os aproveitamentos provenientes de programas de mobilidade estudantil previstos em convênios e acordos de intercâmbio acadêmico. § 2º O aproveitamento de estudos de que trata o caput deste artigo, quando realizados em instituições universitárias, nacionais e estrangeiras, de reconhecido conceito acadêmico, credenciadas pelo Conselho Acadêmico de Ensino em processo próprio, será concedido sem necessidade de averiguação de equivalência curricular específica. Seção IV Da Matrícula Art. 75. A matrícula e as inscrições em componentes curriculares para os recém‐ingressos na Universidade serão feitas sob a coordenação e controle do órgão competente da Reitoria, nos prazos fixados no calendário acadêmico, seguindo normas aprovadas pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. Parágrafo único Os Colegiados de cursos terão competência para realizar inscrições semestrais em componentes curriculares. Art. 76. O trancamento total de matrícula ou de inscrição em componentes curriculares poderá ser concedido ao aluno regular, nos termos do Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação. Seção VI Do Ano Letivo Art. 77. O órgão competente da Reitoria e o Conselho Acadêmico de Ensino organizarão, anualmente, o Calendário Acadêmico, que será apreciado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. § 1º O ano letivo, independente do ano civil, terá duração de, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo. § 2º Para efeito de programação dos vários componentes curriculares, a critério do Conselho Acadêmico de Ensino, o ano letivo poderá ser dividido em subperíodos. Seção VII Dos Graus, Diplomas e Certificados Art. 78. A Universidade conferirá diplomas, correspondendo aos seguintes cursos: I ‐ Graduação: a) curso superior de tecnologia; b) bacharelado interdisciplinar; c) bacharelado; d) licenciatura; e) formação profissional em carreiras específicas. II‐ Pós‐Graduação stricto sensu: a) mestrado; b) doutorado. Art. 79. A Universidade expedirá os seguintes certificados: I ‐ aprovação em componente curricular ou conjunto de componentes curriculares; II ‐ conclusão de cursos sequenciais; III ‐ conclusão de cursos de especialização, aperfeiçoamento, atualização e extensão. Art. 80. A emissão de certificados e diplomas e a concessão de graus serão regulamentadas por normas específicas aprovadas pelo Conselho Acadêmico de Ensino. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 65 Art. 81. A habilitação à Livre Docência será realizada de acordo com normas estabelecidas em resolução do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, em conformidade com o disposto na legislação em vigor. Parágrafo único. Cabe à Congregação da Unidade Universitária a escolha dos membros da Comissão Examinadora e dos temas do concurso de Livre Docência e a sua homologação. Art. 82. A Universidade revalidará, reconhecerá e registrará graus, títulos e diplomas de cursos de graduação ou de pós‐graduação expedidos por instituições estrangeiras nas áreas em que possuir cursos reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior, à vista de requerimento do interessado, apreciado pelo Conselho Acadêmico de Ensino, em processo instruído de acordo com as normas do Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação. Parágrafo único. O processo de que trata o caput deste artigo, no caso de diplomas outorgados por instituições universitárias de reconhecido conceito acadêmico credenciadas pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão em processo próprio, será realizado sem necessidade de averiguação de equivalência curricular, ressalvadas as carreiras submetidas a legislação específica. CAPÍTULO II DA PESQUISA, DA CRIAÇÃO E DA INOVAÇÃO Art. 83. A pesquisa, a inovação e a criação, em articulação com o ensino e a extensão, terão como objetivos a produção de conhecimento, o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias e a exploração de formas originais de expressão artística nos diversos campos do saber, da arte e da cultura. Art. 84 A Universidade incentivará a pesquisa, a inovação e a criação, mediante: I ‐ concessão de bolsas em diversas categorias; II ‐ formação de pessoal em programas de pós‐graduação stricto sensu próprios ou em instituições nacionais e estrangeiras; III ‐ concessão de auxílios para execução de projetos; IV ‐ realização de convênios com entidades nacionais, estrangeiras e internacionais; V ‐ intercâmbio com instituições científicas e culturais, estimulando a cooperação entre pesquisadores e artistas, mediante o desenvolvimento de projetos conjuntos; VI ‐ divulgação dos resultados dos projetos realizados; VII ‐ promoção de eventos, festivais, congressos, simpósios e seminários, bem como participação em iniciativas semelhantes de outras instituições. Art. 85. Os projetos de pesquisa, de inovação tecnológica ou de criação artística serão registrados nas Unidades Universitárias em que se realizem, obedecendo aos termos dos respectivos Regimentos Internos. Art. 86 Caberá à Pró‐Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação, de acordo com orientações e diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão: I‐ coordenar programas institucionais de fomento e intercâmbio científico, artístico e tecnológico, assegurando sua divulgação; II‐ estimular e supervisionar programas amplos, de natureza multi e interdisciplinar, que envolvam várias Unidades Universitárias ou Órgãos Estruturantes; III‐ manter sistemas de informação para acompanhamento, avaliação e divulgação de programas, linhas e projetos de pesquisa, criação e inovação desenvolvidos pela Universidade; IV‐ prospectar oportunidades de pesquisa, criação e inovação e respectivas fontes de financiamento, assegurando sua divulgação. Art. 87 A participação em programas e projetos de pesquisa, criação e inovação, bem como seus produtos e resultados, serão devidamente considerados: I‐ na distribuição de encargos e computada para efeito de avaliação de docentes e técnicos; II‐ na formação acadêmica dos estudantes e computada na sua integralização curricular. 1291998 E-book gerado especialmentepara ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 66 CAPÍTULO III DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Art. 88. A Universidade manterá diálogo permanente com a sociedade, mediante ações junto ao público em geral, comunidades, segmentos organizados da sociedade civil, órgãos governamentais e empresas públicas ou privadas, sob a forma de programas ou atividades de extensão universitária. Art. 89. A Universidade incentivará a extensão universitária através de: I‐ concessão de bolsas em categorias diversas; II‐ formação de pessoal em programas de trabalho de campo; III‐ concessão de auxílios para execução de projetos; IV‐ realização de convênios com entidades nacionais, estrangeiras e internacionais; V‐ parcerias com instituições, cujos objetivos e ações sejam compatíveis com a política de extensão da Universidade; VI‐ divulgação da produção acadêmica gerada por atividades ou programas de extensão; VII‐ promoção de congressos, simpósios e seminários para estudos e debates sobre a produção acadêmica da extensão universitária, bem como participação em iniciativas semelhantes de outras instituições. Art. 90. As ações extensionistas, de caráter eventual ou permanente, compreenderão cursos, eventos, serviços, trabalhos de campo ou outras formas de atuação compatíveis com a natureza das atividades acadêmicas e com os contextos sócio‐culturais focalizados, conforme as seguintes definições: I‐ cursos – atividades sistematizadas de caráter didático, que objetivam a disseminação de princípios, conceitos, fundamentos, métodos e tecnologias para público‐alvo definido; II‐ eventos – congresso, conferência, seminário, apresentação ou debate público de conhecimentos, processos ou produtos culturais, artísticos, científicos e tecnológicos; III‐ trabalhos de campo – atividades acadêmicas que visam à produção e socialização de conhecimento, realizadas junto a segmentos da sociedade, compreendendo diagnóstico, planejamento, treinamento e desenvolvimento de ações de forma participativa; IV‐ serviços – ações através das quais habilidades e conhecimentos de domínio da Universidade são disponibilizados sob a forma de atendimento, consulta, exame laboratorial, procedimento especializado, consultoria, assessoria, assistência técnica e manutenção de equipamento, realização de estudos, organização de publicação, elaboração e orientação de projetos e atividades similares. Art. 91. Os cursos de extensão compreendem as seguintes modalidades: I- programas de educação permanente: destinados a difundir conhecimentos e técnicas nas várias áreas das ciências, das artes e da cultura, mediante cursos de informação, treinamento e capacitação; II‐ programas de atualização, aperfeiçoamento e especialização: têm por finalidade desenvolver, aprofundar e diversificar a formação de portadores de diplomas de graduação. Parágrafo único. Caberá às instâncias competentes da Unidade Universitária, de acordo com a iniciativa dos cursos, estabelecer critérios de seleção dos candidatos para os cursos de extensão, de acordo com norma própria estabelecida pelo Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão. Art. 92. A participação em atividades ou programas de extensão será devidamente considerada: I‐ na distribuição de encargos e computada para efeito de avaliação de docentes e técnicos; II‐ na formação acadêmica dos estudantes, sendo computada na integralização curricular. Art. 93. Constituem instâncias de concepção, elaboração, realização, acompanhamento e avaliação de ações extensionistas: I‐ Unidade Universitária; II‐ Órgão Estruturante ou Complementar. Art. 94 Caberá à Pró‐Reitoria de Extensão, de acordo com as diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão: I‐ coordenar programas de fomento, intercâmbio, divulgação e avaliação da extensão, da pós‐ graduação sentido lato, da educação permanente e dos serviços; II‐ estimular e supervisionar programas amplos, de natureza interdisciplinar, que envolvam várias Unidades Universitárias ou Órgãos Estruturantes; 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 67 III‐ manter um sistema de informações para registro, acompanhamento e divulgação de programas e atividades de extensão, de pós‐graduação lato sensu, de educação permanente e de serviços desenvolvidos pela Universidade; IV‐ autorizar a expedição de certificados referentes a ações extensionistas e correlatas. TÍTULO VII DOS TÍTULOS HONORÍFICOS Art. 95. A Universidade concederá os seguintes Títulos Honoríficos: I‐ Professor Emérito; II‐ Professor Honorário; III‐ Doutor Honoris Causa; IV‐ Benemérito da Universidade. Art. 96 A Universidade concederá a professores, estudantes e funcionários, pelo seu desempenho ou em razão de excepcional mérito individual, as seguintes dignidades universitárias, sob a forma de medalhas: I ‐ Mérito Docente; II ‐ Mérito Discente; III ‐ Mérito Funcional. Art. 97. O Conselho Universitário regulamentará a concessão dos títulos e dignidades universitárias em resolução específica. TÍTULO VIII DO PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO DAS ATIVIDADES UNIVERSITÁRIAS Art. 98. As atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como as atividades administrativas, técnicas e complementares da Universidade, obedecerão a planejamento que vise unificar esforços e recursos aplicados e serão objeto de acompanhamento, supervisão e avaliação, de acordo com objetivos e metas previamente definidos. Art. 99. O desenvolvimento das atividades‐fim, técnicas e administrativas obedecerá a diretrizes, objetivos, metas e programas fixados no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade, renovado a prazos de cinco anos, aprovados pelo Conselho Universitário, ouvidos os Conselhos Acadêmicos e o Conselho de Curadores. § 1º A estrutura do PDI compreenderá os seguintes itens: I‐ Infra‐estrutura; II‐ financiamento; III‐ gestão institucional; IV‐ desenvolvimento acadêmico. § 2º Os planos quinquenais de que trata o caput deste artigo poderão ser desdobrados em planos anuais para efeito de execução. Art. 100. A Reitoria consolidará a proposta orçamentária anual da Universidade, submetendo‐a à apreciação do Conselho Universitário. Parágrafo único. As propostas orçamentárias dos Órgãos Estruturantes e Complementares serão aprovadas pelos respectivos Conselhos Deliberativos. Art. 101. O orçamento da Universidade será executado de acordo com o previsto nos planos anuais e segundo matriz de partição de recursos entre as unidades orçamentárias da Instituição, aprovada pelo Conselho Universitário em resolução específica. Art. 102. As atividades de coordenação e supervisão da Universidade serão exercidas: I‐ no âmbito geral: a) pelos Conselhos Superiores, de acordo com suas competências; b) pela Reitoria. II‐ no âmbito das Unidades Universitárias: 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 68 a) pela Congregação; b) pela Direção; c) por órgãos de gestão, deliberação e execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão, previstos nos respectivos Regimentos Internos. III‐ no âmbito dos Órgãos Estruturantes e Complementares: a) pelo Conselho Deliberativo ou equivalente; b) pelo Diretor ou Coordenador. Art. 103. A supervisão, em todos os níveis, observadas as competências de cada órgão, terá por finalidade: I‐ assegurar a observância às leis e normas que regem a Universidade; II‐ acompanhar a execução dos planos e programas, com vistas ao atendimento dos fins a que a Universidade se propõe; III‐ fiscalizar a aplicação de recursos e a utilização de patrimônio, bens e valores da Universidade. Art. 104. As instâncias de gestão acadêmica das Unidades Universitárias, definidas conforme os respectivos Regimentos Internos, elaborarão Plano Anual de Trabalho (PAT), com a finalidade de consolidar o conjunto de atividades a serem realizadas pelo seu corpo docente e equipe de apoio técnicoe administrativo. § 1º O Plano Anual de Trabalho será submetido à aprovação da Congregação da Unidade Universitária e constituirá referência para elaboração do planejamento acadêmico, alocação de vagas, avaliação do trabalho docente, alterações de regime de trabalho e elaboração dos planos individuais de trabalho docente. § 2º Os docentes submeterão, anualmente, à instância de coordenação acadêmica competente um Plano Individual de Trabalho (PIT), destacando as atividades universitárias que demonstrarão o cumprimento do seu regime de trabalho. Art. 105. O docente apresentará, anualmente, à instância de coordenação acadêmica competente, Relatório Individual de Trabalho (RIT), no qual detalhará as atividades desenvolvidas no exercício anterior, justificando eventuais modificações em relação ao PIT. Art. 106. As instâncias de coordenação acadêmica encaminharão, anualmente, à Congregação da Unidade Universitária, o Relatório Anual de Trabalho (RAT), para avaliação integrada ao planejamento da Unidade Universitária. Art. 107. Os Regimentos dos Conselhos Superiores, da Reitoria, das Unidades Universitárias e dos Órgãos Estruturantes e Complementares disciplinarão as atividades enunciadas neste título. TÍTULO IX DO CORPO DOCENTE Capítulo I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 108. O corpo docente é constituído por professores com atividade Regular de ensino, pesquisa, criação, inovação, extensão ou administração universitária. Parágrafo único. As atividades do corpo docente serão especificadas em regulamento próprio, aprovado pelo Conselho Universitário. Capítulo II DO INGRESSO NA CARREIRA DO MAGISTÉRIO SUPERIOR Art. 109 Os cargos da carreira do Magistério Superior compreendem as seguintes classes: I ‐ Professor Titular; II ‐ Professor Associado; III ‐ Professor Adjunto; IV ‐ Professor Assistente; V ‐ Professor Auxiliar. § 1° O ingresso na carreira do Magistério Superior ou na classe de Professor Titular dar‐ se‐á mediante habilitação em concurso público de provas e títulos. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 69 § 2° O ingresso na carreira do Magistério Superior ocorrerá no nível 1 das classes referidas nos itens III a V. Art. 110. Normas gerais referentes à inscrição, prazos e formas de realização de concursos públicos para provimento dos cargos da carreira do Magistério Superior serão estabelecidas em Regulamento próprio, aprovado pelo Conselho Universitário, ouvido o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. Capítulo III DO REGIME DE TRABALHO E DA LOTAÇÃO Seção I Regimes de trabalho do Magistério Superior Art. 111. O Professor da carreira do Magistério Superior da UFBA será submetido a um dos seguintes regimes de trabalho docente: I‐ Regime DE: Quarenta horas semanais de trabalho, com Dedicação Exclusiva às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária; II‐ Regime TP: Vinte horas semanais de trabalho, em Tempo Parcial. Parágrafo único. O Regime de Tempo Integral (TI, correspondendo a quarenta horas semanais de trabalho sem dedicação exclusiva, será admitido em condições excepcionais, conforme estabelecido na legislação e neste Regimento Geral). Art. 112. Para efeito de dimensionamento do corpo docente, os regimes de trabalho, objetos do artigo anterior, corresponderão à unidade Professor‐Equivalente, instituída pela Portaria MEC/MPOG 22/2007, na seguinte medida: I ‐ Regime TP: 0,5 Professor‐Equivalente; II ‐ Regime TI: 1,0 Professor‐Equivalente; III ‐ Regime DE: 1,55 Professor‐Equivalente. Art. 113. Atividades de administração universitária que implicarem Cargos de Direção ou Funções Gratificadas são atribuições exclusivas de docentes em regimes DE ou TI. Parágrafo único. Os regimes DE ou TI poderão ser concedidos a docentes enquanto durar a investidura em Cargos de Direção ou Funções Gratificadas, por Portaria do Magnífico Reitor, precedida da verificação de acumulação legal de cargos. Art. 114. O Regime DE destina‐se ao atendimento da amplitude de atividades docentes possíveis na Universidade, implicando impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada, com as exceções previstas na legislação vigente. Art. 115. O docente em Regime DE poderá receber autorização para percepção de remuneração adicional em atividades de ensino, pesquisa e extensão, nas seguintes modalidades: I ‐ colaboração em atividade esporádica; II ‐ bolsas de ensino, pesquisa e extensão; III ‐ gratificação por cursos e concursos; IV ‐ remuneração por projetos institucionais. § 1° A autorização para a percepção remuneratória prevista no caput deste artigo deverá ser aprovada pela instância de lotação do docente e será disciplinada em norma específica, nos termos da legislação vigente. § 2º A concessão da autorização para percepção de remuneração adicional pressupõe desempenho satisfatório, pelo docente, em atividades regulares de ensino avaliadas periodicamente, além do cumprimento dos demais encargos atinentes à função docente na Universidade e, em hipótese alguma, poderá prejudicar as atividades acadêmicas exercidas na UFBA. § 3º O docente em Regime DE poderá receber remuneração adicional relacionada a suas atividades acadêmicas (prêmios científicos, direitos autorais de patente ou correlato, participação em seminários, congressos, conferências e aulas eventuais), desde que não caracterizem vínculo de emprego ou acumulação de cargos, de acordo com a legislação vigente. § 4º A soma da carga horária total das atividades previstas no inciso I do caput deste artigo não poderá exceder a cento e trinta e seis horas no ano. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 70 Art. 116. É facultado ao docente em Regime DE optar por lotação simultânea em duas Unidades Universitárias portadoras de afinidade interdisciplinar ou com demonstrada proximidade de campos de formação. § 1º A lotação simultânea, em hipótese alguma, poderá prejudicar o planejamento acadêmico das Unidades Universitárias e, para sua concessão, dependerá de autorização das respectivas Congregações e, onde couber, dos Departamentos. § 2º O beneficiário da lotação simultânea poderá exercer representações, funções gratificadas e cargos de direção em apenas uma das Unidades Universitárias, designada Unidade Universitária de lotação principal. § 3º Para efeito de composição do banco de docentes, a Unidade Universitária receptora retribuirá à Unidade Universitária cedente, na medida Professor‐Equivalente, vagas correspondentes à carga horária transferida pela lotação simultânea do docente. § 4º A lotação simultânea de um docente corresponderá a 1,0 Professor‐Equivalente na Unidade Universitária de lotação principal e a 0,55 Professor‐Equivalente na Unidade Universitária de lotação secundária. § 5º Desde que prevista no Regimento Interno da Unidade Universitária, poderá haver lotação simultânea em dois dos seus Departamentos. Art. 117. Os Regimes TI e TP destinam‐se, essencialmente, a atividades de ensino, salvo quando o Regime TI for concedido, especificamente, para o exercício de atividade administrativa, como previsto no art.113 deste Regimento Geral. Art. 118. O Regime TI será autorizado pelo Conselho Universitário somente para Unidades Universitárias que apresentem em seu perfil características específicas como: I‐ necessidade de vinculação sistemática com o mundo do trabalho, de modo a permitir a renovação de práticas necessárias à formação profissional; II‐ incorporação acentuada de novas tecnologias, instrumentos e métodos de trabalho; III‐ áreas onde o mercado de trabalho dificulte a absorção, por parte da Instituição, de docentes em Regime DE; § 1º As Unidades Universitárias que se enquadrarem neste perfil deverão manter nos seus quadros um mínimo de cinquenta por cento de docentes em Regime DE. § 2º O Conselho Universitário avaliaráa liberação dessa exigência, a partir de solicitação fundamentada de Unidades Universitárias cujas particularidades da área de conhecimento assim o justifiquem, desde que respeitada a porcentagem geral de cinquenta por cento de docentes em Regime DE para toda a UFBA. Seção II Integralização da carga horária docente Art. 119. Os docentes deverão integralizar a carga horária de atividades de ensino, definidas no art. 2º, parágrafo 1º, correspondente ao seu regime de trabalho, da seguinte forma: I‐ em Regime DE (40 horas semanais) ou Regime TP (20 horas semanais), mínimo de doze horas semanais de ensino, sendo dez horas de aulas presenciais, no mínimo; II‐ em Regime TI (40 horas semanais), mínimo de vinte horas semanais de atividades de ensino, sendo dezesseis horas de aulas presenciais, no mínimo. § 1º Quando mais de um professor participar de um mesmo componente curricular, o tempo de trabalho atribuído a cada um será a parcela proporcional à sua contribuição para a integralização de carga horária da atividade. § 2º Considerando‐se a diversidade de carga horária das disciplinas e as peculiaridades dos diversos cursos, será permitida flexibilização no cumprimento da jornada semanal de aulas, podendo haver compensação de um semestre a outro, a critério do órgão de lotação do docente. § 3º Assegurados os encargos de ensino, conforme estabelecido no caput deste artigo, docentes em regimes TP ou TI poderão integralizar sua carga horária com atividades de pesquisa e de extensão. Art. 120. Os docentes em Regime DE que não exerçam atividade de pesquisa e/ou extensão, aprovadas pelas instâncias competentes, terão carga horária de atividades de ensino de vinte horas semanais, sendo, no mínimo, dezesseis horas de aulas presenciais. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 71 Art. 121. Aos docentes ocupantes de cargos administrativos, será admitido regime especial de distribuição de encargos acadêmicos. § 1º Os docentes ocupantes de Cargos de Direção não terão obrigação de outras atividades além daquelas inerentes ao cargo. § 2º Os docentes ocupantes de Funções Gratificadas, tais como Chefes de Departamentos e Coordenadores de Colegiados, bem como o Presidente da CPPD e os membros titulares dos Conselhos Superiores, poderão ter sua carga horária semanal de ensino reduzida a seis horas e a de aulas presenciais a quatro horas. Art. 122. A não integralização da carga horária correspondente ao regime de trabalho determinará compensação no plano de trabalho seguinte, de forma a assegurar a correção da carga horária. § 1º Repetindo‐se a não integralização de atividades universitárias correspondentes ao regime de trabalho do docente, a instância de coordenação acadêmica indicará aos órgãos competentes a redução de sua carga horária, mediante alteração do regime de trabalho do docente. § 2º O período em que a carga horária não corresponder ao regime de trabalho do docente não será considerado para fins de progressão na carreira docente. Art. 123. O descumprimento das atribuições correspondentes ao Regime DE, em qualquer caso, incluindo não integralização das atividades universitárias, determinará a suspensão, temporária ou definitiva, da autorização para percepção da remuneração adicional prevista no art. 115 deste Regimento Geral. Seção III Alteração de regime de trabalho Art. 124. Os professores da carreira do Magistério Superior poderão ter o regime de trabalho alterado, desde que atendido o critério de proporcionalidade previsto no art. 118 deste Regimento Geral. § 1º Só poderá pleitear a mudança para os Regimes TI e DE o docente que faltar mais de cinco anos para a aposentadoria. § 2º Mudanças do Regime DE para TP ou TI e de TI para TP só serão autorizadas após decurso de prazo, no mínimo, igual ao da liberação do docente para titulação, a partir do seu retorno, quando for o caso. Capítulo IV DA PROGRESSÃO FUNCIONAL Art. 125. A progressão funcional na carreira do Magistério Superior ocorrerá, exclusivamente, por titulação e desempenho: I ‐ de um nível para outro imediatamente superior, dentro da mesma classe; II ‐ de uma classe para outra, exceto para a de Professor Titular. Art. 126. A progressão de um para outro nível dentro da mesma classe dar‐se‐á, exclusivamente, mediante avaliação do desempenho acadêmico. Parágrafo único. O docente somente poderá pleiteá‐la após cumprimento do interstício de dois anos no nível respectivo, ou interstício de quatro anos de atividade em outro órgão público. Art. 127. A progressão funcional de uma classe para outra far‐se‐á: I ‐ da classe de Professor Auxiliar para o nível I da classe de Professor Assistente; II ‐ da classe de Professor Assistente para o nível I da classe de Professor Adjunto; III ‐ do nível IV da classe de Professor Adjunto para o nível I da classe de Professor Associado. § 1º As progressões mencionadas nos incisos I e II do caput deste artigo dar‐se‐ão: I- de qualquer nível da classe de origem, sem interstício, mediante a obtenção do grau de Mestre, para a classe de Professor Assistente, ou mediante a obtenção do grau de Doutor, para a classe de Professor Adjunto; II‐ do nível IV da classe de origem mediante avaliação do desempenho acadêmico do docente, quando não houver obtido a titulação necessária, após cumprimento do interstício de dois anos, ou interstício de quatro anos de atividade em outro órgão público. § 2º A progressão mencionada no inciso III do caput deste artigo destina‐se a portadores do grau de Doutor e dar‐se‐á mediante avaliação do desempenho acadêmico do docente, após cumprimento do 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 72 interstício de dois anos, ou interstício de quatro anos de atividade em outro órgão público. § 3º A avaliação mencionada nos dois parágrafos precedentes deverá ser requerida pelo candidato e aprovada pelo plenário do seu órgão de lotação, à vista de justificativa apresentada pelo docente, no caso referido no inciso II do parágrafo 1º, e julgada cabível quanto à não obtenção do título pertinente. § 4º O requerimento deverá ser instruído com memorial descritivo das atividades desenvolvidas no período intersticial. Art. 128. Serão levadas em consideração no processo de avaliação as atividades de ensino, pesquisa, criação, inovação, extensão, administração e capacitação profissional desenvolvidas pelo professor, devidamente avaliadas e aprovadas pelo órgão de lotação do docente. Art. 129. A avaliação de desempenho acadêmico ficará a cargo de uma Comissão instituída pelo plenário do órgão de lotação do candidato, composta por três docentes de classe superior à do candidato, ou de mesma classe e nível superior, sendo um da Unidade Universitária do docente e os demais pertencentes a outras Unidades Universitárias da UFBA. § 1º Quando na Unidade Universitária não houver docente de classe superior à do candidato ou de mesma classe e nível superior, a escolha recairá em docente de outra Unidade Universitária. § 2º A Comissão elaborará, no prazo de trinta dias, parecer circunstanciado e o submeterá ao plenário do órgão que a instituiu. Capítulo V DOS DOCENTES NÃO INTEGRANTES DA CARREIRA Art. 130. O corpo docente poderá ser complementado por não integrantes da carreira, classificados nas seguintes categorias: I‐ Professor Visitante; II‐ Professor Substituto; III‐ Professores Credenciados. § 1º O Professor Visitante, a ser contratado com recursos da UFBA ou recursos captados mediante convênios, será intelectual, pesquisador ou artista de reconhecimento e renome, admitido após manifestação favorável da Congregação da Unidade Universitária, para atender necessidades especiais do ensino ou para atuar em programa institucional de pesquisa/criação/inovação ou extensão universitária. § 2º O Professor Substituto poderá ser contratado, por prazo determinado, naforma da legislação em vigor, para substituições eventuais de docentes da carreira do Magistério. § 3º Docentes não integrantes da carreira poderão ser credenciados pelos Colegiados de Cursos ou Programas para desempenhar atividades acadêmicas, mediante normas estabelecidas pelo Regulamento de Ensino de Graduação e Pós‐Graduação. Art. 131. Os docentes não integrantes da carreira poderão participar, sem direito a voto, dos Órgãos Colegiados da Unidade Universitária, não podendo ser votado para exercício de representação ou cargo. TÍTULO X DO CORPO TÉCNICO‐ADMINISTRATIVO Art. 132. O corpo técnico‐administrativo da Universidade compreende os servidores que exercem atividades técnicas, administrativas, operacionais e de pesquisa e extensão, vinculados ao Regime Jurídico Único do Servidor Público Federal e ao Plano de Carreira dos Cargos Técnicos e Administrativos. Parágrafo único O ingresso no quadro de servidores técnico‐administrativos far‐se‐á no nível inicial da classe, mediante habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos. Art. 133. A remoção de pessoal técnico‐administrativo deverá ser procedida de ofício ou a pedido, atendido o interesse da Administração, nos termos da política de recursos humanos da Instituição. Art. 134. A política de recursos humanos da Universidade contemplará as atividades de administração de pessoal, de educação e aperfeiçoamento, de acompanhamento e avaliação e de assistência aos servidores técnicos‐administrativos. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 73 TÍTULO XI DO CORPO DISCENTE Art. 135. Constitui o corpo discente os estudantes regulares matriculados em cursos de graduação ou pós‐graduação stricto sensu ministrados pela Universidade, nos termos do art. 5º do Estatuto. Art. 136. O DCE e os Diretórios ou Centros Acadêmicos, órgãos de representação estudantil, possuem autonomia administrativa e política, na forma dos seus Estatutos e atos constitutivos e da legislação em vigor. § 1º Os órgãos de representação estudantil funcionarão em local disponibilizado pela Administração Central e aprovado pelo Conselho Universitário, no caso do Diretório Central dos Estudantes (DCE); e pela Diretoria e aprovado pela Congregação da respectiva Unidade Universitária, quando se tratar de Diretório ou Centro Acadêmico. § 2º A Universidade deverá auxiliar, materialmente, os órgãos de representação estudantil, de acordo com sua disponibilidade orçamentária. Art. 137. A assistência aos estudantes será prestada pela Pró‐Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil, órgão competente da Reitoria, de acordo com planos e políticas aprovados pelo Conselho Universitário, ouvido o Conselho Social de Vida Universitária. TÍTULO XII DO REGIME DISCIPLINAR Art. 138. Os integrantes dos corpos docente, técnico‐administrativo e discente da Universidade encontram‐se submetidos ao regime disciplinar estabelecido neste Título, de acordo com a legislação em vigor, bem como aos Códigos de Ética Universitária referidos no art. 145 das disposições finais e transitórias deste Regimento Geral. Art. 139. Aplicam‐se ao pessoal dos quadros docente e técnico‐administrativo as penas disciplinares de: I ‐ advertência; II ‐ suspensão; III ‐ destituição de Cargo de Direção ou de Função Gratificada; IV ‐ demissão de ocupante de cargo efetivo; V ‐ dispensa de ocupante de emprego, na forma da legislação; VI ‐ exclusão. § 1º As penas disciplinares definidas no caput deste artigo serão aplicadas pelo Reitor, podendo as de advertência e suspensão até trinta (30) dias ser aplicadas pelos Diretores de Unidades Universitárias e dos demais órgãos da Universidade. § 2º A aplicação das penas disciplinares será precedida de processo administrativo disciplinar, assegurados o contraditório e ampla defesa, na forma da legislação vigente. Art. 140 Aplicam‐se aos integrantes do corpo discente as penas disciplinares de: I ‐ advertência, aplicada pelo Coordenador do respectivo curso; II ‐ suspensão, aplicada pelo Diretor da Unidade Universitária; III ‐ exclusão, aplicada pelo Reitor. § 1º A aplicação das penas disciplinares será precedida de processo administrativo, assegurados o contraditório e ampla defesa. § 2º A sindicância que deverá preceder a abertura do processo administrativo, referido no parágrafo anterior, será realizada por comissão, na qual figurará, pelo menos, um representante do corpo discente ou, na impossibilidade de tal participação, um servidor do quadro da Pró‐Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil. § 3º No caso em que a falta cometida tenha se dado em espaço ou evento fora da Unidade Universitária, as penalidades de advertência e suspensão serão aplicadas pelo Pró‐ Reitor de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil e a de exclusão, pelo Reitor. TÍTULO XIII DOS RECURSOS Art. 141. Nos processos acadêmicos, administrativos e disciplinares, caberá recurso: 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 74 I‐ de decisão do dirigente, para o plenário do respectivo Órgão Colegiado; II‐ de decisão de Colegiado, Departamento ou instância equivalente e demais órgãos da Unidade Universitária, para a Congregação; III‐ de decisão do Diretor, para a Congregação; IV‐ de decisão em primeira instância da Congregação, para o Conselho Universitário ou Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, segundo a matéria; V‐ de decisão da Comissão de Normas e Recursos, para o plenário do Conselho Universitário; VI‐ de decisão do Reitor, para o Conselho Universitário ou para o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, segundo matéria e área de competência. Art. 142. O recurso será interposto pelo interessado no prazo de dez dias, contados da data da ciência da decisão recorrida. § 1º O recurso será formulado por escrito à autoridade ou ao órgão de cuja decisão se recorre, constando da petição a exposição dos fatos e as razões do recorrente. § 2º No prazo de cinco dias úteis, será facultado à autoridade ou órgão recorrido reformar sua decisão. § 3º Caso a autoridade ou órgão de cuja decisão se recorre mantenha o despacho ou não se pronuncie no prazo mencionado no parágrafo anterior, o recurso será remetido ao órgão competente para apreciá‐ lo, nos termos do art. 141. § 4º Os Regimentos dos Conselhos Superiores e das Unidades Universitárias regulamentarão o processamento de recursos sob sua competência. TÍTULO XIV DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 143. É vedado, para quaisquer fins, o uso não autorizado do nome e dos símbolos da Universidade. Parágrafo único. A autorização será dada pelo dirigente da Unidade Universitária ou órgão da Universidade a que estiver vinculada a atividade. Art. 144. No prazo de seis meses após a promulgação deste Regimento Geral, a Reitoria, os Conselhos Superiores, as Unidades Universitárias, os Órgãos Estruturantes e os Complementares deverão ajustar os respectivos Regimentos Internos e submetê‐los à apreciação dos órgãos competentes. Art. 145. No prazo de seis meses após a promulgação deste Regimento Geral, o Conselho Social de Vida Universitária e a Comissão Central de Ética deverão elaborar e submeter aos Conselhos Superiores propostas de “Códigos de Ética Universitária”, referentes aos seguintes âmbitos: I‐ integridade científica da pesquisa e dos pesquisadores; II‐ ética profissional e pedagógica dos servidores docentes e técnico‐administrativos; III‐ conduta civil e acadêmica do corpo discente. Art. 146. No prazo de um ano após a instalação da Unidade Seccional de Correição e da Ouvidoria da Universidade, seus dirigentes deverão submeter ao Conselho Universitário proposta de “Regulamento Interno de Procedimentos e de Condutas Técnica e Ética” dos respectivos órgãos, do seu titular e dos seus servidores. Art. 147. Nas Unidades Universitárias que optarempela manutenção da estrutura departamental, os Departamentos poderão funcionar fora do limite estabelecido no art. 36 deste Regimento Geral por até um ano ou, excepcionalmente, por mais um prazo equivalente, autorizados pelo Conselho Universitário a partir de proposta de transição devidamente justificada pela Congregação da Unidade Universitária. Art. 148. Por período não inferior a dois anos, a Universidade transferirá os recursos anteriormente destinados aos Órgãos Suplementares, transformados em Órgãos Complementares por força da Resolução 02/2008 do Conselho Universitário, para a matriz orçamentária da Unidade Universitária que o acolher. Art. 149. O Doutoramento Especial, destinado aos docentes do quadro permanente da UFBA admitidos antes do ano 1990, será reinstituído pelo prazo de cinco (5) anos, a contar da data de publicação deste Regimento Geral e será regulamentado pelo Conselho Acadêmico de Ensino. Art. 150. No prazo de dois anos após a promulgação deste Regimento Geral, o Conselho Universitário 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 75 reavaliará a integralização da carga horária de atividades de ensino estabelecida no art. 120. Art. 151. O regime de 40 (quarenta) horas (TI) fica assegurado aos docentes que, à data da vigência do Decreto Presidencial n.º 94.664/87, já se encontravam sob esse regime e àqueles já enquadrados nesse regime especial até a data de aprovação deste Regimento Geral, lotados em Unidades Universitárias que foram consideradas, com base na Resolução 04/97 do antigo Conselho de Coordenação, portadoras de características especificas que justificam a adoção desse regime excepcional. Art. 152. O disposto no art. 71 passará a vigorar a partir do segundo semestre do ano letivo de 2010. Art. 153. Compete ao Conselho Universitário decidir sobre casos omissos neste Regimento Geral e arbitrar conflitos decorrentes de aplicação de normas estatutárias e regimentais. Art. 154. O presente Regimento Geral, aprovado pelo Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia, entrará em vigor na data de sua aprovação. Questões 01. (UFBA - Contador - UFBA) O marco normativo da UFBA, que fundamenta seu Estatuto e Regimento, ressignifica a função Conhecimento, ampliando seu conceito para Ciência - Arte - Cultura. ( ) Certo ( ) Errado 02. (UFBA - Auxiliar de Administração - UFBA) O regimento da UFBA estabelece que o recurso de decisões deverá ser interposto pelo interessado dentro do prazo de dez dias, contados da data da carência da decisão recorrida. ( ) Certo ( ) Errado 03. Acerca do Regimento da UFBA, julgue o item abaixo: As reuniões dos Órgãos Colegiados serão fechadas e a participação dos seus membros prefere a qualquer atividade universitária, sendo obrigatório o comparecimento, respeitada a hierarquia entre esses órgãos. ( ) Certo ( ) Errado 04. O Conselho Consultivo Social reunir‐se‐á, ordinariamente, a cada dois anos, ou extraordinariamente, convocado pelo Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho Universitário. ( ) Certo ( ) Errado 05. O titular de Órgão Colegiado da Universidade será substituído em suas faltas e impedimentos pelo suplente. ( ) Certo ( ) Errado 06. À Reitoria, órgão executivo, incumbe superintender, coordenar e fiscalizar as atividades da Universidade. ( ) Certo ( ) Errado 07. As propostas de criação ou extinção de Unidades Universitárias somente poderão ser aprovadas por maioria simples. ( ) Certo ( ) Errado 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 76 08. O Órgão Complementar não terá lotação própria de pessoal docente e técnico‐ administrativo. ( ) Certo ( ) Errado 09. Os Órgãos Colegiados reunir‐se‐ão com a presença da maioria absoluta de seus membros, observando‐se o critério de maioria simples para suas decisões, salvo disposição em contrário. ( ) Certo ( ) Errado 10. As propostas de criação, modificação e extinção de Unidades Universitárias serão submetidas pela Reitoria ao Conselho Universitário, acompanhadas de exposição de motivos e estudos técnicos necessários à decisão do referido Conselho. ( ) Certo ( ) Errado 11. A responsabilidade pelas atividades letivas é privativa do corpo docente, constituído por professores com atividade regular de ensino, pesquisa, extensão ou administração universitária. ( ) Certo ( ) Errado 12. Exercitar a excelência acadêmica, mediante o desenvolvimento das ciências, das artes e das humanidades, fomentando o pensamento crítico-reflexivo nos diversos campos de saberes e práticas é um dos objetivos institucionais da UFBA. ( ) Certo ( ) Errado 13. O corpo técnico-administrativo da Universidade compreende os servidores que exercem atividades de suporte ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, necessárias ao cumprimento dos objetivos institucionais, vinculados ao regime que lhes é próprio e ao respectivo Plano de Carreira. ( ) Certo ( ) Errado 14. É atribuição do Conselho de Curadores emitir parecer sobre projetos submetidos pela Reitoria, que envolvam a utilização de fundos patrimoniais, operações de crédito ou a criação de fundos especiais, assim como doações e legados que criarem encargos financeiros para a Universidade; ( ) Certo ( ) Errado 15. Cada órgão deliberativo da Universidade terá representação dos estudantes, escolhida em processo conduzido pelas entidades de organização estudantil, nos respectivos níveis de gestão. ( ) Certo ( ) Errado Respostas 01. Resposta: Certo. “Em primeiro lugar, dentro desse referencial, uma das inovações mais significativas do novo marco normativo da UFBA é a ampliação dos conceitos de produção acadêmica. Por um lado, foi consensual a aprovação de nossa proposta, desde a primeira minuta, no sentido de superar a velha concepção de conhecimento exclusivamente como produto intelectual resultante de processo sistemático e metódico, classicamente designado como pesquisa científica. Ao incorporar na missão da UFBA, a fórmula mais ampla “conhecimentos e saberes”, pudemos agregar às competências, objetivos institucionais e designativos dos órgãos e instâncias deliberativas, valorizando-as, as categorias de produção artística e cultural e de desenvolvimento tecnológico. A função Conhecimento torna-se, dessa maneira, ressignificada como Ciência-Arte-Cultura”. 02. Resposta: Errado. Art. 142, O recurso será interposto pelo interessado no prazo de dez dias, contados da data da ciência da decisão recorrida. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 77 03. Resposta: Errado. De acordo com o art. 4º do Regimento as reuniões serão públicas. 04. Resposta: Certo. Art. 48, Regimento. 05. Resposta: Certo. Art. 6º 06. Resposta: Certo. Art. 20. 07. Resposta: Errado. O quorum de votação é de maioria absoluta (art. 29, §2º). 08. Resposta: Certo. Art. 42. 09. Resposta: Certo. Art. 5º. 10. Resposta: Certo. Art. 29. 11. Resposta: Certo. Art. 4º. 12. Resposta: Certo. Art. 2º, IV. 13. Resposta: Certo. Art. 6º. 14. Resposta: Certo. Art. 27, I, “d”. 15. Resposta: Certo. Art. 5º, §2º. 6. Processo Administrativo: normas básicas no âmbito da Administração Federal. (Lei nº 9.784, de 29/01/99). Prezado candidato este conteúdo será abordado na matéria de Conhecimentos Específicos, tópico: Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Lei nº 9.784, de 29/01/99). AS CARACTERÍSTICAS DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO15 A estrutura atual da educação superior no Brasil foi formalizada e normatizada na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases Nacional de 1996 e numa série de decretos oficiais e 15 Texto adaptado NEVES, C. E. B. Ensino Superior no Brasil: expansão,diversificação e inclusão 7. Noções de Administração: acadêmica e financeira, de recursos humanos, de material e patrimônio. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 78 resoluções do Conselho Nacional de Educação. Ranieri mostra como de fato a Constituição Federal ao definir o dever do Estado com a educação (art. 205) e o seu comprometimento com o desenvolvimento nacional e a construção de uma sociedade justa e solidária (art.3) individualiza a educação superior como um bem jurídico. A Constituição Federal garante a gratuidade do ensino nas Instituições de Ensino Superior/IES públicas (art.206). Permite a vinculação de receita tributária para manutenção e desenvolvimento do ensino público (70% dos 18% de receitas de impostos são empregados na educação superior) e franquia a atividade de educação superior à iniciativa privada dentro dos limites fixados na lei. O princípio da gratuidade aparece como obrigação constitucional, pela primeira vez, na Constituição de 1988, fruto do trabalho do Fórum da Educação na Constituinte que apresentou emendas populares à Assembleia Constituinte em defesa do ensino público e gratuito em todos os níveis respaldadas por mais de 270 mil assinaturas. O argumento em favor da gratuidade ressaltava como mostra Amaral (2003), que “o entendimento é de que a educação superior é um bem público e que, portanto os recursos públicos deveriam ser gastos até o limite da riqueza nacional, de modo a atender ao maior número possível de jovens”. A Constituição de 1988 assegura, ainda, a participação da iniciativa privada no ensino superior, mas veda recursos públicos no financiamento das atividades desse setor. No entanto, no art. 213, está prevista a destinação de recursos públicos às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, em caráter de fomento, atendidas as condições fixadas nos seus incisos e, no parágrafo 2, é afirmado que as atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público (Ranieri, 2000). O Brasil consolidou, assim, seu sistema de educação superior com dois segmentos bem definidos e distintos: um público e um privado, abarcando hoje um sistema complexo e diversificado de instituições públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas (confessionais, particulares, comunitárias e filantrópicas). O acesso ao ensino superior é realizado através de processos seletivos, como o concurso vestibular que avalia conhecimentos comuns do ensino médio. Os cursos de graduação oferecem formação em nível de bacharelado, licenciatura e tecnológica. Também faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende programas de mestrado, doutorado e cursos de especialização. Cabe ressaltar o crescimento intenso dos cursos de graduação à distância, nos últimos anos. As IES são classificadas segundo dois critérios: o da organização acadêmica e de categoria administrativa. De acordo com o primeiro critério, distinguem-se em instituições universitárias, - as universidades: que tem como função o ensino, a pesquisa e a extensão; devem ter 1/3 dos professores com título de mestre ou doutor e 1/3 trabalhando em dedicação exclusiva; e – os centros universitários: que se caracterizam pela oferta qualificada do ensino, não precisam manter atividades de pesquisa e gozam de autonomia para criar cursos ou vagas. As IES não-universitárias compreendem as faculdades e centros tecnológicos, voltados basicamente para as atividades de ensino e não tem autonomia. Dependem do Conselho Nacional de Educação para aprovação de novos cursos e vagas. Quanto à categoria administrativa, como já se mencionou, as IES podem ser públicas federais, estaduais ou municipais totalmente gratuitas e mantidas pelos respectivos poderes; ou privadas, com distintos tipos como comunitárias, confessionais, filantrópicas e particulares. Os três primeiros tipos de IES privada referem-se a instituições sem fins lucrativos. As IES particulares podem estar vinculadas as mantenedoras com fins lucrativos em sentido estrito, tanto quanto àquelas sem fins lucrativos, mas que não se enquadram no tipo filantrópico (LDB 9.394/96 e decretos 3.860/01 e 2.406/97) (NEVES, 2002). Uma outra característica do sistema superior de educação dá-se pelo tipo de vinculação das IES ao sistema federal ou aos sistemas estaduais e municipais. O sistema federal (art.16 LDB 9.394/96) compreende as IES mantidas pelo poder público; as IES criadas e mantidas pelo setor privado; e os órgãos federais de educação. Ou seja, estão submetidas às leis e regulamentações do poder público com relação à criação, autorização e reconhecimento de cursos e o credenciamento e recredenciamento de IES. As IES estaduais e municipais encontram-se fora da alçada do MEC e do CNE, pois estão vinculados aos respectivos sistemas estaduais e municipais. No entanto, sujeitam-se as leis e normas federais, pois disputam recursos públicos federais, de bolsas e pesquisas (NEVES, 2002). Cabe trazer algumas informações sobre as características gerais de funcionamento desses segmentos, público e privado, no tocante ao financiamento. As IES públicas federais são mantidas pelo governo federal. O ensino é totalmente gratuito e apenas 3,5% do orçamento global dessas instituições é constituído por recursos diretamente arrecadados (Schwartzmann, 2002). O financiamento provém do Fundo Público Federal que reúne os recursos 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 79 financeiros arrecadados da população mediante tributos – impostos, taxas e contribuições (CPMF, por ex.). As instituições estaduais são financiadas pelos governos estaduais e o ensino é igualmente gratuito. Entre as IES estaduais, destacam-se as dos estados de São Paulo (3), Santa Catarina (3), Paraná (5), Rio de Janeiro (2), Ceará (3), Bahia (4). O financiamento público para a educação em geral é estabelecido em lei para todas as esferas do governo e corresponde a um percentual de receita de impostos. Segundo a Constituição brasileira, artigo 212: “a União aplicará anualmente nunca menos de 18 % e os estados, o distrito federal e os municípios, 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos compreendida a proveniente de transferência na manutenção e desenvolvimento do ensino” (RANIERI, 2000). O financiamento das IFES mantidas pelo MEC envolve gastos com pessoal, ativo e inativo, e outros custeios e capital (OCC) (Schwartzmann, 2002). As universidades estaduais paulistas são financiadas com recursos de impostos de circulação de mercadorias/ICMS, nunca inferior a 9% do total arrecadado. O financiamento no setor privado depende fortemente da cobrança de mensalidades, anuidades e taxas pelos cursos oferecidos (graduação, latu sensu, mestrado, doutorado, etc.). A legislação brasileira concedeu às IES privadas a oportunidade de fixar suas próprias mensalidades, desvinculando as negociações da área educacional e transferindo para os setores de relação com o consumidor e produto consumido (Amara, 2003:104). O custo do ensino privado varia de forma significativa em função do tipo de curso (medicina, odontologia, direito são cursos caros e administração, economia, pedagogia, ciências sociais, por ex. são cursos baratos) da região, e do tipo de instituição (universidade, centro universitário, faculdades). A fonte de sustentação mais visível das IES privadas é, pois, a das mensalidades. Porém há inúmeras fontes indiretas (isenções fiscais e previdenciárias e renuncia fiscal/PROUNI) de recursos públicos para as IES privadas filantrópicas e fontes diretas como o crédito educativo/ FIES o que contribui significativamente para sua expansão e manutenção (Davies, 2002). Diferentemente da experiência de alguns países que tem programas de apoio fortemente concentrados nos estudantes, através de empréstimos ou bolsas, no Brasil o apoio dá-se significativamenteàs instituições de ensino superior através da isenção tributária e previdenciária para as consideradas filantrópicas. A imunidade tributária para as IES sem fins lucrativos está prevista na Constituição Federal de 1988, artigo 150. A principal isenção federal é a do imposto de renda e a estadual é a do ICMS. Para conseguir a imunidade, a instituição precisa aplicar seus eventuais lucros na própria atividade educacional. Consequentemente poder-se-ia esperar que a IES pudesse cobrar mensalidades menores e oferecer um ensino de melhor qualidade. Segundo o MEC até 2004, as IES sem fins lucrativos gozavam de isenções fiscais, com baixo controle pelo poder público. As IES concediam bolsas de estudos, mas eram elas que definiam quem seriam os beneficiários, em que cursos, o número de bolsas e os descontos concedidos. Raramente era concedida uma bolsa integral. E quase nunca em curso de medicina. O que se observava é que, em muitos casos, os beneficiados eram filhos de professores e de funcionários e raramente na proporção do valor devido (Davies, 2002). No momento atual, percebem-se sinais de esgotamento desse modo estabelecido de custeio do ensino superior. O segmento privado apresenta ociosidade de vagas e altas taxas de evasão e inadimplência o que obriga à diminuição dos valores das mensalidades e põe em risco a capacidade de investimento do setor. O setor público apresenta, também, taxas de evasão o que revela a dificuldade de parte dos alunos de acompanharem os estudos, mesmo sendo gratuito. Esta situação está clara para os órgãos oficiais quando afirmam que o Brasil não poderá depender unicamente da força inercial instalada no sistema. Considerando a necessidade de inclusão social de um grande contingente de jovens oriundos de classes baixas, o governo reafirma que a educação é um bem público e não uma mercadoria e toma inúmeras iniciativas (políticas de inclusão) com impacto tanto sobre o segmento público e gratuito como sobre o segmento privado. A motivação é a ampliação das oportunidades de acesso para os contingentes de estudantes provenientes das camadas de baixa renda e grupos social e racialmente discriminados. O Planejamento no Ensino Superior16 16 CERQUEIRA, E. O Planejamento no Ensino Superior. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 80 Planejar é uma atividade tipicamente humana e está presente na vida de todos os indivíduos, nos mais variados momentos e situações. É uma ação para se alcançar objetivos previamente estabelecidos. Um exemplo bem simples de fazermos um planejamento é quando pretendemos realizarmos uma excursão. É nesse momento que nos deparamos com algumas situações problemas e devemos tomar algumas atitudes para que tenhamos êxito em nosso empreendimento e consigamos concretizar o nosso objetivo com segurança. Aí é que começa o nosso planejamento: escolhemos o período ideal para a nossa viagem, decidirmos se vamos de ônibus, avião, carro ou navio; se iremos reservarmos um hotel ou pousada; fazer o orçamento das nossas despesas; o que devemos levar de importante na viagem; quantos dias são precisos para a excursão. Enfim, chegou o momento de realizarmos o nosso sonho, a execução do nosso planejamento. No retorno comentaremos os momentos prazerosos que tivemos, as trocas de experiências, os conhecimentos que adquirimos, e os ocorridos que não nos agradou, a partir deste instante, efetuamos um balanço. Logo, estamos fazendo uma avaliação de nossas ações. No planejamento da ação educacional é primordial que saibamos qual é o desejo com a ação pedagógica que estamos praticando junto aos nossos alunos e se é nosso desejo estarmos entregues a ele, a fim de que tenhamos condições de construir os resultados satisfatórios com o auxílio do planejamento, execução e avaliação. “Planejamento, execução e avaliação são recursos da busca de um desejo. Para tanto, é preciso saber qual o desejo e entregar-se a ele”. Piletti, define o planejamento de ensino como a especificação do planejamento do currículo; consistindo-se em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos. O planejamento das atividades de ensino é uma ação para se canalizar os nossos conhecimentos para se alcançar os objetivos previamente estabelecidos, com segurança, sendo relevante por motivos diversos como: - evita a rotina e improvisação, certamente percebida pelos alunos. A rotina porque os recursos auxiliares e os métodos não são inovados, atrativos, visto não serem adequados as diferenças individuais dos e do jeito de aprender dos educandos, e ao nível de aprendizagem da classe, tornando as aulas enfadonhas. A improvisação não limita ação pedagógica no sentido de explorar os objetivos para os alunos tornando-se fora da compreensão de aprendizagem dos educandos, desde que a comunicação não é compreensível e adequada a todos, desprezando atenção aos alunos com mais dificuldades. - auxilia na realização dos objetivos, desde quando o docente partindo dos resultados da avaliação, planeja o ensino em função dos objetivos desejados, logo, os recursos auxiliares e métodos estão adequados a realidade dp discente, tornando uma aprendizagem mais prazerosa e eficaz, concorrendo para o engrandecimento pessoal dos alunos. “É formativa no sentido em que indica como os alunos estão se modificando em direção aos desejados”. - promove a eficiência do ensino, porque estabelece os marcos para tornar o processo da aprendizagem mais exequível eficaz; - aumenta a produtividade evitando a perda de tempo e energia, isto é, adequando o binômio tempo/energia, pois há clareza e coerência entre a proposta pedagógica planejada com a realidade da classe, tornando uma aprendizagem satisfatória a todos. - sistematiza a direção do ensino, aumentando a confiança do docente e educando, visto que o planejamento é elaborado de forma ordenado, disciplinado e racional, definindo as principais tarefas que a escola deve desenvolver, para guiar-se, com eficácia ao nível de aprendizagem dos educandos, passando a esses uma aprendizagem segura e satisfatória, que por sua vez passam a avaliar a ação pedagógica do docente. “Planejamento é um instrumento para canalizar todos os conhecimentos que têm sobre o ensino e matérias relacionadas com ele, na preservação e execução de planos de desenvolvimentos a longo e curto prazo”. Conclui-se que o sucesso do planejamento do ensino não está relacionado somente às questões técnicas de organicidade, coerência e flexibilidade, mas, em grande parte, às relações estabelecidas entre os sujeitos sociais e os indivíduos/pessoas que estão presentes neste contato presencial e também a questão da avaliação que é fundamental, visto que será a partir dela que os próximos procedimentos serão aperfeiçoados, bem como serão adotadas novas estratégias. Sendo assim, vivenciar o planejamento segundo as concepções apresentadas, envolve o posicionamento individual e coletivo dos professores, das IES e das várias instâncias do sistema educacional. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 81 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UNIVERSIDADES17 A universidade é uma instituição complexa em várias dimensões: na variedade e quantidade de públicos (ou stakeholders) com os quais se relaciona; na multiplicidade de objetivos; na diversidade de serviços que oferece; na diversidade de formação de seus recursos humanos; nos diversos tipos de tecnologias que deve dominar; e, geralmente, na extensão da infraestrutura que possui. Quando a universidade é uma instituição pública, soma-se a estas características outros elementos peculiares do setor público, entre eles, a profusão de normas emanadas dos poderes centrais, as pressões políticas, a escassez de recursose a lentidão do processo decisório burocrático. O planejamento estratégico é de forma geral entendido como um processo no qual a instituição define seu futuro desejado e as formas efetivas de fazê-lo acontecer. Neste sentido, não é uma caixa de soluções mágicas ou mesmo um amontoado de técnicas, ou uma previsão de resultados e não se trata de decisões futuras, mas de decisões atuais que podem comprometer futuras decisões. Consiste em posicionar e relacionar a organização ao seu ambiente de modo que garanta o seu sucesso continuado. Planejamento estratégico, portanto, pode ser definido como um processo continuado e adaptativo através do qual uma organização define (e redefine) sua missão, seus objetivos e suas metas, seleciona as estratégias e meios para atingi-las em um determinado período de tempo, por meio de constante interação com o ambiente externo. O planejamento estratégico como sendo um processo sistêmico envolve uma visão da organização como um “todo” formado por diversas partes (subprocessos), que devem ser percebidas em suas relações (interdependência entre cada uma). São poucas as universidades brasileiras que têm utilizado o planejamento estratégico como instrumento de gestão universitária. Alguns planos até são feitos, mas a utilização do planejamento estratégico como instrumento de trabalho, com a aplicação sistemática do plano de ações no processo decisório, ainda não é uma realidade completa. A própria concepção de planejamento de aspecto mais abrangente nas universidades fica prejudicada pelos interesses corporativos, sempre voltados para conquistas localizadas, benefícios restritos e interesses isolados. Vale ressaltar que planejamento estratégico não significa apenas desenvolver planos, definir políticas, objetivos e metas, mas sua importância está na viabilidade da implementação vinculada à ação organizacional como um todo. A falta de planejamento de longo prazo nas universidades públicas brasileiras tem levado seus gestores a gastar a maior parte do tempo na solução de problemas do cotidiano, em detrimento de projetos de desenvolvimento institucional. Para Borges e Araújo, as principais características da universidade, com implicações para seu planejamento estratégico, são: a) O elevado nível de profissionalismo que domina a tarefa – as tarefas são especializadas, requerem profissionais especializados e com autonomia de trabalho e liberdade de supervisão; b) Decisões são descentralizadas e, por isso, as áreas podem progredir em diferentes ritmos, obedecendo a circunstâncias específicas; c) Coexistência de concepções distintas de universidade trazendo dificuldades para definição únicas de missão, visão de futuro, objetivos e metas; d) O poder é ambíguo e disperso - as concepções distintas levam os indivíduos a lutar para que prevaleçam suas concepções; e) Há reduzida coordenação de tarefas – as estruturas são debilmente articuladas; f) Os papéis da universidade são ambíguos e vagos: pesquisar?, ensinar?, servir à comunidade? Não há concordância em como alcançá-los; g) A universidade trabalha com múltiplas tecnologias pelo fato de lidar com clientes com necessidades variadas. Diversos estudos apontam para as dificuldades associadas à implementação do planejamento estratégico em instituições. No estudo realizado em agências federais, Baile identificou cinco principais dificuldades associadas à implementação do planejamento estratégico: ambiguidade e conflitos de objetivos; restrições financeiras, legais, contratuais e de práticas organizacionais; alinhamento organizacional; falta de medidas significativas de resultados; e cultura organizacional avessa a mudanças/riscos. 17 SANTOS, J. L. S.; JÚNIOR, O. G. F.; VARVAKIS, G.; BARBIRATO, J. C. C. Modelo de Planejamento Estratégico em uma Universidade Pública Brasileira. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 82 Em estudos específicos nas universidades públicas brasileiras também foram identificadas outras dificuldades na implementação do planejamento estratégico. Para Cunha, as principais dificuldades são: falta de estrutura de poder bem definida; interferência de questões políticas; falta de know-how na implementação; ausência de uma metodologia adequada; e necessidade de respaldo da comunidade universitária. Estrada, em seu estudo em uma universidade federal brasileira, identificou as principais dificuldades da implementação do planejamento, as quais podem ser resumidas em: falta de conhecimento sobre planejamento estratégico; falta de cultura para o planejamento; falta de vontade política; falta de preparo administrativo dos dirigentes; falta de poder político do pró-reitor de planejamento; falta de execução de todas as etapas do modelo adotado; complexidade da estrutura universitária; descompasso nos mandatos de reitor e diretores; falta de quantificação e especificação das ações; e falta de controle e avaliação das ações. Entre as dificuldades apresentadas, um fator associado à prática do planejamento estratégico no setor público, especificamente nas universidades públicas, é a descontinuidade das ações de uma gestão para a outra, implicando comprometimento de recursos e investimentos aplicados. A falta de continuidade do processo resultante da sua não institucionalização pela organização pode ocasionar a perda de conhecimento, a replicação futura de erros e acertos, a falta de consolidação das ações e de obtenção dos resultados esperados. Fatores relacionados à estrutura da organização, o envolvimento individual das pessoas e das equipes, o desdobramento e alinhamento das ações em torno dos objetivos estabelecidos têm impacto direto sobre a execução do planejamento estratégico em universidades públicas. As dificuldades apontadas pelos estudiosos do processo de planejamento estratégico nas organizações remetem para problemas relacionados à sua implementação e torna-se explícito o desafio de colocá-lo em prática, uma vez que o planejamento estratégico é mais do que o processo de elaboração de um documento. Para alguns trabalhos sobre o tema uma forma participativa de desenvolvimento do processo de planejamento estratégico na universidade pública, por meio de consultas à comunidade acadêmica, considerando os fluxos de informações de baixo para cima, e vice-versa, nos diversos níveis hierárquicos, pode ser uma alternativa para facilitar o processo de implementação do planejamento. Outros fatores facilitadores são criação de comitês para acompanhamento dos planos na prática e de seus resultados; motivação das pessoas para agir coletivamente em busca dos objetivos; e utilização de forma adequada de sistemas de comunicação internos e externos. A participação das pessoas da universidade é identificada na literatura como algo essencial em todas as etapas do processo de planejamento estratégico. Esta participação pode ser proporcionada por meio de reuniões, seminários, cursos, treinamentos, entre outros. Além disso, nos programas de trabalho e execução do plano estratégico estão envolvidas informações necessárias e vários conhecimentos, por isso um processo participativo pode favorecer a continuidade administrativa. A implementação das ações estratégicas focaliza um esforço coletivo, uma vez que uma estratégia compartilhada pela organização orienta os esforços individuais em uma mesma direção. As ações quando organizadas de acordo com a realidade em torno de objetivos claros evita a duplicidade de esforços. Os processos de planejamento estratégico refletem os princípios da gestão da organização, principalmente em suas dimensões de participação, abertura ao ambiente externo, priorização dos stakeholders, formalismo, centralização, ênfase setorial, ênfase em funções e outras. Assim, “fazer planejamento é, então, fazer política a partirdo momento em que se escolhe como se quer, quem vai planejar, o que (qual agenda) se vai planejar ....”. Em alguns casos, o planejamento estratégico não é visto com a devida importância na ação administrativa e política da instituição, não tem credibilidade para a solução de problemas e por isso a comunidade universitária resiste a se envolver nas atividades de planejamento. Além disso, as instâncias colegiadas concentram-se nas atividades do dia-a-dia e não pensam estrategicamente, com o enfoque de compatibilizar as propostas com as restrições orçamentárias, o que impacta a implementação dos projetos institucionais. Soma-se a esses elementos a inexistência de uma visão compartilhada do papel da universidade, o que reflete uma visão fragmentada e particular dos ambientes interno, externo, dificultando o consenso. No processo participativo do planejamento estratégico, essa visão fragmentada pode resultar em planos fragmentados e com inconsistências entre as suas propostas. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 83 Neste texto, portanto, entende-se como relevante desafio para as universidades a busca da coerência entre três grandes eixos: (1) conciliação da realidade dos ambientes externo e interno; (2) do passado, presente e futuro da instituição; e (3) das aspirações nos níveis individual, dos grupos e da instituição como um todo. Focando o planejamento estratégico como um processo institucional integrado participativo e contínuo, que não se resume apenas a um modelo concebido, mas uma prática organizacional. Em outras palavras, um processo de desenvolvimento voltado para a implementação. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FINANCEIRA A atuação da Administração Financeira no Setor Público se dá por meio do orçamento e seus mecanismos, que serão abordar a seguir. Orçamento é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos utilizados na gestão dos negócios públicos, sendo concebido inicialmente como um mecanismo eficaz de controle parlamentar sobre o Executivo. Ao longo do tempo, sofreu mudanças no plano conceitual e técnico (aspectos jurídico, econômico, financeiro, de planejamento e programação, gerencial e controle administrativo, por exemplo) para acompanhar a própria evolução das funções do Estado. Os primeiros Orçamentos de que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se importavam apenas com o gasto. Eram meros documentos de previsão de receita e autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos recursos públicos. Era compreendido como uma peça que continha apenas a previsão das receitas e a fixação das despesas para determinado período, sem preocupação com planos governamentais de desenvolvimento, tratando-se, assim, de mera peça contábil-financeira. Tal conceito se revela ultrapassado, pois a intervenção Estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e, com isso, o planejamento das ações do Estado é imprescindível. A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário. A partir dos primórdios do século XX, tendo como indutor os EUA, desenvolveu-se na Administração Pública a preocupação em ser mais eficiente, visando promover o desenvolvimento econômico e social. O orçamento, antes era considera do um mero demonstrativo de autorizações legislativas e que não atendia as necessidades, passou a ser visto como algo mais que uma simples previsão de receitas ou estimativa de despesa. Este passaria a ser considerado como um instrumento de administração visando cumprir os programas de governo. Desta forma, o Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-programa, segundo o qual o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto, que além de conter a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um governo, em um determinado exercício financeiro mas um documento legal, que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-programa é nas realizações do Governo). O orçamento é utilizado hodiernamente como instrumento de planejamento da ação governamental, possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter eminentemente estático. Apesar de todas as divergências existentes na doutrina, considera-se o orçamento como uma lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos subjetivos nem modificando as leis tributárias e financeiras. Sendo uma lei formal, a simples previsão de despesa na lei orçamentária anual não cria direito subjetivo, não sendo possível se exigir, por via judicial, que uma despesa específica fixada no orçamento seja realizada. São listadas as seguintes características da lei orçamentária: a) lei formal – formalmente o orçamento é uma lei, mas, conforme vimos acima, em vários casos ela não obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo legislativo; embora lei, em sentido formal não possui coercibilidade. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 84 b) lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada. c) lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias. d) lei especial – possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica. O orçamento compreende quatro aspectos fundamentais: a) o jurídico, que envolve a natureza do ato orçamentário quanto aos direitos e obrigações que ele gera à Administração, aos agentes públicos e aos administrados. b) o político, que indica para qual direção o poder político está atuando, isto é, qual necessidade coletiva entendeu ser de interesse público e usará, para sua satisfação, o serviço público mediante seu critério de gasto. c) o econômico, quanto às diretrizes econômicas e políticas fiscais adotadas em sua elaboração e que se tornarão postulados a serem seguidos. d) técnico-financeiro, estabelecendo metodologias e procedimentos administrativos e contábeis adotados à persecução dos fins do instrumento orçamentário. Os objetivos da política orçamentária são corrigir as falhas de mercado e as distorções, visando manter a estabilidade, melhorar a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais eficiência. O Orçamento tem a função de também regular o mercado e coibir abusos, reduzindo falhas de mercado e externalidades negativas (fatores adversos causados pela produção, como poluição, problemas urbanos, dentre outros). O Estado intervém de várias formas no mercado, como através da política fiscal e da política monetária, com controle de preços, salários, inflação, dentre outros. São exemplos de instrumentos e recursos utilizados pelo Estado para intervir na economia: • Política Fiscal - envolve a administração e a geração de receitas, além do cumprimento de metas e objetivos governamentais no orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos e estabilização da economia. É possível, com a política fiscal, aumentar a renda e o PIB e aquecer a economia, com uma melhor distribuição de renda. • Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias, etc.,expedidas como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso das normas, diversas condutas podem ser banidas, como a criação de monopólios, cartéis, práticas abusivas, poluição, etc. • Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral, para efeito de estabilização da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. Com a política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, restringir a demanda, etc. O Orçamento Público funciona como um balizador na economia; existindo elevados investimentos governamentais no orçamento, provavelmente haverá reflexos na criação de empregos e aumento de renda; em contraposição, um orçamento restritivo em investimentos, provocará desemprego, desaceleração da economia e decréscimo no produto interno bruto. Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destacamos: A função alocativa diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se quando o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de atuação se efetiva em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de externalidades ou de bens públicos. A função distributiva, por sua vez, diz respeito a promover ajustamentos na distribuição de renda. Justifica-se seu emprego nos casos em que o resultado distributivo do mecanismo de ação privada não for considerado socialmente justificável ou desejado. Mais uma vez a justificativa está ligada à correção das falhas de mercado. A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 85 Portanto, seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego (combate ao desemprego), tendo à disposição dois instrumentos macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. CLASSIFICAÇÃO/TIPOS/TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS As técnicas orçamentárias também conhecidas como espécies ou tipos de orçamento, podem ser classificadas da seguinte forma: Orçamento Clássico ou Tradicional Era aquele onde constavam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Era peça meramente contábil – financeira, um documento de previsão de receita e de autorização de despesas. Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a realização dos programas de trabalho do governo, preocupando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas. Orçamento de Desempenho ou por Realizações Uma evolução do orçamento clássico foi o chamado orçamento de desempenho em um contexto de Administração por Resultados. Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado dos gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. Apesar de ser um passo importante, o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo e, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento. 18 Nesse tipo de orçamento, a ênfase era as coisas que o governo fazia, ou seja, o foco era, basicamente, nos resultados, com desvinculação entre planejamento e orçamento. Como objetivos do orçamento de desempenho podem ser citados a melhoria da priorização das despesas e o aprimoramento da eficiência técnica. Como meio de alcançar os objetivos realiza-se a vinculação de dotações orçamentárias a resultados, utilizando Informações de Desempenho (ID). Pode abranger todo governo ou ser setorial. Orçamento por desempenho leva tempo para ser realizado, uma vez que demanda um Sistema de Informações de Desempenho. Ressalta-se que este orçamento possui sua Contabilidade orientada por resultados. Outro ponto de destaque é que a capacitação é crucial, tanto para os ministros responsáveis pela gestão, como o Ministério da Fazenda e outras agências federais, sendo assim, requerendo grandes esforços de capacitação. Por fim, este orçamento de desempenho demanda reformas mais amplas, estas são cruciais e necessitam de muito compromisso político. Orçamento – Programa Esse tipo de orçamento foi introduzido no Brasil pela Lei 4320/64 e do Decreto-lei 200/67 e funciona como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, pela identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados. A CF/88 implantou definitivamente o orçamento – programa no Brasil, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária pelo PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte para com o planejamento das ações do governo. Alguns autores têm destacado as seguintes vantagens do orçamento-programa em relação a métodos de elaboração orçamentária tradicionais: a) melhor planejamento de trabalho; b) maior precisão na elaboração dos orçamentos; c) melhor determinação das responsabilidades; d) maior oportunidade para redução dos custos; e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e da população em geral 18 ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 86 f) facilidade para identificação de duplicação de funções; g) melhor controle da execução do programa; h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos; i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programas; e ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta. Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica que o distingue de outros modelos. Essa lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa toda a sua peculiaridade. São elas: - Determinação da situação: identificação dos problemas existentes. - Diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos problemas. - Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas. Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas. - Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso. - Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos. - Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos, institucionais e serviços de terceiros necessários. - Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados. Em síntese, o Orçamento-programa é aquele que apresenta os propósitos, objetivos e metas para os quais a administração solicita os recursos necessários, identifica os custos dos programas propostos para alcançar tais objetivos e os dados quantitativos que medem as realizações e o trabalho realizado dentro de cada programa. Foi introduzido no Brasil por meio da Lei no 4.320/64 e do Decreto-Lei no 200/67. A ConstituiçãoFederal de 1988 consolidou definitivamente a adoção do orçamento-programa, ao vincular o processo orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA. Orçamento de Base Zero ou por Estratégia É um orçamento de baixo para cima, como se o orçamento estivesse sendo preparado pela primeira vez. Todos os gastos propostos devem ser revistos. A metodologia do OBZ não é adotada no Brasil, em nenhuma das unidades da Federação. O orçamento de base zero é uma metodologia orçamentária a qual exige que todas as despesas dos órgãos ou das entidades públicas, programas ou projetos governamentais sejam detalhadamente justificadas a cada ano, como se cada item de despesa se tratasse de uma nova iniciativa do governo. O foco principal do orçamento de base zero é o controle das despesas de capital (investimentos), ou seja, parte-se da premissa do que precisa ser feito e não o que seria bom ser feito. Assim sendo, o orçamento se torna o mais próximo possível da realidade. Essa espécie de orçamento consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Neste tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, questionar-se-ão as reais necessidades de cada área, sem compromisso com nenhum montante inicial de dotação. Os órgãos governamentais, por sua vez, deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo19. Orçamento Participativo Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelos poderes Executivo e 19 ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 87 Legislativo. Aliás, segundo os juristas especializados, a principal razão da existência do Legislativo na sua função precípua de representação popular, está na co-participação com o executivo na alocação dos recursos públicos por intermédio da elaboração dos orçamentos. O orçamento participativo incorpora a população ao processo decisório da elaboração orçamentária, seja por meio de lideranças da sociedade civil, seja por meio de audiências públicas ou por outras formas de consulta direta à sociedade. Trata-se de ouvir de forma direta as comunidades para a definição das ações do Governo para resolução dos problemas por elas considerados prioritários. É exercitado no Brasil em alguns estados da federação e em muitas Prefeituras. Na União, não tem sido aplicado, embora sejam feitas audiências públicas durante. Tabela-resumo de Técnicas e Práticas Orçamentárias A tabela abaixo objetiva dar uma visão agregada das técnica orçamentárias vistas até aqui, bem como contempla outras práticas de elaboração orçamentária. Denominação Características Observações Orçamento Tradicional Processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto. Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem relacionar os gastos a nenhuma finalidade (programa ou ação). Também é conhecido como Orçamento Clássico. Orçamento de Desempenho Processo orçamentário que apresenta duas dimensões do orçamento: - objeto de gasto; - um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Enfatiza o desempenho organizacional Também conhecido como orçamento funcional Orçamento Programa Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os programas de trabalho de governo, possibilitando: a) a integração do planejamento com o orçamento; b) a quantificação de objetivos e a fixação de metas; c) as relações insumo-produto; d) as alternativas programáticas; e) o acompanhamento físicofinanceiro; f) a avaliação de resultados; g) a gerência por objetivos Originalmente, integrava o sistema de planejamento, programação e orçamentação introduzido nos Estados Unidos, no final da década de 1950, sob a denominação PPBS (Planning Programming Budgeting System) Orçamento Participativo Processo orçamentário que contempla a população no processo decisório, por meio de lideranças ou audiências públicas Existência de uma coparticipação do Executivo e Legislativo na elaboração dos orçamentos Transparência dos critérios e informações que nortearão a tomada de decisões Necessidade de um maior discricionariedade do governo na alocação dos gastos, a fim de que possa atender os anseios da Sociedade. Requer auto grau de mobilização social. Deve haver disposição do poder público em descentralizar e repartir o poder. Orçamento Base-Zero Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos, pela Texas Instruments Inc., durante o ano de 1969. Foi adotada pelo Estado da Geórgia (governo Jimmy Carter), com vistas ao ano fiscal de1973. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 88 Orçamento Incremental (ou inercial) Orçamento elaborado através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. Repetição do orçamento anterior acrescido da variação de preços ocorrida no período. Orçamento Com Teto Fixo Critério de alocação de recursos através do estabelecimento de um quantitativo financeiro fixo (teto), obtido mediante a aplicação de um percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período Esse percentual único serve de base para que os órgãos/unidades elaborem suas propostas orçamentárias parciais. Fonte: ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblic o.pdf Questões 01. (DETRAN-RJ - Analista – Contabilidade – EXATUS/2012) A história da evolução conceitual do Orçamento Público é dividida em duas fases, quais são elas? (A) Orçamento Tradicional e Orçamento Moderno. (B) Orçamento Conceitual e Orçamento Sustentável (C) Orçamento Original e Orçamento Evolutivo. (D) Orçamento Primário e Orçamento Vigente. 02. (TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC/2013) O Orçamento Público no Brasil. (A) é uma peça administrativa, de caráter indicativo, sem efeito legal. (B) é um instrumento de elaboração técnico-contábil que independe de negociações políticas entre esferas de poder. (C) tem sua proposição, aprovação e controle de execução como atribuições exclusivas de responsabilidade do Poder Executivo. (D) constitui-se em instrumento legal que estabelece as possibilidades de despesas do poder público, com base em estimativa de receita (E) é utilizado como ferramenta de política monetária a partir do controle dos padrões de investimentos dos entes financeiros privados. 03. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas – FUNIVERSA/2011) Com relação ao orçamento público, assinale a alternativa correta. (A) Tem a natureza jurídica de lei complementar. (B) O projeto da lei orçamentária é de iniciativa de qualquer um dos poderes. (C) A Lei n.º 4.320/1964 estabelece o regime de tramitação do projeto de lei orçamentária. (D) Sob o enfoque formal, tem natureza jurídica de lei anual. (E) É um instrumento que estima a despesa e fixa a receita. 04. (TRF 1º REGIÃO – Analista Judiciário – Administrativa – FCC/2011) Com relação aos tipos de orçamentos, considere as afirmativas abaixo: I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação coma clareza dos objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, num prazo prédeterminado. IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois não incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da despesa. V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores. Está correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I e IV. (B) I, III e IV. (C) II, III e V. (D) I, III, IV e V. (E) II e III. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 89 05 – (CVM – Analista – Planejamento E Execução Financeira – ESAF/2010) A abordagem orçamentária cujas principais características são a análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente, de modo que todos os programas devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário, denominase: a) orçamento tradicional. b) orçamento de base zero. c) orçamento de desempenho. d) orçamento programa. e) orçamento incremental. 06 - (TER MS – Analista Judiciário – Área Administrativa – CESPE/2013) Acerca do orçamento público no Brasil, assinale a opção correta. a) A disposição dos três orçamentos que constituem a lei orçamentária anual – fiscal, seguridade social e orçamento de investimento das empresas – é, da mesma forma, estabelecida nas leis de diretrizes orçamentárias. b) A elaboração do orçamento anual desenvolve-se no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, cujo órgão central é o Ministério do Desenvolvimento Social. c) Assim como os temas orçamentários, a obrigatoriedade de se adotar sistematicamente o planejamento nas diversas esferas do governo tornou-se realidade com a Constituição de 1967. d) O plano plurianual constitui a síntese dos esforços de planejamento da União, não atingindo os demais entes da Federação. e) O orçamento anual constitui princípio orientador para a elaboração das diretrizes orçamentárias. 07. (TJ-RR – Administrador – CESPE/2012) Ao determinar o tipo e a quantidade de bens e serviços públicos que devem ser oferecidos, bem como o valor das contribuições de cada consumidor, o governo exerce sua função estabilizadora, mediante a aplicação de uma política monetária. ( ) Certo ( ) Errado 08. (TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2013) Tendo em vista que as funções econômicas do Estado são os principais instrumentos de ação estatal na economia, assinale a opção correta. (A) A função estabilizadora ocorre, principalmente, nas situações em que o governo se utiliza do orçamento para a provisão de bens mistos. (B) Para o exercício da função estabilizadora, o governo tem à disposição dois instrumentos macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. (C) A função alocativa do governo justifica-se nos casos em que existe eficiência por parte do mecanismo de ação privada (sistema de mercado). (D) A função estabilizadora, que promove o ajustamento da distribuição de renda, visa o chamado ideal de Pareto, que preconiza a melhoria do indivíduo sem que a situação dos demais seja deteriorada. (E) Para o exercício da função distributiva, o governo tem um único instrumento, denominado imposto de renda progressivo por faixas de renda. Respostas 01. Resposta: A. A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário. 02. Resposta: D. O Orçamento Público contém a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um governo, em um determinado exercício financeiro. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 90 03 - Resposta “D” Lei Orçamentária Anual – LOA Orçamento Público O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental onde são previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período. Discute-se se ela é uma lei anual, entretanto, para a maioria dos autores, não existe tal dúvida, visto que essa lei, entre outras metas e prioridades administrativas, inclui as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente e orientará a elaboração da lei orçamentária anual. Além do estabelecimento de metas e prioridades, deve a lei orçamentária dispor sobre a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, procurando equilibrar as despesas com as receitas 04. Resposta “E” Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. Orçamento Programa: Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os programas de trabalho de governo, possibilitando: a) a integração do planejamento com o orçamento; b) a quantificação de objetivos e a fixação de metas; c) as relações insumo-produto; d) as alternativas programáticas; e) o acompanhamento físicofinanceiro; f) a avaliação de resultados; g) a gerência por objetivos 05. Resposta “B”. Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. 06. Resposta “A” Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes rçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 07. Resposta: ERRADO. A correta é a função Alocativa que diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se quando o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de atuação se efetiva em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de externalidades ou de bens públicos. 08. Resposta: B. A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. Portanto, seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego (combate ao desemprego), tendo à disposição dois instrumentos macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. 1291998 E-book gerado especialmentepara ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 91 PPA, LDO, LOA E O CICLO ORÇAMENTÁRIO O Sistema Orçamentário Brasileiro é composto de três elementos básicos Plano Plurianual – PPA Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO Lei Orçamentária Anual – LOA Cabe a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados apreciar os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais. PLANO PLURIANUAL – PPA O PPA é uma Lei de Iniciativa do Poder Executivo, em que estão quantificados, especificados e qualificados os custos de cada projeto de duração plurianual ou continuada. O PPA funciona como um instrumento de planejamento estratégico das ações do Governo para um período de quatro anos. A referida Lei é uma inovação instituída pela Constituição Federal de 1988, que determina em seus art. 165, § 1.º, que a Lei que instituir o plano em questão “estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”. Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição serão elaborados em consonância com o PPA. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Prazos Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9.º, assim dispõe: “Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”. Art. 35, § 2.º, I, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. PPA: o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Poder Executivo ( envio até 31/08) Poder Legislativo 22/12) ( retorno até Período do Mandato X Período de Vigência do PPA 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 92 Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um período de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas. É o instrumento de planejamento que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital - e outras delas decorrentes - e para as relativas aos programas de duração continuada. O PPA declara as escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da República. Além disso, organiza a ação de governo na busca de um melhor desempenho da Administração Pública. O PPA apresenta uma parte dos recursos financeiros orçamentários (esferas “Fiscal e Seguridade Social” e “Investimentos das Estatais”) arrecadados pelo Governo, mas também faz uso de recursos que não estão no orçamento, valores que podem ser originários de agências oficiais de crédito (exemplos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, etc.), de fundos administrados pelo Governo (ex: FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador), de incentivos ou renúncias fiscais, de parcerias com o setor privado, entre outras possibilidades. Diferentemente da Lei Orçamentária Anual (LOA), o PPA não apresenta os Programas classificados como Operação Especial. Atualmente, a peça orçamentária de cada exercício anual permite visualizar o tipo de recurso que está financiando determinada ação orçamentária. A gestão do PPA ocorre, principalmente, com base no monitoramento dos Programas, Objetivos, Metas e Iniciativas, dedicando especial atenção aos meios mais eficazes para possibilitar a execução necessária ao desenvolvimento do País. É importante destacar que o conceito de gestão associado ao Plano Plurianual - PPA - dialoga com a criação de condições objetivas que favoreçam a execução, de forma que o conceito de resultado está associado à abertura de canais que ampliem a escala de entregas do Estado. O PPA confere um tratamento especial à transversalidade e à multissetorialidade, institutos que permitem identificar públicos ou políticas específicas em determinados setores de atuação do governo. É o caso, por exemplo, da declaração e identificação da política para as mulheres (público) no interior da política de desenvolvimento agrário (setor). Por meio das agendas transversais do PPA, por exemplo, é possível combinar diferentes Objetivos, Metas e Iniciativas, criando condições para uma abordagem mais adequada da relação entre os programas, além de permitir a análise e o acompanhamento de políticas públicas integradas. Dessa forma, a atual estrutura do PPA ampliou as possibilidades das políticas para as mulheres, raça, criança e adolescente, idoso, LGBT, quilombola, povos e comunidades tradicionais, juventude e pessoa com deficiência. O Plano apresenta a visão de futuro para o país, macrodesafios e valores que guiam o comportamento para o conjunto da Administração Pública Federal. Por meio dele, o governo declara e organiza sua atuação, a fim de elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite, também, que a sociedade tenha um maior controle sobre as ações concluídas pelo governo. Estrutura programática A partir da Portaria n.º 42, de 14 de abril de 1999, os programas deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, originária do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – PPA. Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o orçamento começa nele, o que confere a esses documentos uma integração desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos diversificados. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 93 O programa age como único módulo integrador, e os projetos e as atividades como instrumentos de realização dos programas. Cada programa contém, no mínimo, objetivo - indicador que quantifica a situação que o programa tem por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingi-lo. Os produtos dos programas dão origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dá origem à meta. Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais. Estas podem fazer parte dos programas quando entendido que, efetivamente, contribuem para a consecução de seus objetivos; tais operações, quando associadas a programas finalísticos apresentam, na maioria dos casos, produtos associados. Daí a necessidade de caracterização desses produtos. Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas. A estruturação de programas e respectivos produtos, consubstanciados em projetos e em atividades, é sempre revisada anualmente e seu resultado disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades orçamentárias apresentem as suas propostas orçamentárias. O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou o atendimentode uma necessidade ou demanda da sociedade. Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade. Tipos de programas Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa. O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público-alvo. Programas de Gestão de Políticas Públicas: assumirão denominação específica de acordo com a missão institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas um programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Gestão da Política de Saúde”. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa. Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam órgãos centrais de sistemas (Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa desse tipo. Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de gestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial. Programas de Serviços ao Estado: são os que resultam em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa. Programa de Apoio Administrativo: corresponde ao conjunto de despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover os órgãos da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas finalísticos. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte; orienta a elaboração do Orçamento; dispõe sobre alteração na legislação tributária; estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento. É o instrumento por meio do qual o governo estabelece as principais diretrizes e metas da 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 94 Administração Pública para o prazo de um exercício. Ela estabelece um elo entre o Plano Plurianual de Ação Governamental e a Lei Orçamentária Anual, uma vez que reforça quais programas relacionados no PPAG terão prioridade na programação e execução orçamentária. Conforme disposto na Constituição Federal, compete à LDO traçar diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária Anual do exercício subsequente a sua aprovação, assegurar o equilíbrio fiscal das contas públicas, dispor sobre alteração na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras de fomento. Fora as exigências constitucionais, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou as atribuições da LDO, conferindo-lhe o papel de apresentar os resultados fiscais de médio prazo para a administração pública. O projeto de Lei da LDO, que contém a consolidação das propostas parciais de cada Poder (Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública), é elaborado pelo chefe do Poder Executivo auxiliado por seu corpo técnico da Secretaria de Planejamento e Gestão. Ele deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa até o dia 15 de abril para ser aprovado na primeira sessão legislativa. Compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano. Orçamento anual No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro e encerra em 31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei n.º 4.320/64. Por outro lado, o ciclo orçamentário é um período muito maior, iniciando com o processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e encerramento com o controle. Outros planos e programas O orçamento da União contém programas sociais do governo para diversas áreas de atuação, como saúde, educação e segurança alimentar, e para diversos grupos de beneficiários, como mulheres, crianças e quilombolas. Por meio de parcerias com organizações da sociedade civil que acompanham segmentos específicos das políticas públicas, identificamos e destacamos os diversos “orçamentos temáticos” contidos no orçamento da União, de modo a facilitar o acesso à informação pelos interessados. Por exemplo: Orçamento da Educação: contém ações que impactam a qualidade e disponibilidade de serviços de educação para a população. Como forma de apoiar a atuação das entidades que fazem o acompanhamento das políticas educacionais, identificam-se, destacam-se e disponibilizam-se as ações de educação contidas no orçamento da União. Orçamento da Mulher: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que, segundo a metodologia adotada, impactam a qualidade de vida das mulheres brasileiras. Foi organizado em parceria com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA, para facilitar o acompanhamento do processo orçamentário pelas entidades voltadas para as políticas da mulher. Orçamento da Saúde: contém ações que impactam a qualidade da saúde dos cidadãos e a disponibilidade de serviços de saúde para a população. Por meio de parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ, que desenvolve o portal ParticipanetSUS, as ações de saúde contidas no orçamento da União são identificadas e destacadas, de modo a apoiar a atuação das instituições responsáveis pelo controle social, a exemplo dos Conselhos de Saúde, no acompanhamento do processo de elaboração e execução das despesas públicas. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 95 Orçamento da segurança alimentar20: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que, segundo a metodologia adotada, promovem uma alimentação saudável, acessível, permanente e de qualidade para os cidadãos. Foi elaborado em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC, para facilitar o acompanhamento do processo orçamentário pelas entidades integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar – CONSEA e outras organizações da sociedade civil. Conforme art. 165 § 2.º da CF/88, a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades (MP) da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. Terá ainda como atribuições: - orientar a elaboração da LOA; - dispor sobre alterações na legislação tributária; - estabelecer as políticas de aplicação das agênciasfinanceiras de fomento; - disporá sobre autorizações para aumento do gasto ou contratação de pessoal dos órgãos da administração direta e indireta, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Importante: As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual (Art. 166, § 3.º CF/88). Prazos Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9.º, assim dispõe: “Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”. Art. 35, § 2.º, II, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. LDO: o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. A LDO na LRF: Além das atribuições contidas no Art. 165, § 2.º da Constituição Federal, a Lei 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, em seu Art. 4.º, traz novas atribuições para a LDO: - disposições sobre equilíbrio entre receitas e despesas; - critérios para limitação de empenhos e o consequente controle sobre o endividamento; - não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias; - destinação de recursos provenientes de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária; 20 Mais informações sobre programas do orçamento federal podem ser obtidas no site: http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentosanuais/orcamento-2013-1/arquivos-cadastro-de-acoes/todos-os-programas-por-ordem- alfabetica Poder Executivo ( envio até 15/04) Poder Legislativo ( retorno até 17/07) 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 96 - condições para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; - definir limites e condições para a expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado (despesas decorrentes de lei, medida provisória ou outro ato normativo que fixe para o ente público obrigação legal de sua execução por mais de dois exercícios financeiros); - normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. Além das atribuições acima descritas, a LRF trouxe dois anexos obrigatórios para comporem a LDO: Anexo de Metas Fiscais - AMF A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, e conterá ainda: - a avaliação do cumprimento de metas do exercício anterior; - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as metas fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência das mesmas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; - evolução do patrimônio líquido, com destaque para a origem e aplicação de recursos provenientes de alienação de ativos; - avaliação financeira e atuarial do regime próprio de previdência; - demonstrativo da estimativa e compensação de renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. Anexo de Riscos Fiscais – ARF No ARF serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. Os Riscos Fiscais são a possibilidade da ocorrência de eventos que venham a impactar, negativamente, as contas públicas e são classificados em dois grupos: - Riscos orçamentários - que se referem à possibilidade das receitas previstas não se realizarem ou à necessidade de execução de despesas inicialmente não fixadas ou orçadas a menor durante a elaboração do Orçamento. Exemplos: frustração na arrecadação devido a fatos ocorridos posteriormente à elaboração da LOA e ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos e outras situações de calamidade pública que demandem de ações emergenciais. - Riscos decorrentes da gestão da dívida - referem-se a possíveis ocorrências externas à administração que, quando efetivadas, resultarão em aumento do serviço da dívida pública no ano de referência. Exemplos: variação das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos e dívidas, cuja existência depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental no qual são previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 97 Aspectos do Orçamento Público - Jurídico - O STF, nos recursos extraordinários 34.581, 75.908 e na ADI 2.100, decidiu considerar a lei orçamentária como lei formal de efeito concreto. No Brasil, o orçamento é uma lei ordinária (aprovada por maioria simples), de caráter autorizativo e temporária (vigência limitada). - Financeiro - Sob este aspecto, o orçamento público é caracterizado pelo controle do fluxo monetário decorrente da entrada de receita e saídas de despesas. - Econômico - O orçamento público tem um papel importante na regulação econômica do país, uma vez que o Governo é obrigado a atender às necessidades econômicas e sociais da coletividade e redistribuir a renda nacional, com o objetivo de elevar o nível econômico da população. - Político - Este aspecto diz respeito às características dos planos e programas governamentais do grupo ou partido que detém o poder. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 98 É na LOA que o governo define as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano; ela disciplina todas as ações do Governo Federal. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento, mas nem tudo é feito pelo Governo Federal. As ações dos governos estaduais e municipais devem estar registradas nas leis orçamentárias dos Estados e Municípios. No Congresso, deputados e senadores discutem, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Abaixo, uma figura que representa as Finanças Públicas, englobando suas funcionalidades e processos: 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 99 Fiscalização (CMO), a proposta enviada pelo Executivo, fazem as modificações que julgam necessárias por meio das emendas e votam o projeto. Depois de aprovado, este é sancionado pelo Presidente da República e se transforma em Lei. A Lei Orçamentária Anual compreenderá: - O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, e estatais chamadas de dependentes (deficitárias); - O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; - Orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. CICLO ORÇAMENTÁRIO Sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentárioas seguintes: elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, inicia-se o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a avaliação final. O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elaboram, aprovam, executam, controlam e avaliam os programas do setor público nos aspectos físicos e financeiro; corresponde, portanto, ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público. Preliminarmente é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário. Elaboração da proposta orçamentária e apresentação A cargo do Poder Executivo, através de órgãos específicos, além das tarefas relacionadas à estimativa da receita, são realizadas as atividades relativas à: formulação da proposta parcial de orçamento de cada unidade gestora (ações que se pretende executar através de cada órgão/Poder); compatibilização das propostas setoriais à luz das prioridades estabelecidas e dos recursos disponíveis, conforme orientações e diretrizes da LDO; consolidação e montagem, por parte do órgão central de orçamento, da proposta orçamentária a ser submetida à apreciação do Poder Legislativo. O processo adotado no Brasil na elaboração do orçamento é denominado Processo Misto, no qual as diretrizes e objetivos são traçados pelos níveis hierárquicos mais altos, em função dos meios disponíveis. Elaborar a revisão do Plano Plurianual Elaborar a revisão de plano nacionais, regionais e setoriais Elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias Elaborar a Proposta Orçamentária Anual Discussão e aprovação da Lei Orçamentária Anual - LOA Execução orçamentária e financeira /controle e avaliação da execução 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 100 Nesta etapa deve ser providenciada a formalização de um documento no qual fique demonstrada a fixação dos níveis das atividades governamentais e que, em última análise, constituirá a proposta orçamentária. A Lei Federal 4.320/64 trata da elaboração, em sua SEÇÃO SEGUNDA, Das Previsões Anuais, como veremos a seguir: Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade com a política econômico-financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa. Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas em formulário próprio, serão acompanhadas de: I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f; II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina. Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária. Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente. Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita. Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias. Fica a cargo do Parlamento a revisão da proposta orçamentária - podendo ocorrer emendas, as quais serão apresentadas a uma comissão de parlamentares previamente designada, que sobre elas emitirá parecer. Após consolidação das emendas, o orçamento é colocado em votação. O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo, dentro dos prazos estabelecidos. No âmbito federal, o prazo termina em 31 de agosto; o Estado de São Paulo deve obedecer ao prazo de entrega até o dia 30 de setembro, e os municípios devem obedecer o prazo estabelecido na sua lei Orgânica, conforme Artigo 35, § 2.º inciso III, das Disposições Transitórias da constituição Federal e artigo 39, inciso II, da Constituição do Estado de São Paulo. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios compor-se-á de:21 I – Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis. Exposição e justificação da política econômico- financeira do Governo, justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital; II – projeto de Lei de Orçamento; III – Tabelas Explicativas das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas para fins de comparação, a receita arrecadada nos últimos exercícios anteriores àquele em que se elabora a proposta; receita para o exercício em que se elabora a proposta; a receita prevista para o exercício a que se refere a proposta; a despesa realizada no exercício imediatamente anterior; a despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; a despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta; 21 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.ª edição – São Paulo: Atlas, 2012. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 101 IV – especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativas de custo das obrar a realizar e dos serviços a prestar acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação (Artigo 22, da Lei Federal n.º 4.320/64). Estudo e Aprovação22 Esta fase é de competência do Poder Legislativo, e o seu significado está configurado na necessidade de que o povo, através de seus representantes, intervenha na decisão de suas próprias aspirações, bem como na maneira de alcançá-las. O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo, que deverá devolvê-lo para sanção, conforme Art. 22, da Lei Federal n.° 4.320/64. Outrossim, se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado, o poder Legislativo considerará como proposta a Lei Orçamentária Vigente, conforme § 2°, Inciso III, do artigo 35, das Disposições Transitórias da Constituição Federal. O parágrafo 3.º do Art. 166 da Constituição Federal de 1988 trata da aprovação do projeto de lei do orçamento anual e dos projetos que modifiquem: § 3.º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejamrelacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Devidamente discutido, o projeto de lei orçamentária, uma vez aprovado pelo Poder Legislativo, merecerá de sua parte a edição de um autógrafo e, logo após, enviado para sanção pelo chefe do Poder Executivo. Após a aprovação pelo plenário do Poder Legislativo, o projeto deverá ser devolvido ao Chefe do Poder Executivo, que poderá sancioná-lo ou propor vetos totais ou parciais. Havendo a sanção do projeto de lei, o mesmo deverá ser remetido para publicação. 22 Idem. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 102 Fase Descrição Iniciativa pelo poder executivo Responsabilidade pela apresentação do projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo, devendo observar o prazo fixado (iniciativa vinculada). Discussão pelo poder Legislativo Compreende as seguintes etapas: - emendas; - voto do relator; - redação final; - votação em plenário. Segundo o § 3.º do art. 166 da CF/88, as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovados caso: I – sejam compatíveis com o PPA e com a LDO; II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotação para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III – sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. O § 4.º do mencionado artigo dispõe que as emendas ao projeto da LDO não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o PPA. Sanção pelo Poder Executivo Aquiescência ao projeto de lei aprovado. Veto pelo Poder Executivo Desacordo ao projeto de lei aprovado. Prazo 15 dias úteis do recebimento do projeto. As razões do(s) veto(s) deverão ser comunicadas ao Presidente do Senado Federal. O veto poderá ser total ou parcial. Promulgação pelo Poder executivo Atestado da existência de uma lei. Ocorre simultaneamente à sanção. Mostra que a lei é executável. Decorrido o prazo para a sanção, mantido o silêncio do Executivo quanto à promulgação dentro de quarenta e oito horas, a promulgação ocorrerá pelo Presidente do Senado. Publicação pelo Poder executivo Divulgação da lei na Imprensa Oficial. A lei está em vigor, impondo a sua obrigatoriedade. ATENÇÃO PARA OS PRAZOS: O primeiro passo na elaboração do orçamento público é a definição do Plano Plurianual (PPA), no qual são identificadas as prioridades de gestão durante quatro anos. Deve ser enviado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República em até 4 (quatro) meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro, ou seja, 31 de agosto do primeiro ano do mandato e deve ser apreciado e devolvido para sanção presidencial até 22 de dezembro (encerramento da sessão legislativa) do mesmo ano. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 103 Deve, também, o chefe do poder Executivo enviar ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano o projeto da LDO para que seja votada e aprovada até 17 de julho do mesmo ano. Sem a aprovação da LDO, deputados e senadores não podem entrar em recesso parlamentar. Por fim, com base no conteúdo aprovado na LDO, deve ser feita a elaboração da LOA – Lei Orçamentária Anual (o orçamento propriamente dito), passo que finaliza a realização do orçamento. Será a LOA que revelará a origem, o montante e o destino dos recursos a serem gastos no país, devendo ser encaminhada até 31 de agosto de cada ano e aprovada até o dia 22 de dezembro. Projeto de Lei Envio: Chefe do PE ao PL. Devolução: do PL ao PE. Parâmetro para envio: até o término do exercício financeiro. Parâmetro para devolução: até o término da sessão ou período legislativo. Plano Plurianual Até 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do chefe do PE – 31 de agosto. Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro (EC n.º 50/06). Lei de Diretrizes Orçamentárias Até 8 meses e ½ antes do encerramento do exercício financeiro – 15 de abril. Até o término do primeiro período legislativo – 17 de julho (EC n.º 50/06). Lei Orçamentária Anual Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro – 31 de agosto. Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro (EC n.º 50/06). Execução Das Leis Orçamentárias Após a aprovação do projeto pelo Legislativo, cabe ao executivo gerenciar e executar o orçamento. A execução orçamentária ocorre concomitantemente com a financeira. Esta afirmativa tem como sustentação o fato de que a execução, tanto orçamentária como financeira, está atrelada uma a outra, posto que, havendo orçamento e não existindo a previsão financeira, não poderá ocorrer a despesa. Por outro lado, havendo recurso financeiro, mas não se podendo gastá-lo, não há que se falar em disponibilidade orçamentária. Em consequência, pode-se definir execução orçamentária como a utilização dos créditos na LOA; já a execução financeira, por sua vez, representa a utilização de recursos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamentárias pelo Orçamento. Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro termo designa o lado orçamentário; o segundo, financeiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma moeda. O crédito é a dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária. Uma vez publicada a LOA - observadas as normas de execução orçamentária e de programação financeira para o exercício - e lançadas as informações orçamentárias, cria-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da execução orçamentária propriamente dita. Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas públicas nele previstas, ressaltando que, para que qualquer utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira condição é que a elaboração do gasto tenha obedecido às regras legais e seja autorizado pelo Poder Legislativo, com observância dos três estágios da execução das despesas previstos na Lei n.º 4.320/64, ou seja, (i) o empenho, (ii) a liquidação e (iii) o pagamento (atualmente se encontra em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo esses estágios, já que, após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu comprometimento para a realização da despesa, existe uma fase - geralmente demorada - de licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços, que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o término do processo licitatório). Considerando que o empenho é o primeiro estágio da despesa, este é conceituado como sendo o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. Nele é registrado o comprometimento da despesa orçamentária, obedecidos os limites estritamente legais, bem como aos casos em que se faça necessário o reforço ou a anulação desse compromisso. Não se deve confundir, entretanto, empenho da despesa com nota de empenho; esta, na verdade, é a materialização daquele, embora, no dia a dia, haja a junção dos dois procedimentos em um único. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 104 O fato de estar a despesa legalmente empenhada não cria para o Estado a obrigação de efetuar o pagamento, posto que o implemento de condição pode ser concluído ou não. A Lei n.º 4.320/64 determina que o pagamentode qualquer despesa pública, seja de que importância for, passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da execução da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou a entrega dos bens, ou, ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição. O segundo estágio da despesa pública é a liquidação, que consiste na verificação do cumprimento pelo credor de suas obrigações previstas em contrato, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito; é, portanto, a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do empenho. Esse estágio tem por finalidade reconhecer ou apurar a origem e o objeto do que se deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação, e é efetuado através do documento Nota de Lançamento ("NL"). Envolve todos os atos de verificação e conferência, desde a entrega do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. Ao fazer a entrega do material ou a prestação do serviço, o credor deverá apresentar a nota fiscal, fatura ou conta correspondente, acompanhada da primeira via da nota de empenho, devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a prestação do serviço correspondente no verso da nota fiscal, fatura ou conta. O último estágio da despesa é o pagamento, que consiste na entrega de numerário ao credor do Estado, extinguindo dessa forma o débito ou obrigação. Esse procedimento, normalmente, é efetuado por tesouraria, que deve ter como favorecido o credor do empenho. O pagamento normalmente é efetuado por meio de crédito em conta bancária do favorecido. Se houver importância paga a maior ou indevidamente, sua reposição aos órgãos públicos deverá ocorrer dentro do próprio exercício. Todo esse processo ocorre observando, estritamente, os princípios constitucionais orçamentários, bem como aqueles que regem a Administração Pública, dentre eles a moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o interesse público seja sempre garantido. Avaliação23 A avaliação se refere à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos objetivos fixados no orçamento e as modificações nele ocorridas durante a execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de racionalidade na utilização do recursos correspondentes. A constatação do que realizar, e do que deixar de fazer, não pode, como é obvio, restringir-se somente ao julgamento “a posteriori”. A avaliação deve ser ativa, desempenhar um papel importante como orientadora da execução e fixar em base consistente as futuras programações, por isso esta fase é simultânea à execução, e a informação que fornece deve estar disponível, quando dela se necessitar. A avaliação impõe a necessidade de um sistema estatístico cuja informação básica se obtém em cada uma das repartições ou órgãos. De posse dos dados coletados, o grupo de avaliação orçamentária deve elaborar tabelas, calcular indicadores e apresentar informes periódicos para uso e tomada de decisões por parte dos dirigentes das unidades executoras. A avaliação deverá ser feita à vista de dados relativos à execução orçamentária que são apurados. Há uma obrigatoriedade no § 3.º, do artigo 165 da Constituição Federal, que diz: “o Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.” Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive destinadas ao pagamento de serviço da dívida e as ressalvadas pela LDO e, no caso dos Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores 23 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.edição – São Paulo: Atlas, 2012. 1291998 E-book gerado especialmente para ANA CONSTANCA CARDOSO GIGANTE . 105 financeiros segundo os critérios fixados pela LDO, conforme Caput e §§ 2.º e 3.º do artigo 9.º da Lei Complementar n.° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivas, conforme § 1.º, do artigo 9.º da Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na Comissão mista permanente de senadores e deputados ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais conforme § 4.º, do artigo 9.º da Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) Questões 01. (MTUR – Administrador – FUNIVERSA/2010) Acerca das características da lei orçamentária, assinale a alternativa incorreta. (A) É uma lei informal. (B) É uma lei temporária. (C) É uma lei ordinária. (D) É uma lei especial. (E) Tem vigência limitada a um ano 02. (DNIT – Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes – ESAF/2013) De acordo com a Constituição Federal, o principal objetivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias é: (A) orientar as unidades orçamentárias e administrativas na formulação do seu planejamento anual e na elaboração da proposta orçamentária, bem como estabelecer as metas a serem alcançadas no exercício subsequente. (B) estabelecer as diretrizes, prioridades e metas para a organização das entidades com vistas à definição da proposta orçamentária anual a ser enviada ao Congresso Nacional. (C) criar as condições necessárias ao estabelecimento de um sistema de planejamento integrado com vistas à elaboração e aprovação do orçamento. (D) estabelecer as metas de despesas correntes e de capital para o exercício seguinte, as prioridades da administração e orientar a elaboração da proposta orçamentária. (E) estabelecer as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente e orientar a elaboração da lei orçamentária. 03. (TJ-RO – Analista Judiciário – Administração – CESPE/2012) De acordo com o princípio orçamentário da totalidade, (A) as despesas previstas e as receitas fixadas devem integrar uma única LOA. (B) a inclusão de autorização para a contratação de operação de crédito na LOA é proibida. (C) a Lei Orçamentária Anual (LOA) deve conter todas as receitas e despesas. (D) cada ente governamental deve elaborar um único orçamento. (E) a LOA deve referir-se a um único exercício financeiro. 04. (IF-TOP - Técnico em Contabilidade - IF-TO/2015) São atribuições que devem constar na Lei de Diretrizes Orçamentárias, exceto: (A) Fazer intermediação entre o planejamento e o orçamento. (B) Dispor sobre alterações na legislação tributária. (C) Orientar a elaboração do plano plurianual. (D) Indicar metas e prioridades para a administração pública. (E) Tratar sobre a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 05. (DETRAN-MT - Auxiliar do Serviço de Trânsito – UFMT/2015) Em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é correto afirmar: A) Extingue limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter continuado. B) Disciplina as transferências de recursos apenas a entidades privadas.