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IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 1 as marcas do câncer As “marcas” constituem um princípio organizador para racionalizar as complexidades da doença neoplásica. Eles incluem sustentar a sinalização proliferativa, evitar supressores de crescimento, resistir à morte celular, permitir a imortalidade replicativa, induzir a angiogênese e ativar a invasão e a metástase. • SINALIZAÇÃO PROLIFERATIVA SUSTENTADA: as células têm que receber sinais de sobrevivência, para se dividir e se multiplicar. A célula cancerosa adquire a capacidade de produzir o seu próprio fator de crescimento, levando à capacidade proliferativa sustentada. • EVASÃO DE SUPRESSORES DO CRESCIMENTO: a maior parte do ciclo celular ocorre na interfase. Para passar da fase G1 para a fase S, é necessário a atuação da CICLINA E com a CDK 2. Depois que ultrapassa o ponto R de checagem, só se houver um problema muito, muito grave, que o ciclo não vai continuar. Então, basicamente as outras partes são mais automáticas. Esse ponto R de checagem, do ponto de vista da carcinogênese, é o mais importante. Existem proteínas que inibem a ciclinas CDK 4/6 evitando a carcinogênese, são elas: p15, p16, p18, p19, p21, p27 e p57. As vias de sinalização estão todas interligadas a proteína Rb. - PROTEÍNA p53: é também chamada de guardiã do genoma. Em algumas partes da p53, existem trechos onde há ligação da proteína ao DNA, gerando uma transcrição desse segmento. Todos esses pontos que ela se liga de certa forma são carcinogênicos. A Síndrome de Li-Fraumeni é originária da mutação dessa proteína. Existem formas de agir na p53: IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 2 as marcas do câncer • RESISTÊNCIA À MORTE CELULAR: apoptose é uma morte celular, que diferente da necrose, é como se fosse uma implosão. A célula vai se contraindo, e vai formando pequenas esferas, que contêm restos de ácidos nucleicos e de proteínas. Essas esferas são fagocitadas e ocorre uma morte celular sem confusão, sem liberação de proteínas para o meio extracelular. CASPASE 8 + CASPASE 9 à APOPTOSE • PERMITIR IMORTALIDADE REPLICATIVA: a enzima hTERT, mais conhecida como telomerase, é uma enzima que se liga no telômero de um cromossomo, e vai inserindo nesse telômero uma sequência repetitiva de DNA, que vai aumentando o tamanho dele. A fusão entre dois braços do cromossomo leva a alterações genômicas que acabam inviabilizando a célula. FUSÃO TÉRMINO-TERMINAL à PERDA DO TELÔMERO • INDUÇÃO DA ANGIOGÊNESE: é a produção de uma vascularização anormal, tumoral. São características da vascularização tumoral: § Brotamento capilar precoce; § Ramificação excessiva e contorcida; § Vasos largos e distorcidos; § Fluxo sanguíneo errático; § Micro hemorragias; § Porosidade; § Excessivas proliferação e apoptose de células endoteliais. • ATIVAÇÃO DE INVASÃO E METÁSTASE: na transição epitélio-mesenquimal há: § Perda das junções aderentes; § Expressão de enzimas que degradam a MEC; § Motilidade aumentada; § Resistência aumentada a apoptose; § Supressão da expressão de E- caderinas. Diferentes cânceres têm diferentes preferências de metastatização, e isso não é só pela proximidade, mas também por afinidade, como por exemplo, células do pâncreas tem uma afinidade maior pelo tecido hepático (fígado). • MUTAÇÃO E INSTABILIDADE GENÔMICA: um exemplo disso, seria a translocação cromossômica. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 3 as marcas do câncer • INFLAMAÇÃO (PROMOTORA TUMORAL): o macrófago associado ao câncer (TAM) pode interagir com células endoteliais levando a facilitação da migração da célula cancerosa, ao intravasamento e a formação de metástase. Essa célula cancerosa, ela pode adquirir a capacidade de produzir um fator de crescimento que é o CSF-1, que estimula o macrófago a produzir um fator de crescimento para a célula cancerosa, que é o EGF com receptor situado na superfície da célula, estimulando a proliferação de células cancerosas. • EVASÃO DA DESTRUIÇÃO IMUNE: nosso sistema imunológico pode, através da resposta T citotóxica, detectar proteínas estranhas de células cancerosas e levar a destruição dessas células. Nosso sistema imunológico tem também a função de controlar o surgimento do câncer.
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