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CADERNO DE PECAS- ADMINISTRATIVO

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PETIÇÃO INICIAL 
Na forma do art. 319, do CPC, são requisitos da 
petição inicial: 
I. O juízo a quem é dirigida (endereçamento); 
II. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e 
a residência do autor e do réu (qualificação 
das partes); 
III. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido 
(causa de pedir); 
IV. O pedido com as suas especificações (pedido); 
V. O valor da causa; 
VI. As provas com que o Autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados 
(requerimento de provas); 
VII. A opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. 
 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO 
INICIAL 
i. O juízo a quem é dirigida (endereçamento) 
Qual é a justiça competente? Especializada ou 
Comum? 
A competência para julgamento é de Tribunal ou 
de juiz monocrático? 
Se não for competente a Justiça Especializada, a 
competência será da Justiça Comum (estadual 
ou federal) 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar 
e julgar: I - as causas em que a União, entidade 
autárquica ou empresa pública federal forem 
partes... 
A justiça comum estadual é residual! 
A Justiça Federal de 1ª instância é dividida em 
Seções Judiciárias, de acordo com os Estados da 
Federação e Distrito Federal, por exemplo: Seção 
Judiciária do Paraná, de Santa Catarina, do Rio 
de Janeiro. 
Assim dispõe o artigo 110, da CRFB/88: “Cada 
Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá 
uma seção judiciária que terá por sede a 
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o 
estabelecido em lei”. 
A Justiça estadual é dividida em Comarcas e 
Varas. 
Comarca – divisão territorial, pode representar a 
área de um Município ou de vários Municípios. 
Varas – Divisão especializada das Comarcas. Uma 
Comarca pode ter uma Vara Única ou ser dividida 
em: Criminais, Fazenda Pública, Cíveis... 
Obs. Lembrar que o endereçamento é para o juízo, 
sempre!!! 
ii. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu. 
Acrescentamos também nacionalidade e 
RG. 
 EXEMPLOS 
Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência 
de união estável) ..., profissão..., portador do 
RG n°... e do CPF n° ..., endereço eletrônico ..., 
residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu 
advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), 
conforme procuração anexa, com escritório 
..., nesta cidade, endereço que indica para os fins 
do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos 
termos do art. ..., vem impetrar (MS) ou ajuizar 
(AP, ACP...) ... em face de... 
 
Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita 
no CNPJ sob o n°..., com sede..., por seu advogado 
infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme 
procuração anexa, com escritório ..., nesta cidade, 
endereço que indica para os fins do art. 77, V, do 
CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem 
impetrar (MS,) ou ajuizar (AP, ACP...) ... em face 
de... 
iii. O fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido (causa de pedir) 
São uma seção na qual escreve-se a narrativa 
jurídica dos acontecimentos. 
A causa de pedir inclui os Fatos e os Fundamentos 
Jurídicos do Pedido. 
A fundamentação jurídica é o artesanato 
intelectual do autor, no qual o autor articula os 
elementos fornecidos pelo direito, com o 
propósito de pedir. 
iv. O pedido com as suas especificações 
(pedido padrão) Em face do Exposto, requer 
a V.Exa: 
 
a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 
239, caput, do CPC – o requerimento para a 
citação do réu ou do interessado); 
b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, 
do CPC – o pedido, com as suas especificações); 
c) A condenação do réu no ônus da sucumbência 
(art. 85, caput, do CPC); 
d) A produção de todos os meios de prova em 
direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – as provas 
com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados); 
e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, 
do CPC – A petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura da 
ação). 
v. O valor da causa 
 
Art. 291 do CPC: “A toda causa será atribuído 
valor certo, ainda que não tenha conteúdo 
econômico imediatamente aferível.” 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
(...) 
V - O valor da causa; 
Obs. Na Ação Popular, nas Ações de procedimento 
comum e na Ação Civil Pública – indicar 
normalmente o valor do contrato, do dano... 
 
 GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Somente quando o enunciado da questão indicar 
que há hipossuficiência! Colocar antes dos Fatos. 
 
Ex: “Com base no art. 98 e/ou 99, do CPC o Autor 
requer a V. Exa. a concessão do benefício da 
gratuidade de justiça, tendo em vista que está 
desempregado e sem condições de arcar com as 
custas processuais sem prejuízo do sustento 
próprio e de sua família.” 
 
 TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência (art. 300 e seguintes do CPC) 
é gênero que compreende duas espécies: tutela 
antecipada e tutela cautelar, que exigem urgência 
na concessão do Direito e reclamam o 
preenchimento dos mesmos requisitos: a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o 
risco ao resultado útil do processo. 
 
Em se tratando de medida cautelar, podemos 
substituir por: fumus boni iuris e periculum in 
mora. 
 
Obs. Quanto as tutelas, por razão de estilo 
colocar antes da fundamentação jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 MANDADO DE SEGURANÇA 
Art. 5o: LXIX - conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por: 
a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa 
dos interesses de seus membros ou 
associados; 
 
 
BASE LEGAL- Art. 5o, LXIX, LXX e Lei 
12.016/09. 
 
FINALIDADE- Atacar ato ilícito de autoridade 
(comissivo ou omissivo). 
 
A celeridade é a principal característica do rito 
do MS. O art. 20 da Lei 12.016/09 prevê que: 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e 
os respectivos recursos terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. §1o 
Na instância superior, deverão ser levados a 
julgamento na primeira sessão que se seguir à 
data em que forem conclusos ao relator. §2o O 
prazo para a conclusão dos autos não poderá 
exceder de 5 (cinco) dias. 
 
Obs. Se houver ação específica não se utiliza o 
MS. 
 
 ESPÉCIES: 
MS preventivo: quando há séria ameaça de lesão 
a direito líquido e certo. 
MS repressivo: quando a lesão já ocorreu. Nesse 
caso, deve ser obedecido o prazo decadencial de 
120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do 
ato que se deseja impugnar, na forma do art. 23, 
da Lei 12.016/09. 
 
 MODALIDADES: 
MS individual - O impetrante é o titular do direito 
líquido e certo, como por exemplo: a pessoa 
natural, os órgãos públicos, as universalidades de 
bens (espólio, massa falida etc.), a pessoa 
jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada no 
Brasil ou no exterior... 
MS Coletivo (art. 5o, LXX, CF) O mandado de 
segurança coletivo pode ser impetrado por: 
– partido político com representação no 
Congresso Nacional, ainda que o partido esteja 
representado em apenas uma das Casas 
Legislativas. 
- organização sindical, entidade de classe e 
associações legalmente constituídas e em 
funcionamento há pelo menos um ano, emdefesa 
dos interesses de seus membros ou 
associados. 
 ENUNCIADOS DO STF 
Súmula nº 101: o mandado de segurança não 
substitui a ação popular. 
 
Súmula nº 629: A impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em 
favor dos associados independe da autorização 
destes. 
 
Súmula nº 630: A entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda 
quando a pretensão veiculada interesse apenas a 
uma parte da respectiva categoria. 
 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
A) Direito Líquido e certo, comprovado por prova 
pré-constituída. 
B) Ato coator. 
C) Tempestividade. 
 
Direito líquido e certo- A expressão “direito 
líquido e certo” na realidade está ligada aos fatos 
nos quais se ampara a pretensão, e não ao direito 
invocado. Quer dizer que o pedido deve estar 
amparado em fatos demonstrados de plano, 
através de prova pré-constituída (EM REGRA, 
DOCUMENTAL). 
 
É requisito específico de cabimento, porque o rito 
do MS não comporta dilação probatória, não 
existe fase de provas no MS. Controvérsia sobre 
fato em MS implica na extinção do feito sem 
julgamento do mérito. 
 
Lei 12.016/09 
Art. 6. ° A petição inicial, que deverá preencher 
os requisitos estabelecidos pela lei processual, 
será apresentada em 2 (duas) vias com os 
documentos que instruírem a primeira 
reproduzidos na segunda e indicará, além da 
autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta 
integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce 
atribuições. 
§ 1o No caso em que o documento necessário à 
prova do alegado se ache em repartição ou 
estabelecimento público ou em poder de 
autoridade que se recuse a fornecê-lo por 
certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, 
preliminarmente, por ofício, a exibição desse 
documento em original ou em cópia autêntica e 
marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo 
de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do 
documento para juntá-las à segunda via da 
petição. 
 
 Súmula 625 STF - Controvérsia sobre 
matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança. 
 
Ato coator- É ato ou omissão de autoridade 
pública (ato praticado ou omitido por pessoa 
investida de parcela de poder público), eivado de 
ilegalidade ou abuso de poder. 
 
As expressões “ilegalidade ou abuso de poder” 
estão previstas na CRFB, no art. 5o, inciso LXIX, 
mas é certo que ilegalidade é gênero, e abuso de 
poder é espécie. 
Isso porque os elementos do ato administrativo 
(competência, finalidade, forma, motivo e objeto) 
devem todos ser respeitados, sob pena de 
ilegalidade, e abuso de poder pode ser vício de 
competência (excesso de poder) ou finalidade 
(desvio de finalidade). 
 
 Súmula 266 - NÃO CABE MANDADO DE 
SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE. 
 
 Súmula 510 STF - “PRATICADO O ATO POR 
AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO DE 
COMPETÊNCIA DELEGADA, CONTRA ELA 
CABE O MANDADO DE SEGURANÇA OU A 
MEDIDA JUDICIAL.” 
 
Os atos de pessoas de direito privado tipicamente 
administrativos também podem ser questionados 
por MS. Ex: ato de licitação praticado por SEM ou 
EP. Quando a Petrobrás ou Caixa fazem licitação, 
por imposição constitucional, os atos da licitação 
podem ser impugnados por meio de MS. É o que 
prevê a súmula 333 do STJ: 
 
 Súmula 333 - Cabe mandado de segurança 
contra ato praticado em licitação promovida 
por sociedade de economia mista ou empresa 
pública. 
 
A súmula pode ser aplicada, por analogia, aos 
concursos públicos. Assim, a inabilitação de 
candidatos em concurso para ingresso nos quadros 
de SEM e EP também poderia ensejar a 
interposição de MS. 
 
Também é comum MS em face de dirigentes de 
estabelecimento de ensino (Reitor, Diretor etc.), 
desde que a matéria questionada tenha relação 
direta com a atribuição delegada (no caso, a 
atividade de ensino. Ex: negativa de certificado 
de conclusão, negativa de matrícula etc.). 
 
Atos de gestão das PJ de direito privado não são 
passíveis de MS, tais como: fixação de calendário 
do ano letivo, questão referente a mensalidades 
etc. 
 
Tempestividade- Art. 23. O direito de requerer 
mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 
120 (cento e 
vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, 
do ato impugnado. 
 
 Súmula 632 STF - É CONSTITUCIONAL LEI 
QUE FIXA O PRAZO DE DECADÊNCIA PARA 
A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA. 
 
Com essa súmula também se posicionou o STF 
quanto à natureza do prazo, que entende ser 
decadencial. Mas cuidado, porque se trata de 
decadência sui generis. É uma decadência que não 
atinge o direito material. 
 
O termo inicial é a data em que o prejudicado 
tomou ciência do ato. No caso de omissão, não há 
que se falar em prazo decadencial, porque a 
omissão se perpetua no tempo. Haverá lesão 
enquanto mantida a omissão. 
 
TUTELA DE URGÊNCIA 
Art. 7°, III, da Lei 12.016/09 e Art. 300 e 301, 
do CPC. 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao 
pedido, quando houver fundamento relevante e 
do ato impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja finalmente deferida, sendo 
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou 
depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha 
por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens 
provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão 
de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza. 
(inconstitucional) 
 
O STF, em sessão plenária do dia 09/06/2021, 
declarou a inconstitucionalidade de dispositivos 
da Lei do Mandado de Segurança, Lei 
12.016/2009, em razão de questionamento do 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
(ADI) 4296. 
 
A maioria dos ministros da Corte reconheceu 
como inconstitucionais dois dos seis dispositivos 
questionados na ADI – a saber, os arts. 7o, §2o, e 
22, §2o, da Lei. O voto condutor foi redigido pelo 
Ministro Alexandre de Moraes, que instaurou a 
divergência pela procedência parcial da ADI. 
 
Art. 22, § 2o No mandado de segurança coletivo, 
a liminar só poderá ser concedida após a audiência 
do representante judicial da pessoa jurídica de 
direito público, que deverá se pronunciar no prazo 
de 72 (setenta e duas) horas. 
 
COMPETÊNCIA 
Fixada de acordo com a autoridade coatora Lei 
9507/97 
 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
I - Originariamente: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do 
Presidente da República, das Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal 
de Contas da União, do Procurador-Geral da 
República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de 
Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do 
próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) a juiz federal, contra ato de autoridade 
federal, excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na 
Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
 
SÚMULAS DO STF 
 Súmula no 267 - Não cabe mandado de 
segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
 Súmula no 268 - Não cabe mandado de 
segurança contra decisão judicial com trânsito 
em julgado. 
 
MODELO MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUSTAS PROCESSUAIS: 
O MS exige o pagamento de custas, salvo se o 
impetrante for beneficiário da justiça gratuita 
(art. 99, §3º, CPC). Como é uma ação tem que ter 
valor da causa, que deve corresponder ao 
benefício econômico almejado. 
 
O art. 25 da Lei nº 12.016/2009 prevê que não há 
condenação ao pagamento de honorários 
advocatícios, conforme previsão da súmula 512 do 
STF. 
 
DA INTERVENÇÃO OBRIGATÓRIA DO 
MINISTÉRIOPÚBLICO: 
 
Por força do art. 12 da Lei 12.016/2009, o MP 
deverá atuar como fiscal da lei em todos os 
mandados de segurança. 
 
 
 AÇÃO POPULAR: 
Art. 5o LXXIII - qualquer cidadão é parte 
legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do 
ônus da sucumbência; 
 
 CONCEITO: 
Remédio constitucional que visa anular/invalidar 
ato ou contrato administrativo que ameace ou 
viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a 
moralidade administrativa ou o meio 
ambiente. O ato pode ser comissivo ou omissivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LEGAL: Art. 5º, LXXIII e Lei 4717/65. 
 
 ESPÉCIES: 
Ação Popular - preventiva 
Ação Popular repressiva - 5 anos – art. 21 da Lei 
4717/65 
 LESIVIDADE E ILEGALIDADE. BINÔMIO 
INDISPENSÁVEL? 
Conforme prevê o Art. 5o LXXIII - qualquer 
cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Jurisprudência do STJ 
Ação popular contra concessão da ponte Rio-
Niterói terá seguimento independentemente de 
dano ao erário. 
 
A ação popular visa preservar a moralidade 
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio 
histórico e cultural, bastando para seu cabimento 
a ilegalidade do ato administrativo. 
 
Com esse entendimento, a Segunda Turma do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação 
que questiona a concorrência para exploração da 
ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), 
realizada em 1993. 
 
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o 
prejuízo material aos cofres públicos para 
abertura da ação, sendo suficiente a potencial 
ilegalidade do ato administrativo que se visa 
anular. A ação, também movida em 1993, ataca o 
ato de pré-qualificação da licitação. 
 
Lei 4717/65 
Art. 2o São nulos os atos lesivos ao patrimônio das 
entidades mencionadas no artigo anterior, 
nos casos de: 
 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de 
nulidade observar-se-ão as seguintes normas: 
 
a) a incompetência fica caracterizada quando o 
ato não se incluir nas atribuições legais do 
agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na 
observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou 
seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o 
resultado do ato importa em violação de lei, 
regulamento ou outro ato normativo; 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a 
matéria de fato ou de direito, em que se 
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada ao resultado 
obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o 
agente pratica o ato visando a fim diverso daquele 
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de 
competência. 
 
Art. 3o Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas 
de direito público ou privado, ou das entidades 
mencionadas no art. 1o, cujos vícios não se 
compreendam nas especificações do artigo 
anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições 
legais, enquanto compatíveis com a natureza 
deles. 
 
Art. 4o São também nulos os seguintes atos ou 
contratos, praticados ou celebrados por 
quaisquer das pessoas ou entidades referidas no 
art. 1o. 
 
I - A admissão ao serviço público remunerado, 
com desobediência, quanto às condições de 
habilitação, das normas legais, regulamentares ou 
constantes de instruções gerais. 
 
II - A operação bancária ou de crédito real, 
quando: 
 
a) for realizada com desobediência a normas 
legais, regulamentares, estatutárias, regimentais 
ou internas; 
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor 
for inferior ao constante de escritura, 
contrato ou avaliação. 
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do 
serviço público, quando: 
a) o respectivo contrato houver sido celebrado 
sem prévia concorrência pública ou 
administrativa, sem que essa condição seja 
estabelecida em lei, regulamento ou norma geral; 
b) no edital de concorrência forem incluídas 
cláusulas ou condições, que comprometam o seu 
caráter competitivo; 
c) a concorrência administrativa for processada 
em condições que impliquem na limitação das 
possibilidades normais de competição. 
 
IV - As modificações ou vantagens, inclusive 
prorrogações que forem admitidas, em favor do 
adjudicatário, durante a execução dos contratos 
de empreitada, tarefa e concessão de serviço 
público, sem que estejam previstas em lei ou nos 
respectivos instrumentos. 
 
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, 
nos casos em que não cabível concorrência 
pública ou administrativa, quando: 
 
a) for realizada com desobediência a normas 
legais, regulamentares, ou constantes de 
instruções gerais; 
b) o preço de compra dos bens for superior ao 
corrente no mercado, na época da operação; 
c) o preço de venda dos bens for inferior ao 
corrente no mercado, na época da operação. 
VI - A concessão de licença de exportação ou 
importação, qualquer que seja a sua modalidade, 
quando: 
a) houver sido praticada com violação das normas 
legais e regulamentares ou de instruções e 
ordens de serviço; 
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de 
exportador ou importador. 
 
VII - A operação de redesconto quando sob 
qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, 
desobedecer a normas legais, regulamentares ou 
constantes de instruções gerais. 
 
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco 
Central da República, quando: 
 
a) concedido com desobediência de quaisquer 
normas legais, regulamentares,, regimentais ou 
constantes de instruções gerias: 
b) o valor dos bens dados em garantia, na época 
da operação, for inferior ao da avaliação. 
IX - A emissão, quando efetuada sem observância 
das normas constitucionais, legais e 
regulamentadoras que regem a espécie. 
 
 LEGITIMIDADE ATIVA. 
O Cidadão. 
Brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus 
direitos políticos. art. 1o, §3o da lei 4717/65. 
E o português equiparado? 
E o cidadão de 16 anos? 
Não podem ajuizar a ação popular: inalistáveis, 
inalistados, pessoa jurídica, Ministério Público. 
 POLO PASSIVO 
Litisconsórcio passivo necessário entre todos os 
envolvidos: art. 1o, c/c art. 6o da lei 4717/65 , 
pessoa jurídica de direito público, privado 
agentes públicos particulares. 
 
Art. 6o, § 3o da Lei 4.717/1965, in verbis: 
“A pessoa jurídica de direito público ou de direito 
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, 
poderá abster-se de contestar o pedido, ou 
poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se 
afigure útil ao interesse público, a juízo do 
respectivo representante legal ou dirigente.” 
 TUTELA DE URGÊNCIA 
Art. 5o, § 4o, da Lei 4717/65 e art. 300 do CPC. 
 
 COMPETÊNCIA (IMPORTANTE!) 
União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação 
Pública Federal – Juiz Federal de 1o grau. 
Estados, Municípios, suas autarquias e fundações 
públicas – Juiz Estadual de 1o grau – Vara de 
Fazenda Pública. 
 
"A competência para julgar ação popular contra 
ato de qualquer autoridade, até mesmo do 
Presidente da República, é, via de regra, do juízo 
competente de primeiro grau. Precedentes. 
 
Julgado o feito na primeira instância, se ficar 
configurado o impedimento de mais da metade 
dos desembargadores para apreciar o recurso 
voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a 
competência do STF, com base na letra n do inciso 
I, segunda parte, doart. 102 da CF." (AO 859, 
Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 
11-10-2001, Plenário, DJ de 1o-8-2003.) 
 
 SÚMULAS DO STF 
“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor 
ação popular.” (Súmula 365) 
 
“O mandado de segurança não substitui a ação 
popular.” (Súmula 101) 
 
 ALGUMAS HIPÓTESES DE CABIMENTO 
DE AÇÃO POPULAR 
Declaração de nulidade do ato de nomeação de 
pessoa indicada sem concurso público. Art. 37, 
caput e inciso II. 
 
Declaração de nulidade de ato publicitário que 
promoveu autoridade. Art. 37, § 1º. 
 
Declaração de nulidade de ato que determinou a 
demolição de parques culturais/históricos. Art. 
5°, LXXIII. 
 
Declaração de nulidade de ato que determina a 
construção de empreendimento em área situada 
em reserva ambiental. Art. 225. 
 
Declaração de nulidade de contrato 
administrativo firmado sem procedimento 
licitatório. Art. 37, XXI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MODELO DE AÇÃO POPULAR 
 
 
 
 
 
 AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
É uma ação coletiva, de procedimento comum, que 
visa defender interesses metaindividuais, 
segundo preceitua o art. 1º, da Lei 7.347/85: 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem 
prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais 
causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 
2011). 
l - ao meio-ambiente; 
ll - ao consumidor; 
III - a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
(Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990) 
V - por infração da ordem econômica; (Redação 
dada pela Lei nº 12.529, de 2011). 
VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida 
provisória nº 2.180-35, de 2001) 
VII - à honra e à dignidade de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, 
de 2014) 
VIII - ao patrimônio público e social. (Incluído 
pela Lei nº 13.004, de 2014) 
 
Possui natureza condenatória, conforme alude o 
art. 3º, da Lei 7.347/85. Mas, à semelhança da 
ação popular também pode pleitear a invalidação 
de ato ou contrato administrativo ilegal, ilegítimo 
ou ilícito e lesivo ao patrimônio público, cultural, 
histórico ou ambiental. 
 
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a 
condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
 
 DIREITOS METAINDIVIDUAIS 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos 
consumidores e das vítimas poderá ser exercida 
em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida 
quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim 
entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que 
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas 
por circunstâncias de fato; 
II - interesses ou direitos coletivos, assim 
entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível de que 
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas 
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma 
relação jurídica base; 
III - interesses ou direitos individuais 
homogêneos, assim entendidos os decorrentes de 
origem comum. 
 
Direitos difusos são aqueles que se referem a 
grupos menos determinados de pessoas, entre os 
quais inexiste um vínculo entre os membros da 
coletividade, compartilhável por número 
indeterminado de pessoas. 
 
 LEGITIMIDADE 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação 
principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei 
nº 11.448, de 2007). 
I. o Ministério Público; (Redação dada pela Lei 
nº 11.448, de 2007). 
II. a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei 
nº 11.448, de 2007) 
III. a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 
2007) 
IV. a autarquia, empresa pública, fundação ou 
sociedade de economia mista; (Incluído pela 
Lei nº 11.448, de 2007) 
V. a associação que, concomitantemente: 
(Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano 
nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei nº 
11.448, de 2007). 
b) inclua, entre as suas finalidades 
institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem econômica, à livre 
concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico. 
(Redação dada pela Lei nº 12.966, de 2014) 
 POLO PASSIVO 
Aplicamos ao polo passivo da ACP, por analogia, os 
arts. 1º e 6º da Lei 4.717/1965. Os dispositivos 
determinam que todas as pessoas jurídicas de 
direito público ou privado, bem como pessoas 
naturais, beneficiários direto ou indireto da lesão 
ao direito de todos, deverão configurar no polo 
passivo da ação. 
 
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas 
públicas ou privadas e as entidades referidas no 
art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou 
administradores que houverem autorizado, 
aprovado, ratificado ou praticado o ato 
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado 
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários 
diretos do mesmo. 
 
Obs. Todos os beneficiários do ato ou contrato 
impugnado são litisconsortes necessários e a falta 
de citação é causa de nulidade do processo. 
 
 CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS 
ADVOCATICIOS E CUSTAS 
PROCESSUAIS 
Por força do art. 12 da Lei 4.717/65, pede-se a 
condenação em honorários advocatícios e custas 
processuais. 
 
 PRODUÇÃO DE PROVAS 
Pede-se a produção de provas, tendo em vista o 
rito ordinário, previsto no art.7º da Lei 4.717/65. 
 
 O PAPEL DO MP 
Art. 5º, § 1º O Ministério Público, se não intervier 
no processo como parte, atuará obrigatoriamente 
como fiscal da lei. 
 
 TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência é admitida para julgamento 
da ACP, conforme o art. 12, da lei 7.347/85 e , na 
prática, muitas vezes possui natureza de 
verdadeira tutela antecipada, daí se aplicar o art. 
300 do CPC. Por isso é importante comprovar os 
requisitos do da probabilidade do direito e do 
perigo de dano ou o risco do resultado útil do 
processo. 
 COMPETÊCIA 
A fixação da competência é determinada em 
razão do local do dano e segue a regra da ação 
popular, ou seja, será processada em primeira 
instância (art.2º da Lei 7.347/85). 
 
Se o patrimônio lesado for da união, a 
competência, em regra, será da Justiça Federal, 
se estadual ou municipal, será da justiça estadual. 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar 
e julgar: 
I — as causas em que a União, entidade autárquica 
ou empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou 
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes 
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho. 
 DIFERENÇAS ENTRE A ACP E A AP 
Enquanto a ação popular pode ser ajuizada por 
qualquer cidadão que tenha título de eleitor, a 
ação civil pública somente pode ser proposta pelos 
entes legitimados, previstos no artigo 5o da Lei 
7.347/85. 
Outra diferença é que na ação popular, somente a 
administração pública ou seus agentes podem ser 
réus no processo. Na ação civil pública, o polo 
passivo é mais abrangente e permite que seja 
incluído como réu no processo qualquer pessoa 
física, jurídica ou ente da administração pública 
que tenha causado danos aos direitos da 
coletividade descritos na lei. 
 
 
 
 
 
 
 MODELO DE ACP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TABELAS DE PEÇAS 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 
 
AÇÃO POPULAR 
 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 
 
	 PETIÇÃO INICIAL

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