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O RIM NAS DOENÇAS SISTÊMICAS • Existem diversas doenças sistêmicas que possuem acometimento renal, sendo que serão abordadas aqui as principais com base na frequência e gravidade • Diversas doenças sistêmicas acometem os rins, como o diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico(LES), dentre outras DOENÇA RENAL DIABÉTICA(NEFROPATIA DIABÉTICA) • A prevalência da DM está aumentando em todo mundo, incluindo o Brasil, sendo que o DM é uma doença que à longo prazo gera danos renais, podendo levar a chamada doença renal diabética(DRD) • Em diversos países do mundo como nos EUA e México a DRD é a principal causa de DRC, sendo que no Brasil a DM é a segunda principal causa de DRC, ficando atrás apenas da HAS • A DRD possui dois principais fenótipos com base no aumento ou não de excreção de albumina na urina(albuminúria), como visto abaixo: ALBUMINÚRICO(NEFROPATIA DIABÉTICA PROPRIAMENTE DITA) • Este fenótipo caracteriza-se pela presença anormal de albumina na urina do diabético, sendo acompanhada no geral por retinopatia diabética e também por HAS NÃO-ALBUMINÚRICO • Nestes pacientes ocorre uma queda da TFG com normoalbuminúria, representado pelo aumento da creatinina e/ou cistatina-C(gerando queda da TFG nas fórmulas) • Esse fenótipo é mais comum em mulheres, não tabagistas e pacientes com maior tempo de doença e idade, que normalmente usaram IECA ou BRA DIAGNÓSTICO FENÓTIPO ALBUMINÚRICO Realiza-se a medida da albuminúria, que é considerada um marcador sensível e específico A dosagem da albuminúria pode ser realizada pela dosagem de 24hrs ou ser calculdaa através da relação albumina/creatinina, na qual este último é mais fácil por não ser necessária a coleta de toda urina ao longo do dia da pessoa, bastando apenas uma única amostra para se ter a dosagem estimada de albuminúria diária. • Relação albumina-creatinina: Acima de 30mg/g já é considerada aumentada • Albumina urinária: Acima de 14mg/L já é considerada aumentada Duas amostras, com intervalo de 3 meses entre elas, com albuminúria persistente, já é considerado positivo para DRD quando excluída outras causas A albuminúria detectada na fita reagente demora a aparecer, sendo detectada apenas quando a relação creatinina/albumina já está acima de 300mg/g(macroalbuminúria), ou seja, ela não é boa para diagnóstico de DRD iniciais OBS:O valor normal da relação creatinina/albumina é menor que 30mg/g, sendo valores acima disto já considerados patológicos, podendo ser uma albuminúria moderadamente aumentada/elevada(30-300mg/dia) ou macroalbuminúria/muito elevada(>300mg/dia) NÃO-ALBUMINÚRICO • Nos não-albuminúricos deve-se ficar atento a uma queda da TFG em pessoas diabéticas, sendo este acompanhamento realizado através da dosagem de creatinina e posterior uso de fórmulas para cálculo da TFG, na qual, excluída outras possíveis causas de doença renal ou lesão renal aguda que levem a um aumento da creatinina sérica, deve ser considerada a possibilidade de DRD, mesmo na ausência de albuminúria RASTREAMENTO O rastreio para DRD varia se o paciente possui DM tipo I ou II, no qual: • DM I: O rastreio é realizado após 5 anos de diagnosticada a doença, sendo após estes 5 anos realizado de forma anual, através da dosagem de creatinina e albuminúria • DM II: O rastreio é realizado imediatamente após o diagnósitico, sendo realizado anualmente com dosagem da creatinina e albuminúria após isso HISTÓRIA NATURAL DO FENÓTIPO ALBUMINÚRICO • A história natural da DRD nos portadores do fenótipo albuminúrico foi mais visualizado nos estudos em portadores de DM I, mas também são vistos em DM II com diagnóstico precoce • Primeiro o indivíduo diabético está normal, com uma excreção urinária de albumina normal(C/A<30mg/g), até que a doença vai progredindo até desenvolver uma albuminúria(>30mg/g), sendo que esta albuminúria vai aumentando ainda mais seus valores ao longo do tempo, até que em determinado momento a TFG do paciente diabético também começa a diminuir, a qual com o passar do tempo evolui para uma falência renal(DRC estágio V) e posterior morte • Entretanto, o aumento da albuminúria também está relacionado ao risco de morte cardiovascular, ou seja, quanto maior a albuminúria, maiores as chances do paciente morrer por causas cardiovasculares EPIDEMIOLOGIA • DM I: 30% dos pacientes DM I terão albuminúria em 15 anos de doença, sendo que os pacientes com HbA1c <7 e PAS<115, além de bom perfil lipídico são pacientes que possuem melhor prognóstico na DRD • DM II: 25% dos pacientes DM II terão albuminúria em 10 anos de doença, sendo que a albuminúria é considerado um forte marcador de doença cardiovascular. • A DRD, assim como a DRC, é uma doença assintomáticacom diagnóstico tardio, por isso, o rastreio com dosagem da albuminúria e da creatinina(TFG) é preconizado anualmente para os pacientes diabéticos • Dos pacientes DM em diálise, menos de 8% são por conta do DM tipo I, enquanto 90% são por conta do DM tipo II FISIOPATOLOGIA • Deve-se lembrar que a DM é uma doença sistêmica que afeta a microvasculatura de nosso corpo, gerando lesões em órgãos-alvo ao longo dos anos, sendo o rim um destes órgãos afetados • Caso o paciente com DRD não possua um tratamento adequado, realizado através do controle da glicemia e pressórico(caso HAS associada), a arquitetura renal irá evoluir para uma fibrose glomerular e também túbulo-intersticial, com declínio da TFG e desenvolvimento de uma DRC • Os pacientes diabéticos possuem uma vasodilatação da arteríola aferente e constricção da eferente, levando a um aumento da pressão intraglomerular, a qual leva a uma hiperfiltração e consequente hipertrofia do rim num primeiro momento. Entretanto, essa pressão aumentada leva a um stress e cisalhamento dos podócitos, além de danos na membrana basal, acarretando na já mencionada fibrose renal e DRC. • Por isso, o bloqueio do SRAA é fundamental no paciente diabético, visto que isso iria opor as ações da doença nas arteríolas aferente e eferente Na microscopia, se vê os seguintes achados em um rim com DRD: • Proliferação de células mesangiais • Aumento da matriz mesangial • Espessamento da membrana basal • Formação de nódulos nos glomérulos(Kimmestiel-Wilson) OBS: Nos pacientes diabéticos não se faz biópsia normalmente, apenas em casos de dúvida diagnóstica DIANGNÓSTICO DIFERENCIAL De 10 a 30% dos pacientes proteinúricos podem ter outra lesão glomerular que não a nefropatia diabética, sendo que deve-se investigar outras causas através da biópsia renal nos cenários abaixo: • Início da proteinúria em pacientes com menos de 5 anos de DM • Declínio rápido da TFG, com queda maior que 5/ml/min em um ano • Hematúria glomerular: Representado por achados de dimorfismo eritrocitário e cilindros hemáticos • Sinais de outra doença sistêmica: Como LES, anemia de causa não conhecida TRATAMENTO O tratamento da DRD consiste em: • Controle glicêmico: Pode reduzir a albuminúria quando está ainda está <300mg/g e também diminui a progressão da albuminúria • Controle pressórico: O alvo pressórico para estes pacientes é de 130x80mmHg, caso proteinúria >1g/dia • Bloqueio do SRAA: Através da utilização de IECA ou BRA, promovem vasodilatação da arteríola eferente, além de atuarem reduzindo a pressão do paciente. • ISGLT2: Promove vasoconstricção da arteríola aferente, diminuindo a pressão intraglomerular • Além disso, se preconiza as mudanças no estilo de vida e prática de atividades físicas. AJUSTE DOS FÁRMACOS DE ACORDO COM A FUNÇÃO RENAL Alguns fármacos antidiabéticos devem ter sua dose ajustada com base na TFG, visto que muitos possuem excreção renal, como os abaixo: • Insulina: Deve ser ajustada conforme a TFG, mas pode ser usada em qualquer valor de TFG • Inibidores da DPP4(Incretinas/Gliptinas): Também podem ser utilizadas em qualquer TFG, porém também devem ter sua dose ajustadaconforme a TFG do paciente • Sulfoniluréias: Contraindicadas em TFG <45ml/min • Análogos do GLP-1: Contriandicadas em TFG<30ml/min • I-SGLT2: Contriandicados <45ml/min, entretanto, estudos recentes apontam que eles podem ser utilizados até TFG de 25-20ml/min SÍNDROMES GLOMERULARES(GNRP) Enquanto a DRD é a mais comum, as síndromes glomerulares são as mais graves, sendo representada pela Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva(GNRP) A GNRP possui as seguintes características: • Síndrome nefrítica ao extremo: Tudo é exagerado, como a hematúria • Declínio rápido da função renal: Ocorrendo em dias a semanas • Presença frequente de crescentes nos glomérulos, quando visto na microscopia A GNRP é considerada uma urgência nefrólogica Caso a GNRP apareça em uma mulher jovem, com presença de sinais e sintomas sistêmicos, primeiro deve-se pensar em uma GNRP devido à LES NEFRITE LÚPICA • A nefrite lúpica aumenta risco de morte nos pacientes lúpicos e também de DRC • A lesão renal é uma manifestação clínica em 75% dos casos de LES, com presença de proteinúria e/ou hematúria. Entretanto, caso fosse realizada biópsia renal em todos os pacientes lúpicos iria se ver imunocomplexos nos rins em 90% dos casos, mas nem todos tem progressão da doença renal lúpica • A lesão por imunocomplexos é a causa mais comum, sendo que a alteração renal mais frequente de ser vista é a proteinúria • O espectro da nefrite lúpica vai desde alterações urinárias assintomáticas até a GNRP CARACTERÍSTÍCAS • Em 90% das vezes acomete mulheres em idade fértil, entretanto, também acomete homens, os quais possuem pior prognóstico quando acometidos pela nefrite lúpica • É uma glomerulonefrite COM CONSUMO DO COMPLEMENTO • O lúpus pode ter proteinúria, hematúria ou ambas CLASSES DA NEFRITE LÚPICA A nefrite lúpica é dividida em 6 classes: CLASSE I • Possui função renal e urinálise normais CLASSE II • Existe uma proliferação mesangial, existindo poucos depósitos de imunocomplexos, que são vistos apenas em imunofluorescência ou microscopia eletrônica • Quadro clínico: Hematúria microscópica e/ou proteinúria, raramente tem HAS • Prognóstico renal: É excelente, não existe terapia específica, sendo controlada com o uso dos corticoides já preconizados nos pacientes com LES CLASSE III(FOCAL) • 50% dos glomérulos estão afetados quando vistos na microscopia óptica, existem lesões ativas segmentares e depósitos subendoteliais no capilar glomerular e mesângio • QUADRO CLÍNICO: Pode ter uma GNRP ou Síndrome Nefrótica. Hematúria e proteinúria estão presentes em todos os pacientes CLASSE IV(GN proliferativa difusa) • Acomete mais de 50% dos glomérulos, sendo a classe de nefrite lúpica mais comum • Quadro clínico: Hematúria e proteinúria estão presentes em todos os pacientes. Uma síndrome mista(nefrítica + nefrótica), hipertensão renal e disfunção renal são frequentes(GNRP) CLASSE V(MEMBRANOSA) • É um espessamento difuso da parede do capilar glomerular • Quadro clínico: É caracterizado sobretudo por uma síndrome nefrótica, sem outras alterações CLASSE VI Existe esclerose em >90% dos glomérulos, o paciente já está em diálise Resumo - Classes 3 e 4 são as mais importantes, I e II são leves e tratadas apenas com o corticoide já usado na LES, classe 5 é caracterizado por ser uma síndrome nefrótica e a classe 6 a pessoa já está em diálise OBS2: Na imunofluorescência o aspecto da nefrite lúpica é de “Full-House”, 3 imunoglobulinas e 2 complementos, ou seja, dá positivo em tudo. INDICAÇÕES DE BIÓPSIA RENAL EM PACIENTE COM LES A biópsia renal para pacientes lúpicos é indicada em um ou mais dos casos abaixo: • Disfunção renal: Rins com dimensões normais ou pouco alterdos, rins diminuídos não tem indicação • Proteinúria >500mg/dia + hematúria dismórfica • Proteinúria >1g/dia Caso nenhum dos 3 casos acima estejam presentes, é realizado o acompanhamento do paciente de 3 em 3 meses(caso sinais de atividade da doença) ou de 6 em 6 meses(caso sem sinais de atividade da doença) TRATAMENTO • CLASSE I E II: Tratamento para alterações renais, acompanhamento com sumário de urina de rotina • CLASSE III E IV: Tratamento urgente, devendo-se realizar corticóides + ciclofosfamida ou micofelonato(MMF) • Classe V: Ciclofosfamida, ciclosporina ou associação • Classe VI: Preparo para terapia renal substitutiva TRATAMENTO - LES COM GN RAPIDAMENTE PROGRESSIVA • Pulsoterapia de corticóides: Corticosteróides via IV de 250mg a 1g. Antes da pulsoterapia, deve-se administrar anti-parasitários • Após o tratamento, indicar biópsia renal e outros imunossupressores via IV ou VO com base nos achados da biópsia o Achados de Lesões graves na micrsocopia: São caracterizadas pelo achado de crescentes, microangiopati trombótica e necrose fibrinóide na microscopia VASCULITES SISTÊMICAS DE PEQUENOS VASOS • Vasculites: São doenças autoimunes com inflamação e necrose dos vasos sanguíneos • Pelo Consenso de Chapel Hill as vasculites são divididas com base no porte dos vasos que acometem, em vasculites de grandes, médios e pequenos vasos • Os rins são afetados principalmente nas vasculites de pequenos vasos, como as vasculites pauci-imunes associadas aos anticorpos anti-citoplasma de neutrófilo(ANCA), chamadas de Poliangeítes VASCULITES PAUCIMUNES ANCA ASSOCIADAS(POLIANGEÍTES) São as abaixo: • Granulomatose com poliangéite(GPA): Granulomatose De Wegener, caracterizada por acometer os pulmões e rins • Granulomatosa esofinofílica com poliangeíte: Síndrome de Churg-Straus • Poliangeíte microscópica(PAMi) e sua variante limitada ao rim QUADRO CLÍNICO • As poliangeítes possuem sintomas constitucionais: Febre, anorexia, perda de peso, cefaleia, artralgias por semanas a meses antes do acometimento visceral. Se assemelham a pacientes poliqueixosos • 85% dos pacientes com poliangeítes começam a apresentar, dentro de 2 anos após o início da doença, sintomas renais, como hematúria, proteinúria assintomática, até GNRP • Acometimento das vias aéreas: Vistos em 90% dos pacientes com GPA(Wergener) e 35% dos pacientes com PAMi • Acometimento Cutâneo: Visto em 50% dos pacientes. Representado por púrpura nos MMII, necrose e úlceras. • Neuropatias: Pacientes com poliangeítes podem apresentar Mononeurite múltipla até polineuropatias • Olhos: Episclerite, úlceras corneanas, vasculite retiniana e uveíte • Outros: Pericardite, miocardite Ou seja, são doenças bastante sistémicas DIAGNÓSTICO ANCA +: Realizado através da imunofluorescência indireta, podendo o ANCA ser C ou P • ANCA-C: Correlaciona-se mais com o anti-PR3, que é da Granulomatose com Poliangeíte(Wergener) • ANCA-P: Correlaciona-se mais com anti-MPO, que é da poliangeíte microscópica(PAMi) OBS: 20% dos casos são ANCA negativos, algo típico da poliangeíte microscópica em doença restrita ao rim BIÓPSIA O fragmento para a biópsia não necessariamente precisa ser renal, caso exista acometimento em outros sistemas, como pulmonar ou cutâneo, pode-se colher amostras destes locais: • Pele: Vasculite leucocitoclástica – Imunofluorescência pauci-imune(sem depósitos) • Renal: Glomerulonefrite crescêntica pauci-imune, presença de necrose segmentar, glomerulonefrite focal, etc... • Pulmonar: Granulomatose com Poliangeíte GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVE Lembrar que é caracterizada por 3 elementos: síndrome nefrítica + Declínio rápido da função renal em dias a semanas + frequentemente existe presença de crescentes na microscopia A GNRP é dividida em 3 tipos de acordo com o padrão visto na imunofluorescência: • TIPO 1: Caracterizada por depósitos lineares e depósitos anti-MBG(Goodpasture – Pulmão e rins) • Tipo 2: Caracterizada por depósitos granulares por imunocomplexos. Visto nas glomerulopatias pós- infecciosas, LES, nefropatia por IgA, crioglobulinemia(Mulheres com LES) • TIPO 3: É caracterizadapor ser pauci-imune(sem depósitos), visto nas vasculites mencionadas acima com ANCA positivo(Idosos) TRATAMENTO DA GNRP • Deve-se lembrar que a GNPR é uma urgência nefrológica, com quadros graves e potencialmente reversíveis se tratados em um tempo adequado, devendo ser feita a PULSOTERAPIA com corticóides ANTES de se realizar ou ter o resultado da biópsia em maõs DISPROTEINEMIAS • São sinônimos de paraproteinemia, proteína monoclonal ou proteína M • Ocorrem quando existe presença de proteína monoclonal(completa ou incompleta) no sangue, urina ou depositada em tecidos, sendo estas proteínas consideradas biomarcadores de gamopatia clonal CAUSAS As disproteinemias podem ser causadas pelas patologias abaixo: • Neoplasia dos plasmócitos: Como mieloma múltiplo, gamopatia monoclonal de significado incerto • Neoplasias de células B maduras: Como o linfoma linfoplasmocítico, macroglobulinemia de Waldestron, LLC • Doença de depósito monoclonal de imunoglobulinas com significado renal QUADRO CLÍNICO • Normalmente acomete uma pessoa mais velha, com sinais e sintomas inespecíficos(febre, perda de peso), na qual é realizada um hemograma que evidencia uma anemia, devendo ser solicitada posteriormente uma eletroforese de proteínas • Na eletroforese de hemoglobinas se veria um aumento em um dos picos, chamado de Pico monoclonal(Com base estreita, doenças inflamatórias crônicas são policlonais, a base é larga) MIELOMA MÚLTIPLO • 90% dos casos apresenta-se em pessoas com mais de 60 anos, sendo que 50% dos acometidos por mieloma múltiplo se apresentam com disfunção renal no momento do diagnóstico QUADRO CLÍNICO O mieloma múltiplo possui o seguinte quadro clínico: • Anemia, dor óssea(principalmente lombar), hipercalcemia, astenia, síndrome nefrótica ou de fanconi, púrpuras • Proteinúria 24hrs elevada: Mas a proteinúria não é causada por albuminúria, POR ISSO A ALBUMINA É NEGATIVA NO EXAME DA FITA URINÁRIA REAGENTE DIAGNÓSTICO É realizado através da biópsia/aspirado da MO CASO CLÍNICO 1 • A paciente possui uma importante proteinúria, sem elementos celulares, sugerindo uma Síndrome Nefrótica • Como a paciente possui um controle inadequado da glicemia, se pensa na DRD • A DRD leva a uma hipertrofia renal no começo, com isso, os rins ficam aumentados de tamanho num primeiro momento, no qual com o decorrer da doença, eles fibrosam e acabam retornando ao tamanho normal(não possuindo tamanho diminuído típico dos rins fibróticos devido a outras patologias) HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: Nefropatia diabética clássica CASO CLÍNICO 2 • A paciente possui uma pequena proteinúria, com uma hematúria(50 hemácias por campo) • Além disso, ela apresenta TFG reduzida no 1º momento, com 49ml/min, que diminui para 28ml/min após um mês(encaminhada para URO) • Nos exames complementares a paciente possui ANCA positivo(marcador de poliangeíte), com anti-MPO positiva(típica de poliangeíte microscópica – PAMi) Diagnóstico: Foi fechado com a biópsia renal, que apontou poliangeíte microscópica OBS: As poliangeítes que levam a GNRP possuem um bom tratamento quando comparada a GNRP por outras causas, mas a demora no tratamento do caso acima gerou uma perda da função renal significativa na paciente. CASO CLÍNICO 3 • A paciente do caso em questão é uma mulher, em idade fértil, com sintomatologia compatível com LES, além de FAN + • Além disso, ela apresenta uma importante proteinúria, de 5g/dia • A biópsia renal estaria indicada, pois ela apresenta uma proteinúria >1g/dia CASO CLÍNICO 4 • O paciente do caso acima possui mais de 60 anos, com queixa de inchaço na perna e lombalgia, chamando a atenção para um possível caso de mieloma múltiplo • Existe uma proteinúria aumentada, de 3,8g em 24hrs, entretanto, não é as custas de albumina, corroborando ainda mais a hipótese de mieloma múltiplo • Por fim, o paciente apresenta uma punção de MO com >10% de plasmócitos e uma hipergamaglobulinemia com base estreita(pico monoclonal), fechando o diagnóstico de mieloma múltiplo
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