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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC Medicina - 3° período 2022.2 Marcela Prado Laughton Millo Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) CIGARRO Montes Claros 2022 CIGARRO - Como o tabaco está relacionado às neoplasias pulmonares? E os cigarros eletrônicos – como orientar seu paciente? O tabagismo é o fator de risco mais comum para o câncer de pulmão, com cerca de 85% dos pacientes com câncer de pulmão apresentando histórico de tabagismo e aproximadamente 50% sendo ex-fumantes (definidos como livres do tabagismo há no mínimo 12 meses antes do diagnóstico). A combustão do cigarro libera hidrocarbonetos aromáticos, policíclicos, nitrosaminas tabaco específicas (TSNA) e aldeídos voláteis, que são substâncias carcinogênicas. Além disso, a nicotina, responsável pela dependência química, relaciona-se a gênese do câncer ao inibir a apoptose de células neoplásicas. Dessa forma, são liberadas mais de 4.000 substâncias comprovadamente maléficas. O risco de desenvolvimento de câncer de pulmão está correlacionado à quantidade de cigarros fumados ao dia e à duração cumulativa do tempo de tabagismo. Os pacientes com história de tabagismo de no mínimo 20 a 30 maços-ano (definido como 1 maço de cigarros ao dia por 20 a 30 anos) apresentam aumento substancial no risco de desenvolvimento de câncer de pulmão. O sequenciamento de todo o genoma revelou que o ônus mutacional nas amostras de adenocarcinomas de pulmão de pessoas que nunca fumaram é uma ordem do registro de magnitude inferior àquela dos pulmões dos sempre-fumantes. As características transversões de nucleotídios citosina-adenina (C S A) estão associadas à exposição ao tabaco e são observadas predominantemente nos adenocarcinomas de pulmão dos fumantes, e não naqueles que nunca fumaram. O abandono do tabagismo está associado à redução gradual no risco de desenvolvimento de câncer de pulmão, muito embora não alcance o risco das pessoas que nunca fumaram. Os cigarros eletrônicos, que contêm nicotina em sua composição, também são capazes de causar danos nos sistemas respiratório e cardiovascular. O tabaco agride o endotélio, a parede de células que recobre os vasos sanguíneos e interfere na produção de óxido nítrico, tornando as artérias mais suscetíveis à formação de placas arteroscletróticas. Além disso, acelera a oxidação do colesterol e, em associação à pílula anticoncepcional, pode aumentar o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em mulheres. Dessa maneira, tendo em vista que o tabagismo é um dos principais fatores de risco modificáveis, os usuários – ativos e passivos – devem ser orientados a interromper o uso, a fim de reduzir a morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. REFERÊNCIAS: GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. SaundersElsevier, 2012. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010.
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