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A1 - Bens, Posse e Propriedade

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Atividade Avaliativa A1 – Direito Civil: Bens, Posse e Propriedade
Professores: Juliana e Márcio Alexandre.
Michele Cristina Cardoso Honorato 
Registro Acadêmico: 820147853
Caso:
Em 18 de outubro de 2019, com a ajuda de homens armados, Astolfo invadiu determinada fazenda e expulsou dali os funcionários de Humberto, possuidor do bem. Uma vez na posse do imóvel, Astolfo decidiu dar continuidade às atividades agrícolas que vinham sendo ali desenvolvidas (plantio de cana-de-açúcar, soja e feijão) por Humberto desde 2003. A fazenda localiza-se em Ribeirão Preto e é objeto da matrícula (hipotética) nº 888.888, arquivada junto ao 1º Oficial de Registro de Imóveis de Ribeirão Preto. Consta na matrícula que o proprietário da Fazenda é Joaquim, desde 1986, que adquiriu onerosamente o imóvel de Analise e seu marido, Cláudio. Humberto celebrou compromisso de compra e venda por instrumento particular com o filho de Joaquim, André, no final de 2002, mas não o registrou em nenhum momento. Apesar da invasão ter ocorrido em 2019, Humberto estava fora do país, tendo retornado apenas em 2020.
Desde o evento, Astolfo despendeu R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para produção e celebrou contratos para venda de cana-de-açúcar, soja e feijão, que lhe renderam R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Porém, a fazenda sofreu um incêndio há algumas semanas, causando perda da plantação e prejuízos estimados em R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais).
Humberto procura seu escritório para avaliar as medidas judiciais cabíveis a fim de resguardar seus direitos diante da invasão e suas consequências.
Assim, analise o caso acima e explique:
1 – Que medida judicial pode ser adotada por Humberto para reaver a posse do imóvel? Especifique, inclusive quanto a possibilidade – ou não – de pedido liminar e fundamentos jurídicos e legais que embasam a pretensão. (15 pontos).
1) No caso em tela, fica comprovado que Humberto é possuidor legítimo devido seu compromisso de compra e venda firmado no final de 2002 com André, mesmo sem ter registrado o instrumento particular.
Com isso, Humberto deve entrar com a Ação de Reintegração da Posse, pois se trata de uma ação possessória cabível devido ao esbulho causado por Astolfo em sua fazenda. 
Humberto tem direito a ser mantido na posse, conforme o artigo 560 do Código de Processo Civil que diz: " O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho." (Brasil, 2015)
Esta ação tem por finalidade recuperar a posse perdida em razão da violência no ato da invasão seguida pelo domínio da posse.
O artigo 1210 do Código Civil assegura que " O possuidor turbado, ou esbulhado poderá manter-se, ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo, pois os atos de defesa ou desforço, não podem ir além do indisponível à manutenção ou restituição da posse ". (Brasil, 2015)
Assim, seguindo os requisitos legais do artigo 561 do Código de Processo Civil, onde deve ser comprovada sua posse, o esbulho, a data do esbulho e a perda da posse, a ação terá direito ao pedido liminar, disposto no artigo 562 do Código de Processo Civil, tendo em vista que Humberto tem em prova todos os requisitos e o esbulho comprovado que ocorreu há menos de um ano e dia.
Com isso será garantido imediatamente o direito de posse buscada por Humberto.
2 – Identifique os efeitos de direito material a serem observados no caso acima, na hipótese de êxito da medida judicial a que se refere o item 1, justificando sua resposta e fundamentando-a legalmente (15 pontos).
Obtendo êxito na medida judicial adotada, Astolfo por ser um possuidor de má-fé, deve restituir a Humberto por todos os frutos colhidos percebidos.
Podemos observar no artigo 1216 do Código Civil que: " O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. " (Brasil, 2002).
Observado isto, Astolfo tem direito as despesas da produção e custeio, considerando os gastos que teve para semear os frutos.
Astolfo também responde pelo incêndio que causou prejuízos e a perda da plantação, pois ainda sim mesmo que acidental, o artigo 1.218 do Código Civil frisa que: " O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. " (Brasil, 2002).

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