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POSSE E PROPRIEDADE
PROFESSORA JULIANA
SALA 301
BRENA BRAGA FARIA
DIREITOS REAIS
Clóvis Beviláqua: O conceito de “direitos reais” pode ser estabelecido como o complexo das normas reguladoras das relações jurídicas referentes às ciosas suscetíveis de apropriação pelo homem.
Nem todas as coisas corpóreas ou incorpóreas são consideradas bens, mas só aquelas suscetíveis de apropriação e que podem constituir objeto de direito.
Carlos Roberto Gonçalves: consiste no poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. No polo passivo incluem-se os membros da coletividade, pois todos devem abster-se de qualquer atitude que possa turbar o direito do titular. No instante em que alguém viola esse dever, o sujeito passivo, que era indeterminado, torna-se determinado.
Direito real x Direito Pessoal: consiste numa relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. Os direitos reais tem, por outro lado, como elementos essenciais: o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito sobre a coisa, chamado domínio.
Distinção entre “bem” e “coisa
Orlando Gomes: estabelece-se uma relação de gênero e espécie entre bem e coisa, sendo possível a existência de bens com ou sem qualquer expressão econômica, equanto a coisa sempre apresenta economicidade e é inevitavelmente corpórea. 
Portanto, o direito das coisas regula o poder do homem sobre certos bens suscetíveis de valor e os modos de sua utilização econômica.
Teoria clássica ou dualista
Aponta a contraposição entre os conceitos de direito pessoal e direito real, que são apresentados como dois conceitos completamente distintos:
Direito real é formulado considerando-se como uma relação direta e imediata entre seu titular (sujeito de direito) e a coisa (objeto do direito); 
Direito pessoal, por oposição, é concebido como a relação entre uma pessoa, titular do direito (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo) obrigado a cumprir uma prestação (objeto do direito) em benefício do primeiro.
Teoria unitária
Não aceita o aludido dualismo e procura integrar ambos os grupos de normas num só sistema.
Personalista baseia-se na existência de um sujeito passivo universal. Para essa corrente não existem diferenças substanciais entre os direitos reais e os pessoais, uma vez que os primeiros não seriam direitos obrigacionais, nos quais a prestação consistiria sempre em uma abstenção que estaria a cargo de todas as pessoas. O direito das obrigações é, desse modo, colocado no centro de todo o direito civil, abrangendo todas as relações jurídicas civis, inclusive o direito real.
Realista procura unificar os direitos reais e obrigacionais a partir do critério patrimônio, considerando que o direito das coisas e o direito das obrigações fazem parte de uma realidade mais ampla, que seria patrimonial. 
Teoria adotada no Brasil: Dualista pois, a diversidade de princípios que orientam os direitos reais e os direitos pessoais dificultam a sua unificação num só sistema, portanto, consagra e sanciona a clássica distinção entre direitos reais e pessoais, isto é, direito sobre as coisas e direitos contra as pessoas.
Características fundamentais dos direitos reais
Absolutismo: não decorre do poder ilimitado do titular sobre seus bens. O ordenamento jurídico a submete a uma ponderação de valores, eis que um Estado Democrático de Direito marcado pela pluralidade, não há espaço para dogmas.
O direito real é um direito absoluto, de conteúdo patrimonial, cujas normas, substancialmente de ordem pública, estabelecem entre uma pessoa (sujeito ativo) e uma coisa determinada (objeto) uma relação imediata, que prévia publicidade obriga a sociedade (sujeito passivo) a abster-se de praticar qualquer ato contrário ao mesmo (obrigação negativa), nascendo, para a hipótese de violência, uma ação real que outorga a seus titulares as vantagens inerentes ao jus persequendi e ao jus praeferendi.
Quanto ao modo de seu exercício: o direito real de propriedade é exercido direta e imediatamente pelo titular, sem a necessidade de qualquer intermediário.
Objeto tem de ser coisa determinada
A prestação do devedor, objeto da obrigação que contraiu, pode ter por objeto coisa genérica, bastando que seja determinável
A violação de um direito real consiste sempre num fato positivo
O direito real concede ao titular um gozo permanente porque tende à perpetuidade (ao passo que o direito pessoal é eminentemente transitório)
Somente os direitos reais podem ser adquiridos por usucapião
O direito real só encontra um sujeito passivo concreto no momento que é violado, pois, enquanto não há violação, dirige-se a todos, desde seu nascimento, contra uma pessoa determinada, e somente contra ela.
Princípios fundamentais dos direitos reais
Aderência, especialização ou inerência: estabelece um vínculo, uma relação de senhoria entre o sujeito e a coisa, não dependendo da colaboração de nenhum sujeito passivo para existir. Relação direta e imediata. A aderência do direito real à coisa não é senão a constatação do fato de que o direito real permanece incidindo sobre o bem, ainda que este circule de mão em mão e se transmita a terceiros, pois o aludido direito segue a coisa (jus persequendi) em poder de quem quer que ela se encontre.
Art. 1.228: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Absolutismo: os direitos reais se exercem erga omnes. Surge daí, o direito de sequela ou jus persequendi, isto é, de perseguir a coisa e de reivindicá-la em poder de quem quer que esteja (ação real), bem como o jus praeferendi ou direito de preferência. Todos os princípios se entrelaçam no sentido de reforçar a rigidez do regime jurídico dos direitos reais. Por sua vez, seu caráter 
absoluto decorre de ser um poder direto e imediato sobre a coisa.
Publicidade ou visibilidade: bens imóveis, só se adquire por registro; bens móveis, só depois da tradição. São oponíveis erga omnes. O registro e a tradição atuam como meios de publicidade da titularidade dos direitos reais. Os direitos reais só se podem exercer contra todos se forem ostentados publicamente.
Taxatividade ou numerus clausus: os direitos reais são criados pelo direito positivo, ou seja, a lei os enumera de forma taxativa, não ensejando, assim, aplicação analógica da ei. O número dos direitos reais é, pois, limitado, taxativo, sendo assim considerados somente os elencados na lei (numerus clausus).
Obs.: são elencados no artigo 1.225 CC/02: propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor a hipoteca e a anticrese. Todavia, quando se afirma que não há direito real senão quando a lei o declara, tal não significa que só são direitos reais os apontados no dispositivo em apreço, mas também outros disciplinados de modo esparso no mesmo diploma e os instituídos em diversas leis especiais.
Tipicidade: os direitos reais existem de acordo com os tipos legais que são definidpos e enumerados determinados pela norma, e só a estes correspondem os direitos reais, sendo, pois, seus modelos.
Perpetuidade: a propriedade é um direito perpétuo, pois não se perde pelo não uso, mas somente pelos meios e formas legais: desapropriação, usucapião, renúncia, abandono, etc. 
Exclusividade: não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. 
Desmembramento: ????
	
	DIREITO REAL
	DIREITO OBRIGACIONAL
	sujeitos
	Direito sobre a coisa - Sujeito de Direito X coisa
	Direito à coisa - Dualidade de sujeitos
	ação
	Ação real “erga omnes”
	Ação pessoal
	objeto
	Coisa corpórea (via de regra)
	Prestação do devedor
	limite
	Limitado: “numerus clausus” - art.1225, cc e leis especiais
	Princípio da autonomia da vontade
	direito de sequela
	Prerrogativa dodireito real – ex. penhor, hipoteca
A coisa responde
	A prestação deve ser exigida do devedor da obrigação. Os bens do devedor respondem.
	modo de aquisição
	A propriedade adquire-se pela transcrição (publicidade) ou tradição efetiva da coisa
	O direito de crédito é um título causal para aquisição de uma coisa.
	modo de gozar os direitos
	Atributivo – exercício direto do titular sobre a coisa
	Cooperativo – depende da outra parte que está obrigada a prestação
	extinção
	Natureza perpétua - *quanto mais é exercido mais forte o direito real se torna, através da ostensibilidade, ou seja, a sociedade sabe. Exercer o direito obrigacional é extingui-lo. Exercer o direito real é fortalecê-lo.
	Temporário. Ex.: Pagamento
	direito de preferência
	É próprio do Direito Real – Poder atribuído ao titular de afastar todos os direitos incompatíveis com o seu, que posteriormente se tenham constituído sobre a mesma coisa.
	
	usucapião
	Usucapível - * usucapião é a aquisição da propriedade pela posse prolongada, respeitando-se os requisitos legais, em determinado período de tempo, continuamente.
	não se adquirem pela usucapião*
	Instituto típico
	Propriedade - titularidade
	Contratos - créditos
Figuras híbridas
A doutrina menciona a existência de algumas figuras híbridas ou intermédias, que se situam entre o direito pessoal e o direito real. Constituem elas, aparentemente um misto de obrigação e de direito real e provocam alguma perplexidade nos juristas, que a dar-lhes, impropriamente, o nome de obrigação real. Outros preferem a expressão obrigação mista.
Obrigação propter rem
Obrigação que recai sobre uma pessoa, por força de um determinado direito real.
Situa-se em terreno fronteiriço entre os direitos reais e os pessoais. Configura um direito misto, constituindo um tertium genus, por revelar a existência de direitos que não são puramente reais nem essencialmente obrigacionais. Tem características de direito obrigacional, por recair sobre uma pessoa que fica adstrita a satisfazer uma prestação, e de direito real, pois vincula sempre o titular da coisa.
Ônus reais
São obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo gravames ou direitos erga omnes, como, por exemplo, a renda constituída sobre imóvel. Aderem e acompanham a coisa. por isso se diz que quem deve é esta e não a pessoa.
Ônus real x Obrigação propter rem
A responsabilidade pelo ônus real é limitada ao bem onerado, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois é a coisa que se encontra gravada; na obrigação propter rem responde o devedor com todos os seus bens, ilimitadamente, pois é este que se encontra vinculado;
Os primeiros desaparecem, perecendo o objeto, enquanto os efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa;
Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto a obrigação propter rem pode surgir com uma prestação negativa;
Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real (in scriptae). Nas obrigações propter rem, é de índole pessoal.
Obrigações com eficácia real
São as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Certas obrigações resultantes dos contratos alcançam, por força de lei, a dimensão de direito real.
Ex.: compromisso de compra e venda, em favor do promitente comprador, quando não se pactua o arrependimento e o instrumento é registrado no Cartório de Registro de Imóveis, adquirindo este direito real à aquisição do imóvel e à sua adjudicação compulsória;
O legislador, quando entende que determinada relação obrigacional merece tratamento de maior proteção, concede eficácia real a uma relação obrigacional, criando uma exceção à regra geral dos efeitos pessoais das relações obrigacionais.
20/08
/Quem possui o direito real sobre a coisa pode possuir todos os direitos sobre a coisa ou apenas uma parte.
Características dos direitos reais
Princípio da aderência
GRUD
G: gozar/fruir
R: reivindicar
U: usar
D: dispor
Princípio do absolutismo: os direitos reais são oponíveis herga omnes, ou seja, todo mundo deve respeitar a existência desse direito real. Vai atender a necessidade da conformidade com a sua função social.
Poder de sequela: poder de persegmento sobre o bem, ou seja, tenho a possibilidade de reivindicar o bem nas mãos de outrem, independente da existência de um relação obrigacional/contratual.
Perpetuidade: via de regra, guardada as devidas proporções, os direitos reais não estão sujeitos a prazos prescricionais ou decadenciais, diferente dos direitos pessoais. Não sofrem ação do tempo.
Direito de preferência: quem tem direito real geralmente tem preferencia para receber crédito em relação aos outros credores.
Princípio da tipicidade: os direitos reais são tipos, ou seja, existem porque estão ali tipificados em lei. Só existem direitos reais aqueles criados por lei! Há autores que dizem, ainda, que os direitos reais estão num rol taxativo, no artigo 1.125 cc.
Princípio da publicidade: os direitos reais, para que sejam direitos reais, precisam ser registrados no cartório de registro de imóveis. É responsável por dar publicidade aos direitos reais.
Figuras híbridas: não se encaixam nem dentro da figura dos direitos reais e nem dentro da figura dos direitos pessoais de conteúdo patrimonial
Posse
Obrigações PROPTER REM: é a obrigação que vem junto da coisa. No direito obrigacional, em geral, há o exercício de uma autonomia privada que cria obrigações de fazer/dar para ambas as partes. Porém, no caso das obrigações proter rem cria para o proprietário uma relação obrigacional com a coisa que não advém de uma autonomia, ou seja, da vontade da pessoa. Ex: condomínio.
POSSE – art 1196-1224cc
Para ser possuidor não preciso ser proprietário. Posse não é um direito real porque não há a necessidade de registro, por exemplo. Ao mesmo tempo não é direito obrigacional porque não gera obrigações pra quem possui, por está no campo fático. Você percebe a posse pelo uso fático da coisa, com a exteriorização do domínio.
JUS POSSESSIONIS X JUS POSSIDENDI
Jus possessionis: direito de posse
Jus possidendi: direito de propriedade
Natureza jurídica = fato ou direito? Real ou pessoal?
Teorias da posse
Teoria subjetiva (Savigny): possui análise do elemento volitivo, interno
CORPUS + ANIMUS
A posse é uma questão mais fática. Para haver posse tem que haver a existência de dois elementos: corpus e animus. Corpus seria a detenção física da coisa. O animus é a vontade/intenção de ter a coisa para si. Se a pessoa possui o corpus mas não o animus, ela não é possuidora, ela é detentora.
Nesta teoria, para o caso de contratos de aluguel (por exemplo) essa teoria não se encaixaria. Nem o locatário nem o locador tem a posse sobre o bem.
Diante da dificuldade de encaixar a teoria em situações fáticas, mudou-se a forma de entender o corpus. Corpus agora é a possibilidade de ter a coisa junto a si.
Esta teoria, apesar de falha, não é descartada no direito civil. Exemplo disso é a análise da usucapião.
Teoria objetiva (Jhering): tenta excluir o elemento volitivo
CORPUS + AFFECTIO TENENDI
A posse se dá pela junção do corpus e affectio tenendi. Possuidor é aquele que tem a detenção física do bem ou pode ter. Mas, possuidor é aquele que vai exteriorizar os aspectos do domínio. Para Ihering, a diferença entre possuidor e detentor é um caso de olhar o que diz a lei, é um critério legislativo. Exemplo disso é o caseiro de uma fazenda, ele é detentor. Porém, no caso do contrato de aluguel, o inquilino é possuidor. Ihering coloca a posse como algo subalterno da propriedade. A propriedade é um exercício do domínio, a posse é a exteriorização dos poderes do domínio. Ele age com o intuito de tutelar a posse em razão de um direito de propriedade.
22/08
Teorias sociológicas da posse
Posse é um fato social economicamente importante para a sociedade. Porque ela exerce um papel socioeconômico,porque ela faz com que o direito de moradia seja garantido, a circulação das riquezas, etc. O direito considera como relevante e por isso a importância de tutela.
Função social da posse: a posse exerce uma função social e esse exercício é mais fácil de se observar do que a própria função social de propriedade, exatamente pela noção de poderio econômico. É o indivíduo, ao fazer uso de forma econômica e tirando proveito, que exerce a função social da coisa. Ou seja, não depende uma intervenção estatal.
Posse x detenção – art 1198 cc e art 1208 cc
Detentor não pode manejar ação possessória em nome próprio para exigir a posse. E, se eu quiser manejar ação possessória contra alguém, mesmo sendo possuidor, aquele sujeito passivo não pode ser detentor, ele precisa ser, também, possuidor. 
O que o detentor pode fazer é autodefesa e a auto tutela da posse. Chama-se desforço imediato.
Detentor: é aquele que exerce posse em nome de outrem.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância (isso é detenção) assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Classificação da posse
Posse direta (imediata) x posse indireta (mediata) – art 1197 cc
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Posse direta/imediata: é quem faz uso direto do bem. Exemplo: locatário (o inquilino que exerce sobre a propriedade seu uso direto ao morar nela, e o locador só recebe o aluguel)
Posse justa x posse injusta (violenta/clandestina/precária) – art 1200
É uma classificação OBJETIVA, não se leva em consideração a vontade do sujeito em obter a posse. 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse justa: está ausente os vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade.
Posse injusta: está presente os vícios da violência, da clandestinidade ou precariedade.
Uso de ação possessória em posse injusta: ainda que eu tenha posse injusta, eu posso manejar ação possessória, desde que não seja contra o antigo possuidor.
Convalescimento da posse injusta – 1208: quando a posse deixa de ser injusta. A posse que pode convalescer é somente aquela que foi exercida com violência ou clandestinidade, a posse precária NÃO convalesce. Isso é via de regra e para maioria da doutrina, pois há exceções. A doutrina majoritária entende que uma posse que uma vez precária, pra sempre será precária. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância (isso é precariedade e não há possibilidade de deixar de ser injusta) assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade (deixa de ser injusta quando acabar a violência e clandestinidade).
A não possibilidade de se tornar justa a posse precária é só uma interpretação literal da lei que, por questão legislativa, definiu assim. Sem maiores explicações. Por isso a teoria clássica é tão criticada.
Teoria clássica – art. 558 cpc: a posse injusta deixa de ser injusta depois de passado um ano e 1 dia. 
Quando é com violência, conta o prazo quando termina o ato violento.
Quando é com clandestinidade, conta o prazo quando o antigo possuidor toma ciência.
Art. 558.  Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único.  Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
-A ação proposta antes de um ano e 1 dia é de força nova
-A ação proposta depois de um ano e um dia é de força velha, segue o curso comum. 
Teoria contemporânea
Está sedimentada na função social da posse. Para ela, qualquer um dos vícios da posse podem convalescer, até mesmo a precariedade, quando é dada àquela posse a sua devida função social. A observação de que a posse deixa de ser injusta e passa a ser justa se inicia a partir da análise da adequação da função social.
CONCEITO DE POSSE
Inúmeras são as dificuldades que aparecem no estudo da posse. Muitos tratados já foram escritor. Apesar disso, continua sendo tema altamente discutido e controvertido.
Figura autônoma e independente da existência de um título
A posse, como situação de fato, não é difícil de ser comprovada
É protegida pra evitar a violência e assegurar a paz social, bem como porque a situação de fato aparenta ser uma situação de direito. É, portanto, uma situação de fato protegida pelo legislador.
Direito real só se cria a partir da lei, as partes não podem criar direito real! O que as partes podem fazer é criar DIREITOS OBRIGACIONAIS, ou seja, contratos (425 CC)
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
 
Posse não é direito real, pois não está relacionado como tal pelo artigo 1225. 
O que posse é?
É a exteriorização da propriedade. 
Existe a presunção de que o possuidor é o proprietário da coisa, é comum essa confusão. A aparência é a de que o possuidor é o dono, embora possa não ser.
Precisa ser estudada e protegida para evitar e manter a paz social
Se você perde seus bens e pretende reavê-lo, você não pode usar a força para recuperá-los, precisa pedir à Justiça. 
A posse existe no mundo antes da propriedade, afinal a posse é um fato que está na natureza enquanto a propriedade é um direito criado pela sociedade.
Posse distingue-se da propriedade, mas o possuidor encontra-se em situação de fato, aparentando ser o proprietário. 
Conceito de posse:
É a detenção de uma coisa em nome próprio;
É a conduta de dono (Ihering – cuja teoria o Direito Civil Brasileiro acolheu)
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
JOEL DIAS FIGUEIRA JUNIOR: não é o exercício do poder, mas sim o poder propriamente dito que tem o titular da relação fática sobre um determinado bem, caracterizando-o tanto pelo exercício como pela possibilidade de exercício. Ela é a disponibilidade e não a disposição; é a relação potestativa e não, necessariamente, o efetivo exercício. O titular da posse tem o interesse potencial em conservá-la e protege-la de qualquer tipo de moléstia que porventura venha a ser praticada por outrem, mantendo consigo o bem numa relação de normalidade capaz de atingir a sua efetiva função socioeconômica. Os atos de exercício dos poderes do possuidor são meramente facultativos – com eles não se adquire nem se perde a senhoria de fato, que nasce e subsiste independentemente do exercício desses atos. Assim, a adequada concepção sobre o poder fático não pode restringir-se às hipóteses do exercício deste mesmo poder.
POSSE X DETENÇÃO
	SAVIGNY
	IHERING
	MOREIRA ALVES >IHERING<
	Corpus identifica somente a detenção. 
	Posse e detenção NÃO se distinguem pela existência, na primeira, de um animus específico.
	A detenção é a relação material com a coisa com animus diverso do rem sibi habendi ou do domini,ou a relação material com a coisa com o mesmo animus da posse (animus que se reduz à consciência e se revela pelo elemento objetivo), a que a lei, porém, nega efeitos possessórios.
	Animus domini ou aminus rem sibi habendi (vontade de possuir para si)
	Posse e Detenção se constituem dos mesmos elementos: o corpus (elemento exterior), de um animus (elemento interior), os quais se acham intimamente ligados, de modo indissociável, e se revelam pela conduta do dono. 
	
	Só existe detenção se há apenas vontade de possuir para outrem ou em nome de outrem, como no caso de locação, comodato, usufruto, etc.
	Posse: exterioridade, a visibilidade do domínio. Tem posse todo aquele que se comporta como proprietário.
Detenção: é uma posse degradada. Possui o ultimo lugar na escala das relações jurídicas. É uma posse que, em virtude da lei, se avilta em detenção. Somente a posse gera efeitos jurídicos, conferindo direitos e pretensões possessórias em nome próprio.
	
	
	Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
	
Outros exemplos de detenção:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
	Permissão
	Tolerância
	Consentimento expresso do possuidor.
	Há uma atitude espontânea de inação, de passividade, de não intervenção.
	Representa uma manifestação de vontade, embora sem natureza negocial, configurando um ato jurídico em sentido estrito.
	Não se leva em conta a vontade do que tolera, sendo considerada simples comportamento a que o ordenamento atribui consequências jurídicas, ou seja, um ato-fato jurídico.
	Diz respeito a atividade que ainda deve ser realizada.
	Concerne a atividade que se desenvolveu ou que já se extraiu.
Atos que impedem o surgimento da posse
Atos violentos ou clandestinos (...)
Senão depois de cessar a violência ou clandestinidade
Trata-se de hipótese de detenção independente pois, é é uma detenção sem qualquer relação de detenção com o possuidor. Todavia, cessada a violência ou a clandestinidade, continua os mencionados atos a produzir o efeito de qualificar, como injusta e com efeitos daí resultantes, a posse a partir de então surge.
Cessada a prática de tais ilícitos, surge a posse injusta, viciada, assim considerada em relação ao precedente possuidor.
Exemplo:
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Até que o não presente tenha notícia do esbulho e se abstenha de retomar a coisa, ou seja repelido ao tentar recuperá-la, o ocupante é mero detentor. Assim, o fato de alguém ocupar imóvel de pessoa ausente não faz desaparecer a posse do proprietário, sendo aquele tratado pelo dispositivo em epígrafe como simples detentor.
Não há posse de bens públicos
CF/88, art. 183 e 191.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Se há tolerância do Poder Público, o uso do bem pelo particular não passa de mera detenção consentida.
TJSP RT 803/226: Reintegração de posse. Área que se constitui em bem público, subjetivamente indisponível e insuscetível de usucapião. Mera detenção, sendo irrelevante o período em que perdura. LIMINAR CONCEDIDA.
CPC, art. 338: impõe àquele que detém a coisa em nome alheio e é demandado em nome próprio o ônus de nomear à autoria o proprietário ou possuidor. Assim, o detentor, quando demandado em nome próprio, deve indicar o possuidor ou proprietário legitimado para responder o processo, sob pena de responder por perdas e danos nos termos do artigo 339 do citado diploma.
NATUREZA JURÍDICA DA POSSE
Posse é fato ou um direito?
	Ihering
	Outra corrente...
	SAVIGNY (corrente eclética)
	Posse é um direito.
	Posse é um fato.
	Posse é fato e direito.
	Os direitos são interesses juridicamente protegidos. Ela constitui condição da econômica utilização da propriedade e por isso o direito a protege. É relação jurídica, tendo por causa determinante um fato. 
	Uma vez que não tem autonomia, não tem valor jurídico próprio. O fato possessório não está subordinado aos princípios que regulam a relação jurídica no seu nascimento, transferência e extinção.
	A posse considerada em si mesma é um fato. Considerada nos efeitos que produz – a usucapião e os interditos -, é um direito.
Lafayette: “É pois, força reconhecer que a posse é um fato e um direito: um fato pelo que respeita à detenção, um direito por seu efeitos.”
	A posse é um direito real.
A posse, sendo um direito, só pode pertencer à categoria dos direitos reais. 
	
	A posse é direito pessoal ou obrigacional.
	CLÓVIS BEVILÁQUA: aceita a noção que Ihering nos dá, a posse é, por certo, direito; mas não reconheçamos que um direito de natureza especial. Antes, conviria dizer, é a manifestação de um direito real.
Para saber se a posse deve ser incluída entre os direitos reais ou entre os direitos pessoais, averiguar se os princípios que a regulam aproximam-na mais daqueles ou destes:
Direitos reais
Absolutismo
Direito de sequela 
Direito de preferência
Publicidade ou visibilidade (imóveis a partir do registro; móveis a partir da tradição)
Criados pelo direito positivo (numerus clausus)
O objeto real há de ser, necessariamente, uma coisa determinada
O objeto é sempre coisa corpórea, tangível e suscetível de apropriação
Só encontra um sujeito passivo concreto no momento em que é violado, pois, enquanto o direito pessoal dirige-se, desde o seu nascimento, contra uma pessoa determinada, e somente contra ela.
Direitos obrigacionais
Só obrigam as partes contratantes, tendo caráter relativo.
Consensualismo (aperfeiçoam-se com o acordo de vontades)
A prestação do devedor, objeto da obrigação que contraiu, pode ter por objeto coisa genérica, bastando que seja determinável
O objeto é sempre uma prestação
MARCUS VINICIUS RIOS GONÇALVEZ: o que falta à Posse para ser considerada categoria de Direito Real é o caráter absoluto dos direitos reais. A posse não é oponível erga omnes, cedendo passo, ao menos em duas situações. 
O direito de sequela do possuidor é restrito e cede ante a boa-fé, o que se justifica pelo fato de que não se dá à posse a mesma espécie de publicidade que é dada aos direitos reais, ao menos no que se refere aos bens imóveis. Não sendo absoluta, e não trazendo a seu titular a possibilidade de opô-la a toda coletividade, não há como considerar a posse como direito real, mas como direito pessoal, embora com peculiaridades que a distinguam de outros direitos pessoais.
Isso não quer dizer que posse é direito pessoal!!!!!
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Posse direta e posse indireta (artigo 1.197)
1.197: “a posse direta, de pessoa que tem a coisa emseu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.”
O locatário exerce a posse direta por concessão do locador;
O proprietário exerce a posse indireta como consequência do seu domínio.
Uma não anula a outra!
Ambas coexistem no tempo e no espaço e são posses jurídicas (jus possidendi), não autônomas, pois implicam o exercício de efetivo direito sobre a coisa.
Possuidores direto e indireto podem invocar a proteção possessória contra terceiro
Somente possuidor indireto pode adquirir propriedade em virtude de usucapião! O possuidor direto não pode porque falta o ânimo de dono, a não ser que, excepcionalmente, ocorra mudança da causa possessionis, com inversão do referido ânimo, passando a possuí-la como dono (CF/88 n.3, infra)
Desdobramentos sucessivos da posse: Pode ocorrer que a mesma pessoa que tem posse direta adquira, também, posse indireta posteriormente. Exemplo: sublocação permitida em contrato. Isso não exclui a posse indireta do proprietário, pois ambas coexistem.
Posse exclusiva, composse e posses paralelas
Exclusiva: posse de um único possuidor. É a posse plena, de uma única pessoa (física ou jurídica), direta ou indireta. O fato de ser direta e indireta não impede que a posse seja, ainda, exclusiva.
Posse exclusiva pode ser PLENA ou não. Ela é plena quando o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à propriedade, como se sua fosse a coisa. A posse plena também pode não ser, também, exclusiva.
Composse: há vários compossuidores que tem, sobre a mesma coisa, posse direta ou indireta. É uma situação em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Como a posse é a exteriorização do domínio, admite-se a composse em todos os casos em que ocorre o condomínio, pois ela está para a posse assim como este para o domínio.
Possessio plurium in solidum: a situação que se apresenta é, na realidade, a de que cada compossuidor não possui senão a sua parte, e não a parte dos outros. Cada qual possuirá pois, uma parte abstrata, assim como, no condomínio, cada comproprietário é dono de uma parte ideal da coisa. Isso não significa que cada compossuidor esteja impedido de exercer o seu direito sobre toda a coisa. dado lhe é praticar todos os atos possessórios que não excluam a posse dos outros compossuidores. Cada qual, per se, pode invocar a proteção possessória para defesa do objeto comum.
Qualquer dos compossuidores pode valer-se do interdito possessório ou da legítima defesa para impedir que outro compossuidor exerça uma posse exclusiva sobre qualquer fração da comunhão. Caso aconteça é a ação de manutenção, ou a de esbulho, a que compete ao consorte para conservar ou restabelecer o estado anterior.
Composse pro diviso: quando os compossuidores estabelecem uma divisão de fato para a utilização pacífica do direito de cada um;
Composse pro diviso: exercendo os compossuidores poderes apenas sobre uma parte definida da coisa, e estando tal situação consolidada no tempo (há mais de ano e dia) poderá cada qual recorrer aos interditos contra aquele que atentar contra tal exercício.
Em relação a terceiros: COMO SE FOSSEM UM ÚNICO SUJEITO, QUALQUER DELES PODERÁ USAR OS REMÉDIOS POSSESSÓRIOS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIOS, TALL COMO ACONTECE NO CONDOMÍNIO.
ATENÇÃO! Não confundir composse (várias pessoas concomitantes sobre a mesma coisa) com posses paralelas, também denominadas posses múltiplas, em que ocorre concorrência ou sobreposição de posses (existência de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa). neste caso, dá-se o desdobramento da posse em direta e indireta.
Posse justa e posse injusta
POSSE JUSTA: é aquela isenta de vícios, aquela que não repugna ao direito, por ter sido adquirida por algum dos modos previstos na lei ou, segundo a técnica romana, a posse adquirida legitimamente sem vício jurídico externo 
Nec vim, nec clam, nec precario
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
POSSE INJUSTA: é a posse que foi adquirida viciosamente, por violência ou clandestinidade ou por abuso precário.
É violenta, por exemplo, a posse do que toma o objeto de alguém, despojando-a à força, ou expulsa de um imóvel, por meios violentos, o anterior possuidor. Isenta de violência, denomina-se mansa e pacífica.
Não se deve confundir violência com má-fé (a primeira pode existir sem a segunda)
Pode ser física ou moral (caso da coação)
A coação deve ser exercida diretamente, no ato do estabelecimento da posse.
Ainda que a violência seja exercida pelo proprietário, deve a vítima ser reintegrada, porque não pode o esbulhador fazer justiça com as próprias mãos. (é indiferente quem pratica a violência)
É clandestina a posse do que furta um objeto ou ocupa imóvel de outro às escondidas.
É precária quando o agente se nega a devolver a coisa, findo o contrato.
Difere dos vícios da violência e clandestinidade quanto ao momento de seu surgimento. Somente se origina de atos posteriores, ou seja, a partir do instante em que o possuidor direto se recusa a obedecer à ordem de restituição do bem ao possuidor indireto.
A concessão da posse precária é perfeitamente lícita.
Enquanto não chegado o momento de devolver a coisa, o possuidor tem a posse justa.
O vício acontece quando fica caracterizado o abuso de confiança.
Os três vícios apresentados não esgotam as possibilidades de posse injusta. Caso também existe para aquele que, pacificamente, ingressa em terreno alheio, sem procurar ocultar a invasão, também pratica esbulho, malgrado a sua conduta não se identifique com nenhum dos três vícios.
Os vícios que maculam a posse são ligados ao momento da sua aquisição.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Ainda que viciada a posse, a posse injusta não deixa de ser posse, visto que sua qualificação é feita em face de determinada pessoa, sendo, portanto, relativa. Será injusta em face do legítimo possuidor.
Para a proteção da posse não importa seja justa ou injusta, em sentido absoluto. Basta que seja justa em relação ao adversário. A tutela é dispensada em atenção à paz social.
ATENÇÃO!!! A violência e a clandestinidade porem cessar! Neste caso ocorre o CONVALESCIMENTO DOS VÍCIOS. Enquanto não findam, existe apenas a detenção. Cessados, surge a posse injusta, em relação a quem perdeu. 
Clandestinidade: para cessar não se exige demonstração de que a vítima tenha ciência da perpetração do esbulho. Impõe-se que o esbulhador não o oculte mais dela, tornando possível que venha a saber do ocorrido.
POSSE DE BOA FÉ
Caio Mário: a posse de boa-fé, aliada a outros relevantes elementos, cria o domínio, premiando a constância e abençoando o trabalho; confere ao possuidor, não proprietário, os frutos provenientes da coisa possuída; exime-o de indenizar a perda ou deterioração do bem em sua posse; regulamenta a hipótese de quem, com material próprio, edifica ou planta em terreno alheio, e, ainda, outorga direito de ressarcimento ao possuidor pelos melhoramentos realizados.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. (decorre da consciência de ter adquirido a posse por meios legítimos. O seu conceito, portanto, funda-se em dados psicológicos, em critério subjetivo)
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Silvio Rodrigues: o que distingue uma posse da outra é a posição psicológica do possuidor. Se sabe da existência do vício, sua posse é de má-fé. Se ignora o vício quea macula, sua posse é de boa-fé. Cumpre, entretanto, notar, que não se pode considerar de boa-fé a posse de quem, por erro inescusável, ou ignorância grosseira, desconhece o vício que mina sua posse.
ATENÇÃO!!!! Para caracterizar a posse de boa-fé, a crença do possuidor de se encontrar em uma situação legítima. Se ignora a existência de vício na aquisição da posse, ela é de boa-fé; se o vício é de seu conhecimento, a posse é de má-fé. Para verificar se uma posse é justa ou injusta, o critério, entretanto, é objetivo: examina-se a existência ou não dos vícios apontados.
POSSE DE MÁ-FÉ 
Teorias:
Ética: liga a má-fé a ideia de culpa. A crença deve derivar de um erro escusável ou de averiguação e exame de circunstâncias que circundam o fato. Analisa-se se o indivíduo agiu com as diligências normais exigidas para a situação.
Psicológica: só indaga da ciência por parte do possuidor do impedimento para aquisição da posse. O interessado deve possuir apenas a crença de que não lesa o direito alheio.
ATENÇÃO!!! Necessidade da ignorância derivar de erro escusável! Exemplos:
Possuidor adquiriu a coisa possuída de menor impúbere e de aparência infantil, não pode alegar ignorância da nulidade que pesa sobre o seu título.
Comprou imóvel sem examinar a prova de domínio do alienante. 
Nos dois casos, sua ignorância deflui de culpa grave, de negligencia imperdoável, que por isso mesmo é inalegável.
Excludentes de boa-fé
Culpa
Negligência
Diligência
A jurisprudência tem firmemente salientado a necessidade de a ignorância derivar de um erro escusável, acolhendo, assim, os princípios da teoria ética, malgrado, muitas vezes, refiram-se as decisões ao conceito de boa-fé sob o prisma psicológico.
>>>Concebe-se a boa-fé de modo negativo, como ignorância, não como convicção. Se o possuidor tem consciência do vício que impede a aquisição da coisa e, não obstante, a adquire, torna-se possuidor de má-fé.
ATENÇÃO!!! A boa-fé não é essencial para o uso das ações possessórias. Basta que a posse seja justa. Ainda que de má-fé, o possuidor não perde o direito de ajuizar ação possessória competente para proteger-se de um ataque à sua posse. A boa-fé somente ganha relevância, com relação à posse, em se tratando de usucapião, de disputa sobre os frutos e benfeitorias da coisa possuída ou da definição da responsabilidade pela sua perda ou deteriorização.
1.201. Parágrafo único. O possuidor com justo título (presunção de boa-fé) tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Justo título: é todo ato formalmente adequado a transferir o domínio ou o direito real de que trata, mas que deixa de produzir tal efeito (e aqui enumeração é meramente exemplificativa) em virtude de não ser o transmitente senhor da coisa ou do direito, ou de faltar-lhe o poder de alienar. Em suma, é o que seria hábil para transmitir o domínio e a posse se não contivesse nenhum vício impeditivo dessa transmissão. 
Exemplo: Escritura de compra e venda, devidamente registrada. É um título hábil para a transmissão de imóvel. No entanto, se o vendedor não era o verdadeiro dono ou se era um menor não assistido por seu representante legal, a aquisição não se aperfeiçoa e pode ser anulada. Porém a posse do adquirente presume-se ser de boa-fé, porque estribada em justo título.
“Presunção de boa-fé”: admite prova em contrário. De qualquer forma, ela ambara o possuidor de boa-fé, pois transfere o ônus da prova à parte contrária, a quem incumbirá demonstrar que, a despeito do justo título, estava o possuidor ciente de não ser justa a posse.
Mala fides superveniens non nocet: exigência de que a boa-fé exista durante todo o tempo em que a coisa se encontre em poder do possuidor.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
No que respeita os frutos, benfeitorias e acessões, não se há de perquirir apenas se a posse foi adquirida com boa ou má-fé, mas se no momento da colheita daqueles, ou da realização destas, a boa-fé persistia. Apenas enquanto perduar a boa-fé o possuidor torna seus os frutos colhidos, e faz jus à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, com direito a retenção, podendo, ainda, levantar as voluptuárias que não lhe forem indenizadas. Também para fins de usucapião exige-se que a boa-fé persista durante todo o lapso prescricional. A má-fé superveniente obstaculiza a usucapião ordinária.
Como saber o momento exato em que a boa-fé tornou-se má-fé? A conversão da posse não se verifica no momento em que o possuidor tem conhecimento da existência do vício ou do obstáculo, mas, sim, quando as circunstâncias firmem a presunção de que não os ignora. Essa exteriorização é inevitável, porquanto não se pode apanhar, na mente do possuidor, o momento preciso em que soube que possui indevidamente. O mais comum é entender que o momento é contado a partir da propositura da ação, ou da citação inicial ou, ainda, o da contestação da lide. Entretanto, há casos em que a circunstâncias podem ser tão notórias que, sem qualquer procedimento judicial de quem quer que seja, façam, de logo, presumir que o possuidor possui indevidamente.
Os efeitos da posse retroagirão ao momento da citação, a partir da qual o possuidor será tratado como possuidor de má-fé, com todas as consequências especificadas nos arts. 1.216 a 1.220 do Código Civil.
POSSE NOVA E POSSE VELHA
Posse nova: menos de ano e dia
Posse velha: ano e dia ou mais
Os prazos mencionados tem o objetivo de consolidar a situação de fato, permitindo que a posse seja considerada purgada dos defeitos da violência e da clandestinidade, malgrado tal purgação possa ocorrer antes.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
O dispositivo não distingue entre a posse velha e a posse nova. Caberá ao juiz, em cada caso, avaliar a melhor posse, assim considerando a que não contiver nenhum vício.
Artigo 558, CPC 2015: Possibilita a concessão de liminar initio litis ao possuidor que intentar a ação possessória “dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho”. Passado esse prazo, o procedimento “será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório”.
ATENÇÃO!!!! Não confundir posse nova com ação de força nova, nem posse velha com ação de força velha. Classifica-se a posse em nova ou velha quanto à sua idade!
	Posse de força nova
	Posse de força velha
	Se o turbado ou esbulhado reagiu logo, intentando a ação dentro do prazo de ano e dia, contado da data da turbação ou do esbulho, poderá pleitear a concessão da liminar (CPC/73, art. 924; CPC/2015, art. 558)
	Passado esse prazo, no entanto, o procedimento será ordinário, sem direito a liminar, sendo a ação de força velha.
É possível, assim, alguém que tenha posse velha ajuizar ação de força nova, ou de força velha, dependendo do tempo que levar para intentá-la, contando o prazo da turbação ou do esbulho, assim como também alguém que tenha posse nova ajuizar ação de força nova ou de força velha.
POSSE NATURAL E POSSE CIVIL OU JURÍDICA
Posse natural: constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a coisa.
Posse civil ou jurídica: é a que se adquire por força da lei, sem necessidade de atos físicos ou da apreensão material da coisa. É a que se adquire pelo título.
Exemplo: A vende sua casa a B, mas continua com o imóvel como inquilino; não obstante, B fica sendo possuidor da coisa (posse indireta), mesmo sem jamais tê-la ocupado fisicamente, em virtude da cláusula constituti, que aí sequer depende de ser expressa.
POSSE “AD INTERDICTA” E POSSE “AD USUCAPIONEM”
Posse ad interdicta: é a que pode ser defendida pelos interditos, isto é, pelas ações possessórias, quando molestada, mas não conduz à usucapião. O possuidor, como o locatário, por exemplo, vítima de ameaça ou de efetivaturbação ou esbulho, tem a faculdade de defende-la ou de recuperá-la pela ação possessória adequada até mesmo contra o proprietário. Para tal, basta que seja justa, ou seja, que não contenha os vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade.
Posse ad usucapionem: é a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. É, em suma, aquela capaz de gerar o direito de propriedade. É necessário, além dos elementos essenciais à posse:
Decurso do tempo exigido na lei;
O exercício de maneira mansa e pacífica;
O animus domini;
Boa-fé (em determinados casos);
Justo título.
POSSE “PRO DIVISO” E POSSE “PRO INDIVISO”
Posse pro indiviso: se os compossuidores tem posse somente de partes da coisa. é a posse materialmente localizada dentro da composse. 
Posse pro diviso: cada um se localiza em partes determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato. Cada compossuidor poderá mover ação possessória contra o outro compossuidor que o moleste no exercício de seus direitos, nascidos daquela situação de fato. É a posse de partes ideais da coisa objeto de composse. 
EFEITOS DA POSSE
Efeitos da posse: art. 1210 a art. 1222 CC/02
Importa se a posse é de boa-fé ou se a posse é de má-fé. 
•Frutos: Frutos vs. Produtos vs. Pertences vs. Benfeitorias (Revisão lá do Direito Civil I) 
Essas classificações são importantes pois são efeitos da posse e determina uma série de consequências. 
Estão dentro de bens acessórios.
O que é um fruto? O que é um produto? Os frutos são bens acessórios pois vem de um bem principal, assim como os produtos. O fruto é algo que renova, não trazendo prejuízo pra o bem principal. Os produtos trazem prejuízos ao bem principal, não renovando. 
Exemplo de Fruto: Árvore de Manga. 
Exemplo de Produto: Extração de Minério. 
Os frutos também são classificados de acordo com a sua espécie. Naturais ou Civis ou Industriais. 
•Naturais: decorrem naturalmente do bem. (Ex: Manga);
•Civis: Decorrem da exploração econômica do bem (Ex: aluguel, juros); 
•Industriais: decorrem da intervenção humana para acontecer. Ideia de produção (Ex: sapato). 
Momento de percepção dos frutos: Pendentes ou Colhidos ou Colhidos por Antecipação ou Perscipiendos ou Estantes. 
•Pendente: aquele que ainda está unido a coisa, não foi separado; 
•Colhido: aquele que já foi separado da coisa. Separado da coisa no tempo certo; 
•Colhidos por Antecipação: separado da coisa antes da hora; 
•Perscipiendos: aqueles frutos que deveriam ter sido colhidos mas ainda não foram; 
•Estantes: aqueles que já foram separados e armazenados. 
Pertença: (art.93 CC/02) é o bem acessório que não sendo parte integrante da coisa destina-se ao seu uso. (Ex: móvel dentro de casa, trator numa fazenda)
Benfeitoria: é o melhoramento que se faz na coisa que se faz parte integrante da mesma. Traz um melhoramento. Elas também podem ser classificadas: necessária, útil ou voluptuária. 
•Benfeitoria Necessária: se não o fizer leva o perecimento do bem. Ex: Telhado em casa
•Benfeitoria útil: melhora a utilização do bem. Ex: garagem em uma casa 
•Voluptuária: Serve para volúpia, apenas para embelezamento, sem necessidade. Ex: Farol xênon num carro, um teto solar. 
Cuidado com o exemplo da piscina: num clube ela é uma benfeitoria necessária, na academia ela é útil, em casa ela pode ser voluptuária. 
•Efeitos dos Frutos: art. 1214 CC/02 – Boa-fé / art. 1216 CC – má-fé. 
(Art. 1.214 CC/2002) O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. § único: Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Se tem um possuidor de boa-fé os frutos devem ser indenizados? Depende. Via de regra os frutos colhidos de boa-fé não devem ser indenizados. Em relação os frutos percebidos, o possuidor não tem que devolver. 
Os frutos colhidos, mesmo boa-fé, por antecipação devem ser ressarcidos. 
(Art. 1215 CC/2002): se é um fruto civil entende-se que eles são colhidos todos os dias. 
(Art. 1215 CC/2002) E o possuidor de má-fé? Ele não tem direito aos frutos percebidos. A má-fé sai muito cara para a parte. 
Mas tem direito as despesas de manutenção de custeio ele tem, para não gerar o enriquecimento sem causa da outra parte. Muito importante isso. 
• Efeitos dos Produtos: art. 884 a art. 886 CC/02 
Independente de boa-fé ou má-fé o produto deve ser indenizado por causa do ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. 
Benfeitoria: são melhorias que são feitas em coisas já existentes. Elas podem ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias.
Efeitos da posse-benfeitorias
O critério que usamos para avaliar a boa ou má-fé é o subjetivo.
Benfeitoria x acessão
Acessão, diferente da benfeitoria, é a criação de coisa que não existe em um bem. A acessão é uma nova edificação. Por exemplo, compro um terreno vago e lá construo uma casa, isso é uma acessão. Outro exemplo, compro uma casa e faço uma reforma nela, isso é benfeitoria. 
Em termos de consequências, aplica-se as mesmas regras para os dois dispositivos. Não é no cc/2002 regras específicas para a acessão. A diferença fica, portanto, apenas teórica.
Boa-fé – art. 1219 cc
O possuidor de boa fé tem direito de ser ressarcido pelas benfeitorias úteis e necessárias e de levantar as benfeitorias voluptuárias desde que isso não cause o perecimento do bem.
	Benfeitorias
	
	Possuidor de boa-fé
	Possuidor de má-fé
	Necessárias
	Indenização**
Direito de retenção
	Indenização
Não tem direito de retenção***
	Úteis
	Indenização**
Direito de retenção
	Não indeniza
	Voluptuárias
	Não indeniza, mas pode levantar (pegar de volta)*
	Não indeniza
* não pode trazer um dano estrutural para o próprio bem.
** direito de permanecer na posse do bem até que ele seja indenizado por isso
Contrato de locação: o locatário tem direito de indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias. (lei de locação de 1991). Em relação às benfeitorias úteis, o locatário terá direito de indenização e retenção apenas se estiver AUTORIZADO.
*** Ou seja, não pode ficar na posse do bem enquanto não for indenizado, terá que aguardar essa indenização fora do bem.
Má-fé – art. 1220 cc, art. 1222 cc
1220: O possuidor de má-fé tem direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias
1222: O possuidor de má-fé quando for indenizado, poderá ser pelo preço atual da benfeitoria ou pelo preço à época da sua indenização.
Responsabilidade por perda ou deterioração: estou na posse de um bem e alguém me reivindica esse bem. Só que o bem se perdeu ou deteriorou.
Boa-fé – art 1217 cc
Estando o possuidor de boa-fé, a responsabilidade é subjetiva. Ou seja, depende de dolo (intenção) ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia). Se não houver dolo ou culpa, não há que se falar em deteriorização.
Má-fé – art. 1218 cc
A responsabilidade será objetiva. Isso quer dizer que independe de dolo ou culpa. O possuidor de má-fé responde, inclusive, nos casos sem culpa. A indenização sempre acontece. 
Exceção: se o possuidor de má-fé conseguir comprovar que a perda ou deteriorização fosse acontecer mesmo estando na posse do reivindicante, não há que se falar em indenização. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
 
Compensação de danos – art. 1221 cc
Questão de economia processual. Aquilo que o possuidor de boa-fé fez de benfeitoria necessária ou útil pode ser compensada com os danos. Já o possuidor de má-fé só poderá compensar com relação às benfeitorias necessárias.
Proteção possessória
Autotutela da posse (art. 1210 §1º cc): é quando protegemos nossa posse através do uso da nossa própria força, não é feita requisições ao poder judiciário.
Legítima defesa: com o exercício da força o possuidor impedee perda da posse atual ou iminente. Respeitando os direitos subjetivos, ou seja, utilizando-se apenas dos meios necessários e adequados.
Desforço imediato: quando você já perde a posse mas de forma iminente você vai persegui-la para reaver a posse do bem. 
A proteção possessória vai acontecer para se proteger de:
Ameaça: é a iminência da perda da posse.
Turbação: o uso da posse é atrapalhado. Não houve ainda uma perda.
Esbulho: é a perda total da posse.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Ações possessórias (interditos possessórios) – art. 554 CPC
É quando requisitamos o poder judiciário para dirimir o poder sobre a posse.
Art. 554.  A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Interdito proibitório – controlar a ameaça. O juiz vai decidir com obrigação de não fazer. Cessa uma ameaça com uma ameaça do judiciário, sob pena de indenização.
Manutenção de posse – turbação: existe para ter a posse livre e desimpedida.
Reintegração de posse – esbulho: para exigir a posse de volta.
Invasão parcial: o entendimento majoritário da jurisprudência é que, em caso de invasão parcial a ação cabível é a de reintegração de posse e não de manutenção de posse.
Princípio da fungibilidade ou instrumentalidade das formas
Posse nova e posse velha – art 528
DOS EFEITOS DA POSSE
São as consequências jurídicas produzidas pela posse em virtude de lei ou norma jurídica e a distinguem da mera detenção.
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA:
Autodefesa: o possuidor pode manter ou restabelecer a situação de fato pelos seus próprios recursos
Legítima defesa: quando o possuidor se acha presente e é turbado no exercício de sua posse, pode reagir, fazendo uso da defesa direta. A situação se assemelha à da excludente prevista no Código Penal.
Desforço imediato (autotutela, autodefesa, ou defesa direta): quando a hipótese é de esbulho, tendo ocorrido a perda da posse.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
“por sua própria força”: significa sem apelas para autoridade, para a polícia ou para a justiça.
ATENÇÃO!!! A legítima defesa não se confunde com o desforço imediato. Este ocorre quando o possuidor, já tendo perdido a posse (esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa. a primeira somente tem lugar enquanto a turbação perdurar, estando o possuidor na posse da coisa. O desforço imediato é praticado diante do atentado já consumado, mas ainda no calor dos acontecimentos. 
Pode o guardião exercer sua autodefesa, em benefício do possuidor ou representado. Embora não tenha o direito de invocar, em seu nome, a proteção possessória, não se lhe recusa, contudo, o direito de exercer a autoproteção do possuidor, consequência natural do seu dever de vigilância. 
“os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”: 
É preciso que a reação se faça logo, imediatamente após a agressão.
Os meios empregados devem ser proporcionais à agressão.
Conceito de turbação: é a perturbação da posse. Diminuição. Embaraço à posse, mas não há sua perda.
Conceito de esbulho: é a perda total da posse. Ato que importa na impossibilidade do exercício da posse pelo possuidor.
Invocação dos interditos (ações possessórias): criada especificamente para a defesa da posse (heterotutela).
Manutenção
Reintegração 
Interdito proibitório
Legitimação ativa:
560, CPC: exige-se a condição de possuidor para a propositura dos interditos, mesmo que não tenha título. Portanto, o detentor NÃO TEM LEGITIMIDADE. Nem o nascituro, a quem se atribui a mera expectativa de direito.
Os possuidores diretos e indiretos tem ação possessória contra terceiro, e também um contra o outro.
Legitimação passiva:
Do autor da ameaça, turbação ou esbulho 
CPC/2015. Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
CPC/2015. Art. 567.  O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Do curador, pai ou tutor, se a turbação e o esbulho forem causados por amental ou menor;
O legitimado passivo será encarregado de sua vigilância (curador, pai ou tutor), a quem competirá responder por autoria moral, se, tendo conhecimento do ato, não tiver recolocado as coisas no statu quo ante, voluntariamente, ou por culpa in vigilando.
Terceiro que recebeu coisa esbulhada sabendo o que o era (má-fé)
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Herdeiro a título universal ou causa mortis, porque continua de direito a posse de seu antecessor;
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
 Já o sucessor a título singular somente estará legitimado para responder à ação de reintegração de posse se recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Pessoa jurídica de direito público ou privado do ato molestador 
CPC/2015. Art. 562.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único.  Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Pessoa de direito privado: legitimada passivamente para ação se é autora do ato molestador, não o seu gerente, ou diretor, se estes não agiram em nome próprio.
Pessoa de direito público: contra ela pode até ser deferida medida liminar, desde que sejam previamente ouvidos seus representantes legais.
ATENÇÃO!!! Quando o Poder Público desapossa alguém sem o processo expropriatório regular, não há dúvida de que pratica esbulho. A jurisprudência, porém, ao fundamento de que a obra pública não pode ser demolida e de que ao proprietário nada mais resta, vem convertendo os interditos possessórios em ação de indenização, denominada desapropriação indireta.
Essa conversão, todavia, deve ocorrer somente se houve pedido alternativo de indenização e se o apossamento está consumado, sendo o imóvel empregado realmente em obra pública. Caso não tenha sido formulado o pedido alternativo, é de se proclamar a carência de ação movida contra o Poder Público, ante a intangibilidade da obra pública, máxime quando já ultimada, por pertinente, a desapropriação indireta.
No entanto, é perfeitamente cabível ação possessória contra o Poder Público quando este comete atentado à posse dosparticulares, agindo more privatorum, isto é, como qualquer particular, e não para realizar obra pública. Tem-se entendido, contudo, que o particular, nestes últimos casos, deve reagir prontamente, pois não mais poderá pretender interditar a obra se já estiver construída ou em construção, nada mais lhe restando então que pleitear a respectiva indenização.
De pessoa que ordenou a prática do ato molestador
A ação pode ser proposta tanto contra o autor do ato molestador como quanto a quem ordenou a sua prática, ou contra ambos. Mesmo que o turbador proceda como representante legal ou convencional de outrem, e dentro dos limites do mandato, o possuidor molestado não é obrigado a saber que se trata de representação. A lei não desampara o representante, porque sempre lhe fica aberto o recurso e nomeação à autoria da pessoa em cujo nome praticou a turbação. Com maior razão terá legitimidade passiva se agiu por conta própria, fora e além dos limites do seu mandato.
CONVERSÃO DE AÇÃO POSSESSÓRIA EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
Permite-se que o possuidor possa demandar a proteção possessória e, cumulativamente, pleitear a condenação do réu nas perdas e danos.
CPC, 2015. Art. 555.  É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Parágrafo único.  Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
Quando a perda, destruição ou deterioração da coisa se dá após o ajuizamento da demanda, havendo pedido cumulado de indenização, o juiz é obrigado a tomar em consideração o fato novo e a ação deve ser tida como procedente apenas para o efeito de condenar o reu na indenização, em que se abrangem tanto os danos emergentes quanto os lucros cessantes, ou seja, em tal situação, o próprio valor da coisa objeto da posse.
CPC/2015. Art. 809.  O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
AÇÕES POSSESSÓRIAS NA TÉCNICA DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Fungibilidade dos interditos
Mihi factum dabo tibi jus: a parte expõe o fato e o juiz aplica o direito.
Se a ação cabível for a de manutenção de posse e o autor ingressar com ação de reintegração, ou vice-versa, o juiz conhecerá do pedido da mesma forma e determinará a expedição do mandado adequado aos requisitos provados. 
CPC/2015. Art. 554.  A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
O possuidor que se dirige ao juiz em busca de amparo contra ato ofensivo de sua posse pretende, em realidade, que a prestação jurisdicional paralise a ação hostil, quaisquer que tenham sido as consequências já produzidas, e as faça cessar. 
ATENÇÃO! O PRINCIPIO DA FUNGIBILIDADE É UMA EXCEÇÃO, POSSÍVEL SOMENTE À TRÊS AÇÕES POSSESSÓRIAS EM SENTIDO ESTRITO (MANUTENÇÃO, REINTEGRAÇÃO E INTERDITO PROIBITÓRIO). É proibido o julgamento extra petita, em virtude da natureza da tutela possessória, pois o pedido é a proteção possessória, embora esta possa assumir mais de uma forma.
CPC/2015. Art. 492.  É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Cumulação de pedidos
A cumulação é facultativa e pode ocorrer sem prejuízo do rito especial, embora os agregados ao possessório não tenham tal conteúdo. Se não foi formulado pelo autor ou pelo reu o pedido de condenação em perdas e danos, julgará ultra petita o juiz que decretar de ofício, pois não se pode tê-lo como implícito.
CPC/2015. Art. 555.  É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Caráter dúplice das ações possessórias
Reside na ideia de que, tomando um dos interessados a iniciativa do ajuizamento da ação, o outro o outros, ainda que julguem que o resultado lhes será favorável, ficam impedidos de deduzir pedido reconvencional. A peculiar feição da ação dúplice parte do princípio de que as pretensões dos interessados são convergentes e não divergentes, nenhum deles tendo interesse na manutenção ad aeternum da situação duvidosa, que pode vir a ser resolvida tanto a favor de um como a favor do outro indistintamente.
Não é necessária reconvenção! Se o reu julgar ofendido em sua posse, poderá formular na própria contestação os pedidos que tiver contra o autor.
CPC/2015. Art. 556.  É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Distinção entre juízo possessório e juízo petitório. A exceção de domínio.
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	Juízo possessório
	Juízo petitório
	A ação possessória é o meio de tutela da posse perante uma ameaça, turbação ou esbulho.
	É o meio de tutela dos direitos reais, de propriedade ou outro.
	nus possessionis(posse autônoma ou formal)
	Nus possidendi (posse causal)
	não adianta alegar o domínio porque só se discute posse
	A discussão versa sobre o domínio
CPC/2015. Art. 557.  Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
A vedação só prevalece se houver identidade de partes nas duas ações; não, portanto, se a ação de reconhecimento do domínio for intentada em face de terceira pessoa.
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•Caução (art. 559 CPC) 
Quando o juiz pede uma garantia para assegurar o juízo. 
Pode ser real ou fidejussória. A real é fundada no direito das coisas e a fidejussória é fundada no direito pessoal /obrigacional. 
Garantia Real: Penhor, hipoteca e anticrese. Hipoteca é quando se dá um imóvel de caução. 
Garantia Fidejussória: Quando uma pessoa garante a outra. Aval e fiança. 
Art. 559.  Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
O artigo 559 é uma novidade do CPC (a questão dos hipossuficientes de prestar caução) 
•Liminar (art.562 CPC); Tutela de urgência ou evidencia (art. 300 CPC) 
Ação possessória pelo rito especial (CPC 2015) garante o direito a liminar. Isso quer dizer que no procedimento especial eu manejo a ação possessória e a parte traz provas de que cumpre a função social o juiz não precisa ouvir a outra parte para dar o cumprimento provisório do pedido. Basta provar uma posse melhor que da outra parte. 
No procedimento comum pede tutela de urgência ou de evidencia, o que é mais complexo e exige junção de provas mais complexo. 
Art. 562.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Essa liminar na ação de forca nova (procedimento especial) pode ser “inauditera parte”: não precisa ouvir a outra parte, quando há provas suficientes. O juiz pode mandar cessar turbação ou mandar integrar a posse. 
•Audiência de Justificação (art. 563 CPC) 
O juiz designa uma audiência antes de citar o réu para o autor justificar o pedido liminar. Para que a parte fundamente seu requerimento. 
Art. 563.  Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logoexpedir mandado de manutenção ou de reintegração.
A audiência de justificação é inauditer a part. Não escuta a outra parte. 
•Audiência de Mediação de Conflitos (art. 565 CPC)
Novidade no CPC. 
Prevista para uma situação peculiar. Acontece em ações de força velha, que contam com pelo menos um ano e um dia. Cabe quando se tem desordem, quando muitas pessoas que invadem grandes áreas, são as invasões de grandes áreas (Ex: zonas rurais, favelas etc.) 
Geralmente envolve pessoas carentes, e o CPC tentou não judicializar as relações. Não é conciliação, é mediação. Mediação é uma coisa longa e geralmente o juiz suspende o processo para promover a mediação. 
Também é previsto que o juiz vá ao local, in loco. 
Art. 565.  No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o.
•Possuidor Aparente (art. 1211 CC) 
O código mantém na posse o possuidor aparente, principalmente na ação liminar. 
Se o juiz tiver dúvida, geralmente ele defere a posse ao possuidor aparente. Mudou completamente depois de 2002, pois antes do novo Código Civil deferia a posse a quem tinha propriedade 
• Ação de Dano INFECTO/ nunciação de obra nova/ Ação demolitória (art. 1280 CC) 
Tá dentro do Direito de Vizinhança. Trata-se de posses ou propriedades interligadas. 
Essas três ações podem ser manejadas tanto pelo proprietário quanto pelo possuidor. Elas não tem tratamento específico no CC. A ação de dano infecto é uma ação de dano iminente, o dano não aconteceu, mas tem a possibilidade dele acontecer. Pode-se fixar multa com intento de não acontecer o dano. 
Na nunciação de obra nova o dano já está acontecendo. Maneja a ação de nunciação para que cesse o dano que está prejudicando o imóvel. O objetivo dessa ação é embargar a obra. 
Se a obra já estiver pronta e causando dano, entra com ação demolitória.
DA AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE
Por que é importante demonstrar o momento da aquisição da posse para se pensar a perda da posse?
1º os vícios da posse decorrem da forma pela qual ela é adquirida, surgindo em seu momento inicial;
2º a posse é violenta ou clandestina em virtude de um vício contraído no momento de sua aquisição, e não em consequência de um fato posterior
3º é necessário apurar se transcorreu o lapso de ano e dia capaz de distinguir a posse nova da posse velha
4º marca o início do prazo de usucapião.
O nosso código adota a teoria de Ihering, pela qual a posse é o estado de fato correspondente ao exercício da propriedade, ou de seus desmembramentos, basta a lei prescrever que haverá posse sempre que essa situação se definir nas relações jurídicas.
1.204: “Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade”.
Modos originários de aquisição
Originário: Não há relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. É o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente convalesce. Adquire-se a posse por modo originário quando não há consentimento de possuidor precedente.
A posse apresenta-se isenta dos vícios que anteriormente a contaminavam.
Embora injusta perante o esbulhado, por exemplo, essa nova posse se apresentará, perante a sociedade, despida dos vícios de que era portadora nas mãos do esbulhado, depois do seu convalescimento.
Surge uma nova situação de fato, que pode ter outros defeitos, mas não os vícios anteriores.
1.207, segunda parte: trás uma exceção à regra de que a posse mantém o caráter com que foi adquirida, ao facultar ao sucessor singular unir a sua posse à de seu antecessor, para os efeitos legais.
Apreensão da coisa: 
Consiste na apropriação unilateral de coisa “sem dono”. Pela qual o possuidor passa a ter condições de dispor do bem livremente, excluindo a ação de terceiros e exteriorizando seu domínio. Recai sobre coisas sem dono porque foram abandonadas ou por não serem de ninguém, e sobre coisas de outrem, mesmo sem o consentimento deste.
Ocupação: apreensão em relação aos imóveis (1.263,cc)
Uso: deslocar para a órbita de influência do possuidor. Apreensão em relação aos móveis.
Exercício do Direito:
Se exterioriza na sua utilização econômica e consiste na manifestação externa do direito que pode ser objeto da relação possessória. Exemplo: servidão (passagem constante de água por terreno alheio, capaz de gerar a servidão de águas), uso (cultivo de um campo abandonado)
Disposição da coisa ou do Direito:
A disponibilidade é o ato mais característico da exteriorização do domínio.
Exemplo: se alguém dá em comodato coisa de outrem, tal fato que esta pessoa se encontra no exercício de um dos poderes inerentes ao domínio. Portanto, pode-se presumir que adquiriu a posse da coisa, visto que a desfrutava.
Modos derivados de aquisição da posse
Derivado: quando há anuência do anterior possuidor, como na tradição precedida de negócio jurídico. Neste caso, ocorre a transmissão da posse ao adquirente, pelo alienante.
O adquirente recebe todos os vícios da posse vinda das mãos do alienante.
Se desfrutava de uma posse violenta, clandestina ou precária, aquele a adquire com os mesmos defeitos. 
1.203: essa posse conservará o mesmo caráter de antes
1.206: adquirida por herdeiros ou legatários, por exemplo, mantém os mesmos vícios de antes.
TRADIÇÃO:
Pressupõe um acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer a título gratuito, como na doação, quer a título oneroso, como na compra e venda.
Nem sempre a tradição se completa com simplicidade, seja porque o objeto, pelo seu volume ou pela sua fixação, não permite o deslocamento, seja porque não há necessidade da remoção. Daí a existência de três espécies de tradição.
Real: quando envolve a entrega efetiva e material da ciosa. Pressupõe uma causa negocial. Possui os seguintes requisitos:
A entrega da coisa (corpus)
A intenção das partes em efetuar essa tradição, isto é, a intenção do tradens em transferir à outra parte a posse da coisa entregue e em relação ao accipiens a intenção de adquirir-lhe a posse.
A justa causa, requisito este entendido como a presença de um negócio jurídico precedente, fundamentando-a.
Simbólica: quando representada por ato que traduz a alienação, como a entrega das chaves do apartamento ou do veículo vendido. 
Fictícia: tem a finalidade de evitar complicações decorrentes de duas convenções, com duas entregas sucessivas. O possuidor mantém a apreensão da coisa (corpus) e altera o animus.
Constituto possessório (cláusula constituti): o possuidor possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio. Exemplo: proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário (artigo 1.267, parágrafo único).
No constituto possessório, aquele que detém a posse direta não é mais proprietário da coisa, possuindo-a em nome de outrem. Este, o adquirente do bem adquire a posse indireta pela cláusula constituti, pos não há entrega material da coisa.
Traditio brevi manu: em que o possuidor possuía em nome alheio e agora passa a possuir em nome próprio. Exemplo: locatário que compra o imóvel passando a ser proprietário.
SUCESSÃO
1.206: a posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. 
1.207: o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do seu antecessor, para os efeitos legais.
a. causa mortis
Sucessão universal: quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, fração ou parte-alíquota (porcentagem) dela. Pode ocorrer tanto na sucessão legítima ou como na testamentária.
Sucessão a título singular: o testador deixa ao beneficiário um bem certo e determinado, denominado legado, como um veículo ou um terreno, por exemplo. 
OBSERVAÇÕES:
A sucessão legítima é SEMPRE a título universal, porque

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