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01- Apostila-2

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Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
2 
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ 
 
Maria IZOLDA CELA de Arruda Coelho 
GOVERNADORA DO ESTADO DO CEARÁ 
 
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS 
 
SANDRO Luciano CARON de Moraes - DPF 
SECRETÁRIO DA SSPDS 
 
ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE 
 
Antônio CLAIRTON Alves de Abreu – CEL PM 
DIRETOR-GERAL DA AESP|CE 
 
NARTAN da Costa Andrade - DPC 
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE 
 
HUMBERTO Rodrigues Dias – CEL BM 
COORDENADOR DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE 
 
José ROBERTO de Moura Correia – TC PM 
COORDENADOR ACADÊMICO PEDAGÓGICO DA AESP|CE 
 
Francisca ADEIRLA Freitas da Silva – CAP PM 
SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE 
 
ALANA Dutra do Carmo 
ORIENTADORA DA CÉLULA DE ENSINO A DISTÂNCIA DA AESP|CE 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS POLICIAIS MILITARES - CFSD PM 
 
 
DISICPLINA 
Análise e Mapeamento de Ocorrências 
 
CONTEUDISTAS 
Leontino Egídio de Queiroz Neto 
Antônio Matheus Osterno Leitão 
 
FORMATAÇÃO 
JOELSON Pimentel da Silva – 1º SGT PM 
 
• 2022 • 
 
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
3 
SUMÁRIO 
 
 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS ................................................................................................................................. 4 
1. OBJETIVOS .................................................................................................................................................................................. 4 
2. ESTRUTURA DE ANÁLISE CRIMINAL NA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO CEARÁ .......................... 4 
3. ESTATÍSTICA ................................................................................................................................................................................ 5 
3.1 Conceitos Básicos ................................................................................................................................................................. 5 
3.2 Séries Estatísticas ................................................................................................................................................................. 5 
3.4 Estatística Descritiva............................................................................................................................................................. 8 
4. ANÁLISE CRIMINAL ..................................................................................................................................................................... 8 
4.1 Análise Criminal ................................................................................................................................................................... 8 
4.2 Tipos de análise criminal ...................................................................................................................................................... 9 
5. MAPEAMENTO CRIMINAL ........................................................................................................................................................ 11 
5.1 Área Integrada de Segurança ............................................................................................................................................. 11 
5.2 Sistema Tecnológico para Acompanhamento Territorial de Unidades de Segurança ........................................................ 12 
6. PREENCHIMENTO E COLETA DE DADOS ................................................................................................................................... 13 
6.1 Meios de Coleta ................................................................................................................................................................. 13 
6.2 Tratamento e padronização de dados ................................................................................................................................ 14 
7. OCORRÊNCIAS E SEUS TIPOS .................................................................................................................................................... 14 
8. INDICADORES DE SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................................................. 15 
8.1 Indicadores da SSPDS ......................................................................................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................................ 16 
 
 
 
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
4 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
1. OBJETIVOS 
 
A disciplina administrada tem como objetivo geral 
proporcionar aos agentes da segurança pública as 
competências necessárias à prática da comunicação do 
cotidiano operacional e o uso das principais tecnologias 
disponíveis. 
Além disso, a disciplina tem como objetivos 
específicos promover a compreensão sobre a importância da 
coleta de dados para o subsídio do planejamento das ações 
que ocorrerão em determinada área; abordar a coleta de 
dados de maneira técnica e com ferramentas adequadas, 
favorecendo, assim, análises mais rápidas e com maior grau 
de precisão; e, por fim, auxiliar o trabalho dos agentes com 
relação ao planejamento de operações utilizando os 
conhecimentos que foram adquiridos durante a disciplina. 
 
2. ESTRUTURA DE ANÁLISE CRIMINAL NA SECRETARIA DE 
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO CEARÁ 
 
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social 
(SSPDS), antes denominada Secretaria de Segurança Pública 
e Defesa da Cidadania (SSPDC), foi criada em 16 de Maio de 
1997, através da Lei Estadual nº 12.691 e, posteriormente, 
renomeada como SSPDS pela Lei 13.297 em 7 de Março de 
2003. 
A SSPDS tem a missão de zelar pela ordem pública e 
pela incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
coordenando, controlando e integrando as ações da Polícia 
Civil do Estado do Ceará (PCCE), da Polícia Militar do Ceará 
(PMCE), do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará 
(CBMCE), da Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE), 
da Academia Estadual de Segurança Pública (AESP) e da 
Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança 
Pública (SUPESP). 
A SUPESP é a mais recente vinculada à SSPDS, tendo 
sido criada em 22 de Maio de 2018, pela Lei de nº 16.562. 
Essa superintendência possui a missão de realizar pesquisas, 
estudos, projetos estratégicos e análise criminal para o 
fortalecimento da formulação das políticas públicas de 
segurança pública. 
Em sua estrutura organizacional, a SUPESP conta com 
a Diretoria de Estratégia de Segurança Pública (DIESP), a 
Diretoria de Pesquisa e Avaliação de Políticas de Segurança 
Pública (DIPAS), a Gerência de Estatística e 
Geoprocessamento (GEESP) e a Gerência Administrativo-
Financeira (GEFIN). Sendo, DIESP, DIPAS e GEESP órgãos de 
execução programática e GEFIN, órgão de execução 
instrumental. 
A GEESP tem como principais competências a 
realização da gestão de dados, realização de 
geoprocessamento de dados criminais com a produção de 
mapas e demais cartografias, mapeamento dos locais do 
território cearense com maior incidência de crimes, entre 
outras. Além disso, a GEESP é a única instância responsável 
pela divulgação dos dados estatísticos da SSPDS, de acordo 
com a portaria nº 1229/2019-GS. 
Figura 01 – Portaria nº 1229/2019-GS. 
 
 
Fonte: Diário Oficial do Estado do Ceará (DOECE) p.71, 19 de Julho 
de 2019. 
 
A GEESP, ainda, realiza a divulgação interna de dados, 
para que os gestores possam acompanhar os índices, além 
de realizar a divulgação pública dos dados de segurança, 
principalmente,através do site da SSPDS e da SUPESP, onde 
é possível encontrar dados referentes a Crimes Violentos 
Letais Intencionais (CVLI), Crimes Violentos Contra o 
Patrimônio (CVP), furtos, entre outros, organizados em 
planilhas com publicações diárias, painéis estáticos e 
dinâmicos. Além de ser possível solicitar dados estatísticos 
através do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), 
disponível em: https://www.sspds.ce.gov.br/acesso-a-
informacao/. 
A SSPDS conta com diversas tecnologias úteis em todo 
o processo de análise e mapeamento criminal, são essas; 
 
SPORTAL: Sistema de consulta de ocorrência 
vinculado diretamente ao banco de dados da Controladoria 
Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), que conta 
com diversos recursos além informações sobre a situação 
das viaturas; 
STATUS: Sistema de elaboração de manchas e bordas 
criminais a partir de pontos georreferenciados, conta com os 
indicadores de CVLI, CVP e outras ocorrências de interesse; 
PLANILHA DE CONTROLE E PREENCHIMENTO CIOPS: 
Planilha dinâmica de preenchimento manual das ocorrências 
CIOPS e outra planilha de consulta histórica de ocorrências 
registradas na planilha, o acesso à planilha de consulta é 
concedido pela SUPESP por meio de Ofício (Processo 
Interno); 
 
 
https://www.sspds.ce.gov.br/acesso-a-informacao/
https://www.sspds.ce.gov.br/acesso-a-informacao/
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
5 
CEREBRUM: Ferramenta de consulta de BIG DATA, ou 
seja, integra vários bancos de dados e permite consultas 
interativas simultâneas, incluindo RG, CNH, veículo, cadastro 
prisional e outros; 
GALILEU: Sistema de consulta aos laudos da Perícia 
Forense com os dados da vítima, imagens e laudos técnicos; 
SIP/SIP3W: Sistema da Polícia Civil de consulta de 
procedimentos, vítimas e acusados; 
ROTAS: Ferramenta de auxílio, gerenciamento e 
monitoramento de viaturas, inclusive das não conectadas; 
 
3. ESTATÍSTICA 
 
3.1 Conceitos Básicos 
 
População: é um conjunto de indivíduos ou objetos 
que apresentam pelo menos uma característica em comum. 
Exemplo: habitantes de um determinado local (população 
brasileira); estudantes de uma universidade. 
 
Censo: é uma coleção de dados relativos a todos os 
elementos de uma população. Exemplo: recenseamento 
demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). 
 
Amostra: é uma coleção de dados relativos a uma 
parte da população que representa, ou seja, é uma pequena 
parte do grupo examinado. É utilizada, na maioria das vezes, 
por causa da impossibilidade e dos custos de coletar 
informações de todos os elementos da população. Exemplo: 
coleta de sangue para realizar exame; pesquisa de intenção 
de voto. 
No estudo censitário, as informações sobre a 
população são exatas, enquanto no estudo amostral, as 
informações sobre a população são aproximadas. Há perda 
de precisão neste último caso que está diretamente ligada ao 
tamanho da amostra tomada. Quanto maior o tamanho 
amostral, mais próximo o subconjunto estará da população 
como um todo e, assim, maior a precisão. No entanto, 
também maiores serão os custos associados a tal coleta. 
 
Variáveis: são objetos que servem para guardar 
informações e permitem dar nomes a cada uma das partes 
da informação que queremos guardar, ou seja, são 
características que são medidas, controladas ou manipuladas 
em uma pesquisa. Uma variável pode assumir qualquer 
conjunto de valores que lhe são atribuídos. Exemplo: Tipo de 
crime; escolaridade; gênero; idade; quantos crimes a vítima 
sofreu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 – Tipos de Variáveis. 
 
 
Fonte: 
https://veterinariaexemplar.wordpress.com/2018/08/23/bioestatistic
a-variaveis/. Acessado em: 17/01/2022. 
 
Estatística descritiva: são técnicas analíticas utilizadas 
para resumir e apresentar os dados de uma pesquisa, 
visando descrevê-las. Exemplo: tabelas; gráficos; mapas; 
entre outros. 
O trabalho de análise estatística resulta da execução 
de quatro etapas dispostas em coleta de dados, crítica de 
dados, apresentação de dados (através da elaboração de 
tabelas, gráficos e mapas) e análise dos dados. 
 
3.2 Séries Estatísticas 
 
Constitui uma coleção de dados estatísticos referidos 
a uma mesma ordem de classificação, ou seja, uma 
sequência de números que se refere a certa variável. 
Exemplo: Número de CVLI nos últimos 10 anos. 
 
Três são os fatores básicos que a constituem: 
 
Época – fator temporal ou cronológico que se - refere 
ao fenômeno analisado. (Exemplo: ano, mês, dia); 
Local – fator espacial ou geográfico onde o fenômeno 
acontece. (Exemplo: Estado, cidade, bairro, Área Integrada 
de Segurança - AIS); 
Fenômeno – espécie do fator que é descrito 
(Exemplo: natureza do crime). 
Citamos aqui, três tipos de séries estatísticas nos 
subtópicos a seguir. 
Série temporal (cronológica, histórica, evolutiva): 
Uma série temporal é um conjunto de observações tomadas 
em tempos determinados, comumente, em intervalos iguais. 
Identifica-se pelo caráter variável do fator cronológico. Tem 
como objetivo verificar a existência de tendências, 
sazonalidade (ciclos), além da identificação de padrões do 
fenômeno no tempo (horas, dias, meses, anos). 
 
https://veterinariaexemplar.wordpress.com/2018/08/23/bioestatistica-variaveis/
https://veterinariaexemplar.wordpress.com/2018/08/23/bioestatistica-variaveis/
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
6 
Figura 03 – Vítimas de CVLI por mês no Ceará. 
 
 
Fonte: SIP/CIOPS/CGO/PEFOCE/GEESP/SUPESP/SSPDS 
 
Série geográfica (territoriais, espaciais ou de 
localização): Identifica-se pelo caráter do fator local. 
Descreve e visualiza distribuições espaciais, descobre 
padrões de associação espaciais e identifica observações 
atípicas. Pode avaliar a variação geográfica na ocorrência de 
um fenômeno, visando identificar diferenciais de risco e 
orientar a alocação de recursos. 
 
Figura 04 - Número de vítimas CVLI em Fortaleza, por 
AIS no 1º semestre de 2021. 
 
 
Fonte: SIP/CIOPS/PEFOCE/GEESP/SUPESP/SSPDS 
 
Série Específica (categórica ou por categoria): 
Identifica-se pelo caráter variável do fator fenômeno, 
enquanto o tempo e o local são fixos. 
 
Figura 05 – Tabela de vítimas de CVLI, por natureza, 
em 2021. 
 
 
Fonte: CVLI em https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/ 
Acessado em: 17/01/2022 
 
 
Quadro 01 - Síntese dos tipos de séries estáticas. 
 
SITUAÇÃO TEMPORAL GEOGRÁFICA ESPECÍFICA 
Parte 
Variável 
Época Local Fenômeno 
Parte Fixa Local e 
fenômeno 
Época e 
fenômeno 
Época e local 
 
3.3 Apresentação dos dados 
 
Tendo posse dos dados, o próximo passo é analisar, 
perceber padrões e extrair informações. Por vezes não é 
possível a extração de informações globais do fenômeno 
analisado devido a extensão do conjunto de dados. Tem-se 
como principal aliado contra essa perda de visão o uso de 
tabelas, gráficos e mapas, que sintetizam e organizam os 
dados a fim de passar a informação desejada, sem grandes 
prejuízos. 
 
Tabelas 
 
Uma tabela é uma representação realizada através de 
linhas e colunas, tantas quantas sejam necessárias. O 
objetivo da tabela é resumir um conjunto de observações, 
apresentando uma forma não discursiva de informações, 
representadas por dados numéricos e codificações, dispostos 
em uma ordem determinada, segundo as variáveis 
analisadas de um fenômeno. 
De acordo com a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), as tabelas apresentam os seguintes 
elementos: 
 
Título: Conjunto de informações, mais completas 
possíveis, que respondam às seguintes perguntas: O que? 
Quando? E onde? Localizado no topo da tabela, além de 
contar a palavra “Tabela” e sua respectiva numeração. 
 
Corpo: Conjunto de linhas e colunas que contêm 
informações sobre a variável em estudo. A substituição de 
uma informação da tabela pode ser feita pelos seguintes 
sinais: (...) informação écoletada, mas não está disponível; (-
) informação não coletada e (?) quando temos dúvida da 
validade da informação. 
 
Rodapé: Elementos complementares da tabela: a) 
Fonte: identifica o responsável (pessoa física ou jurídica) pela 
sistematização dos dados numéricos, b) Notas: é o texto que 
irá esclarecer de forma geral ou específica algum conteúdo 
da tabela, e c) Chamadas: símbolos remissivos atribuído a 
algum elemento de uma tabela que necessita de uma nota 
específica. 
 
 
 
 
 
 
https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
7 
Figura 06 – Vítimas de CVLI, por mês, em 2021 em 
Fortaleza 
 
 
Fonte: SIP/CIOPS/PEFOCE/GEESP/SUPESP/SSPDS 
 
Gráficos 
 
A construção de gráficos atende as mesmas 
finalidades da construção das tabelas, representar os 
resultados de forma simples, clara e verdadeira, demonstrar 
a evolução do fenômeno em estudo e observar a relação dos 
valores analisados. Os gráficos representam, dinamicamente, 
os dados das tabelas, sendo mais eficientes na sinalização de 
tendências. Deve-se optar por uma forma ou outra de 
representação dos dados, isto é, não utilizar tabela e gráfico 
para uma mesma informação. O gráfico bem construído 
pode substituir de forma simples, rápida e atraente, dados 
de difícil compreensão na forma tabular. A disposição dos 
elementos é idêntica à das tabelas. 
De acordo com a ABNT, os gráficos precisam 
apresentar os seguintes elementos: 
 
Título: Conjunto de informações, mais completas 
possíveis, que respondam às seguintes perguntas: O que? 
Quando? E onde? Localizado no topo do gráfico, além de 
contar a palavra “Gráfico” e sua respectiva numeração. 
Corpo: Representação gráfica da análise efetuada. 
Rodapé: Elementos complementares do gráfico: a) 
Fonte: identifica o responsável (pessoa física ou jurídica) pela 
sistematização dos dados numéricos, b) Notas: é o texto que 
irá esclarecer de forma geral ou específica algum conteúdo 
do gráfico, e c) Chamadas: símbolos remissivos atribuído a 
algum elemento do gráfico que necessita de uma nota 
específica. 
 
Os principais tipos de gráfico utilizados na análise 
criminal são: 
 
 
Gráfico de Colunas: Construção de retângulos 
dispostos verticalmente, separados por um espaço. É 
utilizado para quantidades pequenas/médias de itens. Os 
dados são quantitativos sobre diferentes variáveis, lugares 
ou setores e não dependem de proporções. Esses dados são 
indicados no eixo vertical, enquanto as divisões qualitativas 
apresentam-se no eixo horizontal. 
 
Figura 07 – Gráfico de CVLI, por gênero, entre 2015 e 
2021 em Fortaleza 
 
 
Fonte: CVLI em https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/ 
Acessado em: 17/01/2022 
 
Gráfico de Barra: conjunto de retângulos dispostos 
horizontalmente, separados por um espaço. É utilizado para 
os mesmos dados do gráfico de coluna. Os dados são 
indicados no eixo horizontal, enquanto as divisões 
qualitativas apresentam-se no eixo vertical. 
 
Figura 08 – Gráfico de CVLI, por dia da semana, de 
2015 a 2021 no Ceará 
 
 
Fonte: CVLI em https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/ 
Acessado em: 17/01/2022 
 
Gráfico em Setores ou Pizza: representação através 
de um círculo, por meio de setores, sendo muito utilizado 
quando pretendemos comparar cada valor de uma série com 
o seu total (proporção), em que todos os dados somados 
compõem o todo de um dado aspecto da realidade. Não é 
recomendado o uso de muitas dimensões. 
https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/
https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
8 
Figura 09 – Gráfico de CVLI, por turno, de 2021 no 
Ceará 
 
 
 
Fonte: CVLI em https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/ 
Acessado em: 17/01/2022 
 
Gráfico de Linhas: utilizado, principalmente, para 
representar séries temporais, para demonstrar o dado ao 
longo do tempo e indicado para demonstrar evoluções (ou 
regressões) que ocorrem em sequência para que o seu 
comportamento seja observado. 
 
Figura 10 - Gráfico de CVLI por mês/ano 
 
 
 
 
3.4 Estatística Descritiva 
 
A análise descritiva envolve técnicas para organizar, 
resumir e descrever os dados de uma pesquisa. 
Apresentamos, a seguir, os parâmetros mais usados para 
descrever os dados na análise criminal. 
Parâmetros para comparação relativa: proporção 
obtida a partir do cálculo de uma parte do conjunto sobre o 
seu total; porcentagem obtida a partir do cálculo das 
proporções, simplesmente multiplicando-se o quociente 
obtido por 100; razão obtida pelo resultado de um número A 
em relação a um número B; 
Distribuição de Frequência: forma de apresentar as 
frequências para os dados observados. A frequência pode 
ser absoluta (é o número de vezes que o valor de uma 
determinada variável é observado) e/ou relativa (é a razão 
da frequência absoluta pelo número total de observações e 
é, geralmente, expressa em percentagem); 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Vítimas de CVLI de 2009 a 2021, por AIS, 
em Fortaleza 
 
 
Fonte: SIP/CIOPS/PEFOCE/GEESP/SUPESP/SSPDS 
 
A análise descritiva conta, ainda, com diversas outras 
medidas, como medidas de tendência central (média, moda 
e mediana) e medidas de dispersão (variância, desvio padrão 
e amplitude). Além de medidas de correlação entre duas ou 
mais variáveis. Sendo todas essas medidas, também, úteis na 
análise criminal. 
 
4. ANÁLISE CRIMINAL 
 
4.1 Análise Criminal 
 
Analisar é averiguar, estudar ou explorar o problema 
com riqueza de detalhes. No contexto da análise criminal 
podem ser avaliados os seguintes aspectos: infratores, 
vítimas, outras pessoas que podem estar envolvidas, quando 
(tempo) e onde (local) ocorre o problema, características do 
ambiente, objetos envolvidos, consequências do problema, 
entre outros. Esta análise tem a finalidade de descobrir os 
padrões e tendências criminais, que gerem informação e 
conhecimento na busca de uma solução. 
 A análise criminal não se resume na apresentação de 
números absolutos de violência e criminalidade de uma 
determinada região para o conhecimento das autoridades ou 
gestores. Não se deve confundir Análise Criminal com 
estatística. A análise criminal utiliza os recursos oferecidos 
pela estatística e constitui uma metodologia voltada para a 
compreensão do fenômeno da criminalidade, com vistas à 
articulação de esforços, devidamente, distribuídos e 
aplicados, no sentido de favorecer a tomada de decisões, de 
forma eficaz, para a sua redução e controle. 
Assim, pode-se conceituar análise criminal como uma 
metodologia de produção de conhecimento, realizada 
através do conjunto de atividades de coleta, organização e 
interpretação de dados, buscando identificar a existência, o 
https://www.supesp.ce.gov.br/painel_dinamico/
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
9 
surgimento ou a evolução de padrões e tendências de 
crimes, objetivando subsidiar o planejamento estratégico e 
tático/operacional, a investigação criminal, e a pronta 
resposta dos demais órgãos vinculados à segurança pública 
no combate à criminalidade. 
De acordo com Silva (2015), cada parte, dentro do 
processo de Análise Criminal, prescinde da aplicação de 
ferramentas para obtenção de resultados. Outro aspecto 
relevante, contido na Análise Criminal, é a saída de 
“produtos” para utilização por parte de agentes que dirigem 
ou executam a atividade de segurança pública. Assim, a 
análise criminal pode ser compreendida, de forma simplista, 
como um processo. 
Bruce (2012) ressalta que a análise criminal informal é 
realizada por todos os policiais. Bruce (2012) destaca que, 
eles são capazes de fazer inferências sobre as ocorrências 
usuais que acontecem no perímetro territorial em que 
atuam. Cada policial em seu “posto” de serviço ou na sua 
função de investigação realiza a análise criminal simplificadade um evento criminoso. Por exemplo, é comum policiais 
que realizam o rádio patrulhamento saberem quais são os 
pontos onde se tem maior incidência de crimes e qual tipo 
de crime é mais recorrente. Para Bruce (2012), cada policial 
representa uma unidade de análise criminal. 
Potencialmente, cada agente é capaz de perceber o aumento 
ou diminuição da criminalidade ou saber as mudanças de seu 
perfil, quando compara as atividades criminosas ocorridas ao 
longo de sua trajetória de trabalho na Corporação. 
Segundo Gottleib (1994, apud Dantas e Souza) a 
análise criminal é um conjunto de processos sistemáticos 
direcionados para o provimento de informação oportuna e 
pertinente sobre padrões de crimes e suas correlações. 
Ainda de acordo com Gottleib (1994, apud Dantas e Souza), 
tais processos visam apoiar as áreas operacionais e 
administrativas no planejamento e distribuição de recursos 
com o objetivo de atuar na prevenção e repressão de 
atividades criminais, auxiliando no processo investigativo. 
Para Goldstein (1990), a análise criminal deve ser 
orientada pelo senso comum e raciocínio lógico, sabendo 
que, não existe, apenas, uma maneira de realizar análise 
criminal. Problemas específicos requerem análises 
específicas e que a análise requer criatividade e inovação, 
não sendo, necessariamente, complexa. 
Contudo, apesar da simplicidade, a análise criminal 
apresenta nuances e dificuldades, tais como: 
 
 Dificuldade de obtenção de dados; 
 Dificuldade para organizar os dados existentes; 
 Excesso de burocracia, falta de financiamento e 
atrasos tecnológicos; 
 Resistência da organização; 
 Resistência dos agentes policiais na adoção de 
táticas de solução de problemas; 
 Falta de suporte da gerência intermediária e 
superior; 
 Pressões ou interferências políticas; 
 Dados imprecisos, inconsistentes e não confiáveis; 
 Conflitos entre áreas internas; e 
 Ausência de dados disponíveis. 
Gottlieb (1994) estabelece correspondências 
relacionadas com análise criminal da seguinte forma: 
 
Análise Criminal: quem está fazendo o quê contra 
quem? 
Análise de Inteligência: quem está fazendo o que 
junto com quem? 
Análise de Operações: como a organização está 
utilizando seus recursos? 
Análise Investigativa: por que alguém está fazendo tal 
coisa? 
 
4.2 Tipos de análise criminal 
 
A análise criminal possui a missão de revelar com 
clareza as características do crime, criminalidade e questões 
conexas. Com isso, Magalhães (2007), destaca três grandes 
vertentes básicas do trabalho de análise criminal: 
 
 Análise criminal estratégica; 
 Análise criminal tática; e 
 Análise criminal administrativa. 
 
Análise criminal estratégica (ACE) 
 
Trata da atividade de produção do conhecimento 
voltado para o estudo dos fenômenos e suas influências a 
longo prazo. Dentre seus principais focos estão: 
 
 Formulação de políticas públicas; 
 Produção de conhecimento para redução da 
criminalidade; 
 Planejamento e desenvolvimento de soluções; 
 Interação com outras secretarias na construção de 
ações de segurança pública; 
 Direcionamento de investimentos; 
 Formulação do plano orçamentário; 
 Controle e acompanhamento de ações e projetos; 
e 
 Formulação de indicadores de desempenho. 
 Seu principal objetivo é trabalhar na identificação 
das tendências da criminalidade. 
 
Análise criminal tática (ACT) 
 
Trata da atividade de produção do conhecimento 
voltado para o estudo dos fenômenos e suas influências em 
médio prazo. Essa vertente estuda o fenômeno criminal, 
visando fornecer subsídios para os operadores de segurança 
pública que atuam diretamente “nas ruas”. Nesse sentido, o 
conhecimento é utilizado pelas polícias ostensivas e 
investigativas. Dentre seus principais focos estão: 
Produção de conhecimento para orientar as 
atividades de policiamento ostensivo nas ações preventivas e 
repressivas. Exemplo: Identificação de pontos quentes, 
correlacionando dia e horários críticos; e 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADticas_p%C3%BAblicas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criminalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criminalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criminalidade
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
10 
Produção de conhecimento para subsidiar a polícia 
investigativa nas soluções das ocorrências criminais, 
principalmente, na busca da autoria e materialidade dos 
delitos. 
Seu principal objetivo é trabalhar na identificação de 
padrões das atividades criminais, realizar análises dos 
padrões encontrados, visando identificar potenciais 
suspeitos, bem como, as condições de cometimento dos 
crimes. 
 
Análise criminal administrativa (ACA) 
 
Trata da atividade de produção do conhecimento 
voltada para o público-alvo. A atividade, nessa vertente, se 
assemelha à de um editor-chefe, pois tem o objetivo de 
selecionar os assuntos divulgados para cada cliente. Dentre 
seus principais focos estão: 
 
 Fornecimento de informações sumarizadas para 
seus diversos públicos – cidadãos, gestores 
públicos, instituições públicas, organismos 
internacionais, organizações não-governamentais 
etc.; 
 Elaboração de estatísticas descritivas; 
 Elaboração de informações gerais sobre 
tendências criminais; 
 Comparações com períodos similares passados; e 
 Comparações com outras cidades similares. 
 Seu principal objetivo é trabalhar as estatísticas 
criminais de forma descritiva, visando um público-
alvo. 
 
Operacionalização da análise criminal 
 
A operacionalização da Análise Criminal envolve a 
formulação de um quadro de compreensão sobre o 
problema analisado, buscando identificar suas causas. Esse 
quadro é responsável por criar os subsídios necessários para 
o processo de tomada de decisão quanto às estratégias 
adotadas para solucionar o problema. 
De acordo com fatores determinantes da incidência 
da criminalidade, estudaremos as correntes mais 
importantes na estruturação do trabalho a ser feito pelo 
analista criminal, análise e interpretação dos dados 
apresentados. 
Em um trabalho de Análise Criminal pode ser usada a 
abordagem ecológica ou criminologia ambiental, que é a 
tentativa de se fazer um mapeamento para visualizar a 
distribuição espacial de um determinado fenômeno. Visando 
identificar os padrões de motivação do ofensor, as 
oportunidades que existem para a ocorrência do crime, os 
níveis de proteção para as vítimas no evento criminoso, e o 
meio ambiente no qual o evento ocorreu. A abordagem 
ecológica apresenta diversas correntes teóricas, contudo 
nesta apostila serão abordadas as seguintes: 
 
 
 
 
A Teoria das Atividades Rotineiras: Foi, inicialmente, 
proposta por Lawrence Cohen e Marcus Felson os quais 
estabeleceram que o crime predatório ocorria quando um 
provável infrator e um alvo adequado convergem no mesmo 
tempo e lugar, sem a presença de um guardião capacitado 
(VITO; HOLMES; MAAHS; 2007). Nessa teoria se originou o 
triângulo de análise do crime em que cada lado representa o 
infrator, o alvo e o local. 
 
Figura 12 – Triângulo do crime 
 
 
A Teoria das janelas quebradas: A teoria das janelas 
quebradas pode ser sumarizada na ideia de que, se uma 
janela de um edifício for quebrada e não receber logo 
reparo, a tendência é que passem a jogar pedras nas outras 
janelas e, posteriormente, passem a ocupar o edifício e 
destruí-lo. Suas bases teóricas foram estabelecidas na escola 
de Chicago por James Q. Wilson e George Kelling. Uma 
estratégia de êxito para prevenir o vandalismo, dizem os 
autores do estudo, é resolver os problemas quando são 
pequenos. Reparar janelas quebradas em pouco tempo, 
dizem os autores, e ver-se-á que os vândalos terão menos 
probabilidade de estragar mais. A teoria faz duas afirmações 
principais: que o crime de pequena escala ou 
comportamento antissocial é diminuído, e que o crime de 
grande escala é, como resultado, prevenido. 
 
Finalidade da análise criminal 
 
Conforme osconceitos acima se pode afirmar que a 
finalidade da Análise Criminal, de uma forma abrangente, é 
estabelecer correlações para detecção de padrões criminais, 
como, data, hora e característica do local onde ocorre o 
crime, perfil das vítimas de interesse aos criminosos, perfil 
dos autores, modus operandi, dentre outros fatores 
significativos que podem contribuir para identificação de um 
padrão de uma determinada atividade criminosa. 
Os resultados dessa análise são imprescindíveis para 
as atividades policiais, pois favorecem a tomada de decisões, 
o planejamento estratégico e operacional, possibilitando 
uma melhor distribuição de recursos. 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Chicago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Chicago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Chicago
https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Q._Wilson
https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Kelling
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vandalismo
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ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
11 
5. MAPEAMENTO CRIMINAL 
 
O mapeamento criminal é uma estratégia para análise 
do crime, que surgiu com a necessidade de se identificar 
graus de incidência e variações de ações violentas, em 
determinadas áreas. Essa estratégia vem permitindo que as 
agências de inteligência e de combate às ações criminosas 
especifiquem medidas de contenção e permitam o 
desenvolvimento de modelos de simulação, que auxiliam em 
seus planejamentos de ações estratégicas para combate ao 
crime. 
 
 
De acordo com Harris (1999 apud NETO, 2014), com o 
avanço dos anos e criação de órgãos de segurança 
específicos responsáveis por prover a segurança da 
população, surgiram novos métodos capazes de auxiliar na 
prevenção de crimes, seja através do patrulhamento 
ostensivo de determinada região ou por meio da inteligência 
policial. Até algum tempo atrás, era comum que as 
autoridades policiais utilizassem ferramentas rudimentares e 
pouco usuais, como por exemplo pregar mapas gigantescos 
nas paredes das delegacias/batalhões e utilizar alfinetes para 
georreferenciar os pontos de maior ocorrência criminal. 
De acordo, ainda com Harris (1999), os mapas de 
alfinetes, embora fossem úteis e capazes de mostrar os locais 
de ocorrências criminais, apresentavam enormes limitações. 
Como exemplo de uma das maiores limitações que esse 
método apresentava, temos o fato de que, na medida em 
que os dados eram atualizados, os padrões de criminalidade 
anteriores eram perdidos. Os dados brutos podiam ser 
arquivados, contudo os mapas, não. O mapeamento feito 
dessa forma pode ser considerado, então, como estático, ou 
seja, não eram possíveis de serem manipulados ou 
investigados. Atualmente, com o avanço da tecnologia, 
tornou-se possível a criação de mapas de alfinetes virtuais, 
além do surgimento de outras técnicas de mapeamento mais 
sofisticadas, capazes de se integrarem. Podemos citar o 
Sistema de Informação Geográfica (SIG) como um dos 
grandes marcos da era moderna do mapeamento criminal 
(HARRIS, 1999). 
Segundo Keith Harris, em sua obra “Mapeamento 
Criminal: Princípios e Práticas" (1999), o mapeamento da 
criminalidade deriva da necessidade do homem de 
combater, efetivamente,. Assim, para que o mapeamento 
criminal possa ser definido faz-se necessário conhecimentos 
de cartografia e criminologia. 
 
Dessa forma, é necessário elencar alguns conceitos 
básicos: 
Cartografia: Arte ou ciência de compor cartas 
geográficas ou mapas (AURÉLIO, 2000). 
Geoprocessamento: Denota a disciplina do 
conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e 
computacionais para o tratamento da informação geográfica 
e que vem influenciando de maneira crescente as áreas de 
Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, 
Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional 
(CÂMARA, 2001). 
Georreferenciamento/Georreferenciação: 
 
Codificação da Terra através de referências 
geográficas passíveis de serem entendidas por 
computadores, ou seja, “uma informação espacial na forma 
de texto, como endereços residenciais ou comerciais, pode 
ser representada em um mapa através da realização deste 
procedimento, que atribui à informação do endereço as 
coordenadas geográficas de um elemento no plano 
cartesiano nos eixos X e Y respectivamente” (PROCHNOW E 
OLIVEIRA apud NETO, 2014). 
A conversão desses dados tornou-se extremamente 
necessária para o mapeamento criminal, pois tornou possível 
a integração de diferentes informações referentes aos 
crimes, que são registrados em sistemas policiais específicos. 
Assim, por meio da utilização de softwares, passou a ser 
possível pontuar nos mapas, os locais onde ocorrem os fatos 
criminosos (NETO, 2014). 
Neto (2014), ainda, atenta que, para uma melhor 
utilização do mapeamento criminal é necessário saber que 
os crimes ocorrem, tanto no tempo quanto no espaço. 
Assim, o analista que, pretenda desenvolver um estudo 
sobre a delinquência, precisa atentar-se a dados estatísticos 
que compilem tanto a incidência criminal no espaço 
geográfico (locais onde o delito ocorreu), quanto o momento 
em que ocorreu (mês, semana, dia e horário). 
 
5.1 Área Integrada de Segurança 
 
Uma das estratégias adotadas pela SSPDS para o 
aperfeiçoamento de trabalhos policiais, periciais e 
bombeirísticos em território cearense é a delimitação do 
Estado em Áreas Integradas de Segurança (AIS), as quais são 
administradas por meio de uma gestão compartilhada entre 
as vinculadas da Secretaria. 
As AIS foram criadas em 2014, a partir do programa 
Em Defesa da Vida, por meio da Portaria nº 0908/2014-GS. 
Contando, inicialmente, com 18 AIS, sendo de 1 a 6 
localizadas em Fortaleza (capital do Estado), de 7 a 9 na 
Região Metropolitana de Fortaleza e, de 10 a 18 distribuídas 
no interior do Estado, estas dispostas em interior Norte e 
interior Sul. 
Atualmente, o Estado conta com um número maior 
de AIS, 25 no caso. Este aumento do número das Áreas 
Integradas de Segurança reflete uma busca constante das 
autoridades competentes por prover uma segurança mais 
eficiente para a população cearense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
12 
Figura 13 - Mapa das AIS 
 
 
Fonte: https://www.sspds.ce.gov.br/ais/. Acesso em: 19/01/2022. 
 
Uma consulta detalhada sobre cada AIS, pode ser 
encontrada no site da SSPDS/SUPESP, onde é possível 
encontrar informações referentes aos bairros/municípios 
que compõem cada AIS, bem como os seus representantes 
frente a policia militar, policia civil e corpo de bombeiros. 
 
5.2 Sistema Tecnológico para Acompanhamento 
Territorial de Unidades de Segurança 
 
O Sistema Tecnológico para Acompanhamento 
Territorial de Unidades de Segurança (STATUS) é uma 
ferramenta de inteligência analítica para dados criminais 
com vistas à tomada de decisões de gestores da segurança 
pública do Ceará. As principais funcionalidades do STATUS 
consistem no uso de estatísticas qualitativas das ocorrências 
importadas por semana, mês e ano; uso de cenários a partir 
de cadastros de indicadores criminais; apresentação visual 
do ambiente por meio da realização das análises de mapas; 
análise de estatísticas por principais tipos criminais, entre 
outros. 
O sistema foi desenvolvido no contexto do projeto 
Inteligência Científica e Tecnológica Aplicada à Segurança 
Pública, fomentado pela Fundação Cearense de Apoio ao 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP/CE) em 
parceria com a SSPDS, sob a gestão da SUPESP. Esta solução 
foi concebida e projetada por José Florêncio de Queiroz 
Neto, no contexto de sua tese de doutorado, tendo como 
objetivo principal a realização de análise de dados 
estatísticos sobre crimes no estado do Ceará, atendendo 
como público-alvo os gestores e tomadores de decisão da 
SSPDS. 
O STATUS é uma ferramenta do Estado do Ceará que 
possibilita a análise do mapeamento criminal de diferentes 
formas, como por exemplo a criaçãode Macro e Micro 
Territórios. O mapeamento do Macro Território consiste em 
observar os dados criminais em um determinado local, como 
cidades, regiões e AIS, de modo a aferir dados sobre a 
atuação criminosa na região analisada, buscando a melhor 
estratégia de combate à criminalidade no Macro Território. O 
Micro Território, analogamente ao Macro Território, se 
debruça a entender a criminalidade dentro de um 
determinado espaço físico, contudo esse espaço é menor do 
que no Macro Território, como por exemplo ruas, quadras e 
bairros. 
 
Figura 14 – Macro Território 
 
 
 
Figura 15 – Micro Território 
 
 
https://www.sspds.ce.gov.br/ais/
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ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
13 
Estas análises, para serem realizadas, utilizam técnicas 
estatísticas, KDE – Kernel Density Estimation (Densidade 
Estimada de Kernel) e MSKDE – Marching Square Kernel 
Density Estimation (Densidade Estimada de Kernel via 
Quadrados Marchantes). Estas técnicas consistem, 
basicamente, na observação de regiões de maior incidência 
criminal (zonas quentes/hot spots) e penalizam essas regiões 
a partir de um raio e uma porcentagem de densidade, 
definida pelo analista. 
 
6. PREENCHIMENTO E COLETA DE DADOS 
 
 A produção de estatísticas, voltada à análise e 
mapeamento criminal, é oriunda da combinação de 
diferentes fontes de dados. Dessa forma, a SSPDS conta com 
múltiplas fontes de dados, geridas, principalmente, por suas 
vinculadas e coordenadorias. 
 
6.1 Meios de Coleta 
 
Sistema de Informações Policiais 
 
O Manual De Procedimentos De Polícia Judiciária do 
Estado do Ceará, portaria normativa nº 578/2013 – 
SSPDS/GDGPC, no art 1º traz que, é competência da 
autoridade policial apurar infrações penais, cumprir os 
prazos legais e manter atualizados os registros de todas as 
atividades de polícia judiciária e investigativa. Para se fazer 
cumprir o art 1, o art 3, do mesmo manual, atenta que, os 
inquéritos policiais e demais atos procedimentais (termo 
circunstanciado de ocorrência, ato infracional e boletim de 
ocorrência) de atribuição da polícia judiciária, deverão ser 
elaborados no Sistema de Informações Policiais (SIP). 
O SIP, que se encontra em operação, atualmente, 
entrou em produção no ano de 2000, e ao longo de sua 
existência passou por várias atualizações, visando, sempre, 
atender às alterações conjunturais da Polícia Judiciária. O SIP, 
conta ainda, com uma versão na plataforma web, SIP3W, que 
possibilita o acesso remoto e foi desenvolvido pela 
Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação 
(COTIC). 
A versão web do SIP, SIP3W, foi um grande marco para 
a Polícia Judiciária do Ceará, uma vez que facilita todo o 
processo de atualização e melhoramento do sistema. No 
SIP3W, foi possível, ainda, acrescentar o BEO ADMIN 
(Boletim Eletrônico de Ocorrência da parte Administrativa), 
que é utilizado pela Delegacia Eletrônica, com uma interface 
que deixa as informações compactadas, facilitando, assim, a 
análise das ocorrências e agilizando todo o processo de 
validação dos boletins. 
As bases de dados SIP/SIP3W, mantidas pela Polícia 
Civil, são as fontes oficiais, e primárias, utilizadas na 
construção de estatísticas e indicadores de segurança do 
Estado. Contudo, alguns indicadores utilizam, além do 
SIP/SIP3W, fontes secundárias de dados, como as bases 
mantidas pela Coordenadoria Geral de Operações (CGO), 
Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança 
(CIOPS) e da Perícia Forense (PEFOCE). 
 
Figura 16 – SIP 
 
 
 
Coordenadoria Integrada de Operações de 
Segurança 
 
A Coordenadoria Integrada de Operações de 
Segurança (CIOPS), faz parte da SSPDS e, tem como, 
principal, função aprimorar os serviços de atendimento ao 
cidadão, através de um número único 190, proporcionando a 
segurança necessária a toda população alencarina, bem 
como também aqueles que visitam o nosso Estado. Sendo 
também este órgão responsável direto por toda a 
comunicação via rádio digital e rastreamento das viaturas 
operacionais (GPRS – Serviço Geral de Pacotes por Rádio e 
GPS – Global Position System) de todo o Estado do Ceará. 
A CIOPS vem durante esses anos integrando diversas 
instituições de atendimento emergencial, a saber: Polícia 
Militar do Ceará (PMCE), Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado do Ceará (CBMCE), incluindo a Coordenadoria 
Estadual de Defesa Civil do Ceará (CEDEC), Polícia Civil do 
Ceará (PCCE), Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE), 
Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), Defesa Civil de 
Fortaleza, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
(Samu), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros 
do Estado do Ceará (Sindiônibus), Autarquia de Trânsito e 
Cidadania de Fortaleza (AMC), Empresa de Transporte 
Urbano de Fortaleza (Etufor), Serviço de Verificação de 
Óbitos (SVO), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e 
Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). 
A CIOPS conta ainda, em sua estrutura organizacional, 
com diversos núcleos operantes, como: 
Núcleo de Teleatendimento: Responsável pelo 
recebimento da ligação e avaliação da necessidade do 
registro da ocorrência. Este núcleo atende através do canal 
190, contudo, os números 911, 112, 192 e 193 redirecionam 
as ligações ao núcleo; 
Núcleo de Despacho: Responsável por despachar e 
gerenciar as viaturas no atendimento das ocorrências, 
observando a natureza da ocorrência e a proximidade de 
cada viatura do endereço informado; 
 
 
 
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ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
14 
Núcleo de Estatística: Responsável por disponibilizar 
informações da CIOPS, como fornecimento de certidões, 
registros de ocorrências, coordenadas geográficas, entre 
outras. 
 
Núcleo de Comunicação: 
 
Todas as informações geradas através do canal de 
atendimento da CIOPS são armazenadas e, posteriormente, 
são utilizadas para geração de relatórios estatísticos úteis na 
análise e mapeamento criminal. A CIOPS conta ainda com o 
SPORTAL, um sistema de consulta de ocorrências ligado, de 
maneira direta, à sua base de dados. O SPORTAL fornece 
relatórios estatísticos, bem como informações sobre a 
localização e situação de cada viatura conectada. 
 
GALILEU 
 
A Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE) é um 
órgão técnico-científico vinculado à SSPDS, que possui 
independência Administrativa, Financeira e Patrimonial e 
exerce as atividades dos extintos Instituto de Identificação 
(II), Instituto de Criminalística (IC) e Instituto de Medicina 
Legal (IML), além de conter um Laboratório de Perícia 
Forense. 
A PEFOCE também dispõe de uma base de dados, na 
qual são armazenadas todas as informações sobre as perícias 
realizadas pelo órgão. Essa base é denominada Galileu. Com 
a utilização do Galileu, a custódia dos vestígios fica mais 
organizada e segura, pois, ao darem entrada na PEFOCE, os 
vestígios recebem um código identificador, QR code e lacre 
de segurança que são, facilmente, rastreáveis e monitorados 
internamente. Esses meios permitem ao gestor identificar, 
em tempo real, em qual etapa, determinada perícia, está ou 
se ela já foi concluída. Com o Galileu, ainda, os laudos 
também são assinados e liberados digitalmente para as 
delegacias. 
 
OUTRAS FONTES 
 
A SSPDS conta ainda com outras fontes de dados, 
internas e externas, como: Coordenadoria Geral de 
Operações (CGO), que reúne todas as ocorrências da CIOPS 
com as ocorrências dos interiores onde não há cobertura da 
CIOPS; SINDIÔNIBUS que contabilizam os roubos a coletivos 
(quando a empresa é a vítima, e não aos passageiros); 
Divisão Antissequestro (DAS), que consolida, contabiliza e 
compartilha as ocorrências de sequestro no estado; 
Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), que compartilha 
mensalmente dados específicos referente a ataques a 
instituições financeiras; Corpo de Bombeiros, que 
compartilham mensalmente os diversos dados de vistorias, 
salvamentos, incêndios, resgates e etc; Grupo de Apoioàs 
Vítimas de Violência (GAVVPM), é um grupo que 
acompanha vítimas de violência para prevenção e superação 
do quadro de vulnerabilidade, eles compartilham os dados 
referentes aos grupos vulneráveis. Além de outras fontes 
para subsidiar e avaliar estratégias de segurança pública. 
 
6.2 Tratamento e padronização de dados 
 
A GEESP, como único órgão responsável pela 
divulgação dos dados estatísticos, pareceres técnicos e 
indicadores criminais, condensa, então, todos esses dados de 
segurança pública, em uma única base de dados, útil em 
todo o processo de análise criminal. 
 A GEESP, nesse processo de condensar e centralizar 
toda a informação, conta com o uso de softwares estatísticos 
e de informação geográfica úteis para dar celeridade e tornar 
o processo de análise e mapeamento criminal eficiente, são 
exemplos desses softwares: Excel, R, Python, SPSS, Power Bi, 
QGIS, ArcGIS, entre outros. 
 
7. OCORRÊNCIAS E SEUS TIPOS 
 
Atualmente, existe uma gama enorme de tipos de 
ocorrências de segurança, sendo todas registradas pela 
Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança 
(CIOPS), como mostramos na figura a seguir, a coordenadoria 
faz parte da Polícia Militar do Ceará, que em parceria com as 
outras vinculadas e demais órgãos públicos. 
 
Figura 17 – Fluxograma da Coordenadoria Integrada 
de Operações de Segurança (CIOPS) 
 
 
Fonte: https://www.sspds.ce.gov.br/2018/01/30/coordenadoria-
integrada-de-operacoes-de-seguranca-ciops/ 
 
O CALL CENTER (Teleatendimento) recebe a ligação e, 
se for de responsabilidade da polícia militar, a ocorrência é 
levada ao despachante da região do fato, para que ele 
repasse para a equipe da região em campo e repasse 
informações aos operadores do Núcleo de 
Videomonitoramento (NUVID), para que busquem 
características dos envolvidos na ocorrência nas câmeras 
espalhadas na região. Toda ocorrência é registrada no 
sistema e também preenchida em uma planilha virtual 
interativa por um controlador de turno. 
Como vimos no item 6.1, Coleta de dados, cada fonte 
de dados citada tem uma metodologia de registro de 
ocorrência diferente, cada órgão define quais dados da 
ocorrência recolher e alguns órgãos podem gerar a mesma 
ocorrência. Por exemplo, a vítima é roubada e liga para o 190 
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
15 
para registrar o ocorrido, logo após, vai até a delegacia 
registrar um Boletim de Ocorrência. Assim, em uma só 
ocorrência, geramos um registro no banco de dados da 
CIOPS e um registro no banco de dados do SIP. 
O exemplo acima citado, mostra como a estruturação 
dos dados da ocorrência são importantes e pensados para 
melhor analisar as características contidas, em busca de 
padrões e futuramente podendo ser evitadas ou amenizadas. 
 
Figura 18 - Fluxograma do teleatendimento da 
Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança 
(CIOPS) 
 
 
 
Cada órgão sabe quais dados da ocorrência tem que 
recolher, a polícia civil, com o objetivo de investigar e 
capturar os infratores, busca todas as informações possíveis 
da vítima, infrator, objetos envolvidos e testemunhas. Já a 
polícia militar, com o objetivo de montar estratégias para 
prevenção, vai colher informações locais das testemunhas 
não compromissadas (as que não querem ir à delegacia), 
características do ambiente, modus operandi do infrator, 
local, data, hora, motivação. Os bombeiros, com o objetivo 
de estarem sempre preparados, buscam colher informações 
do fato gerador daquela ocorrência, data, hora, 
características do ambiente e se houve infrator. 
As demais ocorrências são direcionadas, mas sempre 
com o objetivo de alimentar um sistema para que se possa 
extrair dados e interpretá-los, assim, gerar estatísticas para 
guiar os tomadores de decisão em suas ações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. INDICADORES DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
8.1 Indicadores da SSPDS 
 
A maioria dos Estados segue um critério de 
agrupamento de naturezas, como o CVLI e o CVP como 
citamos no item 1.1, no Ceará, utilizamos as metodologias de 
Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), que agrupa 
homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo 
seguido de morte (latrocínio) e feminicídio. Crimes Violentos 
contra o Patrimônio (CVP), que agrupa todos os tipos roubos 
com violência, exceto latrocínio, que já é contabilizado no 
CVLI. Alguns estados contabilizam diferente, como por 
exemplo, desde 2020 o estado do Piauí deixou de agrupar as 
naturezas por CVLI e passou a agrupar por Mortes Violentas 
Intencionais (MVI), nesse grupo contabilizam homicídio 
doloso, feminicídio, roubo seguido de morte, lesão corporal 
seguida de morte, estupro seguido de morte, infanticídio, 
maus tratos qualificados pelo resultado morte, dentre outros 
nos quais a morte decorre de uma agressão intencional, 
inclusive a morte a esclarecer com indício de crime. Com 
Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP) não é diferente, 
alguns Estados agrupam os tipos de roubo (exceto latrocínio) 
e outros Estados divulgam as naturezas individualmente. 
 
8.2 Metodologia SENASP 
 
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) 
requer uma alimentação de dados no sistema deles 
mensalmente, esse tipo de colaboração é importante, pois a 
partir da interpretação desses dados, pode resultar em verba 
federal aplicada na secretaria do estado. A SENASP também 
padroniza algumas métricas de contabilidade de crimes, 
como por exemplo, o Crime Violento contra o Patrimônio 
(CVP), que são roubos em geral, exceto latrocínio, que são 
registrados por ocorrência, isso significa que, se 5 pessoas 
foram vítimas em uma mesma ocorrência, esse crime irá 
contar uma só vez, pois são 5 vítimas de 1 ocorrência, já se 
tratando de um Crime Violento Letal e Intencional (CVLI) que 
é um aglomerado de crimes que envolve Homicídio Doloso, 
Lesão Corporal Seguida de Morte, Latrocínio, Feminicídio e 
Roubo seguido de Morte (Latrocínio), são contabilizados por 
vítimas, se houve uma chacina (ocorrência de CVLI com 4 ou 
mais vítimas), serão adicionadas 4 vítimas na contagem 
daquele dia. 
A alimentação de dados de cada estado, é feita 
individualmente, optando o estado por colaborar, ou não, 
com os seus dados da segurança pública, essa alimentação 
colabora com o acompanhamento nacional de crimes, a 
partir dos dados das ocorrências de cada estado, eles podem 
gerar estatísticas mais eficazes. Cada inserção de dados 
valida o quantitativo do mês publicado, podendo ser 
retificado no período de até 3 meses. 
 
 
 
 
 
 
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE 
ANÁLISE E MAPEAMENTO DE OCORRÊNCIAS 
 
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