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FINAL_Intervenção Precoce do Fonoaudiólogo nas Disfunções Orais do Paciente com Síndrome de Down_Revisão Sistemática

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Intervenção Precoce do Fonoaudiólogo nas Disfunções Orais do 
Paciente com Síndrome de Down: Revisão Sistemática 
Amanda Alves
1
, Beatriz Ribeiro¹, Alana de Souza Paula². 
 
1. Graduando de Fonoaudiologia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – 
FMU – São Paulo – SP. 
2. Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana - UNESP; Mestre em Fonoaudiologia - PUSP; 
Especialista em Motricidade Orofacial, Voz e Neurociência; MBA em Gestão em Saúde; Professora 
da Graduação de Fonoaudiologia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – 
FMU – São Paulo – SP. 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To verify the importance of early intervention by the speech therapist in 
the oral disorders of patients with Down Syndrome. Research Strategies: This is a 
systematic literature review in the Virtual Health Library (BVS – BIREME), PubMed 
and Scielo databases, using the following descriptors identified in the DeCS: “Down 
Syndrome”, “Speech Therapy”, “Stomatognathic System”, “Myofunctional Therapy”, 
“Early Stimulation”. Selection Criteria: As inclusion criteria were defined articles 
published in Portuguese, indexed in the databases in the last 5 years and full texts 
with an accessible link to the content; as exclusion criteria we defined theses, books, 
reports, internet texts such as blogs on the main subject, articles that do not meet the 
objectives of the study and the inclusion criteria. Results: Nine articles were 
selected, distributed following the recommendations of the Prisma checklist, 
generally pointing out the main implications in the stomatognathic system, showing 
the importance and effectiveness of multidisciplinary action. Conclusion: The 
research corroborates the importance of the speech therapist's early performance in 
the oral dysfunctions of the patient with Down Syndrome, in individual care and 
inserted in a multidisciplinary team. 
 
RESUMO 
Objetivo: Verificar a importância da intervenção precoce do fonoaudiólogo nas 
disfunções orais do paciente com Síndrome de Down. Estratégias de Pesquisa: 
Trata-se de uma revisão de literatura sistemática nas bases Biblioteca Virtual em 
Saúde (BVS – BIREME), PubMed e Scielo, usando os seguintes descritores 
identificados no DeCS: “Síndrome de Down”, “Fonoaudiologia”, “Sistema 
Estomatognático”, “Terapia Miofuncional”, “Estimulação Precoce”. Critérios de 
Seleção: Como critérios de inclusão foram definidos artigos publicados em 
português, indexados nas bases de dados nos últimos 5 anos e textos completos 
com link acessível ao conteúdo; como critérios de exclusão definimos teses, livros, 
reportagens, textos da internet como blogs sobre o assunto principal, artigos que 
não atendem aos objetivos do estudo e aos critérios de inclusão. Resultados: 
Foram selecionado nove artigos, distribuídos seguindo recomendações do checklist 
Prisma, de modo geral apontam as principais implicações no sistema 
estomatognático, mostram a importância e eficácia da atuação multidisciplinar. 
Conclusão: A pesquisa corrobora a importância da atuação precoce do 
fonoaudiólogo nas disfunções orais ao paciente com Síndrome de Down, em 
atendimento individual e inserido em equipe multidisciplinar. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Síndrome de Down (SD) é descrita na literatura como uma patologia 
causada por um erro na divisão celular durante a fase embrionária, atingindo o par 
do cromossomo 21, o menor cromossomo humano. Pessoas com Síndrome de 
Down apresentam trissomia da banda cromossômica 21q22, referente a 1/3 desse 
cromossomo, sem que se haja conhecimento do porque da ocorrência1. 
Dentre os diversos problemas de saúde que podem ocorrer com os indivíduos com 
SD, temos na literatura a descrição do quadro de hipotonia generalizada 
acometendo 100% desses indivíduos, o que afeta diretamente a musculatura 
envolvida no Sistema Estomatognático (SE), alterações orais caracterizadas por 
redução na força, mobilidade e mudança na postura das estruturas orais que 
comprometem o crescimento craniofacial, as funções de sucção, mastigação, 
deglutição, respiração e fala, que podem ocorrer por uso de bicos, imaturidade do 
recém-nascido, alterações neurológicas ou não ter uma causa conhecida2. 
Tratamentos e terapias, em especial a estimulação precoce com fonoterapia, 
mostram extrema contribuição durante o período de desenvolvimento destas 
estruturas3. 
Por intervenção precoce, entendemos um conjunto de modalidades e ações 
que objetivam reduzir danos, favorecer a autonomia, ampliar o desenvolvimento 
social e melhorar a qualidade de vida4. A estimulação precoce é fundamental para o 
desempenho futuro de toda criança, seja ela com SD e/ou típica. A estimulação 
antes dos dois anos é de extrema importância, pois o Sistema Nervoso Central 
(SNC) está em desenvolvimento, formação, diminuindo a possibilidade de instalação 
de comportamentos adaptativos5. Neste sentido, a fonoaudiologia pode estar 
presente durante todas as fases de desenvolvimento da pessoa com SD, 
estimulando as áreas de cognição, linguagem, motricidade orofacial, voz e audição 6. 
Em se tratando das alterações da motricidade orofacial, o objetivo deste estudo é 
verificar a importância da atuação precoce do fonoaudiólogo nas disfunções orais do 
paciente com Síndrome de Down. 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO 
Estratégia de Pesquisa 
Para responder a pergunta de pesquisa o estudo propôs uma revisão de 
literatura sistemática no período de março a abril de 2022. Para tanto, num primeiro 
momento foi realizada a localização dos termos da pesquisa usando os Descritores 
de Ciências da Saúde (DeCS) para o português brasileiro, sendo “Síndrome de 
Down”, “Fonoaudiologia”, “Sistema Estomatognático”, “Terapia Miofuncional”, e 
“Estimulação Precoce”, e seus correspondentes para língua inglesa, “Down's 
Syndrome”, “Speech Therapy”, “Stomatognathic System”, “Myofunctional Therapy” e 
“Early Stimulation”. Em seguida, foram definidas as bases de dados eletrônicos para 
a pesquisa, sendo estas a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS – BIREME), PubMed e 
SciELO. 
Critérios de Seleção 
Como critérios de inclusão foram definidos artigos publicados em português, 
indexados nas referidas bases de dados nos últimos 5 anos, textos completos sobre 
o assunto principal com link acessível ao conteúdo 
 Como critérios de exclusão foram definidos teses, livros, reportagens, textos da 
internet como blogs sobre o assunto principal, artigos que não atendem aos 
objetivos do estudo e aos critérios de inclusão. 
Estratégia de Busca 
Utilizando os descritores em português e/ou Inglês, de acordo com a 
necessidade da plataforma e os critérios de inclusão, sendo as etapas: (1) busca 
básica do assunto principal Síndrome de Down, resultando em n=134; (2) busca 
avançada do termo Síndrome de Down em dupla associação com os demais 
descritores utilizando o boleno and, resultando em n=48 (Fonoaudiologia n=15, 
Terapia Miofuncional n=2, Sistema Estomatognático n=4 e Intervenção Precoce 
n=27); (3) Leitura do título do artigo para eliminar duplicidade e artigos que não tem 
relação com o tema, refinando para n=1; (4) Leitura do resumo dos artigos na 
íntegra, sendo excluídos os que não correspondem ao tema e elegíveis para o 
estudo n=9 artigos que atendem aos critérios de inclusão e respondem ao problema 
da pesquisa (fig.1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 1 Fluxograma de pesquisa dos artigos selecionados para o estudo que atendem aos critério de inclusão e 
 exclusão e respondem ao problema abordado na revisão de literature. 
 
RESULTADOS 
Processo de coleta de dados. 
Para compreensão da produção científica dos artigos incluídos nesta revisão 
sistemática (n=9), os mesmos foram distribuídos entre os autores para extração dos 
dados em uma ficha documental seguindo recomendações do checklist Preferred 
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta‐Analyses (Prisma), sendo 
analisadas asseguintes variáveis: Autor/Ano/Estudo; Título; Objetivo/Amostra; 
Método e Resultado. Após o fichamento, dois autores realizaram a verificação dos 
dados e, havendo discordância, um terceiro autor analisou e resolveu a divergência. 
O fichamento dos artigos pode ser verificado em ordem cronológica no Quadro 1. 
 
Busca eletrônica nas 
bases de dados aplicando os 
critérios de inclusão para o termo 
“Síndrome de Down” 
(n=134) 
Busca avançada do termo 
“Síndrome de Down” em dupla 
associação com o boleano and com 
os demais descritores 
(n=48) 
Fonoaudiologia (n=15) 
Terapia Miofuncional (n=02) 
Sistema Estomatognático (n=04) 
Intervenção Precoce (n=27) 
 
Leitura do título e 
verificação de duplicidade 
(n=13) 
Eliminado por título (n=32) 
Eliminado por duplicidade (n=03) 
Estudos incluídos na revisão 
de literatura. 
(n=09) 
Identificação dos estudos via base de dados 
Id
e
n
ti
fi
c
a
ç
ã
o
 
S
e
le
ç
ã
o
 
In
c
lu
s
ã
o
 Eliminado após a leitura do artigo 
na íntegra. 
(n=4) 
 
E
le
g
ib
il
id
a
d
e
 
 
 
Autor/País 
Ano/Estudo 
Nome Artigo Objetivo 
Amostra 
Método Resultado 
Giacchini, 
Vanessa; 
Tonial, 
Aline; 
Mota, 
Helena 
Bolli. 
 
(2013) 
Aspectos de 
linguagem e 
motricidade oral 
observados em 
crianças atendidas 
em um setor de 
estimulação 
precoce 
Apresentar os 
resultados 
fonoaudiológicos 
obtidos através da 
instrumentalização 
fonoaudiológica à 
profissional que 
atua em um Setor 
de Estimulação 
Precoce de uma 
instituição sem 
fins lucrativos do 
sul do país. 
Avaliou-se 11 
pessoas com 
idade entre 12 
meses a 4 anos. 
Destes, apenas 3 
apresentavam 
diagnóstico de 
Síndrome de 
Down, 4 de 
Paralisia Cerebral 
e 4 crianças 
apresentavam 
atraso no 
desenvolvimento 
neuropsicomotor. 
Através do 
Protocolo de 
Observação 
Comportamental 
/PROC (2004) e 
partes do 
protocolo MBGR 
(2009), durante 1 
ano de pesquisa. 7 
Todos apresentaram 
melhoras, tanto no aspecto 
de linguagem, quanto em 
relação a aspectos orofaciais, 
dentre eles, as crianças com 
atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor foram as 
que demostraram maiores 
progressos, tendo em vista 
também a melhora do tônus 
das estruturas do sistema 
estomatognático das 
crianças com Síndrome de 
Down. Evidenciando a 
importância da estimulação 
precoce e na maturação 
cerebral de crianças com 
necessidades especiais, 
destacando o papel do 
fonoaudiólogo nesse 
trabalho. 7 
Caroline M. A., 
Andrean, 
Cristiane F. 
Gomes, Fabrício 
M. de C. 
Machado, Carla 
S. A. Ghirello-
Pires 
 
(2013) 
Descrição do 
palato duro em 
crianças com 
Síndrome de Dow 
O estudo teve 
como objetivo 
caracterizar as 
medidas 
antropométricas 
faciais e de palato 
de crianças com 
Síndrome de 
Down (SD) e 
compará-las com 
amamentação, 
respiração, hábitos 
orais e 
alimentação.8 
Estudo descritivo 
e analítico 
realizado com 6 
crianças com SD 
tendo entre 3 e 6 
anos de idade. 
Utilizado 
protocolo de 
avaliação 
antropométrica, 
paquímetro de 
aço, roteiro de 
entrevista e 
protocolo de 
análise de 
prontuário.8 
Observou-se que as crianças 
com SD não foram 
amamentadas 
exclusivamente, fazendo uso 
de bicos artificiais levando a 
alterações nas funções de 
mastigação, sucção e 
deglutição e pode levar a 
alterações na musculatura 
oral, na formação da arcada 
dentária e alterações de 
palato, transição alimentar 
inadequada com introdução 
tardia de alimentos sólidos e 
permanência em 
consistências pastosas. 8 
 
Deborah Fick 
Böhm Fraga, 
Karine da Rosa 
Pereira, Sílvia 
Dornelles, Maira 
Rosenfeld 
Olchik, Deborah 
Salle Levy 
 
(2015) 
Avaliação da 
deglutição em 
lactentes com 
cardiopatia 
congênita e 
Síndrome de 
Down: estudo de 
casos 
Investigar o 
processo de 
deglutição e suas 
possíveis 
alterações por 
meio da avaliação 
clínica da 
deglutição em dois 
lactentes com 
síndrome de Down 
e cardiopatia 
congênita.9 
 
 
Pesquisa 
descritiva – 
qualitativa. 
Incluídos todos os 
lactentes com 
suspeita de 
dificuldade de 
deglutição, 
encaminhados ao 
serviço de 
fonoaudiologia, 
com diagnósticos 
de cardiopatia 
congênita e 
Lactentes com síndrome de 
Down em idade avançada 
podem apresentar 
incoordenação da sucção, 
deglutição e respiração no 
período pós-operatório. A 
avaliação clínica da 
deglutição demonstrou a 
presença de disfagia 
orofaríngea em ambos os 
casos estudados. 
O estudo sugere a 
importância da atuação 
fonoaudiológica na 
 
 
 
 
síndrome de 
Down, internados 
no IC/FUC-RS 
durante os meses 
de janeiro a 
outubro de 2012. 
Utilizou-se um 
protocolo de 
perfil da amostra 
para a coleta de 
dados sobre 
histórico clínico e 
diagnósticos dos 
prontuários dos 
pacientes, além 
do instrumento 
de avaliação para 
prontidão do 
prematuro para 
alimentação oral 
proposto por 
Fujinaga (2002) 
para avaliação 
clínica da 
deglutição.9 
 
população pediátrica 
cardíaca e sindrômica por 
meio dos baixos escores 
apresentados, semelhantes 
aos de lactentes pré-termo 
em estudos que utilizaram o 
mesmo protocolo de 
avaliação clínica da 
deglutição, e principalmente 
pela necessidade do 
desenvolvimento das 
habilidades orais e 
alimentares a fim de 
proporcionar estabilidade 
clínica e qualidade de vida 
aos mesmos.9 
F.Javed, 
Z. Akram, AP 
Barillas, SV 
Kellesarian, HB 
Ahmed, J. Khan, 
K. Almas 
 
(2017) 
 
Resultado da 
terapia 
ortodôntica com 
placa palatina para 
disfunção orofacial 
em crianças com 
síndrome de 
Down: uma 
revisão 
sistemática 
 
Avaliar os efeitos 
da terapia 
ortodôntica com 
placa palatina 
(OPPT) no 
tratamento da 
disfunção orofacial 
de crianças com 
SD.10 
 
Revisão pelo 
método PRISMA 
de ensaios 
clínicos 
controlados em 
crianças com SD e 
acompanhamento 
dos resultados 
das 
intervenções.10 
O estudo constata a melhora 
dos distúrbios orofaciais com 
o uso da OPPT e seu efeito é 
alcançado com a atuação 
conjunta do 
fonoaudiólogo/fisioterapeuta 
com estímulos motores e 
sensoriais orais. 
A OPPT melhora o 
vedamento labial, reduz a 
protusão inativa da língua e 
melhora o seu 
posicionamento. Deve -se 
levar em consideração 
individualidade das 
características que podem 
ser encontradas na SD. Os 
métodos utilizados nos 
ensaios clínicos não são 
padronizados e seria 
fundamental que houvesse 
essa padronização, o 
desenvolvimento de técnicas 
precisas, reprodutíveis e 
confiáveis. 
Nos estudos a idade das 
crianças variou de 2 meses 
a 12 anos e o tempo de 
tratamento de 4 a 48 
meses.10 
 
 
Denilma Lígia da 
Silva Alves 
Pinheiro, 
Giorvan 
Ânderson dos 
Santos Alves, 
Fernanda 
Magda 
Montenegro 
Fausto, Luciane 
Spinelli de 
Figueiredo 
Pessoa, Lidiane 
Assis da Silva, 
Suzana Maria de 
Freitas Pereira, 
Larissa Nadjara 
Alves de 
Almeida 
 
(2017) 
Efeitos da 
eletroestimulação 
associada ao 
treino 
mastigatório em 
pessoas com 
síndrome de 
down 
Investigar e 
mensurar os 
efeitos da 
eletroestimulação 
na musculatura 
orofacial e nas 
funções de 
mastigação, 
respiração e 
deglutição dos 
indivíduos com 
síndrome de 
Down.11 
Para o estudo 
foram 
selecionados 16 
pacientes com 
Síndrome de 
Down, sendo seis 
homens e dez 
Mulheres com 
idade entre 9 a 25 
anos. Foram 
realizadas 
avaliações 
fonoaudiológicas 
com uso do 
protocolo 
AMIOFE antes e 
após a 
intervenção, que 
consistiu em oito 
sessões de 
eletroestimulação 
semanais. A 
corrente utilizada 
foi a Functional 
Electrical 
Estimulation 
(FES), com uma 
frequência de 
10Hz no 
aquecimento e 30 
Hz na aplicação, 
em um tempo ON 
de 5s e OFF de 
10s comuns nas 
duas etapas, e 
com a largura de 
pulso de 200(μs) 
no aquecimento e 
250(μs) na 
aplicação.11 
 
 Observada melhora em 
relação ao aspecto das 
bochechas quando 
comparadas 
flacidez/arqueamento pré e 
pós o estímulo elétrico, 
diferenças na mobilidade de 
língua (lateralidade direita e 
esquerda), no 
comportamento da 
musculatura na execução 
das funções 
estomatognáticas de 
respiração, melhoria no 
comportamento dos lábiosdurante a deglutição e 
mudanças expressivas no 
processo de mastigação 
(mordida e trituração).11 
S. Saccomanno, 
C. Martini, L. 
D'Alatri,S. 
Farina, C. 
Grippaudo 
 
(2018) 
Propõem um 
protocolo 
espeíifico de 
terapia 
miofuncinal para 
crianças com 
síndrome de 
down, que 
apresentam 
problemas na 
deglutição, 
respiração e 
incompetência 
labial.6 
Foram 
selecionados 10 
pacientes, sendo 7 
homens e 3 
mulheres, com 
idades entre 9 a 18 
anos.6 
 O protocolo 
proposto 
continha sete 
objetivos: 
promover 
consciência da 
funcionalidade do 
nariz, promover a 
respiração nasal, 
estabelecer a 
posição de 
descanso da 
língua, restaurar a 
vedação dos 
lábios, melhorar a 
função do 
bucinador e 
Um protocolo específico de 
terapia miofuncional em 
crianças com síndrome de 
Down. Um estudo piloto 
 
 
masseter, 
fortalecer palato 
mole e uma 
deglutição 
correta. 
Ao final do estudo 
foi possível 
constatar a 
eficácia do 
tratamento onde 
foi observado a 
correção da 
deglutição atípica, 
restauração da 
competência 
labial, melhora da 
respiração e 
redução da 
rinorreia nasal, 
também houve 
resultados 
estéticos.6 
Lorena Garcia 
Evangelista, 
Renata Maria 
Moreira Moraes 
Furlan 
 
(2019) 
 
Fatores 
facilitadores, 
principais 
dificuldades e 
estratégias 
empregadas no 
aleitamento 
materno de bebês 
com síndrome de 
Down: uma 
revisão 
sistemática 
 
Elencar as 
principais 
dificuldades e 
estratégias 
facilitadoras para 
melhorar a 
amamentação do 
bebê com 
Síndrome de 
Down12. 
 
Revisão 
sistemática 
fazendo 
levantamento na 
literatura 
nacional e 
internacional 
(português, inglês 
e espanhol)12. 
O artigo levanta a questão 
da importância do 
aleitamento materno, 
sobretudo na SD devido as 
suas características de 
hipotonia muscular 
generalizada, maior 
inclinação para 
comorbidades associadas. 
Verificou-se que o 
aleitamento materno tende 
a ter uma menor ocorrência 
ou mesmo diminuição na 
duração devido a questões 
emocionais maternas, 
comorbidades do bebê que 
levam a internações, 
hipotonia muscular que 
afeta a eficiência da sucção. 
Observou-se a falta de 
preparo dos profissionais de 
saúde no auxílio dessas 
mães, a falta de avaliação da 
mamada e de estratégias 
diretas para uma melhora 
desse quadro.12 
 
Astegiano, 
Carolina. 
Boyars, 
Antonella. 
Pirera, Maria 
Agustina. 
Rafaghelli, 
Rosario 
Trissomia do par 
XXI: características 
estomatognáticas 
Avaliar as 
manifestações 
clínicas e 
epidemiológicas 
do paciente com 
SD, e como estas 
afetam o 
funcionamento e a 
Estudo clínico 
descritivo em 80 
pacientes com SD 
detalhando as 
características 
odontológicas e 
estomatognáticas 
mais 
Os achados do estudo 
foram: 
Dos 80 pacientes, 42 eram 
do sexo feminino e 38 do 
sexo masculino sendo 48 
menores de 15 anos e 32 
maiores de 15 anos. 
75 apresentaram respiração 
 
 
 
 
DISCUSSÃO 
Dos 09 artigos (100%) encontrados, a publicação mais antiga é de 2013 e a 
mais recente é de 2021, sendo 6 (66,7%) revisões de literatura e 3 (33,3%) estudos 
clínicos. 
De modo geral os artigos objetivaram apontar as principais características da 
Síndrome de Down que trazem implicações na musculatura orofacial, no sistema 
estomatognático e suas funções, mostrar a importância e eficácia da atuação 
multidisciplinar, de modo particular da fonoaudiologia, na busca de uma melhor 
qualidade de vida, autonomia e melhor desenvolvimento da criança. Ressaltam a 
importância da intervenção de forma precoce tendo em vista a plasticidade neural e 
o conhecimento das características sindrômicas como fator primordial para um bom 
Nazarena. 
Turchetta, 
Alejandro 
 
(2019) 
 
estrutura do 
sistema 
estomatognático.13 
 
prevalentes.13 
 
mista com maior tendência a 
respiração oral; 70% 
apresentam erupção 
dentária tardia; 78 
apresentam língua em 
posição macroglóssica, 47 
mordida aberta, 52 mordida 
cruzada e 76 apresentam 
classe III de Angle. 
O estudo das características 
mais comuns na SD permite 
o diagnóstico precoce de 
futuras patologias e assim 
prevenir complicações. 
Evidencia-se a necessidade 
do trabalho interdisciplinar 
com fonoaudiologia, 
ortodontia, pediatria e 
outros.13 
 
André Alexis 
Dÿ ́az-Quevedo, 
Katherine 
Joselyn Atoche-
Socola, Luis 
Ernesto Arriola-
Guillen, Hella 
Maomy Lucero 
Castillo-Quispe 
 
(2021) 
Avaliação das 
características 
craniofaciais e 
orais de indivíduos 
com síndrome de 
Down: uma 
revisão da 
literatura 
Descrever as 
características 
craniofaciais e 
bucais de crianças 
e adolescentes 
com e sem 
Síndrome de 
Down.14 
Revisões 
sistemáticas de 
estudos 
observacionais 
transversais e 
longitudinais.14 
 As pessoas com SD 
apresentam características 
craniofaciais e orais 
específicas, que são 
encontradas principalmente 
nas dimensões dos maxilares 
reduzida, profundidade e 
largura do palato, oclusão 
dentária e condição dos 
dentes. Essas características 
impactam negativamente na 
qualidade de vida 
relacionada às funções de 
fala, alimentação, respiração 
oral.14 
 
 
planejamento, buscando prevenir as possíveis alterações que podem vir a surgir ao 
longo do desenvolvimento da criança portadora da Síndrome de Down. 
Dentre os artigos selecionados 02 abordaram sobre aleitamento materno, 
sucção e deglutição de lactentes9-12, 02 abordam acerca das principais 
características estomatognáticas/craniofaciais encontradas na SD13-14, 01 trauxe o 
resultado dos efeitos da eletroestimulação11, 01 apresentou protocolo de terapia 
miofuncional para problemas na deglutição, respiração e incompetência labial6, 01 
mostrou o trabalho interdisciplinar entre fonoaudiologia e odontologia com uso de 
terapia ortodôntica com placa palatina10, 01 sobre palato duro na SD8 e 01 
relacionou aspectos da motricidade orofacial e a linguagem7. 
O estudo sobre os efeitos da eletroestimulação trouxe informações relevantes 
acerca do uso na musculatura orofacial de pacientes com Síndrome de Down, onde 
foi observado, após a eletroestimulação associada ao treino mastigatório nos 
músculos masseteres, que houve ganhos funcionais na execução da mastigação, 
respiração e deglutição11. A eletroestimulação é um método não invasivo 
fundamentado em conceitos fisiológicos que provocam a excitabilidade nos nervos e 
fibras musculares15. É uma prática que vem aumentando nos últimos anos e ainda 
há necessidade de estudos relacionando a eletroestimulação e a SD. 
Com base no exposto, verificamos que os estudos reafirmam as 
características do sistema estomatognático descritas relacionadas a SD; 
demonstram que são muitas as alterações que acomentem esta população, 
impactando do nascimento a velhice, evidenciando a importância da intervenção 
desde os primeiros dias de vida afim de promover o melhor desenvolvimento, 
prevenindo o agravamento das alterações inerentes a patologia e aproveitamento o 
melhor momento da “janela” de plasticidade neural. 
 
CONCLUSÃO 
A pesquisa corrobora a importância da atuação precoce do fonoaudiólogo nas 
disfunções orais ao paciente com Síndrome de Down, em atendimento individual e 
inserido em equipe multidisciplinar. 
Ressaltamos que o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para atuação 
frente as dificuldades de amamentação, alterações de sucção, deglutição, 
mastigação, respiração, alterações do sistema sensório motor oral e de produção 
dos sons da fala. 
 
 
 
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