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23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 1/55 ROBÓTICAROBÓTICA CINEMÁTICA DE ROBÔSCINEMÁTICA DE ROBÔS Au to r ( a ) : E s p . R u b e m N e ro G o m e s X av i e r R ev i s o r : B r u n o H e n r i q u e O l i ve i ra M u l i n a Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 40 minutos. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 2/55 Introdução Olá, estudante! Na Física, a Cinemática é de�nida como um ramo da Mecânica que estuda o movimento de corpos, sem analisar as forças envolvidas. Outra de�nição encontrada na literatura retrata a Cinemática como um ramo físico que estuda os movimentos desprezando a relação destes com a própria origem. Dessa forma, a Cinemática em robôs pode ser de�nida como o estudo das posições e das velocidades do efetuador (�ange) de um manipulador robótico. Ao analisarmos a posição de um efetuador (garra ou ferramenta), é possível notar que esta depende de um conjunto de relações e de valores de�nidos a partir das juntas. Dessa forma, havendo uma relação matemática estabelecida, é possível determinar a posição de um efetuador por meio dos valores das posições estabelecidas nas juntas e, de forma inversa, encontrar os valores das posições existentes nas juntas a partir da posição da ferramenta. Nesta unidade, estudaremos os principais modelos cinemáticos utilizados para determinação de posições em manipuladores robóticos. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 3/55 Basicamente, a Cinemática Direta consiste na obtenção de uma posição e de uma velocidade para um efetuador (garra ou ferramenta), de acordo com a posição das juntas (articulações). De forma oposta, temos a Cinemática Inversa, sendo que, a partir das informações de posição e de velocidade de determinado efetuador, são obtidos os valores de posições e de velocidades existentes nas articulações, conforme Alciatore e Histand (2014). Segundo Craig (2012), algumas ferramentas matemáticas permitem a veri�cação de posições e da orientação de corpos rígidos — tais ferramentas são baseadas na transformação de coordenadas. Assim, a Cinemática Direta possibilita o cálculo da posição, da orientação e das velocidades linear e angular de uma garra ou de uma ferramenta em um manipulador robótico. Cinemática Direta Fonte: Elaborada pelo autor. Cinemática Direta: possibilita, a partir das posições das articulações, encontrar a posição e a orientação da ferramenta no espaço cartesiano da base. < > 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 4/55 O manipulador robótico é uma cadeia cinética composta de elos (corpos) e de juntas (articulações), no qual os elos são conectados pelas juntas, e estas possibilitam a movimentação de um elo em relação ao elo anterior, de acordo com Dumba (2017). Analisando a situação de um pêndulo simples, temos um sistema análogo a um manipulador robótico com apenas um grau de liberdade (Figura 3.1). Analisando matematicamente, com o intuito de realizar o deslocamento da extremidade (M) do segmento do manipulador robótico, de comprimento L, para uma posição desejada, temos os pontos x e y dados por: x = L. senθ y = L. (1– cosθ) Desta forma, é possível veri�car que a coordenada �nal do efetuador depende, diretamente, da coordenada do ângulo θ. Dessa forma, temos que θ = arc sen (x/L), sendo y≤L. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 5/55 Figura 3.1 — Manipulador robótico com um grau de liberdade Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual é possível visualizar a representação de um manipulador com apenas um grau de liberdade, a partir da representação de um pêndulo simples. A �gura tem a base em um plano com dois eixos: na vertical, o eixo Y; na horizontal, o eixo X. A posição �nal do manipulador é representada por um círculo de cor azul com a letra “M” maiúscula inscrita. Essa posição está afastada do eixo vertical por uma distância angular, representada por um ângulo Θ (Theta). A posição �nal do manipulador (M) tem uma orientação representada como x e y (ambas letras minúsculas). Um manipulador robótico com dois graus de liberdade (Figura 3.2) consiste, basicamente, no sistema de um pêndulo duplo. Matematicamente, para realizar o deslocamento da extremidade do segundo elo do manipulador robótico (M), sendo os comprimentos L1 e L2 correspondentes aos dois elos, para uma posição desejada, temos os pontos x e y dados por: x = L1.senθ1 + L2.senθ2 y = L1.(1– cosθ1) + L2.(1– cosθ2) 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 6/55 Figura 3.2 — Manipulador robótico com dois graus de liberdade Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual é possível visualizar a representação de um manipulador com dois graus de liberdade, a partir da representação de um pêndulo duplo. A �gura tem a base em um plano com dois eixos: na vertical, o eixo Y; na horizontal, o eixo X. A posição �nal do manipulador é representada por um círculo de cor azul com a letra “M” maiúscula inscrita. Ao �nal do primeiro elo, temos uma junta, representada por um círculo de cor azul. O posicionamento da junta está afastado do eixo vertical por uma distância angular representada por um ângulo Θ1 (Theta um), �nalizando, assim, o primeiro elo. A posição �nal do manipulador (M) está afastada do eixo vertical por uma distância angular representada por um ângulo Θ2 (Theta dois) e tem uma orientação representada como x e y (ambas letras minúsculas). A partir da análise dos sistemas apresentados, é possível concluir que, com o aumento do número de articulações, temos uma equação mais complexa para representar a posição �nal do manipulador robótico. A cadeia de um manipulador robótico tem modelagem semelhante a um sistema de corpos rígidos, no qual a localização de cada corpo é descrita 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 7/55 pela posição e pela orientação. Sendo a origem de um sistema de coordenadas um ponto qualquer no espaço, temos a possibilidade de atribuir posições as quais demonstram as coordenadas de um novo referencial de coordenadas em relação ao anterior. Dessa forma, é possível desenvolver a translação de coordenadas entre sistemas referenciais. Transformações homogêneas Segundo Craig (2012), os recursos matemáticos convencionais, aplicados ao desenvolvimento da composição de translação e rotação entre sistemas referenciais, tornam-se muito complicados quando são necessárias mudanças consecutivas combinadas, como nos manipuladores robóticos, com muitos graus de liberdade. As transformações homogêneas, que consistem, basicamente, em matrizes 4x4, possibilitam a combinação das posições de rotação e de translação, de forma que as matrizes de transformações homogêneas possibilitam a composição de transformações em qualquer dimensão do espaço. Dessa forma, a transformação homogênea é muito útil para transformações consecutivas, justi�cando, assim, a aplicação dela aos cálculos da Cinemática de robôs. Na aplicação da Cinemática dos movimentos de um manipulador robótico, é necessário realizar a especi�cação dos sistemas de referência entre as juntas e os elos que sofrem movimentação. Seja ela rotacional ou translacional, a matriz de transformação homogênea que possibilita o referenciamento do sistema de coordenadas é de�nida conforme a Figura 3.3. 23/10/202218:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 8/55 Figura 3.3 — Matriz de transformação homogênea Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, que representa uma matriz de transformação homogênea 4x4, ou seja, quatro colunas e quatro linhas. A matriz está dividida em quatro partes por linhas tracejadas de cor vermelha. A primeira parte da matriz é retratada pelas primeiras três colunas, da esquerda para a direita, e pelas primeiras três linhas, sendo, assim, uma matriz 3x3, composta de nove elementos, de r1 a r9, representando as rotações nos eixos x, y e z. A última linha nas primeiras três colunas está preenchida, nos três campos, com o número zero e representa a perspectiva ou o valor de escalonamento da matriz. A quarta coluna, nas três primeiras linhas, tem três posições preenchidas, respectivamente, com Δx, Δy e Δz, representando uma matriz de translação dos movimentos em x, y e z. A última posição, na quarta coluna de cima para baixo, está preenchida com o número 1, de forma �xa, representando o fator de escala global. A matriz de rotação 3x3 pode ser representada de acordo com o eixo que sofre rotação, tendo três estruturas, uma para cada eixo de rotação, sendo 𝛳 o ângulo de giro, conforme representado a seguir. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d&… 9/55 Rx = 1 0 0 0 cosθ −sinθ 0 sinθ cosθ Ry = cosθ 0 sinθ 0 1 0 −sinθ 0 cosθ Rz = cosθ −sinθ 0 sinθ cosθ 0 0 0 1 Como exemplo de aplicação, temos um caso no qual um sistema de referência tridimensional {B} que se encontra rotacionado com relação a um sistema de referência tridimensional {A} por 30 graus (sobre o eixo z) e transladado 8 unidades no eixo x e 4 unidades no eixo y. Estando um ponto na posição (3,7,0) no sistema de referência {B}, podemos utilizar a matriz de transformação homogênea 4x4 para encontrar a posição no sistema de referência {A}. r1 r2 r3 Δx r4 r5 r6 Δy r7 r8 r9 Δz 0 0 0 1 Aplicando a matriz de transformação homogênea, devemos substituir a matriz 3x3 de rotação (r1 a r9) por uma estrutura de rotação no eixo z. As colunas de translação representadas por (Δ1, Δ2 e Δ3) devem ser substituídas pelos movimentos de translação; assim, temos a matriz de transformação homogênea, conforme mostrado a seguir. [ ] [ ] [ ] [ ] 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 10/55 cosθ − sinθ 0 8 sinθ cosθ 0 4 0 0 1 0 0 0 0 1 Por �m, multiplicamos a matriz de transformação homogênea por uma matriz que representa o vetor da posição no sistema de referência {B}, assim: cos30 sin30 0 0 −sin30 cos30 0 0 0 0 1 0 8 4 0 1 3 7 0 1 = 7, 1 11, 5 0 1 Dessa forma, podemos concluir que a posição (3,7,0) no sistema de referência {B} corresponde à posição (7.1, 11.5, 0) no sistema de referência {A}. E podemos concluir que a matriz de transformação homogênea possibilita a veri�cação de uma mesma posição em sistemas de orientação diferentes. No caso de um robô com dois graus de liberdade, a matriz de transformação homogênea 4x4 é e�ciente apenas para se determinar as coordenadas de um efetuador no caso de existir alteração apenas na junta da base. Quando necessitamos combinar a movimentação de mais de uma junta em movimentos rotacionais e translacionais, precisamos utilizar outras ferramentas, como o algoritmo de Denavit-Hartenberg. Este consiste, basicamente, em um método sistemático de descrever a posição e a orientação relativa entre dois ligamentos consecutivos, com base na transformação homogênea, de acordo com Abreu (2002). [ ] [ ] [ ] [ ] 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 11/55 praticar Vamos Praticar No desenvolvimento de placas eletrônicas, existem dois tipos de robôs principais, que são altamente aplicados: SCARA e Planares. O que justi�ca a ampla utilização deles nessas aplicações é a necessidade de altíssima precisão e velocidade, em conjunto com uma grande quantidade de movimentos limitados à ação em uma base plana, onde as placas são depositadas. A utilização desses robôs proporciona melhor relação custo- benefício na produção. O manipulador robótico planar mostrado a seguir possui dois elos, sendo que o comprimento do elo 1 é de 250 mm, e o comprimento do elo 2 é de 200 mm. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 12/55 Figura — Matriz de transformação homogênea Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, que representa um robô planar com dois graus de liberdade. A base do robô é formada por dois cilindros: um cilindro de raio maior, no plano de apoio, de cor bege; e um cilindro de raio menor, no entanto mais comprido, no sentido vertical, de cor rosa. Um elo de cor azul é alocado sobre a base, de forma a possibilitar que o elo tenha movimento rotativo em torno da base. Ao �nal do primeiro elo, existe um segundo elo alocado à junta, o que possibilita o movimento rotativo. Ao �nal do segundo elo, existe um suporte de cor amarela, no qual está alocada uma ferramenta de cor bege, semelhante a uma ventosa. No lado esquerdo inferior da imagem, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido dos elos completamente esticados. Considerando que o manipulador robótico planar tem os elos totalmente esticados, ocorre um movimento rotativo de 40º do eixo da base (em torno do eixo z) no sentido anti-horário. Considerando que apenas o eixo da junta da base rotaciona, e que a junta 1 não é rotacionada em torno do próprio eixo, calcule a posição �nal do efetuador em relação ao sistema de coordenadas da origem. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 13/55 Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Leia o trecho a seguir. “A capacidade de força‐momento de um robô depende dos torques em seus atuadores, de sua con�guração, da posição e orientação de seu efetuador e das ações presentes no contato com o meio”. WEIHMANN, L. Modelagem e otimização de forças e torques aplicados por robôs com redundância cinemática e de atuação em contato com o meio. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) — Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. p. 11. Disponível em: https://bit.ly/3QyUNOi. Acesso em: 2 jun. 2022. Assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, o objeto de estudo da Cinemática dos manipuladores robóticos. a) Movimento dos corpos ligados por mecanismos mobiles, sendo consideradas as forças que geram a movimentação. b) Movimentação dos robôs, considerando as forças e os torques que impulsionaram o movimento das juntas. c) Movimentação dos manipuladores robóticos, desconsiderando as causas que lhes dão origem. d) De�nição dos pesos e do torque envolvidos na movimentação dos robôs industriais. https://bit.ly/3QyUNOi 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 14/55 e) De�nição e aferição da quantidade de graus de liberdade existentes em um sistema robotizado. De acordo com Santos (2015), o algoritmo de Denavit-Hartenberg é baseado no conceito de que, com apenas dois parâmetros, é possível veri�car a posição relativa de duas retas no espaço. O primeiro dos parâmetros utilizados é a distância medida ao longo do eixo comum entre as duas retas;o segundo parâmetro é o ângulo de rotação em torno do eixo comum no qual uma das retas deve girar, sendo que uma se encontra paralela à outra. Dessa forma, temos o eixo comum entre as duas retas no espaço de�nido a partir da terceira reta, a qual intercepta as duas primeiras retas, de forma perpendicular, segundo Antunes (2015). Com isso, temos a menor distância possível entre as duas retas, conforme a Figura 3.4. Algoritmo de Denavit- Hartenberg 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 15/55 Figura 3.4 — Representação da distância entre retas Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual há duas retas verticais de cor laranja. Ligando-as aos respectivos centros, temos uma reta horizontal de cor preta. A reta de cor preta é perpendicular à segunda reta vertical de cor laranja. Existe uma reta tracejada vertical em azul, representando a orientação da segunda reta angular, de forma que esteja paralela à primeira reta vertical. A diferença entre a segunda reta vertical, em laranja, e a reta tracejada vertical em azul é de�nida por um ângulo 𝝰 (alpha). Uma seta circular em cor azul, associada a outro ângulo 𝝰 (alpha), demonstra a rotação do eixo representado pela reta horizontal preta. Segundo Antunes (2015), a relação entre dois eixos de coordenadas de forma direta tem seis parâmetros, sendo estes: três de translação, representados pelo movimento axial de cada eixo; e três de rotação, visto que, em cada eixo, existe a rotação radial. Uma vez que são necessários apenas dois parâmetros para de�nir a posição relativa de duas retas no espaço, na de�nição da posição relativa de dois sistemas de coordenadas, são necessários apenas quatro parâmetros, pois um sistema de coordenadas é de�nido, basicamente, 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 16/55 por três retas, que são os três eixos de orientação. Dessa forma, a partir do reconhecimento de dois eixos do sistema, o terceiro é de�nido. Consideramos que a intercessão dos eixos de um sistema de coordenadas de�ne a origem deste; assim, mediante a de�nição da posição relativa entre dois eixos, é possível descrever a posição relativa entre os dois sistemas de coordenadas, de modo que teremos as três orientações, conforme propõe a regra da mão direita (HARTENBERG; DENAVIT, 1964). Fonte: Adaptado de normaals; udaix / 123RF. Regra da mão direita 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 17/55 De acordo com Hartenberg e Denavit (1964), o algoritmo de Denavit- Hartenberg especi�ca que a posição e a orientação relativa entre os dois ligamentos são descritas pelas transformações de translação e de rotação entre os dois sistemas de coordenadas �xos a esses ligamentos. A sistemática de trabalho que possibilita utilizar o algoritmo de Denavit- Hartenberg para de�nir os sistemas de coordenadas de um robô consiste, inicialmente, em localizar os eixos z do manipulador robótico em todas as juntas. As demais orientações em cada junta são avaliadas de forma que o sistema resultante O - x y z seja um sistema de coordenadas de acordo com a regra da mão direita. De acordo com Santos (2015), o algoritmo de Denavit-Hartenberg parte da premissa de que a posição relativa entre dois sistemas de coordenadas consecutivos, sendo estes sistemas O -x y z e O -x y z , pode ser determinada pelas posições relativas entre os eixos x e x , e entre os eixos z e z . Dessa forma, é possível descrever a orientação de um sistema de coordenadas de um elo em relação ao elo anterior, considerando apenas quatro parâmetros, sendo eles: θ — ângulo de rotação (com orientação de positivo ou negativo) do eixo x em torno do eixo z até este �car paralelo a x . d — deslocamento medido sobre o eixo z até a interseção entre os eixos z e x . a — deslocamento medido sobre o eixo x até a interseção entre os eixos z e x . i i i i i-1 i-1 i-1 i-1 i i i i i-1 i i i-1 i i i+1 i i i+1 i i i+1 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 18/55 𝝰 — ângulo de torção (com orientação de positivo ou negativo) do eixo z em torno do eixo x até este �car paralelo a z . A partir desses quatro parâmetros, é possível determinar a posição e a orientação do sistema de coordenadas i em relação ao sistema i-1 com a aplicação de quatro transformações, consecutivamente, conforme Alciatore e Histand (2014). A primeira transformação consiste, basicamente, na rotação desenvolvida, em torno de z , de um ângulo θ , de forma que permita alinhar xi-1 com x . A segunda transformação consiste na translação sobre o eixo z , referente à distância d , até chegar à interseção entre z e z . A terceira transformação é o desenvolvimento de uma nova translação sobre o eixo xi, sendo esta referente a distância a , partindo-se do ponto inicial até encontrar o eixo z (ponto O ). A quarta transformação consiste em uma rotação, em torno do eixo x , de um ângulo 𝝰 , de forma a alinhar o eixo z com o eixo z . Representando matematicamente, temos: Aii− 1=Rotação(z,θ ) Translação(z,d ) Translação(x,a ) Rotação(x,α ) cosθ i − sinθ i 0 0 sinθ i cosθ i 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 di 0 0 0 1 1 0 0 ai 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 cos ai − sin ai 0 0 sin ai cos ai 0 0 0 0 1 = cosθi sinθi 0 0 −sinθicosαi cosθicosαi sinαi 0 sinθisinαi −cosθisinαi cosαi 0 aicosθi aisinθi di 1 Por �m, temos as transformações aplicadas a matrizes de transformação homogênea 4x4, que, após serem multiplicadas, geram a matriz de i i+1 i+1 i-1 i i i-1 i i-1 i i i i i i i-1 i i i i i [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 19/55 transformação homogênea genérica — esta, por sua vez, nos permite veri�car a orientação de uma junta em relação à junta anterior. Cabe destacar que a matriz de transformação homogênea encontrada é referente a uma junta com a anterior; no caso de um robô com quatro graus de liberdade, são necessárias quatro matrizes, sendo que o modelo, sempre, é feito desde a base do robô até o efetuador, conforme Dumba (2017). De acordo com Craig (2012), algumas condições de exceção devem ser veri�cadas na aplicação do algoritmo de Denavit-Hartenberg. Primeiramente, ao estabelecer o sistema de coordenadas da base, a origem do sistema pode ser de�nida em qualquer ponto do eixo z . Os eixos x e y podem ser escolhidos de forma arbitrária, contanto que estejam de acordo com a regra da mão direita. No estabelecimento do sistema de coordenadas de referência do efetuador, a orientação dos eixos necessita, obrigatoriamente, satisfazer a condição de x perpendicular a z . Se os eixos das duas articulações de um ligamento são paralelos, pode haver mais de um eixo comum; nessa condição, a deve ser perpendicular a ambos os eixos, e a origem O se torna arbitrária. Caso os eixos principais das duas articulações de um elo se interceptem, de forma que z intercepta z , teremos a origem O localizada na interseção dos dois eixos, de forma que x seja perpendicular a ambos os eixos. De acordo com Abreu (2002), basicamente, implementamos o algoritmo de Denavit-Hartenberg para um manipulador robótico a partir três etapas, conforme a seguir. 0 0 0 n i-1 i-1 i i-1 i i i Fixar um sistema de coordenadas local em cada elemento do manipulador robótico. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d…20/55 De acordo com Hibbeler (2012) e Souza (2021), para �xar um sistema de referências local nos elos de um manipulador, é necessário seguir uma convenção dada pelo algoritmo de Denavit-Hartenberg. Os frames (sistemas de referência) devem estar numerados de acordo com o elo a que estão ligados, iniciando a partir da base, sendo a base o frame 0 e assim sucessivamente, até o último elo. i. Fixar o sistema de eixos de coordenadas (frame) 0 da base ao longo do eixo z . ii. Veri�car se existe um ponto de interseção entre a junta que está sendo analisada e a junta anterior, z e z ; se houver, considerar o ponto de interseção como a origem do frame. iii. No caso de z e z serem paralelos, então é necessário convencionar a origem do frame anterior (i-1) na junta i. iv. A partir das veri�cações anteriores, é possível enumerar todos os eixos das articulações (juntas), sendo o eixo das juntas z0 até zn-1, sendo que o eixo da articulação i é o eixo zi-1. O sentido do eixo z deve ser de�nido a partir da regra da mão direita, de acordo com o sentido de rotação da junta. v. Após a de�nição dos eixos Z de cada articulação, será de�nido o sistema de coordenadas da base. A origem pode ser escolhida em qualquer posição do eixo z0, e os eixos, x0 e y0, podem ser escolhidos, desde que de acordo com a regra da mão direita e sendo x0 perpendicular a z0. Por convenção, adotamos como primeiro frame o local em que a junta está localizada no eixo. vi. Após a de�nição do frame de origem da base, são de�nidos os frames das próximas articulações, sendo que o eixo x deve ser perpendicular ao z da articulação e ao z anterior. Quando os eixos z da junta analisada e o próximo eixo z não estão paralelos, temos, na interseção, o ponto de origem do frame. Caso estejam paralelos, podemos utilizar qualquer ponto do eixo z analisado como origem. 0 i i-1 i i-1 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 21/55 vii. O mesmo procedimento deve ser realizado em todas as articulações, com o intuito de determinar cada frame. viii. Por �m, deve ser estabelecido o sistema de coordenadas (frame) do efetuador (garra ou ferramenta). A origem pode ser escolhida de forma arbitrária, porém, em geral, utiliza-se, como origem, o centro da garra ou um outro ponto de interesse. Os eixos podem ser de�nidos arbitrariamente, desde que seja respeitada a condição de a orientação x ser perpendicular ao eixo z anterior. ix. Com o intuito de facilitar os cálculos matemáticos, utilizamos a mesma orientação do frame anterior no último frame do efetuador. x. Após estabelecer todo o sistema de coordenadas, em todo o manipulador robótico, vamos ao próximo passo, sendo este a de�nição dos parâmetros de Denavit-Hartenberg para cada elemento. A �m de facilitar a obtenção dos parâmetros, criamos uma tabela sintetizada dos quatro parâmetros de Denavit-Hartenberg. Os parâmetros de Denavit-Hartenberg podem ser obtidos por meio de quatro análises para cada junta. xi. Para obtermos θi, é necessário rotacionar o eixo x em torno de z até este �car paralelo a x . xii. Para obtermos di, é necessário transladar o sistema de coordenadas (frame) da junta anterior em z até a interseção entre z e x . xiii. Para obtermos ai, é necessário transladar o sistema de coordenadas (frame) da junta analisada ao longo de x até a interseção entre z e x . xiv. Para obtermos 𝝰i, é necessário rotacionar o eixo z em torno de x até este �car paralelo a z . xv. Após o preenchimento da tabela com os parâmetros de Denavit- Hartenberg em cada frame, é possível inserir os valores na matriz de transformação homogênea de Denavit-Hartenberg para cada frame em relação ao anterior. i-1 i-1 i i-1 i-1 i i i-1 i i-1 i i 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 22/55 xvi. Por �m, podemos calcular a matriz de transformação homogênea considerando todo o manipulador, iniciando a partir da base até o efetuador. Multiplicando as matrizes de transformação homogênea de Denavit- Hartenberg de cada frame, temos a matriz 4x4 resultante do manipulador. Na aplicação dos procedimentos para aplicação do algoritmo de Denavit- Hartenberg, os passos devem ser seguidos com todo o cuidado e de forma sistemática, visto que apenas um parâmetro referente a um frame obtido incorretamente inutiliza toda a modelagem desenvolvida, de acordo com Souza (2021). Aplicação do algoritmo D-H no robô SCARA Analisando a estrutura do robô SCARA na Figura 3.5, podemos veri�car que o robô tem quatro graus de liberdade, sendo três para o posicionamento (referente a duas juntas rotativas e uma prismática) e um para orientação da garra (junta rotativa). Na Figura 3.5, temos alguns parâmetros do manipulador, como: A. LM — altura mínima do efetuador. B. L1 — comprimento do Elo 1. C. L2 — comprimento do Elo 2. D. C — curso para movimentação linear do Elo 3. E. θ1 — ângulo de rotação do Elo 1 a partir do eixo X. F. θ2 — ângulo de rotação do Elo 2 a partir do Elo 1. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 23/55 Figura 3.5 — Estrutura do robô SCARA 4GDL Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual temos um robô do tipo SCARA apresentado em três perspectivas distintas. A perspectiva da parte superior apresenta a visão isométrica do robô, sendo possível visualizar a base dele, informada como Elo 0, de cor azul. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, tendo o mesmo corpo de um segundo elo, identi�cado como Elo 1. Ao �nal do segundo elo, temos alocado um terceiro elo, identi�cado como Elo 2, através de uma junta rotativa sobre o �nal do primeiro elo. O terceiro elo possui um �nal com base cilíndrica, e, no centro dele, está identi�cada uma junta prismática de movimentação, chamada de Elo 3. Ao �nal deste elo, no sentido vertical para baixo, temos uma ferramenta representada por uma área quadrada de cor amarela. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do Elo 1. Na 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 24/55 parte inferior da imagem, temos a representação da vista frontal à esquerda, em que são demonstrados os comprimentos existentes no robô. Na parte inferior da imagem, temos a representação da vista superior à direita, em que são demonstrados os ângulos de movimentação dos elementos (Elo1 e Elo 2) do robô. Inicialmente, é necessário identi�car os elos do manipulador robótico e os sentidos de rotação, como visto na Figura 3.5. Com isso, é possível �xar os sistemas de coordenadas 0 ao longo do eixo Z e nos frames do manipulador, de acordo com a regra da mão direita; assim, teremos a representação conforme a Figura 3.6. Como o deslocamento do Elo 3 em Z para chegar a uma peça é para baixo, inserimos a orientação de Z2 para baixo, no sentido da peça. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 25/55 Figura 3.6 — Representação do eixo Z em cada junta Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual temos um robô do tipo SCARA apresentado em três perspectivas distintas. A perspectiva da parte superior apresenta a visão isométrica do robô, sendo possível visualizar a base dele, informada como Elo 0, de cor azul. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, tendo o mesmo corpo de um segundo elo, identi�cado como Elo 1. Ao �nal do segundo elo, temos alocado um terceiro elo, identi�cado comoElo 2, através de uma junta rotativa sobre o �nal do primeiro elo. O terceiro elo possui um �nal com base cilíndrica, e, no centro dele, está identi�cada uma junta prismática de movimentação, chamada de Elo 3. Ao �nal deste elo, no sentido vertical para baixo, temos uma ferramenta representada por uma área quadrada de cor amarela. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do Elo 1. Sobre cada junta de movimentação do manipulador, está representada a orientação Z para a junta, com uma seta de cor laranja, sendo que, na primeira, na segunda e na quarta juntas, as orientações estão no eixo vertical para cima, e, na terceira junta, a orientação está para baixo. À direita da imagem, temos a representação de uma mão, demonstrando a regra da mão direita; a mão está com os dedos fechados, e apenas o polegar está esticado; o polegar representa o eixo Z, e os dedos indicam o sentido de rotação. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 26/55 A partir do referenciamento dos eixos Z de cada frame, é possível de�nir o sistema de orientação (frame) da base. Denavit-Hartenberg recomenda que este pode estar em qualquer posição no eixo Z0, sendo que a orientação X0 da origem deve ser perpendicular a Z0, de acordo com a regra da mão direita. No entanto, seguindo essa especi�cação, existem várias possibilidades para a orientação em X0; por conta disso, consideramos que a junta é variável. Alguns autores, na aplicação do algoritmo de Danavit-Hartenberg, de�nem o sistema de orientação da base ligado ao plano onde o robô está alocado. Contudo, quando temos uma base �xa, como no exemplo do robô SCARA, é mais interessante considerar o sistema de orientação da base na primeira junta. O eixo X0 deve ser escolhido de forma que di seja igual a zero; dessa forma, convencionamos o eixo X0 paralelo ao Elo 1. Após a de�nição de X0, o eixo Y0 pode ser de�nido utilizando a regra da mão direita, conforme a Figura 3.7. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 27/55 Figura 3.7 — Representação do sistema de orientação da base Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual temos um robô do tipo SCARA sendo apresentado em três perspectivas distintas. A perspectiva da parte superior apresenta a visão isométrica do robô, sendo possível visualizar a base dele, informada como Elo 0, de cor azul. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, e esta possui o mesmo corpo de um segundo elo, identi�cado como Elo 1. Ao �nal do segundo elo, temos alocado um terceiro elo, identi�cado como Elo 2, através de uma junta rotativa sobre o �nal do primeiro elo. O terceiro elo possui um �nal com base cilíndrica. No centro do terceiro elo, é identi�cada uma junta prismática de movimentação, chamada de Elo 3; ao �nal deste elo, no sentido vertical para baixo, temos uma ferramenta representada por uma área quadrada de cor amarela. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do Elo 1. Sobre cada junta de movimentação do manipulador, está representada a orientação Z para a junta, com uma seta de cor laranja, sendo que, na primeira, na segunda e na quarta juntas, as orientações estão no eixo vertical para cima, e, na terceira junta, a orientação está para baixo. Temos representado o sistema de coordenadas da base, na altura da primeira junta de movimentação rotativa, com o eixo Z0 em laranja, o eixo Y0 em verde, e o eixo X0 em azul-claro. À direita da imagem, temos a representação de uma mão, 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 28/55 demonstrando a regra da mão direita, com ela virada para cima, os dedos esticados ao máximo e perpendiculares entre si; o polegar representa o eixo X, o dedo indicador representa o eixo Y, e o dedo médio representa o eixo Z. Convencionamos as três orientações do frame 0, visto que o sistema é tridimensional, no entanto somente as orientações X e Z serão utilizadas no algoritmo de Denavit-Hartenberg. Após ser de�nido o primeiro (frame 0), podem ser de�nidos os demais frames para cada articulação. Considerando as restrições do algoritmo de Denavit- Hartenberg, podemos convencionar os frames 1, 2 e 3, conforme a Figura 3.8. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 29/55 Figura 3.8 — Representação dos frames em todo o manipulador Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual temos um robô do tipo SCARA sendo apresentado em três perspectivas distintas. A perspectiva da parte superior apresenta a visão isométrica do robô, sendo possível visualizar a base dele, informada como Elo 0, de cor azul. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, e esta possui o mesmo corpo de um segundo elo, identi�cado como Elo 1. Ao �nal do segundo elo, temos alocado um terceiro elo, identi�cado como Elo 2, através de uma junta rotativa sobre o �nal do primeiro elo. O terceiro elo possui um �nal com base cilíndrica. No centro do terceiro elo, é identi�cada uma junta prismática de movimentação, chamada de Elo 3; ao �nal deste elo, no sentido vertical para baixo, temos uma ferramenta representada por uma área quadrada de cor amarela. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do Elo 1. Sobre cada junta de movimentação do manipulador, está representada a orientação Z para a junta, com uma seta de cor laranja, sendo que, na primeira, na segunda e na quarta juntas, as orientações estão no eixo vertical para cima, e, na terceira junta, a orientação está para baixo. Temos representado o sistema de coordenadas da base, na altura da primeira junta de movimentação rotativa, com o eixo Z0 em laranja, o eixo Y0 em verde, e o eixo X0 em azul-claro. De acordo com a regra da mão direita, em cada junta, temos a 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 30/55 representação de um sistema de orientação (frame) tridimensional, no qual estão representados cada eixo Z em laranja, cada eixo Y em verde e cada eixo X em azul-claro. Após serem de�nidos todos os sistemas de coordenadas presentes no corpo do manipulador robótico, pode ser de�nido o sistema de coordenadas do efetuador. Como o efetuador de um manipulador pode ser caracterizado por elementos diferentes, como uma garra ou uma ferramenta, segundo o algoritmo de Denavit-Hartenberg, o sistema de orientação do efetuador deve ser, obrigatoriamente, o último, sendo este O -x y z . Dessa forma, a posição da origem do frame do efetuador pode ser escolhida de forma arbitrária; no entanto, com o intuito de facilitar a modelagem cinemática do manipulador robótico, é usual utilizar o centro da garra ou da ferramenta, ou um ponto de ação da ferramenta, como origem do sistema de coordenadas, conforme a Figura 3.9. n n n n 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 31/55 Figura 3.9 — Representação do frame do efetuador Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida, na qual temos um robô do tipo SCARA sendo apresentado em três perspectivas distintas. A perspectiva da parte superior apresenta a visão isométrica do robô,sendo possível visualizar a base dele, informada como Elo 0, de cor azul. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, e esta possui o mesmo corpo de um segundo elo, identi�cado como Elo 1. Ao �nal do segundo elo, temos alocado um terceiro elo, identi�cado como Elo 2, através de uma junta rotativa sobre o �nal do primeiro elo. O terceiro elo possui um �nal com base cilíndrica. No centro do terceiro elo, é identi�cada uma junta prismática de movimentação, chamada de Elo 3; ao �nal deste elo, no sentido vertical para baixo, temos uma ferramenta representada por uma área quadrada de cor amarela. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do Elo 1. Sobre cada junta de movimentação do manipulador, está representada a orientação Z para a junta, com uma seta de cor laranja, sendo que, na primeira, na segunda e na quarta juntas, as orientações estão no eixo vertical para cima, e, na terceira junta, a orientação está para baixo. Temos representado o sistema de coordenadas da base, na altura da primeira junta de movimentação rotativa, com o eixo Z0 em laranja, o eixo Y0 em verde, e o eixo X0 em azul-claro. De acordo com a regra da mão direita, em cada junta, temos a 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 32/55 representação de um sistema de orientação (frame) tridimensional, no qual estão representados cada eixo Z em laranja, cada eixo Y em verde e cada eixo X em azul-claro. Abaixo da ferramenta, no sentido vertical, existe o frame do efetuador, último sistema de orientação, de acordo com a regra da mão direita, com o eixo Z4 em laranja, o eixo Y4 em verde, e cada eixo X4 em azul-claro. Após todos os frames serem referenciados, é possível preencher a tabela com os parâmetros de Denavit-Hartenberg, considerando os passos a seguir. Para obtermos θi, é necessário rotacionar o eixo x em torno de z até este �car paralelo a x . Para obtermos di, é necessário transladar o sistema de coordenadas (frame) da junta anterior em z até a interseção entre z e x . Para obtermos ai, é necessário transladar o sistema de coordenadas (frame) da junta analisada ao longo de x até a interseção entre z e x . Para obtermos 𝝰i, é necessário rotacionar o eixo z em torno de x até este �car paralelo a z . Se a junta for de rotação, temos di igual a zero, e o 𝝷i variável de acordo com o ângulo de movimentação. Se a junta for prismática, temos di variável de acordo com o translado, e 𝝷i igual a zero. Dessa forma, para o manipulador SCARA analisado, teremos a tabela a seguir. i-1 i-1 i i-1 i-1 i i i-1 i i-1 i i 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 33/55 Por �m, podemos montar as matrizes de transformação homogênea de Denavit-Hartenberg para cada junta, ou seja, para cada linha da Tabela 3.1, após a análise do manipulador. Dessa forma, teremos: 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 34/55 Aii− 1 = cosθi sinθi 0 0 −sinθicosαi cosθicosαi sinαi 0 sinθisinαi −cosθisinαi cosαi 0 aicosθi aisinθi di 1 A01 = cosθ1 sinθ1 0 0 −sinθ1 cosθ1 0 0 0 0 1 0 L1cosθ1 L1sinθ1 0 1 A12 = cosθ2 sinθ2 0 0 sinθ2 −cosθ2 0 0 0 0 −1 0 L2cosθ2 L2sinθ2 0 1 A23 = 1 0 0 0 0 −1 0 0 0 0 1 0 0 0 C 1 A34 = cosθ3 sinθ3 0 0 −sinθ3 cosθ3 0 0 0 0 1 0 0 0 LF 1 Após obtermos, individualmente, as transformações homogêneas em relação à orientação anterior, é possível obter a matriz de transformação homogênea A0n , que relaciona a posição e a orientação do efetuador em relação ao sistema da base, sendo esta para o robô SCARA analisado: [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 35/55 A0n = A 0 1A 1 2A 2 3A 3 4 É importante destacar que, na aplicação do caso, foram convencionadas várias direções x e y, mesmo havendo outras possibilidades, visto que o algoritmo de Denavit-Hartenberg permite variadas possibilidades para de�nição dos sistemas de orientação, desde que sejam respeitadas as regras do algoritmo. Parâmetros do algoritmo D-H aplicados ao robô esférico polar Analisando a estrutura do robô esférico, temos que o robô possui três graus de liberdade, sendo composto de duas juntas rotativas e uma prismática. Consideramos que, neste caso, a primeira junta rotativa do robô (i = 1) está localizada na base do manipulador. Após o referenciamento de cada 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 36/55 articulação existente no manipulador, considerando o algoritmo de Denavit- Hartenberg, teremos a estrutura cinemática do robô, conforme a Figura 3.10. 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 37/55 Figura 3.10 — Representação do robô esférico polar Fonte: Adaptada de nicolasprimola / 123RF. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma ilustração colorida de um robô do tipo esférico polar, com cor predominantemente bege. A imagem apresenta a visão isométrica do robô, sendo possível visualizar a base dele. Alocada à base, temos uma junta que possibilita o movimento rotativo em torno da base, tendo o mesmo corpo de um segundo elo, de forma perpendicular ao eixo da base. Ao �nal do segundo elo, temos um terceiro elo, com uma junta prismática de movimentação; ao �nal deste, temos a posição da �ange, na qual deve estar a ferramenta do robô. Na base do robô, está representado o sistema tridimensional de referência da base do robô, em cor amarela, sendo Z o sentido da base em forma axial, e X, o sentido do eixo. Sobre cada junta de movimentação do manipulador, está representada a orientação Z para a junta, com uma seta de cor laranja, sendo que, na primeira, na segunda e na quarta juntas, as orientações estão no eixo vertical para cima, e, na terceira junta, a orientação está para baixo. Temos representado o sistema de coordenadas da base, na altura da primeira junta de movimentação rotativa, com o eixo Z0 em laranja, o eixo Y0 em verde, e o eixo X0 em azul-claro. De acordo com a regra da mão direita, em cada junta, temos a representação de 23/10/2022 18:41 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 38/55 um sistema de orientação (frame) tridimensional, no qual estão representados cada eixo Z em laranja, cada eixo Y em verde e cada eixo X em azul-claro. Considerando a distância entre o sistema de referência da base e a segunda junta do robô como L; considerando o curso da junta prismática como D, após a análise do manipulador esférico polar; e considerando os procedimentos sistemáticos do algoritmo de Denavit-Hartenberg, temos, por �m, esta tabela. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 39/55 Por �m, ao analisarmos as diferenças entre o robô SCARA e o robô esférico polar, quanto à aplicação do algoritmo para obtenção dos parâmetros de Denavit-Hartenberg, podemos concluir que a existência da junta no sistema de referência da base do manipulador robótico in�uencia, diretamente, o ângulo 𝝷. Concluímos também que a diferença entre a orientação dos eixos rotativos altera, diretamente, o ângulo 𝝰. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Leiao trecho a seguir. “Jacques Denavit e Richard Hartenberg introduziram em 1955 uma convenção para a de�nição das matrizes das juntas de um robô e segmentos por forma a normalizar os eixos de coordenadas para ligações espaciais. Esta convenção proporciona uma forma sistemática simpli�cada para executar a análise da Cinemática Direta”. MONTEIRO, R. E. V. Desenvolvimento de um controlador dinâmico para robôs humanoides. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e Computadores) — Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Porto, 2012. p. 28. Disponível em: https://bit.ly/3u4kXid. Acesso em: 3 jun. 2022. A respeito da notação de Denavit-Hartenberg, assinale a alternativa correta. https://bit.ly/3u4kXid 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 40/55 a) Na de�nição das orientações, o eixo de junta é associado ao eixo x, e cada matriz é representada pelo produto de duas transformações básicas envolvendo rotações e translações. b) Este método conduz a uma representação baseada em transformações heterogêneas, que exprimem cada referencial em relação ao referencial anterior. c) A notação de Denavit-Hartenberg constitui, basicamente, um procedimento sistemático para alocação de sistemas de coordenadas ao longo da cadeia de segmentos rígidos, em que os sistemas têm uma orientação de acordo com a regra da mão direita. d) Denavit e Hartenberg desenvolveram uma proposta de notação sistemática para atribuir um sistema de orientação a partir da regra da mão esquerda, um para cada junta, em uma cadeia cinemática fechada de juntas. e) Na aplicação da notação de Denavit-Hartenberg para a obtenção do ângulo de uma junta θi, é necessário rotacionar o eixo z em torno de x até este �car paralelo a x . i-1 i-1 i Cinemática Inversa 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 41/55 De acordo com Toscano (2011), com a Cinemática Direta, é possível obter o desenvolvimento direto das expressões do manipulador robótico, diferentemente do que ocorre na Cinemática Inversa, em que é procurado o conjunto de valores possíveis das juntas, os quais se adequam a uma dada con�guração do espaço de operação do manipulador robótico. A Cinemática Inversa é conceituada como o conjunto de procedimentos para realizar a determinação das funções inversas das expressões matemáticas obtidas na Cinemática Direta. A Cinemática Inversa, em geral, não é um problema com solução analítica, de forma que não existe uma metodologia única de aplicação direta, como o algoritmo de Denavit-Hartenberg no caso da Cinemática Direta. Como as soluções de interesse prático — por exemplo, os principais manipuladores robóticos utilizados — já foram estudados, a aplicação de equações de�nidas de Cinemática Inversa é simples, no entanto, em casos especiais, como o desenvolvimento de novos manipuladores, com cinemática diferenciada, é necessário o desenvolvimento de novas soluções, conforme Hibbeler (2012). Segundo Dumba (2017), como a Cinemática Inversa consiste em calcular os valores das variáveis de junta que produzirão a posição e a orientação desejadas do órgão terminal, teremos diversas condições possíveis para as posições das juntas que possibilitem, ao efetuador, estar em uma mesma posição �nal. Dessa forma, as soluções da Cinemática Inversa são obtidas por meio da solução de sistemas não lineares. A solução de sistemas não lineares tem três condições complexas na resolução: as soluções podem não existir; podem existir múltiplas soluções; e são possíveis métodos de solução diferenciados a serem aplicados em cada caso. Assim, um ponto primordial no estudo da Cinemática Inversa para um manipulador robótico é a de�nição do volume de trabalho do manipulador, juntamente com a divisão entre os pontos alcançáveis com, pelo menos, uma orientação do manipulador (reachable) e os pontos alcançáveis em todas as orientações possíveis (dexterous). 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 42/55 A quantidade de soluções possíveis para cada manipulador no estudo da Cinemática Inversa tem relação direta com alguns parâmetros do manipulador. De acordo com o número de juntas, dos parâmetros de movimentação dos elos e dos limites de movimento das juntas, teremos diferentes tipos de soluções para o estudo do manipulador. Como não existem algoritmos gerais que resolvam sistemas de equações não lineares, temos um manipulador solucionável quando as variáveis de 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 43/55 junta são determinadas por um algoritmo que calcula todos os conjuntos de variáveis associadas a uma posição e a uma orientação, podendo ser resolvidos por soluções numéricas ou analíticas. As soluções numéricas, em geral, são métodos mais genéricos, computacionalmente custosos e interativos, com resultados aproximados. Já as soluções analíticas são aplicáveis a problemas mais simples, aos quais é possível aplicar a inversão das equações de Cinemática Direta e obter um resultado matemático exato. É importante destacar que métodos mais utilizados, matematicamente, para solucionar casos de Cinemática Inversa estão relacionados a métodos numéricos, aos quais são aplicados métodos de minimização da Cinemática Direta. Assim, mesmo não existindo métodos diretos de resolução da Cinemática Inversa, podemos realizar a adequação a partir da Cinemática Direta, o que representa a importância do modelo direto em todo o processo de controle do manipulador robótico. Cinemática Diferencial Conforme Toscano (2011), na Cinemática Inversa e na Direta, são abordadas as relações entre coordenadas no espaço operacional e no espaço das juntas de um manipulador robótico. No entanto as relações não trazem dados sobre as características do movimento entre duas con�gurações diferentes, ou seja, quais são as relações entre as movimentações temporais das coordenadas nos dois espaços. Analisando esse ponto, por exemplo, a extremidade do manipulador deve descrever uma certa trajetória (incremento) no espaço a quatro coordenadas, durante um dado intervalo de tempo, como são de�nidos os valores dos deslocamentos e dos incrementos no tempo. O estudo dos incrementos ou das diferenças na posição é designado como Cinemática Diferencial. Essa relação entre os deslocamentos in�nitesimais no espaço operacional e as juntas é dada pelo jacobiano do manipulador. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 44/55 A partir da Cinemática Diferencial, ocorre o estabelecimento de duas de�nições importantes: caminho e trajetória. Caminho é o conjunto de pontos no espaço, seja este operacional ou das juntas, o qual deve ser percorrido em uma sequência predeterminada. A trajetória de�ne como o caminho será desenvolvido, considerando as restrições temporais; dessa forma, são de�nidos intervalos de tempo para o deslocamento entre dois elos sucessivos, conforme Craig (2012). praticar Resumo da cinemática dos manipuladores robóticos Cinemática direta A partir das posições das articulações, encontra a posição e a orientação da ferramenta no espaço cartesiano da base. Ferramenta: algoritmo de Denavit- Hartenberg. Fonte: ryzhov / 123RF. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 45/55 praticar Vamos Praticar No desenvolvimento de atividades Pick and Place para peças pequenas, os robôs planares são muito aplicados, geralmente, em conjunto com esteiras seletoras e sensoriamento por sistemas de visão, visto que são robôs de controle mais simplese de menor custo em relação aos robôs delta, também muito utilizados nas mesmas aplicações. O manipulador robótico planar mostrado a seguir possui dois elos, sendo que o comprimento do elo 1 é de 250 mm, e o comprimento do elo 2 é de 200 mm. Figura — Matriz de transformação homogênea Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem mostra uma ilustração colorida, que representa uma matriz de transformação homogênea 4x4, ou seja, com quatro colunas e quatro linhas. A matriz está dividida em quatro partes, por linhas tracejadas de cor vermelha. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 46/55 Considerando que o manipulador robótico planar possui elos totalmente esticados na condição inicial, o movimento rotativo de 60º do primeiro elo no sentido anti-horário, e o movimento rotativo de 80º do segundo elo no sentido anti-horário, calcule a posição �nal (x, y) do efetuador, utilizando o algoritmo de Denavit-Hartenberg. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 47/55 Material Complementar L I V R O Robótica industrial: fundamentos, tecnologias, programação e simulação Autor: Winderson Eugênio dos Santos Editora: Érica Capítulo: 4 — Cinemática dos robôs Ano: 2015 ISBN: 978-8536512044 Comentário: o livro apresenta a robótica de forma clara e objetiva e comenta, em especial, a nomenclatura técnica referente a robôs industriais. Ele apresenta os sistemas de servoacionamento mais utilizados para manipuladores robóticos e faz a análise a partir de modelos matemáticos e da programação de robôs, demonstrando o equacionamento cinemático de um manipulador robótico. 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 48/55 W E B Como funciona um robô de verdade Ano: 2019 Comentário: neste vídeo do canal Manual do Mundo, é desenvolvida uma perspectiva analítica sobre os robôs industriais, funcionalidades e formas de utilização deles. No vídeo, podemos veri�car os principais elementos que compõem um robô industrial e as células robóticas e relacionar as diversas aplicações de sistemas produtivos que, atualmente, utilizam robôs industriais, na busca por realizar qualquer atividade. Para conhecer mais sobre o assunto, acesse ao vídeo disponível em: ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=UsaLpDb3HHA&t=19s 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 49/55 Conclusão Caro(a) estudante, neste estudo, você pôde ver a importância da Cinemática de robôs, principalmente, para aplicações em robôs industriais. A partir do estudo da Cinemática, é possível determinar as capacidades de movimentação de um manipulador robótico e o volume de trabalho dele. Veri�camos a importância do estudo da Cinemática Direta, para a obtenção do valor �nal de posição de um manipulador robótico, a partir das posições individuais das juntas, e como o algoritmo de Denavit-Hartenberg pode nos auxiliar e facilitar o processo de modelagem da Cinemática Direta de um manipulador. Atualmente, a maior parte dos manipuladores robóticos já tem equações de transferência para sistemas de orientação de�nidas. No entanto é importante compreender o processo de dedução da Cinemática de um robô, pois o desenvolvimento de pesquisas e de manipuladores no meio industrial e comercial está em constante expansão. Veri�camos a importância da Cinemática Inversa no estudo dos movimentos das juntas robóticas e as possibilidades que o estudo da Cinemática Diferencial proporciona na de�nição dos modelos de trajetórias dos manipuladores robóticos. Por �m, cabe destacar que os estudos relacionados à Cinemática dos robôs, ainda que muito avançados atualmente, podem ser elaborados no desenvolvimento de novos manipuladores. Usualmente, na programação de robôs industriais, a Cinemática é pouco utilizada, diretamente, no entanto ela possibilita, ao programador e ao operador de um robô, compreender melhor as características de funcionamento do sistema, de modo a evitar erros que gerem travamentos nas juntas do manipulador robótico. Até a próxima! 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 50/55 Referên cias ABREU, P. Robótica industrial: aplicações industriais de robôs. 2002. Dissertação (Mestrado em Automação, Instrumentação e Controlo) — Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Porto, 2002. Disponível em: http://paginas.fe.up.pt/~aml /maic_�les/aplicacoes.pdf. Acesso em: 2 jun. 2022. ALCIATORE, D. G.; HISTAND, M. B. Introdução à Mecatrônica e aos sistemas de medições. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. (Disponível na Minha Biblioteca). ANTUNES, J. P. M. D. Programação de robôs industriais em operações de maquinagem. 2015. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica) — Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Porto, 2015. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/80838/2/36839.pdf. Acesso em: 2 jun. 2022. http://paginas.fe.up.pt/~aml/maic_files/aplicacoes.pdf https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/80838/2/36839.pdf 23/10/2022 18:42 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YyY5AGN2jrB%2foPqF%2bC7MCA%3d%3d&l=53dvfNRpEsi%2bYRobnkg%2f7g%3d%3d… 51/55 COMO funciona um robô de verdade. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (16 min.). Publicado pelo canal Manual do Mundo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=UsaLpDb3HHA&t=19s. Acesso em: 3 jun. 2022. CRAIG, J. J. Robótica. São Paulo: Pearson, 2012. (Disponível na Biblioteca Virtual). DUMBA, R. Braço robótico. In: DUMBA, R. Robótica industrial. São Paulo: Uniban Automação, 2017. p. 1-24. HARTENBERG, R. S., DENAVIT, J. Kinematic synthesis of linkages. Nova Iorque: McGraw-Hill; 1964. HIBBELER. R. C. Engineering Mechanics: dynamics. 13. ed. Nova Iorque: Prentice Hall, 2012. MONTEIRO, R. E. V. Desenvolvimento de um controlador dinâmico para robôs humanoides. 2012. 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