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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO ENFERMAGEM JOÃO PEDRO DE OLIVIERA – 6º PERÍODO ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA: PARTO DOMICILIAR PLANEJADO Ribeirão Preto – SP 2022 2 JOÃO PEDRO DE OLIVIERA - 6º PERÍODO ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA: PARTO DOMICILIAR PLANEJADO Trabalho entregue para obtenção de parte da nota da Disciplina de Práticas de Enfermagem No Sistema de Saúde do curso de Enfermagem. Ribeirão Preto – SP 2022 3 1. LEGISLAÇÃO: PARTO DOMICILIAR PLANEJADO Por certo, afim de respaldar-se na legislação o enfermeiro obstetra conta com o parecer COREN-SP GAB Nº 012/2011, que institui a prática no âmbito do parto domiciliar planejado. Neste cenário, encontra-se altas taxas de cesárea (um a cada cinco partos naturais), atrelado a hipermedicalização da saúde e intervenções desnecessárias, em contrapartida, as mulheres identificam através da educação em saúde os benefícios de um parto natural no ambiente ideal, a qual a mulher esteja familiarizada e em plenas condições de conforto e assistência, confluindo-se a optarem pelo parto domiciliar planejado (PDP) (BRASIL, 2011). Junto a isto, o Decreto nº 94.406/1987 formaliza as atribuições do enfermeiro no que tange a assistência de enfermagem qualificada e efetivas, incumbindo-se: “II – como integrante da equipe de saúde: [...] h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido;” (BRASIL, p.02, 2011). Além disso, destaca-se as atribuições do enfermeiro obstetra em seu art. 09, sendo: “I – prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; II – identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico; III – realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando necessária.” (BRASIL, p. 03, 2011). 2. PRÉ-NATAL EM DOMICILIO A assistência de enfermagem ao pré-natal institui-se como a fermenta mais efetiva no que tange ao preparo materno-familiar para o processo de parto e pós-parto. Sendo as consultas de enfermagem de extrema essencialidade para formalizar os cuidados maternos-fetais adequados as necessidades biopsicosocioespirituais do binômio. Deste modo, o enfermeiro eleva-se para além das questões biomédicas, desenvolvendo cuidados acerca as vivencias pessoais, psicoemocionais, culturais e familiares dos clientes, colocando em consonância corpo, mente e espiritualidade (BRASIL, 2017). Assim, um pré-natal de adequado gerência experiências únicas e individualizadas no contexto e preparo materno, dando suporte a construção solida da relação enfermeiro-cliente, pautada na confiança e vinculo (gestante-equipe). Para além, os cuidados devem permear avaliação minuciosa mediante consultas de enfermagem regulares, sempre se avaliando: Fatores de Risco Gestacionais; Sinais Vitais (SSVV); Exames laboratoriais; Exames de imagem (ultrassom); Exame físico completo da gestante (mamas, altura uterina, períneo, MMII); Avalição de Desenvolvimento Fetal (crescimento, posição, frequência cardíaca fetal); Plano de parto (PP); Rede de apoio; Bagagem vivenciada (pessoais, emocionais, familiares e culturais) (BRASIL,2017). 4 3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA PARTO DOMICILIAR PLANEJADO GERAIS: ▪ Desejo da mulher; ▪ Gestante classificada como risco obstétrico habitual; ▪ Apresentação cefálica; ▪ Gestação a termo; ▪ A mulher e seu(sua) companheiro(a) devem estar de acordo e assinar o Termo de Consentimento Informado antes de iniciar o atendimento ao parto; HISTÓRIA OBSTÉTRICA: ▪ Não deve ter Isoimunização em gravidez anterior ou atual; ▪ Não deve ter antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; GESTAÇÃO ATUAL: ▪ Durante a gravidez atual a implantação e fixação da placenta não deve ser anormal (incluindo placenta prévia); ▪ Não deve ter anormalidades pélvicas / uterinas significativas (tumores, malformações, etc.), nem anormalidades congênitas graves que afetam o parto; ▪ Não deve apresentar doenças como: cardíaca, pulmonar, tuberculose ou asma grave não controlada por medicação, doença renal, hepática, endócrina, distúrbios hematológicos significativos/coagulopatias ou doença neurológica; ▪ Não deve ter diabetes mellitus preexistente; ▪ Durante a gravidez atual não deve ter diabetes gestacional com glicemia descontrolada que requer medicação; ▪ Durante a gravidez atual não deve ter hipertensão e/ou pré-eclâmpsia; ▪ Não deve ter evidência laboratorial de proteinúria ▪ Não deve apresentar anormalidades significativas ao funcionamento social/mental que afetam a gravidez, parto e/ou a capacidade de cuidar com segurança de um recém-nascido; ▪ Não deve ter doença psiquiátrica atual; ▪ Não deve ser portadora de doenças infecciosas; ▪ Não deve ter antígeno de superfície positivo para hepatite B; ▪ Não deve apresentar desnutrição severa; ▪ Durante a gravidez atual não deve ter suspeita de restrição de crescimento intrauterino ou pequeno para idade gestação; ▪ Durante a gravidez atual não deve ter suspeitas de anormalidades fetais que requerem atenção pediátrica no nascimento; ▪ Não deve ter dependência de álcool ou drogas; ▪ Ter realizado o número recomendado de consultas pré-natais de acordo com a política do serviço de saúde e rastreio (exames) da gravidez completo sugeridos pelo Ministério da Saúde; 5 LOCAL DO PARTO: ▪ Segurança do local/domicílio de nascimento; ▪ O local/domicílio deve ter acesso fácil; ▪ Local de parto não deve ultrapassar mais de 30 minutos de deslocamento por ambulância para uma maternidade; CONDIÇÕES PARA TRANSFERÊNCIA: ▪ Ter preparado o plano de transferência, caso for necessário; ▪ Estar de acordo com uso de ocitocina no pós-parto quando necessário; ▪ Não necessitar de métodos farmacológicos de alívio da dor ou uma epidural durante o trabalho de parto; ▪ Ter alguém que possa estar em sua casa durante as primeiras 24 horas após o nascimento; ▪ Ter suporte social adequado antes, durante a após o parto. Fonte: (COLOSSI, 2017). 4. PARTO EM DOMICILIO De acordo com o ministério da saúde, é de competência da enfermagem obstétrica a assistência ao trabalho de parto, seja em ambiente hospitalar ou domiciliar, para gestantes consideradas de risco habitual, seguindo as normas de biossegurança. Concomitantemente, o profissional de enfermagem deve se encontrar qualificado no atendimento técnico-cientifico visando suprir os encargos de uma assistência domiciliar de qualidade, seguindo sempre os protocolos viabilizados, permanecendo também em resguardo a uma rede de suporte na necessidade de transferência materna / neonatal (SOUZA; SANTOS, 2011). 5. EQUIPAMENTO MÍNIMO PARA O ATENDIMENTO AO PARTO DOMICILIAR CONSULTA DE ENFERMAGEM: ▪ Caderneta da gestante; ▪ Fita métrica; ▪ Dopleer Sonar; ▪ Balança adulto; ▪ Esfigmomanômetro; ▪ Estetoscópio; ▪ Termômetro; ATENDIMENTO AO PARTO: ▪ Luvas estéreis; ▪ Luvas de procedimento; ▪ Termômetro; ▪ Estetoscópio adulto; ▪ Esfigmomanômetro; ▪ Doppler fetal; ▪ Material de sutura (luvas estéreis, fios, instrumental estéril, gazes estéreis, seringas, agulhas, anestésico local, antisséptico tópico); 6 ATENDIMENTO AO RECÉM-NASCIDO: ▪ Luvas estéreis; ▪ Ventilador com pressão positiva (ambu) com máscara para RN; ▪ Aspirador e sondas de aspiração; ▪ Cilindro de oxigênio 3 litros com fluxômetro; ▪ Material estéril para clampeamento de cordão; ▪ Manta térmica; ▪ Estetoscópio infantil; ▪ Balança; ▪ Fita métrica; ▪ Termômetro; ▪ Seringas; ▪ Agulhas; ▪ Compressas estéreis; ▪ Base rígida para reanimação; ▪ Oxímetro; ▪ Vitamina K; MATERIAL DE URGÊNCIA: ▪ Luvas estéreis; ▪ Luvas de procedimento; ▪ Garrote; ▪ Agulhas; ▪ Álcool a 70%; ▪ Catéteres de punção venosa; ▪ Equipos para soro; ▪ Esparadrapo; ▪ Gazes estéreis; ▪ Seringas; ▪ Sonda Foley; ▪ Água destilada; MEDICAÇÕES DE URGÊNCIA: ▪ Ringer lactato; ▪ Soro fisiológico; ▪ Ampolas de ocitocina injetável; ▪ Ergotrate ampola injetável; ▪ Adrenalina; Fonte: (BRASIL, 2016). 6. ACOMPANHAMENTO DE PARTO HOSPITALAR Escala de procedência: 1º Presta-se uma assistência e acompanhamento dotrabalho de parto em casa, promoção do alívio da dor com métodos não farmacológicos, avaliação do bem estar materno e fetal, acompanhamento da evolução do trabalho de parto. 2º Encaminhamento para o hospital quando o trabalho de parto estiver na fase ativa ou quando a mulher desejar. 7 3º Continuidade da assistência no ambiente hospitalar, como membro da equipe, respeitando as normas da instituição e a partir desse momento, as condutas são de responsabilidade do médico obstetra. Fonte: (BOCHNIA; ET. AL., 2019). 7. PÓS-PARTO EM DOMICILIO O puerpério compreende-se do período de dequitação placentária até que os órgãos reprodutores da mulher retornem ao seu estado pré-gravídico (menstruação). Nesse sentido, torna-se um momento de transição em que ocorrem intensas alterações fisiológicas, hormonais e psíquicas, o que demanda muita atenção e cuidado da família e equipe assistencial. Para isto, o enfermeiro deve se atentar mudanças fisiológicas, psíquicas e socioculturais presente no processo de avaliação puerperal. Estende-se os cuidados a puérpera, observar e avaliar: Estado emocional (imediato e subsequente); Alimentação adequada ao perfil de necessidades e econômico; Autocuidado e higiene; Exame físico (mamas, tônus uterino, períneo, incisão cirúrgica, loquiação, eliminações, MMII); Amamentação; Dinâmica familiar. Qualquer sinal de alterações ou dificuldades reladas polo cliente é necessário readequação do cuidados, focando-se sempre no processo de aprendizagem e formação materno-familiar (SOUZA; SANTOS, 2011). Junto a isso, avalia-se o bebe com prevenção de agravos e complicações pós-parto, atento a: Exame físico (hidratação, icterícia, coto umbilical, períneo, eliminações); Amamentação; orientações quanto à contra indicação de bicos, chupetas e mamadeiras; Orientar sobre os cuidados com o bebê; Orientar cuidados com as roupas e utensílios; Manobra de Heimlich (em caso de engasgamento ou asfixia por objeto); Orientar vacinas e teste do pezinho (SOUZA; SANTOS, 2011). 8. ENTREVISTA: LUZ DO NASCER A experiência de acompanhar mulheres e suas famílias no momento do parto e nascimento é transformadora para todos que estão envolvidos nesse processo. Ao longo de vários anos prestando assistência hospitalar juntas, compartilhamos histórias, desafios, lágrimas e sorrisos. Foram momentos inesquecíveis que fortaleceram a convicção de que devolver o protagonismo à mulher é o caminho para um nascimento pleno. Assim, no ano de 2015, surgiu o Luz do Nascer, com o compromisso de estar ao lado das mulheres no momento mais importante e transformador de suas vidas, oferecendo uma assistência humana, respeitosa e segura. Nossos serviços: Consultas (pré natal, pós parto e amamentação); Parto 8 Domiciliar Planejado; Parto Hospitalar; Curso de Cuidados Perinatais; Acupuntura; Laserterapia. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 51 p. : il. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pd f . Acesso em: 9 set. 2022. BRASIL. Parecer técnico COREN/SC Nº 023/CT/2016. Conselho regional de enfermagem de santa catarina. Santa Catarina,2016, p.26. Disponível em: http://www.corensc.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/PT-023-2016-Parto-Domiciliar-Planej ado.pdf. Acesso em: 9 set. 2022. BRASIL. Parecer técnico COREN-SP GAB Nº 012 / 2011. Conselho regional de enfermagem de são Paulo. São Paulo, 2011, p. 05. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2013/07/parecer_coren_sp_2011_12.pdf. Acesso em: 9 set. 2022. BOCHNIA, E. R.; ET. AL. Vista do Atuação do enfermeiro obstetra no parto domiciliar planejado. Cienc Cuid Saude, Abr - Jun 18, 2019. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/41570/751375140007. Acesso em: 9 set. 2022. COLOSSI, L. Critérios de elegibilidade das mulheres para o Atendimento ao parto domiciliar planejado: Proposta de um protocolo. Dissertação de Mestrado em Enfermagem do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017, V. único, p. 01-233. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/188833/PNFR1030-D.pdf?sequence=1 &isAllowed=y. Acesso em: 9 set. 2022. SOUZA, N. A.; SANTOS, F. R. E. Estudo sobre a atuação do enfermeiro obstetra no parto domiciliar planejado e humanizado. Salvador – BA, 2011. Disponível em: http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/EOB/EOB06/SOUZA-Natalia%20de%20Andrade. pdf. Acesso em: 9 set. 2022.
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