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OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS (para publicação).06.01.20

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Prévia do material em texto

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. 
Governador do Estado do Pará 
HELDER ZAHLUT BARBALHO 
Presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará 
BRUNO MENDES CARMONA 
Diretora Técnica Assistencial: 
NORMA SUELY DE CARVALHO FONSECA ASSUNÇÃO 
Diretora Assistencial Técnica Operacional: 
MARIA ALVES DE BELÉM 
Diretor Administrativo e Financeiro: 
LEONARDO RIODADES DAHER SANTOS 
Diretora de Ensino e Pesquisa: 
LENA CLÁUDIA MAIA ALENCAR 
Organização e Produção: 2018 
MARÍLIA GABRIELA QUEIROZ DA LUZ 
GISLÂNIA PONTES FRANCÊS BRITO 
Gerência de Tocoginecologia 
MARÍLIA GABRIELA QUEIROZ DA LUZ 
Revisão: 2019 
MARÍLIA GABRIELA QUEIROZ DA LUZ 
DANIELLE DE OLIVEIRA LEAL 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS 
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE 
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
Danielle de Oliveira Leal 
Gislânia Ponte Francês Brito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PARÁ 
2019 
 
 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
Danielle de Oliveira Leal 
Gislânia Ponte Francês Brito 
 
 
 
 
Direitos de cópias 
Copyright 2018© por / by / FSCMP / Belém, Pará, Brasil 
 
 
 
Editoração eletrônica 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
Arte da capa 
Marcio Bastos de Almeida e Silva 
Lucas Costa Cardoso 
 
 
Ficha catalográfica 
Todos os direitos autorais estão reservados e protegidos pela lei nº 9610 de 19 de 
fevereiro de 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marília Gabriela Queiroz da Luz, Danielle de Oliveira Leal, Gislânia Ponte Francês Brito 
 
 
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS 
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE 
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ 
 
 
ISBN:978-85-69835-58-5 
Editora Ximango 
 
DIREITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Este Livro é produto desenvolvido na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará” 
 
REPRODUÇÃO PROIBIDA 
Parte desta obra, poderá ser reproduzida desde que citada a sua fonte. 
 
Direitos de cópias / Copyright 2018© 
por / by / Mestrado CIPE / CCBS / UEPA 
Belém, Pará, Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autora 
Daniele Oliveira Leal 
Lattes:http://lattes.cnpq.br/5088569652644480 
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2006). Residência Médica em Ginecologia e 
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2011). Atualmente é médica tocoginecologista da 
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, onde atua na gestão da maternidade. 
 
 
 
Autora 
Gislânia Ponte Francês Brito 
Lattes:http://lattes.cnpq.br/9655868593345741 
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Piauí (2005). Atualmente é médica tocoginecologista da 
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Fez pós-graduação em medicina do trabalho pela Universidade do 
Estado do Pará.Tem experiência na área de ginecologia e obstetrícia e em medicina do trabalho.Mestranda da 
Universidade do Estado do Pará no Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental. 
 
 
 
Revisora 
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunção 
Lattes:http://lattes.cnpq.br/1180984403274256 
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1985), especialização em Medicina Intensiva pela 
Associação Brasileira de Medicina Intensiva (1997). Tem experiência na área de Medicina com ênfase em Medicina 
Intensiva adulto. Conhecimento e Experiência em gestão da clínica e ferramentas gerenciais como coordenadora, 
gerente e Diretora Técnica-Assistencial. 
 
 
 
 
Autora e Organizadora 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7318301499873546 
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2004), Residência Médica em Ginecologia e 
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2007). Atualmente, Fundação Santa Casa de 
Misericórdia do Pará, é presidente do comitê de mortalidade materna, gerente da maternidade e responsável pela 
assistência às mulheres com doença trofoblástica gestacional, além de professora assistente da Universidade 
Federal do Pará. 
http://lattes.cnpq.br/5088569652644480
http://lattes.cnpq.br/9655868593345741
http://lattes.cnpq.br/1180984403274256
http://lattes.cnpq.br/7318301499873546
COLABORADORES 
 
 
 
 
 
• Ana Carla Araújo 
• Celso Hideo Fukuda 
• Cláudia Campos Coelho França 
• Clélia Andrade Salustrino 
• Daniel Gomes de Lima 
• Débora Ventura Baptista Carneiro 
• Dociana Érica Cabral Formigosa 
• Helder Costa Ikegami 
• Jenyse Cristine Ribeiro dos Santos Fontelles 
• Lara Batista da Fonseca 
• Luiza Helena Tavares Lobato 
• Luiza Renata Pinto Bentes 
• Marcella B. G. Verolla Molina 
• Mary Helly Valente Costa 
• Paulo Henrique Seabra de Farias 
• Vivian Araújo Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização 
 
 
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA 
DO PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora 
 
Coordenador e Editor Chefe Francisca Regina Oliveira Carneiro 
Conselho Editorial Francisca Regina Oliveira Carneiro 
Leonardo Augusto Carneiro Carvalho 
 
 
 
 
 
NORMALIZAÇÃO E REVISÃO CAPA 
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunção Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
 
__________________________________________________________________ 
 
• Obstetrícia em tópicos: Tópicos. Marília Gabriela Queiroz da Luz; Danielle de 
Oliveira Leal; Gislania Ponte Francês—Belém, 2019. 
• ISBN:978-85-69835-58-5 
 
___________________________________________________________________ 
PREFÁCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A gestação, parto, puerpério e a violência sexual são tópicos da prática 
obstétrica abordados neste livro por profissionais da Fundação Santa Casa de 
Misericórdia do Pará, hospital de referência Estadual para a gravidez de alto 
risco e o principal responsável pela formação dos profissionais obstetras do 
Estado. 
 
 
 Os autores organizaram este livro para que o mesmo fosse utilizado na rotina 
pelos profissionais desta área, objetivando uma atenção segura para as boas 
práticas do parto e nascimento, respaldado nas evidências científicas em 
obstetrícia e na rotina do serviço da Instituição com mais de 900 partos 
mensais. 
 
 
 A apresentação objetiva e prática de cada capítulo contribuirá para guiar o leitor 
na execução do planejamento do cuidado assistencial objetivando um desfecho 
favorável para as pacientes atendidas e seus familiares, que é o nascimento do 
filho amado. 
 Que esse protocolo seja uma ferramenta de união da equipe assistencial em 
benefício de nossas pacientes! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunção 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
Esse livro é o resultado de um trabalho em equipe bem sucedido no qual a 
reciprocidade na união de forças e a divisão de tarefas permitiu a partilha de 
conhecimentos. 
 
 
Esse livro é dedicado a: 
- Todas as mulheres que vivenciam a maternidade nesta instituição. 
- Toda equipe assistencial que com amor, compromisso e união vem 
transformando positivamente a história de inúmeras gestações de alto 
risco. 
- Equipe gestora que de maneira incansável busca melhorias a nossa amada 
e desafiadora Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. 
 
 
 
 
 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE I: PARTO, VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO 13 
1-ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO 14 
2-ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTÓCICO 19 
3-ASSISTÊNCIA AO PARTO PÉLVICO 22 
4-TRABALHO DE PARTO PREMATURO 24 
5-PROFILAXIA DE DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL 28 
6-PARTOGRAMA 30 
7-ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO 35 
8-DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 38 
9-ABORTO LEGAL 42 
10-VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER 46 
11-ASPIRAÇÃO MANUAL INTRA-UTERINA 51 
12-PROTOCOLO DE CESARIANA 54 
13-INDUÇÃO E CONDUÇÃO DE PARTO E ABORTO 62 
UNIDADE 2: PUERPÉRIO 66 
14-INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO NO PUERPÉRIO 
IMEDIATO 67 
15-HEMORRAGIA PÓS-PARTO 7016-PUERPÉRIO FISIOLÓGICO 79 
17-PUERPERIO PATOLÓGICO 82 
18-INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO 88 
UNIDADE 3: INTERCORRÊNCIAS NA GRAVIDEZ 94 
19-PRENHEZ ECTÓPICA 95 
20-PLACENTA PRÉVIA 98 
21-ACRETISMO PLACENTÁRIO 101 
22-DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA 103 
23-ROTURA UTERINA 107 
24-CHOQUE 110 
25-PROTOCOLO DE CIVD 113 
26-SÍNDROME HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO 116 
27-RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL 126 
28-DIABETES NA GESTAÇÃO 132 
29-ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES. 141 
30-CORIOAMNIONITE 149 
31-INFECÇÃO URINÁRIA NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL 152 
32-GESTAÇÃO E HIV 155 
33-ÓBITO FETAL. 160 
34-CONTROLE DE VITALIDADE FETAL 164 
35-DOR ABDOMINAL DE ORIGEM NÃO OBSTÉTRICA 168 
36-TROMBOEMBOLISMO VENOSO 177 
UNIDADE 4: ANESTESIA 181 
37-ANALGESIA E ANESTESIA EM OBSTETRÍCIA 182 
Jenyse Cristine Ribeiro dos Santos Fontelles 
38-PROTOCOLO DE ANESTESIA: SÍNDROME HIPERTENSIVA NA 
GESTAÇÃO 197 
Jenyse Cristine Ribeiro dos Santos Fontelles 
39-PROTOCOLO DE ANESTESIA: HEMORRAGIA PERIPARTO 202 
Jenyse Cristine Ribeiro dos Santos Fontelles 
UNIDADE 5: GERENCIAMENTO DE FILA NA ASSISTÊNCIA 207 
40-GERENCIAMENTO DA FILA PARA ATENDIMENTO NA URGÊNCIA 
E EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA 208 
41-GERENCIAMENTO DA FILA PARA TRANSFERÊNCIAS INTERNAS
 221 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I: PARTO, 
VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO 
 
 
 
1-ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO 
2- ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTÓCICO 
3-ASSISTÊNCIA AO PARTO PELVICO. 22 
4- TRABALHO DE PARTO PREMATURO (TPP) 
5-PROFILAXIA DE DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL 
6- PARTOGRAMA 
7-ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO 
8- DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 
9- ABORTO LEGAL 
10- VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER 
11-ASPIRAÇÃO MANUAL INTRA-UTERINA (AMIU) 
12- PROTOCOLO DE CESARIANA 
1- ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO 
 
Danielle Leal de Oliveira 
Luiza Renata Pinto Bentes 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
Mary Helly Valente Costa 
 
 
 
1.1- ADMISSÃO 
- Anamnese, exame físico e obstétrico, impressão diagnóstica e conduta; 
- Fornecer esclarecimentos sobre o trabalho de parto e procedimentos a serem 
adotados (ver checklist de parto). 
- Continuar informando paciente e acompanhante nos demais períodos. 
- Encaminhar ao PPP somente pacientes em fase ativa do trabalho de parto: 
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações 
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos 
• A partir de 6 cm com contrações regulares. 
- Na dúvida deve-se manter paciente em observação e reavaliar o binômio (mãe e 
concepto) em 2 horas. 
 
1.2- ASSISTÊNCIA AO 1º PERÍODO 
- Apenas as mulheres que se enquadram na definição acima de trabalho de parto 
ativo devem ser admitidas no PPP para o acompanhamento do trabalho de parto. 
Pacientes fora do contexto descrito para fase ativa devem ser encaminhadas a 
enfermaria de patologia obstétrica. 
- Abrir partograma no PPP. 
- Preencher ficha de admissão e avaliar risco de hemorragia puerperal 
- Orientar acompanhante a pedir ajuda se paciente evoluir com aumento da dor, do 
sangramento ou outras intercorrências 
- Posição materna: deve-se encorajar a mulher a deambular ou permanecer na 
posição mais confortável. 
- Apenas pacientes com distócia funcional comprovada pelo partograma 
deverão receber ocitocina para estimular contrações uterinas. 
 
1.2.1- Medidas iniciais 
- Cardiotocografia na admissão. 
- Dieta: dieta leve 
- Prescrever a freqüência com que o BCF deve ser auscultado (item 1.2.3) 
- Posição e deambulação: as pacientes devem ser encorajadas a encontrarem a 
posição mais confortável. Destaca-se que a posição vertical e a deambulação 
reduzem em aproximadamente uma hora o primeiro período do trabalho de parto em 
relação a reclinada. 
- Manejo ativo: a amniotomia precoce, associada ou não à ocitocina, não deve ser 
realizada de rotina em mulheres em trabalho de parto que estejam progredindo bem. 
 
 
1.2.2- Partograma 
- É obrigatório ser usado para todas as pacientes em trabalho de parto para 
documentar sua evolução e diagnosticar suas alterações de forma precoce, 
indicando a tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios e evitando 
intervenções desnecessárias. 
 
1.2.3- Monitorização fetal intra útero 
- Ausculta intermitente em parturientes de baixo risco a cada 30 minutos no período 
de dilatação e a cada 5 minutos no período expulsivo, durante pelo menos 60 
segundos. 
- Ausculta intermitente em parturientes de alto risco a cada 15 minutos no período 
de dilatação e a cada 5 minutos no período expulsivo, durante pelo menos 60 
segundos. 
- Cardiotocografia na admissão e repetir sempre que houver suspeita de sofrimento 
fetal intra-parto. 
 
1.2.4- Medidas de ressuscitação intrauterina se BCF alterado ou 
cardiotocografia categoria II ou III: 
- Mudança de decúbito: DLE ou DLD (lateral esquerdo ou direito) por 15 minutos 
- Oxigenioterapia em cateter nasal 5 a 8 L/minuto 
- Hidratação venosa 
- Reduzir frequência das contrações uterinas 
- Descontinuar ocitocina e 
- Avaliar necessidade de terbutalina subcutânea 0,25 mg (meia ampola) 
- Em caso de prolapso de cordão colocar a paciente em posição de prece 
maometana e preparar cesariana 
 
1.3- ASSISTÊNCIA AO 2º PERÍODO 
- Posição materna: deve-se encorajar a mulher a deambular ou permanecer na 
posição mais confortável. Oferecer posições de cócoras, banqueta de parto 
- Manobra de Kristeller: não deve ser realizada. 
- Episiotomia: não deve ser feita de rotina, entretanto pode ser indicada nos casos 
de parto operatório, parto pélvico, macrossomia ou ameaça de ruptura perineal 
grave após análise de forma individualizada. 
- Medidas de proteção perineal: 
• técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal), controlar a 
deflexão da cabeça e orientar à mulher para não empurrar nesse momento. 
• quanto a técnica de ‘mãos prontas’ (com as mãos sem tocar o períneo e a cabeça 
fetal, mas preparadas para tal) 
 
1.4- ASSISTÊNCIA AO 3º PERÍODO 
- Logo após o desprendimento do concepto, administrar 10 UI de ocitocina 
intramuscular, antes do clampeamento e corte do cordão umbilical; 
- Pinçamento e secção do cordão: discutir com pediatra o melhor momento para 
campear o cordão. 
- Considerar as orientações: preferencialmente até 3 minutos após o nascimento; 
não realizar antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade 
de manobras de ressuscitação neonatal. 
- Pinçar o cordão antes de 5 minutos. Após a secção do cordão realizar tração 
controlada do mesmo. 
1.5- ASSISTÊNCIA AO 4º PERÍODO 
- Revisão da cavidade uterina e do trajeto: só devem ser realizadas com indicações 
específicas, como no caso de hemorragia não-decorrente de hipotonia uterina. 
- Para afastar a possibilidade de restos placentários ou de membranas, deve-se 
realizar para todas as pacientes a revisão dos anexos depois do delivramento. 
- Para a mãe: avaliar sinais vitais logo após o nascimento, na primeira e na 
segunda hora para todas as parturientes do CO/PPP. Avaliar sinais vitais de 30/30 
minutos nas duas primeiras horas para todas as pacientes com SHEG ou fatores de 
risco para hemorragia. 
- Para o recém-nascido (RN): avaliar sinais vitais logo após o nascimento, na 
primeira e na segunda hora para todos os RNs do CO/PPP. Avaliar sinais vitais de 
30/30 minutos nas duas primeiras horas para todo RN entubado ou no CPAP. 
- Se hemorragia: seguir protocolo de hemorragia puerperal. 
- Fazer revisão de canal de parto em todo parto distócico 
- Fazer curetagem uterina sempre que suspeitar de dequitação incompleta 
- Estimular contato pele a pele e amamentação logo após o parto (na primeira hora 
– HORA DE OURO) 
 
1.6- OCITOCINA NO TRABALHO DE PARTO. 
- Iniciar com a menor dose do quadro 1 e aumentar a cada 30 - 40 minutos até 
alcançar contratilidade adequada para a fase de trabalho de parto; 
- Avaliar descontinuidade de ocitocina conforme vitalidade fetal e progressão do 
parto. 
USO DE OCITOCINA NO TRABALHO DE PARTO 
Diluir ocitocina 1 frasco-ampola (5 UI)de ocitocina em 500 ml de Soro fisiológico ou 
Ringer lactato e seguir a vazão descriminada nas colunas de BIC ou macrogotas para 
alcançar a dose de ocitocina indicada 
Dose de ocitocina BIC* Macrogotas 
4 mUI/min 24 ml/hora 8 gotas/min 
5 mUI/min 30 ml/hora 10 gotas/min 
6 mUI/min 36 ml/hora 12 gotas/min 
7 mUI/min 42 ml/hora 14 gotas/min 
8 mUI/min 48 ml/hora 16 gotas/min 
16 mUI/min 96 ml/hora 32 gotas/min 
32 mUI/min 192 ml/hora 64 gotas/min 
42 mUI/min 252 ml/hora 84 gotas/min 
Quadro 1 – Uso de Ocitocina no trabalho de parto 
*BIC: bomba de infusão contínua 
 
 
1.7- GESTAÇÕES GEMELARES. 
- Considerar cesárea, se: 
• Primeiro gêmeo em apresentação não cefálica 
• Gêmeos MC/MA. 
• Gestações múltiplas 3 fetos. 
• Patologia materna, fetal ou placentária. 
• Segundo gemelar com peso > 20% em relação ao primeiro gêmeo, 
especialmente, em apresentação não cefálica. 
• Suspeita de alteração da vitalidade fetal, impossibilidade de uma correta 
monitorização de um ou de ambos os fetos durante o parto. 
 
1.8- LACERAÇÕES DE PERÍNEO 
- A epsiotomia é o fator mais fortemente associado às lacerações de terceiro grau. 
A compreensão detalhada da anatomia do períneo é essencial para a reparação 
apropriada 
- Reparar a lesão: 
• Classificar: quadro 2 
• Assepsia, anti-sepsia 
• Recomenda-se dose única de cefazolina 2 g endovenosa no momento do 
reparo 
• Anestesia: bloqueio do pudendo ou anestesia local; 
• De preferência utilizar fios de ácido poliglicólico 2-0, 3-0 ou 4-0 (Vycril) com 
agulha pequena atraumática; 
• Realizar iniciando pelas camadas mais profundas, usando técnica na qual o 
obstetra tenha maior habilidade e que seja reconhecida pela literatura 
científica; 
• Explicar a paciente sobre o risco de complicações: incontinência anal, 
deiscência, dispareunia, hematoma, infecção , abscesso perineal, fístula 
cutânea, fístula reto-vaginal 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LACERAÇÕES DE PERÍNEO 
GRAU DE LACERAÇÃO ESTRUTURA LACERADA 
Primeiro grau mucosa vaginal ou corpo perineal 
Segundo grau mucosa vaginal , pele do períneo e tecido celular subcutâneo 
Terceiro grau incompleto parte do esfíncter anal 
Terceiro grau completo laceração completa do esfíncter anal 
Quadro 2- Classificação das lacerações de períneo 
 
 
 
 
1.9- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO: 
- Fase ativa do trabalho de parto 
 
1.10- CRITÉRIO DE ALTA: 
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas; 
- Seguir protocolos de puerpério; 
- Sinais vitais estáveis; 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse; 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário; 
- Após tratamento de sífilis se necessário. 
 
 
REFERÊNCIAS. 
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of 
Physicians. Lacerações perinea’s de terceiro e quarto graus, 2018. 
2. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. 
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018. 
3. Codarin RR, Francisco RP. Discinesias da contratilidade uterina e sua correção. 
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia 
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 103/ Comissão 
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018. 
4. Steibel JA, Trapani A Jr. Assistência aos quatro períodos do parto de risco 
habitual. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e 
Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 101/ 
Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e 
Puerpério), 2018 
5. Silveira SK, Trapani Júnior AT. Monitorização fetal intraparto. São Paulo: 
Federação Brasileira das. Associações de Ginecologia e Obstetrícia 
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 100/ Comissão 
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018. 
6. Carvalho FH, Vela HW, Morais AL, Feitosa FE. Manejo de gravidez múltipla. São 
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia 
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 37/ Comissão 
Nacional Especializada em Medicina Fetal), 2018. 
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais 
de Assistência ao parto Normal, 2017. 
8. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e 
puerpério, 2010. 
 
 
 
2- ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTÓCICO 
 
Danielle Leal de Oliveira 
Lara Batista da Fonseca 
Mary Helly Valente Costa 
 
 
 
2.1- DEFINIÇÃO: 
- Distócia = TRABALHO DE PARTO DIFÍCIL 
 
2.2- PREVENÇÃO DA DISTÓCIA 
- Orientar paciente e acompanhante sobre o que esperar no trabalho de parto e 
possíveis complicações; 
- Indução do trabalho de parto, especialmente em mulheres com colo desfavorável; 
- Opções alternativas: controle da dor, suporte emocional e físico, banhos quentes, 
mudanças de posição, deambulação. 
 
2.3- RECONHECIMENTO DA DISTÓCIA 
- Abordagem ativa e reconhecimento precoce; 
- Uso do partograma; 
- Reavaliação periódica. 
 
2.4- MANEJO DA DISTOCIA DE TRABALHO DE PARTO 
- Considerar parada de progressão se: 
• Não houver progressão no partograma após 4 horas de trabalho de parto com 
bolsa íntegra ► avaliar amniotomia e/ou infusão de ocitocina endovenosa ► 
reavaliar em 2 horas. Se não houver qualquer progressão no partograma, 
discutir cesariana. 
• Não houver progressão no partograma após 2 horas de trabalho de parto com 
bolsa rota ► avaliar infusão de ocitocina endovenosa ► reavaliar em 2 horas. 
Se não houver qualquer progressão no partograma, discutir cesariana. 
 
- Correção de posição anômala: 
• Encorajar posições maternas verticalizadas; 
• Avaliar rotação manual do feto realizada por dois médicos, em centro cirúrgico. 
Considerar cesariana, discutir com a equipe. 
• Antes e durante a administração de ocitocina, deve-se realizar monitorização 
rigorosa da vitalidade fetal e sinais vitais maternos 
 
- É recomendado suspender a condução com ocitocina se: 
• Taquissistolia: mais do que cinco contrações em 10 minutos; 
• Hipertonia uterina, desacelerações tardias, graves e variáveis, bradicardias ou 
taquicardias. 
• Considerar falha de indução se não conseguir atingir atividade uterina 
adequada com a dose máxima de ocitocina. 
 
2.5- CONDUTA CONFORME OS TIPOS DE DISTÓCIA 
2.5.1- Distócias do trajeto: patologias do canal do parto que dificultam a evolução 
do trabalhoDistócias do trajeto mole: anomalias localizadas em qualquer uma das 
porções do canal de parto (colo, vagina, vulva) e por tumorações prévias genitais ou 
extragenitais. 
- Tratamento das distócias de trajeto mole: cesariana resolvera os casos 
impeditivos do parto vaginal. 
 
2.5.2- Desproporção cefalo-pélvica (DCP): identificada pelo partograma durante o 
trabalho de parto. 
- Indica-se cesárea. 
 
2.5.3- Distócia de ombro:identificada pelo “sinal da tartaruga”, quando a cabeça 
fetal se exterioriza e se retrai. 
- O mnemônico ALEERTA é uma ferramenta clínica orientada pela ALSO 
(Advanced Life Support in Obstetrics) para os médicos tomarem decisões eficazes 
para aliviar o ombro impactado. Os passos não precisam ser dados na mesma 
ordem em que aparecem no mnemônico, desde que sejam dados de maneira 
apropriadas e eficientes, e com o tempo para cada manobra de 30 a 60 segundos: 
• Ajuda: requisitar equipamento adequado e pessoal preparado 
• Levantar as Pernas (Manobra de McRoberts): Flexão e abdução das coxas 
em direção ao abdome materno. 
• Episiotomia: considerar possibilidade. 
• Externa, Pressão Supra-púbica: 
▪ simultaneamente com a manobra de McRobert 
▪ Pressionar para baixo e para o lado de modo a empurrar o ombro anterior 
em direção ao tórax do feto. Inicialmente realizar pressão contínua mas se o 
parto não ocorrer realizar pressão intermitente para deslocar o ombro. 
• Retirada do braço posterior ( manobra Jacquemier): 
▪ O cotovelo fetal é flexionado e o antebraço é liberado em movimento de 
varredura sobre a parede anteriordo tórax fetal. 
• Toque:realizar manobra de rotação interna que tentam manipular o feto e rodar 
o ombro anterior para um plano oblíquo da bacia e sob a sínfise púbica. Isto 
pode ser realizada por meio da manobra de Rubin ou manobra de Woods’ 
Screw, também chamada de “parafuso” com ou sem a manobra de Wood. 
▪ Rubin I é o componente “externa compressão” no mnemônico. 
▪ Rubin II é realizada com a introdução dos dois primeiros dedos de uma das 
mãos na vagina e posicionando-os atrás do ombro anterior do feto 
empurrando-o anteriormente em direção ao tórax fetal. 
▪ Woods pode ser combinada com a manobra de Rubin II e consiste na 
introdução de dois dedos da mão contraria na face anterior do ombro 
posterior do feto, girando o ombro fetal em diração a sinfíse. 
• Alterar a posição da paciente, apoio nos braços e nas pernas (Gaskin): 
colocar a paciente em posição quatro apoios. 
 
 
 
- Métodos de último Recurso: 
• Clidotomia: fratura deliberada da clavícula anterior; 
• Manobra de Zavanelli: recolocação da cabeça fetal no útero, seguida da 
cesárea; 
• Sinfisiotomia: Secção da cartilagem fibrosa da sínfise sob anestesia local 
 
2.6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO: 
- Fase ativa do trabalho de parto. 
 
2.7- CRITÉRIO DE ALTA: 
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas; 
- Seguir protocolos de puerpério; 
- Sinais vitais estáveis; 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse; 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário; 
- Após tratamento de sífilis se necessário. 
 
 
REFERÊNCIAS. 
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of 
Physicians. Distócia, 2018. 
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of 
Physicians. Distócia de ombro, 2018. 
3. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. 
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018. 
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais 
de Assistência ao parto Normal, 2017. 
5. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e 
puerpério, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- ASSISTÊNCIA AO PARTO PÉLVICO 
 
Cláudia Campos Coelho França 
Danielle Leal de Oliveira 
Silvana Moreira Raposo 
 
 
 
3.1- DEFINIÇÃO: 
- Apresentação no canal de parto é a pelve ou a nádega do feto. 
 
3.2- FATORES PREDISPONENTES: 
- Maternos: malformação uterina, vício pélvico, tumor prévio, multiparidade. 
- Fetais: prematuridade, gemelaridade, malformação fetal. 
- Anexiais: localização placentária, polidrâmnio, brevidade de cordão. 
 
3.3- CLASSIFICAÇÃO: 
- Pélvica completa 
• Quadris e pernas em flexão. 
- Pélvica incompleta 
• Pélvica franca ou modo de nádegas – flexão dos quadris e extensão das 
pernas 
• Pélvica em modo de pés ou joelho – extensão de um dos quadris ou de ambos 
e flexão de um dos joelhos ou de ambos com apresentação de um pé ou de 
ambos 
 
3.4- CONTRA-INDICAÇÕES AO PARTO VAGINAL ELETIVO NA 
APRESENTAÇÃO PÉLVICA 
- Peso Fetal Estimado > 3800g. 
- Prematuridade – O parto cesárea está indicado para fetos com peso entre 1000g 
e 2500g. 
- Apresentação pélvica MODO PÉS OU JOELHO. 
- Anormalidades fetais – ex. Hidrocefalia. 
- Ausência de trabalho de parto ou trabalho de parto não progressivo. 
- Cicatriz uterina prévia ou doença materna associada. 
- Inexperiência ou Insegurança do Médico Assistente 
 
3.5- ASSISTÊNCIA AO PARTO: 
- O parto deve ser realizado em ambiente que permita a mudança de via de parto 
- Amniotomia tardia – a bolsa deve ser rompida no período expulsivo. 
- Utilizar a manobra de THIESSEN – durante 4 a 5 contrações, manter o pólo 
pélvico no canal de parto pela compressão vulvo perineal, impedindo sua expulsão. 
- Episiotomia – a critério do obstétra. 
- O parto deve proceder espontaneamente até que o cordão umbilical apareça no 
intróito vaginal. 
 
3.5.1- Desprendimento do Pólo Pélvico 
- Não tracionar; 
- Apoiar o polo pélvico mantendo o dorso fetal anteriorizado; 
- Após a saída do umbigo deve-se realizar a alça de cordão umbilical (Assistente). 
 
3.5.2- Liberação das Espáduas e Braços 
- Compressão fúndica e manobra de BRACHT para desprendimento Biacromial. 
- Quando os braços estiverem defletidos e não se consegue liberá-los com a 
manobra anterior, podemos utilizar outras manobras: manobra de Pajot, de 
Deventer-Müller, de Rojas ou Lövset. 
 
3.5.3- Desprendimento do Pólo Cefálico 
- Manobra de BRACHT; 
- Manobra de MAURICEAU SMELLIE VEIT modificada (2º e 3º quirodáctilo da mão 
esquerda no occipto fetal e 2º e 3º quirodáctilo da mão direita nos malares) 
- Fórcipe de Piper ou Simpson. 
- Algumas manobras como McRoberts ou Liverpool também podem ser utilizadas 
para auxiliar o desprendimento cefálico 
 
4- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO: 
- Fase ativa do trabalho de parto 
 
5- CRITÉRIO DE ALTA: 
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas 
- Seguir protocolos de puerpério 
- Sinais vitais estáveis 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário 
- Após tratamento de sífilis se necessário. 
 
REFERÊNCIAS. 
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of 
Physicians. Apresentações anômalas, 2018. 
2. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. 
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais 
de Assistência ao parto Normal, 2017. 
4. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e 
puerpério, 2010. 
 
 
 
4- TRABALHO DE PARTO PREMATURO 
 
Danielle Leal de Oliveira 
Gislânia Ponte Francês Brito 
Marília Gabriela Queiroz da Luz; 
 
 
 
4.1- DEFINIÇÃO: 
- Trabalho de parto prematuro (TPP) é o que se dá com menos de 37 semanas 
completas. 
 
4.2- PREVENÇÃO DA PREMATURIDADE 
- Identificar e tratar os fatores de risco sempre que possível; 
- Cerclagem quando indicada; 
- Progesterona; 
- O uso de pessário e do teste de fibronectina fetal são boas opções para a 
prevenção da prematuridade, porém indisponíveis ainda em nosso serviço. 
 
4.3- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Queixas clínicas: dor em baixo ventre e perda de tampão mucoso. Pode haver 
queixa de perda de líquido, pois muitas vezes, o trabalho de parto pode estar 
associado à rotura das membranas. 
- Exame físico: contrações uterinas regulares após 20 semanas e antes de 37 
semanas, com intervalo de 5 minutos ou menos, dilatação cervical de pelo menos 1 
cm e/ou esvaecimento cervical de 80%. 
 
4.4- O QUE FAZER EM CASO DE DÚVIDA DIAGNÓSTICA? 
- Investigar infecção genito-urinária; 
- Avaliar vitalidade fetal; 
- Reavaliar contrações uterinas e dilatação do colo em duas horas. 
 
4.5- EXAMES NECESSÁRIOS APÓS CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA 
- Ultrassonografia obstétrica; 
- Cardiotocografia oportuna; 
- Hemograma, urina EAS e urocultura com antibiograma. 
 
4.6- MANEJO 
4.6.1- Tocólise 
- A terapia deve ser iniciada assim que se estabeleça o diagnóstico de TPP. 
- A indicação deve ser criteriosa: 
• A idade gestacional não deve ser maior que 34 semanas; 
• A dilatação cervical deve ser menor que 4 cm; 
• O esvaecimento do colo uterino, não deve ser pronunciado; 
• As membranas devem estar íntegras; 
• A vitalidade fetal deve estar preservada; 
• Não devem existir patologias maternas que possam pôr em risco a mãe e o 
concepto; 
• Não pode haver infecção intrauterina. 
4.6.1.1- Agentes tocolíticos: 
4.6.1.1.1- Primeira escolha: Nifedipina: uma cápsula de 10 mg via oral a cada 20 
minutos até se obter o cessar das contrações, utilizando-se, no máximo, três 
cápsulas em 1 hora. A manutenção deve ser feita com comprimidos de 20 mg a 
cada 8 horas por 48 horas. 
 
4.6.1.1.2- Segunda escolha: Terbutalina: eficácia atribuída a seu uso é de 45 a 
92%. No entanto deve ser evitada sempre que possível, pois apresenta efeitos 
colaterais importantes e frequentes, como taquicardia, hipotensão, hipocalemia,precordialgia, edema agudo de pulmão e outros efeitos colaterais menos graves, 
incluindo cefaléia, êmese, tremores de extremidades, febre e alucinações. 
- Posologia da Terbutalina: 
• Cinco ampolas em 500 ml de solução glicosada a 5% em bomba de infusão 
continua (BIC) ou macrogotas. 
• Iniciar com 10 gotas (macrogotas) por minuto ou 30 ml/h (BIC); 
• Reavaliar contrações uterinas a cada 20 minutos e se persistirem as 
contrações aumentar 10 gotas/minuto ou 30 ml/hora a cada reavaliação até as 
contrações cessarem; 
• Não ultrapassar dose máxima de 80 gotas/ minutos ou 240 ml/h; 
• A administração do medicamento deve ser mantida por 24 horas após o 
bloqueio das contrações uterinas; 
• Cuidados durante uso de Terbutalina: 
▪ Não usar este medicamento em situações de hipervolemia, por exemplo 
polidrâmnio, gemelidades ou em casos de infusão endovenosa de líquido 
maior que 2000 ml/24 horas; 
▪ Avaliar vitalidade fetal com doppler ou cardiotocografia antes do início da 
medicação e depois com ausculta dos batimentos cardíacos fetais de hora 
em hora; 
▪ Manter paciente monitorada ou avaliar sinais vitais maternos de hora em 
hora enquanto paciente estiver recebendo o medicamento; 
▪ Suspender o medicamento imediatamente se: pulso materno> 110 bpm; 
freqüência cardíaca fetal > 160 bpm; frequência respiratória materna maior 
que 22 irpm. 
OBS: Atosibano e indometacina ainda não estão disponíveis em nosso serviço. 
 
4.6.2- Corticoprofilaxia 
- 24 a 34 semanas: toda gestante com risco iminente de parto prematuro (dilatação 
igual ou superior a 3cm ou sinais de apagamento do colo em mais de 75%) nos 
próximos 7 dias; 
- 34 a 36 semanas e 6 dias: toda gestante com iminente risco de parto prematuro 
nos próximos 7 dias, inclusive cesáreas eletivas. 
- Contra-Indicações: Corioamnionite, uso prévio de ciclo de corticóide para 
maturação; 
- Poderemos realizar tocólise na intenção, apenas, do uso do corticóide; 
- 37 a 39 semanas: não está indicado o uso de corticóide nessa idade gestacional. 
Baixa incidência de complicações respiratórias. 
- Posologia: 
• Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses; 
• Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses; 
- Profilaxia da sepse neonatal (vide capítulo de profilaxia de doença 
estreptocócica neonatal). 
4.6.3- Cuidados após tocólise se TPP for inibido 
- Após 48 horas de tocólise considerar suspender medicamentos e observar 
evolução por mais 24 horas; 
- Considerar alta após 48 horas sem tocólise e sem contrações; 
- Alta com encaminhamento para o pré-natal de alto risco e receita de progesterona 
natural (200 mg) via oral ou via vaginal de 12 em 12 horas até completar 36 
semanas. 
 
4.7- ASSISTÊNCIA AO PARTO PREMATURO 
- Uma vez que não se tenha conseguido inibir o trabalho de parto prematuro, há 
que se garantir assistência adequada ao concepto, assegurando o menor agravo 
possível para melhorar seu prognóstico. 
4.7.1- Neuroproteção fetal para gestações com menos de 32 semanas: 
- Indicado para trabalho de parto com dilatação maior ou igual a 4 cm se falha de 
indução ou contra-indicação para tocólise;. 
- Sulfato de Magnésio; 
• Dose de ataque: Sulfato de Magnésio a 50% 4g por via endovenosa lento (8 
ml de MgSO4 a 50% + 12 ml de água destilada em 20 minutos) 
• Dose de manutenção: Sulfato de Magnésio a 50% 1g/h por via endovenosa 
(10 ml de MgSO4 a 50% + 490 ml de SG 5%). Manter MgSO4 até o 
nascimento. 
- Ao iniciar MgSO4, suspender tocólise; 
- Controle rigoroso de sinais vitais maternos; 
- Suspender MgSO4 se: freqüência respiratória (FR) menor que 16 irpm, ausência 
de reflexo patelar e/ou diurese menor que 25 ml/hora; 
- Administrar gluconato de cálcio 10% se FR menor que 16 irpm 
 
4.7.2- A via de parto deve ser decidida pelas condições obstétricas: 
- A via baixa deve ser preferida nos casos de cefálicas fletidas. Optar por cesárea 
nas cefálicas defletidas; 
- O parto de prematuros em apresentação pélvica deve ser realizado por via alta se 
o peso fetal estimado for maior que 1000 g; 
- Evitar partos longos em hiperssistolia ou dificuldade de trajeto; 
- Antecedentes obstétrico materno: a presença de partos normais anteriores é 
favorável à decisão de via baixa; já a ocorrência de partos operatórios prévios e o 
estudo da razão pela qual eles aconteceram pode ser decisivo na opção pela via 
alta. 
 
4.7.3- Cuidados durante o parto via baixa: 
- A monitorização da vitalidade fetal deve ser contínua por meio da ausculta dos 
batimentos cardíacos fetais manual e por cardiotocografia intraparto; 
- Devem ser evitados os toques repetidos; 
- A amniotomia deve ser tardia. A bolsa das águas poderá servir como cunha 
dilatadora sem que haja pressão sobre o polo cefálico; 
- Episiotomia se necessária e o suficiente para permitir o nascimento sem 
resistência perineal; 
- O uso de ocitocina deve ser criterioso, evitando contrações muito intensas ou 
muito frequentes; 
- A ligadura do cordão será realizada de acordo com as condições do recém-
nascido e deverá ser oportuna. 
4.7.4- Cuidados após escolha pela cesárea: 
- Cuidado com a escolha do tipo de incisão no útero, pois é mais frequente não 
haver segmento inferior bem formado e para que a extração fetal seja a menos 
traumática possível. Pode haver necessidade de incisões uterinas longitudinais. 
Também deve ser considerado, na prematuridade, a existência de maior número de 
fetos em apresentação anômala, o que exige do obstetra maior cuidado na extração 
do concepto. 
- A anestesia para a cesárea deve ser, de preferência por bloqueio raquidiano. 
 
4.8- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO: 
- Fase ativa do trabalho de parto ou 
- Contrações uterinas regulares com intervalo de 5 minutos ou menos 
- Dilatação cervical de pelo menos 1 cm e/ou esvaecimento cervical de 80% 
 
4.9- CRITÉRIO DE ALTA: 
- Na ocorrência do parto: 
• Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas 
• Seguir protocolos de puerpério 
• Sinais vitais estáveis 
• Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse 
• Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário 
• Após tratamento de sífilis se necessário. 
- Quando o trabalho de parto for inibido: 
• 24 horas sem tocólise e sem contrações. 
 
 
REFERÊNCIAS. 
1. Nunes GC, Colvero MO. Efeitos do corticoide antenatal em prematuros de muito 
baixo peso. Resid Pediatra.;9(1):29-35 DOI:10.25060/residpediatr-2019.v9n1-06, 
2019. 
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of 
Physicians. Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas 
ovulares, 2018. 
3. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. 
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018. 
4. Souza E, Fava JL, Musiello RB, Camano L. Trabalho de parto prematuro: uso 
racional da tocólise. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de 
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - 
Obstetrícia, no. 29/ Comissão Nacional Especializada em Perinatologia), 2018. 
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais 
de Assistência ao parto Normal, 2017. 
6. Nunes GC, Colveiro MO. Efeitos do corticóide antenatal em prematuros de muito 
baixo peso. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017. 
5- PROFILAXIA DE DOENÇA 
ESTREPTOCÓCICA NEONATAL 
 
Danielle Leal de Oliveira 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
Paulo Henrique Seabra de Farias 
 
 
 
5.1- INTRODUÇÃO 
- A infecção ocorre no momento do parto, por via ascendente, da vagina de mães 
colonizadas. 
- O reservatório primário é o trato gastrointestinal e geniturinário. A colonização 
pode ser transitória, intermitente ou persistente. 
- É preconizada coleta de cultura vaginal-retal de todas as gestantes entre 35 e 
37 semanas de gestação para a detecção de colonização e identificação das 
gestantes que devem receber profilaxia antibiótica intraparto. 
- A infecção neonatal por estreptococo do grupo B (GBS) pode ser precoce ou 
tardia. A forma precoce é a mais frequente, ocorre nos primeiros7 dias de vida. 
- As manifestações clínicas são desconforto respiratório, apnéia, sinais de sepse 
que se iniciam nas primeiras 24 horas de vida e podem evoluir para óbito em 48 
horas. 
 
5.2- OBJETIVO 
- Prevenir sepse precoce por GBS ou Estreptococo agalactiae 
- Reduzir morbidade e mortalidade por sepse neonatal 
- Não aumentar as taxas de resistência bacteriana do paciente e do hospital. 
 
5.3- INDICAÇÕES PARA ANTIBIÓTICO-PROFILAXIA 
- Recém-nascido prévio com doença invasiva por EGB; 
- Bacteriúria pelo EGB em qualquer trimestre da gestação atual; 
- Cultura de rastreio positiva para EGB na gestação atual; 
- Trabalho de parto em gestação < 37 semanas; 
- Ruptura das membranas ovulares ≥ 18 horas; 
- Temperatura materna intraparto ≥ a 38º C; 
- Observação: Mulheres com rastreamento para EGB negativo ao redor de 5 
semanas antes do parto não necessitam de profilaxia intraparto, mesmo 
apresentando fatores de risco (Idade gestacional < 37 semanas, duração da ruptura 
de membranas > de 18horas ou T> de 38ºC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4- COLETA DE SWAB 
5.4.1- Responsabilidade de coleta de swab: MEDICO DO PRÉ-NATAL 
5.4.2- Descrição da coleta de material para cultura de Streptococcus agalactiae 
(Estreptococo Grupo B ou GBS): 
- A coleta deve ser realizada obrigatoriamente entre a 35ª e a 37ª semanas de 
gestação ou a critério médico. 
- Para coleta de material em grávida, é necessário não tomar banho ou evacuar até 
o momento da coleta. Se tiver tomado banho ou evacuado pela manhã, é possível 
coletar o material no final da tarde. 
- Fazer inicialmente um swab no intróito vaginal sem utilização de espéculo. A 
amostra deverá ser colhida da vagina inferior, introduzindo o swab por cerca de 2 
cm, fazendo movimentos giratórios por toda a circunferência da parede vaginal. 
- Fazer posteriormente um swab anal introduzindo levemente (em torno de 0,5 cm) 
no esfíncter anal (usa-se o mesmo swab para a vagina e ânus). 
- Identificar os meios de transporte com os respectivos locais de coleta (vaginal e 
anal). 
- Enviar o material para o laboratório 
- Laboratório realiza a semeadura em meio próprio 
- Laboratório envia resultado para prontuário / MV com uma cópia para ACIH 
- Indicações para coleta do swab em pacientes internadas: gestantes entre 35 e 37 
semanas, com fatores de risco para parto prematuro e que não tenham coletado no 
pré-natal. 
- Fatores de risco para parto prematuro: 
• Parto prematuro espontâneo em gestação anterior; 
• Gemelidade; 
• Sangramentos persistentes de segundo trimestre; 
• Colo curto (<20mm); 
• Amniorrexe prematura; 
• Contrações uterinas capazes de modificar o colo uterino. 
 
5.5- ANTIBIOTICOPROFILAXIA 
- RESPONSABILIDADE: MÉDICO 
• A Antibioticoprofilaxia deve ser introduzida no início do trabalho de parto e 
mantida até o momento do nascimento conforme quadro 3 
PACOTE DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA 
PRIMEIRA ESCOLHA ALTERNATIVA ALÉRGICOS EGB Resistente 
Penicilina G: 
5.000.000UI IV 
dose de ataque 
+ 
2.500.000 IV de 4/4 
horas até o parto 
Ampicilina: 2g IV 
dose de ataque 
+ 
1g IV de 4/4 horas 
até o parto 
Eritromicina: 500mg 
IV de 6/6 horas 
 
Clindamicina: 900mg 
IV de 8/8 horas 
Vancomicina: 1g IV 
de 12/12 horas 
Quadro 3- Antibioticoprofilaxia para estrepitoso do grupo B 
REFERÊNCIAS 
1. Galletta MAK. Rotura prematura das membranas ovulares: protocolo clínico. São 
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia 
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 30/ Comissão 
Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal), 2018. 
2. Machado CGE et al. Rotura prematura de membranas ovulares. MEAC — 
Maternidade Escola Assis Chateaubriant, 2018. 
3. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of 
Physicians. Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas 
ovulares, 2018. 
4. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of 
Physicians. Vigilância fetal intraparto, 2018. 
6- PARTOGRAMA 
 
Luiza Renata Pinto Bentes 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
6.1- INTRODUÇÃO 
- Definição: “É a representação gráfica do trabalho de parto que permite 
acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a 
tomada de condutas apropriadas para a correção destes desvios, ajudando ainda 
a evitar intervenções desnecessárias”. 
- É importante documento de defesa profissional 
- Deve ser preenchido a cada avaliação durante o trabalho de parto, jamais 
protelando o preenchimento para o período pós-parto 
- Iniciar registro na fase ativa do trabalho de parto 
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações; 
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos; 
• A partir de 6 cm com contrações regulares. 
 
6.2- CONSTRUÇÃO DO PARTOGRAMA 
6.2.1- Iniciar registro na fase ativa do trabalho de parto: 
- A dilatação é representada por triângulo e a descida da apresentação por um 
círculo; 
- Linha de alerta: traçado angulado em 45º iniciado logo após o registro da 
dilatação; 
- Linha de ação: traçado angulado em 45º iniciado 4 horas após a linha de alerta; 
- As linhas de alerta e de ação são paralelas entre si; 
- As contrações são representadas por: 
• X: FRACA < 20 SEGUNDOS 
• TRIÂNGULO: MODERADA: 20- 40 SEGUNDOS 
• QUADRADO: FORTE: > 40 SEGUNDOS 
- Anotar eventuais medicamentos e outras intervenções realizadas 
 
 
6.2.2- Periodicidade das avaliações: 
- Toque vaginal: a cada 2 horas ou mais; 
- Dinâmica uterina: a cada hora; 
- BCF: a cada 30 minutos ou menos; 
- 1 quadrado = 1 cm = 1 hora 
6.3- DIAGNÓSTICO DE DISTÓCIA. 
- O quadro 4 demonstra as distócias conforme período do trabalho de parto; 
- A figura 1 demonstra o registro de um parto eutócico; 
- As figuras 2, 3, 4, 5 e 6 demonstram as distócias diagnosticadas pelo 
partograma, assim como as possíveis causas e intervenções necessárias. 
DISTÓCIAS DIAGNOSTICADAS PELO PARTOGRAMA 
Período do parto Distócias diagnosticadas 
Dilatação 
- Fase ativa prolongada 
- Parada secundária da dilatação 
- Parto preciptado 
Pélvico 
- Período pélvico prolongado 
- Parada secundária da descida 
Quadro 4 - Distócias diagnosticadas pelo partograma. 
Fonte: SOGIMIG — Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais. Cursos de 
emergências obstétricas, Partograma. Disponível em: http://www.sogimig.org.br/wp-
content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf. Acessado em 06/07/2019. 
6.4- EXEMPLOS DE PARTOGRAMA 
6.4.1 – Parto eutócico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1- Registro de partograma com parto eutócico 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
 
Dilatação cervical: triângulo 
Altura da apresentação: circunferência 
Variedade de posição (VP): Y 
Batimentos cardíacos fetais (BCF): ponto 
Contrações: 
FRACA: < 20 segundos ( X ) 
MODERADA: 20 – 40 segundos 
(triângulo) 
FORTE: > 40 segundos (quadrado) 
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf.%20Acessado%20em%2006/07/2019
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf.%20Acessado%20em%2006/07/2019
6.4.2 – Fase ativa prolongada ou distócia funcional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2- Registro de partograma com fase ativa prolongada 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
 
6.4.3 – Parada secundária de dilatação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3- Registro de partograma com parada secundária de dilatação. 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
Caracteristicas: 
- Velocidade de dilatação < 1 cm/hora 
- A curva da dilatação ultrapassa a linha 
de alerta e, as vezes, a linha de ação. 
Causa 
- Em geral por contrações uterinas 
ineficientes. 
Tratamento 
- Inicialmente: deambulação. 
- Posteriormente: ocitocina ou 
amniotomia. 
Diagnóstico: 
- Mesma dilatação por 2 horas ou mais. 
- Ultrapassa a linha de alertae , às vezes, 
a linha de ação. 
- Associação frequente com SFA 
Causa 
- Desproporção céfalo-pélvica(DCP) 
absoluta 
- pólo cefálico maior que a bacia 
- macrossomicos, bacia desfavorável 
- Desproporção céfalo-pélcica relatica 
• apresentação defletidas ou occipto-
posterior. 
• distócia de rotação 
Tratamento: 
DCP absoluta: cesárea 
DCP relativa: 
- 1ª escolha – amniotomia e/ou 
deambulatção 
- 2ª escolha – cesárea ou fórceps 
OBS.: a dilatação é mais lenta, em 
mulheres deitadas, nuliparas e com 
membranas integras. 
6.4.4 – Parto precipitado ou taquitócico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4- Registro de partograma com parto precipitado ou taquitócico. 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
 
6.4.5 – Parto pélvico prolongado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5- Registro de partograma com parto pélvico prolongado. 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
Diagnóstico: 
- Dilataçao cervical, descida e expulsão 
ocorrem em 4 horas ou menos. 
- Taquissistolia e hipersistolia. 
- Pode ocorrer sofrimento fetal e/ou 
lacerações do trajeto. 
Causa 
- Multiparidade 
- Iatrogênia: excesso de ocitocina 
Tratamento: 
- Decúbito lateral esquerdo (DLE) 
- Suspender a infusão de ocitocina 
- Atenção a vitalidade fetal 
- Revisão de canal do parto 
Diagnóstico: 
- Descida da apresentação 
excessivamente lenta , mesmo com 
dilatação completa 
 
Causa 
- Contratibilidade uterina deficiente 
 
Tratamento: 
- Administrar ocitocina 
- Rotura parcial da bolsadas águas 
- Fórceps, se indicado 
- Posição verticalizada da parturiente 
6.4.6 – Parada secundária da descida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6- Registro de partograma com parada secundária da descida. 
Fonte: Ministério da Saúde, 2001. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. SOGIMIG — Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais. Cursos 
de emergências obstétricas, Partograma. Disponível em: 
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-
CEO-2018.pdf. Acessado em 06/07/2019. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de 
Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ 
Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
- Cessação da descida, percebida por dois 
toques consecutivos, com intervalo de 1 
hora ou mais estando a dilatação do colo 
uterinocompleta. 
Causa 
- Desproporção céfalo-pélvica absoluta; 
- Desproporção céfalo-pélvica relativa. 
Tratamento: 
- DCP absoluta: cesárea 
- DCP relativa: 
- 1ª escolha – amniotomia e/ou 
deambulatção 
- 2ª escolha – cesárea ou fórceps 
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-CEO-2018.pdf
7- ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO 
 
Danielle Leal de Oliveira 
Mariana Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
7.1- DEFINIÇÃO: 
- Abortamento é a interrupção da gestação antes de 22 semanas de gestação ou 
peso fetal inferior a 500 g. 
 
7.2-DIAGNÓSTICO 
- Recursos utilizados: 
• Anamnese e exame físico 
• Ultrassonografia 
• Beta-HCG (se necessário para diagnosticar gestação) 
 
SITUAÇÃO ACHADOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES 
Morte embrionária embrião maior que 5 mm sem atividade cardíaca. 
Gestação anembrionada 
maior que 18 mm sem evidências de tecido embrionário 
(vesícula vitelínica ou embrião) 
Aborto incompleto quando ha retenção parcial de tecidos ovulares. 
Abortamento completo eliminação completa dos tecidos ovulares. 
Abortamento séptico abortamento incompleto, associado a infecção ascendente. 
Abortamento inevitável 
sangramento na presença de dilatação cervical, indicando 
que a eliminação do concepto não pode ser evitada. 
Abortamento retido 
feto ou embrião morto há semanas, sem eliminação do 
produto da concepção. 
Ameaça de aborto 
sangramento antes de 20 semanas na presença de embrião 
ou feto com atividade cardíaca e colo fechado. 
Quadro 5- Achados clínicos e complementares conforme tipo de abortamento 
 
7.3- -MANEJO 
- O quadro 6 apresenta orientações sobre o manejo do aborto conforme situação 
clínica 
Quadro 6- Manejo conforme tipo de abortamento 
*Expectante: 
- Paciente liberada para o domicílio 
- Orientada a retornar caso aumente o sangramento ou apareçam novos sintomas 
- Retorna para reavaliação ultrassonográfica 
**Antibioticoterapia: 
- Clindamicina: 1200 mg endovenoso de 12/12 horas. 
- Gentamicina: 120 mg endovenoso de 12/ 12 horas. 
- Ampicilina: 1 g de 6/6 horas. 
*** Má resposta: febre, leucocitose (> 18 mil com desvio) ou critérios de sepse 
MANEJO CONFORME TIPO DE ABORTAMENTO 
Situação Conduta 
- Morte embrionária 
- Gestação 
anembrionada 
- Aborto incompleto 
SEM sangramento 
vultuoso 
Individualizar conduta conforme desejo da mulher 
• Expectante* 
• Misoprostol 600 µg em dose única, manter paciente em repouso 
por 30 minutos e liberar para o domicilio, orientando a retornar 
se febre, sangramento volumoso ou 14 dias. 
• AMIU 
- Aborto incompleto 
COM sangramento 
vultuoso 
• AMIU ou Curetagem 
- Abortamento completo • retorno a Unidade Básica de Saúde 
- Abortamento séptico 
• AMIU ou Curetagem 
• Antibioticoterapia**: iniciar com Clindamicina e gentamicina. Em 
casos graves ou com má resposta*** após 48 horas, associar à 
ampicilina 
• Se as medidas acima forem eficazes, dar alta após 24 horas 
sem febre e pelo menos 72 horas de antibioticoterapia. Não há 
necessidade de complementar esquema de antibiótico 
ambulatorialmente. 
• Se as medidas acima não forem eficazes após 72 horas de 
internação manter antibioticoterapia e realizar laparotomia com 
remoção do foco infeccioso, com histerectomia de necessário 
- Abortamento inevitável 
< 12 semanas 
- Abortamento retido 
< 12 semanas 
Individualizar conduta conforme desejo da mulher 
• expectante 
• Misoprostol 600 µg em dose única, manter paciente em repouso 
por 30 minutos e liberar para o domicilio, orientando a retornar 
se febre, sangramento volumoso ou 14 dias. 
• AMIU ou Curetagem 
- Abortamento inevitável 
> 12 semanas 
- Abortamento retido < 
12 semanas 
• Misoprostol conforme quadro 3 seguido de AMIU ou Curetagem 
- Ameaça de aborto 
• A conduta é expectante 
• Não há indicação de internação hospitalar, mesmo na presença 
de hematoma retroplacentário. 
• Não há conduta médica a ser tomada para alterar a evolução ou 
não de um quadro de abortamento espontâneo, nem mesmo uso 
de progesteronas, relaxante muscular ou vitaminas 
7.4- OUTRAS CONDUTAS COMUNS A TODOS OS TIPOS DE ABORTAMENTO: 
- Solicitar exame anatomopatológico do material curetado ou aspirado em três vias. 
- Solicitar tipagem sanguínea, VDRL e hemograma. 
- Se Rh negativo, aplicar imunoglobulina anti Rh. 
- Na alta: prescrever analgésico, método anticoncepcional conforme preferência da 
paciente, orientar sobre o resultado do exame anatomopatológico e a retornar a 
Unidade Básica de Saúde. 
- Profilaxia ambulatorial após abortamento: 100mg de doxiciclina via oral duas 
vezes ao dia por três dias 
 
7.5- ORIENTAÇÃO 
- A paciente deverá eliminar o feto preferencialmente no PPP. Sempre com 
assistência médica e com sua privacidade preservada. 
- Nos casos em que a eliminação do concepto ocorrer em outros ambientes do 
hospital a equipe local deverá tranquilizar a família e a paciente, prestar os primeiros 
atendimentos e transferir com segurança ao Centro Obstétrico. 
 
7.6- CRITÉRIOS PARA PARA INTERNAÇÃO 
- Abortamento legal 
- Quando indicar AMIU, curetagem ou laparotomia 
 
7.7- CRITÉRIOS PARA ALTA 
- Sinais vitais estáveis 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário 
- Após condutas para correção de anemia se necessário 
- Após tratamento de sífilis se necessário. 
- 12 horas após curetagem e 2 horas após AMIU. 
 
 
REFERÊNCIAS. 
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018.The American Acadey Of 
Physicians. Complicates do Primeiro Trimestre, 2018. 
2. Moras Filho OB. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: 
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia 
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, nº 21/ Comissão 
Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal), 2018. 
3. IMIP—Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Manual de 
condutas do IMIP: emergências em obstetrícia, 2017. 
4. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da 
Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Método de Aspiração Manual 
Intrauterina - AMIU: quando e como fazer. Rio de Janeiro, 2018 
 
 
 
8- DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 
 
Gislânia Ponte Francês Brito 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
8.1- INTRODUÇÃO 
- Doença trofoblástica gestacional pode ser definida como uma anomalia 
proliferativa que acomete as células que compõem o tecido trofoblástico placentário, 
cito e sinciciotrofoblasto 
- Principal marcador biológico: todas as formas clínicas tem em comum a produção 
de fragmento beta da gonadotrofina na coriônica humana (Beta-hCG ou BhCG) 
 
8.2- TIPOS HISTOLÓGICOS. 
- Mola hidatiforme completa (MHC) 
- Mola hidatiforme parcial (MHP) 
- Mola hidatiforme invasora (MHI) 
- Coriocarcinoma (CCA) 
- Tumor trofoblástico do sítio placentário (TTSP) e tumor 
- Tumor Trofoblástico epitelioide (TTE). 
 
8.3- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS. 
- Inicialmente há atraso menstrual; 
- Sangramento transvaginal de repetição e intensidade variável mimetizando 
abortamento; 
- Útero aumentado de volume para a idade gestacional; 
- Náuseas e vômitos; 
- Sinais de hipertireoidismo; 
- Sinais de pré-eclâmpsia antes da 20ª semana de gestação; 
- Eliminação de vesículas hidrópicas pela vagina, de entremeio com o sangue. 
 
8.4- DIAGNÓSTICO. 
8.4.1- Diagnósticos de suspeição: atualmente a crescente disponibilidade da 
ultrassonografia a (US) e da dosagem do Beta-hCG sérico tem permitido 
diagnósticos de suspeição mais precoces de DTG, muitas vezes antes das 
manifestações clínicas. 
8.4.2- Diagnóstico definitivo:ocorre pelo exame histopatológico ou pela 
persistência de Beta-hCG positivo por período superior a 4 semanas após 
esvaziamento uterino. 
8.4.3- Neoplasia trofoblástica gestacional: 
- Diagnosticada pelo histopatológico evidenciando CCA, TTSP ou TTE ou pela 
- Curva de regressão anormal do Beta-hCG: 
• Curva em platô: quatro valores ou mais do Beta-hCG com variação menor que 
10%, por pelo menos três semanas consecutivas (1º, 7º, 14º e 21º dia) ou 
• Curva em elevação: aumento do valor do Beta-hCG em 10% ou mais, por pelo 
menos duas semanas consecutivas (1º, 7º e 14º dia), indica curva em 
ascensão 
8.5- MANEJO NA PACIENTE INTERNADA 
8.5.1- Urgência e Emergência Obstétrica: 
8.5.1.1- Mola completa ou Mola parcial (MHP) sem feto ou embrião visibilizado 
ao USG ou ainda mola parcial com embrião em óbito 
- Solicitar Beta-hCG quantitativo, RX de tórax, hemograma e ABO/RH; 
- Como pedir beta-HCG: “Beta-hCG quantitativo com diluição da amostra e valor 
exato”; 
- Fazer reserva ou pedido de concentrado de hemácias; 
- Encaminhar ao Centro Obstétrico (C.O.) quando o jejum estiver completo ou 
imediatamente se instabilidade hemodinâmica (Neste caso solicitar hemoderivados, 
Gasometria, Coagulograma e realizar condutas de estabilização imediatamente); 
- Realizar esvaziamento uterino com método aspirativo: 
• AMIU se volume uterino menor que 12 semanas e colo uterino com dilatação 
menor ou igual 1 cm; 
• Aspiração elétrica nos demais casos. 
 
8.5.1.2- “Mola parcial” com feto morto ou sabidamente mal-formado 
- Solicitar Beta-hCG quantitativo, RX de tórax, hemograma e ABO/RH; 
- Deixar USG pré-esvaziamento no prontuário; 
- Fazer reserva ou pedido de concentrado de hemácias; 
- Encaminhar à enfermaria para induzir parto com misoprostol ou ocitocina; 
- Após eliminação do feto, encaminhar ao C.O. para esvaziamento 
 
8.5.1.3- “Mola parcial” com feto ou embrião vivo 
- Diagnóstico diferencial: 
• Gestação gemelar, sendo mola completa associada a feto viável não 
malformado; 
• Degeneração mesenquimatosa de placenta; 
• Solicitar BHCG quantitativo, RX de tórax com proteção abdominal, VDRL, 
hemograma e ABO/RH; 
• Solicitar USG morfológico do 1º ou 2° Trimestre ; 
• Encaminhar à enfermaria; 
• Pesquisa de malformações: USG, RNM e cariótipo (se disponível) 
• Pesquisa de metástase pulmonar (mensal) 
• Curva do Beta-hCG (semanal) 
• Solicitar parecer do responsável pelo ambulatório de mola 
 
- Interromper gestação se: 
• Óbito fetal ou malformações incompatíveis com a vida 
• Cariótipo = mola parcial 
• Risco de vida materno: metástases ou outras complicações, individualizar 
conduta e discutir o caso com a paciente e seu cônjuge. 
• Gravidez normal com antecedente de DTG e indicação de interrupção de 
gravidez 
 
8.5.2- Centro Cirurgico Obstétrico 
- Esvaziamento uterino com aspiração enviando material para histopatológico; 
- Pacientes com feto morto ou malformado devem primeiramente expelir o feto, 
podendo ser usado misoprostol ou ocitocina; 
- Estar sempre atento ao risco de choque hipovolêmico, tromboembolismo e CIVD, 
realizando as medidas preventivas e terapêuticas em cada caso. Seguir protocolos 
específicos; 
- Após o esvaziamento a paciente deve ser encaminhada para a enfermaria. 
8.5.3- Enfermaria 
- Atentar para risco de hemorragia; 
- Corrigir anemia se necessário; 
- Orientações no sumário de alta: escrever o método contraceptivo receitado, 
orientar que pegue os resultados de BHCG quantitativo e histopatológico no 
laboratório; 
- Se o resultado de Beta-hCG quantitativo já estiver no prontuário, anotar no 
sumário de alta; 
- Se paciente RH negativo com coombs indireto negativo prescrever 
Imunoglobulina anti-RH 300 mcg IM; 
- Prescrever anticoncepcional se não houver contra-indicações; 
- Encaminhar ao ambulatório de mola na alta. 
 
8.5.4- Vigilância Biológica Ambulatorial. 
- No ambulatório de mola as pacientes serão seguidas com a seguinte 
periodicidade de exames de beta-HCG 
- Os exames de Raio X de tórax e ultrassonografia auxiliam a identificar 
complicações da doenças e no estadiamento de NTG 
- Pacientes com diagnóstico de NTG devem ser estadiadas conforme o quadro 7 e 
encaminhadas para a quimioterapia. 
• Estadios I, II, ou III com escore de risco < 7: 
▪ Pacientes de baixo risco; 
▪ tratadas inicialmente com agente único, metotrexato (MTX) ou actinomicina 
D (ACTD) 
 
• Estadio IV ou Escore de risco > 7: 
▪ Pacientes de alto risco 
▪ Tratadas com poliquimioterapia: 
▪ Primeira opção: EMA / CO (etoposídeo, MTX, ACTD na fase 1 e 
ciclofosfamida e vincristina na fase 2) 
▪ Segunda opção: EP / EMA modificado (etoposídeo e cisplatina na fase 1 e 
etoposídeo, MTX e ACTD na fase 2) 
 
8.6- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO PARA ESVAZIAMENTO UTERINO 
- Ultrassonografia sugestiva de DTG e Beta-HCG positivo. 
 
8.7- CRITÉRIO DE ALTA APÓS ESVAZIAMENTO UTERINO 
- Mínimo de 2 horas após esvaziamento uterino; 
- Sinais vitais estáveis; 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse; 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário; 
- Após tratamento de sífilis se necessário; 
- A presença de mola invasora no ultra-som não impede a alta. 
 
 
Quadro 7 – Estadiamento de pacientes com NTG. 
Fonte: FIGO — International Federation of Gynecology and Obstetrics. FIGO staging for gestational 
trophoblastic neoplasia 2000. FIGO Oncology Committee. Int J Gynaecol Obstet, 2002. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. Braga A, Sun SY, Maestá I, Uberti E. Doença trofoblástica gestacional. São Paulo: 
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 
2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 23/ Comissão Nacional Especializada 
em Doença Trofoblástica Gestacional), 2018. 
2. FIGO — International Federation of Gynecology and Obstetrics. FIGO staging for 
gestational trophoblastic neoplasia 2000. FIGO Oncology Committee. Int JGynaecol Obstet, 2002. 
 
 
 
 
 
ESTADIAMENTO DE PACIENTES COM NTG 
Estadiamento: 
Estádio I: Doença restrita ao corpo do útero 
Estádio II: NTG em pelve, vagina, anexos, ligamento largo 
Estádio III: NTG com extensão para os pulmões, com ou sem envolvimento genital 
Estádio IV: Todos os outros locais de metástases 
ESCORE DE RISCO 
PONTUAÇÃO 
0 1 2 4 
Idade (anos) < 40 > 40 ———— ———— 
Gestação anterior mola aborto termo ———— 
Intervalo (meses) entre 
gestação antecedente 
e NTG 
< 4 4 - 6 7 - 12 > 12 
Beta-hCG (UI/L) 
pré-tratamento NTG 
< 102 103 - 104 104 - 105 > 105 
Maior tumor (cm), 
incluindo útero 
———— 3 - 4 > 5 ———— 
Sítio de metástases 
Nº. de metástases 
———— 
Baço ou Rim 
1 - 4 
Gastrointestinal 
5-8 
Cérebro ou Fígado 
> 8 
Falha da QT ———— ———— Agente único 
2 ou mais 
agentes 
9- ABORTO LEGAL 
 
Luiza Helena Tavares Lobato 
Luiza Renata Pinto Bentes 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
9.1- INTRODUÇÃO 
9.1.1- Aborto é permitido no Brasil apenas em três casos 
- Gravidez de risco à vida da gestante 
- Gravidez resultante de violência sexual 
- Anencefalia fetal 
 
9.1.1.1- Casos de risco de vida a mulher 
- É necessário laudo com a opinião de dois médicos ou médicas, incluindo 
especialista na doença que coloca em risco a vida da mulher. O laudo deve conter 
uma descrição detalhada do quadro clínico e o seu impacto na saúde da mulher 
gestante, baseando a recomendação de aborto em evidências científicas. 
- TCLE— termo de consentimento livre e esclarecido 
 
9.1.1.2- Casos de violência sexual 
- O aborto é permitido até a 20ª semana de gestação, podendo ser estendido até 
22 semanas, desde que o feto tenha menos de 500 gramas 
- O Boletim de Ocorrência Policial não é necessário para realizar o procedimento 
- É necessário documento no qual a mulher opta pelo aborto e se responsabiliza 
pelos fatos narrados à equipe médica enquanto verdadeiros (TCLE— termo de 
consentimento livre e esclarecido). 
- É necessário um parecer técnico do/a médico/a assistente que ateste a 
compatibilidade da idade gestacional com a data da violência sexual (Portaria 
MS/GM n° 1.508/2005 do Ministério da Saúde) 
 
9.1.1.3- Casos de anencefalia 
- É necessário ultrassonografia com diagnóstico da anencefalia assinado por dois 
médicos ou médicas 
- É necessário documento contendo o consentimento da gestante - (Resolução nº 
1.989/2012, do Conselho Federal de Medicina) 
 
9.1.2- A atenção ao abortamento deve se apoiar em três pilares 
- Primeiro - Acolher e orientar 
- Segundo - Atenção clínica ao abortamento 
- Terceiro - Planejamento reprodutivo pós-abortamento 
 
 
 
 
 
 
9.1.3- Acolher e orientar 
9.1.3.1- Acolhimento 
- Paciente atendida por equipe multidisciplinar de maneira digna e respeitosa 
conforme quadro 8; 
- Garantir a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações; 
- A equipe deve aceitar a decisão da paciente e orientá-la sem tentar induzir sua 
decisão. 
 
9.1.3.2- Orientações mínimas 
- A realização do aborto nos casos de risco de vida a gestante, violência sexual ou 
anencefalia fetal não depende de decisão judicial; 
- Em qualquer situação cabe a mulher decidir se deseja realizar o procedimento, 
- Nos casos de adolescentes, a vontade da paciente deve ser respeitada caso sua 
família opte pela realização do aborto e a adolescente não. Por outro lado, se a 
adolescente escolher pela interrupção da gravidez e a família não, tal situação 
deverá submeter-se ao judiciário por meio do Conselho Tutelar, Defensoria Pública 
ou Ministério Público; 
- Não há idade gestacional máxima para a realização do aborto nos casos de risco 
à vida da mulher. No entanto, quanto mais cedo for realizado o aborto, menores 
serão os riscos para a mulher. 
 
9.2- ATENÇÃO CLÍNICA AO ABORTAMENTO 
9.2.1- A decisão médica 
- Apesar do abortamento eletivo previsto em lei ser um procedimento eletivo deve-
se protelar o menor tempo possível; 
- O médico que tiver objeção de consciência deverá de realizar a adequada 
transferência de cuidados da paciente. 
 
9.2.2- A decisão da paciente 
- A decisão deverá ser tomada após todos os esclarecimentos necessários e 
registrada em prontuário com o termo de consentimento livre e esclarecido para 
aborto legal; 
- É necessário consentimento por escrito da mulher e/ou do representante legal 
para a realização do aborto nos casos previstos em lei, o qual será anexado ao 
prontuário médico; 
- Em caso de adolescentes (menores de 18 anos), é necessária a autorização de 
um dos pais ou do responsável, excluindo-se as situações em que haja urgência no 
atendimento, como nos casos em que há risco de vida iminente. 
 
9.3- PROCEDIMENTOS PARA INTERROMPER A GESTAÇÃO 
- Seguir protocolo específico de abortamento e de indução do abortamento; 
- Em qualquer técnica utilizada, sempre promover o alívio da dor; 
- O material biológico coletado é armazenado e encaminhado ao necrotério, o qual 
ficará com a guarda até liberação para IML. 
 
 
 
 
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
PROFISSIONAL ATRIBUIÇÕES 
Enfermeiro (a) 
• Acolhimento e escuta; 
• Classificação de risco; 
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e 
esclarecido. 
Assistente social 
• Escuta e registra a história; 
• Preenche a NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA; 
• Orienta sobre a rotina hospitalar; 
• Orienta sobre o direito da paciente de acesso ao Pré-Natal, no caso de 
continuidade da gestação; 
• Realiza encaminhamentos específicos, quando a usuária opta em deixar o 
RN para doação voluntária; 
• Realiza as articulações e encaminhamentos à Rede de Serviços Sócio 
Assistenciais. 
Psicólogo (a) 
• Acolhe com empatia os sentimentos e emoções vivenciados pela usuária; 
• Informa e orienta sobre todas as etapas do atendimento; 
• também pode preenche a NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA; 
• Estimula o registro da ocorrência policial e a realização de perícia; 
• Esclarece e incentiva a adesão da usuária à continuidade do atendimento 
em saúde; 
• Respeita a sua autonomia, acatando uma eventual recusa de algum 
procedimento; 
• Orienta o familiar a observar mudanças de comportamentos, eventuais 
sintomas e/ou sinais que deflagrem depressão, ansiedade, crise de pânico, 
estresse pós traumático; 
• Registra a Violência no Livro do Psicossocial de “Registro de Violência 
Sexual e Aborto Legal” para fins estastísticos; 
• Encaminha à rede assistencial para continuidade do acompanhamento 
psicológico; 
• Nos casos de Aborto Legal, no acolhimento psicossocial será preenchido os 
formulários de solicitação de interrupção de gravidez resultante do estupro e 
termo de consentimento livre e esclarecido. 
Médico 
• Realiza anamnese, exame clínico e ginecológico; 
• Solicita exames complementares: Laboratório e Imagem; 
• Determina a idade gestacional, constata o efeito causal e determina a 
indicação ou não do aborto legal; 
• Encaminha para medicação ou internação. 
Técnico de 
enfermagem 
• recebe a paciente para profilaxia cordialmente; 
• Verifica os sinais vitais; 
• Administra as medicações prescritas; 
• Esclarece os possíveis efeitos colaterais; 
• Aciona o laboratório quando necessário; 
• Encaminha para exames de imagem, se necessário; 
• Reforça a importância da continuidade do atendimento na rede de saúde. 
Quadro 8- Atribuições de profissionais da equipe multidisciplinar no atendimento a mulher vítima de 
violência sexual 
9.4- PLANEJAMENTO REPRODUTIVO APÓS ABORTAMENTO 
- Discutir com a mulher sobre suas intenções reprodutivas; 
- Oferecer os métodos contraceptivos disponíveis; 
- Orientando sobre continuidade do cuidado em serviços de atenção básica. 
 
9.5- CRITÉRIOS PARA PARA INTERNAÇÃO 
- Todo caso de abortamento legal. 
 
9.7- CRITÉRIOS PARA ALTA 
- Sinais vitais estáveis; 
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse; 
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário; 
- Após condutas para correção de anemia se necessário; 
- Apóstratamento de sífilis se necessário; 
- 12 horas após curetagem e 2 horas após AMIU. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Direitos Reprodutivos: Aborto Legal. 
Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da 
Defensoria Pública do Estado de São Paulo, 2018. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao abortamento: norma 
técnica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área Técnica de 
Saúde da Mulher. – 2. ed., 2. reimp – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas Prevenção e tratamento dos agravos 
resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes : norma técnica / 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. – 3. ed. atual. e ampl., 2. reimpr. – Brasília : 
Ministério da Saúde, 2014. 
4. CFM — Conselho Federal de Medicina. Resolução nº 1.989/2012 
5. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM n° 1.508/2005 do Ministério da 
Saúde, 2005 
 
 
 
 
 
 
 
10- VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER 
 
Luiza Helena Tavares Lobato 
Luiza Renata Pinto Bentes 
Marília Gabriela Queiroz da Luz 
 
 
 
10.1- INTRODUÇÃO 
- A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) define violência como o “uso 
intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra 
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha 
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de 
desenvolvimento ou privação”. 
 
10.2- MANEJO INICIAL POR EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
10.2.1- Orientações gerais 
- Atendimento realizado por equipe multidisciplinar - quadro 9; 
- Acolhimento em ambiente reservado, respeitoso, digno e solidário; 
- Não há necessidade de Boletim de Ocorrência para o atendimento de vítimas de 
violência sexual, mas a mulher deve ser orientada quanto a necessidade de perícia 
médica para coleta de possíveis evidência e sobre o direito a realizar denúncia na 
delegacia da mulher; 
- Apoio social e psicológico devem ser oferecidos a todos os atores envolvidos 
nessa situação (ex.: companheiro, pai, mãe, filhos, etc.); 
- Nos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes: é dever do médico 
comunicar aos pais da vítima de estupro. 
 
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
Profissional Atribuições 
Enfermeiro 
• Acolhimento e escuta; 
• Classificação de risco; 
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e 
esclarecido. 
Assistente 
social 
• Escuta e registra a história; 
• Preenche a NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA; 
• Orienta sobre a rotina hospitalar; 
• Informa sobre a possibilidade de realizar do Aborto Legal; 
• Orienta sobre o direito da paciente de acesso ao Pré-Natal, no caso de 
continuidade da gestação; 
• Realiza encaminhamentos específicos, quando a usuária opta em deixar o 
RN para doação voluntária; 
• Realiza as articulações e encaminhamentos à Rede de Serviços Sócio 
Assistenciais. 
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR (continuação) 
Profissional Atribuições 
Psicólogo 
• Acolhe com empatia os sentimentos e emoções vivenciados pela usuária; 
• Informa e orienta sobre todas as etapas do atendimento; 
• Também pode preenche a NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA; 
• Estimula o registro da ocorrência policial e a realização de perícia; 
• Esclarece e incentiva a adesão da usuária à continuidade do atendimento 
em saúde; 
• Respeita a sua autonomia, acatando uma eventual recusa de algum 
procedimento; 
• Orienta o familiar a observar mudanças de comportamentos, eventuais 
sintomas e/ou sinais que deflagrem depressão, ansiedade, crise de pânico, 
estresse pós traumático; 
• Registra a Violência no Livro do Psicossocial de “Registro de Violência 
Sexual e Aborto Legal” para fins estastísticos; 
• Encaminha à rede assistencial para continuidade do acompanhamento 
psicológico; 
• Nos casos de Aborto Legal, no acolhimento psicossocial será preenchido os 
formulários de solicitação de interrupção de gravidez resultante do estupro. 
Médico 
• Realiza anamnese, exame clínico e ginecológico; 
• Solicita exames complementares: Laboratório e Imagem; 
• Prescreve a anticoncepção de emergência hormonal; 
• Prescreve a profilaxia de IST não virais em mulheres adolescentes, adultas e 
gestantes ou não gestantes; 
• Prescreve antirretrovirais para HIV (1º Dose); 
• Encaminha ao CRIE para realizar imunoglobulina (Hepatite B); 
• Encaminha para CASA DIA (Belém) ou URE-DIPE (outros Municípios); 
• No caso de gravidez resultante do estupro: determina a idade gestacional, 
constata o efeito causal e determina a indicação ou não do aborto legal; 
• Encaminha para medicação ou internação. 
Técnico de 
enfermagem 
• recebe a paciente para profilaxia cordialmente; 
• Verifica os sinais vitais; 
• Administra as medicações prescritas; 
• Esclarece os possíveis efeitos colaterais; 
• Aciona o laboratório quando necessário; 
• Encaminha para exames de imagem, se necessário; 
• Reforça a importância da continuidade do atendimento na rede de saúde. 
Quadro 9- Atribuições de profissionais da equipe multidisciplinar no atendimento a mulher vítima de 
violência sexual 
 
 
 
 
 
 
10.3- PROFILAXIA DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E 
GESTAÇÃO INDESEJADA 
10.3.1- Deve-se garantir: 
- Contracepção de emergência: conforme quadro 10; 
- Prevenção de infecções sexualmente transmissíveis: conforme quadro 11; 
- Seguimento ambulatorial após a alta conforme pactuação com Estado e 
Município. 
MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA HORMONAL 
Método Dose Via Observação 
LEVONORGESTREL 
0,75 mg de levonorgestrel 
por comprimido 
Oral 2 comprimidos dose única 
Oral 1 comprimido de 12/12 horas 
Quadro 10 – Métodos de Anticoncepção de Emergência Hormonal. 
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes 
da Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes, 2014. 
 
 
PROFILAXIA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM ADULTOS E 
ADOLESCENTES COM MAIS DE 45 KG NÃO GESTANTES 
Medicação Apresentação Via 
Posologia 
Adultos e 
adolescentes > 45 Kg 
Criança e 
adolescentes < 45 Kg 
Penicilina G 
benzatina 
1,2 milhão UI IM* 
2,4 milhões UI (1,2 
milhão em cada 
glúteo), dose única 
50.000 UI/kg, dose 
única (dose máxima 
total: 2,4 milhões UI) 
Ceftriaxona 500mg IM* 500mg, dose única 125mg dose única 
Azitromicina 500mg 
Ora
l 
02 comprimidos, dose 
única 
20mg/kg de peso, 
dose única (dose 
máxima total 1g) 
Metronidazol 500mg 
Ora
l 
04 comprimidos, dose 
única 
15 mg/kg/dia, divididos 
em 3 doses/dia, por 7 
dias (dose diária 
máxima: 2g) 
Vacina anti-
hepatite B 
————— IM* 
0, 1 e 6 meses após a 
violência sexual 
0, 1 e 6 meses após a 
violência sexual 
Imunoglobulina 
anti-hepatite B 
————— IM* 
dose única 
(realizada no CRIE — 
Centro de Referência 
de Imunobiológicos 
Especiais) 
dose única 
(realizada no CRIE — 
Centro de Referência 
de Imunobiológicos 
Especiais) 
Quadro 11 – Profilaxia das infecções sexualmente transmissíveis em Adultos e Adolescentes com 
mais de 45 Kg não Gestantes 
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes 
da Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes, 2019. 
*IM: intramuscular 
 
10.3.2- Quimioprofilaxia antirretroviral (ARV) para o HIV: 
- Deve ser considerada uma emergência e iniciada imediatamente após a violência, 
ainda nas primeiras 24 horas; 
- O esquema deve ser mantido sem interrupção por quatro semanas consecutivas; 
- Realizar esquema conforme quadro 12. 
- Recomendada em todos os casos de: 
- penetração vaginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive 
se o status sorológico do agressor for desconhecido. Solicitar apoio do 
infectologista. 
 
 
- Não recomendada:

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