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Intervenção de terceiros

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Intervenção de terceiros 
- Ocorre quando há o ingresso de alguém em processo alheio que esteja pendente > poderá ocorrer por diferentes 
razões e os poderes que serão atribuídos vão variar conforme o tipo de intervenção. 
- A intervenção de terceiro em processo alheio só se justifica quando a ESFERA JURÍDICA (conjunto de direitos e 
obrigações de uma pessoa) puder ser atingida pela decisão judicial > com exceção do amicus curiae que funciona como 
espécie de auxiliar do juízo. 
- São terceiros todos aqueles que não configuram como parte no processo. 
Da assistência 
ASSISTÊNCIA SIMPLES: 
- Naturalmente, só as partes o serão diretamente atingidas pela coisa julgada: art. 506. A sentença faz coisa julgada 
às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. A intervenção de terceiros é uma exceção a este artigo. 
- Ocorre que as relações jurídicas não são isoladas > elas se ligam umas às outras, sendo difícil mexer em uma sem que 
outra sofra as consequências reflexas > há relações jurídicas que são dependentes e subordinadas a outras. 
- Por isso, para que terceiro intervenha na qualidade de assistente simples é que tenha interesse jurídico em que a 
sentença seja favorável a uma das partes, a assistida > basta que terceiro demonstre que a sua esfera jurídica será 
atingida e que por isso há um interesse no resultado. 
- Assistência é espécie de intervenção através da qual um terceiro VOLUNTARIAMENTE ingressa num processo para 
AJUDAR uma das partes. 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja 
favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Para a admissão da assistência simples, é preciso que 
ele tenha interesse jurídico (em que direitos e deveres serão afetados), não bastando o meramente econômico ou 
fático. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo 
o assistente o processo no estado em que se encontre. 
- Consiste o interesse jurídico em ter o terceiro na relação jurídica dependente da relação jurídica discutida no 
processo. A esfera jurídica desse terceiro deve ser afetada de alguma forma. 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos 
mesmos ônus processuais que o assistido. 
- Na assistência simples, o terceiro ingressa no feito afirmando-se TITULAR DE RELAÇÃO JURÍDICA CONEXA àquela que 
está sendo discutida > então ele entra como assistente para ajudar o assistido, pois se ele ganhar, repercutirá efeitos 
jurídicos positivos para ele (assistente). Não é a questão que está sendo discutida nos autos, mas sim uma relação com 
o assistido, a que o terceiro (assistente simples) está ajudando. Existe uma subordinação > a atuação do assistente fica 
subordinada ao assistido > o assistente pode praticar todos os atos processuais que não sejam contrários à vontade 
do assistido. 
- Exemplo: A e B celebraram um contrato de locação, sendo A o locador e B o inquilino. Mais tarde, B celebra com C 
um contrato de sublocação consentida. Haverá então duas relações jurídicas distintas: a locação entre A e B, e a 
sublocação entre B e C. Se o locador quiser rescindir o contrato de locação e reaver o imóvel, deve ajuizar ação de 
despejo, dirigindo-a apenas contra o inquilino B. Portanto, o despejo correrá entre A e B. No entanto, o sublocatário 
não é indiferente ao resultado desse processo, pois almeja que a sentença seja favorável ao réu e que ele não seja 
despejado, para que a sublocação não fique prejudicada. C tem interesse jurídico de que a sentença seja favorável a 
B, porque há uma relação jurídica (por isso a sublocação deve ser autorizada); há uma relação jurídica diferente da 
que está sendo discutida em juízo e o processo afetará ou repercutirá na relação jurídica que existe entre o assistente 
e o assistido. 
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL (QUALIFICADA): 
- Há assistência litisconsorcial quando o interveniente é TITULAR DA RELAÇÃO JURÍDICA COM O ADVERSÁRIO DO 
ASSISTIDO. Essa assistência ocorre quando se trata de legitimidade extraordinária. Aqui não há subordinação. A 
atuação do assistente (litisconsorte) é igual à do outro litisconsorte > não precisa de autorização do assistido para 
fazer determinado ato. 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica 
entre ele e o adversário do assistido. 
- A assistência litisconsorcial é, muitas vezes, um litisconsórcio facultativo unitário ulterior. 
- Exemplo: quando um bem tem mais de um proprietário a lei autoriza que apenas um deles ajuíze ação reivindicatória 
da coisa comum. Nada impede que todos os titulares o façam em conjunto, formando um litisconsórcio facultativo 
unitário. Se, porém, apenas um for a juízo, ele será substituto processual dos demais, que poderão requerer o seu 
ingresso posterior na qualidade de assistente litisconsorcial. 
Da denunciação da lide 
- Palavras importantes para entender o que é a denunciação da lide: 
• GARANTE > se eventualmente perder, a pessoa já está ao lado e deverá reembolsar > cabe ao terceiro 
reembolsar, que age como garante. 
• ATALHO > a denunciação da lide funciona como um atalho, pois é uma forma mais rápida de receber o 
reembolso. 
• DIR. DE REGRESSO/DIR. DE REEMBOLSO 
- Denunciação da lide é a modalidade de intervenção forçada de terceiro provocada por uma das partes (qualquer 
delas) da demanda original, quando esta pretende exercer contra aquele direito de regresso que decorrerá de eventual 
sucumbência na causa principal. A denunciação da lide não é obrigatória. 
- Direito de regresso é o poder de reaver de terceiro o dinheiro que foi para alguém. Direito de ser reembolsado. 
Demora muito tempo essa ação de regresso > por isso, é possível ter um ATALHO, feito por meio da denunciação da 
lide, que é forçada, em que você leva ao processo aquele que deve pagar seu reembolso. 
Ex.: Renato comprou um celular de Filipe. Após isso, Danielly entrou com uma ação contra Renato alegando que aquele 
celular pertence a ela. Observe que a ação principal é Danielly x Renato. Suponha que Danielly vença o processo e 
fique com o celular > como consequência, Renato fica sem o celular e sem o dinheiro que usou para a compra > com 
isso, ele teria que entrar com outra ação de regresso contra Filipe para que seja reembolsado. A questão é que seriam 
duas ações distintas e obviamente demoraria muito tempo até que Renato tivesse seu dinheiro de volta. Por isso, a 
denunciação da lide entra como uma possibilidade de atalho. Então assim que Danielly propuser ação contra Renato, 
ele já pode levar Filipe ao processo (à força) que atuará como garante > neste caso, se Renato perder, Filipe já deve 
restituir o valor pago. 
 - Há a figura do denunciante, que é aquele que busca o terceiro à força, e o denunciado, que é o garante. 
- Obs.: não pode falar que Renato chamou Filipe para ação, pois o verbo “chamar” pressupõe outro tipo de intervenção 
de terceiro. 
- Observe que, após trazer o terceiro ao processo, surgem duas demandas: 
• ORIGINÁRIA/PRINCIPAL: aquele que se iniciou > Danielly x Renato. 
• SECUNDÁRIA: aquela com o garante para reembolso > Renato x Filipe. 
- A demanda originária/principal e a secundária (denunciação da lide) serão julgadas numa mesma e única sentença > 
economia processual. 
- Pode ser que o juiz analise apenas a demanda A e, pelo resultado X, possa analisar o resultado B. Mas também, 
conforme o resultado, nem precisa analisar o outro. Ex.: se a demanda de Danielly for improcedente, não se faz 
necessário analisar a segunda demanda (Renato x Filipe). 
- Importante ressaltar que o juiz deve analisar a demanda originária primeiro 
- Evicção é a perda, total ou parcial, de um bem por seu adquirente, em consequência de ação parcialfeita pelo 
verdadeiro dono que o reivindica e o recobra. Art. 447 CC. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. 
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Ou seja, a evicção fez Renato perder 
aquilo que tinha comprado, sendo que é o alienante (Filipe) que deverá responder pela evicção 
A evicção fez o Renato perder aquilo que tinha comprado > art. 447 CC > o alienante (Filipe) responde pela evicção. 
- Sempre terá: alienante (Filipe), sucumbente (Renato) e vitorioso (Danielly). 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa 
exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for 
vencido no processo. Ex.: seguradora de carro como garante. 
- A DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO AUTOR NÃO É CONSIDERADA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS, porque a 
denunciação pelo autor é feita na petição inicial. 
- Exemplo: Renato compra vaga de garagem de Glenda, mas Giovanna fica ocupando essa vaga. Renato entra com 
uma ação contra Giovana. O autor (Renato) já pode colocar Glenda na condição de garante, para provar que comprou 
a vaga dela. Isso é denunciação da lide, mas não é intervenção de terceiros, pois desde o início a Glenda já estava ao 
lado de Renato. 
- Toda denunciação da lide é intervenção de terceiros? NÃO 
Obs.: na assistência, a iniciativa é de TERCEIRO > na denunciação da lide não, pois deve ser uma das partes originárias. 
Do chamamento ao processo 
- Chamamento ao processo é forma de intervenção de terceiros provocada, pela qual se atribui ao RÉU a 
responsabilidade de chamar ao processo os outros devedores, para que ocupem também a posição de réus, sendo 
todos condenados na mesma sentença, em caso de procedência > o réu traz para o processo, para que ocupem a 
mesma posição que ele, os demais coobrigados. A finalidade é provocar a condenação dos coobrigados no mesmo 
processo. 
- Diferença entre a denunciação da lide para chamamento ao processo: 
• O chamamento é faculdade atribuída exclusivamente ao réu, enquanto a denunciação pode ser requerida por 
ambas as partes; 
• No chamamento, ao réu só cabe a faculdade de chamar ao processo os coobrigados em virtude de FIANÇA ou 
SOLIDARIEDADE, enquanto a denunciação cabe para o exercício do direito de regresso; 
• Na denunciação não existe relação jurídica DIRETA entre o denunciado e a parte contrária, mas apenas entre 
o denunciante e o denunciado. Já no chamamento, o chamado é coobrigado e responde diretamente ao autor 
da ação, com quem mantém relação jurídica direta. 
- O chamamento ao processo é sempre facultativo. Caso não seja requerido, o réu não perderá o direito de cobrar dos 
coobrigados em ação autônoma. 
- O chamamento ao processo permite que o réu traga ao processo outros réus, em face dos quais o autor não havia 
demandado originariamente. E o autor não pode impedir que isso ocorra. 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. O 
fiador é um tipo de devedor solidário. Existem outros tipos de devedores solidários, sem ser necessariamente como 
fiadores. 
- Fiança é um contrato acessório de garantia, por meio do qual um terceiro (fiador), que não o devedor, responsabilize-
se pelo pagamento do débito, passando a responder com o seu patrimônio pelo adimplemento. O fiador não é 
propriamente devedor, mas garante o pagamento do débito com o seu patrimônio. 
- Quando houver fiança, o credor pode optar entre ajuizar a demanda apenas em face do devedor principal (que não 
poderá chamar ao processo o fiador, já que essa hipótese não se enquadra na disposição dos incisos do art. 130), em 
face do devedor principal e do fiador (caso em que também não haverá chamamento) ou em face apenas do fiador 
(nessa hipótese ele poderá chamar ao processo o devedor principal para responder conjuntamente pelo débito, 
perante o credor). A sentença que acolher o pedido condenará simultaneamente o fiador e o devedor ao pagamento 
da dívida. 
- Ex.: Renato x Giovanna > contrato de locação de 6 mil reais a título de aluguel em que Giovanna é a inquilina > Renato 
quis ter a garantia de que iria receber esse dinheiro, por isso exigiu que Giovanna (afiançado) tivesse um fiador 
(garante), que seria Núbia > Renato pode cobrar de qualquer delas (Giovanna ou Núbia). Se Giovanna sucumbir, ela 
tem Núbia como garantidora. 
 
 
 
 
- O que caracteriza a solidariedade passiva é a possibilidade de exigir a obrigação integral de apenas um dos 
devedores. Mas, se o fizer, o devedor demandado poderá chamar ao processo os demais. A sentença que acolher o 
pedido condenará todos eles ao pagamento da dívida. 
- No chamamento ao processo, o chamado tem uma obrigação perante o autor da demanda principal, seja como 
fiador, seja como coobrigado solidário, pela dívida aforada. 
Do incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
- A desconsideração da personalidade jurídica é a extensão, em determinadas situações, da responsabilidade 
patrimonial pelos débitos da empresa aos sócios, sem que haja a dissolução da pessoa jurídica. Como regra geral, 
existe a autonomia patrimonial, em que os bens dos sócios estão protegidos e, portanto, não podem ser utilizados 
para pagar dívidas da empresa dos sócios. Porém, em casos de abuso, a autonomia patrimonial deixa de ser válida > 
por causa desse abuso, o juiz pode estender a responsabilidade patrimonial pelos débitos da empresa aos sócios, sem 
que haja a dissolução da personalidade jurídica. Logo, apesar da dívida ser da empresa, ela vai incidir no patrimônio 
dos sócios. O que é o abuso? Cada ramo do direito material vai dizer o que é considerado abuso. 
Art. 50 CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. Para 
o ramo do direito civil, o abuso consiste no desvio da finalidade ou a confusão patrimonial (mistura entre os bens dos 
sócios com os bens da empresa. 
- O CPC/15 exige o contraditório prévio, isto é, anterior à desconsideração. Ou seja, primeiro os sócios se justificam, 
são ouvidos e, somente depois, é possível fazer a desconsideração. Logo, constitui forma de intervenção de terceiro, 
porque o sócio, que até então não figurava na relação processual, passa a integrá-la como responsável patrimonial. 
Art. 133 CPC. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do 
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
Garantia baseada na coisa: real > penhor (imóvel) e hipoteca (imóvel) 
Garantia baseada na boa-fé: fidejussória > aval (usado em título de crédito: se a pessoa não pagar, o aval paga) 
e fiança 
 
- A desconsideração pode ser postulada em caráter incidental ou principal. A de caráter incidental pressupõe que já 
esteja em curso ação ajuizada pelo credor em face do devedor (pessoa jurídica). É nessa hipótese que haverá 
intervenção de terceiros, pois há um processo em curso do qual o sócio não participava, e do qual passará a participar. 
Já a de caráter principal consiste na desconsideração postulada na petição inicial, logo, não há que se falar em 
intervenção de terceiros, pois o sócio figuradesde logo como réu. Obs.: se a desconsideração for em caráter principal, 
não há que se falar em incidente de desconsideração, pois só é incidente se a desconsideração for feita ao longo do 
processo. 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento 
de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Mesmo se não tiver colocado na petição inicial 
ou até se já teve sentença, é possível o incidente de desconsideração. O incidente serve para responsabilizar os sócios 
em cada caso concreto. 
§2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição 
inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.. Além disso, também não se pode falar em INCIDENTE 
de desconsideração, pois só é incidente se os sócios são convocados ao processo depois que a ação foi postulada. 
- O processo deverá ficar suspenso desde o momento em que a parte ou o Ministério Público protocolar o pedido de 
desconsideração. Fica suspenso para verificar se de fato houve abuso. 
- O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será resolvido por decisão interlocutória. Caso o juiz 
desacolha o pedido (ou seja, mantém a autonomia patrimonial), não será possível formulá-lo em outra fase do 
processo, com os mesmos fundamentos e argumentos do pedido anterior, rejeitados pelo juiz. O pedido pode ser 
formulado desde que fundado em fatos novos, não apresentados e decididos no incidente anterior. 
- Caso a desconsideração seja requerida na inicial, o processo não ficará suspenso, e o juiz decidirá se cabe ou não a 
desconsideração na própria sentença. 
Do “amicus curiae” 
- O “amicus curiae” é o terceiro que, conquanto não tenha interesse jurídico próprio, que possa ser atingido pelo 
desfecho da demanda em andamento, representa um interesse institucional, que convém seja manifestado no 
processo para que, eventualmente, possa ser considerado quando do julgamento. 
- A intervenção do “amicus curiae” é peculiar, porque ele não intervém nem como parte, nem como auxiliar da parte, 
mas como verdadeiro auxiliar do juízo (não pratica atos processuais). Não confunda: na assistência o terceiro entra 
para ajudar uma das partes, e no amicus curiae o terceiro entra para ajudar o Poder Judiciário. 
- Ele funciona como auxiliar do juízo porque, nas causas de maior relevância ou de maior impacto, ou que possam ter 
repercussão social, permite que o Judiciário tenha melhores condições de decidir, levando em consideração a 
manifestação dele, que figura como porta-voz de interesses institucionais. 
- O amicus curiae poderá ser: pessoa (natural ou jurídica), órgão (logo, não precisa ter personalidade jurídica) ou 
entidade que não tenham interesse próprio na causa, mas cujos interesses institucionais poderão ser afetados. 
- Iniciativa da intervenção: juiz ou relator de ofício; uma das partes (réu ou autor); o próprio terceiro. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a 
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem 
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade 
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, 
ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. 
Observa-se que é possível ter amicus curiae em qualquer instância. 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Ex.: acidente em Brumadinho > duas entidades entraram no processo como amicus curiae, que foram a DPU 
(Defensoria Pública da União) e a AGU (Advocacia Geral da União). 
Obs.: É A ÚNICA INTERVENÇÃO QUE ACEITA SER FEITA DE OFÍCIO > as outras são voluntárias ou obrigatórias, por causa 
de uma das partes.

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