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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
Livro Eletrônico
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Litisconsórcio . ............................................................................................................................4
Quanto ao Polo em que se Forma ............................................................................................4
Quanto ao Momento em que se Forma . ..................................................................................5
Quanto à Obrigatoriedade de sua Formação. .........................................................................5
Quanto aos Efeitos do Julgamento . ........................................................................................9
Tratamento aos Litisconsortes .............................................................................................. 12
Intervenção de Terceiros . .......................................................................................................25
Assistência . ............................................................................................................................. 28
Denunciação da Lide ................................................................................................................34
Chamamento ao Processo ......................................................................................................43
Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica . .................................................46
Amicus Curiae . ....................................................................................................................... 48
Questões de Concurso . ...........................................................................................................54
Gabarito . ...................................................................................................................................67
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 68
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem com você? Como está a força e a persistência? Espero, 
sinceramente, que esteja firme no propósito de almejar a tão sonhada carreira. Vou te contar 
uma coisa. Na época que eu estava estudando para a Defensoria Pública do DF, eu tinha tanta 
vontade de ser aprovada que toda vez que o cansaço batia, eu buscava conseguir força de 
onde tinha e de onde não tinha para continuar. As poucas vezes que pensei numa possível re-
provação, o frio na barriga era tão grande que logo eu mudava a vibração do meu pensamento 
e já me imaginava no cargo. Assim, provavelmente deve estar acontecendo a mesma coisa 
com você. É normal sentir medo, cansaço, tristeza. Eu mesmo chorei várias vezes durante a 
preparação, de tão cansada. Mas, digo uma coisa com toda certeza: o sabor da vitória é ini-
gualável. Lembro o dia da minha posse como se fosse hoje. Meus amigos e família estavam lá 
com olhar de orgulho voltado para mim. Que benção! Pense em como será o seu dia também. 
Você vai se lembrar disso que estou te falando nesta aula. Só não se esqueça de me convidar, 
ok?
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!
Vamos para mais uma aula? Temos muita coisa pela frente. Conte sempre comigo. Ahhh, 
também quero deixar aqui as minhas redes sociais: @prof.lidiamarangon e @asdefensoras.
Nesta aula, abordaremos os seguintes pontos:
1. Litisconsórcio;
2. Intervenção de terceiros.
Você gosta desses temas? Eu adoro!
Boa aula!
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Litisconsórcio
Quando falamos em relação processual, logo pensamos em autor, réu e juiz, não é mesmo?
Ocorre que esse modelo de relação processual é simplificado e é o mais comum. No en-
tanto, é possível que mais de uma pessoa atue, em conjunto, no polo ativo ou no polo passivo 
da demanda. Isso forma o que chamamos de litisconsórcio, que nada mais é do que uma 
forma de ampliação subjetiva da demanda.
Então, o que é o litisconsórcio?
É a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação jurídica processual que se 
reúnem para litigar em conjunto. O litisconsórcio é definido pela doutrina como a pluralidade 
de sujeitos em algum dos polos da relação processual.
Qual a justificativa para a formação de um litisconsórcio?
Com certeza é a atenção que se deve dar aos princípios da economia processual e da se-
gurança jurídica, já que podemos resolver em um único processo, várias ações. Além disso, 
evita-se a prolação de decisões conflitantes.
Vamos falar sobre a classificação do litisconsórcio?
Quanto ao PoLo em Que se Forma
ATIVO
Quando há pluralidade de autores.
PASSIVO
Quando há pluralidade de réus.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
MISTO
Quando houver, simultaneamente, pluralidade de autores e réus.
Quanto ao momento em Que se Forma
INICIAL
Quando o litisconsórcio é formado logo quando intentada a ação.
ULTERIOR
Quando o litisconsórcio é formado após a propositura da ação.
Quanto à obrigatoriedade de sua Formação
FACULTATIVO
Quando os litisconsortes não estão obrigados a litigar em conjunto, mas optam pela li-
tigância conjunta por questões de economia processual ou outro motivo configurado nas 
hipóteses do artigo 113 do CPC. É o litisconsórcio que pode ou não se formar.
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Veja o artigo 113 do CPC. É esse artigo que traz as hipóteses de formação do litisconsórcio.
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passi-
vamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Agora, fique atento(a) porque essas hipóteses não são exclusivas do litisconsórcio facul-
tativo (vamos trabalhar melhor essa parte lá na frente) e esse rol de hipóteses é taxativo, ok?
No litisconsórcio facultativo, você precisa ter em mente que há a possibilidade de propo-
situra de ações distintas e isoladas. Exemplo: o autor poderia promover várias ações contra 
os réus em um caso de litisconsórcio facultativo passivo ou os diversos autores poderiam 
propor várias ações isoladas contra o mesmo réu, em um caso de litisconsórcio facultativo 
ativo.
Sobre o litisconsórcio passivo facultativo, temos um Enunciado importante do FPPC:
Enunciado n. 125: Há litisconsórcio passivo facultativo quando requerida a desconsideração da 
personalidade jurídica, juntamente com outro pedido formulado na petição inicial ou incidente-
mente no processo em curso.
NECESSÁRIO
É aquele em que as partes são obrigadas a litigar em conjunto. Nesse caso, não há possi-
bilidade de propositura de ações distintas e isoladas.
Quando ele ocorre?
• Por disposição de lei.
Exemplos: ação de usucapião em que devem ser citados todos os confinantes e ação de par-
tilha em que devem ser citados todos os quinhoeiros.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depende da cita-
ção de todos que devam ser litisconsortes. Nesse caso, a relação jurídica é incindível. 
Isso significa que todos que possam ser atingidos pela coisa julgada material devem, 
obrigatoriamente, fazer parte da relação jurídica processual.
Exemplo: ação de dissolução de sociedade em que todos os sócios devem ser citados.
CPC
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da re-
lação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser 
litisconsortes.
Para parte dos doutrinadores, o litisconsórcio necessário somente poderá ser passivo. 
Isso porque, se pudesse ser ativo, surgiria uma situação em que estaríamos obrigando al-
guém a litigar a contragosto ou pelo menos impedindo os demais interessados de litigar, caso 
um dos litisconsortes não tivesse interesse no ajuizamento da ação. E temos que lembrar que 
o direito de ir a juízo não pode depender da vontade de outra pessoa.
Há uma outra corrente, no entanto, que defende a existência de litisconsórcio necessário ati-
vo, ainda que de modo excepcional e em raríssima situação. No entanto, é a corrente minoritária.
Outra observação importante que não podemos deixar de citar: nem todo litisconsórcio 
necessário é unitário. Há a possibilidade de litisconsórcio necessário simples e ele ocorre, 
basicamente, por força de lei.
É o que ocorre, por exemplo, nas seguintes hipóteses:
• Litisconsórcio entre os cônjuges:
CPC
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito 
real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação ab-
soluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de 
um ou de ambos os cônjuges.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Ação de usucapião de imóvel:
CPC
Art. 246.
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando 
tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
• Demarcação de terras:
CPC
Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela 
situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e no-
mear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda.
Aproveitando que falamos da ação de demarcação, veja que julgado interessante:
Em ação demarcatória de parte de imóvel, é facultativo – e não necessário – o litiscon-
sórcio passivo entre o réu e os confinantes da área do bem que não é objeto de demar-
cação. Nas demarcatórias parciais, há o litisconsórcio passivo necessário entre deman-
dante e os vizinhos lindeiros da área específica cuja demarcação é pretendida. É essa 
a única interpretação cabível do disposto no art. 950 do CPC/1973. Tratamento diverso 
se dá aos demais confinantes da área que não é objeto de demarcação, pois, quanto a 
estes, não há litisconsórcio passivo necessário, apenas facultativo. Nesse sentido, há 
entendimento doutrinário sobre o art. 950 do CPC/1973, segundo o qual, “são legitima-
dos passivamente todos os confinantes da área demarcanda; se a demarcação for par-
cial, são réus os confinantes da área a ser demarcada, e não os demais, o que é óbvio”. 
REsp 1.599.403-MT, DJe 1/7/2016 (Informativo 586).
Professora, e o que acontece se houver o proferimento de sentença de mérito sem a inte-
gração do contraditório, ou seja, sem a citação de um litisconsorte?
Aqui, temos que observar o que dispõe o artigo 115 do CPC, pois é ele que cuida da natu-
reza da sentença de mérito proferida sem a citação do litisconsorte necessário.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CPC
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que 
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de 
extinção do processo.
Inicialmente, é importante ressaltar que, se faltar algum litisconsorte, o juiz deve deter-
minar imediatamente a sua inclusão na relação processual, para evitar prejuízos posteriores.
No entanto, não sendo tomada a providência acima e tendo o juiz proferido sentença de 
mérito sem a devida integração do contraditório, a sentença será:
NULA INEFICAZ
Se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos 
que deveriam ter integrado o processo, ou seja, para 
todos os litisconsortes unitários, inclusive para os 
que participaram da relação processual.
Nos demais casos, mas apenas em relação aos que 
não foram citados e, por consequência, não participa-
ram da relação processual.
Quanto aos eFeitos do JuLgamento
UNITÁRIO
Será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de 
modo uniforme para todos os litisconsortes. Isso significa que não se admite julgamento 
distinto para eles.
Temos, inclusive, a definição no CPC. Confira:
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Sobre o litisconsórcio unitário, temos o seguinte Enunciado do Fórum Permanente de Pro-
cessualistas Civis:
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Enunciado n. 11: O litisconsorte unitário, integrado ao processo a partir da fase instrutória, tem 
direito de especificar, pedir e produzir provas, sem prejuízo daquelas já produzidas, sobre as quais 
o interveniente tem o ônus de se manifestar na primeira oportunidade em que falar no processo.
SIMPLES
É aquele em que a decisão judicial sobre o mérito pode ser diferente para os litisconsor-
tes. A simples possibilidade de a decisão ser diferente para os litisconsortes já torna o litis-
consórcio simples.
Normalmente, o litisconsórcio simples acontece quando os litisconsortes discutem uma 
relação jurídica que pode ser cindida ou quando discutem uma pluralidade de relações jurí-
dicas. Aqui no litisconsórcio simples, cada um dos litisconsortes é tratado como parte autô-
noma, certo?
Ótimo, professora! Mas em quais hipóteses ocorre a formação do litisconsórcio?
Lembra que lemos acima o artigo 113 do CPC? Pois é. Novamente, repito que é esse artigo 
que traz as hipóteses de formação do litisconsórcio.
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passi-
vamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Esse rol de hipóteses é um rol taxativo, ok?
Agora, vamos estudar os incisos doartigo 113 do CPC?
I – se entre os sujeitos houver comunhão de direitos ou de obrigações.
Aqui temos a formação do litisconsórcio por comunhão de interesses. Aqui, temos um 
vínculo muito forte entre os litisconsortes.
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Professora, você pode me dar exemplo desse tipo de formação de litisconsórcio?
Claro. Sem dúvida.
Vamos lá: imagine que alguns condôminos se juntem para ajuizar uma ação que vise proteger 
o condomínio. Aqui, teremos um litisconsórcio formado em virtude da comunhão de interesses.
A existência de uma pluralidade nos polos da relação jurídica de direito material faz com 
que dessa relação surjam direitos e obrigações de titularidade de mais de um sujeito, sendo 
esses sujeitos habilitados a litigar em litisconsórcio. Ainda que o condômino possa litigar 
sozinho em defesa do bem em condomínio, a relação de direito material que o envolve com os 
demais condôminos é suficiente a permitir o litígio em conjunto. Na hipótese de uma dívida 
solidária, a relação jurídica de direito material envolve todos os devedores, de forma que o 
credor poderá propor a ação contra todos eles em litisconsórcio.
II – se houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir.
Aqui temos a formação do litisconsórcio por conexão de interesses. O vínculo, nesse caso, 
é médio entre os litisconsortes.
A consequência natural da conexão entre demandas é a sua reunião perante um mesmo 
juízo para julgamento em conjunto (art. 55, § 1º, CPC), tendo como justificativa a economia 
processual e a harmonização dos julgados.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa 
de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já 
houver sido sentenciado.
Assim, como a economia processual e a harmonização dos julgados também podem ser 
obtidos com a existência de uma só demanda, mas com pluralidade subjetiva, o legislador 
permite a formação do litisconsórcio havendo identidade de pedido ou da causa de pedir entre 
os litisconsortes.
Por exemplo: dois sócios poderão em conjunto propor uma demanda contra a sociedade 
objetivando a anulação de uma assembleia (identidade de pedidos), como também será pos-
sível o ingresso de demanda contra dois réus causadores do mesmo acidente (identidade de 
causa de pedir).
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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III – se houver afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Aqui temos a formação do litisconsórcio por afinidade. O vínculo, nesse caso, é bem tê-
nue entre os litisconsortes. Veja que há aqui, no estudo dos incisos do artigo 113 do CPC, 
uma linha decrescente da força do vínculo entre os litisconsortes (do vínculo mais forte para 
o mais tênue).
Nessa espécie de cabimento do litisconsórcio, não se exige a identidade dos fatos. Basta, 
para se admitir o litisconsórcio, a afinidade, a semelhança de questões por um ponto comum 
de fato ou de direito.
Exemplo: imagine que diversos servidores públicos se reúnam para litigar contra o Poder 
Público em virtude de atos administrativos fundados na mesma norma que se aponta de 
ilegal. Veja que o fato não será o mesmo, porque cada servidor sofreu o prejuízo individual-
mente em virtude de um ato administrativo determinado, mas a afinidade entre as situações 
permitirá o litisconsórcio.
tratamento aos Litisconsortes
Querido(a) aluno(a), observe o seguinte: o fato de o litisconsórcio ser unitário ou simples 
vai definir o modo como eles se relacionarão no processo.
Em regra, no litisconsórcio simples, os litisconsortes devem ser tratados de forma autô-
noma, como se fossem, perante a parte adversa, litigantes distintos, de modo que os atos e 
omissões praticados por um não prejudiquem ou beneficiem os demais.
No caso de litisconsórcio unitário, o tratamento há de ser uniforme entre os litisconsortes, 
porque a decisão será uniforme em relação a todos.
CPC
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como liti-
gantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não 
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
A doutrina costuma fazer uma distinção entre condutas determinantes e condutas alter-
nativas.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Cada litisconsorte pode adotar uma conduta em relação aos demais (condutas determi-
nantes e condutas alternativas).
A conduta determinante é a conduta da parte que a leva a uma situação desfavorável e 
potencialmente lesiva, como, por exemplo, quando confessa, quando se torna revel, quando re-
conhece a procedência do pedido ou quando renuncia ao direito sobre o qual se funda a ação.
A conduta alternativa é aquela pela qual a parte busca uma melhora de sua situação pro-
cessual. E chama-se alternativa porque essa melhora buscada pode não acontecer necessa-
riamente. É conduta alternativa, por exemplo, a atitude de recorrer, de contestar, de produzir 
prova, de alegar algo em seu benefício.
Tranquilo, não é?
Sob essa ótica, há três regras a serem seguidas de acordo com a conduta de cada litis-
consorte.
PRIMEIRA REGRA SEGUNDA REGRA TERCEIRA REGRA
A conduta determinante de um 
litisconsorte não pode prejudicar 
o outro, independentemente do 
regime de litisconsórcio.
No litisconsórcio simples, a con-
duta alternativa de um litisconsorte 
não aproveita aos demais.
No litisconsórcio unitário, em razão 
da necessidade de tratamento uni-
forme, a conduta alternativa de um 
litisconsorte estende seus efeitos 
aos demais.
No litisconsórcio unitário, a con-
duta determinante somente será 
eficaz se todos os litisconsortes 
consentirem.
Art. 117 do CPC. Os litisconsor-
tes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, 
como litigantes distintos, exceto 
no litisconsórcio unitário, caso em 
que os atos e as omissões de um 
não prejudicarão os outros, mas os 
poderão beneficiar.
Art. 117 do CPC. Os litisconsor-
tes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, 
como litigantes distintos, exceto 
no litisconsórcio unitário, caso em 
que os atos e as omissões de um 
não prejudicarão os outros, mas os 
poderão beneficiar.
No litisconsórcio simples, a con-
duta determinante é eficaz para o 
litisconsorte que a praticou.
Exceções:
1) A prova produzida por um litis-
consorte simples pode ser apro-
veitada pelo outro (princípio da 
comunhão da prova).
2) A contestação de um litiscon-
sorte simples pode beneficiar um 
litisconsorte revel se houver fato 
comum a ambos (Art. 345, I, do 
CPC).
Exemplo: Art. 1.005 do CPC. O 
recurso interposto por um dos litis-
consortes a todos aproveita, salvo 
se distintos ou opostos os seus 
interesses.
Parágrafo único. Havendo solida-
riedade passiva, o recurso inter-
posto por um devedor aproveitará 
aos outros quando as defesas 
opostas ao credor lhes forem 
comuns.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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Professora, você pode explicar melhor essas regras?
Claro. Vamos destrinchar nossa tabelinha:
1ª regra: a conduta determinante de um litisconsorte não pode prejudicar o outro, de for-
ma alguma.
2ª regra: no litisconsórcio simples, a conduta alternativa de um não aproveita aos demais. 
Assim, se apenas um contestar,o outro será considerado revel.
Contudo, de acordo com o princípio da comunhão processual, a prova produzida passa 
a pertencer ao processo, podendo ser aproveitada pelos demais, independente de quem a 
produziu, se for em relação a fatos que ambos pretendem provar. Além disso, se apenas um 
contestou, mas impugnou fato comum a ambos, o fato contestado por um será aproveitado 
ao outro, uma vez que o magistrado não pode reconhecer como existente o fato em relação 
a um dos réus, diante da revelia e não existente em relação ao outro que apresentou defesa.
3ª regra: no litisconsórcio unitário, a conduta alternativa de um dos litisconsortes estende 
seus efeitos aos demais.
Agora, vamos estudar o litisconsórcio multitudinário. Do que se trata?
O litisconsórcio multitudinário ocorre quando temos muitos litisconsortes na demanda.
Assim, o juiz pode, mesmo de ofício, limitar o litisconsórcio facultativo quando o número 
de litigantes comprometer a rápida solução do conflito ou gerar dificuldades, principalmente 
para o exercício do direito de defesa ou para se fazer cumprir a sentença.
Essa limitação só pode ocorrer na fase de conhecimento?
Não! Veja o que diz o artigo 113, § 1º, do CPC.
Art. 113.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de 
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida so-
lução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
Nesses casos, o prazo para manifestação ou resposta é interrompido, voltando a contar 
após a decisão sobre o incidente, conforme o § 2º do artigo 113 do CPC.
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Art. 113.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recome-
çará da intimação da decisão que o solucionar.
O requerimento de limitação do litisconsórcio facultativo enseja a formação de um inci-
dente processual que será resolvido por meio de uma decisão interlocutória. E perceba que, 
com o desmembramento, o juiz se torna prevento para julgar os demais feitos que foram 
separados.
Sobre o tema litisconsórcio multitudinário, temos um Enunciado importante do Fórum 
Permanente de Processualistas Civis:
Enunciado n. 10 FPPC: Em caso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário, a interrup-
ção da prescrição retroagirá à data de propositura da demanda original.
Professora, se o litisconsórcio multitudinário for prejudicial à defesa, a única possibilida-
de do juiz é limitar a quantidade de litisconsortes?
Não. É interessante notar que o magistrado poderá, em vez de limitar o número de litis-
consortes, aumentar os prazos processuais para facilitar o exercício da defesa.
E, nesse sentido, temos um importante Enunciado do FPPC:
Enunciado n. 116: Quando a formação do litisconsórcio multitudinário for prejudicial à defesa, o 
juiz poderá substituir a sua limitação pela ampliação de prazos, sem prejuízo da possibilidade de 
desmembramento na fase de cumprimento de sentença.
Outro ponto importante que você deve se atentar é para a análise do artigo 240 do CPC:
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, 
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da 
Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
A citação válida produz inúmeros efeitos no processo, não é mesmo? Assim, temos que 
nos perguntar: quando há o desmembramento do litisconsórcio multitudinário ativo, a partir 
de quando esses efeitos são produzidos? A partir do protocolo originário da petição inicial.
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Confira o teor do Enunciado n. 117 do FPPC: “Em caso de desmembramento do litiscon-
sórcio multitudinário ativo, os efeitos mencionados no art. 240 são considerados produzidos 
desde o protocolo originário da petição inicial”.
Um litisconsorte pode pedir o depoimento pessoal do outro?
Com certeza. Não há problema nenhum nesse pedido. Temos um Enunciado também so-
bre esse assunto. Confira:
Enunciado n. 584 FPPC: É possível que um litisconsorte requeira o depoimento pessoal 
do outro.
Agora veja que interessante!
O artigo 229 do CPC prevê que:
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, inde-
pendentemente de requerimento.
Esse artigo visa garantir aos litisconsortes um pleno exercício do direito de defesa, já 
que, se eles tiverem advogados de escritórios distintos, a manutenção do prazo simples po-
deria gerar certa dificuldade. Imagine que um dos patronos precise fazer carga dos autos do 
processo no cartório da vara, tirar cópias ou tomar outras providências, isso poderia gerar 
prejuízo e perda de prazo ao outro litisconsorte, em caso de um prazo comum a ambos. Por 
isso, o CPC prevê essa contagem do prazo em dobro. Veja que, para a contagem em dobro 
existir, os patronos precisam fazer parte de escritórios distintos para evitar uma eventual 
burla do prazo.
E havendo apenas dois réus, somente um deles oferece defesa? Ainda assim se justifica 
a manutenção do prazo em dobro?
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Não. Nesse caso, a contagem do prazo em dobro vai cessar, não se justificando a sua 
manutenção.
CPC
Art. 229.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por 
apenas um deles.
Professora, e esse prazo em dobro também será aplicado quando o processo for ele-
trônico?
Não. Isso porque todo o teor do processo estará disponível na rede mundial de computa-
dores. Assim, a manutenção do prazo simples não gera qualquer prejuízo aos litisconsortes. 
Confira:
CPC
Art. 229.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Ainda sobre o tema, temos no STF a Súmula n. 641 com o seguinte texto: “Não se conta 
em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido”.
O STJ também possui julgado recente corroborando o teor da Súmula n. 641 do STF. Va-
mos conferir?
É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litiscon-
sortes com procuradores distintos sucumbe em processo com autos físicos na vigência do 
CPC/2015.
Registre-se, inicialmente, que a razão da norma que amplia o prazo comum diz respeito 
à paridade de armas no processo, considerando a inevitável dificuldade de acesso aos autos 
físicos para o pleno exercício do direito de defesa, ante o interesse comum de litisconsortes 
com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, recorrerem da decisão 
que, em alguma medida, lhes é desfavorável. O fundamento para a excepcional contagem 
diferenciada do prazo no novo código segue a inteligência da Súmula n. 641/STF e a jurispru-
dência sedimentada sobre a matéria no código revogado. Nessa linha, a doutrina assinala que
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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para que exista direito ao prazo em dobro, há que se observarem dois requisitos cumula-
tivos: existência de litisconsórcio e de prazo comum para os litisconsortes praticarem o 
ato processual. Se, por qualquer razão, não há prazo comum, mas exclusivo para apenas 
umdos litisconsortes, não há que se cogitar de prazo em dobro. Dessa forma, a razão 
da norma permanece idêntica, a de garantir acesso aos autos oportunizando a obten-
ção da tutela recursal que lhe pareça mais favorável. Tanto é assim que o CPC/2015 
dispõe não se computar prazo diferenciado quando os autos do processo forem eletrô-
nicos, permitindo aos litigantes amplo e irrestrito acesso aos autos. Daí porque se não 
houver sucumbência do litisconsorte, igualmente, não há se falar em prazo em dobro 
para recorrer. Assim, a inteligência da Súmula n. 641/STF resta preservada em relação 
aos recursos interpostos sob a vigência do CPC/2015.
REsp 1.709.562-RS, DJe 18/10/2018 (Informativo 636).
Querido(a) aluno(a), antes de finalizarmos o tópico do litisconsórcio, não posso deixar de 
comentar com você outros importantes julgados sobre o tema:
O primeiro deles é o que trata do artigo 73, § 1º, II, do CPC.
Primeiramente, vamos reler esse artigo para você relembrar do que se trata, certo?
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito 
real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação ab-
soluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de 
um ou de ambos os cônjuges.
Veja que o § 1º afirma que ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as 
ações que versem sobre os temas elencados nos incisos, gerando, então, um litisconsórcio 
passivo necessário entre eles, ok?
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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Especificamente sobre o inciso II, o STJ decidiu recentemente que “não tendo sido presta-
da garantia real, é desnecessária a citação em ação de execução, como litisconsorte passivo 
necessário, do cônjuge que apenas autorizou seu consorte a prestar aval”.
Se uma pessoa decide que vai ser avalista, ela precisa da concordância do seu cônjuge? 
De acordo com o Código Civil, exige-se essa autorização, prevista no art. 1.647, III, salvo se o 
casamento for regido pelo regime da separação absoluta. Confira:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do 
outro, exceto no regime da separação absoluta:
III – prestar fiança ou aval;
Agora, imagine que um dos cônjuges foi avalista com a autorização do outro. O devedor 
original não paga a dívida e o credor passa a executar o avalista. Há necessidade de formação 
do litisconsórcio passivo necessário nessa execução? Em outras palavras, o credor precisa 
executar o avalista e seu cônjuge que autorizou o aval ou basta executar o avalista? Basta 
executar o avalista, pois o aval é uma garantia pessoal e não real. E, para o STJ, não tendo 
sido prestada garantia real, é desnecessária a citação em ação de execução, como litiscon-
sorte passivo necessário, do cônjuge que apenas autorizou seu consorte a prestar aval.
Ficou claro?
Agora vamos ler o resumo do julgado para você entender o texto do STJ:
O aval é ato jurídico de prestação de garantia. Destaca-se que o cônjuge que apenas 
autorizou seu consorte a prestar aval, nos termos do art. 1.647 do Código Civil/2002 
(outorga uxória), não é avalista. Assim, não há falar em litisconsórcio necessário porque 
o cônjuge do avalista não é avalista ou tampouco praticou ato visando à garantia. Dessa 
forma, não havendo sido prestada garantia real, não é necessária a citação do cônjuge 
como litisconsorte, bastando a mera intimação, (art. 10, § 1º, incisos I e II, do CPC/1973).
REsp 1.475.257-MG, DJe 13/12/2019 (Informativo 663).
Agora, outro julgado importante, principalmente se você estuda para magistratura e ad-
vocacia pública.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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Se a Fazenda Pública for condenada, por sentença judicial transitada em julgado, a pagar 
determinada quantia a alguém, este pagamento será feito, em regra, sob o regime de precató-
rio nos termos do artigo 100 da Constituição Federal, certo?
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Munici-
pais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apre-
sentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de 
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
No entanto, sabemos que há uma exceção ao sistema do precatório previsto no § 3º do 
art. 100 da CF, que é o pagamento por meio de requisição de pequeno valor. Lembra?
Art. 100.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos 
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas 
devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
O valor da requisição de pequeno valor poderá ser estabelecido por cada ente federado 
por meio de leis específicas, de acordo com o texto do § 4º do art. 100:
Art. 100.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às en-
tidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual 
ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
Certo. Agora passemos ao tema propriamente dito. Se a condenação da fazenda pública 
decorrer de uma ação proposta por litisconsortes ativos, o pequeno valor para fins de dis-
pensa do precatório será considerado individualmente para cada litisconsorte ou deverá ser 
somada a quantia devida a todos?
O STF se posicionou no sentido de que o fracionamento do valor da execução, em caso 
de litisconsórcio facultativo, para expedição de requisição de pequeno valor em favor de cada 
credor, não implica violação ao art. 100, § 8º, da CF. Isso significa que o pequeno valor para 
fins de dispensa do precatório será considerado individualmente para cada litisconsorte.
Vamos ler o resumo do julgado?
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O fracionamento do valor da execução, em caso de litisconsórcio facultativo, para expe-
dição de requisição de pequeno valor em favor de cada credor, não implica violação ao 
art. 100, § 8º, da CF, com a redação dada pela EC 62/2009 (“É vedada a expedição de 
precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fraciona-
mento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de par-
cela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo”). Com base nessa orientação, o Plenário 
negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a possibilidade de fracio-
namento de valores devidos pela Fazenda Pública em caso de litisconsórcio facultativo 
para fins de expedição de requisição de pequeno valor em benefício dos credores indivi-
dualmente considerados. O Tribunal afirmou que, após precedentes da 1ª Turma terem 
reconhecido a possibilidade de fracionamento para a expedição imediata de precatório 
relativamente à parte incontroversa de título judicial, a jurisprudência do STF se consoli-
dara no sentido contrário à tese defendida pelo recorrente, que se apegara à literalidade 
do texto constitucional.
RE 568645/SP, 24.9.2014.(Informativo 760)
E, nesse ponto, você não pode confundir com outro julgado importantíssimo do STF que 
estudamos na aula anterior. Aquele que afirma que não é possível fracionar o crédito de hono-
rários advocatícios em litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a Fazenda 
Pública por frustrar o regime do precatório (STF – RE 919269, julgado em 7/2/2019. Informa-
tivo 929). Recorda-se desse? Nesse, temos um julgado que trata da execução de honorários 
de sucumbência, ou seja, diferente desse que estamos estudando nesta aula, que trata da 
execução do crédito dos autores litisconsortes.
Vamos continuar. Ainda temos outros julgados interessantes.
Responda-me: você é casado(a) e juntamente com o cônjuge, possui um apartamento, ou 
seja, o imóvel é registrado em nome dos dois. Durante o casamento, vocês se tornam devedo-
res do condomínio desse imóvel. O condomínio ajuíza ação de cobrança somente contra você 
(ação de conhecimento) e você opta por fazer um acordo de pagamento com o condomínio. 
Nesse meio, você resolve se divorciar e o apartamento fica com seu cônjuge. O condomínio 
resolve executar a dívida e, como ninguém pagou, requereu a penhora do bem. Nesse caso, 
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pode haver a penhora do imóvel nesse novo momento processual, ainda que o bem esteja 
registrado apenas em nome do outro cônjuge que não participou da fase de conhecimento, 
ou, para que a penhora seja viável, haveria necessidade de formação do litisconsórcio passivo 
necessário entre os cônjuges na fase de conhecimento?
A penhora é possível e não há necessidade de formação do litisconsórcio passivo neces-
sário entre os cônjuges na fase de conhecimento.
O STJ entendeu que, havendo mais de um proprietário do imóvel, como ordinariamente 
ocorre entre cônjuges ou companheiros, a responsabilidade pelo adimplemento das cotas 
condominiais é solidária, o que, todavia, não implica exigência de litisconsórcio necessário 
entre os coproprietários, podendo o condomínio demandar contra qualquer um deles ou con-
tra todos em conjunto, conforme melhor lhe aprouver.
Vamos ler o julgado?
O imóvel gerador dos débitos condominiais pode ser objeto de penhora em cumprimento 
de sentença, ainda que somente o ex-companheiro tenha figurado no polo passivo da 
ação de conhecimento.
Segundo o entendimento do STJ, a obrigação de pagamento das despesas condominiais 
é de natureza propter rem, ou seja, é obrigação “própria da coisa”, ou, ainda, assumida 
“por causa da coisa”. Por isso, a pessoa do devedor se individualiza exclusivamente pela 
titularidade do direito real, desvinculada de qualquer manifestação da vontade do sujeito.
Havendo mais de um proprietário do imóvel, como ordinariamente ocorre entre cônju-
ges ou companheiros, a responsabilidade pelo adimplemento das cotas condominiais 
é solidária, o que, todavia, não implica exigência de litisconsórcio necessário entre os 
coproprietários, podendo o condomínio demandar contra qualquer um deles ou contra 
todos em conjunto, conforme melhor lhe aprouver.
Na hipótese, à época da fase de conhecimento, o imóvel encontrava-se registrado em 
nome dos dois companheiros, mostrando-se válido e eficaz o acordo firmado por apenas 
um dos proprietários com o condomínio. No caso, não sendo efetuado o pagamento 
do débito, é viável a penhora do imóvel gerador das despesas, ainda que, nesse novo 
momento processual, esteja o bem registrado apenas em nome da ex-companheira, que 
não participou da fase de conhecimento.
REsp 1.683.419-RJ, DJe 26/02/2020 (Informativo 666).
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Professora, e a ação de despejo? Ela exige a formação de litisconsórcio ativo necessário? 
Por exemplo, se Maria e Cláudia são donas de um imóvel e locam esse imóvel para João, 
caso elas queiram despejar João, precisam figurar ambas no polo ativo da ação de despejo?
Não. A ação de despejo não exige a formação de litisconsórcio ativo necessário. Agora, 
fique atento(a), porque, se for o caso de diversos inquilinos para serem despejados, aí sim 
necessitaremos de citação de todos (litisconsórcio passivo necessário).
Sobre o tema, o STJ se pronunciou no seguinte sentido:
Inicialmente, não há margem para dúvida, na jurisprudência do STJ, acerca da existência 
de solidariedade entre os locadores, quando não houver ressalva no instrumento contra-
tual, conforme disposição do art. 2º da Lei de Locações (Lei n. 8.245/1991).
Ademais, quando há diversos locatários para um mesmo imóvel, este STJ entendeu pela 
existência de litisconsórcio passivo necessário, devendo haver a citação de todos os 
locatários para o devido processamento da ação.
Por outro lado, parece não subsistir os motivos que conduzam à necessidade de for-
mação de litisconsórcio ativo necessário, quando da multiplicidade de locadores. Isso 
porque, em primeiro lugar, não há que se mencionar o intuito protetivo do instituto com 
relação aos proprietários do imóvel, que certamente prescindem dessa garantia. Ade-
mais, o art. 114 do CPC/2015 afirma a regra geral quanto à formação do litisconsórcio, a 
qual fica restrita à necessidade de citação de todos para a eficácia da sentença.
Por sua vez, o art. 2º, caput, da Lei de Locações estipula uma regra de direito material 
com relação à solidariedade, ao dispor que: “Havendo mais de um locador ou mais de 
um locatário, entende-se que são solidários se o contrário não se estipulou”. No entanto, 
é cediço que da solidariedade não se extrai, como consequência necessária, a formação 
de litisconsórcio necessário para a resolução deste conflito.
De fato, acerca do tema do litisconsórcio ativo necessário, este Tribunal Superior já se 
manifestou no sentido de que sua aceitação deve ocorrer apenas em situações excep-
cionalíssimas, em razão da potencial ofensa ao direito constitucional de ação e de 
acesso à justiça.
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No entanto, tratando-se de condomínio, deve-se aplicar à hipótese a regra insculpida no 
art. 1.314 do CC/2002, segundo a qual “cada condômino pode usar da coisa conforme 
sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivin-
dicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la” e, 
assim, permitir que um dos condôminos colocadores exerça a prerrogativa de encerrar 
o contrato de locação.
Dessa forma, não há razão para que se inclua entre as situações excepcionais para a 
formação do litisconsórcio ativo necessário o pedido de despejo por encerramento do 
contrato de locação. REsp 1.737.476-SP, DJe 06/02/2020 (Informativo 664).
Agora, imagine que um filho emancipado ajuíze ação de alimentos apenas em face do pai. 
O pai insiste em que a mãe faça parte também do polo passivo da demanda. Nesse caso, o pai 
tem direito de exigir que a mãe faça parte do polo passivo da ação de alimentos ou somente 
o filho capaz poderia provocar essa integração?
Sobre o tema, o STJ já decidiu que, em ação de alimentos, quando se trata de credor com 
plena capacidade processual, cabe exclusivamente a ele provocar a integração posterior no 
polo passivo.
Veja o julgado:
A majoritária doutrina, ao interpretar o art. 1.698 do CC/2002, que trata do litisconsórcio 
facultativo ulterior simples, tem se posicionado no sentido de que a obrigação alimentar 
não é solidária, mas, sim, divisível, ao fundamento de que não há disposição legal que 
autorize a cobrançaintegral do valor de apenas um dos codevedores, que arcam apenas 
com a cota que puder prestar, no limite de suas possibilidades. A despeito da convergên-
cia acerca da divisibilidade da obrigação alimentar, remanesce amplo dissenso doutriná-
rio acerca do mecanismo processual a ser adotado para que se promova a integração, ao 
polo passivo, dos demais devedores que não foram inicialmente demandados pelo credor, 
bem acerca da legitimidade para requerer essa posterior integração. É correto afirmar que 
a primeira definição da necessidade dos alimentos incumbe essencialmente ao autor, a 
quem caberá delinear, na causa de pedir de sua petição inicial, quais são os custos e as 
despesas necessárias à sua sobrevivência digna, cabendo-lhe ainda mensurar, a partir 
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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desse quadro, quais, entre os potenciais obrigados, possuiriam a capacidade finan-
ceira de arcar com os alimentos necessários, inserindo no polo passivo aqueles aptos 
a suportar integralmente a pretensão deduzida. Assim, quando se tratar de credor de 
alimentos que reúna plena capacidade processual, cabe a ele, exclusivamente, provo-
car a integração posterior do polo passivo, devendo a sua inércia ser interpretada como 
concordância tácita com os alimentos que puderem ser prestados pelo réu por ele indi-
cado na petição inicial, sem prejuízo de eventual e futuro ajuizamento de ação autô-
noma de alimentos em face dos demais coobrigados. Contudo, nas hipóteses em que for 
necessária a representação processual do credor de alimentos incapaz, cabe também 
ao devedor provocar a integração posterior do polo passivo, a fim de que os demais 
coobrigados também componham a lide, inclusive aquele que atua como representante 
processual do credor dos alimentos, bem como cabe provocação do Ministério Público, 
quando a ausência de manifestação de quaisquer dos legitimados no sentido de chamar 
ao processo os demais coobrigados possa causar prejuízos aos interesses do inca-
paz. No que tange ao momento processual adequado para a integração do polo passivo 
pelos coobrigados, cabe ao autor requerê-lo em sua réplica à contestação; ao réu, em 
sua contestação; e ao Ministério Público, após a prática dos referidos atos processuais 
pelas partes, respeitada, em todas as hipóteses, a impossibilidade de ampliação objetiva 
ou subjetiva da lide após o saneamento e organização do processo, em homenagem ao 
contraditório, à ampla defesa e à razoável duração do processo. REsp 1.715.438-RS, DJe 
21/11/2018 (Informativo 638).
Pronto. Agora vamos passar a outro ponto de extrema relevância.
intervenção de terceiros
Nas aulas anteriores, nós já estudamos os sujeitos processuais. Falamos que as partes 
são os sujeitos parciais do processo. Temos o autor, que é aquele que propõe a ação, e o réu, 
que é aquele contra quem a demanda é proposta.
E o terceiro? Quem é?
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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É o sujeito que, não sendo autor nem réu, ingressa na relação processual para exercer uma 
atividade de natureza predominantemente postulatória. Assim, podemos excluir da classifi-
cação como terceiro o perito, a testemunha, que são sujeitos do processo, mas que visam à 
atividade de produção de provas.
Desse modo, podemos afirmar que aquele que, de qualquer forma, embora não seja parte 
do processo, possa vir a sofrer algum tipo de consequência proveniente da decisão jurisdicio-
nal, tem legitimidade para intervir como terceiro no processo.
A intervenção de terceiros é conceituada pela doutrina como o ato jurídico pelo qual um 
terceiro, que não é parte da relação processual, é autorizado pela lei a ingressar na demanda. 
Quando o terceiro ingressa no processo, esse ingresso pode ocorrer para assumir a con-
dição de parte propriamente dita (ao lado do autor ou do réu), para assumir uma postura de 
auxílio, como ocorre, por exemplo, com o amicus curiae, ou para assumir uma posição própria 
como é o caso do assistente simples.
Professora, então quais as finalidades da intervenção de terceiros?
IMPEDIR A PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS INÚTEIS
Aqui, a finalidade baseia-se na ideia de solucionar o máximo de questões possíveis em 
um único processo. Busca-se primar pela rápida solução dos litígios.
GARANTIR O CONTRADITÓRIO EFETIVO A TERCEIROS
Lembre-se de que um terceiro que pode ser alcançado pela decisão, ainda que indireta-
mente, precisa ter o princípio do contraditório respeitado.
GARANTIR A HARMONIZAÇÃO DAS DECISÕES
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Aqui, a finalidade baseia-se na ideia de evitar ao máximo as decisões contraditórias, pri-
mando-se pela preservação do princípio da segurança jurídica.
E você já se perguntou qual a natureza jurídica da intervenção de terceiros?
A natureza é de incidente processual. E sendo um incidente processual, há de ser feita 
uma análise de seu cabimento. Essa análise é feita pelo magistrado por meio de uma decisão 
interlocutória.
E como se classificam as intervenções de terceiros?
ESPONTÂNEA OU VOLUNTÁRIA
Se o terceiro pede para ingressar no processo, independentemente de provocação das 
partes, temos uma intervenção espontânea ou voluntária. Exemplos: assistência, alguns ca-
sos de amicus curiae.
PROVOCADA
Se o terceiro é chamado ao processo por provocação das partes, temos a intervenção 
provocada, como ocorre, por exemplo, com a denunciação da lide.
Agora vamos estudar as modalidades de intervenção de terceiros propriamente ditas.
Uma importante observação é a de que o CPC de 2015 fez diversas alterações nas inter-
venções de terceiros.
A oposição não figura mais como uma das modalidades de intervenção de terceiros, pois 
passou a figurar entre os procedimentos especiais.
Também não temos mais a nomeação à autoria no rol das intervenções de terceiros típicas.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica e a intervenção do amicus 
curiae passaram a ser inseridos no rol das intervenções de terceiros com o CPC de 2015.
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Lidia Leite Marangon Aragao
Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Assim, no CPC de 2015, temos as seguintes modalidades de intervenção de terceiros: As-
sistência, Denunciação da Lide, Chamamento ao Processo, Incidente de Desconsideração da 
Personalidade Jurídica e Amicus curiae.
assistência
A assistência é a modalidade de intervenção de terceiros pela qual o assistente, espon-
taneamente, ingressa na demanda para auxiliar uma das partes, pressupondo, para tanto, a 
existência de um interesse jurídico.
Ressalto que o interesse do assistente não pode ser meramente econômico, moral ou 
de qualquer outra natureza. O interesse precisa ser jurídico, ou seja, o assistente precisa ser 
cotitular da relação jurídica que se discute ou há necessidade de que a relação jurídica possa 
lhe trazer efeitos potencialmente prejudiciais.
O STJ vem, ao longo do tempo, corroborando a necessidade de interesse jurídico do ter-
ceiro para a admissão da assistência.
Vamos ver um julgado?
O acionista de uma sociedade empresária, a qual, por sua vez, tenha ações de outra 
sociedade, não pode ingressar em processo judicial na condição de assistente simples 
da última no caso em que o interesse em intervir no feito esteja limitado aos reflexos 
econômicos de eventual sucumbência da sociedade que se pretendaassistir. De acordo 
com o art. 50 do CPC, a modalidade espontânea de intervenção de terceiros denominada 
assistência pressupõe que o terceiro tenha interesse jurídico na demanda, não sendo 
suficiente, para ensejar a intervenção na condição de assistente, a existência de mero 
interesse econômico. Ademais, caso se admitisse a assistência em hipóteses como a 
discutida, todos os acionistas da sociedade prejudicada poderiam intervir no feito, cau-
sando real tumulto processual.
AgRg nos EREsp 1.262.401-BA, julgado em 25/4/2013 (Informativo 523).
Veja que esse julgado é de 2013 e ainda se refere ao CPC de 1973, mas o seu conteúdo 
permanece atual.
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Professora, você pode explicar melhor esse julgado?
Claro que sim. Vamos lá.
Imagine que duas empresas estejam litigando entre si. A empresa Alfa contra a empresa 
Beta. Você é acionista da empresa Gama. A Empresa Gama, da qual você é acionista, tem 
ações da empresa Alfa. Você pede para intervir como assistente na ação entre as empresas 
Alfa e Beta, argumentando que, se a empresa Alfa perder a demanda, você será prejudicado 
porque terá que, de certa forma, arcar com parte do prejuízo. É possível que você intervenha 
no processo como assistente da empresa Alfa nesse caso? De acordo com o julgado do STJ, 
não! E por qual motivo sua intervenção é vedada? Porque seu interesse seria meramente eco-
nômico, entendeu?
Outro julgado interessante sobre o tema para rechear nosso material:
Não configura interesse jurídico apto a justificar o ingresso de terceiro como assistente 
simples em processo submetido ao rito do art. 543-C do CPC o fato de o requerente ser 
parte em outro feito no qual se discute tese a ser firmada em recurso repetitivo. Isso 
porque, nessa situação, o interesse do terceiro que pretende ingressar como assistente 
no julgamento do recurso submetido à sistemática dos recursos repetitivos é mera-
mente subjetivo, quando muito reflexo, de cunho meramente econômico, o que não jus-
tifica sua admissão como assistente simples. Outrossim, o requerente não se enquadra 
no rol do art. 543-C, § 4º, do CPC, sendo certo ainda que nem mesmo aqueles inseridos 
da referida lista podem ser admitidos como assistentes no procedimento de recursos 
representativos, não sendo possível, também, a interposição de recurso por eles para 
impugnar a decisão que vier a ser prolatada. Ademais, a admissão da tese sustentada 
pelo requerente abriria a possibilidade de manifestação de todos aqueles que figuram 
em feitos que tiveram a tramitação suspensa em vista da afetação, o que, evidente-
mente, inviabilizaria o julgamento de recursos repetitivos. REsp 1.418.593-MS, julgado 
em 14/5/2014 (Informativo 540).
Quando é cabível a assistência?
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A assistência pode ocorrer em qualquer procedimento e em qualquer grau de jurisdição, 
antes que ocorra o trânsito em julgado, mas o assistente recebe o processo no estado em que 
se encontre.
CPC
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em 
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Professora, o que significa receber o processo no estado em que se encontre?
Significa que a assistência, uma vez admitida, não faz o processo retroceder.
Quais são as espécies de assistência?
A assistência pode se dar de duas formas: assistência simples e assistência litisconsorcial.
ASSISTÊNCIA SIMPLES
A assistência simples é aquela na qual o assistente pretende, somente, auxiliar uma das 
partes a sair vitoriosa da demanda. Nesse caso, o assistente ingressa no feito, por ser titular 
de relação jurídica conexa à que está sendo discutida (interesse jurídico), considerando even-
tual decisão que possa vir a ser prejudicial, em processo do qual não participa como parte.
Podemos dizer que o assistente simples tem interesse em uma decisão favorável ao as-
sistido para que ele mesmo não seja prejudicado.
Um exemplo clássico é da locação e sublocação de um imóvel.
Imagine que João, proprietário de um imóvel, tenha ingressado com ação de despejo em face 
de Maria, locatária. Ocorre que Maria havia sublocado o imóvel a Carla. Veja que, se a ação de 
despejo for procedente, Carla acabará sendo prejudicada, já que deverá desocupar o imóvel. 
Assim, Carla pode intervir como assistente simples no feito para auxiliar Maria e buscar sua 
vitória na demanda. Note, também, que não existe qualquer vínculo jurídico entre a assistente 
(Carla) e o adversário da assistida Maria (João).
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL
A assistência litisconsorcial configura-se quando o terceiro interveniente ingressa no pro-
cesso com a intenção de formar um litisconsórcio ulterior, considerando que a sentença que 
será prolatada influenciará a relação jurídica mantida entre ele e o adversário do assistido. 
Ou seja, ele mantém relação jurídica tanto com o assistido quanto com a parte contrária, pois 
todos participam da mesma relação de direito material.
Ao contrário do que ocorre na assistência simples, o assistente pode comportar-se diver-
samente do assistido. Isso porque o assistente litisconsorcial tem relação direta com a parte 
contrária do assistido, defendendo interesse próprio em juízo, estando sujeito aos efeitos da 
decisão, assim como os litigantes.
Na assistência litisconsorcial, o terceiro tem interesse jurídico direto no resultado do pro-
cesso, pois ele é cotitular da relação jurídica discutida em juízo. Isso significa que, desde o 
princípio, ele poderia ser parte, mas ficou inerte e, após, resolveu ingressar no feito como as-
sistente litisconsorcial.
Pode dar um exemplo, professora?
Imagine que a professora Lídia Marangon tenha, sozinha, ajuizado uma ação para defender 
seu condomínio. De repente, a professora Keity Satiko, que é moradora do mesmo condomí-
nio, resolveu intervir no feito, para também proteger o condomínio. Nessa hipótese, perceba 
que as duas poderiam ter dado início ao processo juntas, em litisconsórcio facultativo ativo, 
mas, na época, Keity não se interessou e Lídia não podia obrigá-la. Agora, querendo ingressar 
no feito, Keity será assistente litisconsorcial.
CPC
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir 
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Como se dá procedimento para a intervenção na modalidade assistência?
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A primeira observação importante que você deve se ater é que seja a assistência simples 
ou litisconsorcial, o procedimento será o mesmo.
O terceiro que pretende ser o assistente formulará o pedido por petição ao juiz, demons-
trando o seu interesse jurídico.
Caso o juiz não reconheça ser o caso de rejeição liminar, intimará as partes para, que-
rendo, impugná-lo no prazo de 15 dias.
Não havendo impugnação e caso o juiz reconheça a legitimidade do terceiro para ser 
assistente, deferirá o pedido.
Havendo impugnação, o juiz decidirá sobre o pedido, semsuspender o andamento do 
feito e sem criar autos apartados. É possível, inclusive, a produção de provas.
Caso seja deferido o pedido, o assistente ingressará no feito, no estado em que se en-
contra, na qualidade de auxiliar, quando a assistência for simples, ou na qualidade de parte 
propriamente dita, quando a assistência for litisconsorcial.
CPC
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será defe-
rido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o 
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
Professora, e se, por acaso, o juiz indeferir o pedido do assistente? Cabe algum recurso?
Cabe, sim. Agravo de instrumento, nos termos do artigo 1.015, IX, do CPC. Confira:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
Quais são os poderes de um assistente simples?
Primeiro vamos falar da sua função principal: coadjuvar, auxiliar a parte assistida. O 
assistente simples exerce os mesmos poderes e sujeita-se aos mesmos ônus processuais.
Entendi, professora. Mas o assistente simples possui a mesma independência que o as-
sistido no processo?
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Não. Sua atuação é acessória. Em regra, sua atuação é subordinada à vontade do assis-
tido. Isso significa que os atos contrários à vontade do assistido devem ser considerados 
ineficazes.
Por isso que o artigo 122 do CPC diz que a assistência simples não obsta a que a parte 
principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o 
que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
Perceba que a vontade do assistido é a vontade principal do processo. Por isso, inde-
pendentemente da vontade do assistente, o assistido pode, por exemplo, desistir da ação ou 
renunciar ao direito sobre o que se funda a ação.
E no que tange às matérias de ordem pública? Nesse caso, o assistente é livre para fazer 
o juiz tomar conhecimento delas, mesmo que essa não seja a vontade do assistido. Exem-
plo: o assistente pode demonstrar ao juiz a prática de um negócio processual fraudulento 
entre as partes do processo, feito apenas para prejudicá-lo.
Agora, perceba também que o artigo 121 parece ampliar os poderes do assistente, de 
forma a contemplar uma atuação complementar do assistente, em casos de revelia ou 
omissão do assistido. Nesse caso, o assistente passa a atuar no processo na qualidade de 
substituto processual.
CPC
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos pode-
res e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual.
Professora, e se o assistido revel resolver voltar à lide? O que acontece?
Nesse caso, a substituição processual do assistente vai cessar e ele volta a ser auxiliar 
do assistido.
Uma das principais consequências da assistência simples é o fato de que o assistente 
não pode, em regra, discutir, em outro processo, a justiça da decisão. Ele só poderá discutir 
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essa justiça da decisão se comprovar que houve uma má gestão processual por parte do 
assistido, nas seguintes hipóteses previstas nos incisos do artigo 123 do CPC:
CPC
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não 
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi im-
pedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu.
Ao contrário, se o assistente integrou o processo em um momento no qual foram dadas 
a ele todas as oportunidades processuais para discutir as matérias de fato e de direito, te-
remos aqui o que se chama de eficácia preclusiva. Por isso, fica vedada a rediscussão dos 
fundamentos de fato e de direito em outra ação. Entendeu?
Ainda sobre os poderes do assistente simples, é importante estudarmos o Enunciado n. 
388 do FPPC: “O assistente simples pode requerer a intervenção de amicus curiae”.
Quais são os poderes de um assistente litisconsorcial?
O assistente litisconsorcial, uma vez admitido, passa a ser parte no processo. Por isso, 
aqui prevalece a independência e o assistente possui paridade de tratamento, ou seja, não 
se subordina à vontade do assistido.
Além disso, é importante ressaltar que, no caso da assistência litisconsorcial, o assis-
tente não fica abarcado pela justiça da decisão. Aqui, ele é afetado pela própria coisa julga-
da, já que ele é parte no processo.
denunciação da Lide
A denunciação da lide é classificada pela doutrina como a modalidade provocada de in-
tervenção de terceiros pela qual uma das partes (autor ou réu) traz ao processo um terceiro, 
para auxiliar na demanda contra o adversário comum, bem como figurar como demandado 
em uma eventual ação regressiva.
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Na denunciação da lide, temos uma ampliação objetiva do processo: a denunciação da 
lide gera uma nova ação. Veja o teor do artigo 129 do CPC:
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denun-
ciação da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido exa-
minado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência 
em favor do denunciado.
Outra importante observação é que, na denunciação da lide, só há relação jurídica entre 
denunciante e denunciado. Não há vínculo entre o terceiro litisdenunciado e o adversário do 
litisdenunciante.
Quais as hipóteses de cabimento da denunciação da lide?
As hipóteses de cabimento da denunciação à lide estão previstas no art. 125 do CPC:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, 
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
Aqui, temos a possibilidade de denunciação da lide em caso de evicção.
Você se recorda do conceito de evicção?
Evicção é a perda parcial ou total de um bem por decisão judicial ou ato administrativo 
que se relaciona a alguma causa preexistente ao contrato. O instituto da evicção está previsto 
no artigo 447 do CC.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda 
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Pois bem. Imagine que um terceiro, real proprietário do bem, reivindique a coisa que foi 
transferida a você (adquirente) por meio de contrato de compra e venda. Você, que está na 
iminência de perder o bem, deverá denunciar a lide àquele que lhe vendeu o bem (alienante) 
para que os prejuízos sofridos por você sejam ressarcidos.
A segunda hipótese de denunciação da lide está no artigo 125, II, do CPC:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
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II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
de quem for vencido no processo.
Aqui temos um inciso com redação bastante genérica, que tem a finalidade de abarcar 
todas as situações de regresso previstas em lei ou em contrato.
Quanto a essa hipótese, temos duas correntes doutrinárias.
PRIMEIRA CORRENTE SEGUNDA CORRENTE
CONCEPÇÃO RESTRITIVA CONCEPÇÃO AMPLIATIVA
O direito de regresso somente se aplica quando tiver 
havido transferência de direito pessoal, já que a hipó-
tese do inciso I já abarca as transmissões de direitos 
reais, como a propriedade.
O direito de regresso abrange as transmissões de 
direitos pessoais e reais, direitos de indenização, 
reembolso, entre outros.
Não admite discussão de questões novas, que não 
estejam presentes na ação principal. Exemplo: denun-
ciação da lide de servidor público, em ação originária 
em que o Estado foi demandado por responsabili-
dade objetiva. A discussão sobre responsabilidade 
subjetiva do servidor configuraria fundamento novo e 
poderia ensejar tumulto processual.
Não há impedimento para que sejam suscitadas 
questões novas na denunciação.
Havia na doutrina e na jurisprudência uma discussão sobre a obrigatoriedade da denun-
ciação da lide. Atualmente, o CPC de 2015 suprimiu essa obrigatoriedade, pois a redação do 
artigo 125 do CPC aduz que a denunciação da lide é admissível e não obrigatória.
Confirma ainda esse entendimento da não obrigatoriedade da denunciação da lide o § 1º 
do artigo 125 do CPC, que afirma que o direito de regresso pode ser exercido por ação au-
tônoma nos casos em que a denunciação da lide for indeferida, não for permitida ou não for 
promovida.
Art. 125.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for inde-
ferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
Temos, inclusive, um Enunciado do FPPC tratando desse tema:
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Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros
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Enunciado n. 120 do FPPC: “A ausência de denunciação da lide gera apenas a preclusão 
do direito de a parte promovê-la, sendo possível ação autônoma de regresso”.
Você já ouviu falar de denunciação sucessiva?
É aquela em que o litisdenunciado denuncia em cadeia outros possíveis responsáveis em 
regresso.
Antônio vendeu um imóvel a Bruno, que, por sua vez, vendeu a Carlos. De repente, Daniel 
ajuíza ação contra Carlos para reivindicar a propriedade do imóvel. Nesse caso, a denuncia-
ção sucessiva ocorre quando Carlos denuncia a lide a Bruno, que, por sua vez, denuncia a lide 
a Antônio.
Ocorre que essa denunciação sucessiva causa tumultos processuais e prejudica a efeti-
vidade e a duração razoável do processo.
Por essa razão, o CPC 2015 adotou um sistema que restringe a denunciação sucessiva, 
permitindo que ela ocorra apenas uma vez.
Vamos conferir?
CPC
Art. 125.
§ 2º. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu an-
tecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o 
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso 
será exercido por ação autônoma.
Com isso, o denunciado poderá indicar apenas o seu antecessor imediato na relação 
jurídica, de modo que o denunciado sucessivo deverá ingressar com ação autônoma contra 
o responsável.
Atualmente, com o CPC de 2015, que revogou o artigo 456 do CC, também não é mais 
admitida a denunciação per saltum, que era aquela que admitia que o denunciante pudesse 
se voltar contra qualquer um dos alienantes da cadeia dominial, por meio de um salto.
Qual o procedimento da denunciação da lide?
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Inicialmente, perceba que a denunciação da lide pode dar-se tanto por iniciativa do autor 
(hipótese mais rara) como do réu. Certo?
Um exemplo de denunciação da lide feita pelo autor: ação reivindicatória proposta pelo pro-
prietário de um bem que denuncia o alienante evicto para garantir o ressarcimento pelos 
eventuais prejuízos advindos de sua derrota na demanda que move contra o réu.
Precisamos de uma petição específica para a denunciação da lide? Não, não! A denun-
ciação da lide pode ser deduzida já na petição inicial pelo autor ou na própria peça da con-
testação pelo réu.
Vamos conferir?
CPC
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou 
na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos 
no art. 131.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu 
na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em 
lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Sendo o pedido feito pelo autor, o juiz, ao analisá-lo, pode indeferi-lo liminarmente se 
este não estiver dentro das hipóteses legais ou se o procedimento não admitir essa moda-
lidade de intervenção.
Após, passamos para a citação do denunciado e este pode contestar a sua condição de 
responsável regressivo. Nesse caso, ele não adere aos argumentos da petição inicial.
Ele também tem a opção de não se manifestar e tornar-se revel. Nessas situações, o 
autor prosseguirá o processo contra o réu e o denunciado.
E se o denunciado aderir à petição inicial do autor?
Nesse caso, ele assumirá a condição de litisconsorte do autor denunciante e, assim, po-
derá acrescentar novos argumentos à inicial, ocasião em que, em seguida, será determinada 
a citação do réu.
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CPC
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte 
do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à 
citação do réu.
Caso o denunciante seja o réu, não há impedimento para que o réu deixe de apresentar 
contestação e apresente apenas a denunciação.
O juiz, ao analisar o pedido, também pode indeferi-lo. Sendo o caso de admitir o pedido, 
determinará a citação do denunciado.
Na denunciação formulada pelo réu, perceba que pode haver duas lides tramitando em 
paralelo:
a) a principal, que consiste na discussão sobre a existência ou não da responsabilidade 
civil entre autor e réu; e
b) a secundária e sucessiva, que consiste na existência ou não do dever da denunciada 
de ressarcir o prejuízo do denunciante.
A essa segunda lide, chamada de secundária ou sucessiva, nem sempre vai existir, já 
que o denunciado pode optar por comparecer ao processo apenas para contestar o pedido 
do autor, sem negar que tenha dever de indenizar o denunciante caso este seja sucumbente.
Ao ser citado, o denunciado poderá adotar três posturas:
• contestar o pedido do autor (haverá a ação principal e o litisconsórcio entre denuncian-
te e denunciado);
Obs.: � Quando o denunciado aceita a denunciação da lide e se limita a impugnar o pedido do 
autor, demonstra ter admitido a existência da relação jurídica que o obriga regressi-
vamente frente ao denunciante, optando apenas por, junto com o denunciante, resistir 
à pretensão contida na petição inicial.
• quedar-se revel (nessa situação, sua atuação será restringida à ação regressiva);
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