Buscar

Saúde da mulher 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PP: Quais os possíveis diagnósticos e conduta 
para Vera e Vânia? 
OBJ 1: Descrever TDPM (por que mudou? 
justificar sintomas, orientações) 
A SPM é o conjunto de sintomas emocionais, comportamentais e físicos 
recorrentes durante a fase lutea do ciclo menstrual, que diminuem rapidamente 
com a menstruação 
A SPM pode ser definida como um conjunto de sintomas físicos, emocionais e 
comportamentais que aparecem no período pré-menstrual, com resolução rápida 
após o início da menstruação. Os sintomas são cíclicos e recorrentes1 (A). A SPM 
difere dos outros problemas médicos, por não se restringir à relação do indivíduo 
consigo mesmo, mas por refletir também no relacionamento interpessoal e 
complexo da sociedade, seja promovendo uma deterioração transitória nos 
contatos familiares, seja predispondo ao número de incidência de delitos, 
acidentes e baixa produtividade no trabalho2 (A 
Conforme a manifestação principal, a SPM pode ser definida em quatro grupos: 
A, se predomina ansiedade, irritabilidade ou tensão nervosa; 
H, se predominam edema, dores abdominais, mastalgia e ganho de peso; 
C, com cefaleia, podendo ser acompanhada por aumento de apetite, desejo de 
doces, fadiga, palpitação e tremores; 
D, se o quadro depressivo é preponderante, com insônia, choro fácil, 
esquecimento e confusão. Cada um estaria relacionado a fatores desencadeantes 
diferentes3 (A). 
Devemos diferenciar clinicamente essa síndrome da exacerbação pré-menstrual 
de outras patologias que podem ser agravadas no período pré-menstrual, como 
as desordens de ansiedade, os transtornos depressivos, as psicoses, as crises 
epilépticas, a bulimia, os transtornos de personalidade, enxaqueca, asma e 
algumas alergias4 (A). Sintomas de endometriose, síndrome dos ovários 
micropolicísticos, desordens tireoidianas, desordens do sistema adrenal, 
hiperprolactinemia e panhipopituitarismo podem mimetizar os sintomas da SPM5 
(A). 
 A utilização dos critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders 
– quarta edição (DSM-IV), em associação ao preenchimento de diários 
prospectivos por pelo menos dois ciclos menstruais consecutivos, é atualmente 
reconhecida como o modo prático de confirmação diagnóstica do transtorno 
disfórico pré-menstrual (TDPM)6 (A). 
Para se ter critérios para o diagnóstico do TDPM, deve-se encontrar, pelo menos, 
5 de 11 sintomas que devem estar presentes no período pré-menstrual, cessando 
tão logo a menstrual surja, sendo pelo menos 1 dos sintomas os citados de 1 a 45 
(A). 
1. Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos 
autodepreciativos. 
2. Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar com os “nervos à flor da 
pele”. 
3. Significativa instabilidade afetiva. 
4. Raiva ou irritabilidade persistente e conflitos interpessoais aumentados. 
5. Interesse diminuído pelas atividades habituais. 
6. Dificuldade em se concentrar. 
7. Letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia. 
8. Alteração acentuada do apetite (excessos alimentares ou anorexia) 
9. Hipersonia ou insônia. 
10. Sentimentos subjetivos de descontrole emocional. 
11.Outros sintomas físicos6 (A), como a retenção hídrica e outras manifestações 
como a enxaqueca, aumento da secreção vaginal, dores vagas generalizadas, 
diarreia, constipação, sudorese, acne, herpes, crises asmáticas, aumento de peso 
temporário, dores lombares e ciáticas, distúrbios alérgicos, crises cíclicas de 
hipertrofia da tiroide, aerofagia, estados hipoglicêmicos e crises convulsivas 
Etiologia 
Relação com as fases do ciclo, nçao existe diferença hormonal entre mulheres 
com e sem sintomas 
Por outro lado a supressçao da funçao ovariana por ooforectomia ou supressão 
do eixo com uso de analogos de GnRh são capzes de resolver os sintomas da SPM 
Pacientes com SPM apresentam índices séricos de serotonina e menor captação 
plaquetária de serotonina 
Alivio dos sintomas comuns como estresse, irritablidadee e sono inadequado com 
o exercicio fisico regular 
Medicações serotoninérgicas , como os inibidores seletivos de recaptação de 
serotonina são a primeira linha de tratamento de SPM grave ou DDPM, fluoxetina 
(20 a 60mg por dia, sertralina (50 a 200mg dia) citalopram, escitalopram e 
venlafaxina, os sintomas indesejados dos medicamnetos podem ser minimizados 
quando uzados somente na fase lútea 
Muitos estudos médicos e psicológicos têm proposto diferentes teorias para 
explicar a etiologia da SPM4 (A). Entre os seus possíveis mecanismos 
etiopatogênicos estão estreitamente relacionados fatores genéticos, 
neurobiológicos e endocrinológicos8 (A). Uma das teorias para explicar o 
mecanismo fisiopatológico da síndrome pré-menstrual é a que os sistemas 
endócrino, reprodutor e serotoninérgico convergem para efetuar a regulação do 
comportamento7 (A). Assim como em outros transtornos do humor femininos, o 
papel dos hormônios sexuais tem importância central; entretanto, os estudos não 
confirmaram nenhuma correlação entre TDPM e excesso de estrógeno, déficit de 
progesterona, abstinência de estrógeno ou mudanças nas taxas de estrógeno/ 
progesterona6 (A). A oscilação normal nos níveis dos estrógenos e da 
progesterona, no ciclo menstrual, atua sobre a função serotoninérgica, em 
mulheres mais sensíveis, levando às manifestações da SPM7 (A). Os sintomas pré-
menstruais ocorreriam como resultado de uma sensibilidade diferenciada para os 
efeitos dos esteroides gonadais sobre as flutuações de humor, sendo 
perturbadores nas mulheres com SPM e TDPM. É provável que a etiologia dessa 
“sensibilidade diferenciada” seja multifatorial e, em parte, geneticamente 
determinada5 (A). A surpreendente observação de Schmidt et al.9 (B) de que os 
sintomas, tanto psíquicos quanto somáticos, continuaram a ocorrer na data 
projetada mesmo quando a menstruação foi induzida logo após a ovulação, por 
mifepristona ou luteólise por HCG, sugere que o evento desencadeador aconteça 
no primeiro período do ciclo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJ 2: Explicar o sangramento uterino anormal e 
as causas (o que é, como manejar cada causa) 
Definição 
O sangramento uterino anormal (SUA) é uma queixa ginecológica comum que 
afeta até 40% das mulheres no mundo. Apresenta um impacto negativo nos 
aspectos físicos, emocionais, sexuais e profissionais, piorando a qualidade de vida 
das mulheres. 
O SUA é definido como perda menstrual excessiva com repercussões na 
qualidade de vida da mulher. Pode estar associado a perda menstrual anormal em 
duração, regularidade, volume e frequência. 
O SUA também é definido como perda menstrual excessiva com repercussões 
físicas, emocionais, sociais e materiais na qualidade de vida da mulher, que 
podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas 
Epidemiologia 
O SUA é uma condição clínica comum, mas a sua prevalência varia de acordo com 
a sua forma de avaliação. 
A avaliação subjetiva ou autorrelato, que incluem o impacto global na qualidade 
de vida, associam-se a taxas de prevalência mais elevadas em comparação às 
avaliações objetivas. 
Considerando uma PSM superior a 80 mL por ciclo, a prevalência varia de 9 a 14% 
das mulheres. Quando são incluídos avaliações subjetivas e autorrelatos, a 
prevalência varia de 8 a 52%. 
Uma pesquisa de base populacional dos Estados Unidos com mulheres de 18 a 50 
anos relatou uma taxa de prevalência anual de 53 por 1000 mulheres. 
O SUA é uma condição frequente, de etiologia múltipla, e que pode ocorrer em 
qualquer fase do período reprodutivo da mulher; a idade da mulher influencia 
diretamente na orientação das hipóteses diagnósticas. Na adolescência, nos 
primeiros dois anos após a menarca, a irregularidade pode ser consequência da 
imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise. Mulheres entre 20 e 40 anos de idade 
geralmente apresentam maturidade do eixo, que se traduz em ciclos menstruais 
regulares. Sangramento anormal nesse período,excluídas causas obstétricas, 
podem ocorrer por causas decorrentes de lesão estrutural nos órgãos ou ausência 
dessas lesões. Já as mulheres com mais de 40 anos até a menopausa comumente 
apresentam irregularidades no padrão dos ciclos menstruais, decorrentes de 
flutuações na função do eixo e patologias do endométrio e miométrio. No 
climatério, na pósmenopausa e na senescência, predominam as causas 
endometriais 
Principais causas 
As etiologias mais comuns são condições associadas à gravidez, patologia uterina 
estrutural (por exemplo, miomas, pólipos endometriais, adenomiose), disfunção 
ovulatória, neoplasia, tireodeopatias e utilização contracepção hormonal ou um 
dispositivo intrauterino. 
Os distúrbios hemorrágicos, particularmente a doença de von Willebrand (VWD), 
são comuns em pacientes em idade reprodutiva 
Deve-se suspeitar de um distúrbio se a menstruação intensa ou prolongada tiver 
começado na menarca ou estiver associada a uma história familiar de 
coagulopatia ou outros sinais de diátese hemorrágica (por exemplo, hematomas 
fáceis ou sangramento prolongado das superfícies mucosas). 
Além disso, os anticoagulantes podem causar sangramento uterino intenso ou 
prolongado. 
Sangramento de escape 
Um apresentação diferencial importante é o sangramento de escape, mais 
conhecido pela palavra em inglês “spotting”, que também é queixa frequente em 
todas as faixas etárias, e corresponde a qualquer sangramento genital fora do 
período menstrual. 
Tende a ser menor volume do que o sangramento menstrual e em algumas vezes 
pode apresentar uma cor diferenciada da menstruação com sangue vivo. 
A causa mais comum de sangramento de escape acontece nas mulheres que 
usam anticoncepcionais hormonais orais como sangramento esporádico, em geral 
em pequena quantidade que surge no meio do ciclo , fora da pausa entre as 
cartelas. 
Sinais e sintomas do sangramento uterino anormal 
O SUA varia da menstruação normal em termos de frequência, regularidade, 
volume ou duração. 
Os padrões de sangramento anormais típicos incluem: menstruações regulares 
que são abundantes ou prolongadas, sangramento intermenstrual, sangramento 
irregular (geralmente associado à disfunção ovulatória) e amenorréia. 
O sangramento crônico pode causar anemia ferropriva e nos casos de 
sangramento intenso e agudo, pode gerar quadro hemorrágico grave. 
Diagnóstico de sangramento uterino anormal 
A abordagem inicial para avaliação de pacientes não grávidas em idade 
reprodutiva com SUA é confirmar se a origem do sangramento é o útero, excluir a 
gravidez e confirmar se a paciente está na pré-menopausa. Além disso, os 
pacientes com sangramento agudo devem ser avaliados em um serviço de 
atendimento de urgência. 
Uma história clínica deve ser direcionada para identificação da natureza do 
sangramento, identificação de possíveis causas estruturais ou orgânicas, impacto 
na qualidade de vida e avaliação das expectativas da mulher, especialmente em 
relação a necessidade de contracepção ou desejo de gravidez. 
O exame físico deve ser completo por meio de palpação abdominal, exame 
especular e toque bimanual. O hemograma completo deve ser solicitado para 
todas as mulheres com SUA para avaliar anemia ferropriva. O teste de gravidez 
deve ser solicitado para aquelas pacientes em idade fértil. 
Testes de coagulação devem ser solicitados nos casos de antecedentes de 
sangramento menstrual aumentado desde a menarca ou antecedentes pessoais 
e/ou familiares de sangramento anormal. A dosagem de hormônios tireoidianos 
deve ser realizada nos casos de suspeita clínica de tireoidopatia. 
Sangramento intermenstrual e pós-coito, dor pélvica associada e idade superior a 
45 anos constituem indicadores de risco para câncer endometrial ou outras 
doenças estruturais nas mulheres em idade reprodutiva. 
A ultrassonografia transvaginal (USTV) constitui a primeira linha propedêutica 
para identificação de anomalias estruturais. A histeroscopia com biópsia dirigida 
pode ser indicada nos casos de USTV inconclusivos. 
A biópsia endometrial deve ser realizada no caso de sangramento intermenstrual 
persistente, falha do tratamento clínico e naquelas mulheres com idade superior 
a 45 anos. 
Tratamento do sangramento uterino anormal 
O objetivo do tratamento é diminuir as repercussões do SUA, por meio da 
redução da perda de sangue menstrual e melhora da qualidade de vida da 
paciente. A terapêutica nos casos de SUA ou pode ser medicamentosa ou 
cirúrgica, a depender da intensidade do sangramento e da característica aguda ou 
crônica da anormalidade. 
O manejo da fase aguda dependerá basicamente da faixa etária, do estado geral 
da paciente e do volume de sangramento. A terapia hormonal é considerada a 
primeira linha de tratamento para pacientes com SUA aguda. 
As opções de tratamento incluem contraceptivos orais combinados (ACOs) e 
progestagênios orais. Se houver hipovolemia, indica-se o uso de altas doses de 
estrogênio na paciente jovem e/ou curetagem, se a paciente possuir fatores de 
risco para câncer de endométrio. 
Não dispomos de estrogênios endovenosos no Brasil. Além disso, recomenda-se 
ácido tranexamico 500 mg a cada oito horas, nos dias de maior sangramento, não 
excedendo cinco dias. 
Na abordagem inicial do SUA crônico, o primeiro passo é determinar se há ou não 
desejo de gravidez. Se houver, é preciso realizar abordagem da anovulação e/ou 
infertilidade porventura existentes. 
As opções terapêuticas, neste caso, incluem medicações não hormonais como 
AINES e ácido tranexâmico (TXA). Obviamente, o diagnóstico e tratamento de 
condições subjacentes que possam interferir no sangramento menstrual como o 
hipotireoidismo e anemia devem ser imediatamente implementados. 
A escolha entre tratamento hormonal ou não depende de fatores individuais, mas 
em casos de o sangramento irregular ou prolongado, o uso de tratamento 
hormonal regula o ciclo reduzindo a probabilidade de sangramento não 
programado ou aumentado, além de proteger o endométrio da hiperplasia/ 
câncer. As opções neste caso são os progestágenos, o sistema intrauterino de 
levonorgestrel 
 
CAUSAS ESTRUTURAIS DO SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL P – Pólipo A 
prevalência dos pólipos endometriais varia de 7,8% a 34%, em mulheres com 
SUA, sendo mais comuns em mulheres na peri e pósmenopausa. Causam 
aumento do volume menstrual, menstruações irregulares, sangramento pós-coito 
ou sangramento intermenstrual (Clark e Stevenson, 2017). 
A – Adenomiose A sintomatologia é variável e relaciona-se, essencialmente, com 
a profundidade do miométrio atingido. Assim, as formas superficiais (quando 
atinge 0,5 mm abaixo do endométrio) caracterizam-se por SUA, enquanto na 
adenomiose profunda também há sintomatologia dolorosa, com dismenorreia e 
dispareunia (Cockerham, 2012). A relação entre adenomiose e SUA ainda não é 
totalmente esclarecida. As estimativas da prevalência de adenomiose variam 
amplamente, de 5% a 70%, em parte pela inconsistência do diagnóstico. 
L – Leiomioma 
Os sintomas variam de acordo com a localização do mioma. Os miomas são 
classificados, segundo a FIGO, em submucosos, intramurais e subserosos tipos 0 a 
8 (Munro et al., 2011) (Tabela 42.2). Os submucosos são os mais envolvidos com o 
SUA 
M – Malignidade e hiperplasia Embora deva ser lembrado em todas as etapas da 
vida, tem sua incidência aumentada em mulheres perimenopáusicas. Essa maior 
incidência justifica a avaliação endocavitária e endometrial nessa etapa da vida. 
Entre os fatores de risco para o adenocarcinoma do endométrio, alinham-se a 
obesidade, o diabetes e a hipertensão. Ademais, qualquer condição de exposição 
prolongada aos estrogênios sem oposição de progestagênios deve ser 
considerada como risco para a doença. Em geral, clinicamente devem ser 
suspeitados pela presença de sangramento, que ocorre na grande maioria das 
vezes no período após a menopausa (Van Hanegemet al., 2011). 
CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS DO SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL C – 
Coagulopatia Qualquer alteração dos mecanismos de coagulação pode se 
expressar clinicamente por SUA. A causa mais comum é a doença de von 
Willebrand (DVW), porém também devem ser citadas hemofilia, disfunções 
plaquetárias, púrpura trombocitopênica e os distúrbios de coagulação associados 
a doenças como hepatopatias e leucemia (American College of Obstetricians and 
Gynecologists, 2013). 
Especial atenção para essa causa para as jovens com história de sangramento 
abundante desde a menarca e com anemia. Dessa forma, deve-se considerar a 
presença de coagulopatia congênita ou adquirida quando a história clínica 
revelar: sangramento aumentado desde menarca; uma das seguintes condições 
(hemorragia após o parto e/ou hemorragia relacionada a cirurgia e/ou 
sangramento aumentado associado a tratamento dentário); duas ou mais das 
seguintes condições (hematoma pelo menos uma vez ao mês e/ou epistaxe pelo 
menos uma vez ao mês e/ou sangramento gengival frequente e/ou história 
familiar de sangramento) (Kadir et al., 1998). A menorragia, presente em 
aproximadamente 93% das mulheres 
com DVW, pode ser o único sintoma apresentado, iniciando-se mais comumente 
na menarca (Mikhail e Kouides, 2010). 
O – Distúrbio ovulatório 
Os sangramentos anovulatórios podem ocorrer em qualquer época, embora se 
concentrem nos extremos do período reprodutivo. Devem ser incluídos, além dos 
sangramentos anovulatórios, os sangramentos irregulares decorrentes de outras 
disfunções ovulatórias (como a insuficiência do corpo lúteo e o encurtamento da 
fase folicular da pré-menopausa). No período reprodutivo, a causa mais 
frequente de anovulação é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). É 
considerada a desordem endócrina mais comum, afetando 5% a 10% das 
mulheres na menacme (Munro et al., 2011). 
E – Endométrio 
Distúrbios primários do endométrio frequentemente se manifestam como 
alterações de hemostasia endometrial local, decorrente de resposta inflamatória, 
como na doença inflamatória pélvica (Munro et al., 2011). 
I – Iatrogenia Entre as causas de iatrogenia responsáveis por SUA, devem ser 
lembrados os sistemas intrauterinos medicados ou inertes e agentes 
farmacológicos que alteram diretamente o endométrio, interferindo nos 
mecanismos de coagulação do sangue ou influenciando a ovulação. Os 
anticoncepcionais hormonais estão com frequência associados a sangramentos 
intermenstruais e manchas (spotting). Entre outros medicamentos associados a 
SUA, estão os anticoagulantes, o ácido acetilsalicílico, os antiepilépticos, os 
hormônios da tireoide, os antidepressivos, o tamoxifeno e os corticosteroides 
(Munro et al., 2011). 
N – Causas não classificadas 
Incluem lesões locais ou condições sistêmicas raras que podem ser causas de 
SUA, a exemplo das malformações arteriovenosas, da hipertrofia miometrial, das 
alterações müllerianas e da istmocele (Munro et al., 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJ 3: Descrever o a fisiologia do climatério 
(diagnóstico e investigação, conduta não 
farmacológica) 
PONTOS-CHAVE 
• A síndrome do climatério é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da 
interação entre fatores socioculturais, psicológicos e endócrinos que ocorrem na 
mulher que envelhece. Seu diagnóstico é clínico nas mulheres com faixa etária 
esperada para a hipofunção ovariana. O termo “menopausa” se refere à data do 
último episódio de sangramento menstrual apresentado pela mulher e sua 
definição é feita retrospectivamente. 
• Mulheres na transição menopausal apresentam necessidades de prevenção de 
doenças e de promoção de saúde. O hipoestrogenismo associado ao 
envelhecimento e à síndrome metabólica pode levar a diminuição da qualidade 
de vida e maior ocorrência de doença cardiovascular. 
• A consulta médica da mulher no climatério é uma excelente oportunidade para 
realizar rastreamento de doenças crônicas e neoplasias. 
• A propedêutica complementar para mulheres no climatério deve ser realizada 
de maneira criteriosa. O benefício e o risco de cada exame devem ser observados. 
Exames complementares sem uma definição específica de plano diagnóstico e 
terapêutico devem ser evitados. 
• A terapêutica hormonal (TH) da menopausa pode ser indicada para tratar os 
sintomas do climatério. História clínica detalhada e propedêutica complementar 
racional são fundamentais para definição do planejamento terapêutico e 
acompanhamento da mulher que realiza TH. 
RECOMENDAÇÕES 
• Para mulheres com idade superior a 45 anos e sintomas sugestivos de 
hipoestrogenismo como ondas de calor típicas, o diagnóstico de síndrome do 
climatério é clínico. A definição da data da menopausa é feita 
retrospectivamente, após 12 meses de amenorreia em uma mulher com mais de 
45 anos. Quando houver dúvida, recomendam-se duas dosagens de hormônio 
folículo-estimulante (FSH) com intervalo de 4-6 semanas. Valores acima de 25 
mUI/mL indicam o início da transição menopausal. Para mulheres com idade 
inferior a 45 anos que apresentam queixas de sangramento uterino com padrão 
irregular e ciclos menstruais pouco frequentes, recomenda-se que seja realizada 
propedêutica complementar para investigação. 
• O diagnóstico de síndrome geniturinária da menopausa deve ser realizado de 
forma proativa, com questionamento direcionado aos sintomas urogenitais, 
associado a exame ginecológico minucioso. 
• Em mulheres com risco habitual, o rastreamento do câncer de mama deve ser 
iniciado aos 40 anos. A mamografia é o exame recomendado, com periodicidade 
anual (se estiver normal). Em mulheres com mamas densas, a ultrassonografia 
deve ser considerada como complementar à mamografia. O rastreamento do 
câncer de mama pode ser interrompido quando a expectativa de vida for menor 
que sete anos ou quando não houver condições clínicas para o diagnóstico ou 
tratamento. 
• O rastreamento do câncer do colo uterino é realizado por meio de citologia 
oncótica periódica. Recomendase que, após a realização de duas citologias 
negativas consecutivas com intervalo anual, o exame seja realizado a cada três 
anos. O rastreamento pode ser interrompido após os 64 anos se a paciente tiver 
dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. O exame físico 
ginecológico deve fazer parte da avaliação ginecológica periódica, 
independentemente de as mulheres não possuírem mais indicação de 
rastreamento de câncer do colo uterino. 
• A solicitação de ultrassonografia pélvica e transvaginal para mulheres (de risco 
habitual) sem sinais ou sintomas sugestivos de doença não demonstra boa 
relação custo-benefício. Para mulheres sintomáticas, como aquelas com 
sangramento uterino anormal, sangramento vaginal na pós-menopausa ou 
desconforto abdominal, a ultrassonografia pélvica transvaginal apresenta boa 
relação entre acessibilidade e custo, sendo o exame complementar inicial de 
escolha para avaliar doenças do útero e ovários. 
• Para mulheres com risco habitual e idade superior a 50 anos, recomenda-se o 
rastreamento do câncer colorretal. 
• O rastreamento de fatores de risco para doença cardiovascular, entre eles, 
hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, tabagismo e dislipidemia, deve ser 
sempre considerado na consulta da mulher climatérica. É fundamental pesquisar 
todos os critérios para definição de síndrome metabólica. A transição menopausal 
é uma janela de vulnerabilidade para o desenvolvimento de alterações do humor, 
como o transtorno depressivo. Identificar mulheres que apresentam sintomas 
depressivos é importante para que a terapêutica adequada possa ser instituída. 
• Recomenda-se a realização de densitometria óssea para o rastreamento de 
osteoporose em todas as mulheres com 65 anos ou mais. A densitometria 
também é indicada para mulheres no climatério com idade inferior a 65 anos que 
apresentem aomenos um fator de risco para osteoporose. O FRAX-Brasil, 
analisado de acordo com a recomendação do National Osteoporosis Guideline 
Group (NOGG), também pode ser utilizado para avaliar a necessidade de 
realização de densitometria. 
• As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no climatério e pós-menopausa 
não podem ser subestimadas. O aconselhamento comportamental e o 
tratamento da síndrome geniturinária da menopausa são importantes 
ferramentas para diminuir o risco de ISTs. O rastreamento de ISTs deve ser 
realizado com base nos dados da história clínica de cada paciente. 
• As doenças da tireoide são prevalentes em mulheres que envelhecem e podem 
aumentar a morbimortalidade. A avaliação clínica da tireoide deve ser realizada 
rotineiramente durante o exame físico da mulher climatérica. Mulheres com 
idade superior a 60 anos ou com sintomas de disfunção tireoidiana devem ser 
avaliadas inicialmente com a dosagem de hormônio tireoestimulante (TSH). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJ 4: Conceituar a epidemiologia, causas, idade, 
investigação e quadro clinico sugestivo (câncer de 
ovário, endométrio, intestino, colo, mama) 
Ovário 
Epidemiologia 
O câncer de ovário é silencioso, demorando para apresentar sintomas. Como 
consequência disso, a maioria dos casos é diagnosticada apenas quando os 
tumores já cresceram bastante e a doença já está em estágio avançado. Estima-se 
que 95% das neoplasias ovarianas sejam derivadas de células epiteliais (que 
revestem o ovário), enquanto o restante está associado a células germinativas e 
estromais. 
Estima-se que cerca de 15% dos casos de câncer de ovário possuam um 
componente genético e estejam relacionados com a síndrome familial de mama e 
ovário. Mutações em genes como o BRCA1 e BRCA2 elevam consideravelmente os 
riscos para desenvolver este tipo de tumor maligno, assim como fatores 
hereditários como Síndrome de Lynch e mutações nos genes BRIP1, RAD51C e 
RAD51D. 
A realização do teste genético é essencial para todas as pessoas que apresentam 
algum fator de risco para câncer hereditário. Todas as mulheres com diagnóstico 
de câncer de ovário devem ser encaminhadas para avaliação Oncogenética. Caso 
seja identificada uma mutação que aponte predisposição hereditária ao câncer, 
medidas de prevenção e rastreamento de tumores serão implementadas. 
A identificação de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 também é importante 
para direcionar a terapia oncológica mais adequada para o tratamento do câncer 
de ovário, uma vez que há medicamentos que atuam especificamente em 
tumores com estas mutações. Familiares de pacientes oncológicos com mutações 
identificadas também podem se beneficiar de medidas preventivas 
proporcionadas pela Oncogenética. 
 
Causas 
Idade 
Investigação 
As mulheres devem estar especialmente atentas aos fatores de risco, evitando o 
sobrepeso e consultando-se regularmente com um médico. A detecção precoce 
só é possível em uma parcela dos casos, uma vez que o ovário é um órgão difícil 
de rastrear, e os sinais e sintomas costumam se manifestar apenas em fases mais 
avançadas da doença. 
No caso de indivíduos que apresentam sinais e sintomas sugestivos para este tipo 
de câncer, a detecção da doença pode ser feita por meio de exames clínicos, 
laboratoriais ou radiológicos. Mulheres que fazem parte dos grupos com maior 
chance de ter a doença ou apresentam histórico familiar de câncer de ovário, 
colorretal e de mama, por sua vez, devem fazer o rastreamento por meio dos 
exames genéticos. 
O exame de sangue para medir os níveis de CA-125 também pode ajudar no 
diagnóstico, uma vez que este é um marcador tumoral que pode estar 
aumentado no câncer de ovário. Porém, ele não é específico para este tipo de 
tumor maligno, e pode apresentar alterações por outros motivos. Isso significa 
que apenas o exame de sangue não é suficiente para diagnosticar a doença, 
sendo mais utilizado para ver se os tratamentos estão funcionando. 
O aconselhamento genético é outro recurso essencial para proporcionar meios 
para o diagnóstico precoce da doença, sendo indicado para mulheres com 
diversos casos de câncer na família ou que possuem fatores de risco significativos. 
Caso a avaliação do oncogeneticista e os testes solicitados realmente apontem 
para uma predisposição genética, o especialista irá orientar a paciente sobre as 
ações preventivas. 
 
Quadro Clínico Sugestivo 
Conforme citado, o câncer de ovário não apresenta sintomas específicos quando 
está em seus estágios iniciais, sendo que muitos dos sinais manifestados podem 
https://oncoegenetica.com.br/oncogenetica/brca1-e-brca2/
https://oncoegenetica.com.br/oncogenetica/
https://oncoegenetica.com.br/oncogeneticista-dra-elizabeth-santana/
ser confundidos com um mal-estar comum. Embora possam variar entre uma 
paciente e outra e se intensificar conforme o tumor cresce, os sintomas mais 
frequentes são: 
• Desconforto abdominal, como gases, cólicas e inchaço; 
• Aumento do volume abdominal; 
• Alterações intestinais, como náusea, prisão de ventre ou diarreia; 
• Perda ou ganho de peso inexplicável; 
• Perda de apetite; 
• Cansaço incomum; 
• Sangramento vaginal anormal ou alterações significativas na 
menstruação; 
• Dor nas costas; 
• Dor durante o ato sexual. 
 
Endométrio 
Epidemiologia 
Causas 
 
Patologia do câncer endometrial 
O câncer de endométrio geralmente é precedido de hiperplasia endometrial. 
Classifica-se comumente carcinoma endometrial em 2 tipos. 
Tumores dotipo I são mais comuns, são comumente responsivos ao estrogênio e 
costumam ser diagnosticados em mulheres na perimenopausa, mais jovens ou 
obesas. São precedidos por hiperplasia endometrial. Esses tumores geralmente 
são de baixo grau; o prognóstico é bom. Adenocarcinoma endometrioide (graus 1 
e 2) é a histologia mais comum. Esses tumores podem mostrar instabilidade 
microssatélite e têm mutações no PTEN, PIK3CA, KRAS e CTNNBI. 
Em geral, tumores tipo II são de alto grau e incluem carcinomas endometrioides 
de grau 3 e tumores com histologia não endometrioide (p. ex., seroso, de células 
claras, de células mistas, indiferenciado, carcinossarcoma). Eles tendem a ocorrer 
em mulheres mais velhas. Cerca de 10 a 30% têm mutações p53. Até 10% dos 
carcinomas do endométrio são do tipo II. O prognóstico é muito reservado. 
Adenocarcinomas endometrioides é responsável por cerca de 75 a 80% dos 
cânceres de endométrio. 
Carcinomas serosos papilares uterinos (10%), carcinomas de células claras (< 
5%), e carcinossarcomas (< 5%) são considerados histologias mais agressivas, de 
alto risco e, portanto, estão associadas a maior incidência de doença extrauterina 
na apresentação. 
Carcinomas mucinosos costumam ser de baixo grau; o prognóstico é bom. 
Mutações KRAS são comuns nesses tumores. 
Câncer endometrial pode se disseminar como a seguir: 
• Da superfície da cavidade uterina ao canal cervical 
• Do miométrio à serosa e à cavidade peritoneal 
• Do lúmen das trompas de Falópio ao ovário, ligamento largo e superfícies 
peritoneais 
• Pela corrente sanguínea, levando a metástases à distância 
• Por via linfática 
Quanto maior (mais indiferenciado) o grau do tumor, maior a probabilidade de 
invasão miometrial profunda, de metástases para os linfonodos pélvicos ou para-
aórticos, ou de que o câncer se espalhe na região extrauterina. 
 
Idade 
O câncer de endométrio afeta principalmente as mulheres na pós-menopausa. A 
idade média das pacientes no momento do diagnóstico é 61 anos. A maioria dos 
casos é diagnosticada em mulheres aos 50 a 60 anos de idade; 92% dos casos 
ocorrem em mulheres > 50 anos. 
Investigação 
 
Diagnóstico do câncer endometrial 
• Biópsia endometrial 
• Estadiamento cirúrgico 
Os seguintes itens sugerem câncer de endométrio: 
• Sangramento pós-menopausa 
• Sangramento anormal na pré-menopausa 
• Um teste de Papanicolau rotineiro, mostrandocélulas endometriais na 
pós-menopausa. 
• Um teste de Papanicolau rotineiro mostrando células endometriais 
atípicas em qualquer mulher. 
Se suspeitar-se de câncer endometrial, realizar biópsia endometrial ambulatorial 
que tem precisão de > 90%. Também recomenda-se amostra endometrial para 
mulheres com sangramento anormal, particularmente aquelas > 40 anos. 
Se os resultados são inconclusivos ou sugerem câncer (p. ex., hiperplasia 
complexa com atipia) realiza-se em ambulatório dilatação e curetagem 
fracionada, com histeroscopia. Uma alternativa é a ultrassonografia transvaginal, 
que pode auxiliar no diagnóstico; entretanto, um diagnóstico histológico é 
necessário. 
Depois do diagnóstico de câncer de endométrio, a avaliação antes do tratamento 
é feita com eletrólitos séricos, provas de função renal e hepática, hemograma 
completo, radiografia de tórax e ECG. 
Como o câncer endometrial às vezes resulta de uma mutação hereditária, deve-se 
considerar aconselhamento e/ou exame genético se as pacientes têm < 50 anos 
ou têm história familiar significativa de câncer endometrial e/ou CCHSP. 
TC pélvica e abdominal também são feitas para verificar se há câncer extrauterino 
ou metastático em pacientes com os seguintes: 
• Massa abdominal ou hepatomegalia detectada durante o exame físico 
• Resultados do teste de função hepática anormais 
• Um subtipo histológico de alto risco do câncer (p. ex., carcinoma seroso 
papilífero, carcinoma de células claras, carcinossarcoma) 
 
Quadro Clínico Sugestivo 
A maioria das mulheres (> 90%) com câncer endometrial tem sangramento 
uterino anormal (p. ex., sangramento pós-menopausa, metrorragia recorrente na 
pré-menopausa); um terço das mulheres com sangramento pós-menopausa tem 
câncer de endométrio. Pode ocorrer corrimento vaginal semanas ou meses antes 
do sangramento pós-menopausal. 
Intestino 
Epidemiologia 
Para o ano de 2020, são esperados mais de 15 milhões de casos novos de câncer 
no mundo. Os tumores malignos que acometem o cólon e o reto representam o 
segundo tipo de neoplasia mais prevalente no mundo, após o câncer de mama, 
com uma estimativa de 2,4 milhões de casos nos últimos cinco anos, ou seja, a 
cada ano estimam-se em 945 mil casos novos. 
Causas 
Os principais fatores que aumentam o risco de câncer colorretal (CCR) e 
influenciam as recomendações de triagem são certas formas hereditárias de CCR, 
idade, história pessoal ou familiar de CCR esporádico (e possivelmente adenomas 
grandes ou avançados), doença inflamatória intestinal e história de irradiação 
abdominal. 
Vários fatores potencialmente modificáveis, incluindo obesidade, diabetes, uso de 
tabaco, consumo excessivo de álcool, consumo excessivo de carne processada e 
falta de atividade física, foram consistentemente identificados como fatores de 
risco em estudos observacionais, mas, no momento, eles não alteram a triagem 
recomendações. 
 
Idade 
Investigação 
A colonoscopia é o teste diagnóstico mais versátil em indivíduos sintomáticos. A 
colonografia por tomografia computadorizada (TC) fornece uma alternativa 
similarmente sensível e menos invasiva à colonoscopia em pacientes que 
apresentam sintomas sugestivos de CCR. 
No entanto, visto que a colonoscopia permite a remoção / biópsia da lesão e de 
quaisquer cânceres ou pólipos sincrônicos observados durante o mesmo 
procedimento, a colonoscopia continua sendo o padrão ouro para investigação de 
sintomas sugestivos de CCR. 
 
Uma vez que o diagnóstico é estabelecido, a extensão local e distante da 
disseminação da doença é determinada para fornecer uma estrutura para a 
discussão da terapia e do prognóstico. O estadiamento clínico pré-operatório é 
melhor realizado por exame físico, tomografia computadorizada de abdome e 
pelve e imagens do tórax. 
As principais modalidades de rastreio é a colonoscopia a cada 10 anos se a 
primeira for negativa, colografia por TC a cada 5 anos naqueles que não farão 
colonoscopia ou teste de sangue oculto nas fezes anualmente. 
O rastreamento do CCR visa a detecção desse do tumor em estágios iniciais ou a 
identificação de lesões pré-cancerosas em pessoas assintomáticas. Segundo a 
Associação Americana de Gastroenterologia, o rastreamento está indicado para 
pessoas de risco médio (pessoas sem histórico familiar de alto risco de neoplasia 
colorretal) a partir dos 50 anos, sendo que se pode interromper a triagem quando 
a expectativa de vida for menor que 10 anos. 
Em pacientes de alto risco para CCR (história familiar de CCR em parentes de 
primeiro grau, história pessoal de CCR ou pólipo maior que 1 cm ou múltiplos 
pólipos de qualquer tamanho e portadores de doença inflamatória), deverão 
iniciar a triagem aos 40 anos ou 10 anos antes do diagnóstico do CCR no parente 
de primeiro grau. 
 
 
Quadro Clínico Sugestivo 
Pacientes com câncer colorretal (CCR) podem se apresentar de três maneiras: 
pacientes com sintomas e/ou sinais suspeitos, Indivíduos assintomáticos 
descobertos por triagem de rotina e na admissão de emergência com obstrução 
intestinal, peritonite ou, raramente, sangramento gastrointestinal agudo. 
Embora o aumento da captação de triagem de CCR tenha levado a mais casos 
sendo diagnosticados em um estágio assintomático, a maioria dos CCRs é 
diagnosticada após o início dos sintomas, mais comumente sangramento retal, 
dor abdominal, anemia por deficiência de ferro inexplicada e/ou uma alteração 
no intestino hábitos. 
Uma mudança nos hábitos intestinais é um sintoma de apresentação mais 
comum para cânceres do lado esquerdo em comparação com os cânceres do lado 
direito. A hematoquezia é mais provável com câncer retal do que com câncer de 
cólon, e o sangramento colônico oculto é mais comum com câncer de cólon cecal 
e ascendente. 
 
Colo 
Epidemiologia 
Causas 
Idade 
Investigação 
Quadro Clínico Sugestivo 
Mama 
Epidemiologia 
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, 
excluindo o câncer de pele não melanoma. Globalmente, o câncer de mama é a 
segunda neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada, atrás apenas do 
câncer de pulmão, sendo responsável por mais de dois milhões de casos a cada 
ano. 
As taxas de incidência são mais altas na América do Norte, Austrália / Nova 
Zelândia e no oeste e norte da Europa e mais baixas na Ásia e na África 
Subsaariana. Essas diferenças internacionais provavelmente estão relacionadas a 
mudanças sociais como resultado da industrialização (por exemplo, mudanças na 
ingestão de gordura, peso corporal, idade da menarca e / ou lactação e padrões 
reprodutivos, como menos gravidezes e idade posterior ao primeiro nascimento). 
O Brasil tem acompanhado as altas taxas de incidência e mortalidade de câncer 
de mama dos países desenvolvidos, porém as medidas necessárias à prevenção, 
ao diagnóstico e ao controle da doença não têm sofrido o mesmo crescimento. 
Foi estimado, para o ano de 2010, aproximadamente 49.240 novos casos de 
câncer de mama, com risco de 49 casos a cada 100 mil mulheres, e uma sobrevida 
mundial de 61% após cinco anos. 
Os fatores de risco estão relacionados à vida reprodutiva da mulher, como 
menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 
anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição 
hormonal. 
Além desses, a idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. O 
câncer de mama é raro antes dos 35 anos, crescendo rápida e progressivamente 
com a idade, sendo descoberto, principalmente, entre 40 e 60 anos. Há referência 
de que a doença vem atingindo um maior número de mulheres jovens. 
Em relação a hereditariedade, são fatores de risco bem estabelecidos a presença 
de um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 
anos, um ou mais parentes de primeiro grau com câncer bilateral ou câncer 
ovariano em qualquer idade, parente com câncerde mama masculino, câncer 
e/ou doença mamária benigna prévios. 
 
Causas 
Idade 
Investigação 
Os meios mais eficazes para a detecção precoce de câncer de mama são o exame 
clínico de mamas (ECM) e a mamografia, pois o autoexame de mamas (AEM) 
detecta a doença geralmente em estádio avançado, sendo responsável por cerca 
de 80% das descobertas de cânceres de mama. 
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) preconiza a realização do ECM anualmente, 
a partir dos 40 anos de idade. É indicado o rastreamento com mamografia, com 
intervalo máximo de dois anos, após os 50 anos, da combinação dos dois exames 
anualmente, a partir dos 35 anos, para os grupos com risco elevado, e a garantia 
de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com 
alteração nos exames realizados. 
 
Quadro Clínico Sugestivo 
Oitenta porcento dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 
10% das pacientes queixam-se de dor, sem a percepção do tumor. Quando 
presente, os principais sinais e sintomas de câncer de mama são nódulo na mama 
e/ou axila, dor mamária e alterações da pele que recobre a mama, como 
abaulamentos ou retrações com aspecto semelhante à casca de laranja. Os 
cânceres de mama localizam-se, principalmente, no quadrante superior externo, 
e em geral, as lesões são indolores, fixas e com bordas irregulares, 
acompanhadas- de alterações da pele quando em estádio avançado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJ 5: Descrever a fisiopatologia, quadro clínico, 
epidemiologia e conduta de miomatose, como 
investiga 
Definição 
Leiomioma uterino (também chamado de mioma) é um tipo de tumor benigno 
que surge no miométrio. Esses tipo de tumor é originado de células musculares 
lisas do útero e contém quantidade variável de tecido conjuntivo fibroso. Os 
miomas são costumeiramente descritos de acordo com sua localização. 
Eles surgem em mulheres em idade reprodutiva e cerca de 75% dos casos são 
assintomáticos. Quando sintomáticos, geralmente apresentam sintomas de 
sangramento uterino anormal e / ou dor / pressão pélvica. Miomas uterinos 
também podem ter efeitos reprodutivos (por exemplo, infertilidade, resultados 
adversos na gravidez). 
Epidemiologia 
Leiomiomas uterinos são o tumor pélvico mais comum em mulheres. A maioria 
das mulheres sintomáticas apresenta leiomioma na 4° e 5° décadas de vida. A 
incidência é difícil de determinar uma vez que existem poucos estudos 
longitudinais, mas varia grandemente – de 5% a 80% –, de acordo com o método 
diagnóstico utilizado. 
Uma prevalência de 6% a 34% de miomas submucosos foi observada em 
mulheres que se submeteram a histeroscopia como parte da investigação de 
hemorragia anormal e de 2%-7% nas mulheres sob investigação de infertilidade. 
A prevalência de leiomiomas aumenta com a idade durante os anos reprodutivos. 
Leiomiomas não foram descritos em meninas pré-púberes, mas ocasionalmente 
são observados em adolescentes. A maioria dos pacientes, mas não todos, 
apresenta redução dos leiomiomas após a menopausa. 
As taxas de incidência de miomas são tipicamente duas a três vezes maiores em 
mulheres negras do que em mulheres brancas. A epidemiologia dos leiomiomas é 
paralela à ontogenia e às mudanças do ciclo de vida dos hormônios reprodutivos 
estrogênio e progesterona. 
A paridade (ter uma ou mais gestações estendendo-se além de 20 semanas de 
gestação) diminui a chance de formação de mioma. A exposição pré-natal ao 
dietilestilbestrol está associada a um risco aumentado de miomas, apoiando o 
papel da exposição hormonal precoce na patogênese. 
Patogênese 
Miomas uterinos (leiomiomas) são neoplasias monoclonais não cancerosas que 
surgem das células musculares lisas do miométrio. Os leiomiomas podem ser 
vistos como um processo fibrótico com anormalidades da matriz extracelular em 
vários níveis. 
Dois componentes distintos contribuem para o desenvolvimento do leiomioma: 
transformação de miócitos normais em miócitos anormais e crescimento de 
miócitos anormais em tumores clinicamente aparentes. Provavelmente, vários 
fatores desempenham um papel nessa transformação e na aceleração do 
crescimento dos leiomiomas. 
Os miomas são costumeiramente descritos de acordo com sua localização: 
• Intramurais: desenvolvem-se dentro da parede uterina e podem ser 
grandes o suficiente a ponto de distorcer a cavidade uterina e a superfície 
serosa; 
• submucosos: derivam de células miometriais localizadas imediatamente 
abaixo do endométrio e frequentemente crescem para a cavidade 
uterina; 
• subserosos: originam-se na superfície serosa do útero e podem ter uma 
base ampla ou pedunculada e ser intraligamentares; e 
• cervicais: localizados na cérvice uterina. 
Quadro clínico de leiomioma 
A maioria dos miomas não produz qualquer sintoma (cerca de 75%). Quando 
possuem sintomas, estes se relacionam com o número, tamanho e localização 
dos miomas. 
Os sintomas atribuíveis aos miomas uterinos geralmente podem ser classificados 
em três categorias distintas: sangramento uterino anormal (AUB), dor pélvica e 
disfunção reprodutiva. Complicações menos comuns incluem prolapso do tumor 
para a vagina resultando em ulceração ou infecção e policitemia secundária a 
produção autônoma de eritropoetina. 
Diagnóstico de leiomioma 
O diagnóstico de miomas uterinos é usualmente baseado no achado de um útero 
aumentado, móvel e com contornos irregulares ao exame bimanual ou um 
achado ultrassonográfico, por vezes casual. Exames de imagem são necessários 
para confirmação diagnóstica e defi ir localização do tumor. 
A ultrassonografia transvaginal é a modalidade de imagem mais amplamente 
utilizada para avaliação de miomas devido à sua disponibilidade e custo-
benefício. 
A ultrassonografia com infusão de solução salina (sonohisterografia) melhora a 
caracterização da extensão da protrusão na cavidade endometrial por miomas 
submucosos e permite a identificação de algumas lesões intracavitárias não vistas 
na ultrassonografia de rotina. 
Tratamento de leiomioma 
Mulheres com miomatose assintomática não necessitam tratamento, apenas 
acompanhamento e exame ginecológico de rotina, exceto aquelas com miomas 
muito volumosos ou que provoquem compressão ureteral. 
O tratamento das pacientes com miomas sintomáticos deve ser individualizado, 
levando-se em consideração a idade da paciente (proximidade da menopausa), o 
desejo de gestação, os sintomas provocados, o tamanho e a localização dos 
miomas. 
O objetivo do tratamento clínico é o alívio dos sintomas. Os análogos do GnRH 
são medicações efetivas no tratamento clínico, levando à redução de 35-60% do 
volume dos miomas em três meses. Caso não seja realizada a cirurgia, a 
interrupção do tratamento com análogos leva ao reaparecimento da doença. 
Estrógenos, progestágenos e antiprogestágenos são eficazes para correção do 
sangramento uterino disfuncional. No entanto, não são utilizados para diminuir o 
volume dos miomas. 
O tratamento definitivo da miomatose sintomática é cirúrgico. A histerectomia 
está indicado nos casos de pacientes com presença de sintomas associado a 
sangramento uterino anormal, com falha no tratamento clínico e com prole 
constituída ou sem desejo de gestação. 
A indicação de miomectomia dependerá do desejo da paciente de manter a 
fertilidade e o útero. É importante ressaltar que a recorrência de miomas é 
estimada entre 15-30%, sendo que 10% das mulheres necessitam de uma nova 
intervenção. 
A miomectomia pode ser laparotômica, por via vaginal, laparoscópica ou 
histeroscópica, dependendo da localização, do tamanho e do número de miomas 
a serem retirados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preventivo 
O que é? 
É um teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero. Este 
exame também pode ser chamado de esfregaço cervicovaginal e colpocitologia 
oncótica cervical.O nome “Papanicolaou” é uma homenagem ao patologista 
grego Georges Papanicolaou, que criou o método no início do século. Esse exame 
é a principal estratégia para detectar lesões precocemente e fazer o diagnóstico 
da doença bem no início, antes que a mulher tenha sintomas. Pode ser feito em 
postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais 
capacitados. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e 
qual a importância do exame preventivo, pois sua realização periódica permite 
que o diagnóstico seja feito cedo e reduza a mortalidade por câncer do colo do 
útero. O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar 
um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame 
for realizado com boa técnica e de forma delicada. 
Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais 
(mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame, evitar também o uso 
de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas 
anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja 
menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. 
Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua 
saúde ou a do bebê. 
Como é feito o exame? 
· para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na 
vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato); 
· o médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero; 
· a seguir, o profissional provoca uma pequena escamação da superfície externa e 
interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha; 
· as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório 
especializado em citopatologia. 
Quem deve e quando fazer o exame preventivo? 
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame 
preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, 
o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um 
intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a 
ser feito a cada três anos. 
O que fazer após o exame? 
A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto 
ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber instruções. 
Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado e apresentá-lo ao 
médico. 
Resultado: 
Se o seu exame acusou: 
• negativo para câncer: se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá 
fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado 
negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três 
anos; 
• infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: você deverá repetir o exame daqui a 
seis meses; 
• lesão de alto grau : o médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer 
outros exames, como a colposcopia; 
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. 
Você deve repetir o exame logo que for possível. 
Além de servir para a detecção de lesões precursoras do câncer do colo do útero 
e da infecção pelo HPV, o Papanicolaou indica se você tem alguma outra infecção 
que precisa ser tratada. Siga corretamente o tratamento indicado pelo médico. 
Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses 
casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente 
dos profissionais de saúde.

Mais conteúdos dessa disciplina