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Homicídio: Conceito e Tipos

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HOMICÍDIO
HOMICÍDIO
2
SUMÁRIO
1.	HOMICÍDIO:	3
1.1.	CONCEITO:	3
1.2.	TOPOGRAFIA:	3
1.3.	HOMICÍDIO SIMPLES (caput):	3
1.4.	HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO (§ 1º):	4
1.5.	HOMICÍDIO QUALIFICADO (§ 2º):	5
1.6.	QUESTÕES COMPLEMENTARES:	9
1.7.	CAUSA DE AUMENTO (§ 4º, segunda parte):	9
1.8.	CAUSA DE AUMENTO DE PENA (§ 6º):	10
1.9.	HOMICÍDIO CULPOSO (§ 3º):	10
1.10.	Causas de aumento de pena (§ 4º):	11
1.11.	Perdão judicial (§ 5º):	12
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato
@materiasdedireito.doc
DOS CRIMES CONTRA A VIDA:
HOMICÍDIO:
CONCEITO: 
É a injusta morte de uma pessoa praticada por outrem. Homicídio é o tipo central dos crimes contra a vida. É o ponto culminante na orografia dos crimes. É o crime por excelência.
TOPOGRAFIA: 
· caput (homicídio doloso simples); 
· § 1º (homicídio doloso privilegiado); 
· § 2º (homicídio doloso qualificado); 
· § 3º (homicídio culposo); § 4º (majorantes de pena); 
· § 5º (perdão judicial); 
· § 6º (majorante do grupo de extermínio ou milícia armada); 
· § 7º (majorante para o feminicídio). 
Observação: homicídio preterdoloso: art. 129, § 3º, do Código Penal.
HOMICÍDIO SIMPLES (caput): 
Matar alguém (reclusão de 6 a 20 anos). 
Em regra, não é hediondo, salvo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio (homicídio condicionado). 
Observação1: em tese, o homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio não será hediondo, mas dificilmente não haverá alguma qualificadora associada, o que tornaria o crime hediondo. 
Observação2: não será crime hediondo se o homicídio simples for praticado em atividade típica de milícia armada, por falta de previsão legal. 
· Sujeitos ativo e passivo: crime comum (como igual, chama-se bicomum). 
Cuidado: crimes de atentado contra o Presidente da República, Senado Federal, Câmaras do Deputados ou Supremo Tribunal Federal agora são perseguidos apenas pelo Código Penal, mesmo que haja motivação política (antigamente essa conduta era perseguida no art. 29 da Lei 7170/1983, Lei de segurança nacional, mas a Lei 14.197/2021 revogou não só o citado dispositivo, mas o diploma legal como um todo). 
Observação: tira a vida de alguém (vida extrauterina, ou seja, a partir do início do parto, que se inicia com o início das contrações expulsivas); se for via intrauterina, o crime é de aborto e não homicídio. 
· Voluntariedade: é punido a título de dolo (direto ou eventual). 
Observação: a finalidade especial pode caracterizar privilegiadora ou qualificadora, mas não exclui o crime. 
Curiosidade1: dolo eventual e qualificadoras objetivas e subjetivas são admitidas pelos tribunais superiores. 
Curiosidade2: embriaguez ao volante com resultado morte ou então racha com morte (dolo eventual ou culpa consciente, aplicando-se o CTB)? O caso concreto deverá ser analisado (circunstâncias podem alterar o crime). 
· Consumação: consuma-se com a morte da vítima (delito material), mas quando se dá a morte? Com a cessação da atividade encefálica. 
· Tentativa: possível.
HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO (§ 1º): 
se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Observação: tratando-se de causa de diminuição de pena, tal situação deve ser reconhecida pelos jurados. 
· 1ª Privilegiadora: motivo de relevante valor social: matar para atender interesses da coletividade. Exemplo: matar perigoso bandido que ronda a vizinhança. 
· 2ª Privilegiadora: motivo de relevante valor moral: matar para atender interesse particular, ligados a sentimentos de compaixão, piedade e misericórdia. Exemplo: eutanásia. 
· 3ª Privilegiadora: sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima (homicídio emocional): não confundir domínio com influência (domínio cega; influência turva, ou seja, o domínio é mais intenso); reação imediata, sem intervalo temporal (enquanto perdurar o domínio da violenta emoção, a reação será considerada imediata); e injusta provocação da vítima. 
Cuidado: as circunstâncias privilegiadoras se comunicam aos demais concorrentes para o crime? Raciocínio para chegar na resposta: o privilégio e circunstância e não elementar do crime; além disso, trata-se de uma circunstância subjetiva do agente (ligada ao motivo ou estado anímico do agente), logo, não se comunica (incomunicáveis).
HOMICÍDIO QUALIFICADO (§ 2º):
são oito qualificadoras, sendo sempre hediondo, não importando a qualificadora. 
· 1ª Qualificadora: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (vil, ignóbil, repugnante, abjeto, quase sempre espelhando ganância). 
O homicídio mercenário é um bom exemplo, lembrando ainda que se tem concurso necessário ou plurissubjetivo (mandante e executor/sicário). 
OBS: Há comunicação da qualificadora entre os sujeitos ativos? Ela se aplica ao executor, podendo se aplicar ao mandante, a depender da circunstância do crime. Natureza da paga ou promessa de recompensa: deve ser econômica, mas a torpeza pode aceitar outra forma de pagamento (exemplo: sexual). 
Natureza jurídica da qualificadora: se é motivo, é uma qualificadora subjetiva. 
· 2ª Qualificadora: por motivo fútil: real desproporção entre o delito e a sua causa moral (pequeneza do motivo) (exemplo: briga de trânsito). 
OBS: Ausência de motivos caracteriza a qualificadora? Por falta de previsão legal, não qualificado. 
O motivo pequeno qualifica. Não confundir motivo fútil com motivo injusto, que é elemento integrante de qualquer crime. 
Natureza jurídica da qualificadora: se é motivo, é uma qualificadora subjetiva. 
· 3ª Qualificadora: com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. Venefício, ou seja, emprego de veneno, que é a substância biológica ou química, animal, mineral ou vegetal capaz de perturbar ou destruir as funções vitais do organismo humano (exemplo: açúcar para diabético é veneno). 
Atenção: para incidir a qualificadora, a vítima não pode saber que está ingerindo veneno, devendo ser insidioso/enganoso/secreto. 
Natureza jurídica da qualificadora: se ligada ao meio de execução, é uma qualificadora objetiva. 
· 4ª Qualificadora: à traição (pelas costas), de emboscada (agente se esconde), ou mediante dissimulação (oculta sua intenção criminosa) ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. A premeditação e a idade da vítima (muito jovem ou idosa), por si só, não qualificam o homicídio. 
Natureza jurídica da qualificadora: se ligada ao meio de execução, é uma qualificadora objetiva. 
· 5ª Qualificadora: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (não abrange contravenção penal). 
- Conexão teleológica: o agente para assegurar a execução de outro crime (futuro) (exemplo: “A” mata segurança para estuprar a artista “B”). A qualificadora vai incidir mesmo que outro crime não aconteça. 
O importante é demonstrar que o agente matou para assegurar a execução de outro crime, independentemente da sua ocorrência. 
Caso aconteça o crime futuro, haverá concurso de crimes. Além disso, não precisa o agente que mata o executor do outro crime. Basta que ele mate para alguém cometer outro crime. 
- Conexão consequencial: mata para assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime (passado) (exemplo: “A” mata testemunha de crime passado em que figura como suspeito para não ser reconhecido). 
OBS: A qualificadora incidirá mesmo que o agente mate para assegurar o crime de outrem. 
Cuidado: não abrange a conexão ocasional, que é o homicídio praticado por ocasião de outro crime, sem vínculo finalístico (exemplo: “A” está estuprando uma pessoa, entra seu desafeto no local e o agente o mata, sem qualquer vinculação com o crime anterior). 
Natureza jurídica da qualificadora: se ligada ao motivo, é uma qualificadora subjetiva. 
· 6ª Qualificadora: contra a mulher por razões da condição desexo feminino.
Não confundir femicídio (matar mulher) com feminicídio (matar mulher por preconceito ou menosprezo quanto ao sexo). 
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher (§ 2º-A). 
ATENÇÃO: Sobre esta qualificadora, há causas de aumento específicas (§ 7º): 
· durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
· contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; 
· na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; ou em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha (art. 22, I, II e III: suspensão da posse ou restrição do porte de armas; afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; e proibição de determinadas condutas, como, por exemplo, aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas e frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida). 
ATENÇÃO: E o transsexual? Sim, mas desde que ela se veja e seja tratada como mulher (conceito jurídico e principalmente psicológico e não biológico).
Natureza jurídica da qualificadora: é qualificadora objetiva.
· 7ª Qualificadora: contra autoridade ou agente descritos nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição (homicídio funcional). 
Guarda civil (municipal ou metropolitano) também é abrangido (CF, art. 144, § 8º). Agente de trânsito também (CF, art. 144, § 10º). 
Cuidado: Polícia do Congresso Nacional não está abrangida porque está fora os incisos indicados no Código Penal, representando, assim, analogia in malam partem (CF, arts. 51 e 52). 
Para configurar a qualificadora, é imprescindível que a morte ocorra durante o exercício da função ou em razão dela. 
Natureza jurídica da qualificadora: depende, se o crime ocorrer durante o serviço, ou seja, no exercício da função, é objetiva; se for em razão da função é subjetiva. 
· 8ª Qualificadora: com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
Cuidado: geralmente o crime de posse ou porte de arma de fogo é absorvido pelo crime de homicídio. Há, contudo, a possibilidade de não haver absorção de estiver em contextos fáticos distintos. 
Natureza jurídica da qualificadora: é uma qualificadora objetiva. 
QUESTÕES COMPLEMENTARES: 
1) É possível pluralidade de circunstâncias qualificadoras (uma qualifica o crime e outra na fixação da pena, com agravante ou na primeira fase). 
2) É possível homicídio qualificado privilegiado, desde que a qualificadora seja objetiva (além disso, não é considerado crime hediondo).
CAUSA DE AUMENTO (§ 4º, segunda parte): 
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Observação1: no momento da conduta e não do resultado. 
Observação2: o agente deve conhecer a idade da vítima, evitando-se responsabilidade penal objetiva. 
Observação3: não se aplica ao feminicídio. 
Observação4: se a vítima tem mais de 14 anos e menos de 18 anos, o juiz pode levar em consideração para a fixação da pena-base, na primeira fase da dosimetria da pena (CP, art. 59; consequência do crime desfavorável).
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (§ 6º): 
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
· Conceitos: 
Grupo de extermínio: reunião de pessoas, matadores, justiceiros (civis ou não) que atuam na ausência ou leniência do Poder Público, tendo como finalidade a matança generalizada, chacina de pessoas supostamente etiquetadas como marginais ou perigosas. 
Milícia privada (armada): grupo armado de pessoas (civis ou não) tendo como finalidade devolver a segurança retirada das comunidades mais carentes, restaurando a paz. Para tanto, mediante coação, os agentes ocupam determinado espaço territorial. 
A proteção oferecida nesse espaço ignora o monopólio estatal de controle social, valendo-se de violência ou grave ameaça. 
OBS: Quantas pessoas devem integrar o grupo de extermínio ou milícia privada? Divergência, uns entendem 3 pessoas (CP, art. 288); outros entendem que pelo menos 4 pessoas (Lei 12850/2013). 
ATENÇÃO: quando um grupo de extermínio promove a matança, os agentes respondem somente por homicídio majorado (CP, art. 121, § 6º) ou em concurso com o delito de formação de grupo de extermínio? 
A maioria entende que os agentes devem responder pelos dois crimes, em concurso material (CP, art. 69), pois são crimes distintos e protegem bens jurídicos diferentes, com penas autônomas e independentes.
HOMICÍDIO CULPOSO (§ 3º): 
Cabe suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/1995) e acordo de não persecução penal, pois a violência que impede o ANPP é a violência que está na conduta e não no resultado, que é involuntário. Logo, é perfeitamente possível ANPP em homicídio culposo, pois a violência apenas está no resultado involuntário e não na conduta. 
· Conceito: ocorre quando o agente, com manifesta imprudência, negligência ou imperícia, deixa de aplicar a atenção ou diligência de que era capaz, provocando, com sua conduta, o resultado morte, previsto (culpa consciente) ou previsível (culpa inconsciente), jamais querido ou aceito. 
· Modalidades ou formas de culpa: imprudência (afoiteza); negligência (ausência de cuidado); imperícia (falta de aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou profissão). Mas não se preocupe, caso haja dúvida de qual modalidade, tudo, ao fim e ao cabo, é negligência.
Importante: A culpa concorrente da vítima isenta o agente de pena? 
Não isenta, mas pode interferir na pena, quando da análise da primeira fase da dosimetria da pena (CP, art. 59). 
Causas de aumento de pena (§ 4º): 
A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício (em resumo, é a negligência profissional, tendo o agente dominando a técnica, mas sem a observar no caso em concreto. 
Na imperícia, falta ao sujeito aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou função), ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima (omissão de socorro, não aplicando o tipo penal específico, sob pena de bis in idem. Para incidir essa majorante, o agente tem que ter condições de socorrer à vítima; a mera interpretação de inutilidade do socorro não é capaz de afastar a majorante), não procura diminuir as consequências do seu ato (redundância com a majorante anterior), ou foge para evitar prisão em flagrante (o agente demonstra ausência de caráter ou dificulta a investigação. 
Para o STF, ademais, essa majorante não é inconstitucional, mesmo que houvesse pedido para sua declaração em razão do princípio da não autoincriminação. Entende a Suprema Corte que não há princípios absolutos e o fato de o sujeito estar presente não local não o faz obrigado a produzir provas contra a sua pessoa ou assumir responsabilidades só porque ficou no local). 
Perdão judicial (§ 5º): 
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências de a infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
· Conceito: é o instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um fato típico e antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar, nas hipóteses taxativamente previstas em lei, o preceito sancionador cabível, levando em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para o evento. 
Estão preservados o fato típico, ailicitude e a culpabilidade, extinguindo-se a punibilidade. Não se confunde com o perdão do ofendido, embora sejam duas causas que extinguem a punibilidade. 
· Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial: prevalece que ela é declaratória extintiva da punibilidade (STJ, Súmula 18; e CP, art. 120). 
Observação: o art. 120 do Código Penal é inútil, se a natureza jurídica da sentença for extintiva da punibilidade (é ululante que ela não será considerada para efeitos de reincidência, pois é extintiva da punibilidade). O citado artigo somente faria sentido se a interpretação for de que a natureza judicia da sentença for condenatória, afastando-se, assim, os efeitos da reincidência. 
Importante: o fato de existirem, no caso concreto, dois homicídios cometidos em concurso formal, não autoriza a extensão os efeitos do perdão judicial concedido para um dos crimes, se não restou comprovado, quanto ao outro, a existência do liame subjetivo entre o infrator e a outra vítima fatal. 
Conclusão1: deve haver liame subjetivo entre infrator e vítima. 
Conclusão2: se o a gente, culposamente, mata duas pessoas, mas só tem parentesco ou liame subjetivo com uma das pessoas mortas, o perdão judicial somente se aproveitará a ela; em relação a outra, não. 
Logo, não se poderá estender o perdão judicial aplicado para uma das vítimas a outra sem liame subjetivo. 
Cuidado: homicídio culposo no trânsito tem tipificação específica mais gravosa (CTB, art. 302, caput).
	PERDÃO JUDICIAL
	PERDÃO DO OFENDIDO
	Concedido pelo juiz.
	Concedido pela vítima ou seu representante legal.
	É ato unilateral, não precisando de aceite para produção dos seus efeitos legais.
	É ato bilateral, precisando de aceite para a produção dos seus efeitos legais.
	Cabe nos casos expressamente previstos em lei.
	Cabe em todos os crimes de ação penal privada.

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