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Valores_ viver segundo uma ética amorosa

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Valores: viver segundo uma ética amorosa
Para o despertar do amor é preciso desapegar da obsessão pelo poder e pela
dominação, pois a ética amorosa pressupõe que todos têm o direito de ser livres, de
viver bem e plenamente, ao mesmo tempo que nos comprometemos a nos entregar
inteiramente em nossos relacionamentos, valorizando mais a lealdade e o
compromisso com laços duradouros do que o crescimento material. A suposição
comum de que o comportamento ético acaba com a diversão na vida é falsa. Na
realidade, viver eticamente garante que os relacionamentos em nossa vida, incluindo
encontros com estranhos, alimentem o nosso crescimento espiritual.
Existe uma distância entre os valores que dizem defender e sua disposição
de fazer o trabalho necessário para conectar pensamento e ação, teoria e prática,
para concretizar esses valores e assim criar uma sociedade mais justa. O medo de
mudanças radicais leva muitos cidadãos de nosso país a trair sua mente e seu
coração, porém somos submetidos a mudanças radicais todos os dias, geralmente
impostas pelo status quo.
Culturas de dominação se apoiam no cultivo do medo como forma de garantir
a obediência. Em nossa sociedade, falamos muito do amor e pouco do medo.
Todavia, estamos terrivelmente apavorados o tempo todo. Quando escolhemos
amar, escolhemos nos mover contra o medo—contra a alienação e a separação.
Aprender como encarar nossos medos é uma das formas de abraçar o amor. Talvez
nosso medo não vá embora, mas já não ficará no caminho.
Abraçar uma ética amorosa significa utilizar todas as dimensões do amor—“cuidado,
compromisso, confiança, responsabilidade, respeito e conhecimento”—em nosso
cotidiano. Só podemos fazer isso de modo bem-sucedido ao cultivar a consciência.
Estar consciente permite que examinemos nossas ações criticamente para ver o que
é necessário para que possamos dar carinho, ser responsáveis, demonstrar respeito
e manifestar disposição de aprender.
A mensagem passada pela mídia é de que o conhecimento torna o amor
menos interessante, que é a ignorância que dá ao amor seu caráter erótico e
transgressor. Se eles fizessem seu trabalho informados por uma ética amorosa,
considerariam importante pensar criticamente a respeito das imagens que criam. Se
os espectadores querem ser entretidos, e as imagens que nos são mostradas como
entretenimento são imagens de desumanização violenta, maioria delas é criada a
partir de uma perspectiva patriarcal, faz com que esses atos se tornem mais
aceitáveis em nossa rotina e que nos tornemos menos propensos a reagir a eles
com indignação moral ou preocupação.
Os produtores, como todos nós, foram socializados pelo patriarcado, por isso
se interessa mais em consumir e produzir cenas de dominação e violência do que
por cenas de amor e carinho. Contudo, eles precisam ter uma audiência para
vender, e se essa audiência não se interessar mais por violência, o produto muda, é
aí que reside nosso poder de exigir mudanças.
Ao permitirmos que a ética do amor governe e oriente o modo como
pensamos e agimos, sabemos que, ao deixar nossa luz brilhar, atraímos e somos
atraídos por outras pessoas que também mantêm sua chama acesa.

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