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2 - SEMINÁRIO II - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA E TUTELAS PROVISÓRIAS

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SEMINÁRIO II - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO,
MANDADO DE SEGURANÇA E TUTELAS PROVISÓRIAS
LEONARDO RODRIGUES DE LIMA
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o
lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos?
(vide anexo I a IV).
O termo exigibilidade pode ser traduzido como a obrigação do sujeito passivo de cumprir
uma obrigação tributária, oriunda de um fato gerador que resultou no lançamento de uma
obrigação tributária, podendo ser tanto principal quanto acessória. No caso de
descumprimento, o sujeito ativo possui mecanismos para promover os atos necessários
para exigir o cumprimento dessa obrigação.
Conforme Maria Leonor Leite Vieira “se não cumprida a prestação, fica a autoridade
administrativa credenciada a praticar outro ato, inscrevendo a dívida como ativa, e
requerendo a intervenção do Poder Judiciário para que aquele crédito seja liquidado, isto
é, para que o dever jurídico do sujeito passivo seja exigido, sob pena de
comprometimento de bens patrimoniais, o que é cuidado pela matéria instrumental, ou
processual”.
A redação do art. 151 do CTN trata sobre a suspensão da exigibilidade de maneira
taxativa nos incisos I a VI.
A exigibilidade surge imediatamente após a vencimento da prestação tributária, momento
este que habilita o sujeito ativo a cobrar o crédito tributário, mediante inscrição do débito
em dívida ativa e por conseguinte, ajuizamento da execução fiscal.
Em relação aos efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, existe o
entendimento de que a suspensão da exigibilidade do crédito impede a sua cobrança
judicialmente, mas não obsta eventual lançamento tributário.
Para CARVALHO (2010), a suspensão da exigibilidade do crédito tributário pode ser
definida como “o direito que o credor tem de postular, efetivamente, o objeto da
obrigação, e isso tão só ocorre, como é óbvio, depois de tomadas as providências
necessárias à constituição da dívida, com a lavratura do ato de lançamento. No período
que antecede tal expediente, ainda não se tem o surgimento da obrigação tributária,
inexistindo, consequentemente, crédito tributário, o qual nasce com o ato do lançamento
tributário.”
Conforme leitura do anexo I, verifica-se que impede a lavratura, tão-somente a
realização, pelo Fisco, de atos de cobrança, os quais têm início exatamente com a
lavratura do auto de infração. Mister verificar que as causas suspensivas da exigibilidade
não têm qualquer repercussão quanto à não-consecução do lançamento, máxime por
estar-se diante de ato administrativo vinculado, cujo prazo decadencial opera-se em
cinco anos. assim como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa ou o ajuizamento da
execução fiscal. Já o anexo III nos ensina que as causas suspensivas da exigibilidade do
crédito tributário (art. 151 do CTN) obstam a prática de atos que visem sua cobrança,
mas não impedem o lançamento, que deve ser efetuado dentro do prazo de cinco anos.
2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN?
Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g.
multa por desrespeito aos deveres instrumentais)?
Expressão Crédito Tributário no art. 151 do CTN foi utilizada no sentido de suspender
obrigações primárias, porém não se aplica referente às obrigações acessórias. No
mesmo sentido, F. Tomé confirma o nosso entendimento sobre o assunto:
“A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do processo de
positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o
recebimento do valor devido a título de tributo. Não inibe, contudo, a aplicação das
normas prescritivas de deveres instrumentais. Estes permanecem exigíveis, conforme
estipula o parágrafo único do art. 151 do Código Tributário Nacional”.
Assim, a moratória sobre a exigibilidade dos créditos tributários geralmente afeta apenas
a obrigação primária que consiste no próprio crédito tributário, entretanto, as obrigações
acessórias permanecem em vigor porque a especificação dessas regras prescritivas da
tributação instrumental visa dar operacionalidade ao sistema tributário.
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art.
151 do CTN são taxativas? (vide anexo V)
Com fulcro no disposto no art. 151 do CTN, verifica-se tratar de rol taxativo e exaustivo.
Tal interpretação pode obtida com base na leitura do art. 141 do CTN:
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue,
ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos
quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da
lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Como se não bastasse, vejamos o que disciplina o art. 111 do mesmo CTN reforça tal
entendimento:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Sendo assim, entende-se que o diploma legal apresenta a taxatividade quanto a
suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Portanto, o rol de incisos do art. 151 do CTN é taxativo quanto aos gêneros possíveis.
3.1. Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança
bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN?
Após leitura do EREsp 215.589/RJ, é possível concluir que o dinheiro da fiança bancária
e do seguro garantia somente suspende a exigibilidade do crédito tributário após
sentença transitada em julgado se for favorável ao contribuinte. dinheiro da fiança
bancária e do seguro garantia. Vejamos:
“O depósito efetuado para suspender a exigibilidade do crédito tributário é feito também
em garantia da Fazenda e só pode ser levantado após sentença final transitada em
julgado se favorável ao contribuinte”. O artigo 32 da Lei n.º 6830 de 22. 09. 1980
estabelece como requisito para levantamento do depósito judicial o trânsito em julgado
da decisão. O aguardo do trânsito em julgado da decisão para possibilitar o levantamento
do depósito judicial está fulcrado na possibilidade de conversão em renda em favor da
Fazenda Nacional.
b) As espécies de tutela provisória, identificadas segundo o fundamento do pedido,
se de urgência ou de evidência, previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário?
Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
Conforme o livro 5 do CPC/21015, a liminar só pode ter o privilégio de suspender a
exigibilidade da obrigação tributária e não eliminá-la, efeito que só pode ser realizado por
meio de liminar transitada em julgado, porque apenas ela promove a eliminação do
vínculo jurídico entre o Fisco e o sujeito passivo, à luz do artigo 156, X, do CTN.
Desse modo, o pedido de tutela provisória durante o processo de tributação dependerá
da verificação da existência do perigo, ou em certos casos da prova da invocação de
direitos do sujeito passivo, ou da intenção de atraso das finanças públicas. , conforme
exigido pelo CPC/2015, entretanto, o efeito facilitado pela concessão de medida cautelar
com base em periculosidade ou comprovação de direitos nas Normas Orientadoras para
o processo de aplicação da Regra Matriz de Vinculação Fiscal seria o de suspender a
exigibilidade do ART. 151, Código Tributário Estadual V.
Sendo assim, a única mudança que será perpetrada com as tutelas provisórias previstas
no CPC/2015 sobre as ações é o fundamento que o sujeito passivo invocará para
justificar a necessidade de suspensão da exigibilidade da obrigação tributária, pois, o
efeito dessas tutelas (as provisórias) no processotributário é, tão somente, suspensivo,
diante do que dispõe o artigo 151, V do CTN.
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta
antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se:
(a) Trata-se de faculdade do contribuinte?
O depósito judicial efetuado nos autos e uma ação declaratória proposta antes da
constituição do crédito tributário é uma faculdade do contribuinte, tendo em vista que a
efetiva constituição e existência do crédito tributário só é verificada após o seu
lançamento. Após o lançamento, temos a existência do crédito. Sendo assim, não há que
se falar em constituição e muito menos exigibilidade e exequibilidade. Cumpre ressaltar
que o depósito quando realizado, deverá ser no montante integral, conforme art. 151 II
do CTN, tendo como efeito, como por exemplo, a disponibilidade de certidão positiva
com efeito de negativa. Por se tratar de uma faculdade do contribuinte, podemos concluir
que não é uma exigência ou uma obrigação do contribuinte, mas sim uma maneira de
suspender a exigibilidade enquanto este pleiteia discutir a questão por via judicial.
(b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de
caução?
A distinção entre o depósito judicial previsto no art. 151 II do CTN e a prestação de
caução pode ser entendida com a aplicação da súmula 112 do STJ, que disciplina que:
"o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
dinheiro."
Nesse sentido, o depósito do seu montante integral não equivale ao oferecimento de
caução ou outra forma de garantia. As outras formas de garantia, diferentes do depósito
em dinheiro do montante integral, por não estarem contempladas nos incisos do art. 151
do CTN, não podem ser consideradas causas de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Sendo assim, considerando o que reza o CTN e a Súmula 112 do STJ, é
possível constatar que existem distinções entre o depósito em dinheiro e a caução.
(c) O levantamento do depósito judicial vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da
ação proposta pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o
levantamento? (vide anexo VI)
O juiz não pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito judicial, tendo
em vista que esse vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação proposta pelo
contribuinte, tendo em vista o que disciplina o artigo 32 da Lei n.º 6830/80 ao estabelecer
como requisito para seu levantamento o efetivo trânsito em julgado da decisão quando
operar o êxito em favor do contribuinte e, nos demais casos, resulta na possibilidade de
conversão em renda em favor da Fazenda Nacional.
Desse modo, de acordo com a leitura do EREsp 215.589/RJ e conforme entendimento
da Primeira Seção quanto ao depósito previsto no artigo 151, temos: “quando a sentença
extingue o processo sem julgamento do mérito, pode o depósito ser imediatamente
devolvido ao contribuinte, que fica assim privado da suspensividade, inexistindo a
possibilidade de haver, em favor da Fazenda, a conversão do depósito em renda”
(EREsp 270.083/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 02/09/2002). O depósito é simples
garantia impeditiva do fisco para agilizar a cobrança judicial da dívida, em face da
instauração em juízo de litígio sobre a legalidade da sua exigência.
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de
tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311.
Pergunta-se:
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a
concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado
de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
A diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar (arts. 294; 300 e 311 CPC/2015)
pode ser entendida através dos requisitos existentes para a sua concessão, bem como
seus efeitos. Desse modo, a tutela cautelar pretende manter um direito já existente,
tendo como requisitos o recurso processual contra um dano irreparável ou de difícil
reparação e detém caráter temporário. Em se tratando da tutela antecipada, verifica-se
que seu escopo é o de satisfazer o direito da parte contra o periculum in mora,
garantindo que o sujeito passivo não seja punido pela demora do poder público agir para
decidir a questão em lide, apresentando a característica de provisoriedade.
Para corroborar tal entendimento, vejamos o que ensina Camila Vergueiro Catunda:
sobre a tutela de urgência e a tutela de evidência (arts. 294; 300 e 311):
“Nos termos do CPC/2015, a concessão da tutela de urgência, seja ela cautelar ou
antecipada, depende da demonstração pela parte requerente (i) da probabilidade do
direito invocado; e (ii) ou o perigo de dano ao bem da vida que se pretende proteger com
a provimento final; (iii) ou o risco de dano ao resultado útil do processo.”
É possível a concessão concessão de tutela provisória antecipada em mandado de
segurança, presentes os requisitos para a concessão do mandado de segurança, quais
sejam a fumaça do bom direito e o perigo da demora, além da tempestividade no caso de
MS repressivo, qual seja o de 120 dias a partir da data em que o interessado tiver
conhecimento oficial do ato a ser impugnado (como a sua publicação na imprensa
oficial).
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na
evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei
Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em
urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
Entendemos ser cabível a liminar em Mandado de Segurança com base na tutela de
evidência prevista no art. 311, II, do CPC 2015, desde que seja fundamentada em
prova exclusivamente documental e pré-constituída em sede de MS. Além disso, faz-se
necessária a impossibilidade de dilação probatória; sendo a tese firmada em
julgamento de recursos repetitivos ou súmula vinculante para embasar ainda mais a
probabilidade do direito líquido e certo.
6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado
de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi
“cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se:
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o
recebimento de sua apelação nos efeitos suspensivo e devolutivo tem o condão de
afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta
considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo
VII)
Sim, tendo em vista que a apelação possui em seu bojo o condão de suspender
exigibilidade do crédito tributário. Referente ao duplo efeito, verifica-se, em casos
excepcionais, em que identificados os elementos pelo Tribunal a quo suficientes para a
concessão de efeito suspensivo à apelação.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito
tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em
Mandado de Segurança posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar
foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e
IX)
Com fulcro no art. 63, § 2º, da Lei n. 9.430/96, verifica-se que não incidem multa nem
juros moratórios do período de suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força
de liminar concedida em mandado de segurança e, posteriormente, cassada quando da
sentença, haja vista que a incidência da mora é interrompida no período compreendido
entre a data da concessão da liminar, e até 30 dias após a publicação da sentença.
Passado este prazo, conforme Súmula 405/STF, retroagem-se os efeitos da decisão
contrária. Desse modo, é cobrado o valor da multa entre o período compreendido entre a
concessão de medida liminar e a denegação da ordem . Afastada a imposição de multa
de ofício.
7. Antes de responder a esta pergunta aponte a distinção entretutela antecipada e
tutela cautelar tal como colocada na resposta à questão “5. a)”. Fixados esses conceitos,
responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código
de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação
tributária, tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada
ou cautelar?
Enquanto a tutela de urgência antecipada busca acelerar os efeitos da sentença final,
propiciando ao autor da ação os seus direitos antes do fim do processo, a tutela cautelar
visa assegurar um direito da parte, possibilitando que a mesma possa procurar o direito
que busca ao fim do processo.
A diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar (arts. 294; 300 e 311 CPC/2015)
pode ser entendida através dos requisitos existentes para a sua concessão, bem como
seus efeitos. Desse modo, a tutela cautelar pretende manter um direito já existente,
tendo como requisitos o recurso processual contra um dano irreparável ou de difícil
reparação e detém caráter temporário. Em se tratando da tutela antecipada, verifica-se
que seu escopo é o de satisfazer o direito da parte contra o periculum in mora,
garantindo que o sujeito passivo não seja punido pela demora do poder público agir para
decidir a questão em lide, apresentando a característica de provisoriedade.
É possível a concessão concessão de tutela provisória antecipada em mandado de
segurança, presentes os requisitos para a concessão do mandado de segurança, quais
sejam a fumaça do bom direito e o perigo da demora, além da tempestividade no caso de
MS repressivo, qual seja o de 120 dias a partir da data em que o interessado tiver
conhecimento oficial do ato a ser impugnado (como a sua publicação na imprensa
oficial).

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