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Módulo Controle da Incidência Tributária
SEMINÁRIO VII - IPTU, ITR E IPVA
Leitura básica
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 32 ed. São Paulo: Noeses, 2022, Capítulo VIII, item 7 (A regra-matriz de incidência – sua estrutura lógica – hipótese e consequência). 
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v.2. São Paulo: Noeses, 2017. Tema XXI (Tributação sobre a propriedade de bem imóvel: algumas considerações sobre as regras-matrizes do IPTU e do ITR). 
Leitura complementar
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v2.. São Paulo: Noeses, 2017. Tema XIX (IPVA e alienação fiduciária: análise da sujeição passiva do imposto em contratos de alienação fiduciária).
•	CARNEIRO, Luísa Cristina Miranda. IPVA – teoria, prática e questões polêmicas. São Paulo: Noeses. Capítulo 3.
•	LOUBET, Leonardo Furtado. Tributação Federal no Agronegócio. São Paulo: Noeses. Capitulo IV.
•	MARTINS, Rogério Lindenmeyer Vidal da Silva. O perfil do imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de direito tributário. São Paulo: Saraiva.
•	OLIVEIRA, Cássia Valéria. Considerações acerca do Ato Declaratório Ambiental exigido pela Receita Federal para não incidência do ITR sobre as áreas de preservação permanente e reserva legal. Revista de Direito Tributário, São Paulo, n. 105, p. 197-206, 2009.
•	BARRETO, Aires Fernandino. IPTU – progressividade e diferenciação. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 76.
•	FERNANDES, Cíntia Estefania. IPTU: texto e contexto. São Paulo: Quartier Latin. Capítulo 5.
•	VIEIRA, Maria Leonor Leite. Imposto territorial rural: hipótese de incidência e base de cálculo – provocações. In: SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de especialização em direito tributário – homenagem a Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Forense, 2005. Livro IV, Capítulos IX (Apontamentos sobre o ITR e a sua progressividade). 
•	MOURA, Frederico Araújo Seabra de. IPTU, Capacidade Contributiva e Corresponsabilização do Promitente Vendedor no Contexto dos Contratos de Promessa de Compra e Venda: Reflexões Sobre os Precedentes Veiculados nos Recursos Especiais nº 1.111.202/SP e as Práticas administrativas Municipais. In: XIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses.
Questões
1. Construa as regras-matrizes de incidência do IPTU, ITR e IPVA.
RESPOSTA: A responsabilidade tributária pressupõe duas normas autônomas: a regra matriz de incidência tributária e a regra matriz de responsabilidade tributária, cada uma com seu pressuposto de fato e seus sujeitos próprios.[footnoteRef:1] [1: MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de direito tributário. São Paulo: Atlas, 2023.] 
Isto posto, passaremos agora construir as regras matrizes do IPTU, ITR e IPVA:
IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano
Critério material: ser proprietário, titular do domínio útil ou possuidor de bem imóvel por natureza ou acessão física localizada na zona urbana do município;
Critério espacial: zona urbana do município, disposto no art. 32, § 1º CTN;
Critério temporal: depende da legislação de cada município. A regra geral é dia 1º de janeiro de cada ano.
Critério pessoal: se divide em sujeito ativo e passivo
Sujeito ativo: são os municípios e o Distrito Federal, art. 156, I da CF
Sujeito passivo: é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor do bem imóvel localizado na zona urbana;
Critério quantitativo: se divide em base de cálculo e alíquota
Base de Cálculo: é o valor venal do imóvel;
Alíquota: A Constituição Federal não prevê alíquota mínima ou máxima para IPTU, mas a sua incidência deverá observar o princípio do não-confisco, sendo permitida a progressividade.
ITR – Imposto Territorial Rural
Critério material: ser proprietário, titular do domínio útil ou possuidor de imóvel rural;
Critério espacial: zona rural fora do perímetro urbano;
Critério temporal: de acordo com a lei 9.393/96 dia 1º de janeiro de cada ano;
Critério pessoal: se divide entre sujeito ativo e passivo:
Sujeito ativo: União que tem competência para arrecadar ITR;
Sujeito passivo: o proprietário do imóvel rural;
Critério quantitativo: se divide entre base de cálculo e alíquota;
Base de cálculo: é o valor da terra tributável;
Alíquota: varia de acordo com o art. 153 da CF
IPVA – Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor
Critério material: ser proprietário de veículo automotor;
Critério espacial: Estado onde o veículo possui registro;
Critério temporal: todo dia 1º de janeiro de cada ano;
Critério pessoal: se divide entre sujeito ativo e passivo
Sujeito ativo: é o Estado onde o veículo estiver registrado;
Sujeito passivo: é o proprietário do veículo, entretanto, pode haver responsabilidade solidária com o possuidor do veículo;
Critério quantitativo: se divide em base de cálculo e alíquota;
Base de cálculo: valor venal do veículo;
Alíquota: varia de acordo com a lei estadual aplicável.
2. Diferençar os conceitos de propriedade, domínio útil e posse do art. 1º da Lei n. 9.393/96, correlacionando-os com o de propriedade do art. 153, VI, da CF. Há competência da União para instituir como critério material do ITR o domínio útil e a posse (vide anexos I, II e III)?
RESPOSTA: Entende-se como propriedade como o poder atribuído a uma pessoa de usar, gozar ou dispor de um bem corpóreo tanto móveis como imóveis, se for incorpóreo trata-se de direito autoral e direito de crédito, isto é, dentro dos limites permitidos pela lei.
Já o domínio consiste em uma face da propriedade, que pode ser confiada a uma outra pessoa alheia ao proprietário, permitindo assim ao detentor do domínio o uso e o gozo do bem imóvel. Dessa forma, propriedade seria gênero, e domínio a espécie.
Pode-se dizer que o ITR não se restringe apenas ao conceito de propriedade, mas também ao entendimento sobre posse e domínio útil, mesmo que estes possuam significados diferentes.
Ademais, a lei 9.393/96 juntamente com o art. 29 do CTN disciplinam sobre propriedade territorial rural que tem a seguinte redação:
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
3. A quem compete definir as zonas urbana e rural? Qual o veículo legislativo adequado para tanto? Os imóveis industriais, comerciais e prestadores de serviços situados fora dos núcleos urbanos municipais estão sujeitos à incidência do IPTU? (vide anexo IV). E os de exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, quando situados dentro dos núcleos urbanos municipais? (vide anexos V, VI e VII).
RESPOSTA: Cabe à União legislar sobre a zona rural e zona urbana, uma vez que essas áreas por se delimitarem o limite de competência do imposto rural e do urbano, que no caso é o IPTU
De acordo com o art. 32 do CTN:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
Dessa forma, entende-se que o CTN já dispôs de normas que consideram parâmetros para determinar o meio rural e o meio urbano distinguindo o IPTU para imóveis urbanos do ITR para imóveis rurais.
No que tange sobre exploração agrícolaem área urbana a Primeira Turma do STJ julgou procedente o Recurso Especial nº 1.112.646 sobre a incidência de Imposto Territorial Rural em imóvel na zona urbana, desde que há comprovação da exploração extrativa.
4. A modificação da planta genérica, que determina a base de cálculo do IPTU, deve ser veiculada por lei, ou pode ser por meio de decreto? Há necessidade de publicação no diário oficial? (vide anexo VIII). 
RESPOSTA: A planta genérica é a base de cálculo do IPTU, e é sobre ela que incide a alíquota do valor do produto a ser pago.
Portanto, trata-se de elemento fundamental do critério quantitativo da regra matriz. 
Por se tratar de matéria exclusiva o art. 146, a, III da CF, prevê que o ente federal deve estabelecer regras gerais tributárias quando se tratar de base de cálculo.
Ou seja, é matéria de lei complementar, por isso há a necessidade de publicação no diário oficial, sob pena de supressão a informação pública e violação ao princípio da segurança jurídica.
5. Considerando o consequente tributário, especialmente o critério quantitativo no que tange às alíquotas do IPTU, discorra sobre a possibilidade ou não de se aplicar alíquotas diferenciadas para imóveis sem uso, imóveis fechados, com condição de habitabilidade ou pela localização dos mesmos. Desenvolva sua justificativa e explique se esta providência interfere na estrutura da norma tributária em sentido estrito ou se apenas surge em momento pré-legislativo, na construção da norma.
RESPOSTA: O município pode exigir uma alíquota diferente de acordo com valor venal do bem, em razão do uso bem como da localização do imóvel. A progressividade é definida pelo art. 156, I, II, § 1º da CF e após mudança pela EC 29/00, é aferida pelos critérios do valor venal do imóvel e das alíquotas em razão da localização ou uso do imóvel.
Entretanto, deve-se salientar que a progressividade pelo valor venal e diferenças de alíquotas pela localização e pelo uso é considerado facultativo ao município.
Por fim, qualquer alteração que altere o valor do IPTU deve ser feita mediante lei em sentido estrito.
6. .	Quanto ao ITR pergunta-se:
	a) O art. 11 da Lei n. 9.393/96 fixou as alíquotas do ITR em percentuais que variam de 0,03% a 20%, conforme a área total do imóvel e o grau de utilização. No seu entender, referida progressividade atende ao disposto no art. 153, § 4º, da Constituição Federal? A alíquota de 20%, neste caso é confiscatória? Em caso negativo quando ter-se-ia caracterizado o efeito confiscatório? Justificar.
RESPOSTA: Não, uma vez que a alíquota em seu máximo, ou seja, 20% vai além do estímulo da manutenção de propriedades improdutivas, e essa alíquota em cinco anos leva ao pagamento de ITR ocorrendo assim a absorção total do valor da propriedade. Neste caso, há violação ao princípio da vedação de tributos confiscatórios que sobrepõe a função social da propriedade.
	b) A que tipo de lançamento está sujeito o ITR? A exclusão da base de cálculo do ITR da área de reserva legal depende de sua averbação na matrícula? Pressupõe o protocolo de Ato Declaratório Ambiental (ADA) do IBAMA, ou do Cadastro Ambiental Rural (CAR - Lei nº 12.651/12)? (vide anexos IX, X e XI).
RESPOSTA: O ITR é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, uma vez que cumpre ao contribuinte destacar e recolher o tributo, permite também a exclusão da sua base de cálculo da área de preservação permanente, sem que haja a necessidade de ato declaratório ambiental do IBAMA.
Sua isenção advém do reconhecimento da área não tributável pelo ITR, não restando assim condicionada à averbação no registro de imóveis, a qual possui somente o dever de declarar uma situação jurídica já existente.
c) Caso o contribuinte não declare o imposto, de que forma deve o Fisco fazer o lançamento? A partir de quais elementos? Nessa hipótese estará autorizado, ipso facto, o lançamento com a exclusão total das áreas ambientais e, em consequência, pelas alíquotas mais gravosas?
RESPOSTA: O lançamento deverá ocorrer por meio de ofício por arbitramento, uma vez que a Administração poderá fixar o valor da terra, desde que respeitado os limites impostos pela lei e o valor real do imóvel
O art. 10 da lei 9.393/96, o valor do imóvel excluído dos valores de construções, instalações, benfeitorias, culturas permanentes e temporárias, pastagem, floretas plantadas. Já o inciso II do mesmo dispositivo diz que é área tributável a área total do imóvel, menos as áreas de: preservação permanente e de reserva legal, prevista na lei 12.651/2012, áreas de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, área cobertas por florestas nativas primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas.
Portanto, a Secretaria da Receita Federal procederá ao lançamento e ofício ao imposto, considerando as informações sobre preços de terras constantes de sistema a ser por ela instituído.
Cabe à autoridade administrativa buscar a verdade material para o lançamento, devendo prevalecer a realidade, onde o contribuinte poderá no futuro comprovar as áreas ambientais do imóvel rural.
d) No desenvolvimento das suas atividades fiscalizatórias pode o Fisco exigir do contribuinte, depois de declarado e pago o tributo por ele, a apresentação de laudos de avaliação para comprovar os valores das terras? E a apresentação de laudos de profissionais da área ambiental para comprovação da reserva legal, de cada área de preservação permanente e das áreas impróprias à atividade produtiva, seguindo as normas previstas na ABNT, como vem acontecendo hoje em dia com diversos produtores? As normas da ABNT podem ser utilizadas para fins tributários? Afinal, o ITR é mesmo um lançamento “por homologação”? Quais os limites dos esclarecimentos a serem prestados nesses casos?
RESPOSTA: Sim, pode o Fisco exigir laudos de avaliação, fica sujeito ao lançamento do imposto de ofício pelo Fisco com base no valor venal informando pelos municípios através do Sistema de Preços de Terras, da Receita Federal, acrescido de multa.
O laudo deve ser elaborado por um profissional e anotado no CREA conforme normas da ABNT. 
e) Hoje em dia vem ganhando força a adoção de formas alternativas de geração de energia. Diante desse quadro, indaga-se: como apurar o ITR no caso de instalação de parques eólicos ou de parques solares em imóveis rurais? Essas áreas serão consideradas improdutivas para fins de ITR? Caso não sejam consideradas improdutivas, como enquadrá-las no art. 10 da Lei nº 9.393/96?
RESPOSTA: Sim, por se tratarem de terras improdutivas, a apuração do ITR está sujeita a alíquotas que podem ser 30 ou 40 vezes maiores das que são aplicadas a outros setores por exemplo: pecuária. Resultando assim, em uma incidência mais elevada do imposto.
7. 	Com relação ao IPVA pergunta-se:
	a) Que é “veículo automotor”? Embarcações e aeronaves enquadram-se no conceito de “veículo automotor”, sujeitando-se à incidência do IPVA?
RESPOSTA: São veículos automotores todo veículo de propulsão que circule por seus meios e que serve para transporte viário de pessoas ou coisas. Para o STF, as aeronaves e embarcações não se enquadram no conceito de veículo automotores como dispõe o art. 155, III da CF, uma vez como entendimento do ex- ministro Joaquim Barbosa a definição e veículos automotores não se estende para veículos aquáticos.
	b) A Constituição Federal definiu o critério espacial da regra matriz de incidência tributária do IPVA? Caso a pessoa (física ou jurídica) tenha domicílios em diferentes Estados, nos termos dos arts. 71 e §1º do art. 75, do Código Civil Brasileiro, qual será o Estado competente para cobrança do IPVA? E se o veículo for registrado em um Estado, mas utilizado em outros? (vide anexos XII e XIII)
RESPOSTA: O IPVA é cobrado no Estado onde se encontra o domicilio do contribuinte e licenciado o veículo onde constitui-se fato gerador do tributo.
	c) É possível a exigênciado imposto em relação ao domínio útil ou posse do veículo? Identificar, justificando sua resposta, quem pode integrar a relação jurídica tributária do IPVA, na qualidade de sujeito passivo, caso o veículo seja objeto das operações de: i) locação; ii) arrendamento mercantil (leasing); iii) alienação fiduciária (XIV, XV e XVI). 
RESPOSTA: Entende-se que o proprietário do veículo é quem figura como sujeito passivo. Logo, é quem recolhe o tributo como proprietário. Por exemplo: uma locadora de veículo precisa pagar o IPVA ao Estado onde o carro circula ou seja, onde o carro é locado.
O arrendamento mercantil consiste em negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica na qualidade de arrendatária. Dessa forma, o contribuinte do IPVE é o proprietário e os titulares do domínio.
E por fim, na alienação fiduciária, apesar da instituição financeira se manter com a propriedade do veículo, serve apenas como garantia, ou seja, não detendo este a propriedade do bem, sendo neste caso o devedor fiduciário o proprietário e responsável em pagar o IPVA.
O STF reconheceu a existência de Repercussão Geral em que se discute a legitimidade passiva do credor fiduciário para figurar em execução fiscal de cobrança do IPVA incidente sobre veículo objeto de alienação fiduciária.
	d) Qual o critério temporal do imposto no caso de (i) veículo novo; e (ii) veículo usado? Pode um Estado cobrar o imposto já pago em outra unidade federada no caso de transferência do veículo usado durante o exercício? Sendo o veículo objeto de roubo, furto ou perda total durante o exercício, pode o contribuinte pedir a restituição proporcional do valor já pago a título de IPVA? 
RESPOSTA: Em caso de veículo novo, o critério temporal é a data da aquisição, para veículo usado o critério temporal é o dia 1º de janeiro de cada ano. O Estado não pode cobrar o IPVA novamente em caso de transferência durante o exercício. Em caso de roubo, furto ou perda, o proprietário tem direito à devolução proporcional do IPVA.
REFERÊNCIAS 
CAPARROTI, Bruno. Regra matriz de incidência tributária: breve análise sobre IPTU, ITR e IPVA. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/regra-matriz-de-incidencia-tributaria-breve-analise-sobre-o-iptu-itr-e-o-ipva/870000022 acesso 28 de jun. de 2023.
CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário, volume II. São Paulo: Noeses, 2011.
MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de direito tributário. São Paulo: Atlas, 2023.
VIEIRA, Maria Leonor Leite. Imposto territorial rural: hipótese de incidência e base de cálculo – provocações. In: SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de especialização em direito tributário – homenagem a Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Forense, 2005.
Sugestão para pesquisa suplementar
•	Do Imposto Territorial Rural – ITR, de Geilson Salomão Leite. São Paulo: Max Limonad.
•	IPTU – aspectos jurídicos relevantes, coord. Marcelo Magalhães Peixoto. São Paulo: Quartier Latin. 
•	IPTU e progressividade: igualdade e capacidade contributiva, de Elizabeth Nazar Carrazza. Curitiba: Juruá.
•	IPTU, de Valéria Furlan. São Paulo: Malheiros.
•	Artigo: IPVA: “O Direito Tributário deve continuar a avançar: o IPVA, esse (ainda) ilustre desconhecido”. Revista de direito tributário contemporâneo – de Leonardo Loubet in RDTC nº 02. coord. Paulo de Barros Carvalho. Ano 01. set/out 2016. São Paulo: Thomson Reuters.
•	Artigo: “Imposto predial e territorial urbano”, de Aires Fernandino Barreto, in Curso de direito tributário, coord. Ives Grandra da Silva Martins. Belém: CEJUP.
•	Artigo: “Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU e Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI”, de Aires F. Barreto, in Curso de direito tributário, coord. Ives Gandra da Silva Martins. São Paulo: Saraiva. 
•	Artigo: “O imposto sobre a propriedade territorial rural”, de José Antonio Francisco e Marcello Jorge Pellegrina, in Curso de direito tributário, coord. Ives Grandra da Silva Martins. São Paulo: Saraiva
•	Artigo: “IPTU, ITBI e capacidade contributiva: diversidade de bases de cálculo e critérios para a progressividade”, de Betina Treiger Grupenmacher, in X Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses. 
Anexo I
AgRg no AG. em REsp Nº 691.946/RJ
DJe 16/06/2015
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. CONTRATO DE CONCESSÃO DE BEM PÚBLICO. AUSÊNCIA DE ANIMUS DOMINI. TRIBUTO INDEVIDO. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. O artigo 34 do CTN define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a posse apta a gerar a obrigação tributária é aquela qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja em vias de ser transformada em propriedade, seja por meio da promessa de compra e venda, seja pela posse ad usucapionem . Assim, a incidência do tributo deve ser afastada nos casos em que a posse é exercida precariamente, bem como nas demais situações em que, embora envolvam direitos reais, não estejam diretamente correlacionadas com a aquisição da propriedade. 2. O cessionário do direito de uso não é contribuinte do IPTU, haja vista que é possuidor por relação de direito pessoal, não exercendo animus domini, sendo possuidor do imóvel como simples detentor de coisa alheia. Precedentes. Incidência do óbice da Súmula 83/STJ. 3. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques. Brasília (DF), 09 de junho de 2015. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator
Anexo II
REsp n. 1.110.551/SP
DJe 18/06/2009
RECURSO ESPECIAL Nº 1.110.551 - SP (2008/0269892-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO PROCURADOR : LUCYMAR BARBOZA DE SOUZA PEREIRA E OUTRO(S) RECORRIDO : GETÚLIO BARELLA ADVOGADO : SÉRGIO BARELLA EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Precedentes: RESP n.º 979.970/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 18.6.2008; AgRg no REsp 1022614 / SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ de 17.4.2008; REsp 712.998/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ 8.2.2008 ; REsp 759.279/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 11.9.2007; REsp 868.826/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 1º.8.2007; REsp 793073/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 20.2.2006. 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação" (REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). 4. Recurso especial provido.Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Eliana Calmon, Francisco Falcão, Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavasck. Brasília (DF), 10 de junho de 2009. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator.
Anexo III
REsp n. 1.111.202/SP
DJe 18/06/2009
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Precedentes: RESP n.º 979.970/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 18.6.2008; AgRg no REsp 1022614 / SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ de 17.4.2008; REsp 712.998/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ 8.2.2008 ; REsp 759.279/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 11.9.2007; REsp 868.826/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 1º.8.2007; REsp 793073/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 20.2.2006. 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação" (REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). 4. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Eliana Calmon, Francisco Falcão, Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavasck. Brasília (DF), 10 de junho de 2009. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator.
Anexo IV
RE n. 93.850-8/MG
DJ 20/05/1982
IMPOSTO PREDIAL. CRITÉRIO PARA A CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL COMO RURAL OU URBANO.
A fixação desse critério, para fins tributários, é princípio geral de direito tributário, e, portanto, só pode ser estabelecido por lei complementar. O CTN, segundo a jurisprudência do STF, é lei complementar.
Inconstitucionalidade do artigo 6º, e seu parágrafo único da Lei Federal 5.868, de 12 de dezembro de 1972, uma vez que, não sendo lei complementar, não poderia ter estabelecido critério, para fins tributários, de caracterização de imóvel como rural ou urbano diverso do fixado nos artigos 29 e 32 do CTN.
Recurso extraordinário conhecido e provido, declarando a inconstitucionalidade do artigo 6º e seu parágrafo único da Lei Federal 5.868, de 12 de dezembro de 1972.
Anexo V
REsp n. 1.112.646/SP
DJ 28/08/2009
IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO RURAL. IPTU. NÃO-INCIDÊNCIA. ART. 15 DO DL 57/1966. RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
1. Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966).
2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
Anexo VI
AgRg no REsp n. 783.794/SP
DJ 08/02/2010
IPTU. MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO. SÍTIO RECREIO. INCIDÊNCIA. IMÓVEL SITUADO EM ÁREA URBANA DESPROVIDA DE MELHORAMENTOS. DESNECESSIDADE. (...) 2. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que é legal a cobrança do IPTU dos sítios de recreio, localizados em zona de expansão urbana definida por legislação municipal, nos termos do arts. 32, § 1º, do CTN c/c arts. 14 do Decreto-lei n. 57/66 e 29 da Lei 5.172/66, mesmo que não contenha os melhoramentos previstos no art. 31, § 1º, do CTN.
Anexo VII
REsp n. 1.128.981/SP
DJ 18/03/2010
IPTU. LOTEAMENTO. INCIDÊNCIA SOBRE ÁREA DE IMÓVEL URBANO DENOMINADA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LEGALIDADE. RESTRIÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PARTE DO IMÓVEL QUE NÃO DESNATURA A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR DO TRIBUTO. PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DE NATUREZA RELATIVA. AUSÊNCIA DE LEI ISENTIVA.
1. Hipótese em que se questiona a violação do artigo 32, I e II, do CTN, e dos artigos 5º, I, II, XXII, 156, § 1º, II, da Constituição Federal, ao argumento de que não deve incidir IPTU sobre área de preservação permanente interna a empreendimento imobiliário urbano. 2. Não se conhece do recurso especial por violação a dispositivos constitucionais, sob pena de se usurpar a competência do Supremo Tribunal Federal, nos termos do que dispõe o artigo 102, III, da Constituição Federal.
3. A restrição à utilização da propriedade referente a área de preservação permanente em parte de imóvel urbano (loteamento) não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano, uma vez que o fato gerador da exação permanece íntegro, qual seja, a propriedade localizada na zona urbana do município. Cuida-se de um ônus a ser suportado, o que não gera o cerceamento total da disposição, utilização ou alienação da propriedade, como ocorre, por exemplo, nas desapropriações. Aliás, no caso dos autos, a limitação não tem caráter absoluto, pois poderá haver exploração da área mediante prévia autorização da Secretaria do Meio Ambiente do município.
4. Na verdade, a limitação de fração da propriedade urbana por força do reconhecimento de área de preservação permanente, por si só, não conduz à violação do artigo 32 do CTN, que trata do fato gerador do tributo. O não pagamento da exação sobre certa fração da propriedade urbana é questão a ser dirimida também à luz da isenção e da base de cálculo do tributo, a exemplo do que se tem feito no tema envolvendo o ITR sobre áreas de preservação permanente, pois, para esta situação, por exemplo, há lei federal permitindo a exclusão de áreas da sua base de cálculo (artigo 10, § 1º, II, “a” e “b”, da Lei 9.393/96).
5. Segundo o acórdão recorrido, não há lei prevendo o favor legal para a situação dos autos, fundamento bastante para manter o decisum, pois o artigo 150, § 6º, da Constituição Federal, bem como o artigo 176 do Código Tributário Nacional exigem lei específica para a concessão de isenção tributária. Confiram-se: REsp 939.709/DF, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 27.2.2008; RMS 22.371/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 24.5.2007; REsp 582.055/RN, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe de 18.4.2008; RMS 24.854/PE, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 8.11.2007.
Anexo VIII
AI n. 764.518/MG - RG
DJ 05/02/2010
IPTU. Majoração da base de Cálculo. Publicação de mapas de valores genéricos. Necessidade de lei em sentido formal. Repercussão geral reconhecida. Apresenta repercussão geral o recurso extraordinário que verse sobre a necessidade de lei em sentido formal para fins de atualização do valor venal de imóveis.
Anexo IX
AgRg no REsp n. 1.315.220/MG
DJ 12/03/2013
INCLUSÃO DA ÁREADE RESERVA LEGAL DA BASE DE CÁLCULO DO ITR. NÃO CABIMENTO. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. De acordo com entendimento consolidado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, para as áreas de preservação ambiental permanente e reserva legal, é inexigível a apresentação de ato declaratório do IBAMA ou da averbação dessa condição à margem do registro do imóvel para efeito de isenção do ITR.
2. Agravo regimental não provido.
Anexo X
REsp 1.450.344/SC
DJe 19/12/2016
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. OFENSA AO ART. 535 DO CPC/1973 NÃO CONFIGURADA. ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. NECESSIDADE PARA FINS DE GOZO DA ISENÇÃO. 1. Trata-se de Recurso Especial em que se discute se o direito à isenção do Imposto Territorial Rural-ITR sobre Área de Reserva Legal está ou não condicionado à sua prévia averbação no Registro de Imóveis. CONHECIMENTO. 2. Deve ser afastada a alegação do recorrido, de que o Recurso Especial do ente fazendário é inadimissível porque se refere a outro processo. 3. O processo tramitou por meio eletrônico, e disso faz prova a certidão de fl. 485, e-STJ, que atesta que a interposição do Recurso Especial foi assinada eletronicamente pela Procuradora da Fazenda Nacional, Dra. Berenice Ferreira Lamb. 4. Nesse contexto, presume-se que o ato processual foi praticado pela parte nos respectivos autos, pois foi necessária a prévia vinculação eletrônica da peça recursal ao processo específico. Registre-se, ainda, que diante da interposição eletrônica do recurso, nem mesmo era obrigatória a identificação, no corpo da petição, dos dados do processo (tal qual ocorreu, por exemplo, com a petição de interposição dos Embargos de Declaração, que se limitou a indicar o objeto do ato processual, isto é, não descreveu o número de autuação do feito, nem tampouco as partes da relação jurídica processual - fl. 454, e-STJ), também transmitida eletronicamente (fl. 453, e-STJ) e julgada pela Corte local sem qualquer questionamento. 5. Enfim, a questão decidida no acórdão impugnado e combatida no Recurso Especial consiste na definição a respeito da necessidade ou não da averbação da Área de Reserva Legal, para fins de isenção do ITR. Assim, o acréscimo de outros elementos narrativos, inseridos em petição padronizada (modelo) de recurso, devem apenas ser desconsiderados, sem entretanto comprometer o julgamento do mérito recursal em relação ao ponto controvertido. Afasto, portanto, a incidência das Súmulas 182/STJ e 283 e 284 do STF. MÉRITO 6. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC/1973. 7. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que, para assegurar o direito à isenção do ITR, é imprescindível a averbação da Área de Reserva Legal no respectivo registro de imóveis. 8. Assiste razão à recorrida no que diz respeito à existência de pedidos sucessivos formulados na inicial. Com efeito, na petição inicial foi pedido, caso não fosse anulado o Auto de Infração, que ao menos fosse determinada a sua retificação, para o efeito de modificar a base de cálculo do tributo (com lastro no valor real de mercado da terra nua) ou aplicada a menor alíquota de ITR vigente ao tempo do fato gerador, considerando-se o imóvel com grau de utilização de 100%. A parte acrescentou, durante a tramitação dos autos, a informação de que em outra demanda entre as mesmas partes, relativa ao exercício de 1998 (a presente versa sobre o exercício de 2000), a Corte local e o STJ confirmaram o direito à isenção, devendo ser aplicado o mesmo entendimento a este feito. Tais pedidos não foram apreciados porque o fundamento então adotado - de que é isenta a Área de Reserva Legal, independentemente de averbação – era suficiente para a composição da lide. Com a sua superação, não é possível ao STJ decidir a respeito, sob pena de supressão de instância. 9. Recurso Especial parcialmente provido, com determinação de retorno dos autos para pross guimento do feito, em relação aos pedidos sucessivos apresentados pela autora (ora recorrida).
Anexo XI
REsp n. 665.123/PR
DJ 05/02/2007
Relatora: Ministra Eliana Calmon
VOTO
A EXMA. SRA. Ministra Eliana Calmon (Relatora):
Prequestionados os dispositivos indicados no especial, passo ao exame do recurso, que se resume à seguinte questão: a legalidade ou não da exigência da obrigação acessória, consubstanciada no Ato Declaratório Ambiental – ADA, previsto na Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal 67/97. Contudo, para se dirimir a controvérsia dos autos, é importante destacar, do Imposto Territorial Rural – ITR, tributo sujeito ao regime de lançamento por homologação, a sistemática relativa à sua apuração e pagamento. Para tanto, ressalto do art. 10 da Lei n. 9.393/96 os trechos que interessam:
Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.
§ 1º Para os efeitos de apuração do ITR considerar-se-á:
I – VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a:
a) construções, instalações e benfeitorias;
b) culturas permanentes e temporárias;
c) pastagens cultivadas e melhoradas;
d) florestas plantadas;
II – área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas:
a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei 7.803, de 18 de julho de 1989;
b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior;
c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquicola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual;
(...)
Da transcrição acima, destaca-se que, quando da apuração do imposto devido, exclui-se da área tributável as áreas de preservação permanente e de reserva legal, além daquelas de interesse ecológico e das imprestáveis para qualquer exploração agrícola, remetendo o dispositivo citado para a Lei 4.771/65, da qual sobressai o art. 3º, verbis: Art. 3º. Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:
(...)
Já a Instrução Normativa SRF 67/97 prevê, no § 4º do art. 10, o reconhecimento das áreas de preservação permanente e as de utilização limitada, mediante ato declaratório do IBAMA ou órgão delegado. Confira-se:
§ 4º As áreas de preservação permanente e as de utilização limitada serão reconhecidas mediante ato declaratório do IBAMA, ou órgão delegado através de convênio, para fins de apuração do ITR, observado o seguinte:
I – as áreas de reserva legal, para fins de obtenção do ato declaratório do IBAMA, deverão estar averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, conforme preceitua a lei n. 4.771, de 1965;
II – o contribuinte terá o prazo de seis meses, contado da data da entrega da declaração do ITR, para protocolar requerimento do ato declaratório junto ao IBAMA;
III – se o contribuinte não requerer, ou se o requerimento não for reconhecido pelo IBAMA, a Secretaria da Receita Federal fará lançamento suplementar recalculando o ITR devido.
Tribunal a quo decidiu no sentido de que a exigência do Ato Declaratório Ambiental é obrigação acessória que não agride o art. 113, § 2º, do CTN. Contudo, discordo de tal posição, porque não vislumbro no art. 10 da Lei n. 9.393/96 ou mesmo na Lei n. 4.771/65 fundamento de validade para a retromencionada IN/SRF 67/97, porque quando os mencionadosdiplomas falam em declaração por parte do poder público de áreas de preservação permanente ou de interesse ecológico estão se referindo à existência de especial afetação, decorrente de ato administrativo editado pelo órgão competente para tanto, que irá declarar que determinada área não se presta para o desenvolvimento ou exploração de atividade econômica.
Como reforço do meu argumento, destaco que a Medida Provisória n. 2.166-67, de 24/08/2001, ainda vigente, mas não prequestionada no caso dos autos, fez inserir o § 7º do art. 10 da Lei n. 9.393/96 para deslindar finalmente a controvérsia, dispensando o Ato Declaratório Ambiental nas hipóteses de áreas de preservação permanente e de reserva legal para fins de cálculo do ITR, conforme se pode verificar:
§ 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas “a” e “d” do inciso II, § 1, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis.
Há nesta Corte, inclusive, um precedente que destaco, da lavra do Min. Luiz Fux, que determina a aplicação retroativa do § 7º acima transcrito, com supedâneo no art. 106 do CTN:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXCLUSÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO DO IBAMA. MP N. 2.166-67/2001. APLICAÇÃO DO ART. 106, DO CTN. RETRO-OPERÂNCIA DA LEX MITIOR.
1. Recorrente autuada pelo fato objetivo de ter excluído da base de cálculo do ITR área de preservação permanente, sem prévio ato declaratório do IBAMA, consoante autorização da norma interpretativa de eficácia ex tunc consistente na Lei n. 9.393/96.
2. A MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, ao inserir § 7º ao art.10, da lei n. 9.393/96, dispensando a apresentação, pelo contribuinte, de ato declaratório do IBAMA, com a finalidade de excluir da base de cálculo do ITR as áreas de preservação permanente e de reserva legal, é de cunho interpretativo, podendo, de acordo com o permissivo do art. 106, I, do CTN, aplicar-se a fator pretéritos, pelo que indevido o lançamento complementar, ressalvada a possibilidade da Administração demonstrar a falta de veracidade da declaração contribuinte.
3. Consectariamente, forçoso concluir que a MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, que dispôs sobre a exclusão do ITR incidente sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal, consoante § 7º, do art. 10, da Lei n. 9.393/96, veicula regra mais benéfica ao contribuinte, devendo retroagir, a teor disposto nos incisos do art.106, do CTN, porquanto referido diploma autoriza a retro-operância da lex mitior.
4. Recurso especial improvido.
(RESP n. 587.429/AL, Primeira Turma, julgado em 01.06.2004, DJ 02.08.2004 p. 323).
Com estas considerações, dou provimento ao recurso especial para conceder a segurança.
É o voto.
Anexo XII
ARE 784.682/MG - RG
Julgamento: 20/03/2014
“REPERCUSSÃO GERAL – IPVA – LOCAL DE RECOLHIMENTO – ARTIGOS 146, INCISOS I E III, E 155, INCISO III, DA CARTA DA REPÚBLICA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca do local a ser pago o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, se em favor do estado no qual se encontra sediado ou domiciliado o contribuinte ou onde registrado e licenciado o veículo automotor cuja propriedade constitui fato gerador do tributo.”
Anexo XIII
TJ/SP - Apelação Cível nº 0148012-98.2010.8.26.0100
DJ 12/03/2015
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPVA - Exercício de 2008 - Operação “de olho na placa” - Empresa locadora de veículos. Veículo registrado e licenciado em outro Estado da Federação. Domicílio fiscal - Imposto devido no Estado de São Paulo, pois é local em que o veículo está à disposição para locação e efetivamente circula - Inteligência do art. 2º, da Lei Estadual nº 6.606/89, art. 120, do CTB, art. 75, IV, § 1º do CC e art. 127, II, do CTN Precedentes desta Corte - Recurso não provido. 
(Apelação Cível nº 0148012-98.2010.8.26.0100; Relator(a): Luís Francisco Aguilar Cortez; Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Público; Data de registro: 12/03/2015).
Anexo XIV
RE 727.851/MG - RG
DJ 28/10/2013
“IPVA – AUTOMÓVEL – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – RELAÇÃO JURÍDICA A ENVOLVER O ESTABELECIMENTO FINANCEIRO E O MUNICÍPIO – IMUNIDADE RECÍPROCA ADMITIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência da imunidade recíproca, prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Carta da República, no tocante ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA a recair em automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município.”
Anexo XV
TJ/MG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0024.03.990786-0/003
DJ 30/07/2008
TRIBUTÁRIO - AÇÃO DECLARATÓRIA - IPVA - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - PROPRIEDADE - POSSE DIRETA - IMUNIDADE INTERGOVERNAMENTAL RECÍPROCA -ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1 - Na ausência de lei complementar que estabeleça o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes do IPVA, é o caso de exercício da competência legislativa plena, excepcional e provisória, dos Estados-membros, com base no art. 24, § 3º, da Constituição da República de 1988, e no art. 34, § 3º, do ADCTR. 2 - A previsão, na legislação estadual, de que o 'devedor fiduciário responde solidariamente com o proprietário, pelo pagamento do IPVA e dos acréscimos legais, em relação a veículo objeto de alienação fiduciária', revela que os veículos automotores adquiridos pelo Município em alienação fiduciária, por estarem sob sua posse direta, incorporados ao seu patrimônio e com destinação pública, estão amparados pela imunidade intergovernamental recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição da República. 3 - Sentença reformada em reexame necessário e recurso voluntário prejudicado.
Anexo XVI
REsp 1.344.288/MG
DJe 29/05/2015
TRIBUTÁRIO. IPVA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. PROPRIEDADE. CREDOR FIDUCIÁRIO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.1. Na alienação fiduciária, a propriedade é transmitida ao credor fiduciário em garantia da obrigação contratada, sendo o devedor tão somente o possuidor direto da coisa.2. Sendo o credor fiduciário o proprietário do veículo, o reconhecimento da solidariedade se impõe, pois reveste-se da qualidade de possuidor indireto do veículo, sendo-lhe possível reavê-lo em face de eventual inadimplemento.3. No mesmo sentido, mutatis mutandis: AgRg no REsp 1066584/RS, Rel.Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16/3/2010, DJe 26/3/2010; REsp 744.308/DF, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 12/8/2008, DJe 2/9/2008.ecurso especial improvido.
(REsp 1344288/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 29/05/2015)
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