Buscar

Resumo 06 - Teoria do desvio do produto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Teoria do desvio do produto 
 
- Proteção do consumidor e obrigações do fornecedor: 
> a lei 8.079/90, diploma que regula a proteção do consumidor, direito fundamental previsto na 
cf/88 (art. 5° da cf/88), impõe ao fornecedor de produtos e serviços que seus produtos tenham 
qualidade, sejam seguros, que este mesmo fornecedor aja de forma leal e honesta e não atue de 
forma abusiva, que preste informações adequadas ao consumidores sobre os produtos e serviços 
fornecidos, entre vários outros deveres. 
 
- Violação dos direitos do consumidor: 
> tem se mostrado corriqueiro no mercado de consumo a resistência do fornecedor em observar 
os direitos básicos do consumidor e resolver de forma célere as demandas apresentadas pelos 
consumidores. 
> em tal situação os consumidores se vêem obrigados a utilizar o seu tempo, desviando-se pois de 
suas atividades cotidianas para solucionar os problemas que inicialmente deveriam ser 
solucionados de forma tempestiva pelos fornecedores. 
 
- Desvio produtivo do consumidor, é o fato ou evento danoso que se consuma quando o consumidor, 
sentindo-se prejudicado, gasta o seu tempo vital – que é um recurso produtivo – e se desvia das 
suas atividades cotidianas, que geralmente são existenciais. 
 
- Dos requisitos da responsabilidade do fornecedor: 
 
Os requisitos ou pressupostos essenciais do sistema tradicional de responsabilidade não são totalmente 
afastados no sistema de responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço. Neste sentido, os 
pressupostos lógicos-jurídicos da responsabilidade mantêm-se exigíveis em qualquer sistema de 
atribuição de responsabilidade: conduta, dano e nexo de causalidade entre ambos. 
 
> Da conduta: práticas comissivas ou omissivas do fornecedores de furtar-se de sanar o problema 
ou indenizar o consumidor espontânea, rápida e efetivamente. 
 
> Nexo de causalidade: a esquiva abusiva do fornecedor de se responsabilizar pelo referido 
problema, que causa diretamente o evento de desvio produtivo do consumidor, evidencia a relação 
de causalidade existente entre a prática abusiva do fornecedor e o evento danoso dela 
resultante. 
> Dano existencial é a lesão a qualquer atividade existencial humana, que precisa ser modificada 
ou suprimida em decorrência de uma interferência externa injustificada na liberdade de ação da 
pessoa, resultando em uma alteração danosa do seu modo o de ser, do seu cotidiano e/ou do seu 
projeto de vida. 
 
 
 
- Pressupostos apresentados por Marcos Dessaune: 
(1) o problema de consumo potencial ou efetivamente danoso ao consumidor; 
(2) a prática abusiva do fornecedor de se esquivar da responsabilidade pelo problema de 
consumo; 
(3) o fato ou evento danoso de desvio produtivo do consumidor; 
(4) o nexo causal existente entre a prática abusiva do fornecedor e o evento danoso dela 
resultante; 
(5) o dano extrapatrimonial de índole existencial sofrido pelo consumidor e, eventualmente. 
 
ARBITRAMENTO DO VALOR DO DANO EXISTENCIAL: 
- No arbitramento da indenização do dano extrapatrimonial, a jurisprudência atual destaca dois 
critérios a serem utilizados: o interesse jurídico lesado e as circunstâncias do evento danoso. O 
primeiro valoriza o bem ou interesse jurídico atingido pelo evento danoso, enquanto o segundo 
considera as circunstâncias especiais do caso concreto, sendo de singular interesse aqui a 
culpabilidade do agente e a condição econômica do ofensor. 
 
TRATAMENTO DADO PELA JURISPRUDÊNCIA – DANO MORAL: 
- No que diz respeito à quantificação do valor indenizatório, há de se ter como pressuposto a justa 
recomposição pelo padecimento anímico. A verba não tem como premissa o enriquecimento da 
vítima; 
- STJ: Com efeito, a abusiva cobrança de encargos bancários indevidos e a recalcitrância 
injustificada por tempo expressivo [três anos] do réu em proceder a cessação desta exação e o 
espontâneo ressarcimento à correntista, constitui injusta agressão, porquanto privou a autora 
de utilizar o seu tempo disponível na forma que melhor lhe aprouvesse, de molde a provocar 
sofrimento psíquico que molesta direitos inerentes à personalidade, vulnerando seu patrimônio 
moral, a justificar a reparação almejada. 
 
Decreto 7.962/2013 – Regulamenta o CDC para dispor da contratação eletrônica: 
 
 Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico, o 
fornecedor deverá: (...) 
V - manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que possibilite ao 
consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, reclamação, suspensão 
ou cancelamento do contrato; 
 
DECRETO SAC • DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008: 
 
 Art. 1 -Este Decreto regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, e fixa normas 
gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC por telefone, no âmbito dos 
fornecedores de serviços regulados pelo Poder Público federal, com vistas à observância dos 
direitos básicos do consumidor de obter informação adequada e clara sobre os serviços que 
 
 
contratar e de manter-se protegido contra práticas abusivas ou ilegais impostas no 
fornecimento desses serviços. 
 
Art. 2 - Para os fins deste Decreto, compreende-se por SAC o serviço de atendimento 
telefônico das prestadoras de serviços regulados que tenham como finalidade resolver as 
demandas dos consumidores sobre informação, dúvida, reclamação, suspensão ou 
cancelamento de contratos e de serviços. • Parágrafo único. Excluem-se do âmbito de 
aplicação deste Decreto a oferta e a contratação de produtos e serviços realizadas por 
telefone. 
 
Art. 17. As informações solicitadas pelo consumidor serão prestadas imediatamente e suas 
reclamações, resolvidas no prazo máximo de cinco dias úteis a contar do registro. 
 § 1 o O consumidor será informado sobre a resolução de sua demanda e, sempre que solicitar, 
ser-lhe-á enviada a comprovação pertinente por correspondência ou por meio eletrônico, a 
seu critério. 
§ 2 o A resposta do fornecedor será clara e objetiva e deverá abordar todos os pontos da 
demanda do consumidor. 
 § 3 o Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou cobrança indevida, a 
cobrança será suspensa imediatamente, salvo se o fornecedor indicar o instrumento por meio 
do qual o serviço foi contratado e comprovar que o valor é efetivamente devido. 
 
OBS.: Vários autores tratam do assunto sob a nomenclatura Responsabilidade pela a perda do tempo 
útil/livre. 
 
- “Outra forma interessante de indenização por dano moral que tem sido admitida pela 
jurisprudência é a indenização pela perda do tempo livre do consumidor. 
Muitas situações do cotidiano nos trazem a sensação de perda de tempo: o tempo em que ficamos 
“presos” no trânsito; o tempo para cancelar a contratação que não mais nos interessa; o tempo para 
cancelar a cobrança indevida do cartão de crédito; a espera de atendimento em consultórios médicos 
etc. A maioria dessas situações, desde que não cause outros danos, deve ser tolerada, uma vez que faz 
parte da vida em sociedade. Ao contrário, a indenização pela perda do tempo livre trata de situações 
intoleráveis, em que há desídia e desrespeito aos consumidores, que muitas vezes se veem compelidos a 
sair de sua rotina e perder o tempo livre para soluciona problemas causados por atos ilícitos ou condutas 
abusivas dos fornecedores. Tais situações fogem do que usualmente se aceita como “normal”, em se 
tratando de espera por parte do consumidor. São aqueles famosos casos de call center e em que se 
espera durante 30 minutos ou mais, sendo transferido de um atendente para o outro. Nesses casos, 
percebe-se claramente o desrespeito ao consumidor, que é prontamente atendido quando da 
contratação, mas, quando busca o atendimento para resolver qualquer impasse, é obrigado, 
injustificadamente, a perder seu tempo livre”.

Outros materiais