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TEORIA DA INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL E RESPONSABILIDADE ESTATAL 1. TEORIA DA INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL - Definição: O Estado é responsabilizado apenas quando o dano decorre direta e imediatamente da conduta estatal. - Fundamento Legal: Art. 403 do Código Civil, adotado pelo STF. - Aplicação Jurisprudencial: - RE 608880 (08/09/2020): Não se caracteriza responsabilidade civil objetiva do Estado por crimes cometidos por foragidos do sistema prisional, sem nexo causal direto entre a fuga e o crime. - AREsp 1.408.660-SP: Não cabe condenação de prefeito ao ressarcimento por projeto de lei inadequado sem demonstração de dano direto. #### 2. RELAÇÃO DE CUSTÓDIA - Definição: Situações onde o Estado tem dever legal específico de guarda e proteção, como com presos e estudantes. - Teoria Aplicada: Risco Administrativo com responsabilidade objetiva, admitindo excludentes. - Exemplos de Responsabilidade: 1. Suicídio de presos. 2. Aluno agride outro em escola pública. - Excludentes de Responsabilidade: Casos de imprevisibilidade ou inesperabilidade, como um preso com bom comportamento que comete suicídio. 3. PRESCRIÇÃO - Ações Indenizatórias: Prazo de cinco anos conforme art. 1º do DL nº 20.910/32, mesmo para ações contra a Fazenda Pública. - Ação de Regresso: Prazo de cinco anos, obrigatória pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. - Exceções à Prescritibilidade: Ações decorrentes de atos de perseguição política durante o regime militar são imprescritíveis segundo Súmula 647 do STJ. 4. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS - Regra Geral: Atos legislativos geralmente não geram responsabilidade por serem abstratos e genéricos. - EXCEÇÕES: 1. Leis de Efeitos Concretos: Leis com características de atos administrativos podem gerar responsabilidade. 2. Leis Inconstitucionais: Requerem demonstração de dano e declaração de inconstitucionalidade. 3. Omissão Inconstitucional: Falta de legislação requerida constitucionalmente que resulta em danos. 5. RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER JUDICIÁRIO - Atividade Jurisdicional: Normalmente isenta de responsabilidade devido à soberania das decisões e independência funcional. - Exceções: 1. Erro Judiciário: Deve ser substancial e inescusável. 2. Prisão Além do Tempo: Devido a falhas na administração judicial ou penitenciária. 3. Prisão Cautelar com Absolvição: Controverso, alguns defendem responsabilidade baseada na dignidade humana.
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