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Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO IV - EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, TRANSAÇÃO,
COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDÉBITO
MILTON KLEBER KOZIEVITCH FILHO
Questões
1. Criticar a expressão “extinção do crédito tributário”. É correta a tradicional
separação das causas de extinção prescritas no art. 156 do CTN em
modalidades de fato e modalidades de direito? Justifique.
Pois bem, entende-se que ao indicar as causas do art. 156 do CTN como causas
extintivas do crédito tributário, o legislador incorreu em erro, na medida em que deixou
de observar as categorias da Teoria Geral do Direito.
Como é sabido, o direito tributário gira em torno da chamada relação jurídica
obrigacional tributária, através da qual, com a descrição em linguagem competente da
ocorrência de um evento no mundo dos fatos, estrutura-se uma relação jurídica
obrigacional entre dois sujeitos, tendo como objeto uma prestação pecuniária.
Ao analisar referida relação jurídica, verifica-se que para um dos sujeitos nasce o
crédito, consubstanciado no direito de receber prestação pecuniária, e, para o outro, o
débito, consubstanciando-se no dever de adimplir referida prestação pecuniária.
Sendo assim, fixado que o crédito tributário é apenas um dos elementos integrantes
de um todo, conhecido como relação jurídico obrigacional tributária, verifica-se que
sua extinção pode-se dar, além de pela extinção do crédito, pela extinção do débito e
pelo desaparecimento do sujeito ativo ou passivo, razão pela qual, está equivocada a
utilização do termo “extinção do crédito tributário” no art. 156 do CTN.
Ao tratar sobre o equívoco do legislador na utilização da expressão, Paulo de Barros
Carvalho1 elucida:
Lamentavelmente, disso (que o crédito é apenas um dos elementos
do vínculo obrigacional) não se apercebeu o legislador do Código,
que resolveu sistematizar a disciplina jurídica da matéria em torno do
conceito de extinção do crédito, quando cumpriria fazê-lo levando em
conta a obrigação, que é o todo.
Portanto, entende-se que a utilização de “extinção do Crédito tributário” no art. 156 do
CTN está equivocada, pois as causas ali elencadas excluem a chamada obrigação
tributária, que é o todo de qual o crédito tributário faz parte.
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, pág. 555-556.
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Quanto ao segundo ponto da questão, tendo em vista as lições de Paulo de Barros
Carvalho, a tradicional separação das causas de extinção prescritas no art. 156 do
CTN em modalidade de fato e modalidades de direito não é correta.
Ao tratar sobre a questão, Paulo de Barros Carvalho2 esclarece:
As onze causas que o legislador arrolou são modalidades jurídicas
no âmbito mais restrito que se possa dar à expressão. São
acontecimentos que o Direito regula, traçando cuidadosamente seus
efeitos.
A partir disso, conclui-se que não há possibilidade de considerar causa extintiva na
modalidade de fato, tendo em vista que tais ocorrências fáticas são regradas por
variadas disposições jurídico-normativas, consubstanciando-se em verdadeiras causas
em modalidade de direito.
2. A hipótese de dação em pagamento de bens imóveis como causa extintiva do
crédito tributário altera a cláusula do art. 3º do CTN quanto à prestação
tributária qualificar-se como estritamente pecuniária? Justifique.
Não, a hipótese de dação em pagamento de bens imóveis como causa extintiva do
crédito tributário não altera a cláusula do art. 3° do CTN, na medida em que referida
hipótese consubstancia-se em norma jurídica extintiva, a qual versa sobre as formas
pelas quais a obrigação já constituída pode ser extinta, enquanto que o art. 3, do CTN
versa sobre a regra-matriz de incidência, a qual vincula dever de pagar em pecúnia.
Ao tratar sobre a questão, Paulo de Barros Carvalho3 lecionou que:
a inserção desse novo enunciado extintivo do crédito (possibilidade
de dação em pagamento de bens imóveis) não altera as cláusulas do
art. 3º da Lei n° 5.172/66, especialmente quanto à prestação
qualificar-se como estritamente pecuniária. Não há porque
confundir-se a regra-matriz de incidência tributária, que, no espaço
sintático do consequente, traz elementos de uma relação jurídica
cuja prestação consubstancia a entrega de certa soma em dinheiro, e
a norma jurídica extintiva, que prevê , no seu antecedente, a hipótese
de realização da dação de imóveis e, no consequente, enunciados
que serão utilizados para, no cálculo lógico das relações normativas,
fazer desaparecer o crédito tributário.
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, pág. 602.
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, pág. 557.
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Portanto, entende-se que a hipótese não altera a norma, na medida em que possuem
naturezas diferentes, sendo que a norma do art. 3, do CTN versa sobre a regra-matriz
de incidência, enquanto que a hipótese versa sobre uma forma de adimplemento de
uma obrigação tributária..
As previsões de extinção do crédito tributário por dação em pagamento de bens
imóveis em legislações municipais e estaduais antes da Lei Complementar n.
104/01 são válidas? Têm aplicação jurídica? (Vide anexos I e II).
Tendo em vista que a Constituição determina que cabe à lei complementar instituir
normas gerais em matéria de legislação tributária e, tendo em vista que até antes da
lei complementar 104/01, não havia previsão de dação de bens imóveis como causa
extintiva do crédito tributário, entende-se que, as previsões de extinção do crédito
tributário por dação em pagamento de bens imóveis, em legislações municipais e
estaduais, antes da Lei complementar n° 104/01, não são válidas, vez que a definição
de referida hipótese depende de lei complementar, razão pela qual carece de
aplicação jurídica.
3. Que é compensação tributária?
A compensação tributária é uma forma de extinção do “crédito tributário” previsto no
art. 156 do CTN, por meio do qual, o contribuinte, sendo sujeito passivo de uma
obrigação tributária, mas também sendo sujeito ativo em outra obrigação, na qual o
devedor seja o sujeito ativo da obrigação tributária, quando autorizado por lei, pode
pedir que as obrigações sejam compensadas, ou seja, para que as obrigações sejam
dissolvidas simultaneamente.
Ao analisar referido fenômeno, Paulo de Barros Carvalho4 leciona
A compensação é forma extintiva das obrigações em geral,
encontrando fundamento de validade no art. 368 do Código Civil: “ Se
duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra, as duas obrigações se extinguem, até onde se compensarem”.
Quando nasce o direito subjetivo à compensação tributária?
Entendo que o direito subjetivo à compensação nasce quando o contribuinte é sujeito
passivo de uma obrigação tributária e sujeito ativo em outra obrigação para com o
sujeito ativo da obrigação tributária. Ademais, é importante ressaltar a necessidade de
lei autorizadora da compensação, pois em sua ausência, não há como se falar em
compensação.
Determinada lei editada em momento posterior ao do nascimento do “direito
subjetivo” à compensação estabelece limites ao seu exercício, como por
4 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, p. 564.
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exemplo, limitando o crédito a compensar a determinado valor por mês,
impedindo a incidência de juros de mora ao crédito. Essas novas regras que
limitam a compensação se comparadas à legislação até então vigente impactam
o exercício do direito de compensar consagrado anteriormente à vigência dessa
lei? Há direito adquirido à compensação? (Vide anexo III).
Entendo que lei posterior ao nascimento do “direito subjetivo” da compensação não
impacta o exercício do direito de compensar consagrado anteriormente à vigência
desta lei, tendo em vista que há direito adquirido ao regime jurídico em que deu-se o
nascimento dodireito subjetivo. Sendo assim, entendo que se nasceu o direito
subjetivo para o sujeito, não há como lei posterior limitar ou eliminar referido direito.
4. Considerando o que dispõe o artigo 170-A do CTN, que veda a compensação
antes do trânsito em julgado.
Considerando a existência de de julgamento de caso repetitivo em recurso
extraordinário reconhecendo a inconstitucionalidade de determinado tributo
federal.
Pergunta-se: qual orientação você daria ao seu cliente a respeito da
possibilidade de compensação de indébito nas hipóteses a seguir:
(a) Hipótese 1: você propôs, na defesa dos interesses de seu cliente,
mandado de segurança para assegurar o direito dele compensar o tributo
federal cuja inconstitucionalidade foi declarada nesse julgamento de caso
repetitivo em recurso extraordinário, sendo que a ação do seu cliente não
possui decisão transitada em julgado;
Tendo em vista a sistemática do incidente de resolução de demandas repetitivas,
previsto no CPC, e, em especial, o disposto no art. 985, a seguir colacionado:
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre
idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do
respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados
especiais do respectivo Estado ou região;
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que
venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo
revisão na forma do art. 986 .
Entendo que tão logo haja lei autorizando a compensação entre determinados tributos,
bem como o reconhecimento, em demanda repetitiva, do direito subjetivo de
compensar, está-se diante de direito adquirido, não havendo que se falar em
necessidade de aguardar o trânsito em julgado do mandado de segurança, vez que,
os tribunais inferiores encontram-se vinculados ao decidido no incidente.
(b) Hipótese 2: o seu cliente não ajuizou ação qualquer medida judicial para
discutir o tributo federal cuja inconstitucionalidade foi declarada nesse
julgamento de caso repetitivo em recurso extraordinário.
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De acordo com o que dispõe os art. 19 e 19-A, da Lei n° 10.522/2002, os entes da
administração, em especial a PGFN e os auditores da receita, encontram-se
vinculados ao decidido em incidente de resolução de demandas repetitivas.
Nesse medida, bastaria que o cliente fizesse pedido administrativo de compensação e,
havendo negativa, creio que seria caso de mandado de segurança.
5. Considerando os elementos da obrigação tributária (sujeito ativo e passivo,
objeto, direito, crédito, dever e débito) e o conteúdo do artigo 156 do CTN,
identifique para cada uma das hipóteses de extinção nele elencadas e a
seguir reproduzidas qual elemento da obrigação tributária é diretamente
afetado:
Elementos da obrigação tributária:
a) pagamento - objeto
b) compensação - objeto
c) transação - objeto
d) remissão - Dever jurídico - débito tributário
e) prescrição - Direito Subjetivo
f) decadência - Crédito
g) conversão do depósito em renda - objeto
h) pagamento antecipado e homologação do “lançamento” nos termos do art. 150,
§§ 1º a 4º do CTN - objeto
i) consignação em pagamento - objeto
j) decisão administrativa irreformável - Depende do conteúdo da decisão;
h) decisão judicial transitada em julgado - Depende do conteúdo da decisão;
i) dação em pagamento de bens imóveis - objeto
6. Mediante uma leitura analítica do conteúdo do art. 156, III do código
tributário nacional, somado ao que dispõe o caput do art. 3º da lei federal
13.988/2020 (que o termo de transação deverá dispor sobre os MEIOS de
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extinção do crédito tributário nela contemplado) e o § 3º desse mesmo art.
3º, no sentido de que a extinção do crédito nela contemplado somente é
extinto quando integralmente cumprido o termo de transação, pergunta-se:
(a) qual dos elementos da obrigação tributária a transação afeta?;
Tendo em vista que a transação nada mais é do que a realização do pagamento
da obrigação tributária, entende-se que o elemento por ela afetado é o objeto da
relação obrigacional, qual seja, a prestação pecuniária.
(b) a transação é efetivamente causa de extinção da obrigação tributária? Ou
mero instrumento para se consagrar a extinção da obrigação tributária?
Pois bem, à luz das lições de Paulo de Barros Carvalho5, entende-se que o
processo de transação consubstancia-se em um caminho para que o sujeito
passivo da obrigação tributária efetue seu pagamento, sendo assim, a transação,
caracterizada pelas concessões recíprocas, por si só, não extingue o crédito
tributário, ocorrendo a extinção somente com o pagamento do valor
transacionado.
Pelo exposto, considera-se que a transação seria mero instrumento para se
consagrar a extinção da obrigação tributária.
5 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, pág. 571.

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